Boa tarde a todos e todas dando continuidade ao nosso ciclo de lives que trata das mudanças ambientais globais e suas repercussões locais essa é uma atividade da da disciplina de tópicos especiais de geografia um que trata da geografia física do programa de eh mestrado e agora doutorado em Geografia da u ppgel hoje o nosso convidado ele dispensa apresentações é um grande amigo né foi o meu coorientador no doutorado e há mais de 10 anos alguém que se torna aí como quem divido muito mais do que a academia e o professor Dr Antônio Carlos de Barros
Correa né Ele é atualmente Professor titular pesquisador Universidade Federal de Pernambuco o fpe é membro permanente da pós-graduação em geografia o ppgel lá da UFPE do mestrado profissional ensino o profe gel também da UFPE Além disso lidera o grupo de estudos do quaternado nordeste brasileiro jea e o laboratório de geomorfologia do quaternado da UFPE o Lab jea né entre 2014 e 2018 atuou como coordenador institucional do dinter em geografia o erne UFPE né que foi em colaboração aqui com a gente e colaborou também com a a própria formação do mestrado de geografia sendo parte até
do corpo permanente por um um ano nesse nesse tempo aí em que atuou aqui com a gente no mestrado em Geografia da uer com Ampla experiência em na área de geociências o professor Antônio Carlos desenvolve pesquisas com ênfase em geomorfologia abordando temas como geomorfologia de quaternário ambientes semiáridos história histórica e e estrutural né a aplicação de índices morfométricos e análise geomorfológica e análise geossistema eh sua formação eh e experiência profissional né Ele é geógrafo pela UFPE realizou intercâmbio eh na na universidade da Virgínia na nos Estados Unidos mestrada em Geografia pela pela UFPE local de
sua formação primeira eh doutorado em Geografia pela Unesp em 2020 2001 né e doutorado sanduí em Duran no Reino Unido pós-graduada em geomorfologia também pel pela Estadual Paulista Unesp então dout Professor drout titular né Antônio Carlos Barros de Correa é uma referência no campo de geomorfologia contribuindo significativamente para o avanço de conhecimento sobre os processos geomorfológicos e as dinâmicas ambientais nordeste brasileiro e agora eu passo a palavra com muita honra e muita alegria dando os seus bem-vindos Professor Antônio Carlos obrigado Mais uma vez disponibilidade obrigado obrigado Silvana pelo convite Fico muito honrado de poder voltar
aí a Mossoró nem que seja virtualmente né Vocês estão me escutando bem sim sim tudo bem eh é um lugar que eu gosto muito e a amizade com Silvana é uma amizade de muito tempo já E a essa cooperação ela foi sempre muito frutífera né Eh e falando aí desse ppg de vocês eu acho que foi um ppg muito Pioneiro né foi um dos primeiros ppgs em Geografia Que assumiu mais essa essa eh ênfase ambiental né e eh isso foi muito bem feito a ponto de que vocês tiveram agora essa eh premiação eu diria do
doutorado porque em tempo relativamente recorde né Eh o o programa é alçado ao doutorado e isso é excelente para a formação de nov os pesquisadores aí para vocês então Eh eu fiquei muito honrado com o convite de Silvana mas confesso que fiquei sem saber muito Como contribuir no primeiro momento porque as pesquisas da gente Como ela mesmo conhece o próprio nome do grupo de estudos entrega né é são pesquisas voltadas para o quaternário quer dizer para um período de tempo maior né do que aquele envolvido com essas mudanças eh ambientais mais recentes que tem chamado
muito atenção da Índia e tem muito chamada atenção das populações em geral né que tem aí eh fruto de uma interação de sistemas complexos né sistemas sistemas de uso da Terra com formas de exploração eh eh mal mal ponderadas dos recursos e a gente às vezes acaba tendo que eh meio que separar as coisas né entre o que é aquilo que a gente pode contribuir daquilo que foi a nossa alçada ou até mesmo daquilo que eh a gente tem idade para falar a respeito Então disse não então vamos falar sobre o quaternário no nordeste porque
tem tudo a ver com mudança climática e mais mais ainda vamos falar sobre depósito de Encosta que geralmente é aquilo com que a gente trabalha né se jo trabalhou com isso eu trabalho eh muita gente que a gente tem lidado nos Laboratórios orientando-os pessoal jovem que tá chegando também trabalha com isso e eh o porquê né Por que que esses depósitos são privilegiados aqui no Nordeste e porque porque que eles são eh valorizados paraa reconstrução paleoclimáticas e eh Além disso quais os os limites que esses né que esses materiais podem nos trazer para compreensão sobre
as mudanças climáticas na nossa região e como isso pode chegar até a gente no sentido de e eh propor até mesmo estratégias de conservação para essas unidades de relevo eh bem falando isso eu queria também compartilhar com vocês algumas questões minhas né em relação à pesquisa geomorfológica e a pós-graduação né Eh o que a gente vai conversar aqui hoje eu diria que são eh fundamentos de como a gente conduzir um trabalho a partir de uma perspectiva em que a Geografia física se põe a contar uma pequena história da paisagem eh as abordagens em Geografia física
elas eh sobretudo n na última década incorporaram uma matematização uma sofisticação que é necessária e que eh agora a gente não tem como voltar atrás certo a questão que a gente traz aqui somente é a seguinte eh as questões de pesquisa os problemas de pesquisa em Geografia física sobretudo na geomorfologia são problemas que demandam uma modelagem uma uma perspectiva de criação de um modelo a priori de um modelo Inicial sobre o que aconteceu naquela paisagem ou seja não tem como a gente fugir de um modelo histórico contar a história de uma paisagem não é contar
a verdade sobre a paisagem mas contar aquilo que a gente consegue discernir sobre ela né e onde é que vai entrar a matemática onde é que vai entrar matemática como linguagem aí mediada pelos computadores eh por todas as geotecnologias ultr sofisticadas que a gente tem incorporado no nosso dia a dia que há 10 anos atrás eram impensáveis e agora todo mundo no seu laboratório tem um drone consegue a Campo imediatamente você já tem um hipsométrico mbt eh você leva um GPR você também acaba tendo uma ideia da profundidade dos segmentos da sua área e nos
Laboratórios você tem equipamentos para análise composicional análise geoquímica tudo isso é maravilhoso né mas tudo isso depende que a gente crie um arcabouço um pano de fundo onde esses dados podem nos ajudar a contar uma história inclusive corrigir as nossas hipóteses né então é sobre isso que eu queria falar até porque Essa é a geografia física que me interessa é aquela geografia física com que eu com com a qual eu me identifico a que eu tenho praticado e que ela obviamente também reflete um determinado momento no tempo né C eh Silvana falou que eu sou
professor titular então Professor titular já remete a um momento mais a adiante na sua carreira O que significa que a minha formação já tá numa geração que não é de vocês né E que portanto a as coisas que eu consigo entender consigo falar e consigo reproduzir elas talvez venham já de um outro de um outro Framework de um outro acabolso histórico né de história social e que me influenciou que me mudou como profissional então eh eh envelhecer interessante porque a gente começa a perceber que agora as histórias que eu tenho para contar são histórias mais
antigas e eu procuro ainda fazer sentido delas enquanto a gente conseguir fazer sentido delas talvez V vale a pena continuar com essas contribuições com essas lives e com a participação e a colaboração com a pesquisa em Geografia física Então vamos começar a pensando com pensando da seguinte maneira o que eu vou organizar aqui para vocês é uma aula em que a gente vai tentar entender como o colúvio nos nos serve na geomorfologia como um elemento de reconstrução da paisagem e especificamente de reconstrução paleoclimáticas no caso da geografia da geografia Física não é aqui no Nordeste
separando o contexto semiárido do Nordeste daquele contexto úmido certo e eh como eu posso desenvolver uma abordagem para utilizar o colúvio para minha pesquisa lógico que existe aí uma bifurcação necessária chega o momento em que tudo aquilo que eu eh tudo aquilo que eu problematize tudo aquilo que eu entendi tudo aquilo que eu visualizei no campo precisa ser testado em laboratório e essa não é um objetivo hoje certo o objetivo hoje é falar da construção de um projeto de pesquisa de da construção de uma formatação de pesquisa em cima dos depósitos de encostas do semiário
nordestino enquanto segmentos climat sensíveis quer dizer segmentos que nos referem a entrada de energia da energia climática no sistema de paisagem né então vamos lá a gente começa com uma questão de fundo que é uma questão de conceituação né E essa conceituação ela tem passado por algumas revisões Então não é porque eu vou construir um vou construir uma abordagem uma ideia eh qualitativa sobre a organização dos eventos da paisagem que essa ideia também não passa por uma revisão de conceito de uma revisão conceitual então a gente começa com uma uma necessidade de definir colúvio al
lúvio à luz do que os praticantes de geomorfologia atuais consideram como colúvio aluvio né então qualquer diferenciação Inicial entre sedimentos de encosta colvia e aluviais vai ter que passar por uma definição Inicial genérica desses materiais como a gente vai ver mais adiante na apresentação por tanto vai depender da posição desses materiais na paisagem quanto dos processos envolvidos na formação desses materiais então a gente pode dizer numa primeira numa primeira aproximação que os colúvio podem ser definidos como depósitos sedimentares compostos de coberturas superficiais a gente vai falar sobre coberturas superficiais mais adiante que se acumulam na
base de uma encosta e os colúvio são resultado do transporte por gravidade e fluxos não canalizados e mais recentemente a gente também pode colocar aí o escoamento superficial difuso certo já por outro lado os depósitos aluviais eles são genericamente diferenciados por serem transportados a uma distância maior que os colúvio depositados numa unidade de armazenagem que é a planície de inundação e a sua deposição se dá paralela ao fluxo né dar o fluxo de um canal e o outro aspecto que a gente pode considerar característico é a existência de estratificação seleção granulométrica que é decorrente das
próprias características do do fluxo do fluxo canalizado eh que nós não vamos encontrar no caso dos Simos de enc né Então essa seguindo com essa definição eh a gente vai perceber que para caracterizar primeiro pra gente estudar colúvio tem que separar colúvio daquilo que não é colúvio né E a gente vai perceber que então surge uma dualidade de abordagens uma dualidade quanto a definição né desses materiais que vai propor de um lado né que só é colúvio aquilo que tá diretamente associado às encostas né E também vão acontecer abordagens ou vão vão aparecer abordagens que
interpretam os processos né que vão interpretar os processos que originaram os colosos eh a partir da sua organização interna quer dizer trabalhando com a estratigrafia e a estrutura e a estrutura sedimentar do depósito coluvial essas estruturas vão ser consideradas vão digamos as estruturas sedimentares a fábrica a no ponto mesmo de se estudar microfácil paisani Tem feito muito lá no Paraná né para definir a hidrodinâmica da encosta e só assim fechar um diagnóstico de colu né então se a gente pega aqui uma evolução temporal das definições a gente vai ter material de escorregamento não estratificado e
mal selecionado Depois temos suguino falando que são depósitos incoerentes terrosos localizados nas Vertentes no sopé do relevo né Guerra No seu dicionário material transportado principalmente por efeito da gravidade que vai aparecer no sopé das Vertentes ou em áreas próximas a esses a esses sopés e o departamento de agricultura dos Estados Unidos que se preocupa com essas questões por conta das distribuição de solos inclusive dos solos colvia como massa heterogêna de soros e Rocha depositado pelos movimentos gravitacionais ou os movimentos de massa como também pelo escoamento superficial não concentrado já dentro dessa visão mais contemporânea né
Essa essa questão para mim Ela traz um outra um outro pano de fundo por exemplo se você vai estudar colúvio na Alemanha onde obviamente não é nada semiárido onde muito das formações muitas das formações superficiais ou cobertura superficial da paisagem é ainda herdada dos climas periglacial da fase final do presten né Eh colúvio é muito associado com silt com l com erosão na idade do Bronze ou seja com a alteração da paisagem pela presença humana eu acho isso muito curioso porque isso nos mostra que geografia física ao contrário do que às vezes nós somos acusados
de ser experimentalistas e positivistas etc a geografia física Ela depende muito do contexto Regional até para conceituar então quando a gente lê um trabalho de datação de coluvio por luminescência da Alemanha a gente tá lidando com material que sequer existe no Brasil do ponto de vista de cobertura superficial e cuja interpretação Genética é muito diferente dessas que a gente tá propondo aqui né então só pra gente contextualizar que a Geografia física também Depende muito do contexto onde a gente estuda né assim os depósitos aluviais eles vão ser essencialmente inido como a gente já viu pela
presença do curso d'água como elemento de transporte né posição na paisagem e essa posição vai estar restrita aos fundos de Vale e ao leito dos canais também a gente vai observar nessa posição que a dinâmica do transporte que é o transporte aluvial é diferente né na sua definição ah os depósitos aluviais vão dar origem também a tipos de relevo formas de acumulação microformas como a as barras os preenchimentos de fundo os chamados depósitos de fundo eh os diques marginais planícies aluviais deltas né Essas formas geralmente apresentam estratificação elas podem ser formadas tanto por finos como
por grossos por cascalho ou por areia c e argila a textura e a estratificação vão estar associadas a essas formas e aos processos que é geram como por exemplo as estratificações cruzadas no caso das Barras em imigração no leito né nesse caso o conjunto de formas vai ser o conjunto de formas né e os processos Associados à deposição dos sedimentos aluviais que vão convergir paraa identificação dessa morfologia que ela é ao mesmo tempo indissociada da estrutura deposicional e como ela ocorre na paisagem essa estrutura deposicional subjacente ela se reflete como uma forma de relevo de
acumulação e essa essa imbricação de fatores é o que a gente vai chamar de morf estratigrafia E aí pegando também uma sequência de definições do tempo a gente tem eh no Oriente Médio a né Trabalhando eh com depósitos em Israel e no crescente a do levante a diferenciação estratigráfica entre depósitos aluviais e colvia seria baseada na textura e na estrutura das faces deposicionais quer dizer haveria uma Face aluvial e uma fa coluvial pelo tipo de contato que no caso do dos colúvio sempre é um contato brusco Existe pouca presença do contato gradacion a cor o
grau de seleção e os fatores de pedogênese que acometem esses materiais Mas recentemente Bridge vai nos colocar que são segmentos depositados o fluxo hídrico nos vales dos rios e deltas então aí há uma delimitação geográfica geomorfológica a sedimentos vão entrar no Vale pelo escamento superficial pelo fluxo do canal né e pela planí de inundação e são depositados com pela desaceleração dos fluxos e Miller e j que fizeram um trabalho intenso de reclassificação desses materiais associam os alvos né aos depósitos associados ao transporte de curso d'água restritos a fundos de Vale E aí incluindo no fundo
de vale a planí de inundação certo bem esse problema estaria relativamente resolvido geomorfologicamente essa dualidade encosta planí fundo de Vale encosta certo se não existissem os depósitos coluvio aluviais né os depósitos coluvio aluviais que não são tão comuns no semiárido mas que acontecem sobretudo se a gente tá trabalhando dentro de um contexto de um vale Estreito ou numa cabeceira certo eh eles vão formar rampas que são as chamadas rampas de colúvio al lúvio na transição da encosta né entre o domínio entre a encosta e o domínio do canal fluvial essas formas são decorrentes tanto da
acumulação sobreposta de né sobre antigos depósitos de encostas na base da vertente ou elas podem também apresentar uma sucessão entre depósitos gravitacionais e depósitos mais finos como uma interdigitação né Por exemplo depósitos gravitacionais maciços com depósito de estrutura laminada decorrente da ação do shit flow do escamento superficial lenol nesse caso eh eh a gente pode considerar também como parte dessa unidade as superfícies dos lobos das frentes dos leques aluviais também como sendo depósito coluvio aluviais né seriam formas específicas de de depósitos coluvio aluviais as frentes dos leques aluviais né Eh eu acho interessante aqui essa
colocação de schel e e e Thompson 2015 que consideram a ocorrência de depósitos desses poos laminados aluviais nas baixas encostas formados pelo escamento superficial não canalizado e aí a gente tem uma gama de nomes para isso né escamento lençol eh escamento superficial difuso hoje em dia tem se usado muito Slow wash né E aí eles também colocam nessa categoria os lexes aluviais porque tem essa os Lex aluviais T Esse aspecto de cobertura aluvial mas tem a Gênese associada a uma né E essas alternância de sequências de materiais gravitacionais que são aqueles derivados de fluxo gravitacionais
e aqueles decorrentes do escoamento superficial do fluxo laminar superficial eh então a gente utiliza aí algumas premissas norteadoras como guia paraa gente entender essa relação sedimentos e paisagem e a criação das formas deposicionais né e dentro da geomorfologia do quaternário muitas vezes as pessoas perguntam mas o que é a geomorfologia do quaternário se o quaternário inclui 90% das formas de relevo da terra bem a geomorfologia do quaternário é a geomorfologia das formas de acumulação essencialmente Então as formas deposicionais do relevo elas vão acabar sendo a chave paraa reconstrução da história da paisagem e sobretudo no
ambiente semiário né sobretudo aquelas vinculadas ao ambiente de encosta porque são aquelas que são mais notáveis no nosso ambiente até porque nós temos um sistema de drenagem que pode alternar Rios intermitentes com Rios efêmeros com pouquíssima sedimentação e quando tem sedimentação ela é muito jovem então ela não consegue reconstruir uma história de paisagem que vá além de um tempo digamos na fasta de 1000 anos ou de alguma de 2 ou 3.000 anos a gente não consegue avançar muito a gente não consegue recuar muito no tempo trabalhando apenas com risco né então a gente vai ver
que mais adiante na apresentação que esse material eh o material deposicional nas encostas por si só é um indicador de processos superficiais e de paleoclimas né então o estudo dos depósitos superficiais do quaternário vai depender essencialmente do que a gente entende da geomorfologia da área e dessa correlação entre a forma e o material que a gente chama de análise morf estratigráfica né então para a gente reconstruir essa história deposicional os controles do relevo são essenciais por o material que vai formar os depósitos e vão dar origem as formas reposiciona eles ainda têm uma relação muito
próxima com o relevo seja no ambiente de encosta seja no ambiente dos canais fluviais né eh essas formas eh elas vão tá a partir controladas né Eh a partir de um tipo de consideração de registros como sendo frutos da dinâmica do relevo Então essa visão de que a dinâmica do relevo ela é sujeita a estabilidade e instabilidade ela tem cerca de Vamos colocar menos de 50 anos na geomorfologia contemporânea que Vamos considerar para formação morfologia acadêmica é até um tempo curto que é a ideia de estabilidade e instabilidade na paisagem Então hoje em dia aí
até com eh Inteligência Artificial a gente consegue fazer muita coisa com as nossas fotografias do campo como por exemplo retirar unidades superficiais e identificar a pale topografia né E aí a gente vai ver que a gente consegue identificar muitas vezes que essas unidades elas são correspondentes a um evento ou uma sequência de eventos rápidos né E esse foco do estudo na forma de acumulação é um foco na instabilidade certo e a estabilidade que é o período de calma ou de relaxamento do sistema vai aparecer a partir do estudo de alguns atributos desses materiais Como por
exemplo os atributos geoquímicos mas para isso gente eh eu gosto muito de chamar a atenção para a necessidade da gente separar inicialmente o por que a gente estuda o quaternário no continente ou a geomorfologia do quaternário no continente certo a partir de dados ambientais sobretudo Associados às bacias de drenagem às encostas aos depósitos fluviais e quais as características desses materiais em relação às suas contrapartes eh marinhas certo então a gente vai encontrar que os materiais continentais na paisagem sobretudo aqui no Nordeste semiárido onde a produção de sedimento em larga escala é uma produção baixa né
eles vão ser Geo arquivos imperfeitos vejam Geo arquivos imperfeitos quer dizer eles não são uma panaceia eles não podem tudo para que a gente possa recontar a história da paisagem mas em algumas circunstâncias eles são a única alternativa que a gente tem para falar dessa evolução nós não temos muitos outros dados né bem e uma coisa muito importante no caso do nosso semiário numa área que sobretudo aí no Rio Grande do Norte é importantíssima e que vai ser importante em todo o leste da província Borborema criando espaços de acomodação certo inclusive em tempos muito mais
recentes do que a gente espera em outros em outras situações geográficas da plataforma brasileira certo então esses sedimentos são climat sensíveis mas são fragmentados enquanto os sedimentos que estão na área Marinha na margem Continental eles têm maior continuidade eles têm uma continuidade lateral o que o que favorece também uma uma uma continuidade temporal dos depósitos então eu posso correlacionar extratos ao longo de grandes distâncias e eles trazem dados de grandes bacias de drenagens regionais então eu posso ter os dados do Potengi os dados do Jaguaribe os dados do São Francisco mas eu não tenho dados
discretos da paisagem certo eu não tenho dados de uma determinada bacia no caso aqui do continente a gente pode ver os ambientes 1 2 3 4 5 Eles não estão sobrepostos né esses na verdade não são ambientes esses pulsos de produção segmento eles estão completamente separados na paisagem e daí eles vão depender muito mais daquilo que existe ao redor de uma pequena Serra de um relevo homoclinal de uma chapada seja lá do que for a origem da Fonte dos sedimentos aquilo vai controlar muito mais do que alguns contextos regionais certo e essas abordagens regionalizando Elas
têm que surgir pra gente como reconstrução final e não como uma um ponto apriorístico que a gente considere que eh nós temos já um modelo Regional e nós temos que enquadrar os nossos sedimentos no modelo Regional e muitas vezes é o que a gente tem encontrado aqui em pesquisas onde a o conhecimento sobre a dinâmica no seminário é muito pequeno embora existe um conhecimento Grande sobre por exemplo eh a ciclicidade das eh a ciclicidade das mudanças climáticas condicionadas por fatores por fatores orbitais né que às vezes a gente acaba reciclando reciclando o velho como novo
como novo que deixa de ser novo vira novidadeiro né porque na verdade a CIC as ciclicidade eh a a o controle cíclico cósmico sobre o clima da terra é conhecido há muito tempo né É maravilhoso a gente refinar esse controle mas a gente tem que ter muito muito cuidado com certas camisas de força que esses controles podem nos trazer porque a gente a gente esquece que na superfície da terra existe um componente imenso de caos e de aleatoriedade dos fenômenos né então o primeiro que coisa que a gente vai fazer é trabalhar com esses materiais
na paisagem que nós vamos chamar os Simos em consolidados que recobre a paisagem de coberturas superficiais né basicamente em qualquer lugar que a gente esteja nós vamos pegar aqui o Nordeste semiári nós temos três ambientes o ambiente geoquimico condicionado sem transporte ou seja onde o material se modifica em cito que é o ambiente eluvial que é comandado pela energia geoquímica da decomposição dos minerais primários que vão se transformar para fases minerais mais estáveis mediante as condições vigentes na atmos fera quer dizer as condições de pressão e temperatura vigente da atmosfera o ambiente de Encosta que
é o ambiente coluvial que é o alvo da nossa conversa hoje o ambiente aluvial ou também chamado de ambiente fluvial que é comandado pela deposição nos canais e que também não pode separado do ser separado do ambiente coluvial porque ele interage diretamente lateralmente com esse ambiente né então o controle sobre essa produção de segmento tanto na encosta quanto no canal né De certa forma até também o controle sobre os aluvi sobre a formação de material intemperizado vai depender de eventos climáticos extremos no caso do nosso semiárido e da história da cobertura da Terra Só que
eventos climáticos extremos estão numa magnitude de ocorrência e numa frequência de ocorrência e a história da cobertura da terra numa outra frequência de ocorrência isso é tema para uma outra fala certo porque essas frequências precisam ser abordadas por técnicas próprias por exemplo história da cobertura da terra quer dizer a paisagem Cristina original da nossa Catinga transformada com a chegada de um um herbívoro de grande porte inexistente da nossa paisagem desde pelo menos há 8.000 anos alguma coisa com aquele tamanho ou seja os rebanhos bovinos desde que a paleofauna eh a megafauna paleofauna prestos feneceu que
nós não tínhamos herbívoros de grande porte né então você tem a entrada 500 anos atrás ou 500 e Poucos Anos Atrás de herbívoros de grande porte e obviamente o clima continuou sendo submetido aí as suas mudanças de ciclo curto e isso impacta a história de produção de sedimento mas isso vai depender de técnicas de avaliação diferentes assim como os eventos áticos extremos ocorridos nas escalas de 10.000 anos de 1000 anos certo produzem respostas que são abordadas por outras tantas técnicas então é como eu tentei falar no começo da nossa explicação aqui a gente não pode
fugir da problemas de escala que são geográficos problemas de elementos desencadeadores que são geográficos e da própria história de formação territorial que é o essencial para a recomposição da ocupação da história da ocupação de uma área e dos reflexos dessa ocupação sobre a estrutura superficial ou a cobertura superficial da paisagem né então nessa definição de coberturas superficiais a gente tá se afiliado aí a proposta de devolve que considera as coberturas superficiais como formações continentais in coesas né friáveis ou apenas secundariamente consolidados por um algum óxido de ferro que ocorra por ali e que são provenientes
são respostas da desagregação mecânica e da alteração química então aí ó entra o ambiente de encosta o ambiente do Rio de um lado e o ambiente aluvial produção de temperismo por ação geoquímica do outro né são materiais que não sofreram remanejamento ou transporte né Eh na sua Gênese na sua evolução esses últimos né né aqueles derivados da alteração geoquímica né e o estudo dessas coberturas superficiais Ou aquelas que não sofreram transporte ou as que sofreram transporte nos canais e nas encostas é essencial para que eu reconstrua formas de relevo e Estabeleça uma temporalidade de sua
existência na paisagem certo então se a gente pega uma paisagem semiárida a gente pega aqui um um trato de paisagem SEME árida eh e a gente vai dividir esse trato em unidades de relevo nós vamos associar essas unidades aos materiais de superfície certo então nós vamos ter uma unidade prevalente aqui no Nordeste que são as rampas de pedimento associad as superfícies baixas as chamadas depressões né Eh que são superfícies de transporte com uma declividade inferior a 7º e sobretudo associadas à ação do escamento superficial difuso e os membros coluvial e aluvial que estão Associados aí
vamos pegar a classificação de galde para colúvio material sedimentar transportado e depositado sobre as encostas resultantes de movimentos de massa fluxos gravitacionais e do fluxo do escoamento laminar geralmente deriva da alterita ou seja tem uma um um parentesco muito próximo com os solos de origem certo e se diferen do material depositado pelos Rios o mesmo galde chama de Brasil onde a taxa de produção de sedimento de encosta é bem diferente daqui e eh os processos Associados a essa transferência também são muito diferentes né então o trabalho de reconstrução de uma paisagem a partir dos colv
ele parte necessariamente da gente localizar o colúvio na paisagem inicialmente e propor um ordenamento temporal dentro do que posso chamar de uma matriz de tentativa uma matriz inicial de t ativa que vai nos servir de guia paraa condução de como a gente vai coletar as amostras de como a gente vai propor eh um protocolo um protocolo de análise subsequente desses materiais e tudo gente vai depender de um bom ordenamento é essencial ter esse bom ordenamento para o estabelecimento de um modelo de redistribuição de segmentos que começa com os manos eluviais vai para as encostas certo
as encostas onde se acumula os colúvio essa sobreposição de colúvio que pode ser vertical ou não a gente vai ver isso mais adiante né até chegar no canal fluvial geralmente aqui para o Nossa as nossas áreas de trabalho eu gosto de pensar em duas escalas a escala do maciço residual né Vamos pensar aí eh no Rio Grande do Norte né o macio T Pereiro é um macio residual Então nesse Mao residual Aonde está a rocha mãe onde tá o regolito o solo né o incito o material incito onde estão as Cascalheiras Onde estão os colos
finos e Existe algum depósito de talos que é o tipo de movimento de massa que a gente ainda vai encontrar com mais eh ubiquidade né e depois a gente trabalhar nessas mesmas unidades de estruturação superficial em unidades espaciais menores como as Cabeceiras de drenagem certo E aí nas Cabeceiras fazer esse mesmo esforço e geralmente na cabeceira as unidades tipo deposit talos elas não vão existir né então o que a gente precisa entender também é que essa produção de sedimento da Encosta que vai possibilitar o estudo do sedimentos da encosta ela parte de uma maneira como
a gente é ensinado a pensar sobre a sedimentação né Eh aqueles modelos que vêm lá do século XVII né de continuidade lateral de sobreposição das camadas não é isso é muito bonito e muito interessante quando a gente estuda a recomposição de grandes sequências Marinhas de cicloten continentais aí Associados à grandes bacias interiores as bacias intra carretas as sines mas quando a gente lida com a paisagem a gente vai Verê que há uma diferença entre aquilo que a gente pode chamar de uma sequência sedimentar de uma uma sequência perfeita de encosta e uma sequência imperfeita certo
então e o modelo ideal de transmissão de segmentos no Costa Eu tenho um evento de grande magnitude quer dizer um evento climático de grande magnitude na escala de milhares de anos quer dizer se repete numa escala de milhares de anos que é capaz de esvaziar todos os estoques de sedimentos existentes na encosta para a base da encosta certo levando os níveis de acumulação de sedimentos a montante quer dizer sobre encosta resta uma cobertura mínima de sedimentos e de regolito o dis solos né E a cobertura essencial Ela está na base da encosta certo e ela
vai significar a criação de uma superfície de acumulação uma superfície de deposição que vai se separar da paisagem nitidamente de uma superfície de denudação certo Então a gente vai encontrar uma situação onde eu tenho as áreas produtoras e receptoras de sedimento de longo prazo na base da encosta né A encosta nesse caso ela se comporta como nível de base local e essa sequência de sedimentos que vai se empilhar no nível de base ela acaba resultando numa sequência perfeita de sedimentação onde cada camada equivale a um importante fenômeno de de des ização da paisagem que foi
capaz de carregar tudo para dentro dessa estrutura criando uma superfície deposicional inclusive ainda ativa sobre a qual forão se depositar os fluxos superficiais modernos esse modelo é o modelo que a gente vai encontrar em áreas de produção de colus em faixas noveis ativas por exemplo na faixa Andina nas montanhas rochosas Em certas circunstâncias do antep país Alpino em climas imperados que sofreram glaciação mas é não é o modelo que a gente vai encontrar no nosso semiário e esse modelo é o que a gente pode chamar de cascata perfeita uma cascata onde todos os sedimentos acabam
descendo para a bacia de acumulação certo no nosso caso né no semiário nordestino as cascatas de sedimentos provenientes da encostas são incompletas certo que quer dizer isso primeiro nós não temos sedimentos iente como manto de alteração para ser redistribuído completamente das áreas Fontes até o nível de base local formando uma sequência empilhada né Eh outra coisa que acontece como aspecto controlador no nosso caso né é a falta de eventos climáticos duradores né e com o aporte hídrico suficiente para retirar Todo o material das áreas altas transferindo esse material paraos sopés da encosta assim os sedimentos
acabam ficando parcialmente acumulados naquilo que a gente vai chamar de bacias temporárias E essas bacias temporárias são concavidades ao longo das encostas E essas concavidades TM uma origem estrutural também porque elas são controladas pela erosão diferencial que vão criar espaços de acomodação nas áreas de fraqueza estrutural né ou também podem ser condicionadas no caso de áreas mais suscetíveis a reativação tectônica aqui no no na proximidade da nossa margem passiva né Eh com a criação de áreas de fraqueza estrutural derivadas dessas reativações tectônicas como é o caso do macio do Pereiro no Rio Grande do Norte
que criou áreas de retenção de sedimentos desarticuladas do nível de base geral e suspensas na encosta então aqui pegando uma área da Fronteira Pernambuco Paraíba no Rio Piancó pianco Zinho a gente tem a transferência de coles de alta encosta para média encosta né essa transferência ela criou né na média encosta a deposição de rampas de colúvio provavelmente holocênica né e deixou né vazios na alta encosta sobre a forma de rolos né sobre a forma de áreas eh côncavas mas que ainda retém um pouco de sedim ação plest ou holocênica antiga né Então essa situação de
redistribuição eh em pulsos muito mais do que uma redistribuição em Cascata é o que a gente encontra certo eh assim o que que a gente vai encontrar é que os sedimentos eles vão ficar parcialmente acumulados nessas bacias temporaris né então no caso por exemplo de bacias controladas pela tectônica como é o caso lá do mas também ocorre em Pernambuco a gente pode ter sincronicidade se essas bacias foram formadas ao mesmo tempo mas geralmente nós temos bacias mais antigas associadas à erosão diferencial e uma bacia mais jovem associada a tectônica então aqui pegando por exemplo no
caso do Planalto da Borborema em Pernambuco uma reconstrução também para o Riacho do Meio onde nós temos eh um tributário do Rio Ipanema onde nós temos os níveis topográficos desarticulados acontecendo ao longo de uma zona associada a o a zona cisalhamento de Pernambuco a faixa associada a zona calamento de Pernambuco com muito fraturamento e provavelmente deslocamento também vertical nós acabamos com duas bacias de acumulação separadas na paisagem se a gente pensa nos momentos de grande produção de sedimento né porque obviamente essas bacias depois estão articuladas à rede de drenagem né A a gente tem aí
uma situação de catação da bacia inferior e da bacia superior mas que não mas que podem não ser sincrônicas quer dizer aquela bacia derivada de erosão diferencial a que tá mais alta pode ser mais velha e a bacia mais sensível às mudanças de nível de base decorrente da reativação pode ter sedimentos muito mais jovens daí a gente parte né dessa ideia de que nós trabalhamos com as cascatas incompletas retenção parcial de sedimentos né e precisamos então buscar relações de sedimentos com a paisagem que vão se dar a partir dessa interrelação entre as unidades de relevo
certo e a unidade de relevo a gente vai considerar como uma afeição da superfície né que tem uma forma e uma composição interna quer dizer tem forma e tem estrutura e essa estrutura pode ser Rocha emb basamento ou pode ser uma cobertura superficial né então os elementos da paisagem eles vão ser definidos como conjunto de formas e as coberturas superficiais associadas a esses conjunto de formas dentre a ess dentre essas os colúvio né então uma paisagem vai conter além das formas de relevo ela a forma de relevo ela é somente uma expressão essa expressão é
uma superfície geomorfológica mas essa superfície geomorfológica ela não tem uma idade e ela não tem processo a gente apenas sabe que aí nós temos uma encosta aluvial uma encosta rochosa uma encosta coluvial uma planície aluvial mas nós não temos ainda uma ideia de estrutura subjacente que é o que vai me dar processualidade a estrutura a a superfície do terreno que é aquilo que a gente vai definir como superfície geomorfológica seja superfície da inundacion ou superfície de acumulação é uma forma de duas dimensões ela não tem três dimensões logo a gente não vê o que tá
por baixo certo ah bem as coberturas superficiais remobilizam pela paisagem a gente vai encontrar isso aqui sobretudo para o nosso Nordeste semiárido eles não decorrem dos processos atuais mas decorrem de um balanço de segmentação antigo o balanço de sedimentação atual é aquele onde a gente tem uma um é uma ponderação entre o que entra e o que sai o input menos o output né de onde vem os sedimentos né os inputs de sedimentos eles estão Associados às áreas de cabeceiras né ao transporte AJ usante até a chegada ao canal né e as coberturas superficiais remobilizam
as encostas hoje em dia não são decorrentes desses processos E é isso que a gente precisa entender Por quê muitas vezes a gente faz essa colocação direta entre o processo contemporâneo e o processo antigo e isso nem sempre é realmente o que tá acontecendo na paisagem mas o processo contemporâneo ele é essencial para permitir que a gente volte no tempo para que a gente faça essa contrapartida olha agora eu tenho erosão linar erosão laminar erosão linear erosão de margens de rio que causa solapamento nos rios eu tenho saída de sedimento formando alguns leques jovens alguns
algumas feições parecidas com Lex que a gente chama de flout mas essas feições são jovens elas não acumularam sedimento nas encostas certo então vem aí uma série de perguntas que a gente tem que fazer por exemplo Qual é o setor mais antigo e o setor mais jovem se eu tô estudando uma encosta né nas formações superficiais quais os quais materiais recobrem as encostas certo Quais são os materiais que estão sobre essas encostas quais os processos que produziram esses materiais e qual a relação das formas que eu encontro nas encostas com essa com essa estrutura superficial
né então a quando a gente avança nesse exercício a gente tem que saber separar dentro de uma unidade de relevo por exemplo unidade encosta o que tá estruturando a cimeira dessa encosta o que tá estruturando as encostas a partir de que momento Essa encosta Deixa de ser Rocha e El lúvio e passa a ter acumulação de colúvio essa acumulação é fluxo gravitacional e como é que ela migra lateralmente sobre o plaino aluvial e interage com os depósitos de enchentes Então essa primeira visão ela vai fazer com que a gente necessariamente separe a paisagem entre dois
domínios certo vejam que tudo aqui é um exercício de compreensão da paisagem antes da gente se debruçar sobre ela para buscar os dados né então a gente tem que considerar as condições passadas certo porque a gente vai identificar que essas condições atuais não estão dando conta dos materiais que a gente vai encontrar então primeiro nós temos um domínio dominado pela um domínio dominado um domínio da encosta e dos divisores que é o domínio interfluvial e aí nós vamos ter processos Quais são os processos que levam a acumulação de colúvio né queda de blocos rastejo fluxo
de detrito fluxos de lama esse colúvio desce na encosta e começa a aparecer outro tipo de transporte escoamentos Lope wash que é uma tradução ao pé da letra seria lavagem da encosta né ou escoamento em lençol a presença desse escoamento rápido que é uma resposta rápida à chuva que não infiltra que é o fluxo ortoniquia fluxos de lama que vem lá de cima e finalmente o aluvio onde a gente tem a carga de fundo que é transportada por tração a carga de suspensão em fluxo turbulento e a depósito de enchente em fluxo laminar Então esse
essa visão processual é fundamental porque a gente sabendo onde cada coisa está a gente pode identificar se um avançou sobre o outro por exemplo se eu tenho colúvio onde hoje em dia está passando o Rio o que me indicaria uma dinâmica muito mais acentuada né então nisso uma das poucas leis que a gente vai encontrar da geomorfologia que a gente pode aplicar é essa lei de ascendência das superfícies geomórficas que ela vai estabelecer uma idade relativa entre as formas na paisagem sendo que a superfície mais antiga sempre vai corresponder aos tmos e a superfície mais
jovem é sempre aquela que vai as superfícies mais antigas né então nessa paisagem hipotética nesse modelo aí que é muito conhecido de todo mundo a gente tem uma superfície alvial no topo que é uma superfície a né Essa superfície a no passado ela foi erodida e criou uma superfície eh sobre a rocha mãe uma superfície daud Nacional sobre a rocha mãe e provavelmente um pouco de alterita que é o que eu tô chamando de superfície erosiva B né e finalmente você tem uma superfície deposicional que é a superfície atual da do relevo né que é
composta por depósitos colvia né que a gente tá vai chamar aí de uma superfície eh condicionada pela deposição de colúvio essa que eu tô chamando de superfície deposicional C agora Observe essa superfície deposicional C Quando eu olho em profundidade ela é fruto de duas unidades processuais um fluxo de detrito e um fluxo de lama então eu não posso estar apenas lidando com a superfície para definir a origem dessa forma a superfície ela apenas me dá um dado mas a necessidade de ir em subsuperfície e algumas vezes a gente tem coisas fáceis como por exemplo quando
sobre uma superfície coluvial bem definida nós temos depósitos de talos que aí nos daria uma superfície deposicional mais jovem uma superfície D que ainda tem uma ligação muito grande entre o material e a forma ainda não foi mascarado pelos processos de redistribuição lateral que é o que vai apagar o registro e transformar tudo numa grande superfície deposicional então se eu chego numa paisagem como é que eu começo a trabalhar meu primeiro passo vai ser separar as rupturas de declive na paisagem Porque toda a ruptura de declive ela vai indicar uma mudança potencial de coberturas superficiais
pegando aqui um exemplo da Serra da Baixa Verde lá em Pernambuco no momento que eu separo essas unidades eu começo a atribuir a elas superfícies a essas superfícies materiais estruturadores quer dizer o que tá ocorrendo em cada uma dessas unidades em termos de materiais Lógico que isso vai depender de um trabalho de campo eu vou começar olhando mas eu tenho que ir lá para verificar né então no caso dos estudos de colúvio a gente tem que encontrar na encosta onde o colúvio está se o nosso objetivo é colúvio onde é que ele tá né então
daí eu encontrei o colúvio eu vou definir um perfil estratigráfico onde eu quero trabalhar essa é uma rampa de colúvio É mas o que é que tem por baixo dela Qual é a estruturação dela eu tenho que definir às vezes abrir uma trincheira para poder fazer amostras e realizar análises para daí inicialmente eu tenho que partir de um bom uma boa eh construção de uma interpretação em Campo Onde a gente vai se basear na estrutura do material sedimentar e na sua composição Esse é a primeira maneira da gente chegar a uma a construção de uma
janela ou de um perfil estratigráfico nesse caso aqui a gente tem um coluvio inferior de corrida de lama separado por uma concentração de grossos que eu tô chamando de páo pavimento detrito e um colúvio superior corrida de lama mas nessa paisagem ainda ocorre uma outra componente coluvial que é a rampa de colúvio ou a encosta de colúvio a lúvio né Então nesse caso eh não vai me bastar apenas permanecer com uma se eu tô querendo entender como se deu essa cadeia né Essa cascata de redistribuição já que a gente sabe que nós não vamos encontrar
aquele empilhamento bonitinho o mais velho não necessariamente vai est lá na na base né geralmente o que que a gente encontra a gente encontra um controle um controle morfológico um controle do relevo sobre a cronoestratigrafia geralmente o mais velho tá mais alto da encosta o intermediário tá na base da encosta e o mais jovem tá no canal né raramente a gente encontra inversões dessa ordem então aí a gente chega também a encosta de colúvio al lúvio onde você tem a mistura desses materiais o material da enchente interdigital com o material do colúvio Ora como eu
já f falei antes isso nem sempre é uma realidade aqui para o Nordeste semiário isso é mais comum nas áreas de Brejo como essa aí que eu tô mostrando para vocês porque eh Às vezes a gente não tem o encontro da encosta com o canal sobretudo quando a gente tá trabalhando com setores mais secos certo então em resumo o que que a gente pode identificar é que a A análise ela começa como a evolução das formas e vai depender da gente compreender como as sequência alimentares condicionam as formas depois a gente tem que colocar os
eventos numa ordem temporal tentar organizá-los numa ordem de formação e aí buscar o mascaramento atual para entender o que é o processo de hoje então aqui um exemplo eu tenho uma planí essa planí provavelmente é uma planí holocênica Mas essa planí tá recoberta por um leque aluvial muito mais jovem na faixa aí de 100 100 e poucos anos e esse leque aluvial por sua vez já tem também Vossoroca que são sub recentes Então veja que nessa reconstrução eu posso chegar à aquilo que é mais jovem chegando aquilo que é mais jovem aí sim eu posso
introduzir o componente de eventos climáticos recentes certo daí mais uma vez a gente volta para aquela ideia de fazer perguntas lembre que aquela construção do raciocínio né Eh indutivo Ele sempre vai depender de que a gente tenha essas essas perguntas sendo feitas e refeitas ao longo da pesquisa se nas encostas eu tenho Quais são os mecanismos que estão operando nessa encosta né correlação então vejam isso como é interessante como os sedimentos estudados se relacionam com sedimentos de outras áreas então eu começo a estabelecer correlação com o estudo de Outra área próxima a minha né E
aí onde a gente começa a ter um certo Panorama regional proveniência os sedimentos vieram de onde isso sobretudo quando a gente tá trabalhando nessa interdigitação em Costa canal e essa ideia de idade né quando essas coisas aconteceram e é aí que a gente tem grandes surpresas porque às vezes a gente acha que coisa é muito antiga e a coisa não é tão antiga assim né bem daí eh se a gente vai separar Esse estudo de colosos por unidades geomórficas né a partir dos seus aspectos morfológicos a gente vai encontrar nãoé que a gente pode separar
os colúvio em duas primeiras grandes unidades que são as Cabeceiras colvia e as encostas colvia eu chamaria esses ambientes para o Nordeste de colúvio estrito senso por quê Porque são aqueles dominados pelos fluxos não canalizados certo e eles estão Associados às Cabeceiras não canalizadas chamadas Cabeceiras de ordem Zero onde não tem canal e as concavidades ou Paleo concavidad das encostas preenchidas por coludos não canalizados isso aqui é importante porque isso aqui é aquele componente morfológico do colúvio colúvio tem a ver com encosta certo então Eh esse seria o domínio dos holos né daquelas Cabeceiras elevadas
que a gente encontra muito n nos nossos Brejos nas áreas de cabeceira por exemplo em Alagoas no na serra d' Água Branca em Mata Grande né em Pernambuco numa série de Serras Eh aí no Rio Grande do Norte no Pereira a gente vê muito isso né então a gente tem Eh aí Cabeceiras preenchidas por sedimentos coloniais eh que geralmente não tem canal daí a gente chama Cabeceiras de ordem zero e essas Cabeceiras são separadas por encostas rochosas daí a gente utiliza Às vezes o termo de cabeceiras suspensas como no caso do Pereiro eh e encostos
depósitos de costas claramente de costas como aqui no caso da Serra Talhada né Eh no sopé do maciço da Serra da Baixa Verde onde você tem colum estrito estrito Censo preenchendo antigas cavidades formados por movimentos de massa por exemplo quedas de blocos e fluxos gravitacionais certo já aqueles coles mais transicionais seriam aqueles coles de fundos de vale né Associados também a presença do colúvio sobre rampas de pedimentos e isso é uma coisa que a gente precisa também discutir nos fundos de vale a gente tem aquela interdigitação colúvio aluvio certo com inclusive aí considerando a face
leque aluvial que é um corpo próprio né é um corpo que emerge de uma frente de relevo alto em forma de cone e que sobrepõe sedimentos de fluxo gravitacional com sedimentos de escoamento laminar certo que vai dar que vai dar o or uma estrutura laminada e nós vamos ter nos nossos pedimentos nas nossas grandes áreas planas baixas das depressões também coberturas sedimentares que podem não ser associadas diretamente a uma encosta mas que na origem tem informação semelhante as encostos certo E aí vamos dar somente uma olhada no que eu tô querendo chamar atenção aqui certo
eh nós temos aqui por exemplo de um lado um pedimento e nesse pedimento a gente tem uma antiga depressão uma aquilo que a gente chama de marmita eh marmita de dissolução ou tanques né muit muito estudados aí pelo professor Kleber aí aí no Soró certo e eh essas essas marmitas as coberturas dela são muito mais associadas a fluxos gravitacionais muito mais aparentadas aos processos Associados à formação de colúvio do que processos de lagos propriamente embora exista uma ou outra omia lacusta certo esses depósitos de fundo de Vale aí nesse caso que a gente tá vendo
aqui do recho do meio também tem aí nessa base essa interdigitação entre o que vem da encosta e o que vem do canal criando aí as rampas de colúvio al lúvio né então em geral a gente tem que esses sedimentos do semiárido se acumulam das encostas por movimentos de massa e fluxo gravitacionais principalmente fluxos gravitacionais secundariamente pelo escamento superf eal linar né esses movimentos vão ser classificados a partir da taxa de pela sua velocidade e também pelo material envolvido os fluxos gravitacionais são mais significativos para formação dos colu e eles vão incorporar água com a
matriz de sedimento certo e esse material entra em Movimentação e fica prisionado na encosta por alguma condicionante original dessa encosta certo vamos lá então o primeiro tipo de movimento que eu vou encontrar formando material na encosta são movimentos de massa e no caso do Nordeste semiárido eu vou eu vou me deter a um né o mais representativo nas encostas do semeado são movimentos rápidos controlados pela gravidade geralmente Associados a maciços rochosos muito fraturados é a queda de blocos o rock Qual é o depósito respondente de um rockfall colúvio grossos né são depósitos de talos que
são muito facilmente reconhecidos quando a gente tá lidando com eles na superfície porque eles não têm Matriz são compostos por clastos angulosos geralmente blocos e calhaus quer dizer angulosos não t transporte né E esses clastos mantêm contato entre si quando eles vêm apresentar matriz e eles já estão soterrados por outros depósitos né a principal característica é que ele se mantém uma característica de Cascalheira Matriz suportada significando dizer que desculpa Cascalheira clássico suportada significando dizer que a estrutura da Cascalheira é dada pelo arranjo de um bloco sobre outro e a matriz entrou aí depois aqui é
um exemplo de como isso estava historicamente relacionado à formação dos nossos coludos eu tenho uma queda de bloco histórica recente lá na Serra da Capivara e do lado um depósito coluvial né um depósito coluvial do último máximo Glacial entre e entre um um fluxo de detrito e outro eu tenho queda de blocos anunciando que a presença de queda de blocos aí vem ocorrendo desde o flest no final hoje a gente sabe que essas quedas de blocos estão associadas as chuvas torrenciais contemporâneas daí a gente pode utilizar de simulacros pro passado já para os processos de
fluxo gravitacional que são aqueles que movimentam a mistura de rochas solas e água né né sem que exista um plano definido de escorregamento Então esse material ele é deformado ao longo de todo o processo certo a gente vai ter que um dos componentes mais importantes aqui vão ser os fluxos cascalhos e arenosos de estrutura maciça que é o que a gente vai que vai dar origem a depósitos onde nós vamos ter os clastos maiores em voltos numa numa matriz mais fina aquilo quando a gente se refere a o depósito vai chamar de Cascalheira Matriz suportada
mas o o o fluxo originário é um fluxo de detritos certo e na paisagem esse fluxo detritos ele vai ter um aspecto como uma uma um aspecto tabular quer dizer ele vai formar uma camada contínua certo e essas camadas geralmente elas estão sobrepostas podem estar sobrepostas indicando a chegada de vários fluxos né E quando Às vezes a gente tem uma camada de fluxo de fluto detrito muito grande muito muito espessa na Encosta a gente pode ter identificar aí a sobreposição de fluxos e a gente pode encontrar o contato entre esses fluxos pela presença de um
nível de concentração de cestos aquilo que também estamos chamando de Paleo pavimento detrito por exemplo professor bigarella falou muito sobre isso isso indica pra gente que houve um primeiro fluxo ouve erosão do primeiro fluxo criou-se uma superfície erosiva e agora o na nova superfície deposicional com o segundo fluxo do detrito a outra componente que a gente vai encontrar de fluxo na formação dos nossos colugos são as corridas de lama que são massas de água com clasto finos que atualmente no estudo delas a gente vê que elas se elas se mobilizam em baixa declividade em velocidades
relativamente altas o material fino é mais do que 50% dos plastos Então esse material fino não significa dizer que o que o o produto dessa deposição vai ser uma camada apenas de lama que a gente chamaria de lamito mas ela pode ser uma Cascalheira fina pode ser uma Cascalheira que tenha granos eh ou até mesmo uma Cascalheira média porque a viscosidade desse fluxo é capaz eh gera competência suficiente para carregar seixos né Eh eles esses depósitos também tem uma estrutura maciça tabular às vezes atingindo mais de 1 m de espessura né eles têm uma matriz
geralmente argilosa ou areno argilosa às vezes com um pouco de silt também eh e o arcabouço é areia e eventuais grânulos eventuais grânulos e até mesmo alguns cestos raramente esses depósitos são laminados e geralmente a gente discerne ele muito muito bem porque eles tendem a ter contatos bruscos quer dizer eles têm contatos erosivos bruscos ou com a rocha mãe com um saprolito ou com um fluxo de detrito subjacente bem um fenômeno que a gente não considerava muito é o escamento superficial o slop ó Mas cada vez mais o slou pió está sendo considerado o fluxo
laminar como sendo também responsável pela criação de camadas colvia sobretudo na base dos colui é aquilo que a gente chama de escamento superficial não canalizado shit Flow que no semiário vira fluxo honi que é isso aí que vocês estão vendo a falta de infiltração leva a formação de uma lâmina d'água muito rápida que varre a paisagem nos pedimentos o resultado disso é a transferência do sedimento pros canais e a formação daquela superfície pedregosa que a gente chama de pavimento detrítica né mas na base das encostas isso pode formar materiais como esse aqui certo esse escoamento
superficial em lençol que também a gente pode chamar na literatura internacional de slope ele tá no final das rampas né e eh nos gera aí uma uma certa confusão porque isso é meio aluvial e tem tende a formar aí uma estrutura laminada rudimentar essa estrutura laminada rudimentar só se preserva se o sedimento for muito jovem no caso desse sedimento aí dessa amostra dessa imagem é um sedimento de pouco mais de 100 anos então a gente ainda vê as lâminas mas geralmente rapidamente essas lâminas são pedot turbadas e bioturbation em forma de Cone que saem de
áreas de relevo mais alto aqui no caso da bacia de Fátima eh uma bacia sedimentar S erguida no semiário de Pernambucano que ainda pouquíssimo estudada inclusive é uma bacia de relevo homoclinal onde você tem leques mistos saindo dessa bacia e essa deposição do leque é uma deposição também de encosta daí merece ser tratada como colúvio ela pode est associada tanto mais ao ambiente de encosta como ao ambiente de rio quando ela é muito associada ao ambiente Encosta a gente também chama às vezes de leque coluvial como é o caso aqui da Serra da capivara né
ali com o detalhe o inset do detalhe onde tá lá o professor Demétrio luxemberg na frente de um leque né justamente ali marcando o Limiar entre uma Cascalheira e os depósitos mais laminados e aqui na foto da direita a gente tem é uma visão Clara de um leque no Araripe e observem tanto Chapada do Araripe como como a Serra da capivara O que é isso bacia sedimentar não é à toa e também aqui da imagem anterior né bacia de Fato né os Leques do Nordeste semiário vão estar Associados às áreas de maior produção de sedimento
que vão ser as bacias sedimentares onde o sedimento é mais friável então aí é onde a gente vai encontrar no caso dessa fisionomia do Araripe à direita a gente tem muito claramente o depósito dominado pelos fluxos de detritos depósito de encosta e os depósitos de lavagem de encosta depósito de Enchente e lençol formando a estrutura laminada ali em cima né bem partindo da forma a gente tem que chegar na cronologia queer colocar na idade a gente tá terminando já podem ficar tranquilos certo e hoje a gente fala que as áreas de acumulação nas encostas são
bacias de retenção de longo prazo certo essas bacias também chamadas bacias de acumulação ou bacias de retenção elas estão na paisagem por períodos que podem eh e atingir aí quando a gente fala de uma bacia de retenção em geral até na faixa de 100.000 anos certo só que no caso das encostas essa retenção ela é por um tempo mais curto as bacias de retenção na encosta elas variam de 1000 a dezenas de milhares de anos é o que a gente sabe atualmente pelas técnicas deção Quais são as bacias de retenção de encosta Cabeceiras as encostas
própri ente ditas a transição da encosta para a depressão que a gente pode chamar de piemontes e aquelas coberturas dos pedimentos sobretudo onde a gente tem os tanques né aqueles tanques eh uma coisa que a gente vai ter que também perceber é que a a permanência de segmentos na paisagem por longo prazo né ela só é rompida pela entrada de um evento climático máximo um evento que é maior do que todos os outros que que já aconteceram logo esse evento é ele tem um um tempo de ocorrência mais antigo do que a forma mais velha
da paisagem Então vou pegar aqui um exemplo uma paisagem que guarda sedimentos de 50.000 anos quer dizer que o último evento máximo o evento máximo é o que retira todos os segmentos da paisagem o último evento máximo nesse caso de uma paisagem que que que guarda materiais de 50.000 anos são eventos que superam 50.000 anos numa escala de quais são os tipos de de desencadeadores de eventos nessa escala de tempo eu só vou encontrar aí as relações orbitais da terra e aí eu vou encontrar ciclicidade de 100.000 anos 120.000 anos entre glaciais E interglaciais então
se eu tenho sedimentos de 50.000 anos significa que provavelmente eu vou precisar de um outro ciclo Glacial interglacial para que esses sedimentos saiam É só assim que eu teri energia suficiente mas como a gente tá trabalhando com paisagens continentais muito fragmentadas pela geomorfologia essa compartimentação do tempo ela vai ser dependente do ambiente que a gente trabalhando tá trabalhando porque pode eles podem ter tempos máximos de permanência diferentes certo que não sejam os tempos regionais né Então essa diferença ela vai criar pra gente uma situação em que há uma diferença exponencial entre os tempos de duração
dos eventos que vão formar unidades deposi iis do quaternário certo eh esse entendimento pra gente é primordial numa paisagem geomorfologicamente fragmentada como é uma paisagem do semiário né Eh aquilo que a gente chama de rápido e lento vai variar dependendo daquilo que a gente dá estudando então por exemplo na encosta um depósito para se formar ele pode levar de décadas até 1000 anos para se formar um colúvio esse depósito pode permanecer na costa por 1000 anos até mais de 10.000 anos certo geralmente aí na faixa de no máximo 20.000 Então essa temporalidade na encosta ela
vai apontar pra gente a a operação de controles milenares sobre a sedimentação os controles milenares ou são autorregulados intrinsecamente pela circulação atmosférica terrestre e pelas correntes marinhas ou pelo tempo cósmico com ciclos de 10.000 anos né Bem já no longo dos canais Esse tempo é muito mais reduzido nós temos os intervalos para formação dos elementos deposicionais de 100 de 10 a 100 anos e as formas nos canais no caso do semeado temos aí permanências de 1000 eh em torno de 1000 anos e recorrências eh de formas de 1000 de sobreposição de 1000 anos de duração
eh atingindo aí até o alocen médio chegando a 5000 anos eh O que que a gente vai encontrar também que embora a gente chegue a fazer essa composição Existem os eventos estocásticos que são aqueles que fogem a regra porque o relevo perturba ação das massas de ar certo e com isso a gente pode ter eventos que ocorrem singularmente numa bacia e não ocorre noutras certo daí eh quando a gente cria uma coluna de tempo para o Nordeste semiário a gente consegue já perceber que existe uma certa influência de ciclos milenares como por exemplo os eventos
chamados eventos hiring e os eventos dans gard iger que são aqueles eventos Associados a o Oceano Atlântico Norte a produção a fases máximas de produção de inselberg e f e fases de aquecimento né para o Nordeste semeo esses eventos milenares eles Estão guardados no col nos columbos no momentos mais chuvosos de produção de colúvio ou momentos mais secos certo bem a relação entre o tipo de evento e o seu sinal térmico ou o seu sinal de precipitação ainda não tá regionalizada pro Nordeste mas a gente observa que no leste do nordeste na Borborema sobretudo a
gente tem coluvionares que são fases mais frias e fases de maior umidade né no sobre tudo no Atlântico Sul associado a fases mais frias do Atlântico Sul mas fases mais frias geralmente pro Nordeste não trazem chuva dasas áreas que dependem de chuvas vindas da zcit como acontece aí no Rio Grande do Norte no Ceará no Piauí no Maranhão né então esses dados por exemplo Associação de coluvio com as fases rires elas podem ser muito bem vistas para as áreas que dependem dos fluxos de alizo de Sudeste mas para aquelas áreas que dependem de chuvas das
eit isso já não é tão claro e aí no nordeste a gente tem esse bolão aí no meio que eu coloquei aí de vermelho que que é justamente esse essa área onde hoje em dia tá se falando de existência de um clima árido isso a gente sabe há muito tempo né não é novidade é justamente onde Nem chega a z cit e nem chega as chuvas de verão das ecas que também aí são comandadas por sistemas frontais essa área é tão C que é a única área do Nordeste onde a gente encontra Dunas continentais então
aí a gente tem um outro elemento geomorfológico que ainda tá sendo estudado em mais profundidade e que pode nos dar mais relações de vínculos climáticos bem o que a gente vai encontrar finalmente é que as idades de sedimentação coluvial para o leste do Nordeste semiário demonstra uma cascata de sedimentos onde os sedimentos são transferidos de uma maneira Conexa desde o evento R 5 aí há 50 e poucos Mil Anos Atrás né as idades das amostras prosic elas estão muito associadas aos eventos rires sobretudo a partir do evento rires chamado 5 a e a recorrência desses
eventos quer dizer a repetição é na faixa de 7 a 10.000 anos de 20.000 anos para cá quer dizer após o último Glacial as idades demonstram o controle climático dos eventos holocênica até a transmissão PR Estoco holoceno o máximo de humidade do holoceno Superior que vai até em torno de 8.200 anos e a entrada no olano médio então a gente pode dizer que a sedimentação ao longo dos últimos 60.000 anos ela foi ativa tanto nas encostas quanto chegando até os pedimentos e obviamente ela observou aí a existência prévia de controles de níveis de base quer
dizer a existência das áreas de acumulação E essas áreas de acumulação desconectou esses sedimentos no holoceno a gente consegue perceber que dos colúvio que se estudou pro leste e Nordeste apenas três eventos foram suficientes para remobilização de colúvio Mas isso não impede também ocorr alguns eventos estocásticos que que gerem colúvio de 5000 que tenham gerado colúvio de 5.000 anos para cá e é aí que entra o componente de mudança climática histórica é quando a gente consegue separar a produção Regional de segmento que para os nossos colosos Termina por volta de 5000 anos e aí sim
a gente vai começar a entender Quais são os mecanismos mais recentes para essa produção de simo E aí a colaboração faz necessária com com arqueologia e mais do que tudo para os últimos 500 anos a utilização de técnicas utilizando isótopos de meia vida curta para que a gente possa recompor as histórias erosivas mas que infelizmente nos coloca no patamar de 150 anos né mas pelo menos 150 anos coincide com esse famoso patamar de inflexão de aumento de temperatura associada à Revolução Industrial e isso já nos permite entender como as conexões com El Nino de Polo
do Atlântico podem ter exercido influências para provocar mais erosão nas áreas também impactadas pela pecuária extensiva E aí vamos falar dos núcleos de degradação de terras né que nós temos aqui no semiárido para não falar de desertificação o núcleo grande do Seridó o núcleo de Cabrobó o núcleo de gibu e os vários núcleos do Ceará bem pessoal era isso que eu tinha para falar para vocês hoje e agradeço muito convite espero ter dado uma ideia do que a gente tem feito e isso é uma uma espécie de aula síntese mas focada onde esses sedimentos estão
e o que eles representam tá bom Era isso que eu tinha para falar muito obrigado maravilhoso eh eu acho eu acho interessante é que você fala assim não só uma aula síntese né e a gente e a gente fica aqui maravilhada mas eh queria abrir aqui para o pessoal se vocês têm alguma pergunta alguma eh contribuição alguma alguma Fala aí nós permanecemos aqui Antônio Carlos com em média com 28 27 30 alunos uma boa turma aí de de graduação né porque eh na pós-graduação a gente não tem essa quantitativa de gente no eh na sala
de aula eh Muitíssimo obrigado pelas suas contribuições eh esse tema é um tema que realmente eh nós nós precisamos revisitar lá eu come você falando e eu pensando lá no no Pereiro né na quando a gente fez aquelas eh datações lá e fizemos datações algumas sobrepostas né E tem alguns dados bastante interessantes eh mostrando essa remobilização mostrando esses intervalos né de de remobilização bastante cur e que a gente precisa de repente revisitá-lo para entender melhor essa dinâmica né aqui você trouxe vários insights pra gente e esse esse trabalho aí com essa visão aqui do do
Nordeste né setentrional e o semiárido o quanto a gente ainda tem lacunas né para preencher mas ao mesmo tempo né temos já temos alguns bastante dados para fazer interpretações né sobre o o essas dinâmicas e agora no final quando você fala sobre Eh esses 150 anos né que é com em em cooperação aí com a arqueologia eu é bastante interessante André de Oliveira Eh Lucas né traz diz Excelente excelente eh apresentação Muito obrigado faço suas minhas palavras Lucas e tem uma uma pergunta aqui de André Oliveira Souza eh essas dinâmicas de sedimentação de encosta ao
longo do quaternário o professor acredita que podem ter ocorrido também em outras regiões de Nordeste Meridional sim sem dúvida a a principal diferença é justamente aquele marcador do do que causa sedimentação né então eh a gente não tinha isso há muito tempo atrás agora a gente já tem de que há uma diferença entre o Nordeste o semiário do Meridional e o semiário do setentrional em função dos elementos que controlam o clima contemporâneo Então as chuvas atuais as chuvas atuais para o do Nordeste são muito mais decorrentes começam essa época agora do ano da presença desses
corredores de umidade que se estabelecem entre Amazônia um corredor de umidade de humidade nos baixos níveis que é provocado né pela Monção eh do do Chaco paraguaio né a baixa a baixa térmica que se estabelece lá de 18 mbes e esse fluxo também é redirecionado pela existência dos ciclones extratropicais na costa sudeste formma frentes frias então isso forma uma espécie de um sigmoide aí que vem desde da Amazônia até o Sudeste do Brasil e avança até o Sul do Nordeste né eh no caso do norte e do Nordeste você tem a zite né E no
caso da faixa Leste você tem muita influência dessas perturbações associadas aos alísios que respondem um pouco a mistura dessas duas outras coisas mas também tem a ver com eh o campo de dos alísios e a temperatura de água da água do mar Então essa situação toda ela vai nos criar eh zonas de impacto climático diferente Bem se a gente reproduz isso para o pleno a gente vai apenas intensificar esses moduladores E essas essas modula elas migram espacialmente também né mas o que que a gente vê justamente existe essa faixa que não foi que não é
contemplada por essas modulações e que tá ali justamente ainda associada à presença desse corredor de aridez ao longo do submédio São Francisco chegando até aquela região de chique-chique então provavelmente o que a gente vai encontrar eh André é lá da de Barreiras né O que vai encontrar em termos de idad de coluvio naquela região vai ser diferente daquilo que a gente vai encontrar mais para cima só que no primeiro momento eh nós não tínhamos tantas idades agora a gente já tem então a as primeiras regionalizações começam a aparecer mas a gente tem que ter muito
cuidado porque como a gente sabe existem esses eventos fora da curva e os e os episódios de encosta eles não são simulacros perfeitos para reconstrução paleoclimáticas Mas eles são os possíveis em áreas onde a gente não tem tantas evidências não é mas assim o que eu diria para André que ele vai achar que os triggers os desencadeadores são climáticos Mas provavelmente respondendo em outras com uma outra modulação né Por exemplo eh eu não acharia incomum que ele achasse lá columbos muito mais jovens porque o holoceno o holoceno superior do Sudoeste da Bahia é muito mais
úmido do que o que a gente vai encontrar para o centro e o norte do nordeste semiário Então essa é uma questão que provavelmente ele vai ter eh e muito mais afinidade paleoclimáticas com o Sudeste enquanto que nós temos mais afinidade paleoclimáticas com o leste da Amazônia e uma meio que uma área meio assim confusa que essa área Costeira da Borborema né até cerca de uns 200 300 km pro interior até a encosta ocidental onde a gente tem muita influência do alísio E aí se a gente tem mais frio por exemplo durante um episódio H
um episódio de 8200 anos por exemplo mais frio e um Atlântico quente né essa situação faz com que os alísios se encham de humidade e você tenha muita chuva na fachada oriental do Nordeste Então essa é eh é a operação que a gente começa a definir agora mas o que eu estava querendo dizer desde o começo é que tudo isso é o final mas para chegar no final tem os processos né e eu acho que na pós-graduação o que a gente tem que fazer é fazer essas esses deveres de casa de como a gente se
comportar diante do que a paisagem nos tem como signos né como dados né e eu acho que isso além de tudo é um exercício de geografia eh além de tudo certo é um exercício de trabalhar com a leitura da paisagem e a leitura da paisagem nunca é dissociada né eu tenho que entender se tem oroca É porque tem uso da Terra a Vossoroca pode me facilitar porque eu consigo chegar no sedimento mais facilmente através do corte da incisão da Bossoroca Mas por outro lado ela vai perturbar a deposição lá embaixo porque ela vai criar uma
unidade deposicional muito jovem que não serve muito para nada tá entendendo quer dizer não serve para nada para reconstrução de longo prazo né A o o Emerson Silva né ele fala que Professor Antônio Qual o papel do controle estrutural na criação dos espaços de acomodação de sedimentos tanto na encosta quanto no sistema fluvial Pois é esse é um papel duplo né que também a gente também precisa revisitar esse tema eh é um papel duplo por a erosão diferencial ela vai atuar sobre zonas fraturadas mais fraturadas zonas mais fraturadas são uma respostas dos Campos de tensão
recentes ou vamos dizer modernos vigentes né nos últimos milhares de anos dezenas de milhares de anos em função dos processos que afetam essa fachada mais protuberante aí da plataforma brasileira Onde tá a província borbor então eh não é simplesmente fazer essa transposição direta a zona de cisalhamento reativação bem Zon cisalhamento é uma estrutura muito antiga do proterozóico mas que ao tecido reativada por ser mesmo sendo antiga uma zona de fraqueza ela não necessariamente pode ser trans pode ter sido pode ter sido gerado falhas cenozoicas mas pode ter gerado áreas mais fraturadas mais suscetíveis e aí
é também um elemento de reativação então a reativação nesse caso ela vai ser vista como um produto indireto da erosão quer dizer era a a denudação primeiro com a formação de um manto de um temperia e mais adiante com a sua remoção em zonas mais fraturadas vai gerar alguns condicionantes na Encosta que podem evoluir paraa formação de bacias de estocagem não é E essas bacias de estocagem elas sempre apresentam algum controle estrutural né sobretudo no semiárido então a gente nunca deixa de ver isso não é que apenas a geometria original da encosta tá associada a
isso embora as concavidades na base A ou a convexidade Eh que que dissipa os fluxos superficiais na base de uma encosta tudo isso a gente não pode deixar de considerar mas as áreas de retenção para o semiárido elas acabam tendo uma origem estrutural acabam tendo uma origem estrutural os estudos também têm que voltar-se para essa retomada dessas situações né Eh tudo é meio pendular né a gente temha uma época que estrutura era tudo depois estrutura passou a ser nada depois estrutura passou a ser alguma coisa e agora a estrutura voltou à moda né então a
gente falava lá atrás olha essas bacias estão soerguidas e uma prova do soerguimento Recente delas é que não existe área de circum denudação entre a borburema e o planalto do Jatobá aí ah não não isso tudo é muito velho isso tudo é uma coisa do cretáceo aí agora volta-se a dizer que essas áreas são jovens né né então Eh o fato é que eh a gente não não tem que se filiar a isso ou aquilo mas a gente tem que buscar evidência sempre né E as técnicas elas surgem como elementos que vão se associar as
evidências que nós temos ou descredenciar Mas a gente não pode viver nessa nesse novidadeiro o tempo inteiro Ah agora o negócio é só esse o negócio é só aquele por exemplo se você pega os trabalhos do o professor dard de André de Lima biog geógrafo dos anos 60 ele já falava no bolsão de aridez de Petrolina de Juazeiro daquela área do submédio inclusive com a presença de algumas espécies associadas ao Chaco né ao Chaco paraguaio e até ao a a região de algarobo do Sul do Sul do Peru né então a gente não pode eh
deixar de ter essa leitura mais vasta certo e buscar essas reinterpretações sempre que possíveis mas mediado também pelo um projeto um projeto de pesquisa né não é simplesmente chegar e querer ver aquilo que o método está indicando a gente tem que ter um método de de observação né E esses métodos eles geralmente vão além do nosso objeto prpo vai bem ai da encosta né então eu acho que é é muito bom isso que eh o Emerson pergunta porque e sobretudo o Rio Grande do Norte tem um campo de trabalho né fertilíssimos para as questões morfotectônica
Ou seja a preparação do espaço que vai receber o sedimento né Essa é uma questão muito interessante e essa preparação né a eu acho que a chave aí está na geocronologia porque a gente não tem a precisamente né quando ocorreu essa reativação né E a gente tem que ter esse esse dado para poder entender se realmente o processo da reativação ele tem a ver com o colion ou ele foi apenas um processo de formação daquele Locus de deposição né Eh essa sua colocação é tão importante Silvana porque na Serra da capivara que também é condicionada
pelo lineamento Transbrasiliano lá né lá no no limite da província borburema a a 800 km em Linha Reta da Costa ou mais eh eh há dados de maior sismicidade no no último máximo Glacial e muita queda de blocos no último máximo Glacial né então Eh é óbvio que essas coisas andam de mãos dadas uma coisa não não Afasta a outra de forma nenhuma sim mas a gente também nada na natureza é tão direto né as interpretações elas são eh tem que ser muito mais cuidadosas e com esse esse esse raciocínio a linha de raciocínio que
você constrói nessa nessa sua na aula né que você chamou de aula que é um um grande de um curso né de de geomorfologia eh Mas enfim vamos lá desmistificando ante as muitas especulações meteorológicas os eventos degradação desertificação a aonde os processos de compreensão da paisagem eh por parte da Visão geográfica se faz necessária Isso é verdade eh é tanto que na geomorfologia o termo desertificação e não é muito bem-vindo porque eh o que a gente tem é degradação de terras né e eh a desertificação é um processo para mim hoje em dia cada vez
mais social porque ele tem que estar atrelado a um componente de degradação da qualidade de vida das populações Então existe um componente de redução por exemplo dos índices que aferem essa qualidade de vida aumenta a desigualdade piora o índice de desenvolvimento humano certo por exemplo Será que os impactos causados em eh pelo pela perda de precipitações e aumento e aumento da erosão superficial eh no estado de queensland na Austrália no no leste de queensland no Oeste de queensland eh cria desertificação certo Então essas são questões que a gente tem que tratar com muito cuidado porque
às vezes são vistas como uma coisa só e não são não é agora que mudança do uso da Terra cria degradação isso sem dúvida certo isso sem dúvida e se essa degradação ela é potencializada porque os eventos extremos se tornaram mais extremos isso também é um outro componente que precisa ser investigado e que e que nos nos mostra tendências no tempo né tendências no tempo então o que que é difícil de filtrar nessas tendências por exemplo eh se essa paisagem não tivesse degradada pelo uso da Terra ela teria produzido mais sedimento pros açudes ou ela
teria permanecido num estado de estabilidade ou naquela daquilo que a gente chama de equilíbrio equilíbrio condicional né Ela poderia ter migrado um pouco eh e voltado a uma digamos ela teria ela ela não teria quebrado a sua resiliência ela tinha ficado naquela estese mas a estese não tinha jogado a paisagem para um outro patamar de funcionamento caso não houvesse a degradação da terra né né então eu eu acredito que o que a geomorfologia pode contribuir com isso é justamente colocando os pingos nos is né assim Olha isso ocorreu aqui e aí nós temos evidência de
que nesse momento havia uma supressão da Catinga e a transformação de catinga em pasto E aí tá aí a gente tem um dado né E aí você vai precisar de outras componentes que são os componentes sociais paraa gente identificar se o que tava acontecendo Ali era uma um era realmente um super uso da base física porque aquelas populações eram desassistidas e não tinham como buscar recursos de outras formas certo então são realmente imbricações mas a geomorfologia ela não pode dar uma resposta para tudo né o que ela pode dizer é se aconteceu ou não aconteceu
erosão certo isso é o que ela pode dizer eh André de Oliveira fala assim eh no âmbito da pesquisa científica Professor acha o professor acha que a ampliação de disponibilidade de técnicas tem suplantado discussões teóricas mais profundas que poderiam trazer mais avanços eu acho muito boa essa pergunta acho eu acho André eu acho eu acho sim agora tudo é um tudo é um circuito com técnicas você publica mais publicando mais você concorre a bolsas concorrendo a bolsas você ganha mais e noss baixo Então tá entendendo então Eh é é isso mas assim se você for
ver tem tem trabalhos muito densos com muita teoria eh independente da técnica né das técnicas quer dizer há aqueles que dizem não geomorfologia tradicional morreu Só existe agora geomorfologia técnica eu acredito que isso não é verdade porque se fosse verdade eh a gente teria visto esse movimento no mundo inteiro isso teria acontecido também com outras do conhecimento se a gente tivesse suplantado o que acontece suplantado a discussão teórica hipotética eh da a derivação de hipóteses eh apenas pela medição e aferição de algum componente na paisagem pela utilização de algum equipamento eh isso não isso não
aconteceu até por uma razão muito simples numa ciência como a nossa que é uma ciência que constrói hipóteses o máximo que a gente pode fazer é destruir e repor uma hipótese por outra eh a gente não tá buscando a verdade a gente tá buscando apenas criar cenários mais plausíveis de interpretação Então essa visão de ciência como Redentora da Verdade etc Isso é uma substituição da religião por ciência que é absolutamente inútil né então eh eh ciência ela vi ela ela tá aí para resolver algum problema que você racionalmente propõe e eh obviamente que ela é
mediada p as técnicas da época Então quem conheceu sensoriamento remoto há 40 anos atrás a pessoa para fazer um doutorado eu não digo nem 40 a 25 a 20 para fazer um doutorado ele quando terminava de aprender a mexer no programa o doutorado tinha acabado e ele acabava Produzindo um mapa lá e o doutorado era o mapa porque foi o que que ele conseguiu fazer hoje em dia você faz você abre o site da National Geographic e você cria mapas numa numa plataforma eh do wre da do erdas né uma plataforma uma plataforma amigável que
uma criança de 12 anos pode gerar mapa de usos da terra então eu não vejo nada não é um fetiche gente isso não é sabe quer dizer é um fetiche porque é depois fica tão fácil de usar né Depois fica tão simples fica se usar drones fse tão complicado as pessoas não estavam no tiktok usando drones o tempo inteiro é verdade né você Seme Ass você precisar ser do doutorado mas para interpretar o que acontece na paisagem a gente tem que continuar estudando geomorfologia é isso que eu acho e é uma construção né Antônio a
gente tem eh a gente passou de uma de uma década H vou dizer aqui de várias na verdade várias décadas Né desde os anos 80 90 eh a gente passou de de uma década de um de Vou colocar aqui o um certo deserto de técnica né para uma profusão aí de de eh entrada né de técnicas dentro da da geografia física e eh é natural que você tenha certos certas empolga sões né dentro desse processo é até bom é até bom né é até bom é até bom mas é a a a geografia são longevas
talvez a geografia seja uma das ciências mais antigas do mundo do ponto de vista da da criação da ciência na sociedade europeia ocidental né Eh se a gente for por esses caminhos aí mais eh culturais eh Então como uma ciência muito antiga Então ela continua sendo feita e ela continuará sendo feita porque a gente precisa de usar o espaço viver no espaço pensar sobre o espaço e Obviamente as técnicas vão mudar ninguém vai usar o solá ninguém vai usar mais a bússola que os portugueses utilizaram nas nas navegações do século X então é claro que
não certo é claro que não assim como as sociedades vão mudar né mas aí acho que como eu tô dizendo a gente tá ficando velho e aí quando a gente fica velho a gente vê que essas empolga são muito de determinado momento de um determinado grupo né então eh é isso mas eh eh eu diria assim que a gente tem que tá sempre retroalimentando o nosso em geomorfologia com geologia com geologia histórica sim com climatologia com biogeografia né e modificando também por exemplo muito do que a gente tá falando já que se fala agora não
é aquilo que se falava a 50 anos há 40 anos há 30 anos e que não vai ser aquilo que a gente que vai se falar daqui a mais de 20 anos então eu acho que a gente não precisa ter essa essa sabe essa angústia toda agora existe a parte objetiva disso tudo como eu disse no começo sem técnica você não publica se publicar você não orienta sem orientar você não faz parte de programa de pós-graduação E aí você precisa uma coisa precisa da outra certo e é e não é de jeito nenhum desmerecimento paraa
técnica é o contrário quando a técnica é utilizada para resolver problemas e hipóteses o ruim é você pegar uma tese que não tem hipótese você pegar uma dissertação que não tem hipótese eh a gente continua fazendo levantamentos de área fazendo levantamentos de área com com boas técnicas porque aí deixa de ser pesquisa é só levantamento né então é é isso que também a gente tem que se considerar tem que considerar eh eh eh pensar mais sobre aquilo que se produz na academia como como trabalhos que realmente busquem estabelecer correlações com relaçõ causais sem isso a
gente não tem um trabalho científico de fato é só isso É verdade professora Vanda Muito obrigado pela audiência Eu que agradeço Vanda sai dos cuidados dela na Flórida para escutar uma uma uma aulinha minha que bobagem Muito obrigado você sempre muito querida e muito muito atenta e a professora Simone Ribeiro também excelente aula Antônio cada vez que lhe escuto e aprendo mais questiono mais as realidades paisagistas Obrigado eu também faço couro com você fazer fazer Live só com amigos é bom né você André depois a gente acerta né com eles parece até que eu olha
prometi um toblerone para cada um foi foi na época de Natal aí Tá todo mundo assim esperando presente n vamos terminando né Por aqui eh já temos aí quase 2 horas de Live e Que bom que temos aí ainda uma boa audiência foi maravilhoso excelente realmente Marcos e eh só mais uma vez agradecer Antônio a sua disponibilidade eh de derramar conhecimento aqui pra gente né de nessa eh nesse tempo em que realmente as coisas estão tão adas né se debruçar sobre sobre eh o percurso da de um de um raciocínio mesmo para entendimento da paisagem
é bastante eh enriquecedor então agradeço mais uma vez se você quiser falar só a as últimas pal só ISO agradeço agradeço também eh gosto muito dessa interação né com você e com uma amiga querida e com o curso da werd Mossoró que é um curso que eu vi nascer e que me sinto também assim um pouco eh relacionado a ele em função disso e É uma pena a gente se encontrar à distância que eu gostaria de voltar a Mossoró até para você me levar para comer aquele tornedor lá daquele hotel que a gente I sempre
maravilhoso é mas bem é isso gente então eu tô à disposição de todos vocês aqui no laboratório de fologia do quaternário né a gente continua aqui no laboratório na no programa de pósgraduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco e eh como eu sempre falo tá eh espera de pessoas que queiram interagir e e buscar aí eh colaborar com as pesquisas tá bom e desejo a todos aí sucesso nas suas dissertações e suas e agora suas teses né E mais uma vez parabenizo aos colegas né A o time aí time de colegas da Universidade da
da werne da nunca sei se é do estado ou Estadual do Rio Grande do Norte eh do Estado do Rio Grande do Norte e eu também tenho essa não é essa dúvida e e com certeza as contribuições que vão Surgir aí desse doutorado vão ser valiosíssimas já estão sendo a para construção de uma geografia física cada vez mais contemporânea forte e bem aqui no Nordeste n eu acho que esse é um um elemento do qual a gente se orgulha dentro que hoje em dia a nossa região é uma região que produz uma uma geografia física
de qualidade e de reconhecimento pois bem então meu abraço a todos e espero revos especificamente ou especialmente pessoalmente né já que eu não sou tão não sou tão afeto à lives né ao contrário de Vanda e colegas que estão sempre estão sempre tem ess essa disponibilidade e essa disposição de espírito que é o meu caso eu não tenho muito mas é isso por convite de Silvana eu não podia recusar então um abraço grande a todos e bom trabalho bons trabalhos Tá bom obrigada mais uma vez um abração vamos terminando gente até mais tchau tchau