a solidão é um sentimento universal a solidão está na bíblia quando deus olha para adão e diz não é bom que o homem esteja só afinal o que nos seduz o que nos assusta na solidão afinal você trabalha bem com a sua solidão prazer carnal nós vamos tratar de um tema muito importante e que foi alvo do meu livro mais recente é o dilema do porco espinho pela editora planeta durante meses eu me dediquei a leitura de clássicos sobre a solidão na opinião de filósofos sobre a solidão da literatura do cinema e da arte da
grande questão de estar sozinho o livro começa com a metáfora de schopenhauer filósofo alemão que em um texto afirma ter conhecido na juventude uma cena muito impressionante porcos espinhos no inverno se juntavam para tentar combater o frio mas ao se aproximarem esse espetáculo vão e esse processo causava dor então ele se afastavam e depois se juntavam novamente frio e dor e com isso a xuxa penal está falando que nós humanos vivemos esse dilema buscamos a companhia nós temos frio a solidão causa frios metafóricamente as nos deixa nos ela nos deixa expostas ao vento então eu
procuro caminho de outras pessoas procura o amor das pessoas procura o contato físico mas como diz art o inferno são os outros os outros são diferentes têm ritmos diferentes têm idéias diferentes da minha no momento que eu passo a viver em grupo que eu possa ver em casal com amigos ou em família eu tenho que fazer concessões que essas concessões são complicadas aí vem a dor e schopenhauer tornou uma metáfora do porco espinho desde muito cedo a solidão é um grande dado humano desde muito cedo nós trabalhamos com essa idéia de que a solidão seja
algo negativo o texto trabalha com a outra perspectiva igualmente qual seria ela ao invés de solidão como esvaziamento como dor como estar onde eu não quero estar ou seja sem nenhuma companhia introduzimos também o conceito de solitude solitude a capacidade de eu estar sozinho e ao mesmo tempo fazer dessa experiência uma grande oportunidade de crescimento solitude quando eu não estou triste pelo contrário não tendo outras vozes não tendo outros olhares eu sou obrigado a ingressar dentro do meu universo a fazer algo reflexivo a pena a experiência de ler e ler sem ser interrompido a ter
a experiência de viver à vontade em um ambiente e poder então escutar não a voz dos outros mas a minha própria voz ea ouvir minha própria voz conhecer animais a solitude não é um defeito a solitude é uma virtude e da mesma forma estar em presença de alguém não garante o fim da solidão o livro por exemplo trata exaustivamente da solidão a dois daquela solidão em que você está com uma outra pessoa mas ao mesmo tempo essa relação não é orgânica não é estrutural e não transforma não toca e você apenas compartilham um espaço com
as pessoas a solidão a dois e ainda mais aguda do que a simples solidão mas nós temos muito medo o pior castigo em uma prisão chama-se a solitária isolar na prisão já é terrível isolar dentro da prisão em uma cela isolada solitária pode levar alguém a um novo crescimento comum ea inglaterra criou uma secretaria especial no reino unido para os solitários porque as pessoas de mais idade especialmente na europa onde a pirâmide demográfica envelheceu muito nas últimas décadas teriam mais dificuldade em enfrentar as mudanças renovar seus interesses aproximar-se de um círculo de amigos mais fora
do que estava acostumado então a inglaterra chega criar uma secretaria especial para a solidão logo não se trata de um sentimento vagos não se trata de um discurso romântico terão não ter alguém mas trata-se inclusive de uma questão de estado e uma questão sobre bem estar das pessoas e para isso vivemos em um mundo particularmente curioso o mundo no qual as redes sociais parecem ter resolvido o problema da solidão as redes sociais conseguiram que eu tivesse acesso a todo instante a toda hora há dezenas a milhares de pessoas com as quais eu posso enviar fotos
receber mensagens trocar informações assim eu tenho um calor que eu gostaria mas não tenho a dor porque elas estão ao alcance do meu dedo eu posso deletar eu posso bloquearia eu posso simplesmente ignorar a presença de uma outra pessoa ea partir dessa perspectiva eu tenho que levar em conta que as redes sociais seriam a solução para o dilema de schopenhauer suficientemente perto para sentir o calor ou seja eu tenho contato com as pessoas e suficientemente distante para não sentir a dor ou seja eu tenho controle sobre isso porém esse controle tem o defeito estabelecer o
meu o meu narciso a minha vaidade como grande princípio de tal forma que eu possa controlar as pessoas controlar o contato com as pessoas e torna essa relação existente mas menos orgânica porque exatamente no momento que o óleo para outra pessoa e sinto a diferença sinto que não estou olhando para o meu espelho propriamente dito sinto que neste momento não é apenas a minha imagem refletida mas alguém que pensa diferente que me desafia crescer a mudar de ideia que me desafia não focar o tempo inteiro em cima da minha perspectiva a partir desse momento eu
estabeleci de fato uma companhia ea internet é de várias formas uma maneira de atenuar esse caráter da diferença da alteridade vivemos em uma era de plena comunicação e aí uma questão muito importante afinal aquela reunião em família que não foi tão agradável aquela reunião em família foi difícil atingir natal que o tio ficou perigo aquele natal foram ditas verdades após algumas vozes aquele enfadonho cantar de buscas depressivas viraram duas fotos no meu instagram duas fotos que mostram a família sorrindo perfeitamente reunida e sem nenhuma solidão compartilhando uma data importante exatamente por criar uma narrativa ficcional
exatamente porque me torna permanentemente feliz acompanhado pleno pelo menos nas imagens é que a internet tem um lado ficcional perverso porque ela vai constituindo uma narrativa uma grande narrativa sobre mim que eu tenho a tendência de começar a acreditar por algum motivo eu tenho a tendência de começar a supor que aquela festa foi de fato extraordinária que crie natal foi inesquecível e que a foto que eu enviei para o meu grupo constitui uma bolha de felicidade e todos acataram essa narrativa hora a mais ativa é sempre uma narrativa o que eu sinto profundamente está sempre
posto em xeque a partir do momento que eu convivo com a diferença e é exatamente por isso que a solidão continua sendo um desafio em plena era da internet porque o acesso a todo instante meu celular quando estou com as pessoas não é uma defesa exatamente diante do desafio de ter que lidar com o outro porque é que eu mando mensagens para as pessoas que não estão presentes e quando os encontro passa a mandar para outras pessoas que não estão presentes porque eu não consigo encarar uma relação direta verdadeira genuína não intermediada pela minha capacidade
de controle vivemos a era do maior contrato da história nunca na história humana tivemos tantas relações um homem medieval vivia cercada de bocas casas e poucas famílias talvez nunca conheci uma cidade de mais de 1.500 habitantes este homem medieval vivia exclusivamente em torno de um núcleo muito pequeno nós vivemos em torno de núcleos gigantescos de informações de grupos de what's up de internet e ao mesmo tempo somos campeões no consumo de medicamentos contra a infelicidade medicamentos contra ansiedade e medicamentos contra a insónia vencemos bem afinal o que me assusta é uma solidão porque chega a
um sábado à noite eu por acidente por hábito ou por decisão estou sozinho e micas existem convites mas eu estou sozinha em casa porque bati um certo medo nesta solidão porque não basta estar sozinho se eu fico em casa digitando a todo instante estou sozinho eu adoro está sozinho adoro estar aqui na minha casa ninguém eu me basto e fico mandando imagens de como é feliz a minha solidão uma dúvida plausível de que você não esteja tão feliz e nem tão bem nós temos um imenso medo de encarar o espelho de nós mesmos é como
metáfora do grande escritor oscar wilde sobre o retrato de dorian gray é como a medusa que olha nos olhos e torna a todos pedra porque enquanto eu estou acompanhado as conversas e as companhias mídia estranho da minha própria narrativa e distraem de tal forma que eu possa pensar de alguma forma que essa narrativa de fato esconde o brother aquilo que eu sou realmente a solidão trazer sua tona a solidão evidencia coisas que eu não gostaria de encarar nós devemos nos preocupar profundamente com dois extremos aquela pessoa que se chamava a literatura clássica de misantropo miss
raiva desconfiança antropo homem aquela pessoa que não pode ter contato social o título o misantropo ou aquela pessoa que não consegue estabelecer laços efetivos que sociabilidade de afeto o misantropo é um defeito é um defeito que a espécie humana e gregária é geneticamente gregária e inclinada a sociabilidade por tradição cultural e inclinação da nossa característica de uma de bando e ao mesmo tempo no outro extremo está a pessoa que não consegue ficar sozinha como se eu fosse alguém que precisasse da muleta incessantemente de todas as outras pessoas como se eu fosse alguém que não tivesse
a capacidade de dizer em algum momento que o outro é importante mas não precisa está 100% do tempo acompanhado em si com seriedade você ama sua esposa você ama seu marido você ama sua família você genuinamente vive bem nesse grupo nesse núcleo familiar tão importante não obstante e apesar desse amor ser forte você invadido invadida por uma profunda alegria quando eles partem em viagem quando seu marido a sua esposa num circo ficaram dois três quatro dias fora você lamenta do ponto de vista retornar e amor tanto tempo você sentir saudades e ao se fechar a
porta você se entrega um prazer extraordinário sozinho na sua casa feliz absolutamente entregue a capacidade de não ter ninguém para quebrar seu desejo e sua rotina são as nossas habilidades são os nossos traços distintivos que faz essa dialética essa contradição entre o espinho eo frio entre a dor eo aconchego dos outros foi um prazer tô [Música]