Hoje, a gente está aqui em Suzano, na grande São Paulo, para mostrar pra vocês como é feito um copo de vidro. Boravê! A gente está na fábrica da Nadir Figueiredo, Para entrar aqui, só com bota de proteção, jaleco e capacete.
Essa aqui é a matéria-prima principal do vidro, é mais ou menos, 70% da composição do vidro vem dessa área É uma areia bem fininha, muito mais fina que uma areia de praia, ela tem pouco ferro na composição, e essa areia que usada aqui em Suzano, ela vem de Descalvado, que é no interior de São Paulo. Deve ser boa para fazer uma ampulheta, hein? É da areia que vem a sílica, uma mistura de silício com oxigênio, que é chamada quimicamente de Dióxido de Silício.
Essa duna aqui é de barrilha, é a substância que fornece o sódio pro vidro, é a segunda matéria-prima mais importante. Essa daqui eu não posso colocar a mão, porque ela é muito alcalina então pode machucar a minha mão. O nome químico da barrilha é carbonato de sódio A principal função dela no vidro, é baixar o ponto de fusão do silício, fazer o silício ficar mais fácil de derreter.
E a terceira matéria-prima mais importante pro vidro, é o calcário. É do calcário que vai ser tirado o cálcio. Calcário a gente já viu no vídeo, em que a gente mostra como é feito o cimento, e ele é tirado em jazidas do Brasil mesmo.
Desse material, a fábrica vai aproveitar o Óxido de Cálcio, é ele que vai fazer o vidro ficar resistente à água. Uma coisa bacana, é que o próprio vidro serve de matéria-prima, então tudo que a fábrica rejeitar, que quebrar, que não der certo durante a fabricação, volta para cá, e vai ser 100% reciclado. Uma coisa legal, é que 1 quilo de vidro que entra aqui, é exatamente 1 quilo de vidro que sai na ponta da linha de produção, ele é totalmente aproveitado.
A maior parte dos ingredientes do vidro, é bombeada com ar-comprimido até o forno, que derrete tudo usando gás natural e oxigênio puro. O forno fica na parte de cima da fábrica, e chega até 1500º celsius. Nessa temperatura, o vidro é uma massa líquida e brilhante, a gente tirou um pouquinho, só para você ter uma ideia.
As máquinas que moldam o vidro, ficam embaixo. Para cada objeto, uma quantidade diferente de massa, pinga lá do forno, e desce escorregando até uma forma. Como essa massa é bem pesada, ela desce muito mais rápido, do que se fosse uma gota d'água.
Depois que cai na parte de baixo da forma, uma espécie de martelo, faz a parte de dentro do objeto. Em poucos segundos ele já endurece e sai no seu formato final. Mas aqui nesse pote, da para ver alí na base, que o vidro ainda está muito quente!
Alguns objetos tem um tratamento especial. Nas taças por exemplo, a haste é feita quando o vidro ainda está mole, A parte de cima fica presa, enquanto a base desce, e forma um pedaço de vidro esticado, como se fosse um queijo, e isso endurece e se transforma na haste. Nos potes também acontece uma coisa diferente, o vidro entra na forma, e a máquina injeta ar-comprimido, da um soprão lá dentro, pra ele ficar na forma certa.
A última etapa é o recozimento, que também é feito dentro de um forno, isso vai deixar o vidro mais seguro, vai diminuir a chance dele quebrar Quando os copos, os potes ou as taças estão prontos, eles ainda passam por algumas inspeções manuais e outras automáticas, pra ver se não tem nenhum defeito. Se for encontrada alguma coisa errada, o vidro é separado, e volta para o começo da linha de produção. E as peças que estão perfeitas, são colocadas em caixas de papelão, e um robô organiza em pallets para o transporte.
Pra você que gosta desses processos industriais, tem dois boravês muito legais que a gente fez, um mostrando como é feito o papel e o outro como é feita uma privada, da uma olhada, você vai gostar bastante!