[Música] o fã é inegável a importância da infância para toda a nossa vida a neurociência constata que o desenvolvimento do bebê se dá na combinação da genética com as relações do ambiente que ele está inserido e aos estímulos produzidos pela cultura de cada época as crianças reagem filho não tem sentindo ingressante eu quero que eles saibam que eles têm uma voz e que eu estou enxergando eles que eu estou escutando que estão falando aí eu queria ser uma mãe mais presente eu queria poder escutar tênis o mpf to begin membro histórico em cantinhos do arroz
toy o tempo da infância e à infância de nossos tempos o tema desta série do café filosófico a infância conectada o valor da fantasia e memória o lugar das crianças em nossas cidades e nas famílias [Música] vivemos tempos da virtualidade das relações independente da idade a exigência de estar permanentemente online inaugura uma forma de convívio onde as pessoas podem estar de corpo presente mas psiquicamente ausentes olhando cada um para sua janela virtual como considerar essa dissociação do corpo para o bebê que ainda nem se apropriou dele com essa nova maneira de estar junto está afetando
nossas vidas e principalmente o universo infantil o que crianças que ficam capturadas pelas telas de eletrônicos podem nos contar a respeito da infância de hoje como é que enfia o nosso encontro de hoje com a célebre frase desliguem os seus celulares a sessão vai começar é vejam que assim é que tenha se iniciado a maioria das conversas é quase como se essa frase ocupasse no lugar que a gente tem nos encontros de hoje a mesma função que as iluminuras tinham nos textos medievais sabem as iluminuras são aquelas letras ornados com motivos de flora e fauna
que tem no início do texto letras tão ornados que elas se tornam até mesmo inelegível e a idéia é essa mesmo que elas fossem um tanto elegíveis para que o leitor antes de começar antes de adentrar no assunto ele fizesse o silêncio o silêncio que é preciso fazer antes de que a gente possa falar mas ao mesmo tempo é devido a todas essas conexões que o que a gente está dizendo aqui pode ser compartilhado pela internet com pessoas que não estão aqui é fisicamente ou que esse mesmo material com o qual a gente vai trabalhar
hoje possa ser acessado em outro tempo por outras pessoas então vejam essa ambiguidade na qual a gente se encontra na atualidade é por um lado e isso é implicar que a gente tem um risco de ficar gravemente desconectados daqueles que temos ao nosso redor é e por outro lado a gente pode produzir conexões inimagináveis é dessa forma que a gente tem na atualidade de produzir o laço social de produzir o discurso tem consequências para a infância temos recebido no consultório muitas crianças que chegam absortos incinerados pelo brilho das telas dos seus celulares dos seus tablets
dos seus aparelhos eletrônicos crianças que passam o dedo pelas superfícies quando algo dá realidades perturba como se num movimento do touchpad elas pudessem alterar essa realidade ou crianças que chegam repetindo fragmentos sonoros extraídos da internet sem que aquilo faça para ela sentido nem que faça sentido algum para aqueles que as rodeiam então vejam que a gente vive em tempos que a gente pode estar de corpo presente mas ciclicamente ausente em relação àqueles que nos rodeiam agora e sim a gente vai se encontrando com essa situação social de ver amigos reunidos em torno de uma mesa
cada um olhando para a sua tela de celular ou de ver casais jantando frente a frente cada um olhando também para o seu celular e isso tem um efeito muito mais contundentes quando incide em um tempo primordial da constituição psíquica quando alguém está nesse período do zero aos três é onde está em jogo a constituição desse e o estabelecimento da relação com os demais o que não está garantido essa relação com os demais ou a percepção que alguém faça desse depende de experiências de vida é consequência do tempo em que elas vivem sempre que surge
uma nova grande invenção tecnológica os humanos mantemos com ela um misto de fascínio e de horror de facinho pela primeiro pela grande capacidade que o mando humano tende sempre inventar algo a mais então isso é fascinante mas também porque a gente espera que essas transformações tornem o futuro melhor ao mesmo tempo a gente tem um horror porque sempre se revela uma certa faceta de imprevisibilidade diante dessas invenções quando a gente tem a esperança de que as crianças venham é triunfal um de nós fracassamos a gente coloca as crianças na linha de frente do qa na
resposta contemporânea em termos de ideais em termos de sintoma em termos de almejar um futuro melhor por isso que escutando as crianças a gente fica divertida de para onde uma certa sociedade tá é lindo então nesse viés de de que a gente considere de que essa era digital nos traz ganhos é preciso que a gente e reflita acerca do efeito que há a divulgação do conhecimento pela internet produziu a gente tem uma democratização do acesso à informação sem precedentes mas se por um lado a gente nunca teve tanto acesso à informação vale recordar que é
a palavra que foi incluída no dicionário oxford em 2016 o dicionário oxford ele vai escolhendo certos fenômenos léxico ou seja aquelas palavras que mais foram usadas ao longo de um ano a palavra então incluída nesse funcionário em 2016 foi foi nada menos do que o cós fática sociedade pós fática que é a sociedade pós fática é uma sociedade na qual acaba sendo mais importante o escândalo que certo acontecimento causa do que o acontecimento em si ea gente vai testemunhando fenômenos nos quais é certa inverdade certa boa teoria ela se diz e nina e às vezes
quem amanda poucos minutos depois a recebe e um mecanismo de tuitadas e retuitados que colocam no alto da lista aquilo que é mais escandaloso e que às vezes deixam mais para baixo da lista aquelas matérias inclusive jornalísticas e investigativas que são mais extensas que fazem uma verdadeira análise dos fatos porque bom isso exige tempo se adentrar na complexidade de um fato exige um tempo ea gente tem pressa então muitas vezes se prefere ficar na superficialidade escandalosos a do que adentrar é nas questões a fundo então é um paradoxo nunca se teve tanto acesso à informação
mas ao mesmo tempo parece que as pessoas não querem nem saber esse é um acontecimento dos nossos tempos ainda situando o pano de fundo na qual se produzem essas intoxicação em seletroar únicas das crianças é preciso dizer que em 2015 o termo foi monge junto com um novo verbo até então não utilizado que é o verbo visualizar agora resulta que todos nós não vemos nem olhamos nem lemos nós visualizamos um golpe só do olhar que a gente pretende é é aprender o fenômeno e aí às vezes a gente entre um compromisso e outro diz eu
vou aqui visualizar rapidinho mas não é rapidinho a resposta que a gente tem a produzir é porque cada vez que a gente vê algo a gente precisa refletir sobre isso antes de produzir uma resposta no entanto o verbo visualizar ele instaurou uma urgência pela resposta porque se alguém visualiza a mensagem da gente não responde imediatamente isso desperta muita preocupação uma vez visualizado é preciso imediatamente responder e aqui vale a pena a gente recordar uma uma uma questão que o lacão levanta é acerca da questão do tempo lógico que é uma diferenciação entre três tempos o
tempo de ver o tempo de compreender e e o tempo de concluir o tempo de ver é o tempo no qual uma certa percepção chega até nós é esse impacto sensorial que a gente tem quando percebe alguma coisa o tempo de compreender é um tempo em que a gente é lê essa percepção a partir de acontecimentos anteriores da nossa vida que fazem então com que essa percepção e ganhe algum sentido para nós e então a partir dessa desse tempo de compreender é que um sujeito ele realiza um certo ato ou seja ele implica numa decisão
ea gente escolhe o que fazer em função daquilo que a gente compreendeu bom vejam que diante desse verbo visualizar é como se produz se produzisse um achatamento entre esse momento em que eu vejo e há precipitação um ato ou seja nos vemos todos impelidos a uma resposta como se ela pudesse ser automática é quase um crime hoje em dia dizer por uma pessoa vou pensar no que você me disse não sei o que responder ou seja se é um crime a gente ter esse tempo em que a gente já não tem uma resposta pronta no
próximo bloco logo a mãe vai lá no blog diz que que eu faço o que meu bebê está com a temperatura tão baixa como limpar o nariz de um bebê gripado meu filho ainda não fala o que fazer quais os problemas de ter filho único estas são algumas das 20 perguntas mais freqüentes feitas pelos pais ao doutor google segundo a própria empresa seria este o caminho para conhecer e aprender a lidar com os nossos filhos visualizar é esse novo verbo mais do que simplesmente uma palavra nos fala de uma transformação discursiva na forma em que
o sujeito tem de se representar no lado social na maneira em que ele tem de estabelecer relações bom isso parece um princípio muito distante da questão das intoxicações em seletroar únicas com os bebês mas não está justamente porque isso está na lógica discursiva que cerca os bebês é afinal os pais eles permanentemente na atualidade têm recorrido aos blogs diante dos maiores impasses maiores ou menores impasses que se apresentam com um bebê na vida cotidiana então por exemplo uma mãe vai dar a papinha para o seu nenê pela primeira vez e o nenê é kospi a
papinha logo a mãe vai lá no blog diz que que eu faço então uma mãe que está ali angustiada porque tem algum novo e nunca antes trilhado com o seu bebê ela lança essa questão no blog e chove é cento de respostas diferentes e isso longe de permitir uma elaboração cria uma pulverização do sujeito cria uma impossibilidade d esse espaço vazio em que a gente toma um enigma e entende algo do que está acontecendo ali como um enigma e não tem diante dele ainda uma resposta pronta e que a gente entende que essa resposta vai
vir de onde uma relação com essa criança é de algo que a gente vai continuar tentando produzir no encontro com ela considerando o que será que ela quis nos dizer ser aquela possuiu porque não gostou dessa papinha será que ela possui ou porque ela ainda não sabe como produzir esse movimento de deglutição que eu faço com isso perguntas que qualquer mãe já se fez já se fez e teve que produzindo a sua resposta no encontro com os seus filhos ou com algumas outras comadres com uma volta com uma tia é às vezes tendo que aguentar
a opinião de algumas tias um pouco sabe se o nas demais enxeridos mas resulta que agora não são três ou quatro dias a são centenas através do blog que nos dizem como a gente tem que fazer é que sabem muito e que muitas vezes compartilham muito pouco essa dimensão do não saber e do dar o tempo necessário pra construir uma resposta possível na situação singular de encontro de vida com essa criança quando não se dá um google e o doctor google ele nos dá a resposta também ele inclusive não só nos dá resposta o google
ele nos dá à pergunta por que o google tem as funções do auto completar aqui vai se produzindo um fechamento dos sentidos em função do que é mais buscado ea gente já tá dúvida porque a gente diz ponto que eu queria saber mesmo bom talvez seja isso que o google me disse o que eu quero saber se auto engendra uma repetição funciona dessa maneira então os pais muitas vezes quando vão então para o doctor google se encontram inclusive na inter net com listagens é de no sistema de check list para fazer diagnósticos das crianças e
então muitas vezes algo que é da ordem de um passe da vida cai na rede de uma grade de leitura pathologization ti do comportamento humano e o comportamento humano ele acaba sendo lido nesses nessas listagens de autodiagnóstico por check list totalmente descontextualizada mente então eu recebo algumas crianças nos consultórios por exemplo que os pais chegam preocupados por exemplo com a pergunta será um autismo o que meu filho tem e eu pergunto porquê e de onde veio isso eles falaram por exemplo que aplicaram protocolos e lá e dizia a criança por exemplo para crianças de 18
meses é a criança responde quando chamada pelo nome é um indicador a criança ela fica mais de dois segundos olhando pro seu olho e então os pais por exemplo começam a funcionar joãozinho joãozinho joãozinho a gente pergunta para os pais você está achando do joãozinho porque pra ver se ele responde ea criança não responde porque não se trata de convocá-la para algo que interessa se trata de uma verificação vazia que parte de uma lente que foi oferecida principais para buscar indicadores patologista antes nos seus filhos mas ali não tem depende não tem às vezes sim
ou às vezes não o que importa 11 comportamento humano é quando a gente faz ou deixa de fazer alguma coisa ali não diz por exemplo é seu filho responde quando chamado pelo nome para dar um beijo na tia avó velha que ele nunca viu antes e que chegou de visita e pede um beijo não disse isso a ele mas é em função disso que o comportamento humano se estabelece dentro dentro de certas coordenadas simbólicas ram então vejam como é se bem aqui a gente ainda não esteja falando de um bebê ou de uma criança que
brinca com o celular a gente vai falando como toda essa lógica digital já permeia os cuidados que se faz com uma determinada criança as crianças ao mesmo tempo elas convivem em paz que permanentemente estão online porque uma das questões que se coloca na era digital é que se suprimiu a separação entre o tempo de lazer e o tempo de trabalho então os pais podem estar ali sentados brincando com os filhos ou podemos está no meio de um filme toca o celular a gente se levanta bom e resulta que os pais voltam porque com uma cara
muitas vezes de preocupados porque eles foram invadidos em seu tempo de lazer por algo que tinha a ver com uma demanda de trabalho então se suprime esse tempo de separação entre o lazer e o trabalho e também entre o público eo privado ficou famoso na internet o episódio envolvendo o professor americano robert keve no momento em que ele concedia ao vivo de seu escritório em casa uma entrevista à rede britânica bbc sobre a situação política na coreia do sul seus filhos invadem um ambiente seguidos pela mãe que tenta desesperadamente que tirá los dali op o
vídeo com do mundo teve milhões de visualizações of elvis souza deixando o boi carol william iriam aumentar essa é a condição que se coloca na atualidade também se derrete aborda entre o público eo privado essa é uma conseqüência vejam que o tempo inteiro as crianças convivem com adultos que estão os ocupados olhando para as nossas tela quando a gente está sentado esperando por alguém a gente olha em volta gente se encontra com cenas muito interessantes mas na atualidade a gente não tem mais esses tempos vazios porque a qualquer momento a gente tem uma mensagem para
responder uma notícia para ler é um ou ate zap para visualizar é então rapidamente a gente se encontra com todos os nossos tempos preenchidos entre as formas atuais de abandono está a violência virtual e ela começa com a negligência de pais e cuidadores absorvidos pelas telas de seus computadores e celulares usando frases típicas das redes sociais a campanha conecte se ao que importa chama atenção para a relação de pais e filhos na era da internet ea gente vai se situando com um sujeito fora do espaço porque a gente estar de corpo presente mas olhando sempre
para uma janela virtual e também sem tempo algum a gente vive uma sensação de obsolecência porque sempre teve algo mais novo que a gente não viu e perdeu é de acompanhar e os outros estão falando é de algo que é a gente mesmo não teve tempo de visualizar ea gente entende até ilusão de que esse estado de permanente citação sensorial das visualizações esse estado de permanecermos sempre conectados à internet nos traria muita vivacidade nem tanto a gente acaba se encontrando com um sistema perceptivo permanentemente inundado de novas imagens sem o tempo necessário para produzir a
elaboração das mesmas porque a elaboração ela precisa do jogo que é entre a vivacidade entre essa intensidade que os cores têm quando a gente percebe o movimento do esquecimento eo movimento da evocação em que talvez as cores aparelho são de uma maneira um pouco mais esmaecida mas que em todo o caso a gente vai recordando dessas cenas aquilo que nos interessou isso é extremamente necessário para a nossa elaboração no entanto quando a gente vive com um estado perceptivo permanentemente inundado a gente fica um pouco com essa caveirinha a gente fica é mortificado pelo excesso sem
ter tempo para elaborar no próximo bloco se a criança tem resposta esses aplicativos quem é o outro dessas crianças [Música] a internet tem nos encantado como canto da sereia que nos atrai para o mergulho nas profundezas de suas águas mas se nós adultos soubemos resistir à sedução do mito o mesmo não acontece em relação à internet imagine então para uma criança quem impedida de brincar na rua e se vê diante de joguinhos coloridos telas que brilham e musiquinhas fáceis de lembrar como resistir o que é essa infância entretida no virtual muitas crianças hoje em dia
elas são classificadas dentro de uma outra grande categoria epidemiológica da atualidade que o déficit de atenção e hiperatividade quando todos nós estamos vivendo uma cultura do excesso sensoriais fragmentados quem não quem não que atire a primeira pedra não passou pela situação de abril seu laptop para responder uma mensagem importante ficou lá uma hora fechou ep top disse para aí eu não fiz o que eu ia fazer a gente tem uma riqueza enorme na internet mas quais são os instrumentos que a gente utiliza para essa navegação a gente se encontra muitas vezes nadando à deriva então
é o que vai acontecendo é que as crianças muitas vezes às vezes elas também navegam a esmo pela internet e se há cento e tantos anos atrás pode nos falava de uma criança inibida em seu desejo de saber hoje em dia a gente tem uma criança que potencialmente têm acesso a todas as informações mas que carece de tempo de ter com quem singularizar e as suas experiências alguém que de carne osso que lhe diga como aprendeu o que aprendeu porque o viveu não só pela sua palavra mas também padecendo com o seu corpo de fato
é os pais e os educadores se encontram com uma forma de transmissão que não é mais mediada pelos adultos próximos na medida em que a criança tem acesso à internet têm acesso a essa transmissão desencarnada isso e implica uma transmissão não mediada e aqui não se trata de que bom é porque os adultos censuram estou dizendo que tem que dizer é porque eles dizem da sua própria experiência eles transmitem aquilo que eles também é uma palavra que eles pagaram com a sua cabine e isso é algo muito importante é muito diferente do que quando é
alguém pode ter exposto a um outro para o qual a vida dessa pessoa de fato não faz a menor diferença e que portanto pode ali se jogar mesmo uma condição de perversidade nessa transmissão no mediada então as crianças nesse sentido ficam expostas a um anonimato a onu nato que nos faz pensar qual é o totem da atualidade pra mim totem essa figura aqui que conta numa num certo clam numa certa trigo a história entre gerações e os tótens eles tinham um lugar de regular as trocas de marcar a origem de um certo clã por isso
que um certo clã ele perde o seu totem ele já não sabia mais como se organizar socialmente quais são os tótens da atualidade pois bem são os tótens publicitários esses que a gente tem nos aeroportos onde a gente pode lugar os nossos celulares porque a gente entra em pânico não é de ficar é é sem bateria porque a gente vai ficar desconectado e vejam mas qual é a nossa referência simbólica na sua referência simbólica mudou o totem não é mais o mesmo o google é o grande outro do sujeito contemporâneo porque ele tem uma condição
de onisciência de onipotência e de onipresença é por isso que a gente precisa pensar é a modificação subjetiva e discursiva que se produz quando o totem ele deixa de ser uma referência que nos tira do anonimato nos ligando aos nossos ancestrais ou seja nos trazendo a referência daqueles que vieram antes de nós e que não estão mais vivos mas que nos situam em relação a uma herança simbólica e que aquilo que a gente vai fazer com isso mas o que acontece quando em vez de ts totem que marca essa história a gente tem um totem
que não representa o morto porque ele está sempre vivo e ele é permanentemente recarregável é a gente de fato modifica a nossa forma de estabelecer os nossos registros e as nossas memórias então isso não é assim em consequência é porque a gente vive dando a ilusão de que está tudo lá por isso que por exemplo quando a gente perde algo e não tem o backup a gente entra em pânico porque a gente pensa que a gente não sabe mais quem é e como é isso da gente poder recorrer é é as nossas próprias memórias como
tem acontecido isso de que as pessoas elas fazem em vez de produzir em uma narrativa desse a sua história uma sequência de imagens é de que em face de facebook é eu ainda me pergunto como vai ser para as crianças de hoje em dia no futuro terem tantas filmagens em imagens desse ano passado ou seja que diferença isso tem em relação àqueles que talvez tenhamos alguma fatia que outra é algum slide cheia de teia de aranha né ou algum filme ou porque algum tio mais tecnológico resulta que tinha comprado uma câmera nos que um ou
dois minutos e é tão esquisito depois a gente se vê é falando e em outro tempo quando a gente vê as crianças elas mesmo interagindo com estes aplicativos a gente fica fascinado com a capacidade que as novas gerações tende navegar e puri ícones na primeira vez que eu peguei um celular com ícones eu perguntei onde estão as instruções e claro que meus filhos riram da minha cara não tem instruções a gente vai clicando porque a lógica com que os aplicativos dos ícones é feita é uma lógica binária off você vai andando mas numa escolha assim
não se não senão e após sucessivas escolha assim não você vai parar em algum lugar talvez não onde você queria mas vai parar em algum lugar no entanto a gente não fica com isso é divertido de que a lógica de uma com conversa ou a lógica de uma brincadeira compartilhada é muito mais complexa porque é uma loja em rede quando a gente conversa com o outro a gente tem que considerar a polissemia da linguagem o mal entendido o outro não necessariamente entende aquilo que a gente quer dizer e os próprios equívocos e atos falhos que
a gente pode cometer tudo isso está suprimindo desses aplicativos então vejam brincar e conversar é muito mais imprevisível porque implica essa lógica em rede as crianças elas preferem ficar olhando para os celulares do que entrar em relação com o outro preferem a lógica fixa do aplicativo do que o trabalho que dá chegar para o outro dizer oi tudo bem que é brincar porque quando a gente diz o brother onde é que a gente vai parar dá uma trabalheira danada estabelecer uma ficção compartilhada brincar com o outro não é pra nada fácil a gente quando brinca
a partilha de dramas éticos fundamentais ea gente tem que ter alguma afinidade para poder brincar junto com alguém construir essa ficção tão trabalhosa certo a brincadeira ela também tem uma trama uma coerência interna de uma boa ficção a gente pode passar do fundo do mar e até o alto da pirâmide mas a gente vai ter que descobrir como é por um feitiço por uma cápsula de teletransporte então quando a gente funciona em lógicas biunívoca porque a gente funciona na lógica onde off achando que a criança muito inteligente porque diz dois comandos em inglês é coisa
que a gente demorou para entender a gente pode estar violando uma criança tirando alguém dessa lógica mais extensa que tem rede as crianças por exemplo é é interessante muitas têm diante do que do que está errado do que algo que está errado algumas crianças a ter visto que elas têm feito tudo no futuro que é duro é o barulhinho que tem um aplicativo quando algo dá errado então elas dizem turu elas ficam parasitados algumas crianças que brincam acompanhando essa brincadeira do 'tantan' aí que isso é a musiquinha do aplicativo a gente poderia se dizer né
é essas crianças falam bom falam ou repetem porque se a criança tem exposta esses aplicativos quem é um outro dessas crianças muitas vezes o outro dessas crianças são os tablets e os ipads ofertados como uma chupeta eletrônica hoje em dia quando a gente vai no restaurante as crianças não tão mais correndo entre as mesas roubando batata frita do vizinho porque o seu pedido não chegou ainda na sua mesa e roubar batata frita de um vizinho pode ser muito interessante porque pode dar lugar a uma conversa há uma brincadeira legal muitas vezes as crianças elas ficam
paralisadas com esses aparelhos eletrônicos a um palmo do nariz e claro dessa maneira as crianças deixam de se encontrar com essas bordas simbólicas reais do mundo com que habitamos e que fazem com que elas tenham uma interação com os outros uma interação através do qual elas aprendem aprendem sobre o mundo aprendem sobre o seu lugar e aprendem a como poder inventar porque uma das questões que aparece é que diante de um celular o cenário dado certamente a virtualidade ela em muitos aspectos nos traz um ganho semelhante o que a gente experimenta na ficção porque na
ficção a gente quando se senta no teatro quando se senta num cinema a gente pode acompanhar o desdobrar é de acontecimentos e claro que nos afetam nosso corpo porque a gente se emociona chora e ri porém a gente está poupado na cadeira do cinema a gente não precisa a descer pagar com o nosso corpo e isso produz um efeito de transmissão é por isso que as histórias contadas elas têm um efeito de transmissão a virtualidade em certo sentido também tem esse ganho a gente teria que se perguntar o que acontece quando se trata de virtualidades
que muitas vezes primo mais pelo fascínio sensorial pela imagem arrebatadora do que pela trama simbólica que acompanharia esses arrebatamento sensoriais e que portanto permitem pra alguém tramitar aquilo que vê por um lado isso mas também por outro a gente precisa se perguntar o que acontece quando essa virtualização incide em um tempo muito precoce que acontece porque se a gente entende que a virtualização a implica uma certa de associação entre o que a gente vive nessa virtualidade o nosso corpo que acontece quando essa dissociação incide num tempo em que ainda alguém não foi capaz de se
apropriar do seu corpo nesse momento de 0 3 é um momento em que a criança faz essa apropriação desse corpo é é por isso que leva tanto tempo para que alguém diga eu sou eu ou para que alguém possa dizer esse corpo é meu e para que alguém possa se apropriar do seu corpo é central que aquilo que o atinginu seu corpo possa ser compartilhado numa relação com o outro por isso que constrói muito mais linguagem e constrói muito mais inteligência o fato de que é uma mãe faça cosquinhas uma criança dizendo ai que gostoso
é o que quando uma criança cai a mãe de guy porque essas pequenas palavras ela servem para criança representar o que acontece é porque o outro design que a criança pode sentir essa dor como sendo sua fé é porque a mãe dá a sua opinião para a criança dizendo num que a criança pode experimentar isso como sendo gostoso então a linguagem que interessa é aquela que serve para representar aquilo que nos atinge no nosso corpo e para isso a gente precisa de uma cena compartilhada com o outro a gente pensa que seria possível fazer uma
transmissão para as crianças através agora das telas de cristal líquido só que pra que alguém possa se representar na linguagem possa então fazer o uso da linguagem para dizer o que sente o que importa para um outro é central e decisiva essa relação com o outro nós não vamos sem um outro de carne e osso na primeira infância queria trazer pra vocês também outro grafite da cidade de são paulo que é um bebê que caminha em relação a uma at ela de celular dizendo mami trago isso para pensar e para recuperar a importância que é
estar com as crianças estarão com pra valer compartilhando aquilo que interessa num tempo em que muitas vezes os pais acabam diante de toda essa publicidade considerando que a melhor coisa que eles poderiam oferecer por um filho é um carrinho de bebê que já vem com um tablet acoplado como tantas vezes eu vejo passar pelas ruas no próximo bloco quais são os estímulos que são favoráveis para produzir interconexão neuronal método para fazer seu bebê dormir em dois minutos técnica para beber comer papinha cinco passos para o seu filho largar a flauta a quase todos os problemas
dos pais a internet oferece uma solução que garante eficácia mas e quando essas receitas infalíveis falham a quem culpar a cristiane moura ela pergunta assim se podemos dizer que há uma geração de pais inseguros e por isso eles recorrem ao doutor google o que tem acontecido é que tem acontecido produzido uma substituição da transmissão entre gerações e cada vez mais as formas de do caic as crianças passam pura e métodos e técnicas que fazem das crianças objetos de uma boa aplicação a gente tem técnicas para fazer dormir e técnicas para fazer comer técnicas para o
desfraldar momento eo terrível disso é que são técnicas fragmentárias é que dizem com se tem que fazer de uma maneira fixa e que portanto vegetalistas a criança fazem da criança um objeto dessa técnica é aplicada técnicas que se dizem falíveis mas que quando falham produzem então os pais uma sensação de ou tem algo errado com meu filho porque na área para a técnica falhar então ou tem algo errado com meu filho ou eu sou uma mãe que não sei explicar direito direito a técnica quando de fato o que mais acontecem na criação das crianças são
impasses invenções e reinvenções no que que o primeiro que importa é poder já em relação com essa criança lê a produção de uma criança num contexto entender que uma criança ela é pode aceitar ou recusar algo dependendo dessa condição meu pai ele ele perdeu o pai com 17 anos de idade ea vida inteira ficou trabalhando nesse universo de informática né eu só consegui ter um relacionamento mais próximo com o meu pai através de redes e de rede social the what zap de pela internet mesmo então eu não sei como você analisa se não existir se
isso é baseado em algo que já é doentio o que é é esse está algum com algum aspecto positivo nisso em cada época uma sociedade tem os seus ideais e os seus sintomas e por isso que a gente tem que escutar o que nos dizem as crianças de hoje como elas sofrem porque sem dúvida internet ela permitiu é aaa a produção ea reconstrução de muitos laços vejam por exemplo como gerações inteiras que se afastaram amigos de juventude que se perderam por exemplo por ditaduras militares depois se reencontraram na internet quando nem sequer sabiam se os
amigos daquela época ainda estavam vivos ou mortos porque foram parar no exílio então tem um enorme em valores ué tem um grande valor de que essa criança que está reclusa no espaço doméstico porque ela está proibida de circular na rua porque também tem essa cultura do medo né é o da paranóia social quantas vezes as crianças fazem a lição é online junto com seus amigos e essa é uma maneira que eles encontram de estar de uma forma muito menos solitária por outro lado por outro lado é tem sido muito freqüente que os educadores nos digam
o quanto o recreio ele tem sido extremamente é com brincadeiras extremamente obscenas e violentas porque com é se relacionar com o outro de corpo presente quando a gente se acostumou se relacionar com o outro que está com o corpo ausente só virtualmente ali não é a mesma coisa ou seja se eu me relaciono virtualmente eu não tenho a chance de produzir uma passagem ao ato de por a mão onde eu não posso por que é diferente do que quando o outro dali então são essas nuances que a gente precisa pensar e ter o cuidado de
adn entrar nessa discussão com complexidade e não na polarização que tem conduzido a maioria das não conversas hoje em dia que é é pelo pelo fascínio ou pelo horror simplesmente eu trabalho com inovação inovação é sempre olhar um pouquinho para o futuro se a criança hoje ela tem essa ligação com o mundo digital é porque a nossa geração é muito mais digitalizada do que a geração anterior e posso estar errado mas eu imagino que a próxima geração vai ser um pouquinho mais ainda como você acha que as próximas gerações vão lidar com essa nova esse
novo mundo muito mais online do que é hoje vai ser possível controlar o excesso a gente vai ter que se adaptar com esses distúrbios gerados por essa por esses novos costumes primeiro que é diferente a gente falar do que são esses apetrechos do 0 aos 3 ou seja no momento em que a apropriação do corpo ea relação o outro não está estabelecida do que falar em tempos posteriores agora é fato que tem se produzido menos brinquedos para crianças de seis sete anos ou seja o objeto brinquedo ele tem sido - produzido por que as crianças
elas brincam é mais digitalmente e a jogos com lógicas muito diferentes não está comprovado pra nada que jogar jogos violentos digitais torna a pessoa mais violenta porque está numa esfera ficcional essa é uma diferença importância entre a ficção ea realidade agora deveria nos preocupar que por exemplo a mesma associação americana de pediatria diga que esses eletrônicos na mão de pequenas crianças não produzem um efeito favorável e vou dizer porque é o sistema de representação por uma criança de 03 está nos seus primórdios kandel o mesmo autor que cunha o termo plasticidade neuronal ele nos disse
que o nosso cérebro não nasce por onde então seu cérebro não está pronto ele precisa de estímulos quais são os estímulos que são favoráveis para produzir interconexão neuronal ele faz uma experiência muito simples e ao mesmo tempo muito reveladora ele coloca uma série de crianças de um ano e meio numa sala com uma bola vermelha e algumas crianças vão até ali e outras não ligam a mínima na sequência ele diz para os pais dessas crianças que ofereçam essa bola para as crianças como eles costumam fazer então os pais vão lá e falam com seus filhos
e dizem olha que bola bonita é vamos brincar para jogar futebol e as crianças então a partir daí a maioria vai até a bola pergunta onde está o estímulo na vermelhidão da bola e na forma isfer dica ou na maneira em que os adultos têm de apresentar para as crianças esses estímulos do mundo numa rede em que ela tenha significação bom e candal conclui a maneira que os adultos têm de falar espontaneamente com as crianças cria interconexão neuronal por que liga o percebido a sua representação liga a palavra com a coisa fazendo com que se
percebe isto tem um sentido então isso não tem como acontecer de uma maneira desencarnada quando a gente fala com uma criança a gente modula a voz de uma forma endereçada para ela porque quando a gente conta uma história para uma criança a gente está atenta a carinha dela gestualidade que ela faz ao momento em que ela se detém e às vezes a gente nem precisa contar a história até o fim a gente pára naquela cena naquela parte então ali se produz uma transmissão singularizada uma sim uma transmissão em que quem está com a criança é
afetada pelo que afeta criança e ali a palavra assumir o seu verdadeiro lugar de permitir a representar o que se passa no nosso corpo então aqui tem algo pelo qual a gente precisa ser lá é aqui tem algo que no início da vida não é ser consequências para onde vamos mas eu posso dizer é o que a gente tem testemunhado aí usos muito interessantes e usos que são compulsivos e intoxicantes que tiram a criança da relação com o outro mais reflexões no site e facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico no youtube
não sei se isso parece uma grande rampa grande desencontro de gerações plano tava enjoadinho é não queria comer porque estava gripado é encontrar a solução por fitch prende o celular na alça do sutiã e então ele mama assistindo seu desenho preferido [Música]