[Música] [Música] Então, no nosso encontro passado, dando continuidade ao nosso estudo da ansiedade, uma pausa. Os comerciais escutam John B como sendo uma referência da Psicologia para explicar como é que nasce a nossa ansiedade. Aí, lá em São Gott, eu fiz uma conexão que eu não tinha feito aqui ainda. Olha só que coisa legal! Pensei: "O que vai dizer o seguinte: que a maioria de nós, na infância, passou por lugares difíceis emocionais." A gente até viu: ninguém é culpado disso, né? Os nossos pais também experienciaram infâncias difíceis e os nossos avós. Só que tá
melhorando com a graça de meu Deus, que a gente tá aprendendo a educar as crianças, né? Mas o que a gente aprendeu emocionalmente, que é a gênese da ansiedade para ela, é que a nossa relação de amor com os adultos que cuidaram da gente era uma relação sempre sobre ameaça. Foi isso que a gente aprendeu aqui. Coloquei todas as ameaças. Então, o que que a gente, enquanto criança, entendeu? Que o amor não vem gratuitamente; naturalmente, ele vem sob condições. Que, se a gente quiser algum afeto, a gente tem que lutar por ele, ser o que
não somos, tentar ser aquilo que se espera que a gente seja para ter um pouco daquele amor. Até então, nós aprendemos desde muito cedo a desconfiar do amor e a desconfiar do que é bom, desconfiar do bem. A gente confia muito mais no mal do que no bem. Isso combina com o mundo de prova e expiação, que o mal predomina sobre o bem, né? Tá tudo no esquema. No livro "Vida e Sexo", ele vai explicar o seguinte: que os nossos pais são a representação de Deus pra gente, porque uma criança não sabe o que é
Deus, mas entende o que é Deus, que olha pra os seus pais, pai e mãe: é Deus. Então, a maneira como a gente se relaciona com o nosso pai e com a nossa mãe é o nosso arcaboço da nossa relação com o Criador. Então, o que que eu pensei a partir disso? Se a nossa experiência na infância é uma experiência de amor que é sob ameaça, que tá o tempo todo na possibilidade de não ter, como é que é a nossa relação com Deus? [Música] Nós somos desconfiados do amor de Deus, temos dificuldade de achar
que Deus nos protege, achamos que tem que ter condição para ser amado por Deus. E nós levamos a mesma experiência que a gente teve familiar para a nossa relação divina. Então, sabendo disso, a gente pode começar a virar essa página. Pera aí, eu posso melhorar minha relação com Deus, porque agora já não sou mais pequenininho. Eu posso, aqui desse lugar de adulto, estabelecer uma relação com a divindade de um outro lugar. Então, confiar em Deus ainda é, para nós, um desafio, uma conquista, um trabalho que a gente vai precisar fazer. Não é natural! Deveria ser
natural, como deveria ser natural receber o amor dos nossos pais, só porque a gente nasceu. A gente merece amor, só isso. A gente não precisa ser nada para receber amor. Nasceu, tá amado. E para Deus é a mesma coisa: nós somos criaturas de Deus. Deus nos ama incondicionalmente. A gente não tem que ser nada para receber amor de Deus. Você pode ser um criminoso, você pode ser psicopata, você é amado por Deus. Ponto. Mas você crê nisso? Confia nisso? A gente é assim. Pode ser que sim, pode ser que não. Temos dificuldade, temos vergonha de
falar com Deus, né? Então, a gente ainda tem uma relação com Deus muito estranha, pouco íntima. Então, o que tem de importante que a gente precisa... Ah, mas eu tô me referindo ao Ocidente, tá, gente? Eu não sei como é que é no Oriente. Eu tenho a impressão que é uma outra coisa, impressão só. Eu nunca fui na Índia e não conheço como é que é o jeito japonês de lidar com Deus. Eu tô falando aqui, é bem ocidental isso. Então, e porque a religião cristã, aqui no Ocidente, como ela se desenvolveu, o que aconteceu...
Nós passamos por lugares muito traumáticos na nossa relação com Deus, né? Não tem nada a ver com Jesus Cristo. Aliás, Jesus Cristo acho que não seria cristão, sabe? Esse cristianismo que a gente conhece não condiz com o que Jesus trouxe, com certeza, né? Não condiz. Se você escutar as palavras de Jesus, você não vai encontrar ressonância nesse cristianismo que a gente pratica, cheio de rituais, cheio de preconceito. Ele era totalmente avesso a tudo isso, né? Quando a gente vai na Itália, dá até tristeza a igrejinha linda que Francisco de Assis fez, pequenininha, tá dentro de
uma catedral enorme, cheia de ouro; um negócio para quê, gente? Isso é de amassar o coração. De Francisco, não era isso o que tinha trazido. Era o contrário, era o simples, é descalço, né? Então, a gente recuperar essa simplicidade, essa intimidade com Deus é uma tarefa, gente. Tá? Essa, então, porque todo dia a gente vai pra descrença. A gente mora na descrença. Então, crer, confiar, ter fé é um trabalho. Então, a gente precisa resgatar isso. Então, quando a gente estudou aqui, o Bob me esclareceu muita coisa. Eu falei: "Nossa, mas olha o que que a
gente aprendeu sobre amor, que é tudo ameaçado, que a qualquer momento pode ser tirado. É só você não se comportar direito que você não tem." O tempo todo tem essa ameaça, né? Então, como é que a gente pode entregar o nosso coração em relações que, o tempo todo, estão no risco de se desfazer, de não estar presente, né? E é impressionante como é que a gente tem esse tipo de diálogo cotidianamente, né? Olha, hein, vou te bloquear, hein? Olha, L, vou não sei o que lá, te tiro do grupo. A gente lida com esse conteúdo
da... Ameaça como se fosse algo orgânico, sabe? Não, isso não é natural. Isso não faz bem pra gente. Não, frases de ameaça, ações de ameaça, não fazem bem pra nossa saúde emocional. Existem outras maneiras de você resolver o que você não gosta. Não é cortando, né, separando. E a gente acha isso, né? Não, não gostou, bloqueia. Não gostou, não vai estar chateado com amigo da reunião? Sai da reunião. É assim que a gente resolve. A gente não aprendeu a ficar; a gente sabe sair pra caramba, mas a gente não sabe ficar. E o que isso
tem a ver com ansiedade? O ansioso é aquele que não consegue ficar. Portanto, os quadros de ansiedade são quadros de adoecimento da fé. Então, a ansiedade retira a gente da presença o tempo todo. Por que a gente quer sair da presença o tempo todo? Porque a gente entendeu que ficar presente é doído. Ficar presente, ficar vulnerável, ficar solto é perigoso. A qualquer momento pode acontecer algo, né? Quem mora em cidade grande, então, vive em estado constante de ameaça. Ameaça da segurança. Isso nós temos uma ameaça constante. Você não pode parar o carro aqui, você não
pode ficar muito parado ali, você não pode segurar o celular ali. Então, o tempo todo, a informação é: "Se defenda! Se defenda! Se proteja!" Então, como é que a gente vai estabelecer a calma, o centramento, a entrega no mundo em que estamos, o tempo todo sob ameaça? Sob pressão, sob pressão. Jesus deu a resposta: o mundo é assim mesmo e vai piorar. Vai piorar porque nós estamos num processo de transformação. Vai piorar não é porque a gente merece que piore; não tem nada a ver com merecimento. A piora se deve ao estado das coisas, porque
a gente está em um processo de amadurecimento. Então, nós precisamos nos preparar. Não é nos armar, é nos aprontar. Então, Jesus deu a resposta dizendo assim: "Buscai primeiro as coisas do céu, porque se você buscar primeiro as coisas materiais, você vai continuar ansioso. Você vai querer controlar cada vez mais, você vai contratar seguro disso, seguro daquilo, chave de carro blindado." Você vai ficar doido para poder pensar em todas as possibilidades de perigo e se preparar para todas elas. A sua vida vai virar isso. E tem tudo a ver com o texto, porque se você só
olha para a delinquência, vai ter 300 delinquentes. Se você só olha para a falta, você vai achar só falta. Se você olhar só para o perigo, você vai ver perigo em tudo. Vai achar até você mesmo perigoso. Então, você não vai parar de procurar recursos de segurança o tempo inteiro. Aí, lembra que eu mostrei os três tipos aqui, e aí a gente vai pra autossuficiência, né? A gente vai para aquele lugar de "é melhor não ter vínculo porque eu dou conta de mim, mas se tiver mais alguém além de mim, aí não vou dar conta."
Então, ele está dizendo pra gente: "André Luiz, cuidado com essa atmosfera que você está criando." Então, em espiritismo, vocês já devem ter aprendido isso em alguma aula: a gente está o tempo todo criando, respirando a nossa psicosfera. Então, é o tempo todo um problema ou uma questão de atração. Então, o que é que você emite? O que você está atraindo? Do que está sendo composta a sua psicosfera? Se você tem o coração muito desconfiado, tudo que você vai enxergar tem a ver com essa desconfiança. Não vai conseguir ver nada diferente. Então, a gente precisa começar
a olhar a nossa psicosfera. Qual é o teor? Nessa última semana, qual era a sua psicosfera? Qual era o tema dela? Era o quê? O que você andou, essa semana, conversando, pensando, sentindo, fazendo que compôs a sua psicosfera? O que é legal, gente, pensar. Então, tem a psicosfera própria, tem a sua psicosfera familiar, tem a sua psicosfera profissional, tem a sua psicosfera do seu bairro, né? Então, isso entende que elas se comunicam, né? Então, a gente é responsável por esse pulmão que respira o que a gente está atraindo e o que a gente está repousando.
Então, em "Obras Póstumas": "O homem exerce ação direta sobre as coisas, assim como sobre as pessoas que o cercam. Frequentemente, uma pessoa de quem se faz pouco caso exerce influência decisiva sobre obra de outras de reputação muito superior." Isso decorre de que, na Terra, se vêm muito mais máscaras do que semblantes, e que aí o olhar obscurece, a vaidade, o interesse pessoal e todas as mais paixões. A experiência demonstra que se pode atuar sobre o espírito dos homens à revelia deles. Um pensamento superior, fortemente pensado, permite-se nos expressar. Pois, conforme a sua força e elevação,
toca de perto ou de longe homens que nenhuma ideia fazem da maneira como aquela ideia chega. Do mesmo modo que muitas vezes aquele que o emite não faz ideia do efeito produzido pela sua emissão. Então, tanto a gente pode ser tocado por pensamentos poderosos, divinos, e a gente nem suspeita disso, como o contrário também é verdadeiro. Podemos também tocar pessoas com nosso pensamento pesado e não ter ideia do quanto a gente toca o outro com isso, né? É esse um jogo constante das inteligências humanas e da ação recíproca de umas sobre as outras. Juntai-lhes as
inteligências dos desencarnados e imaginai se conseguir o poder incalculável da força composta de tantas forças reunidas. Então, ele está dizendo assim: se a gente tivesse a noção do quanto é forte o pensamento, o que é que a gente poderia fazer com essa força do pensamento e o quanto a gente precisa cuidar do pensamento? A gente tem uns pensamentos nada a ver, né? Gente, ass pensamento, vou te falar, a gente fica assim: gente, quem foi a pessoa? Que pensou isso? Não é possível que fui eu, não é? Então, por que nós temos pensamentos esquisitos? Mas se
você der corda para ele, você vai encontrar companhia para ontem. Monte tem um monte que também pensa. É isso mesmo? Você presta atenção? Quem não te conhece, te compra e tal. Aí você vai indo, vai indo. Vai um pouco, você tá deprê, não sabe como. Sabe aquela coisa desenchavida? Que que há com você? Não sei, psicosfera. Você tá respirando aquele clima e você não percebeu que entrou nela. Bem, bem bacana, né? Então, é. Mas olha, quando a gente começa a entender isso, a gente começa a ficar mais atento. Quando começa a vir o pensamento esquisito,
opa, opa, opa, vamos mudar aqui, tomar uma aguinha. Vamos mudar esse negócio, tá meio esquisito, não tá bom, não. Eu falo alto, gente, resolve logo esse problema! Pensando nisso, a nossa querida Joana vai dizer o seguinte: a ansiedade que a gente gera por esses pensamentos repetidos, que são de uma frequência baixa, né? Ela faz uma ressalva: não confunda isso com essa ansiedade normal. "Ih, que legal, a gente vai no congresso amanhã, é meu aniversário, vai acontecer uma coisa!" Essa ansiedade é boa, que delícia! É ansiedade também, né? Mas o que a gente tá tratando aqui
é uma ansiedade que deixa a gente dodó. Então, vamos andar mais um pouquinho. Primeiro, você precisa reconhecer que ansiedade é essa que te atormenta. Não é essa do aniversário, você tá constantemente ansioso. Eu já vou botar aqui os sintomas que ela descreveu ali, com uma beleza, para você saber se você tem ansiedade. Então, a primeira coisa: você precisa entender que esse adoecimento que tá rolando com você é a mesma coisa que afastamento. Do ponto de vista espiritual, adoecimento é sempre afastamento. A pergunta é: você pode repetir o que diz o relógio? [Risadas] Adoecimento é sempre
afastamento. Vocês concordam? Sim, por afastamento de quê? Essência de Deus, Deus, corpo. Um médico, um cientista diria que o adoecimento tem a ver lá com moléculas etc. e tal. Nós estamos olhando do ponto de vista espiritual: adoecimento da alma é afastamento de quê? Do equilíbrio, das leis divinas, que é a lei de equilíbrio, a lei universal. Toda vez que a gente se afasta desse equilíbrio, a gente adoece; começa a faltar água, a gente se afasta da fonte, começa a dar sede, começamos a entrar em desidratação. E aí, bicho pegou. Muito! Então, adoecimento e afastamento. No
Livro dos Espíritos, nós temos quantas leis morais? Dez! Olha que lindo, hein? Que espetáculo! Porque quando eu perguntei das bem-aventuranças, pco não sabia. Já tá ficando bom! Dez leis morais, gente! É simples assim. Qualquer coisa que você adoeceu, você olha as dez e vai ver qual das dez está pegando. Você vai achar. É um diagnóstico sensacional. É na lei de conservação, é na lei de destruição, é na lei de reprodução, é na lei de sociedade. Onde é que eu tô? Onde é que eu adoeci? De qual eu me afastei? Qual delas é? Da lei de
liberdade, é da lei de amor, justiça e caridade. Onde é que eu errei a mão, né? Então, as leis morais que estão no Livro dos Espíritos, Kardec organizou, sim. É uma boa bússola, é um bom lugar de diagnóstico para você ir compreendendo se você tá sofrendo de ansiedade. Qual dessas leis você percebe que tá mais afastado? Vamos ver, vocês já sabem essa resposta? Não? Uau! Ué, vamos a ela! Pega o Livro dos Espíritos atrás de você e para mim, por favor. A primeira lei é a lei de adoração, é a lei que fala da nossa
relação com Deus. Então, antes de eu ler as dez, primeiro eu queria que você pensasse no seu adoecimento. Pensa aí em algum adoecimento. Você tá ansioso com o quê? Bota aí no seu papel, tenha coragem de registrar. Vocês estão ansiosos com quê? Estão ansiosos com quê? É pagamento de boleto? Onde é que tá o babado? Onde é que você tem muita ansiedade? Onde você tá muito ansioso? Escreve aí, não enrola não! Você tá enrolando! Já escreveu sua ansiedade? Eu não vou contar para ninguém não, gente. Você vai escrever... escreveu na mente? Escreveu? Eu vou falar
o nome das leis e você vai adivinhar qual é a sua, que você tá afastado. Tá bom isso? Qual é a lei moral? Eu vou cantar as leis morais e você vai identificar qual delas que você se afastou. Tá bom? Ou seja, todo mundo tá com cara mesmo, tá tudo bem! BR cadeira, gente, é só um! Então, primeira lei: a lei de adoração. Ou seja, será que o seu adoecimento é porque você se afastou dessa sua relação com Deus? Você se afastou desse lugar de filho de Deus? A sua fé ficou fraquinha? Então, a lei
de adoração. Ó, segunda lei: do trabalho. Hum, você tá com dificuldade de equilibrar quantidade de trabalho e quantidade de repouso? Qual a finalidade do seu trabalho? Você não sabe para que você trabalha? Você não gosta do que você faz? Você ainda não entendeu o que veio fazer aqui? Você tá embolado com a lei do trabalho? Adoecimento seu tá na lei do trabalho, mesmo que seja trabalho voluntário, né? Mesmo que seja trabalho voluntário, mas trabalho voluntário, às vezes é difícil a gente ter crise, né? Ah, tem que ser... Ah, então tá! Então, lei do trabalho, você
tá embolado nela. Sua ansiedade tá nela. Você tá se afastado desse equilíbrio aqui, gente. Terceira lei de reprodução: essa lei conta sobre sua relação com o filho, mas não é uma relação afetiva. Se você teve filho, se não teve filho, se você constituiu família, se não constituiu família, se você está embolado nas questões de reprodução, nas questões até biológicas dessa questão, a lei de conservação. Essa lei é espetacular; é uma lei que ensina para a gente separar o necessário do supérfluo, que a gente não sabe separar, que a gente não sabe o que conserva e
o que não conserva. É uma lei que, quando a gente se afasta dela, a gente não sabe o que é essencial e fica acumulando o que não deve acumular, e falta o que você deveria ter, exatamente. Então, da dificuldade de conservar, da dificuldade de organizar a sua vida, da dificuldade de manter as coisas — seja na sua vida, também no plano emocional ou só material — a gente pode ver a emoção, claro, claro! A lei da destruição... vamos ver se você está dodói aí. A lei da destruição é aquela que tem dificuldade de desapego. "Eu
não quero que nada acabe, eu agarro tudo, não solto, sou apegado, agarrado, sou acumulador, sou apegado às pessoas para que elas possam renascer." Se o seu "babado" aí é a sua dificuldade de soltar, isso lhe destrói. A sua anima vai se impelir tudo, lei da destruição, né? A lei de sociedade é uma lei que fala da nossa necessidade de conviver. Se você se afastou disso, se resolveu virar autossuficiente, virar ermitão, ou se tornou dependente, só faz com os outros, só com o outro e não sei o quê... isso são desequilíbrios da lei de sociedade: dependência
emocional ou recusa dos laços vinculares, né? Dos laços afetivos. Não teria nada a ver com questões de ordem políticas, por exemplo, da sociedade. Ah, você pode levar para bem-estar social, exclusão social, precariedade social, população de rua... pode, pode, pode sim! Mas aí eu acho que vai estar mais na desigualdade e na igualdade. Vamos chegar lá, antes eu acho que vai ficar melhor na outra lei. Essa é a lei da sociedade; essa lei da sociedade que eu falei sobre isolamento, o excesso de vínculo, né? Falta de limite. Lei do progresso: essa lei vai falar sobre civilização,
o progresso individual e o progresso coletivo. Será que você está progredindo? Será que você está aprisionado na sua zona de conforto? Está preso lá em Betsaidá, na sua zona de conforto, sem fazer mudanças? Faz tempo que está com medo do progresso, está com medo das mudanças, afastado da lei do progresso, a sua vida está assim. Med, assim, ela não sai daqui. A F lei da igualdade: vamos ver se sua ansiedade aí... a lei da igualdade, em primeiro lugar, fala que todos nós somos iguais perante Deus, não há privilégio. Deus fala "desades sociis" que a gente
tenha com as desigualdades de toda ordem, né? Fala de riqueza, miséria, direito do homem, direito da mulher, preconceito. Essa vai a lei da liberdade. Hum, liberdade de consciência, livre-arbítrio, liberdade de pensar! Como é que você está em relação a isso? Você está aprisionado? Você está mais livre? Você tem dificuldade com a lei da liberdade de tomar decisão, de escolher seu destino? Está esperando alguém te dizer para onde é que você tem que ir? Como é que é? Você ainda está chorando as pitangas porque te disseram para você por um caminho, você foi e se deu
mal? Você ainda está preso nisso, você ainda não soltou essa canga, você ainda está amarrado. Como é que está? Como está a sua liberdade diante do seu destino? Como está o seu diálogo com seu destino, né? O diálogo entre a sua vontade e o que a vida, né, mostra pra gente, porque a vida não acontece só do que eu quero que seja... Claro que não, né? A vida é um diálogo entre a minha vontade e todas essas leis que a gente está vendo aqui. E a última lei: justiça, amor e caridade, né? Em que Kardec
juntou. Fala sobre a nossa sede de justiça, esse nosso desespero por injustiça que a gente tem, mas fala de amor ao próximo, amor materno, amor paterno. Fala bastante do amor familiar, como fala do amor entre os amigos, como fala do nosso amor nas relações em geral. Muito bem! Acharam onde é que vocês estão afastados? Onde é que você ficou dodói? Não, não! Agora eu quero, agora, agora... Pelo que você está ansioso? Por um... pode? Eu queria só uma, só uma. Eu queria que você identificasse qual é a lei da qual você mais está afastado. Agora
você só precisa desse diagnóstico. Começa, todo afastamento vai ter ansiedade. Por quê? Hã? Por que o afastamento traz ansiedade? Facinho, ó: aqui eu estou em equilíbrio, tá certo? Aqui eu estou aqui com as leis de Deus. Aí eu começo a fazer assim, estou ficando doente, vai dando ansiedade. Por que vai dando ansiedade? Eu sei em você, exatamente! Eu sei onde eu tenho que ir, eu não sei no sentido de dizer assim, mas a minha alma sabe, a minha alma sabe. Então eu tenho ansiedade da volta, só não volto e fico... é essa ânsia! Tanto que
as leis morais estão gravadas na consciência. Então, assim, saber o ponto do equilíbrio a gente sabe, tanto que quando a gente começa a chegar perto, a gente já vai sentindo alívio, alívio, alívio, alívio. Ai, meu Deus! Eu era filho de Deus, sabia como é que eu não vim para cá antes? Essa ansiedade não pode ser exatamente por não saber o que está gerando, qual é o foco do problema. Quando você sabe, a ansiedade é a sede de voltar, sabe? Mesmo que eu não saiba esse caminho, mas eu tenho sede da volta, porque eu conheço esse
lugar, porque é de onde a gente veio, é a nossa... Origem divina. Então a gente tanto... é verdade que, quando a gente vai chegar perto, a gente vai reconhecendo o conforto espiritual. Aí, gente, eu não quero sair daqui. Vou dar um exemplo bem simplesinho. Tipo assim, vou dar um exemplo bem legal. Quer ver? Pôr do sol com uma pessoa amada do lado. O que a gente sente? Pôr do sol com a pessoa amada do lado? Você quer ir para outro lugar? Não, não, não. Todas as leis morais estão alinhadas. Caramba, não tem uma que está
fora, porque a lei divina, o natural, esse universo... Quando você vê o sol, por que o sol nascer e o sol no horizonte dá tanto bem-estar? Porque é da mesma natureza; a gente se sente completamente pertencente e mergulhado. Não tem diferença entre eu e o pôr do sol. Eu sou ele, ele sou eu, e aquela grandeza conforta. Então, entendeu o que eu quero dizer? A gente sabe quando você está no pôr do sol com a pessoa amada do lado, nada falta. O nome disso é saciedade de cunho espiritual, porque tem saciedade física. Eu estou falando
de uma saciedade espiritual. Você não consegue nem falar; falar estraga. Você cala a boca que é melhor; você só respira. De vez em quando, você fecha o olho, mas você quer abrir para ver o restante do pôr do sol. Ele vai acabando, né? Você vai sentindo aquilo, aquele ar entra, e você fica assim, sem poder até morrer. “Hoje vivi o que eu precisava viver. Acabou. Pronto.” Esse instante dei um exemplo simples que não precisa de nenhum dinheiro. Você pode ir a pé. O que é importante de você entender? Assim, nós sabemos aquilo. Só que às
vezes o afastamento é tão intenso que você confunde esse lugar aqui com lugares lá. Uhum. Então você confunde com o conforto que você sente de comprar um monte de coisas. Porque, quando você compra um monte de coisas, dá conforto; só que é fugaz. Assim, ó, daqui a pouco, aqueles 10 itens esvaziam rápido. Ou comer uma coisa muito gostosa é legal, mas não é isso aqui. Aqui, as necessidades físicas ficam retraídas. Comer, dormir, falar ficam retraídos, porque tem uma imperiosa que é da alma que se encontra ali. Por exemplo, você encontrou Chico Xavier na esquina da
sua casa. Gente, eu ia ter até vergonha de falar: eu não tenho nada para dizer se encontrar com ele. Se você encontrar Chico Xavier, você vai pensar em comer pão de queijo? Não, você vai falar: “Eu sou”. Você vai olhar e vai ficar: isso é presença. Tem outra palavra bonita: prontidão. Nada falta. Então, a gente conhece pouco esses estados. Quantas vezes sente isso no dia? Às vezes, nem dormir sente isso. Deveria ser sempre. O espírito de luz, ele está em saciedade. A gente está em ânsia da saciedade. Tá certo? Então, esse afastamento é adoecimento, e
ele dá ansiedade, porque a gente tem ansiedade de volta. Filho Pródigo, lá comendo a mesma comida dos porcos. “Meu Deus, os fazendeiros L fazendo do meu pai.” Por melhor que eu... eu estou aqui comendo comida do porco. Ansiedade, o que eu estou fazendo aqui? Então, ansiedade é sempre isso: eu estou no lugar nada a ver, com pessoas nada a ver, fazendo coisa nada a ver. É isso que é ansiedade, entendeu? Eu estou no lugar que não era para estar, fazendo o que não era para fazer, com pessoas que não eram para ser. É isso aí,
que ansiedade! Caos. Aí a gente faz muita bobagem: come, gasta, porque a gente fica tentando resolver sem resolver. Não resolve, a gente se paliativo. Dito isso, estamos juntos, já está todo mundo curado. Vou nem continuar essa capítulo. Já está todo mundo sabido que a nossa Joana vai dar; ela vai dar os sintomas que eu fiz aqui uns min... Graças a Deus! Eu vou tentar escrever como é, como aparece. Pense na pessoa. Então, vamos ver nosso livro. A gente já está no segundo trecho, tá? Já passou psicogênese, nós estamos no... como é que é o nome
do caramba? Desdobramento... Ansiedade. Aí de voltar para o meu lugar. Eu sinto que eu pertenço. Sei... isso. B. Tá, deixa! Já desdobramento dos fenômenos ansiosos... É, não... então... desdobramento dos fenômenos ansiosos. Então, assim, a ansiedade, ela é uma febre. Ela é o seu termômetro dizendo assim: pi, pi, pi, pi, pi! Alô! Tá num lugar nada a ver, com pessoas nada a ver, não faz nada a ver. Dá para voltar? Dá para voltar? Dá para voltar? Aí você fica assim: ah, mas onde é que é a volta? Onde que a volta? Pera aí! Será que é
aqui? Será que é aqui? O ansioso é isso. Você não consegue parar. Aqui, não aguenta ficar. É afetivo ficar... orora. Então, nossa, é até difícil dar um beijo em quem é ansioso, porque não dá conta. Então, os estados ansiosos e a nossa capacidade de dar e de receber é humic. Então, claro, você está fora de lugar. Semelhante a um copinho d'água, né? Você está com a jarrinha d'água, um ansioso, ele fica assim: cai uma gota, mas a quantidade de água cai aqui, cai ali, cai ali. Então, a espiritualidade vem, o seu espírito protetor vem... Nossa,
seu... né? Seu tio, a sua avó que te protege. Porque eu estou tentando dar um passe nele, eu não consigo porque ele... Pa... Então é isso. Algumas não conseguem entender, gente, porque ele está em um extremo estado de agitação. Então é sofrido acalmar um ansioso. É sofrido dar um colo para o ansioso. Se você convive com alguém ansioso, você tem que andar na ansiedade com ele primeiro. Se ele só fica andando pela casa, anda com ele pela casa. Vai andando com... entende? Não adianta você falar. Senta aqui, menino. Senta aqui, não vai dar; sentar é
muito, né? Ele come em pé, ele come vendo televisão, ele come olhando o celular e não dá, tá? Então, vamos lá. Eu não sei se eu escrevo "C" se eu falo para vocês. Ela começa assim: ela começa, o começo. O começo é, até o primeiro parágrafo, ela diz o seguinte: "Ansiedade seria uma ausência de serenidade para enfrentar os desafios, né? Claro, por que eu tô com ausência de serenidade para enfrentar o desafio? Porque eu tô fora daqui. Eu tô aqui; como é que eu vou enfrentar um desafio totalmente fora do meu lugar, né? Então, ausência
de serenidade para enfrentar desafios, ela vai dizer, estressa com facilidade. Claro, não aguento nada fora do lugar; tudo me irrita: comportamento doentio, com expectativas perturbadoras, ambições desmedidas, mudanças de estado psicológico, mudanças de humor, necessidade de preencher tudo com um monte de atividades desconexas, ou seja, nada com nada, né? Pouca capacidade de observação; logo, a condição de decidir é pouca, né? Quando é obrigado a parar, olha que coisa interessante! Esse diagnóstico, então, ela primeiro mostrou toda essa agitação, mas se ele é obrigado a parar, tipo assim: entrou no metrô, tem que ficar dentro do metrô. Ela
disse o seguinte: "Amola e dá sono." E aí, ela ainda diz assim, muito interessante: quando você pergunta "Você tá dormindo?", ela responde: "Não, tô só de olho fechado." Viu ela falando isso? "Não tô dormindo, tô só de olho." E aí, aquele sono que vira tédio, que vira moleza. Olha que coisa interessante! Então, uma pessoa com essa alta ansiedade pode viver esse extremo oposto, essa coisa lenta, que não tem energia para nada. A gente acha até estranho; é impedida, assim, a força parece que vai se desfazendo. É muita energia pra fazer o básico. Então, quando senta,
dorme. Sentou... então, eu achei interessante, depois eu fui observando pessoas que eu conheço, muito ansiosas, estão sempre com o pé assim, que tá sempre sacudindo, que tá sempre no celular. Quando para, o corpo é assim: ó, descabaça, cai a cabeça. É isso! Eu acho que o cérebro faz uma compensação, cara. Depois de tanta adrenalina, quando para, vai lá pra outra ponta, é zero. A pessoa não dorme de verdade; ela sai da tomada, ela não é dormir de verdade, né? Aí, ela diz assim: "Então, essa alta descarga de adrenalina que dá origem ao comportamento ansioso traz
essa agitação, de movimentação, locais, mas também fica parada, mas por dentro o pensamento é turbilhão, né? Tô parando, tô caminhando com ela, tudo tá aqui." Ela começou, e ela tá explicando tudo, ó: justificativa que não tá dormindo, tá só de olho fechado. Tá dominada por um estranho torpor. Ela tá... essa coisa que eu faria de ficar, né? A gente... "Você tá dormindo?" "Não, não tô dormindo, tô só de olho fechado." "Desliga a televisão." "Não, eu tô assistindo." "Pode apagar a luz?" "Não pode apagar a luz." O barulho do ar-condicionado, precisa de vários barulhos; barulho do
ar-condicionado, barulho do ventilador, barulho do rádio, precisa de barulhos, né? Que sofrimento, né? Insatisfação com o que faz, querer realizar algo mais, só que não sabe o que. Vai para coisas e não se fixa em nenhuma dessas coisas, né? E já que eu não fixo, eu não consigo me nutrir, que é o copinho que eu falei que fica assim, nunca enche o copo, né? Então, por isso que ele tem uma falácia: ele acha o seguinte: se ele fizer várias coisas ao mesmo tempo, ele vai ter tudo. Então, ele vê o programa na televisão, mas ao
mesmo tempo ele tá com o celular, e ele também come, e ele também escreve alguma coisa que tinha que escrever. Ele tem a impressão que ele tá dando conta de tudo, mas ele tá dando conta de tudo, aspas, com uma baixíssima qualidade, porque ele tá com tudo, mas não está, na verdade, em nada. Porque eu preciso de algum tipo de entrega, porque falta presença para eu receber. Dona Joana vai dizer que essa dificuldade com a presença começou [Música] "Quando eu tava lá no colinho da mamãe, ela não tava olhando para mim, ela tava assim... então,
vizinha." Aí, então, pois é, ele fez aquilo, ele fez aquilo. Ex, não pedindo carne, e o bebê tá aqui procurando o olhar da mãe, e não tem. O olhar dela tá em outro lugar, assim como tem crianças que esperam o dia inteirinho o papai chegar. Quando o papai chega, briga, grita, quebra coisas, esquecido na escola, esquecido em algum lugar, todo mundo vai embora, sua mãe não chega, seu pai não chega. Então, essa é a experiência de ansiedade constante: vai ter afeto ou não vai ter? Vai ter atenção para mim ou não vai ter? Vou receber
ou não vou receber? Então, eu não posso parar. Olha o significado de parar: parar é não receber. Então, olha a pedreira que a gente tem que lutar aqui para vencer. Continuando, Dona Joana, aí ela conta para nós. Ela também vai dizer que pessoas que vivem isso ficam muito preconceituosas, agressivas, violentas; são muito exigentes. Reclama: "Você não pode se atrasar, você não pode chegar daqui a pouco." Você marcou às três horas, tem que chegar às três horas. São exigentes; ele pode se atrasar, mas não aguenta que ninguém atrase, não é? É verdade! Relacionamentos turbulentos, não aceita
nenhuma restrição e é cheio das vontades. Ela diz até que sexualmente são passionais, dramáticos. Vendo ela falar isso, então ela vai fazer um bom esclarecimento quando aparecem nos quadros bipolares, pessoas com transtorno de humor, como que a ansiedade se manifesta. Tudo explicando como é que é... É na 102 isso. Tem um quadradinho todinho. Ela começa assim: "est com facilidade, em razão de autoindisposição, tendendo a padecer transtornos depressivos quase sempre de natureza bipolar." Pode ser que sim, pode ser que não. De natureza bipolar, é horas que fica nesse desânimo, essa coisa deprimida; horas fica nesse outro
estado de intensa agitação, com graves ressonâncias nos equipamentos neuronais. Aí ela vai explicar como aparece nos quadros ansiógenos do transtorno de humor. Passado o momento de abstração da realidade, quando a pessoa, em profunda imersão, mergulha no desinteresse pela vida, porque os quadros bipolares têm tentativa de suicídio muitas vezes. Na tristeza sem par, o salto para a exaltação que essa ansiedade crônica leva, com frequência, a delírios visuais, delírios auditivos, extrapola as possibilidades, assume personificações místicas ou histriônicas invejadas, cujas existências enganosas encontram-se no seu inconsciente. Então, ela mostrou um quadro bem grave. Tá, gente? Isso não é
um quadro de ansiedade comum. Ela foi lá na outra ponta, assim. Então, vamos ver como é que a ansiedade, no seu mais alto grau, é no transtorno de humor, na Mania. Uma vez, eu conheci um jovem que ele se achava o psicógrafo. Ele psicografava, gente, noites inteiras, madrugadas inteiras, dias inteiros. Ele não conseguia entender que estava num quadro adoecido; ele achava que era um gênio que ninguém tinha descoberto. Então, é fascinação; isso é obsessão por fascinação. Ele estava fascinado. Se você olhar, na verdade, ele queria ter algum valor, queria ter alguma importância, ser visto, ser
considerado, reconhecido, né? Muito bem. Terminando, ela, né, desfilam em nossa sociedade, comunidade social, inúmeros indivíduos ansiosos que se negam ao reconhecimento do eu. Tudo isso que eu queria chegar ao reconhecimento. Então, a primeira coisa: a gente precisa reconhecer que tá afastado. Tá certo? Então, se você reconhecer que tá afastado, precisa reconhecer que precisa disso. Mas como é difícil esse passo, não é? Porque aqui tem uma coisa que a gente detesta, que é a gente se sentir vulnerável. A gente confunde vulnerável com fraqueza. Vulnerável não é fraco; é frágil, sensível, como todos nós somos. Somos vulneráveis.
Reconhecer, a gente precisa, se mover, sair do lugar. Não adianta só você: "Ah, eu preciso de ajuda." Precisa de algum movimento, procurar alguma coisa, ir ao encontro de Jesus, ir ao encontro da solução, ir ao encontro do equilíbrio, fazer o caminho de volta para casa. Mas para eu me mover, preciso me diferenciar da multidão. Vou usar o exemplo de Jesus aqui agora. Todas as pessoas que se curaram nas histórias de Jesus que a gente conhece, em qualquer história de cura, alguém saiu da multidão. A mulher, por exemplo, saiu da multidão e tocou em Jesus. Ele
estava passando na cidade, em Jericó. Então, a gente precisa se diferenciar da multidão pra gente se curar. Se a gente continuar vivendo como a multidão vive, pensando como a multidão pensa, fazendo o que a multidão faz, a gente vai continuar doente. Então, vocês já repararam que quando a gente muda alguma coisa na nossa maneira de viver, todo mundo acha esquisito e te cobra para você fazer o oposto? Porque se diferenciar da multidão custa. Então, todo mundo veste amarelo, e você resolveu vestir vermelho? Tá perdido! Vai todo mundo querer que você seja amarelo, e amarelo, e
amarelo, e questiona, e faz bullying, e não sei o quê. Mas no dia que eles estão mal, assim, eles escutam: "Aquele vermelho que você vestiu, como é que faz para vestir aquele vermelho?" Então, eu queria chamar a atenção de vocês para que tem uma multidão aqui dentro também. Isso tem, a multidão do galeirão, sua família, Rio de Janeiro, Brasil, o que você quiser. Mas também tem uma multidão aqui dentro de nós, que estamos aprendendo a nos diferenciar dessa multidão. Porque aqui dentro tem muito eu esquisito. A gente conversou sobre esses eus esquisitos, e eu preciso
me diferenciar dele. Lembra que toda vez que você quiser se diferenciar de quem você tem sido até então, você é o primeiro a duvidar do que a sua multidão vai dizer. "Não pode! Tu tá achando que você é essa coisa legal mesmo?" E começa esse diálogo mental. Então, você precisa conversar com essa multidão. "É, realmente eu fui, né, esse prego até aqui, mas agora eu tô querendo ser diferente. Não tô dizendo que eu não fui prego; eu só tô dizendo que já passou a época e eu tô querendo parar de levar na cabeça. E eu
tô querendo dar um passo de diferenciação." Você não precisa ser prego para sempre. Pelo amor de Deus, seja uma rosquinha, quem sabe? Ser uma porquinha. Tá tudo beleza. Então, diferenciar-se da multidão. E depois que a gente se diferencia da multidão, o que vem aí? Você já tá aguentando, já deixou de ser prego; você já tá confiando. "Ai, meu tempo de prego, né. Beleza, mas agora eu tô um pouco diferente." E agora, tem que sustentar. Como é que a gente sustenta? Hum... en contra com quem? Quem é que vai dar essa sustentação para você? Pode ser
com Jesus, tá bom? Tá bom. Tem que se encontrar com Jesus. Mas esse encontro não é visita de médio; é encontro. Encontrar-se com Jesus é que os ensinamentos de Jesus passam a ser seu modo de ver a vida. Encontrar-se com Jesus é você entender o seguinte: olha só, não dá para eu continuar achando que eu posso julgar os outros e ficar tudo bem. "Não julgueis para não serdes julgados." Sai daí! Tá na hora de você mudar esse vício do julgamento. Olha só... Amar ao próximo, como assim? Já está na hora de você começar a achar
que pode amar o outro, que é diferente de você, que não precisa ser igual a você. Então, os ensinamentos de Jesus vão passando a ser a sua maneira de lidar com os outros, a sua maneira de entender as coisas. Você vai se entendendo, um espírito imortal. Seu filho também é, seu marido, sua mãe, seu pai, seu irmão são espíritos livres. Ninguém nasceu para atender às suas necessidades. Com isso, você acha que, sendo bonzinho, todo mundo vai ser legal. Se fosse assim, Jesus não tinha morrido na cruz. Então, você vai começando a mudar essa maneira infantil
de ver a vida, porque encontrar com Jesus é virar gente grande; é um lugar de alta responsabilidade. Como é que a gente pode olhar, por exemplo, os meus filhos? Eles estão numa fase... são jovens, né? Começando a vida adulta. Então, por exemplo, você falou que eles já são juvenis. Às vezes, eu me preocupo, porque, assim, quando eu me faço um retrospecto como mãe, quando eles eram bebês, eu acho que sempre tive esse cuidado. Esse cuidado, né? Mas, por exemplo, quando eu entro no quarto do meu filho, ele não me transparece nenhum sintoma de adoecimento, de
ansiedade. Mas, quando eu vejo o universo dele, eu fico ansiosa. Ansiosa é desesperador. Sim, são três telas, cada uma passando. Uma está na aula, a outra está num projeto, não sei das quantas, com um fone na cabeça, um jogo de futebol rolando, a música tocando. Eu entro e penso: "Gente, isso é coisa de maluco!" Quando eu gostava de estudar, com uma televisãozinha ligada, minha mãe já falava na minha orelha: "Até aí eu acho que você entrar aqui, eu enlouqueço!" Mas ele, em si, naquele universo, já se acostumou, né? E não passa um sintoma ou um
sinal, digamos assim, um sinal de adoecimento. Muito pelo contrário, às vezes, é ele quem me traz para um lugar legal, né? Então, como podemos ter esse olhar? Como podemos avaliar o que é adoecendo ou o que é fruto da modernidade que vivemos hoje? O jovem, muito mais do que a minha faixa etária, convive hoje com essas tecnologias, estuda com elas. Então, assim, às vezes eu fico me perguntando isso: como eu posso, como mãe, ter esse olhar acurado para não deixar passar um momento onde eu preciso estar atenta a isso, entendeu? Então, o que a gente
pode fazer? Estou aqui pensando, eu como mãe, o que eu posso te dizer? Nós estamos vivendo um momento de altíssimo convite tecnológico para a distração, para a desconexão. É isso, a finalidade é essa: quanto mais desconectado de quem, da gente, e mais conectado com o fora. Essa é a proposta de tudo. A vida moderna é toda assim: você se desconecta daqui e você conecta com o lado de fora, e a promessa é que aqui fora você vai ser mais feliz. Aqui você é pobre, excluído, sem valor. O legal é conectar aqui, porque se você for
online, tem ameaça. Você quer ficar offline? Perdeu, você não pode ficar offline. Você não desliga o celular, né? Então, a ideia é que só aqui fora você é feliz. Essa contradição, essa oposição é que eu acho perigosa. Nada contra a gente estar conectado lá fora, desde que a gente tenha essa liberdade de ir. Só que não é isso, é vai e fica, vai e fica, e consome, e consome, e consome, e desconecta. Aqui, então, o que os nossos filhos fazem? Eles ficam até calmos. É calma da distração. Não estou dizendo que seu filho seja assim,
anestesiado, mas a calma é da anestesia. Mas, se você pensar, ele pode estar assim. O estômago pode estar assim, o pensamento pode estar veloz, a ansiedade pode estar manifestada em outra coisa. Mas o que eu acho complexo neles é que eles prescindem dos contatos pessoais e físicos e privilegiam tudo que é de ordem virtual. Um jovem não telefona para uma pizzaria para falar com a recepcionista: "Eu quero uma pizza de calabresa." Ele digita. Ele tem vergonha de telefonar. Ele não liga para a secretária de um médico, ele digita para a secretária do médico. Então, vai
ficando com vergonha de coisas inacreditáveis e vai perdendo o contato visual. Então, o que a gente pode fazer? A gente que convive com o jovem pode ir inserindo o contato visual, procurar falar, assim, procurar falar, assim, segurar na mão, sabe? É estimular, provocar, porque senão a gente fica igual a eles. A gente fica assim: "Então, você vai hoje para a aula de inglês?" É assim nós dois, entendeu? Porque eles não dirigem o olhar pra gente, então a gente tem que provocar. Eu posso até brincar: "Agora já não faço mais, mas vou no meio." Então, vai
rolar a aula na frente, mas, só um instante, eu só queria... Não é? Então, provoque contatos visuais, provoque encontros. Nós estamos acostumados e a gente meio que fica sem graça. A gente não quer ser a mãe chata, e a gente vai também ficando assim, desconectada. Não! Então, promova pouquinho as coisas. Não precisa exagerar, mas essas pequenas gotas farão diferença. Eu, assim, inconscientemente, busco isso. Por exemplo, vou ver um jogo de futebol. Meu filho está assistindo ao jogo. Então, esquece o telefone, entendeu? E aí chamo ele para focar a mão, para ver o jogo. "Deita na
sua mão, deita no colo, ai mãe!" "Ah, não! Só um pouquinho, deixa eu ficar aqui só um quietinho." Ou seja, provoca contato físico, olhar, contato, presença. Fiz aqui aquele bolinho que você gosta. Prova aqui para ver se tá bom de sal, para ver se tá bom de açúcar. Provoca contato, não se deixe engolir por essa falha, sabe? Essa barreira, né? Tem mais conexão, não tem mais contato. Muitas vezes, ansioso, não gosta nem de ser tocado. Falar tocando, botando a mão, tocando. Eu sou chata mesmo, sou pegajosa. É essa mãe que Deus te deu. Só lamento
por você se acostumar. Talvez um critério, não sei, que eu usaria se fosse meu filho, é observar se ele tem capacidade de desfrutar desses momentos de presença no mundo real. Porque tudo bem se ele tá no quarto com um montão de coisa, mas se na hora que ele vai tomar o café ele consegue sentar e estar inteiro ali, então aquilo é só o momento. Mas se em todo lugar... Gente, tem coisa mais gostosa que abraçar filho? Não tem! Filho grande, filho pequeno, filho médio, filho gordo, filho magro. É bom demais abraçar aqueles bichinhos que pra
gente serão sempre crianças pequenas, né? Porque eles não têm noção do que é. Eles não têm só que virar pai, mãe, vão entender. Eles não têm noção do que é a responsabilidade que dá, o desespero que dá quando a enfermeira entrega aquele bebê pro seu braço. Seu filho, mãe, aquela palavra doce que vai te acompanhar até o fim dos seus dias. Com a pulseirinha que tem seu nome. É, cara, é ele mesmo! E aí você fica com aquela responsa: "Meu Deus, eu vou educar uma pessoa". Aquele dia, 10, 20... É grande, é imenso, né? Eu
senti isso na minha primeira vez. E tem uma coisa que a grávida sente: ela tem medo de dizer isso. Todo parto é a possibilidade da gente morrer. É tão romantizado que a gente tem vergonha de falar isso, mas tem mãe que morre no parto. Porque não... Então, é um lugar... Nascimento dentro de um filho não é tão simples assim como às vezes eles pensam que é. "Ah, você me... porque você quis?" Ou sei lá por quê, não deu, que morou... Não é bem isso! Não é por aí que a banda toca. É uma gravidez que
se dá na alma primeiro. Quando você brinca de bonequinha, você já se imagina tendo um filho, sendo mãe de alguém. Você cuidou dos seus irmãos pequenos. A nossa história maternal tem outras vidas em que você já foi mãe. Não é tão banal, não é banal. Então, a gente poder transmitir pro filho o que é ser sua mãe é algo invisível. Pôr do sol, né? Tá, fil... Pôr do sol, fil... Pôr do sol. Aquela coisa que eu falei: pôr do sol, né? Eu acho isso importante, a gente poder... entendendo que a gente só afina mesmo a
nossa relação com o nosso pai e com a nossa mãe quando a gente vira mãe e pai. Porque quando você experimenta um lugar bem perto desse lugar, desse lugar que é ao mesmo tempo maravilhoso e pesado, pelo peso da responsabilidade de dar conta: "A partir de agora, é contigo." Eu me lembro de eu pensar isso. Eu tive filho jovem, tinha 21. Eu me lembro de eu pensar assim: "Meu Deus, eu tenho que estar em casa o tempo todo para ela mamar!" Como assim? Eu não posso mais sair quando eu quiser? Eu não tenho mais a
liberdade de ser eu. Eu não posso nem morrer, porque ela vai ser uma criança assim... Mãe, meu Deus, eu perdi a liberdade! De verdade, você não pode morrer, você não pode ficar doente, você não pode faltar... É muito. Então, até a gente olhar pra isso com amor, com devoção... Não, não é tão... faz a ansiedade. A ansiedade... Aí, a gente se agarra em Jesus. Falta o último passo. Encontrou? Mas tá faltando a última... Ela fala em ajuda terapêutica aqui, ó. Calma, no próximo capítulo, hora que vem. Hoje a gente só... no desdobramento dos fenômenos, assos.
Ó, encontro com Jesus. O que acontecia com as pessoas que eram curadas com Jesus? O que elas diziam para Jesus? Curou? Não. O que elas diziam para Jesus? A pessoa vivia uma obsessão miserenta, uma lepra desgraçada, uma cegueira sem fim... Ficava curado. O que essas pessoas diziam? 'Agrade... Não! Gente, eu quero ir com você! Eu quero ir!' Exato, exatamente. Então, depois que a gente encontra com Jesus, o que nos acontece é levantar e... [Música]... seg... Você já encontrou comigo. Ou seja, você já entendeu o que você precisa fazer com você. Então agora é contigo! Jesus
diz que ele... que se cou... com a fé dele. Você já encontrou a sua fé? Você já encontrou sua fé. Você... você, ó! É o que Jesus fala: assim. Jesus pegou você lá, nem filinho... Não, não. Aí, acabou a ansiedade! Sentou. Ai Jesus, muito obrigado! Não foi sua fé... Foi sua fé. Agora, se manté. Aí, meu filho, não dá bobeira! Você se manté aqui. Você já sabe esse caminho de volta. Você só vai se desviar dele se você começar a dar voz pra multidão. Vai dar voz pra multidão, você vai voltar pra lá. Agora escolha
contigo! Eu já te mostrei o caminho! Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Ou seja, eu já te dei as referências espirituais pra você equilibrar. Você agora não pode dizer que você não sabe. Você sabe! Você já sabe o que te faz bem. Uma coisa que a gente precisa ter clareza é: cada um de nós precisa saber o que faz bem e o que faz mal. Gente, já acabou ficar experimentando! Que não é pra experimentar, chega! Agora você tem que ter clareza: gente, isso aqui me faz
mal, isso aqui me faz bem. Isso... Aqui me faz mal. Isso aqui me... o que me faz mal? Um beijo pode ser legal para o João; para mim, não é. Então, a gente sair desse Jardim de Infância... que tem que sair experimentando tudo porque é legal? Não, não, gente! Isso aqui não me faz medo. Então, né, quando a gente tem clareza do que faz bem pra gente, aí a gente pode tomar essas decisões, e isso é levantar e seguir. Porque ele falou pra mulher adúltera assim: "Minha filha, presta atenção, não peca mais! Não, pô, que
se você der uma bobeira dessa de novo, eu não vou estar aqui. Tu vai levar pedrada, entendeu?" Não é isso. "Vai, mora." Aí ela perguntou pra ele: "E você não vai me acusar? Você não vai me apedrejar?" Porque, segundo a lei, ele poderia apedrejar; ele estava sem pecado e ele era homem, podia apedrejar. Ela era... "Não, filha, vai. Mas olha, dá bobeira, levanta e segue, vaza, não volta pra cá, porque aqui você já sabe: ansiedade, ansiedade, ansi... ansi... sofrido não é nosso lugar." Muito bem. Cuidar da psicosfera essa semana e na semana que vem, a
última parte da Anade.