Unknown

Muito bom dia, meus caros! Sejam bem-vindos à nossa meditação do dia. Hoje, vamos pedir a Deus que nos abençoe e que ilumine a nossa inteligência para que possamos colher o fruto esperado desta meditação do dia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém. Que o Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos conduza no dia de hoje, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Muito bem, meus caros! Hoje vamos começar aqui o Capítulo 14 do Caminho de Perfeição de Santa Teresa. O capítulo tem como título "Explica quão importante é não permitir a profissão de nenhuma pessoa cujo espírito seja contrário às coisas que foram ditas até agora".

Aqui, Santa Teresa vai falar da profissão religiosa, né? Quais religiosas devem ser aceitas ou não. E depois, nós vamos olhar aqui para a nossa realidade, o que nós podemos tirar deste texto.

Então, diz a Santa Doutora: “Estou bem certa de que o Senhor favorece muito a quem se determina com fervor”, sendo por isso necessário levar em conta a intenção da pessoa que entra na ordem. Não pode ser unicamente para ter um meio de vida, como acontece com muitas, se bem que o Senhor possa aperfeiçoar essa intenção se a pessoa tiver bom assumir. Porque, se não o tiver, de nenhum modo deve ser admitida, já que nem entenderá por que entra e nem vai aceitar o esforço de quem a quiser levar à maior perfeição.

Na maioria das vezes, quem tem essa falta sempre tem a impressão de saber mais do que lhe convém, do que os sábios. Esse é um sinal e um mal que considero incurável, porque só por milagre deixa de trazer consigo a malícia. Onde há muitas religiosas, poderá ser tolerado, mas entre tão poucas não é admissível um bom entendimento.

Caso comece a amar o bem, apega-se a ele com vontade, pois vê ser o maior, ser o mais acertado. E se isso não servir para aperfeiçoar o espírito, vai servir para que se aconselhe sensatamente, assim como para muitas coisas, sem cansar ninguém. Quando ele falta, este bom espírito, não sei que proveito a pessoa possa trazer à comunidade, sendo possível, em vez disso, que muito a prejudique.

Esse defeito não é identificado com facilidade, porque muitas falam bem e entendem mal, enquanto outras falam pouco e discretamente, tendo capacidade para muita perfeição. Porque há algumas simplicidades santas que pouco valem nos negócios e no estilo do mundo, mas que são muito valiosas para tratar com Deus. Por essa razão, é preciso ter informação confiável para aceitar as pessoas, bem como muita provação para deixar que professem.

Entenda de uma vez o mundo que tendes liberdade para recusá-las e que, em mosteiro, com muitas austeridades, haverá muitas ocasiões para isso, não devendo ninguém se ofender se vir a ser esse o vosso costume. Digo isso porque são tão desventurados estes tempos e tanta a nossa fraqueza que não basta considerar a tradição dos nossos antepassados para que deixemos de respeitar aquilo que hoje é tido por honra, temendo ofender os parentes. Queira Deus que nós, que as admitimos, não o paguemos na outra vida, já que nunca faltam oportunidades para que expliquemos ser necessário recusar quem não atenda a esses requisitos.

Esse é um assunto que cada uma de vós devia considerar e encomendar a Deus, estimulando ao mesmo tempo a prelada superiora, por ser da maior importância. Assim, suplico a Deus que vos ilumine nisso. Pois é um grande bem não receberdes dotes, visto que onde eles são recebidos pode acontecer de, para não restituir o dinheiro já gasto, admitir em casa o ladrão que há de levar o verdadeiro tesouro, o que não causa pouca lástima.

Quanto a isso, não tenhais pena de ninguém, porque causaria a danação daquelas a quem pretendes beneficiar. Então encerramos aqui o Capítulo 14, que é um capítulo curtinho, né? E amanhã já meditamos a partir do Capítulo 15.

Aqui, então, eu volto ao início do que Santa Teresa escreve: “Estou bem certa de que o Senhor favorece muito a quem se determina com fervor. ” Aqui, ela está falando a respeito das candidatas, né? Das moças que deveriam ser recebidas no convento.

E ela diz assim: aquelas almas determinadas e com vontade de servir ao Senhor, elas devem ser recebidas. E olha que interessante, ela diz aqui: existem moças que vêem o convento como meio de vida. Por que Santa Teresa fala disso?

Por conta do contexto da sua época, né? Quais eram as possibilidades que as mulheres, na época dela, tinham? Bom, a primeira possibilidade, a mais natural de todas, é que a família arranjasse algum casamento, que geralmente o candidato a esposo não seria escolhido pela futura noiva, mas sim pelos pais desta, né?

Com, é claro, que como isso era socialmente praticado e feito na época, ninguém via nisso um problema. Hoje, para nós, é uma coisa muito estranha imaginar casamentos desse jeito, mas naquela época não era algo até aceito. Só que, em geral, essas moças já eram ensinadas desde a infância que deveriam se casar com aqueles que os pais escolhessem e deveriam viver e suportar tudo ali com muita paciência.

E não eram raros os casos, né, de maridos muito difíceis, muito violentos e que traziam. . .

Inclusive, muito problema, muito sofrimento para essas esposas. Então, essa era uma opção; uma outra opção seria tornar-se igosa. Então, muitas moças viam na vida religiosa uma saída, uma alternativa a um casamento infeliz ou impositivo.

Muitas viam na vida religiosa até uma certa liberdade, porque muitos conventos admitiam que moças de famílias ricas recebessem o dote, né? Então, o dote era dado ao convento. Assim, a família, como se dava o dote da moça ao noivo, dava seu dote ao convento.

E aí, as congregações, as ordens, viam-se obrigadas a receber aquela jovem, e ali ela teria uma relativa liberdade; poderia receber os parentes, aprender a ler, a escrever, ter acesso à cultura que, às vezes, se casando, ela não teria. Então, o que Santa Teresa está combatendo aqui? Esses maus hábitos da sua época.

Ela está dizendo que as moças não deveriam ser recebidas apenas como esse meio de vida. Às vezes, as moças muito pobres viam na vida religiosa um meio de sobrevivência, e, às vezes, também viam um modo de vida muito melhor do que teriam, porque ou elas se casariam com alguém que a família escolhesse, e sendo uma pessoa mais simples, certamente não seria um esposo que lhes daria muitas condições e muita perspectiva de vida. Mas, estando no convento, ela teria com o que se sustentar e teria uma relativa liberdade.

Então, Santa Teresa combate esse tipo de coisa. Ela diz que nos conventos devem ser recebidas apenas aquelas moças capazes de entender o que é a vida consagrada, a vida religiosa, e que sejam determinadas a serem conduzidas à profissão religiosa. E Santa Teresa disse: “É necessário que essas moças sejam provadas.

” O que Santa Teresa está querendo dizer com isso? Que somente quem é provado é capaz de dar uma resposta de santidade adequada. Bom, olhando para nós, para a nossa realidade, o que podemos tirar dessas lições?

Primeira coisa: quem se determina, uma pessoa determinada, uma pessoa capaz de formular um propósito e cumpri-lo, essa é uma pessoa que pode ser colocada nesse trilho, neste caminho para o céu. Por quê? Santa Teresa vai dizer mais tarde, no próprio livro "Caminho de Perfeição", né?

Ela diz, alguns capítulos para frente, que o demônio teme as almas determinadas. Então, pensemos muito nisso, nesse ponto: se queremos ser santos, se queremos nos colocar nesse caminho para Deus, devemos ser pessoas determinadas, né? E o que é essa determinação?

Essa virtude tem a ver com a virtude da coragem e com a virtude da justiça. A virtude da justiça, nós já falamos em algumas meditações para trás, que é dar a cada qual aquilo que lhe compete. A Deus, nós damos a glória; ao nosso irmão, nós damos a nossa caridade, o nosso amor; e a nós, nós devemos dar muito trabalho.

Então, essa é a lógica da virtude da justiça. Só que precisamos também dar coragem, e a coragem está ligada à fortaleza, que é dom do Espírito Santo. Devemos pedir muito ao Espírito Santo que nos dê rigidez, que nos dê força para cumprir os nossos propósitos.

Então, a determinação vem daí. E é um movimento racional; não é um sentimento. Não é: "Ah, eu vou rezar para ter"; não, a determinação é uma decisão racional.

A partir do momento em que eu digo para mim mesmo: “Eu farei determinada coisa”, então eu vou colocar ali toda a minha mente, todo o meu coração, todo o meu esforço para cumprir aquilo que tem de ser cumprido, por mais que me custe. Eu me determinei. Então, se eu me determino a escolher uma parte do meu dia, seja de manhã, seja no fim do dia, para falar com Deus, naqueles minutos, naquele tempinho, eu devo estabelecer isso de forma determinada.

Eu vou colocar todos os meios que tenho para cumprir isso. A determinação, o demônio aprecia as almas inconstantes, aqueles que hoje rezam, mas amanhã já são absorvidos, engolidos pelas preocupações, pelos compromissos do dia. Faltou determinação.

Quando nós nos determinamos, Deus começa a nos dar outras virtudes; o Espírito Santo começa a infundir em nós outras virtudes. Por exemplo, a virtude da constância, que é a virtude de conseguir manter aquilo que nós escolhemos. Então, se eu me determino racionalmente, eu digo para mim mesmo: “Eu farei e faço mesmo”, então quem é determinado já tem o primeiro requisito para esse caminho de perfeição.

Que Deus nos dê essa determinação e que Santa Teresa interceda por nós para que tenhamos esta graça da determinação. Mas ela é um movimento racional; basta que eu me decida e coloque toda a minha força nisso. Eu não vou adquirir essa virtude de uma vez, eu vou cair, eu vou oscilar, mas eu preciso me decidir.

“Ah, mas eu caí. ” Então eu me decido de novo, e de novo, e de novo, e de novo, até que a determinação não me abandone, passando a ser, de determinação, a virtude da constância. Então, pensemos nisso no dia de hoje.

Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos.

Ó Virgem gloriosa e bendita. Amém. O Senhor nos abençoe e nos guarde, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Muito bem, meus caros. Curtam, compartilhem essa meditação com outras pessoas e, quem considerar, ajudem o trabalho do canal.

Na descrição deste vídeo, você encontra algumas maneiras. Temos aí o link da livraria, temos a chave pix, temos também um minicurso disponível. Adquirindo qualquer coisa ou fazendo uma doação por qualquer meio, você contribui aqui com o trabalho, com a continuidade e a manutenção daquilo que já temos aqui no canal.

Deus abençoe e até a nossa meditação de amanhã, se Deus quiser.