Olá terracos como é que vocês estão eu sou Rogério vilera tá começando mais um inteligência limitado programa onde a limitação da Inteligência acontece somente por parte do apresentador que vos fala sempre TR pessoas mais inteligentes mais interessantes e com a vida muito mais investigativa do que a sua e do que a minha é bem mais mesmo agora se investigar tua vida eu acho que você vai preso cara nossa se entrar nas minhas mensagens ter um problemaço mesmo então cuidado deleta vou del eu tenho que deletar Daqui mesmo porque a Fabi fica entrando no meu WhatsApp
pelo computador daqui e aí ela fica mandando mensagem PR as pessoas Ah ela faz um parece que eu tô na escola Cyber bullying ela se achou o Maurício mer examente Exatamente exatamente tu é o seu nome né Tu é o meu nome que que o pessoal tem que fazer para participar dessa Live maravilhosa galera o seguinte essa é uma live extremamente especial incrível maravilhosa então você pode participar aí com a gente mandando o seu querido super chat mas não adianta você mandar um salve pra sua tia de Ubatuba que eu não vou ler né aliás
eu vou ler eu só não lerei ao vivo Entendi então manda seu super chat com sua pergunta extremamente boa que eu lerei todos entendi entendi e eu quero agradecer demais a nossa parceirona de longa data que é a insider est sempre trajando insider aqui temos o cupom aí né super descontaço de 12% E como que é acionado lendo o q code que está na tela com o seu celular ou clicando no link on description fechou falou inglês né traduz por favor link na descrição muito bom em francês bom né tá bom o francês dele Obrigado
por ter aceitado o convite Muita honra de tá tá sentado aqui de frente contigo de de acompanhar tanto seu trabalho aí na televisão obrigado demais Quero Agradecer o convite É uma honra também participar tit pode ser tit é Tut falando francês inglê fala ele fala japonês também japonês também é o orir ou ataro um repórter de polícia que só lida com boletim de ocorrência estamos em ótima companhia então poliglota obgado eu agradeço o convite é muito legal o papo espero responder suas perguntas tirar as dúvidas Pode ficar à vontade mas você sabe do do da
contrapartida né tem que me dar um presente inútil então mim Eu trouxe um presente inútil que não é tão inútil é um envelope lembra aqueles filmes americanos de investigação CS eles usam esse envelope dizer aqui é uma necesser né uma imitação eles para colocar as provas mais importantes as evidências do crime eu ganhei da minha filha uns 20 anos 15 20 anos chamada Renata e eu usei durante anos que eu trabalhei no Fantástico é me acompanhou e falei vou levar de presente lá então tem uma tem uma história tem uma história obrigado demais tô dando
de presente para você mas eu tenho outra que eu também guardo de lembrança né Ah então tá bom a Renata não vai ficar chateada não não vai não e tem quantos filhos eu tenho duas filhas Liv e Renata e dois netos já tem netos luí e Vicente e você sempre quis ser repórter ou não criança Você lembra tua Tua lembrança mais antiga sobre o que que você queria ser olha Vilela Meu sonho era ser ah médico e não consegui é prestei vários vestibulares aqui em São Paulo no interior de São Paulo interior de Minas nunca
consegui eu tinha uma muita tinha muita dificuldade com matemática e as Ciências ah exatas né química biologia tentei não consegui só que eu já no ginásio quando eu tinha uns 16 17 anos eu fazia um jornal eu mesmo fazia no no chamava mimó grafo lembra disso a pessoal CL cheiro de álcool então ficava imprimindo rolando e imprimindo né rodando imprimindo e chamava primata o jornal e eu distribuía lá pros alunos do colégio lá na Vila Guilherme na Zona Norte onde eu estudei da teografia fazia algumas ciava charges tá é é é é verdade então aí
tinha esse momento assim que eu falei puxa é uma área interessante e meu pai já trabalhava em jornal ele era revisor de jornal Ah é ele trabalhou na última hora e no Diário de São Paulo e Diário da noite e ele trazia os jornais e ele nunca quis que eu fizesse o jornalismo eu dizia que o repórter o jornalista naquela época tinha uma imagem ruim né sabe bebia muito fumava muito tinha uma vida ah não muito regrada tal e eu como eu era filho único ele achava que eu devia fazer uma uma exercer uma profissão
mais nobre ou advogado ou médico só que eu não consegui E aí comecei fazer esse jornal depois eu tentei o vestibular pra medicina não consegui e acabei fazendo o vestibular na Casper Líbero É mesmo é e entrei na Casper líbrio fiz jornalismo E aí que eu comecei nessa profissão mas eu comecei como laboratorista eu tinha o diário o sho News que era um jornal que ficava no Belém e era distribuído gratuitamente aos domingos né então eu ia para lá e eu era o cara que revelava as fotos revelava 200 fotos por dia que era um
meio de eu entrar na redação e quem me indicou foi um Jornalista já tarimbado na época que era o Paulo Klein porque naquela época você era estudante de jornalismo mas tinham aqueles jornalistas já profissionais que eles estavam ali em busca do diploma sei então você tinha esse contato e com eles você aprendia e também eles te indicavam para alguns empregos então você ficava lá naquela sala escura com aquele cheirão de de isso nossa eu chegava em casa com os dedos todos Queimados de á vi lei muita foto também foto preto e branco é ah onde
tinha um laboratório em casa né Ah então é no mesmo estilo né aquele cheiro forte de de ácido né aquela exato Nossa fui comecei assim mas não consegui trabalhar no shopping News e esse Paulo Klein que também escrevia sobre artes pro Diário do grande EBC em 78 ele falou Olha tem uma vaga para repor de polícia no Diário do grande EBC Quer tentar aí eu fui lá eu nunca tinha feito nenhuma história de crime e fui muito bem recebido pelo Renato Campos que era o editor né ah e ele falou ó tem uma vaga aqui
se você quiser e eu comecei a cobrir Ah comecei a cobrir foi primeira vez que eu vi uma pessoa assassinada na minha vida mas não na primeira vez que você saiu a Campo já aconteceu isso olha eu fiquei um pouco ali na redação Ah mas logo depois eu já fui pra já fui pra rua acho que a função do repórter é ficar na rua né gastar sola de sapato Então já fui para lá e o primeiro crime que eu que o primeiro primeira pessoa que eu vi assassinada foi na periferia de Diadema no final da
tarde uma rua de terra e a pessoa tava com uma faca no peito assim e aí como foi para você Ah Nunca tinha visto Olha isso faz 45 anos e eu me lembro em detalhes ah a sensação que eu tive a visão que eu tive e o que essa esse momento me proporcionou depois né porque eu fiquei marcado eu era solteiro na época e aí eu voltava para casa eu morava na zona norte e o diário do grande abbc ficava lá em Santo André Então vinha de trem e chegava em casa vem a noite e
tal e aí eu acordava de madrugada os gritos assim minha mãe contava isso entendeu porque eu nunca tinha visto uma pessoa assassinada na minha vida e eu até hoje eu tenho a sensação que aquela pessoa tava viva porque parece que sabe subia a faca ela tava Respirando na verdade ela tava ali praticamente já tava morta né mas é a sensação que eu tive entendeu então me e outra como de 45 anos para cá eu me lembro quase todos os crimes que eu comi que eu cobri né e é mas mesmo tendo essa sensação ruim você
se encontrou nesse trabalho você acha falou é isso ou ainda não então Vilela agora conversando com você aqui me faz refletir eu se eu tivesse uma outra opção eu teria ido porque o seguinte nós temos tempo aqui para conversar eu vou falando você vai me vai me orientando aí até meia noite só Ah tá bom vamos lá então Ah então quer dizer eu queria gostava do jornalismo mas não achava que ia ser um Reporter de polícia e acabei ficando quase quase do anos no Diário do grande abbc né e fazendo polícia e cobrir crimes graves
violência policial casos de tortura de policiais é cobri bastante coisa né só que aí veio a greve dos Jornalistas em 78 79 e como a gente trabalhava na região do ABC a gente tinha muita influência dos metalurg quer dizer eu conheci sou do ABC né meu pai trabalhava na scânia Ah então quer dizer eu morava em São Paulo e ia trabalhar lá então o Lula tinha uma importância muito grande e a gente convivia né embora eu cobrisse polícia mas tinha contato né acompanhava todo o movimento sindical conhecia o Lula pessoalmente cheguei a conversar com ele
e depois teve a o cerco ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo e aí eu tive a oportunidade de acompanhar a polícia cercou o sindicato com jornalistas sindicalistas o próprio Lula e eu tive a oportunidade de acompanhar o meu chefe que era o Roberto o Renato Campos ele falou vai lá porque é uma op unidade histórica que você vai ter acompanhar sabe o trabalho da polícia Mas também como é que vai terminar sabe esse cerco e eu fui para lá ele me deu essa oportunidade E aí eu falei poxa eu vou continuar nessa área só
que veio a greve dos Jornalistas Todo o estado todo parou e nós como a gente tinha essa influência dos Metalúrgicos do movimento sindical a gente resolveu resistir e não ah acabar com a greve e eu fui demitido por justa da causa e aí só eu e os outros colegas da redação que fomos demitidos quer dizer o os jornalistas de São Paulo já tinham voltado a trabalhar fui demitido por justa causa como eu tinha essa experiência como fotógrafo eu fui pro Projeto Jari no Amapá com um casal de amigos o o Barbosa Amapá é então eu
fui para lá fazer um trabalho fotográfico um mês e meio quando eu voltei e e e tua fotografia foi você fez curso ou Foi uma foi Eu fiz um curso na escola Panamericana de arte é cheguei a fazer srio fiz curso lá também fui professor é fiz um curso lá aprendi fotografia e e o equipamento era seu ou era do da Dao era do veículo quando você trabalhava em jornal Então porque eu não fui fotógrafo né Eu nunca fui fotógrafo só revelou é só no diá só para deixar a cronologia né então é no no
shopping News eu revelava as fotos Então tinha fotó folos para quem ó o o o o nem sabe o que é isso daí né antigamente a câmera tinha um rolo com uma né rolo fotográfico que precisava ser revelado de 12 poses 24 36 né e num nums numas bacias enormes de de produto químico você tinha que esperar ficar ali tal no escuro verdade é verdade então fazia isso quer dizer no Diário do Grande ABC que eu tive a oportunidade de começar na reportagem policial mas por exemplo esse corpo que você viu e tal você ia
lá mas tinha um fotógrafo tinha um fotógrafo já fui como Repórter fui ah retratar o que retratar fui contar a história descobri quem era a vítima o que tinha acontecido voltava pra redação escrevia e um fotógrafo ia junto na nas redações naquela época o fotógrafo e o repórter saíam juntos hoje já não é mais assim né o repórter vai pro local fotógrafo chega depois tal né E para Amapá então aí eu fui para Amapá conhecer o Projeto Jari um Fiz um trabalho fotográfico que eu não ah que eu não acabei não divulgando fui lá fotografei
conheci o projeto e voltei quando eu voltei eu tava eu tinha sido demitido por justa causa do Diário do grande EBC então existia uma lista né de jornalistas lista negra sim de é uma lista que quer dizer esses jornalistas ou jovem jornalista ou quem trabalhasse em jornal que não tivesse eh voltado depois que a greve foi decretada ilegal ficava nessa lista Então você ia numa redação a qual seu nome Valmir salara está nessa lista aqui está você foi demitido por justa causa a gente não não vai te contratar e eu fiz um ah entrei com
mandei o currículo pra Folha de São Paulo né para ver se eles me aceitavam tal só que eu tinha esse problema e a gente tinha movido um processo por eh contra o diário do grande EBC pelo fato de ter sido demitido por justa causa aí a a direção da da folha falou Olha tudo bem se você tirar esse processo você vai ser demitido pelo Diário do grande BC de uma forma normal e a gente ter uma vaga para trabalhar de madrugada na agência folhas agência folhas era o grupo folhas só que você trabalhava e distribuía
as suas notícias né através de Telex tal ou de você escrevia em várias cópias E aí Essas matérias iam para notícias populares folha da tarde última hora Folha de São Paulo entendeu então escrevia uma matéria sobre um crime E aí essa matéria esse texto ia para esses jornais e eles usavam do jeito que os editores US avam do jeito que eles queriam ali então e eu tinha essa vaga eu acabei pegando essa vaga entrava 1 da manhã e saía às 8 da manhã e também vi assim foi aí que eu tive contato com a realidade
da violência do crime em São Paulo e praticamente no Brasil todo então mas nessa época é bem diferente de hoje em dia Essa época era mais violenta como que era a Olha eu acho que a violência ela vem crescendo cresc quer dizer eu sou muito pessimista quando é para falar sobre essa questão da Segurança Pública a minha até minha mulher perde não fala sobre isso porque você tira o ânimo a esperança das pessoas entendeu mas eu não vejo saída a gente pode até conversar mais paraa frente sobre isso aquela época a polícia já era bem
violenta eu trabalhei numa época lá em que a rota que é a ronda né a polícia de elite aqui onda Tobias de Aguiar quer dizer a Tropa de Elite da Polícia Militar ela se envolvia em casos gravíssimos quer dizer de execução de suspeitos de tiroteios de vítimas que estavam de de pessoas que estavam ali na hora errada no momento errado que também morreu então chegava no local chegava nos locais Ah no momento praticamente logo depois que o crime aconteceu então os carros às vezes tombados todos baleados vidros quebrados muuito sangue no chão tal e a
polícia já tinha socorrido as pessoas né socorrido entre aspas levado pros hospitais mas a maioria já chegava morta lá né Entendeu então foi o primeiro contato que eu tive realmente com a violência com o trabalho da polícia com trabalho de investigação da polícia e esse confronto que existe há 45 anos entre policiais e criminosos que existe uma guerra entre policiais e criminosos né que não terminou que aumenta cada vez mais é mas era relacionado ao tráfico na época era o quê a maioria desses acho que o começo quer dizer o tráfico ainda tava começando era
Tráfico de Maconha tal né tráfico de cocaína também mas o forte ali eram criminosos envolvidos em roubo ah roubo sequestro então acabei depois cobrindo todos os sequestros que aconteceram em São Paulo de grandes sequestros abo Diniz Beltran Martinez Teve uma época com muito sequestro uma sequência o oliveto foi sequestrado e e o Washington oliveto eu cobriu o sequestro dele quando ele foi solto teve uma entrevista coletiva lá no na FAAP Ah é É então ele ficou lá no no teve um não foi montado um auditório né usaram o auditório de lá mas só tinham jornalistas
né E aí ele deu uma entrevista coletiva explicando e eu tive Ah o privilégio de fazer a primeira pergunta para ele até perguntei bem-vindo à liberdade né como é que você sente a partir de agora como é que vai ser sua vida tal ele responde que que ele fala não ele falava que a vida dele ia mudar ia mudar ele teve que andar um tempo aí com segurança não é fácil você passar mais de 40 dias num cubículo sabendo se vai viver ou não é e ele e ele só ele conseguiu se salvar porque ele
gritou ele tava num sobrado ali na na região do Brooklyn Ah ele tava no no sobrado né junto com os sequestradores ele já tava 30 40 dias não sei exatamente o tempo mas por isso e tem uma negociação com mala de dinheiro e tal né então aí mas o que que chama mais atenção foi como ele conseguiu se salvar ele começou a gritar porque a polícia descobriu a polícia fazia uma boa investigação na época de sequestro Conseguiu descobrir onde ele tava estava para invadir o cativeiro né os sequestradores fugiram e largaram ele lá sozinho ele
ia morrer sem poder sair de lá só que ele começa a gritar e uma vizinha de de parede né era um so aquele sobrados geminados Ela ouviu o grito ela conseguiu avisar a polícia e ele foi salvo assim caramba n e do Abílio como que foi olha do Abílio eu nessa época eu já tava porque eu passei pela folha pela agência folhas de depois eu fui pro Jornal do Brasil Trabalhei na sucursal aqui que eu cobri casos assim bastante conhecidos na época eu cobri a polícia federal onde o Romeu tuma delegado Romeu tuma era muito
mais importante do que o governador na época então a gente tinha ali um grupo de jornalistas da folha Estadão TV Globo e eu trabalhava para Jovem Pan E meu papel ali era cobrir a polícia federal e o tuma naquela época a gente chamava que era o grande caçador de manchetes então todo dia tinha manchetes máfia dos fiscais ele prendeu o tomá O busqueta que foi aquele Mafioso que depois ele foi paraos Estados Unidos ele fez uma operação plástica mudou nome e a fisionomia e passou a ser um dos delatores da da da máfia italiana né
então para eu não me perder que é muita detalhe você vai me colocando aí no trilho aí sem problema sem problema e aí na na Jovem punk eu cobri o caso do sequestre do abilho Diniz então nessa linha temporal você vem para agência a folha e ainda tá na tá no no impresso né você você imaginava um dia ir pra televisão era era um projeto seu ou não imagin nunc imag nunca porque ah como eu tenante eu tenho déficit de atenção é mesmo é tenho déficit de atenção que é que depois que eu acho que
eu sou o a pessoa mais velha que descobriu o déficit de atenção então eu não consigo pensar no dia seguinte eu nunca imaginei que ia trabalhar na TV nunca imaginei que ia trabalhar na TV Globo e nunca imaginei que eu ia encerrar minha carreira no Fantástico depois de 20 anos entendeu mas como foi esse o teu caminho então ess então aí eu fui para pra Jovem Pan aqui foi eu tive uma experiência ah importante na cobertura da da área policial e naquela época você podia ter dois três empregos então eu trabalhava paraa sucursal do JB
aqui em São Paulo trabalhava para Jovem Pan Eu muitas vezes era Informante da TV Globo passava os casos estavam acontecendo fazia freelancer pro metro News né então já tinha é é precisava sustentar a família ali né mulher dois fil duas filhas tal então foi assim aí eu eu saí da Jovem Pan aí recebi o convite para ir paraa TV Globo eu já tinha participado na Jovem Pan eh participado de alguns programas na TV Gazeta Ah o Nei Gonçalves Dias Ah ele apresentava um jornal na na TV Bandeirantes assim no começo da noite e o Renato
lombarde que é um grande repórter de polícia hoje Ele trabalha na Record ele trabalhou no Estadão e ele trabalha tava na Bandeirantes como comentarista e ele foi viajar e ele falou você pode cobrir meu meu lugar aí eu fui pro lugar dele fiquei Acho que uns 20 dias no lugar dele comentando dando informações contando histórias ali entendeu Aí foi a minha experiência na na TV ah falando sempre sobre e a área policial área sim não eu só cubro isso há 45 anos falo de E aí Você entrava como comentarista é dá uma informação uma história
sabe eu me lembro que que a guarda municipal de São Paulo fez alguns cometeu alguns erros e eu fui lá e falei parece a Louca Academia de Polícia lembra aquele filme das antigas né que a lembra disso né então então eu falei ó a polícia a guarda municipal de São Paulo parece a louca a Louca como é que é aou Academia de Polícia é então porque faz um monte coisa errada sabe prende as pessoas erradas alguma coisa nesse sentido fiquei um período lá voltei pra Jovem Pan saí da Jovem Pan E aí eu fui pra
TV Globo como que foi essa então eles me convidaram porque a uma uma repórter a ela tinha saído e tinha uma vaga e eu fui chamado pelo Marcelo Vas e Paulo Roberto Leandro que eram os diretores se eu não queria cobrir ah Polícia né Essa área de segurança pública que nem se falava Segurança Pública falava área de polícia né polí área policial para pra TV Globo eu fui não tinha experiência nenhuma de TV assim de sair como como repórter entendeu não sab nem como funcionava E tem um a TV é um um trabalho coletivo não
é só meu sabe os editores produtores quer dizer então só porque o repórter aparece na parece que ele é o único que fez a matéria é o grande herói não é na verdade você tem ali um grupo de jornalistas extremamente competentes que trabalham para te ajudar para você entrar no ar e eu não sabia como fazer a passagem passagem só para explicar são aqueles 20 segundos 30 segundos que o repórter aparece no ar e eu não conseguia por isso que eu falo que tinha déficit de atenção depois mais tarde que eu descobri porque eu não
conseguia decorar o texto Ah então eu fiquei uns seis meses como sendo Repórter fantasma Eu lia o texto ali escrito né que a gente escrevia fazia as entrevistas mas não aparecia no ar e aí apareceu as imagens e o solução é eceu meu nome lá tá o Valmir salaro Então mas eu não conseguia tive sempre muita dificuldade até hoje para decorar texto e ali você tem que ter um texto encadeado né Só se você tiver ao vivo narrando um crime ou um acidente aí você vai narrando como chamam você já tem que ter os tópicos
É É Então mas na matéria não essa matéria vai ser editada vai começar com uma imagem Então você tem que casar o texto com a imagem e no momento aparece aparece o repórter então falando ó caso da caso o sei lá o sequestro do do Abílio Diniz então ele tava ele tava no fundo desse sobrado num poço desativado quando a polícia chegou e tal Porque esse é um é um momento em que a gente não tem essa imagem então o repórter faz a passagem para H justificar a presença dele ali para contar um detalhe que
não se tem imagem para mostrar na TV entendi e aí na na quando você tava na Globo começou a aparecer e teu pai aí já ele viu isso daí então não meu pai meu pai Eh meu pai me viu na Jovem Pan quando a primeira vez que eu tive na Jovem Pan e eu recebi do seu tuta que era o o o diretor da Rádio o dono da rádio né o gravador com o símbolo da Jovem Pan e a carteirinha meu pai nem acreditou sério é Aí ele começou a acredit aí ele falou poxa é
seu caminho e tal e ele me viu um pouco na TV que legal é mas depois ele acabou falecendo ele tinha muitos problemas de saúde e tal entendi e na Globo Então você começa só com locução e depois você pega mais depois de seis meses eu vou tentando decorar o texto Tinha as fone audiólogo que ajudavam a gente e tal tentava fazer um preparo entendeu porque eu tinha uma experiência de rádio mas não de TV então quando eu ia para um estúdio eu tinha mais facilidade falando com você aqui né tenho mais facilidade aqui do
que se vier que eu tenho que fazer uma matéria e escrever um texto e fazer a passagem entendeu Entendi e aí nesse ponto você já tava gostando E então porque a Vila a minha o meu rosto e a minha voz eh se identificam com o crime eu sempre falo que eh a minha voz é a voz dos crimes então muitas vezes eu tô no supermercado na farmácia sabe de repente Alguém fala comigo algumas pessoas me conhecem né Eu falo alguma coisa quem tá na minha frente olha para trás porque reconhece a voz não me reconhece
pelo rosto mas reconhece a voz então tenho amigos conhecidos quando ouviam no domingo a minha avó falou elá vem tragédia elá vem crime então e eu até hoje assim entendeu minha voz acho que é meio característica e eu fiquei marcado né como repóter de polícia e fiquei aí não tinha como sair né E aí fui continuado bom no negócio n e gostava da área você porque e pode ser assim um ah sei lá uma questão pessoal mas você se envolve na cobertura criminal né na cobertura eu até hoje eu saí da do Fantástico há um
ano e do meses mas participo de grupos de colegas que estão Nativa eh quer dizer não me desliguei totalmente acompanha é hoje ainda participo do programa da Patrícia Poeta um encontro então uma uma vez por semana eventualmente duas eu vou para lá sento com ela no sofá a gente troca algumas informações sobre crimes que estão acontecendo e de repercussão caso do do delator do do PCC que foi assassinado é outros crimes que de destaque Eu vou para lá contra um bastidor dou detalhes participo do programa com ela e e trabalhei no wall se meses de
que termini agora dia 31 de de Janeiro eu sair do H tá então eu fiquei tô Nativa Ainda não tô totalmente aposentado entendi mas t eu sair em 31 de 2020 23 foram quantos anos de 31 de Globo e 20 de Fantástico Nossa e o fantástico convite vem como que você começa a fazer essas matérias Então porque você entra eu entrei para trabalhar nos jornais locais você é contratado para um para um jornal ou você tá disponível Você é funcionário da TV Globo é mas só que tem o os repórteres mais tarimbados mais experientes e
com grande credibilidade que trabalham pros principais jornais que é o Jornal Nacional o jornal da globo o jornal hoje são os jornais nacionais Eu trabalho com jornais locais e aí eu fui fazendo essa a reportagem policial fazia matérias pro Jornal Nacional cobri casos importantes pro Jornal Nacional a máfia dos fiscais sabe que a gente começou a denúncia junto tem um porque o repórter Como eu disse não trabalha sozinho e eu trabalh muito trabalhei muito tempo com o Robson cânula que trabalhou muito tempo na Globo uns 30 anos depois ele saiu hoje ele trabalha no SBT
como produtor é um dos melhores que tem então ele ele é o o produtor o repórter ele é repórter também né ele vai paraa Rua cavar as informações tanto Antes de conversar com você eu tava trocando informações Vou cobrir tal caso vou fazer uma história agora de um ele me contando faz uma história agora de um de um cara acusado de roubo só que ele terminava de fazer hemodiálise ele pegava um carro ia roubar e a polícia prendeu ó a história aqui quer dizer que história né e agora ele tá SA para cobrir um caso
de uma nova droga que tá surgindo no Brasil entendeu E a gente troca informação o dia todo eu converso com o pessoal os produtores da Globo e na Globo eu como eu trabalhava pro Jornal Nacional acabei também indo fazer matérias pro Fantástico ISO que qu entender antes de falar do Fantástico não não não é a parte investigativa é é o é o repórter que faz ou tem um produtor que ajuda quem que vai atrás desse fio da notícia e Vai juntando as pontas porque tem coisa que você não pode nem soltar tem que esperar ter
a matéria pronta para ela é pro ar né então primeiro que o repóter de polícia como a gente aparece no ar quer dizer então você acaba sendo muito visado e o produtor que faz um trabalho de bastidor ele que faz esse levantamento então eu sempre falo que o coração hoje da reportagem é o produtor no Fantástico tem grandes produtores Alan Ferreira tem o o Zanqueta sabe a ster são grandes produtores que você vê o nome assinado ali mas você não conhece o rosto e esses jornalistas que são extremamente competentes eles vão pra rua levantar cavocar
notícia levantar processo localizar Testemunha e depois quando tiver tudo meio pautado meio pré rotor isado o repórter vai pra rua com cinegrafista cumprir aquelas metas entendeu mas o trabalho mais importante é o trabalho do Produtor hoje e do editor também editor de texto editor de imagem quer dizer televisão é um é um grande grupo é um time que fica ali reunido o tempo todo você vai tendo afinidade porque tem gente que gosta de cobrir essa área tem gente que cobrir área de variedades outras áreas de entretenimento entendeu mas quando são casos de de grande repercussão
por exemplo nardon você tem que fazer um trabalho de pesquisa maior né de entrevistar mais gente mais pessoas e tudo mais é o caso Nardoni gente cobriu eu e o Robson e a gente teve a oportunidade de fazer a primeira e a única entrevista com o casal é é como que foi essa negociação com ele então porque eu já vinha cobrindo o caso desde o começo Ah não sei se eu tô fugindo muito da não não não tá tranquilo tá então o caso Nardoni que acho que é o crime de maior repercussão que teve no
país nos últimos 20 anos ou mais entendeu E aí veio a notícia do caso da Isabela que ela morreu né ela foi encontrada praticamente morta no no Jardim do prédio onde o pai dela morav junto com a madrasta que é Ana Carolina Jatobá né E aí esse caso começou a ter uma grande repercussão porque era uma menina bonita de classe média né os pais eram bacharéis em Direito não eram advogados ainda e essa história cresceu muito quer dizer e envolveu muitos detalhes porque existia um mistério por trás e o mistério atrai as pessoas né total
né a história que eles contavam era totalmente diferente do que o pessoal tava vendo não não tinha provas do que eles estavam falando né Então essa é uma história que a gente teria que pegar um programa inteiro para falar entendeu porque é não a gente já fez vários programas aqui com com Delegados com com peritos e falam de uma outra pessoa que teria entrado mas não tem prova disso E aí tem eh e e e eu imagino também que nessa entrevista com eles você deve ter ter ter teve uma negociação podemos perguntar isso ou não
pode perguntar aquilo ou ou foi totalmente contar foi o seguinte aí a gente tinha cont era uma sexta-feira eu fui entrevistar os advogados de de defesa para uma matéria que eu tava fazendo pro Fantástico a gente cobrir quase toda semana o jornalismo cobria o dia a dia e o fantástico quer dizer eh tinha até uma rivalidade rivalidade entre a gente né os repórteres que faziam pro JN os repórteres que trabalhavam pro Fantástico para ver quem conseguia a informação mais importante o furo jornalístico é o furo jornalístico que é o que é o sal da nossa
profissão você quer dar uma notícia em primeira mão quer dizer então isso te te traz um sabe te valoriza e que traz um uma satisfação profissional então a gente eu fui lá fazer a entrevista com os advogados e no escritório do pai do Alexandre Nardoni lá na zona norte e conversando com ele falou olha tava eu e o Robson cânula conversando com ele falou olha seu nardone ah seu Antônio chamar ele de seu Antônio Por que que o casal não fala quer dizer já existe uma campanha da opinião pública né a a imprensa também praticamente
massacrando condenando antecipadamente o casal a polícia praticamente já já esclareceu o caso quer dizer não tem outros suspeitos os dois são acusados vão ser acusados de ter matado a Isabela de uma forma Cruel Por que que eles não falam e ele falou Olha vou pensar ele conversou com os advogados e a gente passou o sábado e no ele falou eu vou te avisar e no domingo de manhã ele falou o casal vai falar porque o primeiro objetivo era que o Robson cerantola Como ele trabalha com câmara escondida com com filmagem quer dizer ele subiria no
apartamento eu nem subiria ele ia lá e pegava uma declaração do casal que a gente queria dar oportunidade para que os dois se defendessem eles tinham o direito de falar o que eles quisessem eles nunca tinham falado e aí ficou acertado que seria isso só que para pra gente fazer essa negociação foi no domingo e o fantástico entrava no próprio domingo então a gente foi para lá com um carro descaracterizado eraa um prédio lá no dentro de Guarulhos onde a Ana Carolina Jatobá os dois filhos que ela tinha com Alexandre e o próprio Alexandre estavam
morando no apartamento do pai da Ana Carolina Jatobá da Jatobá entendeu E aí só que a imprensa toda tava na porta que caminhões de Lin que todo mundo ali dava plantão para ver se elas saíam se surgi alguma coisa então a gente negociou com o seu Nardoni pra gente chegar com um carro sem descaracterizado né ma fiurino nós fomos né F eu o Bartolomeu Clemente que era o cinegrafista né o Robson cânula n chegamos lá ah um tinha um um nosso colega dirigindo também participando diretamente da da cobertura nós fomos em quatro a hora que
a gente chega e a gente era uma subida me lembro disso no contato telefônico o seu nard falou olha a hora que vocês estiverem chegando perto da garagem faz um sinal de luz que a gente vai abrir a porta da garagem vocês entram então foi assim a hora que nós chegamos fizemos o sinal Ele abriu a porta da garagem Nós entramos e aí a gente só sentia os fotógrafos câmeras tudo batendo no vidro Nossa e posteriormente eu sou através de um cinegrafista da própria que tava lá que as pessoas não reconheceram a gente ah é
que eu de cabelo branco o Bartô também era careca de cabelo branco já é falecido um grande cenegrafista ele a gente estava sentado ali aí o pessoal falou ah são dois velhinhos chegando no prédio entramos Subimos cada que era no primeiro ou segundo andar para não para que a gente não fosse visto no elevador Subimos Chegamos no no num num apartamento que era de um casal amigo da família e aí ficamos esperando o casal descer e em princípio era isso o Robson ia fazer junto com o Bartolomeu as imagens o casal ia dar uma declaração
não seria nenhuma entrevista só que o casal Nardoni desce com os dois filhos que eram muito pequenos eles queriam dar entrevistas com eles com eles na frente das crianças foi uma negociação de uma hora falei não eu não não tem sentido eu fazer uma entrevista com vocês na frente das Crianças vocês vão se emocionar vai est um já tava um clima tenso ali o Alexandre se desesperando ele se desesperava ele chorava pedia para ir ao banheiro bom depois de muito tempo a Jatobá concordou o pai dela levou as crianças a gente eu começo uma entrevista
que eles poderiam parar em qualquer a qualquer momento com dois advogados desculpa com dois advogados atrás da gente e eu faço a primeira pergunta que qualquer repórter deveria fazer o que aconteceu é E aí que eles contam a versão os advogados não deixa ele não deixa não deixa eles responder eu com receio de perder a entrevista eu comecei a a pelos cantos tentar ali contornar e tal eles não deixaram e até hoje eles nunca disseram o que aconteceu eles deram essa versão de que alguém poderia ter entrado para roubar a vista a Isabela lá dentro
e E aí matado a menina e jogado pela janela a perícia a polícia constatou que isso era mentira CTO você já entrevistou as pessoas aqui são especializadas sabem muito mais da história do que eu eu vejo como um repórter quer dizer de uma forma mais superficial mas a gente teve a oportunidade de conversar com o casal e você perguntou você esganou então aí eu faço quer dizer a pergunta mais mais importante para mim né falou ó Jatobá você é acusada de esganar a menina sabe apertar a garganta dela e ela praticamente desfalecer né S né
você acusado de pegar o corpo da sua filha cortar a rede da janela e jog eles choram desmentem fala que não que eles são inocentes a entrevista tá tá na internet aí até hoje né E aí eu fui por esse caminho só que aí essa entrevista tinha que chegar na TV Globo nós estamos is isso era umas 4 5 da tarde essa entrevista tinha que chegar lá tinha um motoqueiro que a gente apelido dele era borracha que ele já tinha caído tanto se machucado tendo que parecia então ele tinha uma figura grande borracha e ele
foi tinha tinha essa incumbência de pegar a caixa com a fita né com a fita para editar e levar pra TV Globo ele tava lá em Guarulhos levar até a TV lá no Morumbi e depois eu voltei de carro só que a hora que eu cheguei lá veio uma ordem para que eu tinha que entrar no programa do Faustão uué ao vivo Faustão adiantaram é não para para chamar a entrevista Ah tá fazer a chamada não para mostrar a entrevista então eu tô lá eu no meio da redação Ah o Fausto me chama ele tá
com alguns atores ele fala bom salári eu já tinha eu conheci o Faustão porque eu cobri as férias dele na Jovem Pan quando ele saia de férias ele eh na verdade no Estadão ele trabalhava no Estadão ele trabalhava el era setorista do São Paulo quando ele saí de férias eu ia cobrir é então eu trabalhava de madrugada na folha e à tarde eu ia pro Estadão fazer Esporte e aí eu tô lá dentro da redação ao vivo e ele pergunta bom ah salá o casal confessou crime e o casal nunca confessou crime eu tentei sabe
contornar os meus chefes na no no tava com ponto aqui não não dá detalhes a gente vai V no Fantástico tal e aí ele pergunta pros atores que estão ali vocês acham que crime absurdo tal e vai pro Ar assim e aí eu tive que participar da edição tem o Wagner Suzuki que é um dos melhores editores da TV sabe edita assim ele escreve roteiros como sa roteiro de cinema ele pegou essa fita e fez uma edição foram 36 minutos no ar e a matéria foi pro ar né eu gravei alguns Office não fiz nem
passagem aparece eu entrevistando o casal tentando fazer algumas perguntas que meu receio era o seguinte que eles terminasse a qualquer momento n não V F é não V falar mais entendeu então eu perdi a entrevista Então fui levando até onde eu pude por isso que e é uma situação complicada né crime um crime desse tipo você não pode fazer um julgamento você tem que que que é porque você vem mil sentimentos né É porque pô mil sentimentos na sua filho já né tinha duas filhas Ah e outra aquele casal era o casal inimigo número um
do país todo mundo que se eles os dois saíssem na rua seriam linchados mortos né entendeu e eu tava frente a frente com eles assim como eu tô com você sabe conversando ela chorava muito ela a entrevista Ah tem um impacto porque eles nunca tinham falado mas eles também não revelam nada então eu fiz as duas perguntas que eu achava que seria importante eu não queria ser ali um um Jornalista Justiceiro É porque tem escola no caso da escola Bas que acho que a gente vai falar obviamente né que é o caso que mais marcou
a minha vida então eu via aquelas pessoas se eles se os dois foram inocentes se a polícia tá fazendo uma investigação errada se as perícias não não confirmarem etc eles não vão confessar nunca é Então e o que que você sentiu lá você sentiu eh que eles eram culpados eu sei que é difíc difícil falar isso mas tem aquela otino né do jornalista de tem aquele o psiquiatra Guido Palomba você já Já ve aqui fantástic né ve Dr Guido é um dos melhores psiquiatras que eu conheço tive oportunidade de fazer entrevistas com ele conversar com
ele ele tem um livro importante nessa área e ele falou para mim uma frase que nunca mais vou esquecer eles não tinham a garra dos Inocentes é então se você acusado de cometer um crime você é um absurdo que eu não fiz isso você fica ind Então vai ter essa reação eles parece que uma coisa meio ensaiada ela ela falava falava o tempo todo ele chorava pedia para ir ao banheiro não conseguia falar uma frase completa sabe então foi um um caus a entrevista né e além de tudo sabe tinha os dois advogados ali eu
não queria interromper queria chegar até onde eu chegar eu fiz para mim as duas perguntas importante você é acusado disso e você é acusada desse tipo de de de de ter esganado a menina e você acusada de ter jogado a sua a filha pela janela mais que isso porque eu ficava com uma coisa na cabeça Vilela que é o seguinte os dois já tinham sido interrogados durante tempo na e a gente sabe como é funciona um interrogatório na polícia era lá no nono distrito lá na no Carandiru quer dizer Coloca ele numa sala os policiais
ficam ali perguntando perguntando ela numa outra sala aí esses policiais que interrogaram o Alexandre vão pra sala Onde tá a Jatobá e fala ó seu marido acabou de dizer e confessar que você que matou as a Isabela ela vai dizer não e aí ela vai usar esse Poxa ele me me entregou ele me né me denunciou não foi ele que matou quer dizer nesse jogo de um de uma tática né de interrogatório nenhum dos dois eles caiam em contradições Mas nenhum dos dois confessou o crime até hoje eles não assumiram não assumiram o crime tem
até motivos eu ten algum sei lá ten penso em algumas possibilidades entendeu poss até te falar a respeito mas eles nunca confessaram o crime essa entrevista entrou no ar no Fantástico foi uma das maiores audiências muita audiência M aí a entrevista teve tanta audiência que a própria direção da TV Ah deixou 10 minutos da entrevista para as outras TVs repercutirem então sabe só a Record que não foi pegar não quis os 10 minutos da entrevista e eu fui muito criticado por isso por alguns colegas da TV e porque achavam que que eu tinha feito uma
entrevista Chapa Branca passado o pano pro casal sabe na verdade não sabe as circunstâncias n é então eu fui criticado até por colunistas sabe aí conhecidos tal por sabe não que que é fácil você ser engenheiro de obra pronta né agora Você não perguntou isso por que que não pô é tinha o sangue no carro e depois se comprovou que não era sangue que era material biológico quer dizer eu não tinha muito o que eu não tinha detalhes da investigação que viriam não aparecer depois né Pois é e também sabe naquele clima sabe o horário
os advogados ali pressionando os dois você não Eles não saíam daquela história que a Isabela era a nossa família porque é isso porque a gente amava sabe então a gente não tinha motivo para matar a Isabela e vim e ao mesmo tempo vem muita coisa na sua cabeça assim crimes que eu já cobri sabe o caso da escola base é um caso que eu sou responsável pela pela uma acusação injusta a gente pode falar sobre isso contra se pessoas quer dizer então vinha tudo na cabeça e ao mesmo tempo você tinha que perguntar a matéria
foi pro Ar repercutiu muita gente falou que que a que a entrevista foi Chapa Branca fui criticado e até ironicamente eu falava que eu era o terceiro assassino Ô louco porque eu teria protegido sabe o casal ali que já tava condenado pela opinião pública né não tinha como não tinha não tinha outro suspeito e também eles estavam ali junto com eles sabem a verdade só que a verdade talvez morra com eles é por vários motivos eles têm dois filhos que hoje já Já tem idade já devem saber da história eles não vão dizer é lá
no passado vocês Ah confessaram que mataram a minha irmã a Isabela então a talvez não sei tô especulando não ten essa essa pretensão de imaginar o que eles pensam E por que eles não confessaram o crime eles dizem que não cometeram crime até na entrevista o Alexandre disse eu vou eu vou viver para investigar a morte da minha filha ele ficou preso saiu agora foi passar as festas de final do ano lá no Guarujá etc e não tomou a iniciativa de investigar o crime é e qual outro crime de expressão que que que te marcou
esse eu lembro que todo mundo assistia eu assisti todo mundo viu essa essa entrevista isso foi realmente de parar o país mesmo é É teve muita audiência e essa entrevista influenciou o julgamento que eu acompanhei o julgamento é usaram a a entrevista não não não não mostraram a entrevista mas mostrou ali que o casal tava mentindo que não tava contando a verdade então pode ter contribuído pra condenação dos dois eles foram a Jatobá foi condenada há 26 anos e o Alexandre aá 30 anos de cadeia entendeu Caramba né e da escola base foi bem antes
então ou não foi então a escola base que é a história que acho que eu tenho depois que eu saí da Globo eu tenho uma coisa que me surpreende eu queria saber também a sua opinião né tenho sido muito chamado para em podcast videocast é o mundo da internet que eu não conhecia trabalhei seis meses no w mas dia a dia ali né Fiz inclusive tive a oportunidade Depois de 16 anos de entrevistar Ana Carolina Oliveira que é a mãe da Isabela que hoje é vereadora né então sabe a gente nunca se falou eu nunca
tinha falado com ela porque eu achava que aquela entrevista tinha que ela também tivesse a a ideia ou ou a a suspeita de que eu tava ali Protegendo o casal e a gente teve oportunidade de conversar frente a frente ela falou não ela ela fala que não que a entrevista foi importante ela foi super delicada atenciosa comigo ela fala que não que tava no meu papel ali que eu não ia tirar a confissão dos dois ela acho que a entrevista pode ter influenciado no julgamento a gente fez Fiz uma entrevista de vídeo com ela pro
pro Canal Wall né e uma oportunidade de ficar frente a frente com ela que eu queria sempre falar e e nessa entrevista eu conto detalhes como foi feita a entrevista que eu contei para você que ela não sabia entendeu Entendi é o a quando ela veio aqui cara eu acho uma forma corajosa como ela lidou tudo né imagina não dá pr se colocar no lugar dela né perdeu quer dizer não é a ordem natural da vida né os pais morrem primeiro e os filhos morrem depois né e e e o tipo de morte né é
brutal brutal e ela sofreu muito sabe quantas vezes a a a a a filha dela foi morta nas câmeras falando o assunto ficou na na mídia né uma coisa que ela não foi sepultada né É até hoje fala fala muito ela ela fez um ela tem um papel importante ela nessa el Ela é vereadora Hoje ela vai lutar por essa questão da violência contra as crianças ela tem um trabalho importante nesse sentido acho que ela vai ah vai trazer essa questão para uma discussão Mais amplo que as crianças são vítimas são uma das maiores vítimas
da violência não só eh crimes mas também violência sexual né É É verdade e falando sobre a escola base posso foi em 9 qu isso que eu queria porque todo mundo eh me chama para dar entrevista para conversar eu acho ótimo mas todo mundo quer falar sobre o caso da escola base é um caso que e tudo bem para você de falar dis tudo bem tudo bem eu falo e eu tenho dever de falar tenho obrigação para alertar documentário todo é para que as pessoas os novos jornalistas ou os colegas que estão nas redações não
cometam o crime que eu cometi eu sou o réu dessa história sou o antagonista e o protagonista no caso da escola base caso da escola base se você quiser que eu resuma é vamos dar o contexto Então vamos lá foi em 94 em março de 94 eu tava na redação de repente Uma das uma uma uma mulher uma mãe de uma das Crianças eram duas crianças e duas mães ali Elas ligam de um orelhão não tinha celular na época para TV dizendo que elas estavam na porta da delegacia do sexto distrito ali na Climação e
que a polícia tava investigando uma suspeita de que os filhos era um casal de crianças né uma menina e um menino 6 anos por aí aí eh tinham sido vítimas de violência sexual dentro da escola como eu era o repórter de polícia eu tava ali praticamente de Plantão a minha chefe mandou para lá eu fui pra delegacia chego lá as duas mães já saem vem me receber tavam super atordoadas emocionadas assim bem revoltadas falando que os dois filhos tinham sido vítimas da dentro da escola por parte de El não acusavam ninguém ah aí eu subi
para falar com o delegado o delegado falou acusação é essa essas duas mães estão dizendo que os filhos foram ah violentados ou abusados dentro da escola base aí que eu tive a primeira formação que era escola base que marcou a minha vida vai marcar para sempre eu vou morrer e essa história vai perdurar escola base nunca saiu da minha cabeça se você não conversa comigo sobre esse assunto algum estudante de jornalismo ou alguém me liga ou alguma uma coisa na nas redes sociais se refere ao caso da escola base que é considerado o maior erro
jornalístico da Imprensa brasileira nos últimos anos e virou também sinônimo de erro da da Imprensa Então se alguém quer atacar a ah lembra da escola base lembra da escola base até o presidente Lula já no momento não agora mas no passado citou a escola base é quer dizer virou uma referência de mau jornalismo entendeu ah aí eu entro lá na na delegacia ah os o o seu shimada Ricardo shimada e a dona Sida que eram os casal dono da escola né tava sentado ali junto com as crianças crianças correndo tambm dois casais é então e
aí tinha o Paulo tinha a o Maurício Alvarenga e a Paula milin certo e eu vou conversar com a Paula minen que tava meio que na carceragem numa sala e ela tava desesperada e eu vou com o microfone e eu tento falar você quer falar alguma coisa falou não eu preciso de ajuda eu preciso de um advogado meu pai era advogado eue precisava de ajuda ele foi assassinado num durante um assalto etc ela tava desesperada e o Maurício não viu ele tava numa outra sala numa carceragem mesmo saí falei com o delegado ele falou olha
eu vou amanhã mandar era jáa no final da tarde começo da noite eu vou mandar as duas crianças para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal que o IML como as pessoas conhecem mandou as crianças para lá e falou ó no final da tarde do dia seguinte eu vou receber uma uma uma um pré resultado do que aconteceu com as crianças eu voltei paraa redação avisei minha chefia falou é um caso grave quer dizer eu já cobri a polícia há 20 anos eu nunca tinha feito uma cobertura de um caso de violência
contra a criança não se falava quase disso era raro hoje infelizmente tragicamente virou rtin é dentro de casa né os os próprios familiares acabam abusando de criança dentro de igrejas de Clubes em vários lugares né as vítimas as crianças são as maiores vítimas do país hoje Fora as mulheres que são vítimas dos feminicídios né E aí falei isso a minha chefe falou tá bom no dia seguinte eu voltei 24 horas depois Subi na sala do Delegado e o delegado mostrou um Telex que é um vinha por Telex Telex sabe o que é Telex saí mais
um cabinho Então mas então então acho que é melhor você explicar que você é mais jovem bem mais jovem não mas eu não sei como era não você acha foto de Telex Mas como que era então não eram da delegacia manda lá uma uma notícia chega numa máquina do Delegado né datilografado então menino tinha ferimentos compatíveis à violência sexual quer dizer a a Legista examinou o menino e falou Poxa ele foi vítima de uma violência sexual quer dizer isso caiu na mesa do delegado ele me mostra o Telex falou ó eu vou abrir o inquérito
e vou indiciar essas pessoas acusação das Mães aí tem esse exame comprovando comprovando quer dizer era um eraa um exame é um pré-exame né não era o exame conclusivo e aí eu volto pra redação Ah e falo eu já tinha feito uma entrevista com as crianças naquela época que dizer era um absurdo isso mas você Eu entrevistei As Crianças e mostrava o rosto das Crianças tanto que no nosso documentário que a gente fala o rosto é coberto quer dizer eu não devia nem ter entrevistado as crianças mas as mães induziam os filhos a contar que
supostamente vamos usar um termo que se usa muito né hoje para não não assumir a culpa né supostamente teriam sido vítimas da da da da da de violência sexual entrevisto as crianças a mãe as mães volto entrevisto o delegado volto pra redação e faço uma matéria essa matéria entrou no Jornal Nacional no meio do Jornal Nacional quer dizer Jornal Nacional com uma audiência muito grande repercutiu no país todo e no dia seguinte Todo mundo começou a cobrir sabe a Globo continuou aí Bandeirantes ah TV Cultura SBT rádios jornais revista Todo mundo começou a cobrir E
essas seis pessoas que eram que eu vou dizer então era o casal né shimada a Paula e o Maurício e tinha um outro casal que o filho Estudava na escola só que durante a investigação que a polícia estava fazendo e os as crianças diziam que tinham sido levadas por um motel e na foram na e falavam o nome do menino e foram na casa era um apartamento super simples não tinha mesa cama redonda não tinha espelho no Tet tinha absolutamente nada e a Maria José sarno no depois ela era uma grande repórter ela faz uma
passagem mostrando isso quer dizer falava-se num num quarto de hotel na verdade era um um apartamento comum muito pequeno com uma um quarto super humilde simples e tudo entendeu então essa matéria entra no ar repercute ah essas seis pessoas são acusadas eh passam a ser investigadas a a escola é depredada a casa da Paula é depredada quer dizer eles perdem tudo do dia paraa noite o seu Ricardo o seu chimada e Ciro chimada e a Dona Cida ah el O seu shimada tinha uma copiadora no centro da cidade ali na Praça da Sé ele tocava
A Copiadora e no final do do dia ele ia ajudar na escola quer dizer uma escola que nunca teve absolutamente nada sabe as próprias famílias das outras crianças a gente nunca viu nada quer dizer era uma denúncia injusta mas aí a tragédia o estrago já tinha sido feito quando entrou essa notícia ess essas pessoas viraram como comparando com o casal Nardoni inimigos do país todo e eles perderam tudo e essa história tem 30 vai fazer acho que 30 94 31 anos né 32 anos né mas como foi comprovado que eles não tinham culpa como deu
a seguiu a a investigação depois então essa investigação ficou no noticiário o tempo todo muito tempo Quase Ah ficou muito tempo aí meses ou semanas Acho que uns dois meses é aí nesse meio ã Vila ló Que história surge uma denúncia que um americano perto daquela da na região da Climação tinha uma casa com uma piscina e ele deixava os meninos nadarem pelado nessa piscina então fiz a polícia fez uma relação dizendo que a casa desse desse americano que morava aqui no Brasil que eh tinha uma vida normal ele só ele era ah gostava de
agradar os vizinhos ali deixava a molecada nadar nunca se provou nada contra ele e ele foi envolvido nessa história tanto que a polícia pegou as duas crianças lá da caso da escola Bas levou para ver se elas reconheciam aquele local e não reconheceu não reconheceram esse Ah ele foi preso o americano também americano foi preso né o Richard Ah foi preso ficou acho que uma semana preso e não tinha nada contra ele absolutamente nada contra ele só que imagina isso no meio da Imprensa sabe as pessoas recebendo isso todo dia na rádio televisão jornais entendeu
E a vida dessas pessoas foi destruída para sempre e eu dei a primeira notícia e me arrependo profundamente sabe eh foi um maior erro que eu cometi para fazer um documentário que a gente pode falar que tá na Global Play chamado escola B o repórter enfrenta o passado e esse repórter sou eu tá na na Global Play a gente Conta essa história em detalhes né E nesse documentário foi muito difícil fazer porque eu já reconheci o meu erro logo no começo tanto é que eu conversava com estudantes de jornalismo com colegas Olha eu cometi esse
erro e eu tentava de alguma forma reparar o erro né tentar diminuir o erro tanto é que depois tem muitos detalhes aí que sabe acho que a gente pode até sobre outros casos mas o caso da escola base é o caso que mais mar detales que que é um caso muito emblemático né você tentou falar com a com com a as o Então o meu erro foi não ter conversado com o seu chimada e a Dona Cida que estavam ali eu devia ter procurado os dois sabe eu procurei depois no dia seguinte na escola eles
não falaram né a Paula teve essa ela tava desesperada ali sabe ela não quis ela ela não quis que gravasse obviamente a gente não gravou e a matéria entrou assim e a imprensa começou a repercutir E essas seis pessoas foram massacradas seu estimado a Dona Cida tiveram que ficar escondidos ou ou outro casal que ela não vou dizer o nome porque eles não entram no documentário até na época eu conversei muito com essa moça entendeu eu pude ajudar de alguma forma eu cheguei a conseguir um emprego com um parente meu para ela trabalhar numa loja
que ela perdeu tudo quer dizer então aqui para mim foi a maior tragédia da minha vida profissional e pessoal também e dois meses depois aí é feito ou antes disso é feito um novo exame no IML e olha o tamanho da tragédia para aquelas seis pessoas foi feito um exame no Instituto Médico Legal se constatou que aquele ferimento que o menino tinha na verdade era uma constipação ele tinha um problema intestinal ele não tinha nada como é como que é que tem uma confusão da é um erro um erro grave erro grao Grasso é sabe
o delegado quer dizer ali você podia enumerar quem errou eu errei é uma uma escala de erros né é de erros o delegado errou porque ele podia ter ter decretado sigilo como acontece hoje hoje você não pode nem dar as iniciais de uma uma criança vítima de um abuso e nem entrevistar os familiares mostrando o rosto e nem dar o nome porque vai identificar quem é a vítima quem é a criança entendeu quer dizer esse cuidado hoje existe e a e a imprensa aí a gente segue com tem que seguir mas naquela época não quer
dizer então você mostrava Quem era a mãe das Crianças as crianças falando sabe Ah todo mundo ali e o caso teve quer dizer a hora que veio essa notícia não tinha prova só que o delegado Edelson Lemos que ele achava que ele tava convicto que teve um crime ele diante da repercussão e que ele não tinha mais provas e a polícia o comando né comando da polícia civil entrou na história o secretário da segurança na época e e o inquérito saiu da mão da mão dele passou para um outro delegado né esse delegado começou a
investigar uma psicóloga Foi contratada para ouvir as crianças ouviu mais de 70 crianças e se constatou que aquela denúncia eraa uma denúncia falsa meu Deus só que aí a tragédia já já não tem como não tem como voltar né né e eu quando eu soube que eu tinha cometido um erro Eu fiz várias matérias na época era o er falando da da do que realmente acontecer o Evandro Carlos de Andrade era o diretor de Jornalismo e ele mandou que a gente fizesse uma matéria e eu que fui fazer sobre os erros da polícia da justiça
e da Imprensa e eu me lembro na época que tinham dois casos parecidos não tanto que não tiveram tanta repercussão como o caso da escola base era um era um Maestro de uma banda de essas bandas do interior do Nordeste ele foi acusado de violência sexual contra as crianças e um outro era um holandês que foi acusado também também no Rio de Janeiro de pegar um Arc fash e atirar umas crianças num playground sabe uma duas histórias assim absurdas mas também foram mostrados pela imprensa esse maestro foi foi escrachado como a gente diz na gíria
né foi mostrado foi filmado foi fotografado e esse Holandês também e não se comprovou nada contra eles então nós juntamos os três casos para mostrar as falhas que existem na investigação da polícia na nas decisões da justiça e também no papel do Ministério Público e quando a imprensa divulga um caso onde as pessoas são inocentes exato só que como é que você repara como é que você volta atrás não tem como né você tentou falar com eles depois comentário então então aí ah quando eu descobri que eu tinha cometido um erro eu nunca nunca me
neguei a falar sobre o sempre falo alguns repórter alguns estudantes de jornalismo me procuravam para falar sobre jornalismo investigativo mas na verdade eles queriam falar sobre o caso da escola base então tô fazendo uma comparação eu queria saber su op quer dizer que é um caso que marca eu tenho sido chamado como eu te falei para ir em podcast videocast tal e as pessoas querem falar do caso da escola base né mas só pra globo eu cobri 3000 crimes então e eu já tinha já tinha fiquei 30 anos já tinha 20 anos de profissão entendeu
e eu procurei o seu Ricardo chimada fui pedir desculpa quando eu quando eu reconheci que houve o erro né E virei testemunha de acusação S contra o delegado e o Governo do Estado então fui prestar depoimentos na justiça para dizer o que eu tinha apurado quais os erros o meu e também das pessoas envolvidas para no processo que as famílias moviam contra o governo do estado algumas já receberam indenização tanto do Governo do Estado e essas famílias que vem quatro ah quatro pessoas dessas seis Ah acho que na verdade são cinco pessoas receberam e processaram
todas as TV rádios jornais e receberam indenizações Sou a Paula millen que na época ela perdeu o marido o marido foi embora ela ficou com duas filhas pequenas perdeu tudo depois do do comentário eu me aproximei da da Paula a gente fica frente a frente tem o contato com ela até hoje eu vejo o drama que ela sofre porque ela tá desempregada com duas filhas quatro netos um dos netos com espectro de autismo vivendo numa situação muito precária e ela espera receber uma indenização do Governo do Estado que não sai quando Mário Covas era vivo
ele se sensibilizou com essa história ele mandou pagar só que ele morreu assumiu o alkem e o alkem mandou que a Paula entrasse na lista para receber o dinheiro até hoje ela não recebeu ela vive um drama permanente fal o Tarcisio pode resolver o Tarcisio pode resolver isso poderia resolver mas tem tem uma filha do precatório né que teria mas mas é uma questão ali de humanidade também acho né sabe o estado já foi condenado tem que pagar o valor que ela que ela poderia resolver a parte da vida dela ajudar as filhas ajudar no
tratamento do neto mas não aí tem que ficar na filha do precatório e a possibilidade dela receber só daqui do anos Putz na idade dela né É tá ela tem 50 mais de 50 anos mas falou que procurou ele e como que foi então procurei o seu shimada pedi desculpas para ele virei testemunho você conseguiu falar com ele então ele eu fui na copiadora dele no centro e aí não el contou uma história que eu conto também no documentário e o filho dele o Ricardo chimada escreveu um livro chamado ah filho da Injustiça interessante um
dia você conversar com ele que ele vai te dar uma uma uma visão da história que ele tem porque ele muito jovem 13 14 anos marcado porque ele teve ficar vivendo sozinho cuidando da da copiadora enquanto os pais tinham que se esconder para não ser preso quer dizer e ele eh Ricardo shimada ele escreveu esse livro mas o seu shimada já tinha me dito quando eu fui falar com ele falou Olha você teve muita sorte porque a TV Globo funcionava ali na praça marechal e eu te procurei várias vezes para te matar ele foi com
essa intenção com essa intenção e sabe eh ele não conseguiu me me localizar ele contou isso para mim a gente fala isso no documentário e o Ricardo shimada que escreveu o livro Ele fala também que o pai dele tinha dois inimigos e responsabilizava duas duas pessoas o delegado e eu e que ele tinha intenção de me matar E então depois a gente conta eu acho que sabe eu quero agradecer aqui o al C que foi o diretor de jornalismo a própria TV Globo que é um assunto delicado não só dentro da TV Mas para todos
jornalistas sabe muita depois desse caso surgiram outro só que todo mundo cobria com uma certa reserva ou nem cobria diante do da do erro que foi cometido o erro gigantesco que foi cometido durante a cobertura do caso da escola base Aí usa até como exemplo hoje em dia né sim é virou sinônimo de erro jornalístico e a gente fez o documentário pra Globo Play né com sabe o tá disponível atual tá tá tá disponível tá disponível sabe o Alan Ferreira que foi o produtor que foi o mentor da ideia né o Bruno lata que foi
o roteirista sabe a Eli e o Caio Caio Cave que também participaram diretamente da produção e tá até hoje e nesse nesse documentário tive a oportunidade de ficar frente a frente com os acusados naquela época inocentes para sempre o e o delegado você chegou a voltar a falar com ele procurei o delegado ele mora na na Grande de São Paulo uma cidade da grande de São Paulo ele vive isolado e ele foi afastado da se aposentou ele perdeu o cargo depois ele ficou numa função burocrática durante muito tempo até se aposentar e ele cuida de
abelhas ele tem tem um um negócio nessa área aí procurei ele na época ele nunca quis dar entrevista pro documentário também procurei fui até casa dele falou que não ia falar que ele não tinha nada para falar ele foi eh como o estado foi condenado parte da aposentadoria dele 10% é volta pro estado entendeu para eh fazer um caixa para pagar as indenizações mas que doideira né uma uma sequência de erros que tem um final tão trágico né porque é a é o Legista o delegado vocês da Imprensa de de rapidamente já noticiar e e
o e voltando no tempo da tua parte como você faria diferente apuraria melhor esperaria como como fazer para para não não acontecer isso de novo é não cometeu o erro com erro então se você fosse o meu chefe Vilela eu tô aqui com uma história assim é é isso que tá acontecendo aí você vai acreditar em mim porque eu já trabalhava na TV e tal a gente acredita na informação que chega eu tinha ali um um Telex eu tinha informação do Delegado as mães acusando mas eu devia ter eu me precipitei devia ter pedido vilhar
eu preciso de mais um tempo mais uma semana duas vamos reinvesting vamos colocar produtores na história eu tava praticamente sozinho ali entendeu pra gente ter absoluta certeza de quando a matéria entrar no ar ela é extremamente verdadeira não tem nenhuma falha e a denúncia é compatível com provavelmente um crime sexual entendeu vamos ver quem são essas mães mas eu precipitei talvez em busca do furo ou também sabe chocado com a história acab então eu me me responsabilizo existe um um uma linha né então tem o diretor de jornalismo tem sabe o o meu chefe o
editor mas não no documentário eu falo do meu erro e o que importa para mim é o erro que eu cometi sabe e como eu prejudiquei a vida dessas pessoas posteriormente só para sabe a gente entrevistou a Legista pro documentário tentamos entrevistar eu fui lá no Instituto de Criminalística ela isso há do anos atrás eh e ela hoje na época ela fazia parte da direção do do IML a gente sentou frente a frente ela de máscara foi na época da da pandemia na hora que a gente ia fazer entrevista ela falou que não ia falar
mais nada e o que ela tinha que falar tava no laudo Então até hoje para ela e para mim o que ela falou era verdade então a criança sofreu uma violência sexual né Ué e ficou por isso mesmo ninguém foi punido ninguém foi punido nem nem a a Legista nem o delegado foi afastado mas pôde se aposentar obviamente ele tá sendo punido de uma forma aí monetária que ele tem que pagar os 10% pro estado entendeu mas o promotor que também ah denunciou né que é o papel eh dele denunciar as pessoas pedindo a prisão
o juiz que decretou a prisão no documentário o juiz fala documentário tá lá a gente entrevistou ele dá uma uma entrevista ele falando que naquele momento ele ficou convencido com as informações que ele recebeu da polícia do Ministério Público ele não tinha como desconfiar E ele fala que ele fez o papel dele eu respeito sabe ele fez o papel del eu como repórter devia ter desconfiado de todo mundo e de mim mesmo naquele momento entendeu e chegava eela ó vamos esperar mais alguns dias pra gente dar a história então sabe eh foi isso que me
marcou e me marcou para sempre e vai marcar e tem mais uma Riveira volta na história que foi as a a motivação da mãe né de fazer a denúncia então a gente ah no documentário a gente procurou as mães eh uma dela uma delas é oriental ela trabalha no Japão mas ela morava aqui em São Paulo eu fui procurar no documentário ela fala que não é ela mas a gente reconheceu a voz dela ela tava antes de voltar pro Japão tal e ela nega uma psicóloga que entrevistou as crianças inclusive as mães e entrevistou os
meninos quer dizer ela chega a uma conclusão ela tá escrevendo um livro sobre isso né E aí ela fala motivo que uma das mães que é ess essa Mãe essa essa oriental ela tava num casamento problemático para se separar e Ah para segurar o marido que pretendia até levar era um chinês né ela japonesa ele chinês levar o filho embora do país ela teria montado essa história para convencer o marido a ficar meu Deus quer dizer a ISO essa essa essa versão que é dada pela psicóloga né não a Marilyn não não tá no documentário
o objetivo não era esse né era mostrar o meu erro as minhas falhas na investigação e também ficar frente a frente com as pessoas e pedir perdão para essas pessoas a Paula aceitou ela foi muito digna e sabe compreensiva o Ricardo estimada também o marido dela não E como que tá esse fantasma dentro de você tá resolvido não não não tem como não não tem eu recebi a o perdão daquelas pessoas e muita gente fala tem que esquecer tem que perdoar tem que se perdoar e não me perdoo que é um erro grave que eu
cometi podia ter segurado a história durante um tempo para dar mais tarde né mas eu acabei dando a notícia e essa história virou é um símbolo né do ma jornalismo da má investigação você confiar muito eu sempre falo isso você tem que desconfiar sempre da da testemunha da vítima do Delegado do Legista do policial do juiz de você mesmo para fazer uma história para não transformar essa história numa tragédia pessoal porque você tá assassinando a a reputação dessas pessoas é um termo que se usa muito então foi isso que eu com eu assassinei a reputação
dessas seis pessoas mas é é louco você pensar que eh um bom jornalista um ótimo jornalista que tem 3.000 matérias tem uma uma carreira extensa pode cometer um um erro né Porque você pensa que não um cara que comete um erro desse é porque o procedimento dele é sempre assim e não tá todo mundo sujeito a por pela pressa de dar a notícia ou ou pelas circunstâncias ou por mentiras mesmo o encadeamento de coisas que que levaram a isso e eu acho que é um ensinamento realmente n eu falo muito para estudantes de jornalismo para
estudantes de direito conversam com eles a respeito abre o jogo como você falou tem alguma restrição não pode perguntar o que você quiser sabe é uma história que que vai marcar para sempre eu acho que o erro marca mais do que os acertos entendeu É infelizmente tem uma frase que diz que o o o os seus acertos morrem com você né os erros sobrevivem vem até os seus ossos entendeu ah é é e essa frase sempre me vem na cabeça porque eu falo e penso no caso da escola base todo dia agora a minha luta
é tentar ajudar a Paula a resolver essa questão e receber essa indenização que ela tem direito o estado já foi condenado a pagar e não paga entendeu entra naquela lista de precatórios que demora anos para receber Poxa e em relação ao jornalismo investigativo a gente teve uma acho que uma era de ouro da da do do jornalismo investigativo não só aqui no Brasil como fora do Brasil e eu não sei se tá morrendo Ô eu lembro de ver de ver acompanhar na Playboy a matéria sobre o o PC SQ o pcq PC Farias lembra uma
matéria super eh eh detalhada e vários outros que a gente é e vários outros no no Fantástico no ou no jornal e hoje em dia a gente não tem muito isso é porque porque pulverizou muito a a é é falta de grana é falta de empenho Por que que a gente não tem tantas matérias investigativas Profundas assim concordo com você acho que é tudo isso que você falou você jornalismo investigativo custa caro você trabalha meses meses muito tempo e você pode chegar no final daquela investigação e descobrir que não é uma verdade que aquilo que
você tinha ideia não é você não consegue provar você precisa provar que você vai fazer numa matéria investigativa e a matéria investigativa As pessoas sempre falam porque eu Reporter eu sempre falo que eu sou repóter de bo eu vivo no boletim de ocorrência é não tiver um decia consig fazer caso da escola Bas tinha btim de ocorrência e mesmo assim o Botim tava errado eu tava errado todo mundo tava errado agora o Jornalismo investigativo e se chama muito de jornalista investigativo porque o Reporter de polícia Vilela não sei se você sabe ele ele não é
bem visto nas redações quando eu comecei era pior ainda por qu era o jornalista que não tinha nenhuma qualificação que escrevia mal que não tinha cultura mas ele queria ser jornalista então qual o caminho mais fácil a porta mais aberta mais fácil de você entrar é do jornalismo policial Ah é É porque você entra lá você começa a aprender você vai aprender com quem tá nas outras áreas você vai aprender a A sei lá fazer perguntas a investigar apurar etc entendeu então muita gente começava e começou pelo jornalismo policial mas para depois para ir para
outras áreas mais nobres que é esporte economia política entretenimento entendeu ninguém quer fazer reportagem polícial porque é muito difícil pesado né e pesado é é muito pesado é de madrugada sim sim você vai confiar em quem é você vai lidar é um terreno complicado você lidar com polícia com vítima com Testemunha e as vítimas e testemunhas a vítima o parente de uma vítima que foi morta se ela tá num estado assim sabe é totalmente emocionada descontrolada Você ainda tem obrigação de chegar e perguntar alguma coisa Quer dizer você tem que ficar íntimo de uma pessoa
dessa em segundos que é muito difícil muitas vezes eu vou em faculdades de jornalismo tem 60 alunos lá eu pergunto quem quer ser repóter de polícia lá no fundo um ou dois levanta a mão ninguém quer né não tem o glamor Né que é sabe não tem a economia Esporte que você viaja política cultura é sabe o repóter aí eu comecei e continuei mas ninguém quer ser né eu não sei se acho que eu fugi da sua pergunta desculpa não por que que porque que tem menos eh investigativa teve o Glen aqui Green que ainda
faz esse ess esse papel um dos poucos né conhecia um que fazia e morreu que era o Tim Lopes verdade que ele pagou com a própria vida morreu morreu por causa do jornalismo investigativo você pode dar o contexto pro pessoal porque tem muita gente que nem sabe o que aconteceu né CL Tim Lopes foi um grande jornalista um grande produtor e ele fazia matérias investigativas então e ele era muito corajoso e ele entrou numa daquelas favelas aqueles morros do Rio de Janeiro com uma câmera escondida para filmar a feira do tráfico e a exploração sexual
só que ele tá lá gravando né determinado momento a luz da câmerazinha Acende e ele é descoberto Putz e e os bandidos criminosos né tinha um deles lá que era o chefe Elias Maluco Ah eles pegam o Tim Lopes ele é torturado assassinado de forma brutal queimado eles chamavam de micro-ondas que era o dos pneus os pneus era não um monte de pneus assim aí jogavam a pessoa lá dentro e queimava o corpo quer dizer então ele é um Marco do Jornalismo investigativo e o jornalismo investigativ acho que tem algumas fases por exemplo Ah você
pode fazer uma matéria investigativa sobre o caso da escola base Mas você vai depender das informações oficiais que você vai receber entendeu ou você pode fazer uma investigação por conta própria levantar uma história de corrupção e provar essa história de corrupção sem eh recorrer a justiça a promotores a Delegados a autoridades eu acho que hoje na grande imprensa dificilmente se faz isso né Tem algum tem alum lembra do caso Evandro né que que um podcast acabou mutando o rumo do Então fez uma investigação sabe o trabalho dele é muito bom então trabalho Espetacular é muito
muito bom o trabalho que ele fez e eu queria até lembrar o nome dele se você mizanzuk entendeu o trabalho é Ivan né Ivan Ivan mizanzuk ele fez um trabalho que depois de Altamira né isso ele é o exemplo do jornalista independente que faz investigação transforma num num podcast num videocast e e divulga na internet entendeu É eu tô perguntando isso porque por um lado se o jornalismo investigativo ele ele não tá tão forte quanto antes dessa era de ouro a a procura por true crimes né ess Essa crimes reais fascina as pessoas né e
tem muitos casos que as próprias pessoas em casa começam a a pesquisar e chegam lembra que o o do gato lá como que aquele documentário da do do Netflix eh don't fuck with cats alguma coisa né que foram um monte de gente começou a a na internet investigar ver Google imagens e tal e chegaram no investigar num num resultado absurdo né é tão fascinante que a minha filha Renata ela gosta dessa área ela trabalha com marketing mas ela gosta dessa área e ela acompanha julg de True cri ela go ela acompanha os julgamentos ao vivo
nos Estados Unidos é mesmo é tem aqueles julgamentos que são escrever sobre para não não por por Fascino ela gosta de True crime sabe não quis ser jornalista mas eu acho que ela perdeu uma grande oportunidade escreve bem gosta da não sei se ela seria repórter de polícia mas ela gosta da da área e e e tem uma jornalista chamada Carla buquerque não sei se já Inter aqui aqui várias vezes sa uma grande amiga até Participei de de uma conversa com ela e ela tava me falando uma coisa que eu não sabia que as Quem
assiste mais são as mulheres as mulheres têm mais público feminino quase 80% é incrível é a a Carla Eu acho que é uma acho não tenho certeza ela faz um um jornalismo investigativo ela tem ela tem o domínio da área ela trabalha com muitas informações e faz um trabalho assim que é que é que vale a pena acompanhar verdade essas questões da dessa internet subterrânea aí que ah fake de deep web deep web sabe que que você falou tu eu falei deep web não você não falou não falei falei você falou Deep fake nunca nunca
tá bom é que ele fala com certeza uma coisa que ele não tem certeza é ô perguntas do P não sei se eu falei demais hein falou pouco Falou pouco vamos falar mais ainda vamos ver o que o pessoal quer saber Manda aí ó vamos lá tem aqui falando sobre a o caso nardone né a Fernanda Souza mandou ao entrevistar o Alexandre e a Ana Carolina você percebeu algo que não foi divulgado na época e que poderia mudar a percepção pública do caso Olha como o nome da moça Fernanda sza Fernanda boa tarde tudo bem
Ah você sente muita coisa naquele momento que você fica frente a frente com o casal Nardoni duas coisas que não foram divulgadas que foi a questão que ela queria dar entrevista na frente da dos filhos e outra que eu devia ter falado durante a reportagem que eu fiz que eu fiz uma pergunta que eu considerava a mais importante é a primeira o que aconteceu a gente não colocou isso na reportagem que foi ao ar na época Então eu acho que poderia mostrar ainda mais que eles realmente eles tinham um envolvimento direto com a morte da
Isabela ó o Vittor Souza você mencionou que o que o caso da escola base deixou uma cicatriz na história do jornalismo como você acha que essa cicatriz influencia a cobertura policial hoje a imprensa Está mais cautelosa ou ainda repete os mesmos erros mesmo que de forma menos explícita Vitor olha Eh existe aí uma certa hipocrisia em relação a isso porque depois do caso antigamente na época da escola base a gente falou ã fulano de tal é acusado de matar é acusado de abusar hoje se se coloca antes Segundo a polícia supostamente se usa muito ah
né supostamente tudo é supostamente Segundo a polícia quer dizer isso teria feito teria feito tudo é na condicional quer dizer nunca é com absoluta certeza essa eh essa postura dos dos Jornalistas dos repórteres da própria imprensa veio depois da escola básica porque naquela época a gente acusava sabe o A Paula é a sei lá é nem falava Ser acusada né pessoa é acusada é violentou quer dizer era um absurdo era um crime que já tava já tava embutido ali um crime cometido pelo jornalista já estava embutido antes dele dar a notícia verdade ó O Eliseu
Feliciano você disse que desconfiar sempre é o segredo para evitar erros mas como usar essa desconfiança na prática Especialmente quando lida com fontes oficiais como Delegados e promotores olha Liu é muito difícil só não sei se você é jornalista não sei sua profissão Mas é difícil você lidar nesse meio pantanoso sabe escorregadinho você fica sempre ali no fio da navalha E outra você tem a pressão da redação em que você traga informações novas sabe primeira mão você tem o tempo tem tudo ali por isso que para ser repóter de polícia sabe ninguém quer ser e
a pessoa tem que gostar profundamente dessa área que é difícil lidar e outro é caso a caso Depende de caso tem o caso do Chris Bach que é o delator do PCC que foi assassinado por policiais quer dizer Uma das Histórias Mais escabrosas que eu vi nos últimos dos últimos tempos quer dizer como é que você cobre porque toda a fonte tá contaminada as fontes de informação e tem jornalistas que cobrem com muito talento um deles é o Josmar Josino que trabalha pro w ele é um dos repórteres que mais conhece o PCC como Primeiro
Comando da Capital Conce tudo ele escreve ele consegue informações em primeira mão ele o Robson cerântula sabe Maurício Ferraz eu tô Citando os reportes assim que sabe o Bruno Tavares da da Globo sabe esses jornalistas eles vão a fundo e consegue informações mas são informações oficiais que você tem que confiar naquela inform naquela fonte entendeu se Aquela fonte estiver mentindo tiver errada você vai cometer um erro ao divulgar então é difícil você lidar nesse terreno sabe eh que vem informação de tudo quanto é lado pressão de tudo quanto é lado e você tem que entregar
uma informação correta precisa e muitas vezes em primeira mão é Ó o Leonardo como você abordou as entrevistas com os familiares das vítimas do maníaco do parque como equilibrar a a sensibilidade com a necessidade de informar É muito difícil você conversar com alguém que perdeu um familiar de uma forma brutal violenta já numa morte natural já é difícil imagino Num caso de violência e que sei lá uma menina as meninas foram mortas foram levadas pro parque do do do do estado e foram violentadas pelo Francisco decis Pereira maniaco do parque e eu conversei com o
pai de uma delas Ah e Isadora e até hoje eu tenho ele El ele trabalhava na USP eu não sei se era professor eu tô faz muito tempo minha memória já não tá memória de velho já vai falhando né relaxa relaxa a minha já tá falhando vai uns 20 anos já então eu conversei com o pai da Isadora o depoimento que ele deu foi assim sabe muito triste porque você se coloca no lugar da pessoa sabe de repente você tá levando uma vida normal você recebe o telefonema sua filha foi encontrada morta e eu cobri
o caso do manico do Parque quase que todo eu tive a oportunidade de chegar com a polícia e v alguns corpos ali já estado em decomposição Ah é isso inclusive da própria Isadora é mesmo é que eu eu na minha na minha a minha cabeça é cheio de flashes caramba flashes de de de vídeo sabe de imagens de falas de de tudo entendeu então eu vivo assim vivo lá no passado veio pro presente isso sabe entrevistar uma vítima eu me lembro de um estudante de jornalismo ali no Morumbi ele chegou na faculdade ele ele foi
assaltado ele foi tirar o cinto e o bandido achava que ele tava armado que ele ia puxar uma arma ia matou o garoto e ele foi assassinado e eu entrevistei o pai uma uma duas vezes depois o pai escreveu um livro e eu fui na casa dele e o garoto era corintiano e a cama tava do jeito que ele deixou durante muito tempo e eles ele tinha Acho que mais dois filhos ele costumava no final do ano tirar uma foto dentro da casa no mesmo lugar e ele continuou tirando a foto sem a presença do
filho então são detalhes que como a a e quer dizer tem muitos detalhes que não vão pro ar mas que te emocionam e você acaba contando numa conversa como a nossa aqui você acha que você ficou mais frio tudo essa essa realidade te te abateu dessa forma ou como você lidava com isso eu eu não sei lhe dá é eu não sei L Dá me emociono sabe a minha mulher roselia Ela sempre falava que que eu tenho coração muito mole para ser repóter polí que ela que devia ser porque ela é mais durona é ela
é mais ali pragmática Eu me emociono sabe eu eu eu relembro de histórias depois que acontece um caso eu ligo pras pessoas para saber se tá tudo bem se a matéria tava correta sabe se eu puder ajudar sabe caminhar pro Ministério Público sabe para algum setor que possa fazer uma investigação mais profunda munda entendeu eu tento me envolver e me envolvo sabe a minha vida ela sabe ela é cinza sabe eu vivo sem esperança não consigo viver e vejo a violência desde desde lá do comecinho 45 anos atrás só evoluir só aumentar e colocar em
risco a vida das pessoas Acho que o Brasil corre o risco de ser o centro mundial do Crime Organizado É então já falaram aqui da gente virar um narcoestado né a gente tá muito próximo é méx México Colômbia quer dizer tem como eles se infiltraram em tudo né tudo né Não e você tem um país que tem um sabe um clima ótimo você tem a fronteira ah com os outros países que tem acho que são 17.000 km quer dizer você não não consegue policiar a a fronteira do Mar também você entra por qualquer lugar eu
me lembro uma vez que eu fui paraa Bolívia fazer um uma matéria sobre roubo de carro junto com o Evandro Ah que Evandro Siqueira que é um produtor Fantástico também os carros eram Roubados aqui e levados para lá Santa Cruz de Serra os bandidos entravam com os carros naquelas cabriteira que são aquelas estradas de terra que divide ali Bolívia Paraguai você anda ali ninguém não tem ninguém ali só mato e estrada de terra e as que eles chamam de cabriteira né aquelas estradas levaram os carros daqui para lá e a gente foi para lá e
fazer a matéria e numa das passagens tinha um posto da polícia federal todo todo destruído com tiros e conversando com os policiais naquela época essa matéria já faz muito tempo os policiais de noite eles ficavam escondidos no meio do mato porque se eles ficassem dentro da guarita eles seriam mortos quer dizer imagina hoje é e nessa matéria que a gente foi fazer descobrimos um carro roubado que tava na casa de um funcionário da polícia de Santa Cruz De La Serra carro roubado aqui no Brasil tava lá com a mesma placa do Brasil aí localizamos até
o o a vítima fui fazer uma entrevista com ela tal atéa interessante mas mostrar sabe não tem como o Brasil isso que eu falei além da das Fronteiras você tem aí e para qualquer cidade média que você vai você tem um pequeno aeroporto você tem um hotel você paraar um avião desce tranca o avião vai pro hotel Já saí daqui de São Paulo junto com o repórter do Globo e um delegado para fazer matérias pra máfia sobre a máfia Colombiana máfia Colombiana pegava o éter e acetona do Brasil levava para lá né refinava a cocaína
trazia para cá e mandava para fora entendeu nós saímos num avião pequeno Fomos até Tab batinha até Tabatinga e Letícia que é a divisa entre o Brasil e a Colômbia sem ninguém parar a gente você fechava o avião dormia no hotel quer dizer isso acontece esses aeroportos pequenos ou médios ou grandes você desce com avião você não sabe o que tá sendo levado dentro daquele avião se é arma se é droga sabe quem vai fazer esse policiamento quem vai investigar polícia acho que nós acordamos tarde viu Vilela nós sociedade né mas as autoridades agora se
discute aí PEC da segurança isso não vai resolver ver como você falou aqui vai virar um narcoestado é isso é muito grave e você já teve medo em alguma dessas reportagens de morrer o medo faz parte né o medo já tive situações comp situações bem complicadas quando a gente foi nesse nessa história dá para contar a gente foi num avião o avião teve problemas um bimotor desses bimotores aí de onde para onde você tava indo a gente tava indo daqui a gente ia PR Tabatinga e Letícia na divisa com o Brasil a gente ia para
lá com piloto daqu aqui O Delegado eu e o repórter do Globo Nicolau fará no caminho na região de Vilhena ah como o piloto estava sozinho a gente se revezava com ele com sentava do lado dele para consultar cartas náuticas ali e tal sabe carart para saber mas porque não tinha GPS não tinha nada né então e ali era um voo visual que a gente tava fazendo quando eu tava no fundo lá dando uma cochilada quando eu acordo tava chovendo e uma marca e um uma vazamento de óleo uma marca de óleo assim na na
na Asa e eram dois motores e eles procurando um lugar para descer descemos em Vilena com o motor parado Que desespero sabe aí para continuar a viagem o delegado teve que requisitar dois pilotos envolvidos com o crime que estavam presos ah como e com um avião apreendido porque eles faziam o seguinte eles tiravam os bancos de trás deixava só o banco do piloto e do copiloto e ali naquele espaço colocava os tambores de éter acetona então aquele cheiro de éter acetona no avião e os os pilotos criminosos né tiveram que parafusar bancos pra gente ir
a gente foi em cima da floresta amazônica quando tá lá em cima o piloto falou o motor tá falhando tiver que voltar pegar outro avião o delegado armado porque esses criminosos poderiam fazer qualquer coisa com a gente você vê que que que responsabilidade Nossa também do próprio delegado quer dizer valia tudo aquilo naquela é época entendeu E aí um dos pilotos me Lemi ele tinha um um uma cicatriz atravessando o rosto e eu perguntei para el fal fui muito tempo piloto de garimpo e sofri um acidente e cortei o rosto aqui caramba né então dá
medo o medo faz parte a gente não é Herói o jornalista não é herói sabe jornalista é alguém como eu como você como ele sabe que escolhe para fazer esse trabalho por vários por gosto por pela oportunidade para depois sair na reportagem policial e para um outro setor mais nobre da Imprensa tal mas existe o medo sabe eu no caso do Thiago brenan que é um do das últimas histórias que eu cobri paraa TV Globo aquele empresário milionário foi acusado de abusar de mulheres de estuprar e ele ficou famoso porque ele agrediu uma uma moça
dentro num uma academia numa academia aqui num shopping de luxo aqui no Jardin né a Helena Gomes e ela teve coragem de denunciar mostrando o rosto o Thiago brenan que era um empresário milionário Pernambucano que morava aqui em São Paulo e aí diante dessa situação a gente fez uma matéria numa entrevista que eu fiz com ele por áudio e por vídeo ele me ameaçou e por causa dessa ameaça a direção da Globo e o departamento jurídico resolveram que eu deveria andar com segurança durante dois meses e andei Os seguranças iam me buscar em casa me
levar em casa acompanhar nas matérias já recebi ameaças de morte Principalmente quando você denuncia polícia envolvidos em corrupção e violência uma vez a gente fez uma matéria de um grupo de policiais militares em Osasco que que sequestrava e matava menores infratores assaltantes que roubavam pequenos Comerciantes Comerciantes já não aguentavam mais não aguentavam mais chamavam esses policiais que nas horas vagas pegavam Esses moleques matavam e jogavam Dea Pedreira em em Guarulhos cheguei a fazer essa matéria a gente junto com o Robson serol a gente conseguiu um dos policiais que fazia parte dessa quadrilha de policiais entrevistamos
ele de farda no meio lá da da Serra da Cantareira e ele contou como é que funcionava como é que era os esquemas Ele não aguentava mais a gente foi levantar a vida dele ele tinha mais de 50 assassinatos registrados no tribunal do de justiça Sabe recebia Ah não tinha celular na época alguém ligava paraa minha casa ficava sem falar eu tocava música fúnebre meu Deus Então já tive situações assim Acho que outros repórteres de polícia também Tim Lopes Caco Barcelos que é um que é um um sabe o ion um grande jornalista Ele já
sofreu várias ameaças também cabrine Cabrini sabe grande jornalista que sabe que eu reconheço que eu aprendo com eles que sofreram ameaças e continuam nessa área que acho que é o nosso papel social de denunciar as irregularidades cobrir os crimes medo vai com medo mesmo vai com medo mesmo faz eu tenho receio da minha família entendeu sobrenome e tal mas sabe já tive uma vez el gente tava fazendo uma matéria de um delegado que hoje é advogado ele ele o que ele fazia ele tirava presos da delegacia de Atibaia da cadeia levava paraa Rodovia Fernando Dias
para eles assaltarem e depois levava os presos de volta paraa cadeia né e dava drogas e ele ficava com o que foi roubado e esse delegado esse policial ele fugiu da cadeia e quando ele fugiu meu telefone de madrugada de cabeceira tocava sem parar e eu fiquei sabendo que ele sabe e er uma pessoa naquela época perigosa e essas pessoas estão aí a gente não sabe o que vai acontecer né é e o cara não tem nada a perder né e outra para você simular um assalto um roubo ah tantas pessoas morrem assim quase diariamente
no país por roubo de moto de carro etc exato simula um assalto exato fala Tuti ó a Marina Ribeiro você já disse que o jornalista vive entre a redação e a polícia como você acha que dá para fazer um trabalho sério sem cair no no sensacionalismo Principalmente quando todo mundo está falando do caso o sensacionalismo acaba fazendo parte o caso nardone caso do Thiago brenan Suzane Von rofen cas de uma de uma dimensão que é as pessoas têm interesse quer dizer sensacional você tem que mediar sabe muita gente critica os programas de final de tarde
sabe que são sensacionalistas e só vivem do crime Eu particularmente sabe pode acontecer exageros pode mas eu acho que eles cumprem um papel sabe ISO cumpre um papel falando de casos que a que a imprensa que entre aspas não é sensacionalista não cobre eles fazem casos diário sobre feminicídio que é um dos crimes que mais que mais revolta e que é uma epidemia no país cada dia tem dois três casos sabe de namorado namorado marido tudo esse que mata uma covardia do homem acho que o brasileiro é um covarde né matar as mulheres né sabe
de uma forma brutal isso acontece to do dia e esses programas tem esse papel social de divulgar esses casos e mostrar foto do suspeito sabe contar o drama da família a vítima sabe o que que fica depois os filhos praticamente abandonados Então acho que tem um papel importante sensacionalismo tá presente mas esses casos chamam atenção você falou do true crime sabe é o que mais atrai as pessoas as pessoas querem saber das histórias por vários motivos pessoais sei lá que acho que isso fascina porque sabe o para evitar é o é para para poder evitar
para se preparar porque eu acho que sabe a vida que ela leva às vezes não é tão boa mas ela vê uma pessoa que tá passando por aquilo quer dizer ela acaba se conformando é com certeza Tut ó o Rodrigo Arantes Você acha que a fama do goleiro Bruno influenciou a cobertura do caso Elisa Samudio como a imprensa pode evitar que o status de um acusado distorça a narrativa então o eu participei da cobertura do cabo Bruno e tive a oportunidade de entrevistar o macarrão que era o braço direito é elava preso fui fazer a
entrevista com ele junto com a Mônica Marques que era uma produtora que é uma produtora do Fantástico ela conseguiu nós fomos lá entrevistar o caso o caso Bruno sabe não tem como não ser um caso sabe de mídia de mídia sensacionalista não tem como um jogador conhecido que tava para ser negociado com um time da Europa ganhava aí sei lá na época me falavam R 300 R 400.000 quer dizer ia pra seleção de repente ele é envolvido Num caso desse um caso sabe eu descobrir que a a namorada a companheira ali sei lá um caso
que ele teve a moça tava grávida e mandar matar sabe eh ele nega porque o corpo até hoje também não foi encontrado quer dizer não tem como não ser o nome dele já atrai atrai a imprensa toda caso da Suzane quanto tempo tem ela Suzane é notícia a cada momento qualquer coisa que ela faça mudou de cidade é notícia teve filho é notícia saiu para estudar eu fiz matéria junto com os produtores durante anos da da da Suzana Von restock Quase todo domingo pro Fantástico E aí eu soube por uma carcereira dizendo que ela não
gostava de mim por quê ela falava assim ela não sabia meu nome falar eu não gosto daquele velho de cabelo branco que todo domingo ele faz matéria contra mim no no no Fantástico a gente tinha uma hem para fazer era um caso que interessava as pessoas quer dizer uma jovem de classe média alta bonita numa casa de um quarteirão é pai empresário a mãe psiquiatra sabe abrir as portas pro namorado e pro irmão dele para matarem o pai para roubar o que eles tinham quer dizer vira a notícia né não tem como como né não
tem como não sei se eu vou convencer a ó a Roberta Soares como foi Para você enfrentar os riscos de investigar um esquema de tráfico de órgãos que provavelmente envolvia gente poderosa Você acha que a exposição desse caso a forma como as pessoas enxergam a ética médica Então esse caso ficou muito conhecido a gente fez uma série de matérias pro Fantástico que era um médicos legistas ou médicos que eram professores que eles faziam um médico quer dizer vou ver V resumir aqui para não ser ah ah para não ser irresponsável aqui ah as pessoas morriam
de forma violenta ou sei lá normalmente de forma violenta eles tiravam os órgãos e vendiam para esses médicos para esses médicos negociarem com faculdades de medicina faziam isso virou um tráfico de de órgãos de pessoas mortas Deus sabe eu cheguei a ver um eu acompanhava as exumações também que é uma coisa trágica uma coisa difícil de você acompanhar sabe alguém que sabe você acompanhar um médico Legista que que vai ter que fazer a exumação para ver se os órgãos estão lá já acompanhei isso você acompanhou já isso acompanhei isso cara se enterra e abre abre
a pessoa de meu Deus n e e aí a gente fez matérias Ah até depois esse médico Legista que fez a investigação para nós eh já lembro o nome dele ele acabou se matando e ele e ele de uma certa forma ele participou da autópsia do prefeito de Santo André o Daniel o o Celso Daniel Ele acabou se matando por problemas pessoais e tal Ah então a gente foi com ele porque ele queria que esse crime estava acontecendo Eu fui ameaçado na época e ele uma vez encontrei com ele num Poso de gasolina a gente
morava numa região próxima falou eu tô recebendo muita ameaça de morte E você também tem que se cuidar e os e os os médicos envolvidos nesse crime foram condenados caramba ó O senhor falou sobre o Celso Daniel daí tem uma pergunta aqui do Juliano falando no caso do prefeito Celso Daniel vou aproveitar o banheiro tá já volto tá bom eu respondo vamos lá tá em casa Ah então tá bom no caso do prefeito Celso Daniel que envolveu política e crime como você lidou com a complexidade de investigar um caso que misturava interesses públicos e privados
como chama Juliano Juliano Olá Juliano também um caso complicado difícil ah cheio de detalh cheio de nuances porque a envolvia um prefeito que era uma grande estrela do PT na época prefeito de Santo André que ah no no do governo do Lula ele poderia ser o Ministro da Economia depois como ele morreu ah outro ah integrante do PT assumiu o cargo então era um homem importante conhecido tinha muito Carisma era adorado em Santo André e quando ele é morto ah tem uma situação porque na época a gente tinha um acordo de não divulgar os sequestros
quer dizer a gente até divulgava o sequestro mas não divulgavam o a continuidade da negociação no caso do prefeito quando ele foi sequestrado a própria Polícia Militar avisou que o sequestro que o prefeito de Santo André tinha sido sequestrado e essa notícia foi dada por todos os órgãos de imprensa e os criminosos que haviam sequestrado o prefeito não sabiam quem ele era achavam que era um empresário que iam pedir dinheiro e a história ia terminar por isso mesmo e quando eles descobrem eles resolvem depois uma discussão lá entre eles um menor de idade eh recebe
a orientação para sair e matar o prefeito dá um jeito o termo era dá um jeito e esse menor acabou matando o prefeito de Santo André Teve muita repercussão para mim é minha opinião você muito criticado e a minha opinião não tem valor mas só uma sensação de de do que eu cobri e do que eu senti a morte do prefeito de Santo André não tem nenhuma ligação com as eventuais denúncias de corrupção contra o PT ou contra membros do PT eu acho que foi um crime comum quer dizer tinha Unos esquemas que Ministério Público
apurava de corrupção do PT na região do ABC eles seguiam junto os esquemas de corrupção e o assassinato só que eles se aproximavam mas nunca se encontravam Então para mim foi um crime comum a morte do prefeito de Santo André e quer dizer mas eu tô falando isso a minha opinião como eu disse ah Vil não tem valor mas a delegada que investigou sabe Elizabeth Sato ela fez uma investigação profunda e constatou Isso quer dizer a morte do prefeito de Santo André foi um sequestro que deu errado quer dizer el porque até hoje tem essa
teoria da conspiração né sim sim sim porque teve alguns foi apago tavam apagando o arquivo né É e tem alguns Alguns jornalistas inclusive foram até premiados dizendo que a morte do prefeito de Santo André desencadeou a morte de oito de sete oito pessoas o departamento de homicídios que é um dos setores mais importantes e sérios da Polícia Civil de São Paulo sabe que a gente tem que reconhecer o trabalho que eles fazem estão fazendo esse trabalho agora a ivalda Aleixo é a diretora do dhpp tá investigando a morte do delator do PCC então Eh foi
investigada essas mortes que teriam ocorrido em decorrência da morte do assassinato do prefeito e nada se constatou esse médico Legista que eu te falei ele trabalhou no caso e ele cometeu suicídio mas ele faz parte dessa lista de morte suspeita entendeu Tudo tava envolvido né Eu gostaria de falar o nome sabe eu não tô esquecendo o nome desse médico mas daqui a pouco eu lembro se quiser ele pesquisa se você é importante médico Legista do caso Celso Daniel Celso Daniel tá bom Manda aí Tuti ó o Júlio César Tuti que fez aniversário né então é
Não ontem né hoje não foi domingo e ontem que a gente cantou parabéns você enganou a gente não não tá tudo bem tudo bem vamos lá mas posso falar uma coisa é mais é melhor ah cantar parabéns depois do aniversário do que antes se você cantar antes não dá muita sorte então cantaram na época certa Parabéns para você obrigado sal boa sorte aí muito obrigado ó o Júlio César você como jornalista investigativo e policial considera o caso do sequestro Da Eloa como a maior vergonha jornalística em um caso do Brasil um dos eu tô por
fora qual que é ess cas caso Da Eloa ela foi ela ela foi sequestrada e mantida refém no apartamento onde ela morava com a família lá numa região bem periférica de Santo André divisa com São Paulo tá E ela ficou eu não vou lembrar quantos dias se você tu vai ajudando a gente aí quantos dias ela ficou sequestrada Então tem um erro um erro da polícia Ah um erro da Imprensa um erro grave grave porque todo mundo ficava em volta desse Conjunto Habitacional onde ela morava o Lindenberg Faria que era o namorado dela não aceitava
o fim do relacionamento e Manteve ela refém Ah lembrei do lembra dessa cas caso Eloá ficou famoso esse caso e aí eu tava lá no dia que houve o tiro ele atira nela e a polícia invade o o local prende o Lindenberg ela é socorrida e acaba morrendo Putz então foi e e ela na época do sequestro os jornalistas interferiam muito Teve até o próprio lind merk chegou dar entrevista para emissoras de TV contando quer dizer a jornalista ligou para lá falou com ele no meio do sequestro a polícia fez uma negociação errada tanto é
que depois o GAT que um setor importante da Polícia Militar de São Paulo eles são preparadíssimos Sabe tem vídeos na internet mostrando como eles negociam eles negociam até o fim até conseguir libertar a vítima e que o criminoso se entregue se a vítima correr um risco eles vão atirar e vão imobilizar ou vão matar o o criminoso entendeu então mas naquela época a negociação também a própria Polícia Militar reconheceu que houve ocorreram vários erros e o Nosso Erro Foi interferir na negociação e cobrir de forma muito intensa tava lá no dia do Tiro eu me
lembro dessa história sabe e e já falei a respeito disso houve erro a gente tem que admitir os nossos erros acho que é importante é que às vezes quando eu falo sobre erros Ah eu acho que eu sou um cara fora da da porque ninguém fala sobre isso ninguém fala a minha mulher Ela falou quando eu fui para fazer o documentário porque elas a minha mulher e minhas filhas acompanharam desde o começo e viram o erro que eu cometi e meu meu drama em relação à história a minha mulher falava assim chama Roseli todo mundo
no Brasil joga sabe os erros a a sujeira tapete você vai levantar o tapete você quer fazer isso eu quero fazer isso e não me arrependo ter feito o documentário sei que eu vou ficar marcado sei que sou chamado para falar sobre vários casos criminais mas o caso que mais importa que mais interessa foi o caso da escola base é você sabe que posso contar um bastidor bastidor não você sabe que o pai da Eloá eles eram um dia Alagoas Alagoas ele eh quando ele sabe da morte da filha ele desmaia e e é levado
numa maca e a televisão mostra ele sendo levado os policiais de Alagoas reconhecem ele como um dos dos integrantes de uma quadrilha de matadores que envolvia policiais e ele fazia parte e ele foi preso ele era foragido ele trocou de nome e ele acabou sendo preso e depois junto com o Evandro Siqueira o produtor lá do Fantástico a gente conseguiu entrevistar ele na cadeia que doideira Isso e fizemos matéria sobre isso ele desmaiou e foi para foi visto na mão maca as câmeras mostraram os policiais descobriram p é o nosso procurado ele tinha fugido de
lá e trocado de nome nossa ó a Ana Lu Andrade como você lidou com a pressão de cobrir um caso que ganhou o mundo como de Joseph mangel e pensando no legado você acha que você Hã você é ridículo cara repete repete o o Joseph mangel mengel fala normal Fica tranquilo porque o Romeu tuma na época que investigou o caso pela Polícia Federal ele ele transformou o nome do mengel num nome italiano Joseph mengel é Joseph mengel que eles falam ó tá vendo mle mas não é que eu não tô sendo aqui sabe não pode
ser pode ser po mas fala mas a gente fala e Jose mengel pronto sabe a gente fez uma matéria Ah que tá até na internet é muito legal essa matéria legal no sentido de a gente poder falar sobre a alada do mengui porque o mengel ele Ele viveu e morreu aqui no Brasil trabalhava na época pro pro Jornal do Brasil pra Jovem Pan e foi feito um acordo entre os jornalistas de que os jornais não dariam a notícia esperariam no dia seguinte localizar porque a polícia federal recebeu uma informação da polícia alemã e da polícia
de Israel de que o mengel poderia est vivo no Brasil tá mas na verdade e eles confundiram era uma outra era um outro homem que tinha dado um casal esse homem tinha dado cobertura pro menguele até ele morrer mas eles achavam que esse homem alemão né já na mesma idade do menguele é um pouco mais e seria o próprio menguele só que depois se descobre conversando com esse casal que o menguele tinha morrido nadando numa praia em Bertioga n ele tava nadando teve um derrame um um ataque cardíaco uma tarde ele saiu para ele saía
caminhando a gente fez essa matéria e mostrando onde ele ficava numa casa ele ia caminhando a praia de Bertioga chegava lá nadava um período e só que ele teve um ataque cardíaco entrevistamos até nessa matéria o o guarda que salvou que tirou o menguele da água caramba e fizemos essa matéria do ponto de vista Ouvindo uma das vítimas do menguele que morava aqui no Brasil muita gente fugiu pro Argentina e pro Brasil né é ele também fez esse caminho até aqui é morou no interior ele trocou de nome e ele aí a polícia alemã polícia
começaram investigar descobriu que ele tinha um filho que ele trocava cartas e passou toda a investigação pro delegado Romeu tuma e ele tem incumbência de cuidar do caso aqui ele vai pro cemitério debu e o corpo é desenterrado né É exumado e tem uma foto aqui correu mundo que é o o tuma segurando a a sabe o crânio do mengel sei mas você falando que entrevistou umas crianças ou alguém que você começou aar não Então entrevistei essa senora ah sa ela frente a frente ela D detales dizendo que ele mandava ela ela sa de um
banho frio para entrar num banho fervendo ela conta e Ela mostrou a tat aquela aquela numeração né que os presos tinham ela teve então num campo de concentração teve no campo de concentração e essa matéria é bem didática mas o que a gente queria fazer ali é mostrar que fim levou a ossada do mengui Sada do mengel foi ficou muito tempo no Instituto Médico Legal ó lá é essa é a confrontação entre Ah é uma porque eles pegaram o crânio do mengel fizeram um confronto para mostrar que era ele mesmo como ele tinha um problema
aqui uma perfuração no rosto ó aquele Daniel moosa aquele de barba queele é um dos maiores legistas do Brasil Ele que Fez todo o trabalho fazendo confronto de foto pegava uma foto do do crânio colocava a foto original e da batia o a arcada dentária também e a gente com esse com esse Legista do Daniel MHz Ele que ficou tomando conta da alçada do mengel ela ficou essa ossada ficou num saco Azul durante muito tempo no Instituto Médico Legal on tem várias ossadas E aí essa alçada foi doada pra faculdade de medicina da USP e
ele na nossa frente depois de muito tempo ele abre e mostra a a ossada e ele vai vai montando os ossos é interessante essa matéria e essa esses ossos a família não quis ninguém quis o filho dele não quis nem a Alemanha então para não enterrar e virar um um local de adoração foi doado pro pra faculdade de medicina pros estudantes fazerem o trabalho deles estudarem em cima do da ossada do mengel Cara que história macabra e o tuma cons Carrasco nazista o tuma com seu bigodão aí né sim sim o tuma entrou pra história
com esse caso porque na época eram Jornalistas do mundo todo a gente nem pensava em ter helicóptero e as TVs Americanas alemãs já alugavam um helicóptero de um lugar pro outro e para Bertioga onde ele tinha morrido quer dizer era uma cobertura impressionante e tive a oportunidade de dar notícia em primeira mão pela Jovem Pan Porque como acordo era de jornais aí De madrugada eu liguei pro tuma Dr tuma ele falou é ele mesmo ele morreu e viveu no Brasil ele tá morto e aí você deu furo então é gravei até um um boletim para
uma TV de por sugal puxa fala Tuti ó aqui foi mas eu queria contar uma coisa Ah ela vem lá vem lá vem não é que você sabe que muita gente às vezes vai trabalhar e ganha cachê né Já eu aqui eu ganho salário você entendeu repete por favor não você precisa um cachê de salubridade PR cri é isso não ele fez um trocadilho com seu sobrenome só isso ah não posso contar É muita gente quando vai trabalhar eles ganham cachê eu aqui eu ganho salário salário então mas muito eu sempre falo que para você
lembrar do meu nome tu você fala você lembra assim pô contracheque olerite o Valmir contracheque Valmir olerite vai saber muita gente o salário aí o o contracheque quem me chamava o o o o filho do jmir mé me chama pô olerite tal B obrigado demais pelo papo aí Cara que história que história fantástica Car se se se se interessou essas histórias Poxa fiquei feliz em vir aqui muito obrigado Tu você não tá livre não viu não tá livre não que eu sempre termino o papo com três perguntas conva ainda né Vamos lá lá vamos lá
primeira pergunta talvez você já tenha respondido mas queria saber qual foi eh o teu pior momento na vida ou na profissão cobriu o caso da escola base é um momento que vai perdurar para sempre não tem como fugir dele eu não quero fugir Também quem me chamar quem quiser falar sobre o caso eu quero conversar tá E quero ajudar a Paula milin a receber essa indenização é um direito dela ela tem esse direito o estado errou a imprensa errou só que na época ela não moveu uma ação com porque ela separou do marido o marido
moveu uma ação contra os meios de comunicação e ela não e ela entrou tarde aí um advogado dela acabou morrendo ela perdeu oportunidade só mover o processo contra o Governo do Estado de São Paulo entendi segunda pergunta é o seguinte a gente vai morrer um dia mas esse vídeo esse podcast vai ficar um bom tempo aí depois depois de nós manda um recado pro futuro quem tá 200 anos assistindo esse podcast esse dia agora 200 anos do futuro quais seriam suas últimas palavras teu Epitáfio Fui Perdoado mas não me perdoei Poxa mas tem que se
perdoar tô tentando com a ajuda de você do Tut nessas conversas é quase que um sabe uma reviver o caso me liberto muito bom quer dizer é uma terapia mesmo teria eu agradeço a paciência de vocês me ouvir eu contar essas histórias antigas sei se interessa a sua ombridade de assumir o erro Eu acho que já é um grande caminho para para você se sentir Perdoado mesmo eu sei que eu não sou da família mas eu acho que que a história que você contou aí eu eu vejo de uma de uma ombridade de uma de
uma autoanálise uma autocrítica absurda né pouca gente faria isso o tu por exemplo erra sempre aqui e eu só vou perguntar você já errou nunca tá vendo mas ele nunca prejudicou ninguém ah prejudicou aí viu prejudicou prejudicou viu mas depois ISO dá um podcast só sobre isso né mas nada doloso Então nada com a intenção de aí Aí temos dúvidas né temos dúvidas aí às vezes Talvez às vezes né e a terceira pergunta Valmir é sobre a sua dúvida atual no que que você se pega pensando perde um tempinho aí fazendo umas perguntas escolhe uma
delas eu tô com 71 anos quer dizer então o meu passado complicado né Por causa da de vários casos de casos mas acho que eu cumpri meu papel também fizemos aí máfia dos fiscais o caso do do carrasco nazista Joseph mle sabe coberturas de sequestro precisamos uma tela de interesse público isso também me traz um conforto me traz uma alegria interior mas é o meu passado hoje é maior que o futuro né mas eu tenho dúvidas sempre tenho acho que dúvidas sempre eu não sou religioso então tenho mais dúvidas que muita gente quer dizer o
que que acontece depois como que como é que é às vezes eu brinco porque como eu fui repórter de polícia sou repórter de polícia há 45 anos se tiver a reencarnação gostaria de reencarnar lá no Havaí ser surfista esquece crime quer pegar onda surfista porque tinha um cardiologista que eu ia sempre lá tinha muito problema e tenho problemas cardíacos de pressão tem muito problema ele falava nunca tive um paciente surfista na vida e é verdade você vê os Car o Surfista só ele não fura ele não fura a onda ele né ele surfa em cima
da onda né cara nossa eu tô puto hoje peguei duas ondas só essa é a stress do car mar tá ruim mar tá bom o tempo tá chovendo né Pode crer é uma boa is Então gostaria de reencarnar no Avaí sendo um surfista pô tá aí obrigado demais Valmir obrigado pela atenção tô aqui o dia que você quiserem chamar um um semi aposentado para conversar e contar a história tô à disposição não sei se interessa mas sempre você tem rede social eu tenho o Instagram mas eu eu sou bem analógico tenho um Instagram é Valmira
tem o salário acho que é is é a gente coloca aí no no no vai tá na descrição tem o twitter também que eu eu monitoro ali a as revoltas e as comparações com o caso da escola base e todo dia tem alguém comparando o caso da escola basica com algum erro cometido pela imprensa por jornalistas por alguém alguma co Tá certo Ô Tuti é contigo aí galera é o seguinte se você chegou até o final desta Live incrível e maravilhosa e ainda não deixou o seu like você tá aí agora dá um like não
custa nada Car exatamente então deixa seu like se inscreve no canal e torne-se membro para não perder nenhuma Live também vou pedir para você passar aí no link na descrição insider Nossa parcela de longa data que propicia episódios fantásticos como esse daqui link na descrição que é recond na tela para nossos contatos e agora é a eu tenho até medo cara do que você vai falar mas o que que o pessoal escreve nos comentários para provar que chegou até o final desse dessa conversa para provar pra gente que chegou até o final comenta aí Valmir
contra cheque pao engraçadão Valmir contra cheque ou Valmir Oler ou Valmir pagamento alguma coisa não sei se vale muito a pena né Você acha que vale não não sei acho que vale Vale sim Vale Valeu Valmir obrigado demais obrigado vocês que estiveram em casa com a gente fiquem com Deus beijo no cotovelo e tchau e Que bom que você veio valeu as opiniões e dec feitas pela inteligência deles e n