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[Música] animação sobre fundo verde quarto fórum internacional de educação dos Municípios do Alto Tietê realização da secretarias da educação dos Municípios do Alto Tietê promoção com demate organização executiva do Instituto Brasileiro de sociologia aplicada Ibiza apoio institucional da Unesco Itaú Social e Fundação Santa Juliana muito boa noite estamos aqui iniciando a quarta sessão do fórum internacional de educação dos Municípios do Alto Tietê uma realização dos municípios que compõem essa importante região aqui da região metropolitana de São Paulo e são os municípios de Arujá Ferraz de Vasconcelos Guararema Guarulhos Igaratá Itaquaquecetuba Mairiporã Mogi das Cruzes Poá
Salesópolis Santa Branca Santa Isabel e Suzano professoras professores diretores diretores escola coordenadores e coordenadores pedagógicos funcionários da secretaria aqueles que não pertencem à região estão nos acompanhando muito boa noite e espero que nós possamos fazer aqui uma belíssima discussão temos aqui pessoas muito importantes convidadas eu muito rapidamente vou dizer a dimensão dessa dessa região do estado de São Paulo são três milhões e duzentos mil habitantes que compõem esses municípios do Alto Tietê 780 mil crianças jovens e adultos nas redes de Educação Básica desses dessa região e 300 mil que compõem os alunos e alunas dos
13 municípios do Alto Tietê são 14 mil professores e professores que trabalham em 770 escolas fora internacional de educação além de uma iniciativa e realização dos três municípios que eu acabei de citar ele tem a promoção do condemate E tem também o apoio institucional da Unesco do Itaú Social e da fundação cetiliano o fórum é uma atividade de natureza formativa isso é muito importante e todo o conteúdo desse fórum está permanente disponível no portal do fórum internacional de educação as três sessões anteriores e o conjunto de experiências que tem sido já postadas pelos municípios experiências
relativas ao tema do fórum né como todos sabem o fórum internacional da educação este ano nessa edição trata das diferentes linguagens e a sua contribuição para educação integral vou apresentar agora os componentes da mesa eu chamo aqui para apenas para fazer uma apresentação a professora Regiane coelho ela é gestora Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Ferraz de Vasconcelos muito boa noite Rejane bem-vinda chama também a Fernanda Santos Silva professora diretora do núcleo pedagógico da Secretaria Municipal de Itaquaquecetuba muito boa noite Fernanda Roberta Rodrigues de Oliveira resistor Educacional de projetos do município de Ferraz de
Vasconcelos muito boa noite Roberta e Gabriela Santos Silva formadora e assessora de Educação anti-racista do município de Itaquaquecetuba muito bem-vinda a todos vocês nós sempre fazemos questão de que na mesa tenha uma representação de alguns dos Municípios participantes eu quero também dizer que a partir de agora as pessoas que estão nos acompanhando pelo chat já podem fazer os seus comentários as suas perguntas porque nós recolheremos eu as encaminharei para as palestrantes após o primeiro ciclo de debates com os participantes da mesa bom vou apresentar agora as duas participantes né Eu quero agradecer muito a presença
da Professora Nina Nilmar Gomes Muito obrigado Nilma nenhuma titular emérita da Universidade Federal de Minas Gerais professor do programa de pós-graduação em educação conhecimento inclusão social ex-ministra da secretaria de promoção igualdade racial e do ministério das mulheres igualdade racial e dos Direitos Humanos foi reitor da Universidade da Integração Internacional lusofonia afro-brasileira e talvez a mais importante foi minha colega no Conselho Nacional da Educação de todas as conselheiras e conselheiros com quem eu tive a honra de conviver durante os meus 12 anos de Conselheiro no Conselho Nacional de Educação a professora Nilma foi com quem eu
mais aprendi é uma pessoa além de uma grande militante uma sábia né então muito obrigado Nilma quero apresentar também aqui a nossa outra palestrante Professor a Cristina Itapoá Muito obrigado Cristina e pela sua presença Cristine A Cristine é do Povo masha cali professor e artesã formado em filosofia pela Unesp ministra aula de Filosofia Sociologia e geografia é membro fundadora do Fórum de articulação dos professores indígenas de São Paulo representa é representante do núcleo de educação indígena na Secretaria de Educação de Estado de São Paulo fundadora do Instituto Maracá esse Instituto Maracá quero até participa de
uma gestão compartilhada do Museu das culturas indígenas que a gente recomenda muito já falei sobre isso em alguns outros momentos que a gente recomenda muito que alunos e professores visita e fica aqui em São Paulo perto do Parque da Água Branca e também a coordenadora das escolas muito Obrigado Cristine bom eu chamo para sua primeira manifestação a professora Nilma durante o período de 30 40 minutos depois disso passamos para Professora Cristina muito obrigado pela presença uma boa noite Boa noite César boa noite para todas as pessoas que estão aqui nesse momento nos assistindo muito boa
noite para as pessoas aqui secretária secretários as gestões pedagógicas que aqui também nos acompanham nesse momento eu quero começar inicialmente não poderia deixar de agradecer a um momento de poder participar de mais um Fórum da esse fórum que reúne um conjunto de municípios do Alto Tietê e da importância desse debate dessa articulação conjunta é quero agradecer a todos e todas em nome do César Calegari como ele já falou nós nos conhecemos já há um tempo e também quero dizer César do prazer que eu tive de ser sua colega no Conselho Nacional de Educação então também
que eu aprendi com você continua aprendendo para mim é uma honra estar aqui presente e eu quero conversar com vocês um pouco sobre um que é muito importante é para nossa discussão aqui presente é um tema também que diz respeito à questões que a professora Cristina de Itaquá ela vai abordar com a especificidade na questão indígena que eu quero fazer uma abordagem com a especificidade na questão étnica racial que é o segmento negro da população brasileira quero conversar com vocês nesse momento que nós comemoramos 20 anos da sanção de uma importante alteração da LDB que
a lei 10.639 de 2003 a obrigatoriedade do ensino histórico e cultura afro-brasileira e africana nas escolas da Educação Básica uma legislação que eu penso ser muito importante para o nosso Brasil tão diverso como é e a minha pergunta é será que nesses 20 anos a educação antirracista que é o foco central dessa legislação ela está presente nas escolas Essa é minha grande pergunta aqui nessa noite eu quero então desenvolver algumas reflexões com todas nós e com todos nós a partir dessa grande temática e para que nós reflitamos sobre essa pergunta bom eu começo dizendo que
atualmente nós temos uma série de livros que nos mostram livros artigos né de periódicos lives material digital né seminários etc que nos mostram como que a população negra brasileira após a abolição da escravatura lutou e ainda luta pela sua inserção na sociedade classes construída ao longo dos nossos séculos todos né E essas mesmas obras que nós temos debates reflexões vão revelando o quanto a nossa sociedade o Brasil é marcada pelo passado Colonial que tivemos e também por um sistema escravista e essa mesma sociedade que se recusou a aceitar e a reconhecer os ex escravizados e
às vezes escravizadas na realidade pessoas que lutaram pela sua libertação pela sua liberdade por isso nós não trabalhamos mais com a ideia de um escravo de uma escrava como por exemplo eu fui ensinada na educação básica então Essa sociedade se recusou a aceitar e a reconhecer essas pessoas como cidadãs e cidadãos durante muito tempo e mais rejeitou a reconhecê-las e reconhecê-los como sujeitos de direitos e isso só foi conseguido a duras com mobilização por muita luta não só da comunidade Negra mas principalmente dela nas suas Organizações e também com outras outros sujeitos outros sujeitos de
outros pertencimentos étnicos raciais que também vão se tornando antirracista se é que eu posso dizer assim bom a população negra brasileira ela foi aprendendo com a nossa própria ascendência africana eu diria que não só a população negra mas acho que o Brasil acho que não tenho certeza o Brasil aprendeu e aprende muito com a nossa sentença africana quanto mais nós conhecemos sobre essa sentença mais aprendemos mais nos reeducamos para a diversidade não somente a ética parcial mas também e nesse sentido esse esse aprendizado foi também sobre a resistência sobre a luta que sempre foram um
sinônimo da história desses povos os quilombos as revoltas as fugas os assassinatos dos escravizadores as irmandades religiosas Os cultos afro-brasileiros o Congado os batuques as organizações políticas elas se tornaram então formas de reivindicação de liberdade e de direitos de negros e negros organizados no nosso país e essas formas de organizações elas deram então origem ao que nós vamos chamar de movimento negro dos séculos 20 e 21 então o direito à educação e o direito é uma educação que nos reconheça como gente como dizia Paulo Freire como sujeitos e sujeitas que seja ética e política ela
tem sido desde então uma das orientações e das demandas destas organizações negras que nós vamos entender como nível organizado E essas demandas vão para a sociedade como um todo Principalmente para o estado brasileiro e como resultado dessas lutas e desse processo nós temos Então a partir dos anos 2000 acompanhamos o nosso país a implementação de uma série de políticas de igualdade racial legislações projetos planos construção de um ministério que agora foi retomado no governo Lula e nisso tudo nós vamos encontrar as políticas de ações afirmativas como uma das principais mudanças políticas do nosso país nesse
século 21 e que tem trazido mudanças importantes para a sociedade para as políticas de um modo geral em especial aqui pensando para as políticas educacionais e Mais especificamente para as escolas e acho que a a mais importante para nós que pensamos educação básica para quem atua na Educação Básica nesse sentido é essa alteração da LDB pela lei 10.639 de 2003 e o cumprimento dessa legislação que é a LDB é para toda a escola pública e privada do ponto de vista legal pois o seu princípio eles é está na própria lei de letras e bases em
2008 essa legislação recebe uma alteração né que a lei 11.645 de 2008 que inclui então também é obrigatoriedade de ensino de histórico e cultura indígenas bom essa legislação eu vou retomar algo que talvez você já conheçam né certamente conhece mas acho que é importante frisar para a gente chegar onde eu quero que é a discussão da educação anti-racista essa legislação então foi institucionalizada pelo Conselho Nacional de Educação do seu conselho pleno pelo parecer 03 de 2004 e a resolução 01 de 2004 que então instituíram as diretrizes curriculares nacionais para educação das relações étnicas raciais e
para ensino de história e cultura afro-brasileira e africana já a lei 11.645 de 2008 ainda guarda esse mesmo tipo de institucionalização mas algo mais importante do que reconhecer e ter ciência dessas alterações legais é compreender que essa legislação que altera LDB e as suas diretrizes curriculares elas consistem não acúmulo de aprendizado da educação brasileira sobre o próprio anti-racismo o que que é um anti-racismo sempre as pessoas me perguntam eu acho que é bom a gente compreender o anti racismo é uma reivindicação a gente pode entender né como uma reivindicação que sempre fez parte da luta
política do movimento negro brasileiro em prol de uma educação democrática e emancipatória para todas e todos um anti racismo ele também pode ser compreendido como um conjunto de ações que tem como objetivo enfrentar combater superar o racismo presente na estrutura da nossa sociedade ele é também uma postura uma postura que compreende o racismo e compre que esse racismo precisa ser enfrentado por toda a sociedade em todas as áreas da nossa sociedade por todas as instituições Vamos pensar a saúde a educação Assistência Social trabalho nas nossas famílias e Claro no Chão das nossas escolas né bom
e esse anti-racismo é também uma postura pessoal e Pública de cada um de cada uma é uma postura do próprio estado brasileiro da esfera jurídica na mídia Nas artes da cultura que diz não a neutralidade diante do sofrimento da violência racista que se impõe sobre as pessoas negras nesse país é uma postura que Valoriza as culturas negras e reconhece a importância civilizatória do continente africano na história onde racismo não desrespeito exclusivamente as pessoas negras É bom que se fatize ele diz respeito à sociedade como um todo bom antes mesmo de nós termos uma alteração da
LDB pela lei 10.639 o anti-racismo ele já era protagonizado pelas organizações do movimento negro e pelas negras e negros em movimento costumo dizer assim para pessoas que atuam na sociedade negras antirracistas mas que não fazem parte especificamente de uma organização e a educação escolar ela sempre foi um foco de importante de ação das organizações deles então a lei 10.639 as suas diretrizes elas devem ser entendidas por nós da educação secretária secretários da educação professores universitários políticos como ações anti-racistas como uma inflexão Educacional política e epistemológica porque essa lei as diretrizes elas instituíram ao ser LDB
ao ser LDB a lei instituiu a educação anti-racista para todas as escolas públicas e privadas ou seja é alcançaram uma dimensão de política educacional e eu nem sei se sempre nós entendemos e pensamos sobre isso bom é possível dizer que atualmente o estado brasileiro ele reconhece que o anti-racismo ele precisa fazer parte da formação Educacional dos brasileiros das brasileiras haja visto uma série de desdobramentos que nós temos desde que a LDB foi alterada pela 10639 ao longo desses 20 anos Isso é muito importante mas isso essa situação ela não se dá sem conflitos a própria
forma irregular de implementação da Lei das suas diretrizes nesses 20 anos é uma prova do quanto o campo Educacional ainda resiste ao anti racismo na educação ou seja desconhece o que é o anti-racismo e não entende que uma educação democrática ela tem que ser anti-racista assim como educação ela tem que ser democrática uma coisa não tá separada da outra nós não estamos falando de formas diferentes de educação nós estamos falando é dessa educação pública laica de qualidade social que reconhece a diversidade inclusive ela também tem que ser anti racista e nós temos uma série de
justificativas que às vezes são dadas para para que isso não aconteça né Para que não não se entenda essa educação democrática pública como antirracista mas são argumentos que não convencem vários de vocês já devem ter ouvido algumas delas vão falar que nós não temos racismo no Brasil outras vão falar que é um apelo ideológico outras vão falar que é uma lei somente para negros outros vão falar que é um segredocionismo Mas é só a gente estudar e aprofundar e ser sensível a dinâmica social brasileira e as questões sociais no Brasil para entender que não se
trata disso isso na minha opinião evasivas dessa maneira respostas evasivas são muito mais a expressão do racismo que nós vivemos no Brasil e o que que é esse racismo é aquele que se afirma pela sua própria negação Quanto mais a sociedade brasileira e a educação negarem o racismo esse espaço para esse racismo prosperar está sendo dado isso é ambiguidade do racismo brasileiro algo que existe muito aqui no Brasil e que você não vai encontrar em outra sociedade com população negro com população diversa bom e para repensar então a educação numa perspectiva antirracista eu penso que
é necessário que nós façamos uma releitura do nosso país uma releitura da história do nosso país e recontá-la em sintonia com essa diversidade racial étnica cultural do próprio Brasil não é possível contar a história do Brasil sem a presença da população negra indígena Já tentaram contar ou falar do Brasil no nosso histórico social cultural e político retirando a presença e a força da população negra da população indígena é possível então é preciso compreender que inserir nos currículos a história Cultura as artes a sabedoria a Ecologia a resistência a política da população negra como parte integrante
da história do Brasil é algo importante para construir uma educação anti-racista entender que quando nós estamos falando das questões que vem das diretrizes curriculares da própria alteração da LDB No que diz respeito à questão racial nós não estamos falando de algo à parte ou paralelo que a escola e as Universidades terão que fazer nós estamos falando de algo que tem que estar dentro inserido modificando causando mudanças inclusive indagações questionamentos a uma forma de Educar que é ainda hegemônica no nosso país é uma forma de Educar que acaba não lidando bem com as questões da diversidade
E aí Nessas questões adversidade incluindo não só negros e negros mas todos os outros grupos todas as outras culturas as línguas diferentes que nós temos no nosso país bom e essa população negra que se representa mais de 56% do nosso país ela se faz presente muito mais na escola pública e por quê Porque nós ia um texto de nós aqui muitos de nós que muitas pessoas que me escutam e também uma geração né da qual eu faço parte nós lutamos muito por uma retomada democrática no nosso país durante muito tempo e nós tivemos a queda
da ditadura militar e a Constituição de 88 como um grande momento de reconstrução democrática do nosso país e a partir da porção de 88 uma série de demandas como essas da questão do racismo elas que estavam sufocadas né elas energiam e nós lutamos para democratizar a nossa escola nós lutamos para universalizar a educação básica são lutas que ainda fazemos e quando estamos para democratizar mais universalizar mais a educação a saúde ou trabalho outras áreas os diferentes chamados os chamados diferentes as chamadas diferentes chegam os grupos que estavam excluídos de direitos começam a chegar começam a
acessar esses direitos então nós temos hoje uma educação escolar muito mais diversa do que aquela educação escolar que por exemplo eu passei por ela nos anos 70 quando criança quando adolescente e isso faz com que também tenhamos que redefinir re orientar reestruturar a própria docência e quando eu falo reestruturar a própria docência não é só a docência que tá lá no chão da escola na sala de aula é desde a formação Inicial desses docentes dados cursos de licenciatura de modo geral e também é redimensionar e Reinventar a própria política educacional E é isso que esses
20 anos tem tensionado de lei tem intencionado a educação brasileira com resultados positivos mas também com muita irregularidade digamos assim ou às vezes em casos mais graves até mesmo negação da sua implementação então eu diria que para repensar a educação e o currículo em uma perspectiva antirracista é importante reconhecer algumas questões uma delas é o protagonismo do movimento negro organizado nessa luta antirracista porque Nós aprendemos com esse movimento O que é o racismo que é um anti racismo O que é uma educação anti-racista esse movimento negro eu digo que ele é um educador né ele
educa a sociedade estado e educa própria educação no que diz respeito às questões raciais as questões africanas etc porque ele traz a ação das pessoas negras como sujeitos na sociedade ação da cultura na arte na vida Comunitária na política e por que isso porque essa ação do movimento negro porque o racismo ele retira a nós pessoas negras e as nossas histórias do lugar de humanidade e é por isso que a escola precisa ser anti racista a escola democrática porque o racismo ele retira o próprio continente Africano do lugar de civilização de conhecimento ele ignora a
diversidade linguística por exemplo desse continente Africano as lutas por Independência ele congela o continente Africano muitas vezes numa imagem negativa e para isso a mídia infelizmente contribui muito então esse Abismo social que é produzido na sociedade por uma desigualdade que ela é social econômica e ela também é racial isso tem inviabilizado uma vida digna e uma educação digna para muitas pessoas que nós convivemos então se nós lutamos por uma escola democrática uma educação democrática entendemos que ela tem que ser anti racista nós não podemos nos fechar apenas para dentro da Educação preciso que o diálogo
também com o entorno a comunidade a vida em sociedade e nesse caso a vivência das pessoas negras no Brasil também aconteça é junto com a escola para ela entender porque da radicalidade de nós temos hoje uma lei que torna obrigatório o ensino de histórico cultura afro-brasileira africana na escola mas eu queria chamar atenção de que é preciso também para verificarmos essa dimensão do anti racismo na escola eu diria que seria necessário que nós fizessemos meio que uma radiografia assim da nossa escola sabe que nós fizessemos indagações para dentro da escola e eu queria trazer algumas
dessas perguntas auto-reflexivas e gostaria de dialogar com vocês olhar um pouco vamos olhar um pouco para trás para nossa trajetória na Educação Básica e vamos perguntar nos perguntar na minha trajetória na Educação Básica o que e como a questão racial me foi apresentada o que eu estudei sobre nessa trajetória como que a África me foi apresentada como continente como a rica civilização berço da humanidade ou somente quando eu estudei Escravidão negra mais uma indagação para nossa auto-reflexão na minha trajetória eu estudei eu conheci eu discuti sobre a questão quilombola sobre os quilombos hoje no Brasil
e o que foi a luta quilombola no passado eu tive a oportunidade de compreender o que é o fenômeno do racismo vamos lá na minha trajetória Pela Educação Básica eu tive a oportunidade também de conhecer o que é uma organização negra quais são elas as principais no Brasil movimento negro tive acesso a leituras de autores e autoras negras nas mais diversas áreas eu conheci por exemplo os negros e as negras que atuaram de forma muito contundente na nossa sociedade que que aprendi sobre a resistência negra no Brasil sobre diversidade das culturas negras de norte a
sul do país mais uma indagação na nossa auto-reflexão eu aprendi por exemplo que a base da economia brasileira ela se se assenta no trabalho escravo ela se assenta na opressão aos indígenas eu conheci estudei a geografia da África antes e depois das invasões coloniais eu conheci artistas negros e negras do passado e do presente o que que eu aprendi sobre as artes afro-brasileiras sobre a poesia sobre a matemática das Tranças sobre a Literatura africana nessa auto-reflexão que eu chamo vocês para estar comigo eu diria que essas questões nos levam a repensar não somente o que
se ensina em sala de aula Ela nos leva repensar os currículos as práticas os tempos os espaços escolares a formação em serviço Inicial Então são só algumas indagações rumo a essa auto-reflexão e agora pensemos essas mesmas perguntas para nossa e lancemos lancemos essas perguntas para nossa formação inicial em nível superior nas licenciaturas com a pedagogia as outras licenciaturas quais respostas nós daremos são muito diferentes das respostas que daríamos quando pensamos na nossa formação na educação básica então eu perguntaria dependendo da sua resposta essas perguntas que currículo é esse do qual participamos e que currículo é
esse do qual participamos inclusive na nossa formação Inicial como educadoras educadores e agora ainda nesse exercício auto-reflexivo para a gente tentar avançar para indagar também essa educação antirracista se faz presente nas nossas escolas nesses 20 anos de lei 10639 olhamos para a prática pedagógica de hoje para gestão da escola para coordenação pedagógica hoje quais respostas nos daríamos articulando-as com esse fazer em sala de aula com os demais profissionais da educação o colegiado o conselho escolar o conselho de classe bom esse pode ser um parâmetro nosso para a gente analisar se a educação antirracista ela está
presente na prática das escolas se ela não está cabe perguntar a nossa escola e as nossas licenciaturas também a gestão dos sistemas deve fazer reflexão como secretário secretário de educação o que eu tenho feito Para viabilizar a educação antirracista e cumprir a LDB alterada pela 10639 e pela 11.645 Eu organizo pedagógicamente a secretaria seus núcleos suas diretorias para ter dentro da equipe pessoas responsáveis para conduzir esse trabalho ou de lua a discussão racial no meio de tantas outras a ponto dela perder a sua própria especificidade ou eu ignoro totalmente nada tem sobre essa questão aqui
eu destino recursos do orçamento para o cumprimento da lei 10639 entendendo que ela é a LDB que é meu dever cumprir a LDB construir espaços de formação para Equipe técnica sobre o assunto visto que esse assunto ainda não é geral para toda educação lamentavelmente eu contrato por exemplo Consultores para ajudar minha equipe a entender melhor essa questão ou as Consultoria só para alguns temas que eu considero os grandes temas eu invisto recursos na compra de material para as escolas para realizar melhor essa discussão realiza o parcerias com a universidade na construção de projetos de extensão
cursos de especialização Então eu queria chamar atenção que ser anti-racista é mais do que reconhecer a existência do racismo e repudiado é se pautar nesses princípios sim mas e a partir deles Ir Além e agir uma educação antirracista ela exige um movimento de ação reflexão ação reflexão mais importante um alerta aqui perante racista é agir no combate ao racismo onde quer que ele esteja se manifeste não somente na escola não somente na educação não dá para ser anti racista na sala de aula na gestão da escola e discriminar um colega do sentinele porteiro do meu
prédio que é negro duvidar da competência da primeira médica negra que vai me atender numa consulta indagando Se ela entrou pelas ações afirmativas e pelas cotas logo será que ela tem competência perante racista é uma postura isso existe radicalidade não dá para ser meio anti racista nós sabemos que isso que isso faz parte de um processo não é de imediato é um processo de Reeducação porque a sociedade desde criança nos ensina a ser racistas mas não podemos mais usar como desculpa a nossa des educação racial para fugir do fato de que temos um compromisso político
ético e democrático de sermos anti racistas então desde que vocês me ouviram hoje nessa noite eu diria que não dá paz para usar esse tipo de argumento de que a é um processo que demorado é um processo demorado mas existe uma ação E além disso nós temos hoje muita informação muita produção que pode ser acessada muito facilmente para a gente compreender mais essas questões então eu diria que repensar a educação em uma perspectiva anti-racista significa também conhecer o que é o racismo estrutural de que tanto nós falamos e combatê-lo e o que que isso significa
é compreender que a estrutura da desigualdade racial ela alimenta as nossas relações sociais no Brasil ela está presente não só na vida da população negra essa estrutura da desigualdade ela está presente na vida de todo e qualquer brasileiro mas afeta mais a vida da população negra de forma contundente negativa basta nós olharmos os índices da presença da população negra no mercado de trabalho na taxa de desemprego o impacto da violência cotidiana acesso à saúde acesse a educação baixa representatividade política pouca presença em determinados cursos superiores em lugares de poder e a escola ela não pode
ficar omissa diante dessa realidade que afeta a todos nós estudantes docentes demais profissionais da educação mas não só essa estrutura dessa desigualdade racial ela está presente na educação também na escola e a educação no caso escolar ela é um espaço tempo central para nós desconstruímos fenômenos perversos como racismo machismo lgbtqia+fobia para nós indagarmos esse racismo aprendido em sociedade que lamentavelmente ainda está encrustrada em muitas famílias ainda está incustrado nos meios de comunicação ainda está ilustrado na nossa estrutura Econômica a educação escolar ela é um espaço tempo que nós podemos conviver com as diferentes presenças principalmente
educação escolar pública então preconceitos e discriminações eles não são desconstruídos apenas com teoria apenas com cognição eles de prática eles precisam de ação de convivência entre os diferentes e essa é a aposta por exemplo das políticas de ações afirmativas que nós temos em curso no Brasil políticas de igualdade racial por isso repensar a educação numa perspectiva anti racista implica em construir ações afirmativas sim na Educação Básica não somente no ensino superior então outra dimensão que é importante avaliar é que não é preciso que eu trabalhe Ou estude em uma escola com maioria de pessoas negras
ou localizadas as regiões mais pobres da cidade para que eu compreenda que que é pobreza sentimento humano e sofrimento humano e o que que é o racismo preconceito e discriminação não é preciso que eu esteja nesses espaços é preciso que eu seja brasileiro e brasileira para compreender que a uma postura anti racista baseada no anti racismo como eu falei com vocês antes é uma postura cidadã de todos nós e é também uma postura que nos leva o mais forte da nossa humanidade da nossa ética que me colocar no lugar de uma outra pessoa que sofre
a educação antirracista ela nos ensina que quando um ser humano é Tratado de maneira degradante discriminatória Nós perdemos todos e todas todos e todas perdemos porque o valor da nossa humanidade ele é diminuído com as práticas racistas e nós vamos contribuindo seja comissão ou seja com a prática do próprio racismo para expansão da violência simbólica e real prática o antirracismo então ele entra aí gente como uma forma de nos reeducar para uma convivência na diversidade e com o universo nós perdemos muito como sujeitos sociais como seres humanos cidadãos e cidadãos quando nós não reconhecemos que
a pluralidade do mundo inclui semelhanças e diferenças e que a pluralidade do tudo nem sempre é aceita e bem Aceita pelas relações de poder pelas relações de ganância pelas relações de cada vez ter mais por ações neoliberais porções conservadoras e que o tratamento discriminatório que nós temos nessa sociedade é preciso entender que o racismo ele dissemina ele aprisiona a todo mundo e a prisione inclusive o próprio racista na ignorância e ele vai gerando uma sociedade inseguro e violenta e é por isso que o antirracismo deve ser um projeto de sociedade um projeto de escola de
Estado de Educação independentemente da vertente ideológica que você tem é que eu tenha ultrapassa essa vertente ideológica ele deve ser portanto um projeto de educação tanto na escola pública quanto na escola privada e legislação fala e abrange essas duas essas duas dimensões eu acho que agindo assim nós estaremos em sintonia com a dinâmica do nosso tempo que é o século 21 pois o racismo ele vai aprisionar as pessoas a cada um de nós no reino do atraso no reino do não desenvolvimento da desumanidade da des educação mesmo se nós tivermos dentro de uma escola a
educação anti-racista Então ela joga um importante papel na mudança democrática do nosso país nós ganharemos como país e como escola e como sociedade né de um modo geral num país no qual desde a primeira infância até o ensino superior nós aprendamos a combater o racismo por meio de uma educação anti-racista de uma postura anti-racista de que assim como nós falamos democracia e todo mundo é entende do que que nós estamos falando nós falaremos quem sabe anti-racismo todo mundo também vai entender do que que nós estamos falando e nós poderemos ter práticas dentro das escolas narradas
discutidas indagadas debatidas e produções das professoras dos professores dos Estudantes também e da família sobre essas questões que são tão fortes para nós que sejam o espaço de produção à escola numa discussão do anti racismo e portanto eu diria que para vocês que uma escola e um currículo que se repensem numa perspectiva antirracista elas estão tendo um outro presente pavimentando um outro futuro contribuindo para tornar no nosso país mas um ano menos violento e intervindo nas relações de poder histórica que nós temos na nossa sociedade o currículo que nós devemos implementar uma educação anti-racista tem
que abranger princípios éticos princípios políticos e princípios estéticos e dentro desses princípios a educação racista tem que estar presente não como algo à parte mas como eixo integrador desse próprio currículo e eu finalizo então diante de tudo isso que eu falei qual seria a nossa resposta nesses 20 anos na lei 10639 de 2003 a educação está presente na prática das escolas se você me responde sim nós estamos no rumo certo da democracia e da emancipação social você me responde não então além da escola descobrir a LDB Está contribuindo para formar subjetividades que são preconceituosas são
conformistas inclusive que são violentas eu espero que não seja isso que nós estejamos Muito obrigado poderosíssima sua fala Tem várias questões já apresentadas aqui pelo chat enfim Que ótimo né que o secretário de educação do Alto Tietê decidiram sobre esse tema no quarto fórum né questão da das políticas afirmativas né que você tanto nos coloca agora Mas logo mais então nós vamos entrar nos debates eu chamo então para fazer a sua intervenção a professora Cristina Olá boa noite a todos muito agradecida né honrada de estar fazendo parte aqui desse diálogo é muito forte né a
fala da professora Nilma trouxe muitas questões importantes né Para a gente refletir sobre educação sobre as relações sobre esses processos mesmo que eu venho pensando muito né na questão da monocultura mental eu sou Educadora mas também venho de um processo reflexivo como pensadora né e Atualmente como mãe como aprendiz de Parteira pensando para que nós queremos escola para que nós mandamos nossos filhos para escola né então acho que quando a gente parte de um entendimento sobre que sonho queremos para o futuro dos nossos filhos dos nossos netinhos né das crianças e dos jovens a gente
para para entender e percebeu o abismo que habita dentro dessa educação brasileira como um todo nem falo só na questão da educação escolar indígena que também tem lá as suas contradições né e questões muito delicadas no sentido muitas vezes de um currículo que já vem imposto né lá do Ministério da Educação ou da secretaria de educação para dentro das nossas comunidades né então eu venho já ao longo de alguns anos enquanto Educadora mas também militante assim né da política da educação escolar indígena para conseguir implementar um curso de licenciatura intercultural para formação dos professores indígenas
no Estado de São Paulo né e pensando muito sobre esses processos todos educativos que fizeram com que até hoje né eu observo muito isso como que pode até hoje as pessoas não conhecerem a verdadeira história do nosso do nosso país a gente tem leis né tipo a lei 11.645 que obriga né que fala incentiva o ensino das histórias das culturas indígenas Mas será que as Universidades estão Preparadas para ensinar isso para os professores Será que quem se forma em História quem se forma em artes em filosofia sai preparado para trazer a dimensão da diversidade de
mais de 300 povos indígenas que vivem no Brasil hoje mais de 270 línguas faladas no território nacional e a gente vê que o brasileiro ele não sabe né Ele anda pelo Anhangabaú ele anda pelo Tietê mas ele não sabe que ele tá falando tupi-guarani então Há muita falta de entendimento eu vejo e de respeito também na dimensão do papel da escola na vida de todas as crianças e jovens porque todos passam pela escola mas quando a gente sai de lá nem sempre as pessoas saem com conteúdo suficiente para entender a diversidade da formação do povo
brasileiro né para entender a dimensão ética e política que habita na relação com todas as formas de vida né uma educação que dialoga com seres animais com seres vegetais com seres minerais com seres espirituais que muitas vezes passam pelo campo do invisível a nossa educação hoje de um modo geral no Brasil é muito imediatista ela o currículo é um dia um currículo teórico né não é um currículo que está preocupado em pensar a realidade Comunitária do terreiro de cada espaço educativo de cada comunidade educativa e eu digo isso porque eu passei um período assim muito
difícil na minha vida eu fui professora durante 12 anos na minha comunidade que fica no litoral norte de São Paulo próximo à cidade de Bertioga na aldeia Rio Silveira e eu saí da escola justamente por não me encaixar naquele quadrado curricular imposto para dentro da nossa comunidade né uma imposição de uma criação de uma escola integral né que não prioriza e não está preparada na verdade para manter um aluno o tempo todo né dentro da sala de aula eu penso verdadeiramente que a escola a educação ela permeia em todos os espaços dentro das nossas comunidades
dentro da casa de reza na beira do rio debaixo de uma árvore até sonhando a gente está transmitindo conhecimento então a educação que eu penso ela foge um pouco desse quadrado e ela se encaixa mais num processo de uma constelação manipular que são outros processos de transmissão de saberes e fazeres que são memórias ancestrais né que muitas vezes foram apagadas e adormecidas pelo processo Colonial tão violento tão racista tão menosprezador né da grande diversidade de culturas que habitam aqui o nosso país e não só o Brasil mas eu vejo como o mundo todo né se
a gente parar para pensar A escola é um processo de dominação das mentes existe até um documentário não sei se alguém já assistiu é que é escolarizando o mundo que mostra né esse projeto no mundo inteiro nas áfricas nas ásias nas Américas todo mundo sendo inserido com esse modelo de escola que não valoriza as línguas maternas que não valoriza saberes que ancestralmente são praticados por comunidades então a escola ela veio para dominar E agora o que nós temos que fazer como abrir né Essa essa abrir essa bolha furar essa bolha e abrir um portal de
transformação né onde Dentro dessa transformação não cabe o racismo não cabe uma monocultura de um pensamento de uma cor só porque somos múltiplos e somos diversos e coloridos né e muitos cheios de possibilidades que um currículo só não dá conta de valorizar então pensando nisso tudo eu saí né Eu não estou lecionando em sala de aula vai fazer dois anos e eu comecei recentemente um processo de uma coordenação vamos dizer assim de uma ação colaborativa que eu venho chamando de escolas vivas as escolas vivas elas são como impulsionadoras de acordar a memórias a gente não
prioriza só letras e números mas a gente prioriza também saberes que muitas vezes estão lá dentro de cada criança lá dentro de cada jovem né que pode ser um saber artístico pode ser um saber espiritual e pode ser também um saber mais teórico e voltado para um processo futuro acadêmico mas não necessariamente isso a nossa escola não tem como prioridade tirar uma boa nota no ENEM ou acessar somente a universidade porque muitas vezes os nossos jovens eles querem também fortalecer o conhecimento de como caminhar na mata de como você saber lidar com todos os elementos
dos códigos que habitam na floresta ou até fora da floresta porque hoje Muitas comunidades indígenas vivem tão próximas a cidade que não há Floresta a floresta foi engolida por toda essa Ordem e Progresso estampada na nossa própria bandeira do Brasil Então muitos jovens têm que se adaptar a um território que muitas vezes não tem rio não tem Floresta mas muitas vezes se pratica a sua língua a sua espiritualidade os seus sonhos e várias formas muito Profundas de transmissão de conhecimento como parto como saber lidar com as plantas medicinais como saber brincar com elementos que a
própria natureza te oferece e não ficar o tempo todo comprando comprando comprando ou precisando o tempo todo de um aparelho eletrônico para distrair as crianças eu vejo que as crianças estão dominadas por essas ferramentas tecnológicas que faz com que elas se afastem de si mesmas né enquanto nós adultos mães pais a gente tinha que orientar as nossas crianças a entender os seus próprios sonhos a se reconhecer no mundo daqui hoje para mim isso é educação é um despertar orientar para o Bem Viver agora o que que é o Bem Viver o Bem Viver não é
o viver bem acúmulo de materiais Bem Viver é a boa e bela forma de ser e estar no território então é algo muito complexo porque para você praticar o Bem Viver você tem que respeitar a formiga você tem que respeitar as abelhas você tem que respeitar as plantinhas a gente tem que respeitar uma série de seres que compartilham com a gente dentro dessa morada Só que infelizmente as escolas não estão conseguindo cumprir o seu papel ético social de orientar as nossas crianças para o Bem Viver tem muitas crianças dentro das escolas que estão desenvolvendo depressão
que estão sendo obrigadas a tomar remédio para acalmar sendo que criança criança quer brincar criança que assobia árvore criança quer correr criança não precisa tomar remédio criança precisa brincar falta muito as pessoas entenderem isso eu vejo que as pessoas estudam estudam escrevem escrevem e não conseguem entender que as crianças precisam de liberdade e não ficar presa entre quatro paredes aprendendo letras e números que sufocam processos criativos muito potentes como por exemplo ouvir uma história e desenhar como por exemplo caminhar ao redor da própria escola ou da sua própria casa e reconhecer as plantinhas que estão
ali ao redor então eu vejo que a humanidade hoje desaprendeu a caminhar a humanidade está muito acelerada muito acelerada e isso acaba sendo espelhado nas próprias crianças Então tem um monte de gente dando remédio para as crianças acalmarem será que as crianças que precisam tomar remédio não que nós devemos tomar remédio porque eu não tomo remédio de droga eu só tomo plantinhas Mas eu vejo que tem muitas pessoas tomando muito remédio adianta você ser pós Doutor mas viver adoecido para mim acessar conhecimento entrar no caminho da educação é um processo de você buscar o Bem
Viver você ter saúde você ter alegria você ter respeito você conseguir enxergar que você é apenas um pequeno grãozinho numa grande teia de relações onde tudo está conectado para nós para os indígenas a geografia ela não tá separada da biologia nem da história nem da filosofia nem das Artes os saberes estão todos conectados por isso que é uma grande constelação curricular porque tudo se conecta e tudo é como fosse uma grande teia que forma a vida mas na educação ocidental eu vejo que tudo está separadinho em caixinhas então muitas vezes o professor de matemática não
conversa com o professor de filosofia e muitas vezes o professor de geografia não conversa com o professor de artes porque acham que não é a mesma coisa mas a gente está falando todos da mesma coisa transmissão de saberes então eu sinto muito eu tenho um sonho né dentro de mim de que um dia essas bolhas da monocultura se furem e que a gente consiga enxergar o mundo onde todos os mundos caibam dentro o mundo prule para o Universal mentalmente falando né porque se a gente tem tantos saberes de tantos povos africanos muitos povos assim também
muitos povos indígenas muitas línguas muitos processos criativos potentes que são o tempo todo esquecidos e ocultados dentro das escolas e dentro das universidades que de Universal não tem nada eu digo isso porque quando eu fui estudar filosofia a história da arte falava só da história europeia a epistemologia teoria do conhecimento era só pessoas pensadores europeus Aí eu falava Uai mas não existem outros pensamentos outros pensadores aqui na América na África na Ásia Por que que a gente tem que ficar estudando só os alemães os franceses italianos Então essa arrogância epistemológica né que é um racismo
escancarado que existe dentro das Universidades até hoje insiste em ocultar as outras epistemologias Mas elas pulsam e elas são muito potentes tanto é que hoje é muito forte né a produção da arte da literatura do cinema e de muitos e muitos indígenas que estão produzindo seu conhecimento e soprando ao mundo né então eu vejo que está ocorrendo uma mudança mas essa mudança ela é lenta e ela é gradativa porque passa por camadas muito enraizadas dentro do nosso processo de vida né Eu sempre falo que mudança de hábitos exige um esforço muito grande da gente né
as pessoas estão tão habituadas a falar índio que não consegue entender que não existe índio existem povos muitos e diversos povo Guarani povo machacali povo baniu a Tucano achar a mim cabaré enfim são muitos povos essa palavra índio ela é pejorativa e ela carrega dentro de si a própria monocultura que acha que é todo mundo igual mas não são os iguais somos múltiplos e diversos né e dentro dessa luta né da educação escolar indígena que eu venho já alguns anos né a gente criou o fapípe que é o Fórum de articulação dos professores indígenas do
Estado de São Paulo a gente vem lutando para criar licenciatura intercultural que é um processo de uma pedagogia de alternância né aonde os professores se tornam pesquisadores e podem se formar né professores indígenas para atuar dentro das Comunidades nesse processo diálogo com o governo do estado sobre a educação indígena a gente conseguiu abrir um diálogo para a criação do Museu das culturas indígenas assim como a secretaria de cultura chama mas nós chamamos de Tala tala significa casa da transformação e casa da transformação no sentido de casa da transformação no sentido de uma grande escola né
de um espaço onde as pessoas podem entrar e voltar de lá transformados né então a gente tá com esse espaço né é fruto da luta de várias lideranças indígenas mas eu venho né junto através do Instituto Maracá que eu sou diretora ajudando na gestão desse espaço né Desse Museu que pode sim contribuir muito para formação a gente tá com um programa de formação para professores das redes municipais estaduais são até tentando um acordo né de parceria com a Efapi que a Escola de Formação da secretaria de educação né para certificação para que a gente consiga
cumprir com essa meta também da Lei 11.645 e que os próprios indígenas possam formar os professores não indígenas para atuar dentro das escolas porque eu acredito que essa mudança né Essa volta que a gente tanto ver que é o fim do racismo o fim do preconceito e o entendimento né de que São Paulo de que Brasil até indígena no sentido de que coabitamos de o mesmo território mesmo sendo mestiço sendo Caboclo sendo indígena sendo né Preto sendo uma diversidade de comunidades e de povos que vivem juntos a gente tem que se respeitar mas o respeito
ele só existe a partir do momento que você conhece né o preconceito ele surge do desconhecimento então a gente vem numa expectativa muito grande de que o museu das culturas indígenas pode contribuir para esse processo de Reeducação da sociedade brasileira E aí eu separei um videozinho para apresentar hoje para vocês é um vídeo curto ele é uma pequena flecha como a gente vem chamando né Não sei se algum de vocês já ouviram falar do selvagem selvagem ele é um ciclo de estudo sobre a vida que é orientado pelo Aílton krenak que é uma grande liderança
indígena que inclusive está sendo indicado agora para Academia Brasileira de Letras né um grande Pensador do povo crenar que que vive lá na beira do rio doce né um rio que foi assassinado pela mineração um dos maiores crimes ambientais da história do nosso Brasil que quase ninguém fala mais então esse Selvagem o ciclo de estudos ele traz um diálogo com pessoas indígenas e não indígenas né fazendo esse paralelo do pensamento das filosofias das histórias das Artes e o ano passado a gente produziu uma série de videozinhos que a gente está chamando de mechas né e
eu vou passar a gente eu separei uma para a gente assistir junto hoje que a flecha 7 que é a fera e a esfera que fala muito desses processos históricos que as escolas não estão dando conta de ensinar eu sempre falo isso as escolas mentem para as nossas crianças eu acho que toda escola tinha que passar esse vídeozinho para os jovens e para as crianças assistirem para começar a refletir um pouco sobre a verdadeira história do nosso país então eu convido a todos agora para a gente assistir E aí finalizando o vídeo eu falo mais
um pouquinho talvez [Música] [Música] [Música] [Música] enquanto fadas correm das fogueiras e Dragões mergulham em Lagos profundos enquanto gente é enlaçada e serpentes cósmicas se transformam em lenda damas e senhores se vestem de sedas e demandam o trabalho de milhares de mariposas conhecidas como bichos da seda damas e senhores café Pão de Açúcar [Música] [Música] [Música] [Música] [Aplausos] é de algodão puro tingido de Pau Brasil a roubaria dos Nobres passada a ferro aquecida a carvão pelas mãos meninas escravos caminhos passa a se chamar companhias e seguem na direção das Índias para descobrir é preciso desconhecer
descobriram é uma afirmação da própria ignorância A ignorância é violenta e usa pólvora para se impor e assim cidades douradas como meninas e mata [Música] o sistema do mercado [Música] o que deu errado no mundo é que o projeto que alguns homens deu certo e eles ficaram ricos dinheiro não pede permissão não Pede licença dinheiro paga e faz tudo mercadoria até memória vira patrimônio a medida que a natureza se existindo um outro mundo passa a ser criado um meta mundo feito de representações da natureza e que pode ser consumido a natureza se torna encantada e
sobrevive mesmo que não Imaginário é a natureza que está no comando ela é cósmica é filha do Sol a natureza é ouroboros para os valores do mundo do capitalista terra é propriedade pedra é riqueza água e recurso natural plantas e animais são somente alimentos para os humanos gente que não comunga dos mesmos valores é selvagem Sim somos todos selvagens [Música] ser selvagem é ser filho da selva selvagem é o DNA o código que desenha em forma a vida atravessando como uma canoa as existências atuais culturas e ancestrais selvagem é o coração que bate independente do
comando da Razão selvagem é assimbiose a construção da Vida em colaboração e sua metamorfose contínua fazendo que a vida seja para sempre são selvagens as plantas e as bactérias criadoras da fórmula que transforma os raios do sol na atmosfera possível desse planeta azul selvagem é o planeta azul o Cosmos muito bem pessoal então a gente assistiu né Essa pequena esse pequeno vídeo né que é uma flecha uma flecha de reflexões eu diria né que traz um pouco desse processo Colonial né que trouxe muitas transformações no nosso país né E que muitas vezes a gente não
para para pensar essas outras realidades né pensar o que foi a colonização do nosso país o que foi a escravização de povos negros indígenas que passaram por processos absurdamente violentos e que até hoje né se a gente Para para pensar no genocídio no etnocídio e tantas e tantas formas de esvaziamento dos processos de conhecimento desses diversos povos a gente Para para pensar que a gente não sabe nada o educador deveria ser a pessoa que busca conhecer mas infelizmente tem uma [Música] uma coisa assim que aconteceu comigo eu tava uma vez no passeando ali pelo forte
de Bertioga não sei se vocês já viram mas ali em Bertioga tem um forte que é um espaço historicamente muito marcante né porque traz a reflexão da chegada dos colonizadores na região litorânea de São Paulo e eu estava com meus dois filhos que na época eram mais pequenininhos assim né menores E aí naquele momento tava chegando uma professora com várias crianças para visitar o forte e a professora falava com as crianças com uma naturalidade né dizendo que os índios eram selvagens eles comiam gente e aí o Anchieta aquele ser iluminado e bom amansou os índios
Essas foram as palavras da professora que me assustou muito naquele momento inclusive dos meus filhos que ficaram olhando para ela sem entender que narrativa é essa que ela tá falando selvagem Sim somos selvagens Somos Filhos da selva da floresta mas ser amassado pela bíblia isso não nem todos alguns foram Infelizmente hoje muitos povos ou alguns povos perderam as suas espiritualidades isso chama-se éticanocídio quando vocês esvaziado da sua cultura do seu saber da sua língua da sua crença espiritual que te norteia e te faz dialogar com seres espirituais que com a gente convive nesse mundo né
até hoje né muitas missões evangélicas insistem entrar nos nossos territórios para catequizar e muitas dessas catequizações são feitas através das escolas traduzem a Bíblia na língua indígena para alfabetizar crianças Isso é uma violência Mas acontece com todo respeito a todas as religiões mas historicamente as espiritualidades indígenas não foram respeitados em nome de um Deus mataram estupraram silenciaram línguas e derrubaram muita Floresta alguns de vocês tem algum parente que chegou aos 300 anos acredito que não lá na minha comunidade tem árvores de 300 400 anos nós não somos capazes de viver esse tempo todo as árvores
são seres sagrados e elas foram derrubadas em nome da ordem e do Progresso Então o que significa a bandeira do nosso país a destruição das florestas a gente precisa pensar sobre isso ainda mais neste momento histórico que nós estamos vivendo onde o Brasil ou parte dele que era provar o Marco temporal vocês enquanto educadores sabem o que é o Marco temporal O que significa demarcar Terra indígena muita gente fala ah mas o índio que é muita terra os povos indígenas não querem muito a terra os povos indígenas querem a floresta viva a floresta em pé
porque Sem Floresta não há Escola Viva Sem Floresta em pé não tem as nossas medicinas não tem os bichinhos não tem a mata não tem o rio não somos só nós que vivemos na floresta a gente luta para defender a floresta porque as mãezinhas das pacas das cutias das Lontras das formigas das abelhas também querem viver é muito arrogância humana achar que só nós queremos território então alguém tem que lutar por ele porque a grande maioria dos territórios foram totalmente dilacerados em nome dessa Ordem e Progresso quanto e quanto ouro não foi tirado para se
enfeitar igrejas os minerais são seres sagrados e muitos deles foram cavocados debaixo da terra para valer dinheiro Então eu penso uma educação que respeita todas as formas de vida as vidas minerais importam as vidas vegetais importam as vidas animais importam só a partir de um momento que a nossa humanidade retomar ao ponto de entender que somos todos selvagens porque todos nascemos da selva todos nascemos da floresta e para ela Voltaremos a gente vai conseguir constituir uma educação que de fato transmita saberes que encaminha as nossas crianças para o Bem Viver E que nos Coloque numa
possibilidade de praticar processos educativos onde as nossas crianças possam continuar sonhando e não com essa ilusão competitiva de ser alguém na vida porque todos nós somos alguém na vida Somos seres que pensamos Somos seres que sentimos e Somos seres que transmitimos conhecimento então a escola a escola viva ela prioriza o respeito e não as letras e os números eles são importantes sim mas sem respeito eles não significam absolutamente nada um país que quer provar o Marco temporal para destruir floresta é um país que não respeita a vida sem a e sem água Nenhum de Nós
vivemos então eu convoco vocês todos a serem selvagens e a entender que a floresta viva depende de cada um de nós não somente dos povos indígenas muito potente muito forte boas provocações Obrigado Cristine até aproveito para dizer que esse vídeo que foi exibido inclusive com todos os seus créditos ele está disponível no portal do nosso fórum né que todos vocês conhecem www.tietê.com.br fora do cacau alto tietê.com.br vou convidar imediatamente Então as integrantes da mesa para que faça durante dois minutos aproximadamente cada uma seu comentário a sua pergunta e peço para professora Nilma e a professora
Cristina para notarem porque até para que nós tenhamos possibilidade de que os integrantes do chat possam também encaminharmos as perguntas deles eu peço então que vocês anotem e depois respondem em bloco por favor então a professora Regiane Coelho geração de Ferraz de Vasconcelos Obrigada César Boa noite a todos represento aqui a Secretária Municipal de Educação Paula trevizoli É uma honra estar participando do quarto fora internacional de educação dos Municípios do Alto Tietê e apreciar as colocações das palestrantes Lione Cristine em Ferraz de Vasconcelos já estamos desenvolvendo um trabalho coeso para garantir o cumprimento da lei
10.639 11645 no currículo de todas as nossas unidades escolares já estamos potencial potencializando ações para o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena com base na fala das palestrantes né que nos faz refletir bastante e pensando que cor etnia são marcadores de desigualdade social eu faço uma pergunta né como as escolas elas podem assegurar a efetivação da Lei garantindo uma educação para diversidade e promovendo a idade obrigada Rejane por favor seu telefone seu microfone está desligado muito obrigada César Boa noite a todos é a minha reflexão e pergunta vai ser direcionada para Nilma
tá nós do município de Itaquaquecetuba estamos num processo de alinhamento do nosso currículo voltado para educação arte racista de fato que ela aconteça na escola e Logo no início da fala da Nilma ela fez um questionamento que causou bastante inquietação e isso é muito bom que causa né a educação antirracista acontece de fato na escola enquanto a educação anti racista ela foi concebida como um projeto como um tema premiado por datas é vinculados a datas comemorativas jamais nós vamos conseguir ter uma postura pessoal e social antirracista essas questões elas foram construídas culturalmente Então não é
uma questão de querer né está internalizada nas pessoas e não foram incluídas nos debates das universidades na forma nas nossas formações na formação dos nossos professores estamos a mais de 20 anos na tentativa de desconstruir o racismo estrutural e porém continua sendo uma pauta urgente Nilma quais as medidas efetivas você considera relevante para que esse processo de desconstrução aconteça de fato considerando a responsabilidade dos gestores públicos no sistema Municipal de Ensino e que as nossas crianças cresçam e se desenvolvam com uma postura ética social e antirracista Obrigado professora Fernanda passa a palavra Professor a Roberta
de Oliveira que é do município de Ferraz de Vasconcelos Roberta por favor Boa noite a todos É com grande alegria e satisfação que eu cumprimento a todos da mesa Hoje é um dia muito feliz para mim que sou professora representando o município de Ferraz é que estou aqui presente com a Professora Doutora Nilma Lino Gomes que para mim é uma referência nas relações educacionais e tô muito feliz quero agradecer também a Cristiane taquá pela sua fala quero dizer que Ferraz de Vasconcelos tem um projeto cultural brasileira que são realizados afirmativas durante o decorrer do ano
com formações para os gestores e para os professores da unidades escolares também temos o projeto povos indígenas Jaqueline com a Silvia dos povos Pataxós E de tudo que foi comentado falado aqui o que eu fiquei analisando é que esse Educação de racista ela tem que acontecer no cotidiano escolar né mas dentro desse cotidiano escolar é as ações no decorrer do ano letivo mas de uma forma leve que todos Aprenda a respeitar um ao outro e aí eu quero direcionar a minha pergunta para professora nenhuma Lino Gomes nós temos leis temos diretrizes mas aqui no Brasil
tem muitos territórios que ainda não são não tem esse diálogo dentro das unidades escolares temos a lei o que que é necessário ainda para efetivação no território do Brasil também quero pontuar e nós tivemos a primeira exposição os estudos de 0 a 3 anos sobre os povos indígenas né teve uma vivência linda então quero pontuar também e eu encerro a minha fala Muito obrigado professora Roberta e passa a palavra agora para Professora Gabriela Santos Silva ela é formadora e assessora de Educação anti-racista no município de Itaquá por favor Boa noite a todos e a todas
Estou muito feliz por estar aqui na mesa por esse convite agradeço a oportunidade ao pessoal que está organizando essa mesa eu tô aqui representando também a Secretaria de Educação de Itaquaquecetuba nos últimos dois anos nós temos focada e algumas formações em educação anti-racista bom queria agradecer primeiramente a presença da Cristine e da Nilma dizer para Cristina que a fala dela é muito potente nos faz repensar na forma como nós nos relacionamos com a sociedade com a natureza com outro né é importante sempre lembrar que o Brasil ele é o pulmão do mundo e nós precisamos
dar nossas mãos e abraçar essas lutas né não é uma luta dos povos indígenas nós precisamos incluir a nós na nossa educação um olhar um outro olhar né é bom nós temos muito aprender com os povos indígenas eu gostaria de dizer para Nilma que ela é uma das minhas maiores referências desde que eu entrei na minha graduação Então hoje se eu estou aqui hoje sou doutoranda lá na UFABC é filha também da Periferia e eu agradeço muito os caminhos que anima trilhou para que eu também pudesse estar aqui então a Nilma está em todas as
minhas Produções acadêmicas Esteve comigo na minha cama lá no livrinho toda vez que eu acordava e que eu dormia bom então modifico a nenhuma modificou inclusive as minhas práticas educacionais enquanto professora eu ia fazer uma pergunta mas a língua Já respondeu então vou deixar mais um questionamento né a pandemia ela explanou o avanço das desigualdades sociais no Brasil e depois as normas educacionais pressionaram os municípios em busca de resultados na educação na Educação Básica os alunos estão alfabetizados não estão eles precisam de algum apoio não precisa enfim mas sempre pensando nos resultados E aí eu
gostaria de perguntar é como inserir esse debate da educação antirracista dentre as outras urgências né porque a gente sabe que a educação de racista acaba ficando como paralelo as urgências de resultados ela vem antes da discussão E aí você já falou né na verdade a gente precisa de ação o investimento já está direcionado as leis já estão direcionadas nós precisamos de ação dos nossos gestores mas não só dos nossos gestores também lá na sala de aula também nas nossas práticas educacionais então eu acredito que é mais um convite para que os professores e aí a
fala da Cristine finaliza isso né Nós precisamos modificar a nossa forma de agir a nossa prática Nossa forma de olhar o mundo precisamos nos despir do colonialismo nós precisamos modificar a forma como nós olhamos e enxergamos o mundo precisamos né Cristina e movimentar os nossos processos criativos Enfim então é isso muito obrigada novamente tô muito emocionada de estar aqui Muito obrigado as integrantes da mesa e olha só que provocação hein vou pedir em primeiro lugar para professora Nilma num prazo aí de cinco minutos fazer comentários de questões tão importantes mas depois tem outras né as
questões que também vem para o chat e logo em seguida a professora Cristine também por um prazo aí de uns 5 minutos faz comentários sobre as questões que foram levantadas por favor Nilma Eu tô aqui pensando né uau cinco minutos para responder as perguntas mas vamos lá eu vou fazer uma resposta mais abrangente quero agradecer a Regiane a Fernanda Roberta Gabriela pelas questões que foram colocadas quero parabenizar esses municípios a secretarias por já inserirem a educação de racista a lei 10639 nas suas ações que era o parabenizar e dizer aqui Roberta que eu já fui
a ferragem de Vasconcelos quando ministra e recebida e a época pelo prefeito foi uma viagem intensa e muito boa Abraços aí para toda a comunidade e para as outras também para os outros municípios Olha eu diria é o seguinte na minha fala eu penso que eu apresentei algumas reflexões E também algumas dicas né de como desenvolver essa educação anti-racista que é o que é a lei 10639 Jesus fala sempre lembrando que ela é LDB Mas o que eu diria que talvez nos falte na escola talvez mais do que assim ó orientações de como fazer como
implementar de forma a gente pode fazer essa mudança dentro da escola é olhar mais para dentro das próprias escolas da educação que nós temos ministrado no caso da educação das relações éticas raciais vale a pena nós aquelas indagações que eu fiz na minha fala seria muito interessante se nós lançassemos essas indagações para dentro da instituições escolar onde nós atuamos ou da rede onde nós atuamos mais respostas nós teremos eu penso que a falta ainda as escolas entenderem algo que é duro mas que é muito necessário que é como racismo se faz presente nessa escola nesse
cotidiano e o que nos falta então para que essa escola ela com essa rede de ensino ela se torne mais democrática mais e mais democrática e anti-racista E aí esse olhar ele tem que ser para todas as dimensões dessa escola não somente o currículo formal mas esse currículo que nós fazemos no dia a dia o lugar onde crianças negras e brancas se socializam dentro da escola um olhar sobre a organização da sala de aula um olhar para as relações pedagógicas um olhar para além das datas comemorativas Como já foi falada aqui é uma reflexão para
como que as diferentes áreas e disciplinas dialogam ou não com as questões raciais e com as questões do continente africano essa digamos assim seria uma radiografia da nossa escola fazendo essa pergunta dura mas que é necessária e para as respostas as respostas então elas surgirão Principalmente quando nós observarmos os pontos nodais onde nós temos uma desigualdade entre negros e brancos dentro da escola ou um tratamento desigual para negros e brancos das escolas que quer seja no currículo quer seja na organização dos livros que estão na biblioteca quer seja na no trato que se é dado
as pessoas negras e não negras dentro dessa escola mas mais do que isso eu diria que o que a gente está falando sobre uma educação anti-racista e também o que é Cristiane é apresenta muito na fala dela com relação a concepção a cosmovisão dos indígenas em relação a vida a natureza sociedade é que nos falta uma postura ética diante dessas questões o que que eu quero dizer eu quero dizer que nós não podemos ficar acomodadas e acomodados quando por exemplo nós percebemos que essas dimensões precisamos sendo tratadas dentro da escola e as pessoas me perguntam
assim mas professora é tão duro pensar racismo dentro escolar a gente faz tantos projetos etc eu acho que tem que se entender que esse é um processo que vai sempre estar em construção em andamento e ele tem que ir avançando porque se nós entendemos que nós temos um racismo hoje estrutural na sociedade brasileira e muitas pessoas saem repetindo o conceito é entender que o racismo é um só e falar falar que ele é estrutural epistêmico institucional são formas de compreender as diferentes maneiras dele operar nos diferentes espaços então se eu falo que existe um racismo
que está nas instituições do Brasil e a gente gosta muito de falar nas instituições mais Matos dos poderes mais altos do governo etc entender que a escola enquanto uma instituição social ela está dentro da sociedade que é calcada alicerçada nesse racismo estrutural logo o racismo institucional também está dentro da escola então isso implica uma dimensão ética e uma coragem de eu rever posturas práticas tratamentos lugares de poder orientações pedagógicas reunião com pais e mães irresponsáveis conselho de classe avaliação como que as crianças negras são avaliadas dentro do Conselho escolar da mesma forma que as crianças
brancas as Crianças Pobres bem periféricas e as pessoas que moram mais no entorno da escola eu penso que nós precisamos de fazer novas perguntas para instituição escolar e refazer o rei dagar as perguntas antigas que a gente já fazia por exemplo sobre aprendizagem desenvolvimento ensino dentro da escola eu não posso por exemplo achar que é natural quando numa escola em processos de AVA eu tenho notas mais baixas das crianças negras em relação das crianças não negras dentro da escola eu tenho que pensar e quais são os elementos que estão contribuindo para isso intra-escolares e Extra
escolares Então eu acho que o pontapé inicial é uma urgência de uma desnaturalização das Relações raciais e do racismo dentro da escola é um outro tipo de olhar porque partindo desse pressuposto que é um digamos assim uma orientação política e ética como profissional da educação Eu vou acessar os projetos Existem os cursos as pesquisas os cursos de Formação tem uma série de elementos hoje já de produção que pode contribuir para que a prática pedagógica ela seja desenvolvida de uma melhor forma No que diz respeito à educação anti-racista mas tem uma dimensão ética política que ainda
não está digamos assim ela não vem sendo ainda realizada por um conjunto da educação no Brasil e aí eu não penso só na escola básica eu tô pensando também no ensino superior de ainda nós hierarquizarmos temas e questões dentro da educação e colocarmos temas como a questão racial a questão indígena a questão das mulheres é a questão da da intolerância religiosa que é uma coisa séria também dentro das escolas nós colocamos isso sempre como uma parte quase diversificada do currículo e não conseguimos ainda fazer um trabalho que seja intra e interdisciplinar então tem que se
indagar e a partir dessas indagações nós vamos buscar então compreensão estudo ajuda orientações para que a gente possa implementar esse tipo essa educação é de racista e eu queria chamar atenção também que é preciso uma relação construir uma outra relação com a própria comunidade que tá na escola com a própria comunidade no entorno da escola com os grupos culturais da escola com os movimentos sociais Nós ainda somos escolas muito fechadas para dentro de nós mesmos e eu acho que a secretaria de educação Elas têm digamos assim o potencial de instigar de induzir sabe a sua
rede para realizar ações assim nessa interrogação entre o que tá dentro da escola e esse não escolar porque se a saúde vai mal eu sempre falo isso difícil essa criança que tá vivendo uma situação precária de saúde ou sua família ficar bem dentro dessa escola e quando nós vamos olhar no quadro das desigualdades geralmente são crianças negras que vão sofrer muito mais as consequências de uma saúde pública que muitas vezes não acontece na melhor maneira se o emprego trabalho vai mal dificilmente essas crianças também ou adolescentes de Jovens e Adultos estarão bem dentro da escola
e vamos saber a população negra brasileira é aquela que mais é está em situações subalternas de trabalho ou no desemprego entendem Então o que eu queria chamar atenção aqui é menos assim o que que é que a gente pode fazer é prático mas pensar que se a gente não tiver uma inflexão ética política a gente não consegue então desenvolver práticas e isso passa muito por processos de formação principalmente em serviço os profissionais da educação e pelos processos por demandas e cobranças nossas também para os processos de formação Inicial Eu acho que um é uma orientação
do olhar e uma reorientação ética da forma de agir finalizando eu diria para vocês eu tenho citado sempre um filósofo chamado Amauri Carlos Ferreira da PUC de Minas Gerais que tem um texto lindo que eu indico para todo mundo chamado a morada do educador e texto ele vai chamar a nossa atenção de que a morada do educador é a ética então eu sempre tenho falado que muitas vezes nós professores e professores episódio quando eu era da Educação Básica que dê aula muitos anos temos uma frase assim quando eu fecho a porta da minha sala de
aula lhe mando eu eu diria que a ética nos diz que na umbanda ninguém quando eu fecho a porta da minha sala porque eu não posso fechar a porta da minha sala e ser racista discriminar alguém ser machista e ser LGBT fobico mantém intolerância religiosa Então eu acho que a gente precisa ir de uma grande revolução da educação a gente precisa voltar determinados princípios políticos éticos muito fortes na educação para entender que essa democracia na escola que nós tanto falamos ela tem que caminhar junto com práticas e com uma ação anti racista E aí nós
temos que agir e quando nós fazemos essas reflexões as ideias as projetos as formas de agir elas vêm e principalmente é aprender com os movimentos sociais aprender com os grupos culturais aprender com o movimento negro então assim como nós precisamos aprender com os indígenas a essa outra visão de mundo no caso da questão racial também existem grupos segmentos coletivos que tem uma expertise cotidiana de vida em relação a um anti racismo e que nós educadores educadores precisamos dialogar e aprender com essas pessoas porque sozinho nós não aprendemos principalmente porque nós temos infelizmente do ponto de
vista da relações éticas raciais um processo muito grande de deseducação no Brasil então nós precisamos É nos reeducar para as relações éticas sociais por isso que as diretrizes curriculares chamam e diretas rituais nacionais para educação das relações e artes raciais e depois é que vem para o ensino de histórico brasileira e africana nem sempre as pessoas prestam atenção nessa primeira parte que nós precisamos todas nós nos reeducar para as relações éticas raciais e a leitura das diretrizes ela vai nos ajudar e nos dar bastante os orientações e parâmetros para um trabalho na educação escolar e
na gestão escolar principalmente porque a gente tem observado que quando uma gestão escolar ela é democrática questões como essas elas são tem espaço recebem acolhida quando questões uma gestão ela é extremamente autoritária e conservadora não só as outras questões Mas a questão racial também não tem um espaço para ela ser realizada seja no currículo seja na prática cotidiana super Obrigado Nilma passo imediatamente para Professora Cristina Itaquá para fazer os comentários e respostas às indagações que já foram feitas destino sim muito bom ouvir a professora Nilma muito agradecida sempre muito profundo né e é justamente esse
pensamento que eu venho falando e pensando né que eu acho que a grande contradição humana é esse Abismo de uma grande contradição que existe entre o que se pensa o que se fala e o que se faz né Então a partir do momento que a gente se posiciona eticamente né perante a vida a gente percebe o quanto a gente precisa mudar de hábitos e repensar uma sociedade mais respeitosa né porque muita gente fala em democracia muita gente fala em respeito muita gente fala e muitas coisas mas aí a prática é um grande desafio e a
ela eu acho que é o grande proporciona né dessa o grande incentivador o grande semeador né eu vejo nós nós todos educadores somos Semeadores que temos essa possibilidade muito potente de colocar ali né uma possibilidade de lure diversificar as mentes das nossas crianças trazendo perspectivas muito mais transformadoras mesmo né no sentido de todas as amarras coloniais que ainda estão muito enraizadas no Imaginário né de muita gente e aí quando teve uma professora que perguntou né como que as escolas podem efetivar essas leis né que trazem essa obrigatoriedade do ensino da cultura e da né das
histórias tanto afro quanto indígenas eu vejo que a desafios profundos no sentido de que será que os professores estão preparados para fazer isso né até comentei já isso não há um preparo as próprias universidades não dão conta muitas vezes de preparar os professores né para efetivar isso então eu vejo que essa experiência que a gente está começando a desenvolver no Museu das culturas indígenas né tô dando só uma ideia né que é uma das possibilidades mas isso no Estado de São Paulo embora a gente pensa também em fazer formações virtuais né online mas para permitir
que os próprios indígenas né possam estar colaborando na formação de professores para depois estarem atuando na rede Então essa é uma forma de uma certa possibilidade de se efetivar essa lei porque eu acredito que só consultando livros não vai dar conta porque os próprios livros muitas vezes Não Contam verdades né eu me incomodo muito com livros que ainda até hoje insistem em contar mentiras e exaltar pessoas muito usurpadores como são os bandeirantes e tantos e tantos Borba Gato Fernão Dias que abusaram muito né dos processos de interação com os nossos ancestrais e hoje são tidos
como heróis no nosso Estado de São Paulo então conhecia a nossa história significa dar um passo à frente né dessa postura ética com a vida mesmo porque enquanto a gente não conhecer a nossa verdadeira história e não entender quem foram os bandeirantes né não entender que o processo de abertura da Fernão Dias foi para Minas Gerais matando muita gente no caminho para buscar e saquear ouro Que história a gente está ensinando para as nossas crianças nós precisamos entender conhecer a verdadeira história Porque a partir do conhecimento ao respeito né então acho que muitos espaços poderiam
estar oferecendo formações para que seja possível efetivar essas leis eu vivo cobrando e cutucando a efap né que a Escola de Formação da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para que se tenham informações continuadas Eu sinto que falta muito isso para os nossos professores mesmo quem já é graduado Quem já tem licenciatura mestrado é necessário uma formação continuada né com foco em toda essa diversidade de possibilidades de interculturalidades onde você troca e traz né culturas e pensamentos de outros povos para enriquecer o dia a dia da sala de aula né então acredito que
é possível sim efetivar mas a gente precisa aproximar mais né E principalmente as posturas na gestão né das escolas para romper um pouco essa monocultura aqui insiste em criar o mesmo modelo sempre né Essa coisa do dia do índio o dia de não sei o quê seguir essas datas comemorativas já é querer enfatizar um racismo né porque dia a dia todo dia a gente tem que entender que não existe essa coisa de dia de índio sabe a gente tem que entender que existe uma resistência muito profunda no qual precisa se entender a diversidade dos povos
e quando a outra professora comentou sobre a pandemia eu observei sim o quanto a pandemia contribuiu para aumentar ainda mais as desigualdades né a gente tem escolas indígenas em algumas comunidades que nem tem luz elétrica quem dera ter acesso à internet para você poder fazer uma aula no formato remoto né então é esse governo atual né esse atual secretário de educação também do Estado de São Paulo é uma pessoa que prioriza muito esse ensino tecnológico e isso me preocupa muito né porque é tirar o pé do chão né a gente tem que entender que existem
muitas pessoas que não têm acesso à internet e que não tem nem aparelhos eletrônicos para se fazer esse tipo de transmissão de saberes e conhecimento e também porque eu acho que esse não é o melhor modelo a gente tem um monte de crianças hoje que não estão alfabetizadas já no quarto quinto ano por conta de todo um processo muito violento mesmo de não entender a das Crianças dentro da própria sala de aula né eu digo isso pelo meu próprio filho então acho que a gente tem que entender que existe uma diversidade e entender que só
a mudança de postura né A partir do momento né assim como a professora Nilma falou só a partir do momento em que a gente tiver uma postura ética verdadeiramente comprometida com as nossas palavras porque eu acredito que as nossas palavras elas são sopro de amor verdadeiro só que se as nossas palavras não caminharem no mesmo compasso dos nossos pés a gente vai estar soprando palavra para que direção a gente tem que falar e fazer e o educador enquanto semeador deve ser essa pessoa que busca a transformação Para o Futuro né o futuro da nossa humanidade
a terra tá machucada os espíritos da floresta estão cobrando a gente o tempo todo e se a terra tá machucada não adianta a gente insistir no currículo que não enxerga que a gente vive um momento de urgências climáticas e como eu já disse sem água Ninguém Vive então ou a gente muda Nossa postura ou todo todos nós vamos afundar o nosso Barquinho vai afundar Por Água Abaixo Então vamos acordar agora Muito obrigado Cristine Muito obrigado Nilma os que estão participando pelo chat estão percebendo que muitas das questões que estão levantando já foram abordadas então estão
fazendo aqui um esforço de não repetir uma das novidades que começaram a ser implementadas esse ano a partir do fundeb diz respeito a uma espécie de prêmio vamos dizer assim uma recompensa para as redes públicas estaduais e municipais que sejam capazes de diminuir desigualdades inclusive desigualdades No que diz respeito às questões socioeconômicas e é que no raciais então tem aqui uma pergunta do Arnaldo se as duas palestrantes como é que elas percebem esse tipo de iniciativa né se isso pode levar um avanço Lembrando aqui um dado que eu já Até conversei com vocês né neste
ano de 2023 que a terceira fase de implementação do fundeb dos 645 municípios Paulistas somente 175 conseguiram se habilitar para receber essa complementação do governo federal chamado var inclusive poucos municípios da própria região do Alto Tietê então há um esforço né quer dizer o esforço não é para ganhar o prêmio não é para ganhar dinheiro mas é para ter uma postura Como já foi falado aqui e repetido radical no sentido de fazer com que essas questões não estejam laterais do ponto de vista do ensino da aprendizagem mas no verdadeiro miolo na alma do próprio currículo
então o Arnaldo pergunta isso tem uma outra questão aqui aliás que foi repetida né mas como são várias questões pedindo até as duas palestrantes possam comentar a respeito da questão das leis de cotas né cotas para negros cotas para indígenas como é que isso se relaciona com o tema muito puxado né E muito insistido por tetos setores da sociedade brasileira da meritocracia Então essa esse é uma discussão que nós pedimos aqui é vários pedem que vocês possam desenvolver eu faço mais uma para que vocês possam fazer comentários né a respeito da como fazer projeto político
pedagógico isso aqui Fala pergunta Cleide e outras pessoas que garantam trabalho eficiente para garantir esses direitos como tirar do Papel mas faço aqui inclusive uma relação com os outros temas desse fórum aqui a pergunta é como as diferentes linguagens relacionadas diferentes expressões da arte da cultura podem contribuir né Para que esta preocupação essa postura ela possa ser uma prática efetiva por parte das professoras e professores da nossas escolas Então agora eu passo em primeiro lugar para Cristina e responder e depois foi a professora Nilma por favor pesquise Olá boa noite de novo a todos acho
que primeiramente gostaria também de agradecer né a gente já tá chegando ao final desse encontro e para mim foi muito enriquecedor escutar cada um de vocês né e contribuir a gente não tá se vendo né Eu acho bem curioso assim diálogos que a gente faz através das câmeras Mas eu acredito que tem muitos educadores que estão acompanhando esse diálogo nessa noite e para mim sempre é muito importante a Gente Se permitir trocar essas experiências né trocar essas possibilidades discuta porque às vezes a gente tá tão habituado a ouvir o nosso próprio ponto de vista e
a partir do momento que a gente se permite ouvir outras perspectivas outros pontos né outras formas de conceber o mundo a gente avança enquanto humanidade também o que me toca muito a perceber o quanto né de uma certa forma né aí o Tom cremar que é uma referência para nós né enquanto de Pensador é observar o quanto a nossa humanidade ela tá fragilizada E ela não conseguiu cumprir né vamos dizer assim com o seu papel o seu sonho de uma humanidade né Essa humanidade ela fracassou no sentido que não deu conta de lidar com os
princípios mais básicos das relações humanas então ao longo desse histórico processo de muitos séculos de convivência humana a gente assiste hoje né uma decadência muito grande nas relações todas se a gente pensa né o modo como a um adoecimento muito profundo de crianças de jovens um alto consumo de remédios uma depressão suicídio tudo isso para mim é um sinal de que essa sociedade ela está descompassada então não há como a gente pensar em nada mais se a gente não tá pensando básico né eu insisto em falar isso se a gente não priorizar uma educação para
o Bem Viver a gente está ensinando um monte de teorias para que o meu filho que fala isso né a gente fica aprendendo um monte de teorias um monte de cálculos um monte de coisas que a gente vai usar para que mesmo né então na educação escolar indígena Principalmente eu sei que existem muitas modalidades né que são diferentes vamos dizer assim até dos processos do que se quer de como se quer né priorizar seja educação quilombola seja educação indígena Educação na cidade e dentro da cidade mesmo a várias diferenças e muitas pedagogias alternativas que vem
buscando aproximar de uma certa forma essa transmissão do Bem Viver mas o que me preocupa e a mensagem que eu queria hoje deixar nessa noite para vocês todos educadores é justamente sobre essa importância da gente olhar para a gente mesmo Enquanto educador mas também quanto humano né Qual que é a nossa missão O que que a gente está fazendo né nessa conduta toda no qual a gente acorda a gente trabalha a gente vive e a gente consome o que estamos consumindo né porque não adianta nada a gente se encher de teorias se quando a gente
entra no supermercado a gente contribui para aumentar o avanço do agronegócio da mineração no nosso país mineração é essa que está matando crianças e anomame lá em Roraima agronegócio esse que está matando lideranças indígenas no Mato Grosso do Sul é importante a gente saber das realidades crianças e jovens e lideranças e Anciões e casas de rezas são queimadas constantemente dentro dos nossos territórios e me toca passar essa mensagem para vocês enquanto educadores porque às vezes dentro da bolha de vocês vocês podem não estar sabendo disso então quando eu falo de respeito e quando eu falo
de Bem Viver é entender que futuro é esse que nós estamos juntos sonhando um Brasil que prioriza uma educação monocultural ou um Brasil que entende que nós precisamos construir o mundo onde todos os mundos caibam dentro dele né isso ética ética nas relações ética no dia a dia e eu finalizo dizendo isso que enquanto a gente não romper as nossas contradições e não Remar o nosso Barquinho na mesma direção a gente não vai estar cumprindo o nosso papel de semeador que é ser professor que busca a transformação do futuro então são essas minhas palavras e
muito agradecido palavras provocadoras tocantes inspiradoras eu passo então agora para que faça os seus comentários para professora Nilma então pensando aqui no na condicionalidade 3 né [Música] o valor aluno ano resultado eu diria que é importante pensar que a existência do vá ela ela não vem só de uma resolução do estado do Governo ela é fruto de um Grande Debate na sociedade brasileira é uma reivindicação do movimento negro inclusive teve uma grande participação do núcleo de afro brasileiro da Universidade de Ouro Preto do certe do Centro de Estudos das educação e relações de trabalho de
São Paulo teve uma série de pessoas envolvidas e organizações para que se chegasse até hoje até o que nós temos hoje no fundeb né e eu diria que que o vár nessa condicionalidade 3 significa que o antirracismo ele passa também pela redistribuição dos recursos ele passa também por uma questão que é orçamentária porque nós sabemos que podemos falar de muitas práticas e políticas que devemos fazer em atendimento LDB alterada pela 10639 porém nem sempre os municípios vão ter todas as condições do orçamentárias adequadas E aí precisa assim de um impulso do Governo Federal ou muitas
vezes as escolas também não tem essas condições todas adequadas não tô falando que o financeiro impede Que As Nossas ações sejam realizadas eu quero dizer que o financeiro é um grande propulsor para que as ações sejam cada vez mais realizadas e mais fortes e mais consistentes e que algumas dessas ações elas necessitam sim de uma hora forte de orçamento público Mas isso não significa que não exista totalmente o orçamento as perguntas e as indagações que nós fazemos para as escolas elas também precisam ser feitos para dentro do nosso próprio organização distribuição dos recursos quanto de
recurso bem investido por exemplo para atender essas duas legislações que alteraram a LDB em que que é investido eu penso também que a discussão do var implica uma formação das equipes técnicas da secretarias da gestão seja de escolas da secretarias e principalmente da secretarias para que ele aprendam por exemplo a trabalhar mais com indicadores para que as próprias prefeituras e suas secretarias municipais e estaduais acompanham também o desenvolvimento dessas ações que no caso o bar vai trabalhar com elas penso também que tem uma outra questão que traz o vár que a gente tem falado pouco
e agido pouco que a questão da Equidade na educação e principalmente a Equidade racial na educação Porque falamos muito e a nossa a nossa gramática política e Educacional fala muito da igualdade e é assim a igualdade é um prefeito constitucional que nós buscamos mas há muito de uma igualdade formal que não se realiza na prática porque sabemos que vivemos uma sociedade muito desigual Mas temos que além além de vivermos na sociedade que é muito desigual também vivemos numa sociedade que discrimina a sociedade que é racista uma sociedade que pratica o etnocentrismo uma sociedade que é
como a Cristine falava também queima-se terreiros de Candomblé terreiros de umbanda por meio de uma violência intolerância isso também faz parte do Brasil Então o Brasil Essa sociedade complexa que nós vivemos que é maravilhoso por um lado e ao mesmo tempo é cruel para o outro e a gente entender isso tudo não como dois Brasil se separados mas como nosso país exige então mudanças muito sérias mudanças da Ordem da política e mudanças da Ordem da educação seja na política educacional seja também nessa Educação do cotidiano seja na formação dos educadores das educadoras então eu diria
que a dimensão da Equidade no vácuo Ela implica em você construir justiça e justiça social e quando nós falamos e construir justiça e justiça social significa que aqueles é aquelas os coletivos que estavam em situação de maior desigualdade discriminação precisam ser sujeitos e tem que ser eixos de uma reorientação da política de uma reorientação orçamentária eu acho que quando César você fala do resultado né Quais são os municípios que atenderam aquilo que tá colocada agora nessa nessa rede nesse redimensionamento aí do fundeb isso mostra muito para nós isso mostra porque porque significa então que nesses
20 anos da Lei Vamos pensar na questão racial muito pouco do Brasil tem sido investido numa mudança real estrutural No que diz respeito ao atendimento da legislação e acho que o estímulo que vem né com um estilo orçamentário que vem ele não é alguma coisa só de uma moeda de troca Eu acho que isso faz parte do direito então sabemos que se nós temos que implementar uma série de mudanças na escola uma série de mudanças na gestão ou a participação também do governo federal a participação de uma melhor redistribuição de recursos e que chegue em
livro Estadual Municipal ela também propulsou de mudanças ela também mostra que há 10639 o que ela fala o que ela tá discutindo que ela nos traz é não é apenas do ponto de vista do pedagógico como muitas vezes se pensa ela também é do ponto de vista orçamentário e mais entender que o orçamentário é pedagógico também Eco pedagógico também pode ser orçamentário acho que essa é uma visão que a gente ainda não tem sabe César que nós precisamos ainda em compreender melhor e tirar a ideia do monetário quando nós estamos pensando no orçamento da educação
e colocar a ideia da Justiça é articulada com recursos que são sabes são dimensões de uma leitura outra uma leitura ética política que pode nos levar então a isso que é uma novidade que vai significa e a concretização dele porque nós sabemos que ainda no campo da gestão existem gestores e gestores são contrários ao condicionalidade 3 é uma arma ainda existe né Muito pelo contrário acho que deveria ser acolhido com palmas pensar que a implementação dessa legislação de uma educação antirracista recebe um outro olhar dentro do próprio e com relação aos projetos pedagógicos Principalmente para
o campo da arte da cultura o que que eu diria é se nós avaliarmos eu tô participando de uma uma pesquisa agora com sedec avaliando as unidades de educação infantil do Estado de São Paulo se nós avaliarmos também os nossos próprios projetos políticos pedagógicos não são os documentos mas também fazer perguntas para esses projetos em Ação nós sabemos que muito daquilo que está escrito a gente não consegue realizar na prática óbvio sempre vai ter um certo descompasso entre aquilo que é proposto e aquilo que é possível mas o que eu acho que nós temos que
avançar no caso da dimensão ética racial no caso da questão indígena nós temos que avançar é para além de uma ideia de uma proposição que ela seja proforme retórica para uma proposição que vem a partir daquilo que eu falava de um retrato de uma radiografia dessa escola e que nesse projeto Isso serve para outras questões não somente para dimensões racial de maneira que esse projeto ele seja ele retrate mais ele expresse mais de fato aquela instituição Eu acho que o campo da arte o campo da cultura são duas dimensões importantíssimas para o ser humano para
a sociedade é da cultura é da nossa formação como sujeitos sociais e culturais a arte a cultura a expressão a poesia quer dizer essa essa outra forma de interpretar o mundo muitas vezes interpretar esse mundo através de muitas metáforas e isso os Comunidades Quilombolas comunidades indígenas sabem fazer muito bem e nós vamos perdendo isso nesse Urbano onde essa realidade nua e crua ela nos coloca muitas vezes longe da fantasia longe dos Sentimentos distante do amor distante da reflexão sobre a vida sabe então eu penso que são duas dimensões muito importantes na formação das educadoras dos
educandos educandos de um modo geral e que você tem uma série de expressões da cultura afro-bras e das culturas indígenas que podem ser formas de você trabalhar com a lei 10639 e construir uma educação anticacista se você for pensar na literatura na poesia na arte as artes plásticas as artes cênicas né as músicas Tem tantas dimensões e tantos e tantas atravessamentos e complementos de uma cultura negra de culturas brasileiras culturas africanas que nós podemos trabalhar nas escolas na formação inicial de professoras e professores só fechando é também quero destacar por exemplo museus como afro-brasileiro Inhotim
brasileiro em São Paulo Inhotim em Belo Horizonte não é só a ida as escolas a espaços da cultura mas é como trabalhar a cultura como parte da nossa dimensão humana Eu acho que isso César Seria um grande avanço para as escolas para as redes de sinos e principalmente que a cultura Negra cultura afro-brasileira tem muita contribuir para que a gente avance numa Educação do sentido uma educação da cultura uma reeducação das mentes e do Olhar perfeito Nilma Inclusive essa sua última fala se liga muito ao que nós já debatemos aqui nesse fórum nas últimas três
sessões eu vou pedir muitas desculpas para todos aqueles que fizeram questões mas também tô com muita convicção de que quase todas elas foram abordadas tanto pela professora Nilma Professora Cristina então eu quero antes de mais nada agradecer esse presente que a professora Nilma minha professora Cristina nos dão um presente que nos provoca nos presente que nos inspira e que faz com que a gente saia com compromisso né de ação isso é a coisa mais importante e também de troca de experiências porque muitos professores coordenadores da região do Alto Tietê tem postado as suas experiências esse
portal do fórum o fórum é apenas um evento não são apenas palestras mas é um espaço de troca de compartilhamento de cooperação então eu pedindo desculpas para todos os integrantes do chat que eu não citei nominalmente tem aqui uma relação grande mas com certeza foram contemplados em grande parte Cristina e Nilma Muito obrigado pela sua presença eu tô terminando agora até com compromisso de todos os participantes são duas horas de cada uma das sessões E aproveito para fazer uma chamada e um agradecimento primeiro o agradecimento chamar que é pela pela ordem aqueles que propiciam que
nós mesmo a distância possamos ter essa oportunidade de diálogo de reflexão não quero que agradecer ao Fabrício ao Jefferson Luiz Henrique que são da equipe de Mogi das luzes que tem nos ajudado de uma maneira maravilhosa Quero agradecer ao Alan Rogério dos Santos da nossa equipe do ipsa e quero agradecer aqui também nas nossas tradutoras de Libras a Regina e a Emily Aliás hoje é afinal de contas o dia nacional dos surdos e o dia internacional das linguagens de sinais então muito obrigado a todos vocês e quero convidá-los para quinta sessão do fórum internacional de
educação a quinta e última que vai acontecer na próxima terça-feira quando nós teremos a presença do professor Marcos Garcia Meira com o tema memórias paisagens comunidades e patrimônios a contribuição de currículos e projetos pedagógicos multiculturais a todos vocês uma boa noite e até a semana que vem abraço [Música]
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