[Música] quando eu fiquei pensando nessa nossa discussão sobre identidade eu chamei o item como do tipo Quem tem medo da identidade na verdade nós sabemos né Essa é uma discussão muito forte na antropologia sobretudo que identidade eh é uma construção social não existe identidade como dado essencial um dado fixo um dado imutável nos diferentes contextos é uma construção social no sentido de que toda a identidade é relativa né De que maneira ela nunca se coloca de uma forma absoluta ela sempre é em relação então por exemplo eu e Eloísa no exterior somos brasileiras aqui ela
é mineira eu sou paulista e ninguém Tasca Então ela é relativa porque depende isso traz problemas imensos ela é relativa porque a gente constrói a identidade em relação ela é circunstancial porque ela se muda modifica a todo momento Ah quando nós estamos trabalhando eu e a elía somos professoras de repente a gente senta e assiste uma palestra nós somos enfim quase alunos não é verdade Então dependendo do local que a gente se coloca a gente assume um outro tipo de identidade ela é sobretudo um fenômeno político isso é importante falar porque identidade são construções políticas
nós sabemos que a identidade caiu na boca dos políticos Então os políticos em geral essencializar a identidade eles vão dizer eu represento a comunidade lgbts eu represento as mulheres eu nós sabemos que nós somos muitas coisas ao mesmo tempo né mas ela quando nós assum nem sempre estão de acordo e que nem sempre estão de acordo mas quando nós Assumimos uma identidade política nós tendemos a selecionar uma identidade então identidades são construções sociais relativas circunstanciais políticas e alterativas no sentido de que dependendo da situação eu altero a minha ident idade então vejam que são identidades
são construções sociais continuadas porque nós vamos sempre adicionando novas identidades então é a brincadeira que eu fiz com a Eloí se eu encontrar a Eloísa no exterior e não a conhecer eu vou falar você é o quê Ela vai dizer eu sou brasileira se eu encontrar Eloísa em Minas Gerais eu vou perguntar Eloí você é o qu Eloí no Brasil no Brasil vai dizer eu sou mineira se eu a encontrar em Minas Gerais ela vai dizer eu sou de Belo Horizonte se eu encontrar em Belo Horizonte ela vai dizer o bairro se eu encontrar no
bairro porque os bairros têm identidades é vai dizer a rua porque as ruas têm identidade se eu encontrar na rua ela vai dar o edifício is aí ela já é muita intimidade é só para dar um exemplo de como a gente joga com a identidade por isso que eu brinquei Quem tem medo da identidade eu acho que eh no nosso livro A questão da identidade Aparece muita a identidade dos baianos uma identidade Pernambucana né Pernambuco se construiu como uma província depois um estado republ 32 se você pensar 32 em São Paulo né São Paulo se
construiu como essa locomotiva que vai paraa frente não essa coisa de São Paulo se se se se organizar militarmente contra o Brasil Quer dizer lembra que fala no livro eh por São Paulo contra o Brasil então uma identidade Paulista cont contra E alterativa se a gente pensar nos modernismos que nós falamos também o que é que foram os modernismos dos anos 30 foram construções diferentes do Brasil não é à toa que Gilberto Freire defendeu um Brasil mais Pernambucano mais ligado a uma a uma memória da casa grande a uma nostalgia do Brasil Rural não é
é à toa que o modernismo Paulista se associou à ideia de Urbano e de Industrial não é à toa que o modernismo carioca tem a ver com a canção Popular por exemplo e incluiu o morro né incluiu a música incluiu então o que nós quisemos dizer quisemos chamar atenção no livro é pra ideia de que não vale a pena cair na lorota da identidade que identidades sociais são construções sociais muito escorregadias e que o que vale mais a pena é a gente prestar atenção como em diferentes momentos em diferentes contextos nós construímos a identidade por
fim países de passado Colonial como o nosso tem a mania da identidade Ah há um intelectual que eu gosto muito Norbert Elias que diz que os franceses não pensam a sua identidade que os ingleses não pensam tanto pensam também mas nós V provocar O Elias pensa n os franceses não estão preocupados eles estão Mas eles têm essa ideia de tradição é muito bonito como ele fala o que me interessa são menos os franceses e por que que nós brasileiros a todo momento nos perguntamos com a nossa pela nossa identidade Como Se nós estivéssemos sempre em
falta com alguma coisa acho que não é falta eu acho que é excesso [Música]