[Música] Meus queridos irmãos e irmãs, com grande alegria, celebramos a solenidade da Santíssima Trindade. Eu geralmente não dou o roteiro da minha pregação, mas gostaria de dizer para que vocês entendam o que eu estou fazendo enquanto faço, como é que nós vamos fazer essa homilia. Três partes: primeira parte, bem breve, eu só vou recapitular a catequese para que a gente entenda.
Se a gente não tem ideias claras da catequese, do que é que nós cremos, o que é que os concílios da Igreja decretaram como sendo nossa fé, o dogma, a gente não consegue nem fazer reflexão. Então vamos por partes: primeiro, as balizas do dogma que estão na nossa catequese. Na segunda parte, eu vou dizer como é que nós chegamos a essa conclusão, digamos assim, como que a Igreja ficou sabendo disso.
Eu vou narrar a história da revelação. E na terceira parte, eu vou então mostrar como é que isso tem uma enorme aplicação na nossa vida espiritual. Porque o mistério da Santíssima Trindade, para algumas pessoas, parece uma espécie de equação insolúvel, de um nível assim transcendente, especial, a que só alguns poucos gênios são capazes de entender bem de longe.
E o resto de nós temos que continuar a nossa vida repetindo contradições: três é um, é três, um é igual a três, 3 = 1, e essa coisa toda parece uma grande contradição, uma grande maluquice. Ah, tá bom, mas tem que crer, então fecha o olho e manda ver. Não é bem assim.
O mistério da Trindade tem uma relevância importantíssima na nossa salvação. Então, primeiro, catequese. Na catequese, nós aprendemos aquilo que os primeiros concílios ecumênicos decidiram.
Trata-se dos conselhos de Nicéia, que a Igreja celebrou em 325. Grande presença no Concílio de Nicéia de um diácono, Santo Atanásio. Depois, o Concílio de Constantinopla, em 381, obra dos grandes padres capadócios: São Basílio Magno já tinha morrido, mas estava lá Gregório de Nazianzo e agora de Missa.
Muito bem, só para dar um quadro histórico, para vocês entenderem que o negócio não brotou no catecismo assim, de repente. Não teve concílios, os hereges foram condenados. A Igreja declarou infalivelmente nesses dois concílios, Nicéia e Constantinopla, e é por isso que nós temos o credo que vamos rezar daqui a pouco: o credo niceno-constantinopolitano, o credo que foi escrito em Nicéia em 325 e em Constantinopla em 381.
Foi completado, e o que é que a catequese nos diz? A catequese nos diz que nós temos um só Deus. Só que esse Deus, que é um só, não é sozinho.
No sentido de que, embora seja um único Deus, Ele é três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. É um só, mas são três pessoas. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
Não são três Deuses, é um só Deus: o Pai eterno, o Filho eterno, o Espírito Santo é eterno. Nenhum deles começou no tempo. Essa unidade na Trindade: um só Deus, três pessoas.
Essa é a dificuldade que todo mundo passa: "Meu Deus, como que faz para essa equação fechar? " [Música] Então, vamos entender. Vamos fazer o processo que o próprio Deus usou para revelar o mistério.
E que processo é esse? O processo histórico, chamado história da salvação, na qual nós fomos vendo o que Deus fez para nos salvar e isso mostrou quem era Deus Trindade. Então, não é uma equação num livro de matemática, não é uma frase no manual catequético.
É uma história de salvação onde Deus revelou a Trindade. Vejam, vocês podem pegar a Bíblia inteira, vocês não vão encontrar a palavra "Trindade". Não está lá na Bíblia.
O mais próximo que vocês vão achar de Trindade é quando, por exemplo, Jesus diz: "Ide por todo o mundo, batizai em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". Contra Trindade! Está aí.
[Música] Então, essa realidade da Trindade está lá, mas não está numa frase, ela está numa história. E que história é essa? Vamos lá, bem rapidinho, porque é uma história longa.
É uma história de quatro mil anos. Começamos há quatro mil anos atrás, ou seja, dois mil anos antes de Cristo, com um homem chamado Abraão. Naquela época, as pessoas tinham seus deuses.
Todo mundo acreditava em algum Deus. Os seres humanos são feitos para crer. Só que acontece que, pelo pecado original, pelas nossas confusões, pela nossa ignorância, nós começamos a ver aquelas coisas que são criaturas, com seus relâmpagos, o trovão.
Ah, bom, isso daí é o Deus Tupã, diziam os índios brasileiros. Ou então Deus Thor, diziam os escandinavos. Ou é o Deus vizinho, os gregos.
Ou então é Baal, o Deus vizinho dos fenícios. E o endereço, o nome é uma força cósmica que as pessoas adoravam. E assim por diante: a força cósmica da água, das enchentes, dos maremotos, dos tsunamis.
Essa força da água, né? Para uns, é Iemanjá, para outros é Netuno, para outros é Poseidon. Não interessa o nome, adoravam as forças cósmicas.
Dois mil anos antes de Cristo, portanto, quatro mil anos atrás, Deus, na sua infinita misericórdia, falou com um homem chamado Abraão, dizendo que ele seria pai de muitos povos. Ele disse: "Abraão, sai da tua terra e vai onde eu vou mostrar a você". Ele juntou a mulher, as escravas e os escravos, fez a sua mudança.
Não, no caminho da mudança, no lombo de camelos, levou tudo. E a mulher perguntava para ele no caminho: "Mas Abraão, para onde nós estamos indo? " Resposta: "Não sei".
Como que você sai de casa assim, com tudo e leva a gente? Deus mandou ir. Como é o nome desse Deus?
"Não sei". Naquela época, Deus se chamava o Deus de Abraão. [Música] Não tinha nome, não tinha revelado o nome.
[Música] Vejam a revolução! De repente Deus faz algo que, ao contrário das outras religiões, nas outras religiões o Deus tinha uma imagem. Deus não aparece com imagem nenhuma nas outras religiões.
Deus tinha um nome, aqui Ele não revela nome nenhum. Nas outras religiões, Deus ouvia as preces do povo; aqui, Deus fala, dá ordens e exige, desde o início, sacrifício. O seguinte: "Sai da tua terra".
Mas você está confortável aqui, sai, arrisca, confia, sacrifica. Eis aí porque Abraão é nosso pai na fé, porque ele foi o primeiro. Claro, tinha tido antes Adão e Eva, mas Abraão foi o primeiro que creu, e Deus mostrou para ele que só Ele era Deus e os outros deuses não eram deuses.
Eis aí a revolução, digamos assim: os outros não são deuses, os outros são minhas criaturas. O trovão que todo mundo teme e cultua fui eu quem fiz; o trovão é meu servo. As águas que todo mundo teme e cultua fui eu quem fiz.
A força da comunicação, do sexo, da saúde, da guerra, todos esses deuses aí fui eu quem criei. Essas forças cósmicas são criaturas de Deus, não são pessoas. Isso é uma das coisas que as pessoas não se dão conta: se não tivesse tido Abraão, hoje não haveria ciência.
Pessoal acha que a fé é contra a ciência; é exatamente o contrário: foi a fé quem tornou possível a ciência. Foi porque Deus disse para Abraão o seguinte: "Abraão, o trovão não é uma pessoa, é uma criatura. Não é pessoa, obedece às minhas leis.
" É que então as pessoas conseguem fazer meteorologia, prever o trovão e ver que ele não é uma pessoa irritadiça: "Ai, a gente se comportou mal e o trovão tá vindo contra nós se vingar! " Não; o trovão não é uma pessoa. [Música] O trovão é uma coisa, é um fenômeno natural.
Estuda que você entende um pedacinho. Não vai entender tudo, porque a nossa inteligência humana, por mais que você queira prever o tempo, sempre entra alguma coisa lá de imprevisto. Você não consegue calcular todos os fatores; e quando prever chuva, não chove.
Quando não previa chuva, chove. Vai fazer o quê? Mas, mais ou menos, eles acertam de vez em quando, né?
A previsão do tempo está sempre certa; é certa quando está errada, né? Então, muito bem, isso chama-se ciência. Mas isso é possível; a ciência só é possível quando você tem um fator físico [Música] inerte que obedece a leis.
Se as coisas físicas tivessem personalidades, acabou a ciência; você não consegue prever as coisas. É o seguinte: as águas funcionam assim. "Ah, não, mas Iemanjá tá com raiva!
" Pronto, aí acabou a ciência; você não vai prever as marés, você não vai prever os tsunamis. Entendeu? Não vai ter como.
[Música] Então, vejam só: Abraão recebeu de Deus uma missão de ser profundamente ateu, ateu dos deuses falsos. A gente elimina todos os deuses, exceto um; fica um só. Que acontece o seguinte: esse negócio que parece muito fácil foi o ensino mais difícil que Deus teve que fazer e tá com dificuldade até hoje, porque é só apertar um pouquinho o parafuso, o pessoal espana e vai buscar um deusinho para ver se faz a vontade dele.
Deus único: Deus de Abraão, Deus de Isaque, Deus de Jacó se revelou a Moisés. Deus, dez mandamentos, e disse: "Criançada, ó, esses dez mandamentos aqui, estão escritos na lei das coisas da natureza. É da natureza do homem que ele deve obedecer seu pai, sua mãe; senão, não tem processo educacional.
É da natureza do homem que ele não deve matar o semelhante, porque senão esse negócio aqui vira uma carnificina. É da natureza do homem que ele não deve cometer adultério, porque senão você só usa sexualmente as pessoas e joga fora; você não respeita as pessoas. A mulher merece respeito.
" Aliança de amor: é da natureza do homem que ele precisa de bens para sobreviver. Então, não dá para você ficar tirando a coisa dos outros. "Eu trabalhei para merecer aquilo, e você vai lá e pega o trabalho dele e leva para você.
" Porque você tá roubando o que é meu! "Porque eu não tenho, você tem mais. " "Eu quero roubar o que é seu, porque eu não tenho.
" "Você trabalhou, eu sonhei por isso aqui, rapaz! Isso é fruto do meu trabalho. Agora você vem aqui e tira o fruto do meu trabalho?
Vai trabalhar! " [Música] Todas essas coisas não precisavam Deus nos revelar, nos dez mandamentos. Essas coisas estão escritas na natureza; o homem, com a sua inteligência, seria capaz de chegar a essa conclusão.
Quais conclusões? Atenção: as conclusões do Antigo Testamento que Deus revelou, mas se não precisava ter revelado, Ele só revelou para ajudar a nossa burrice, nossa ignorância e nossa malícia. Mas Deus não precisava ter revelado; com a nossa inteligência, nós poderíamos chegar à seguinte conclusão: conclusão número 1: existe um Deus Criador de todas as coisas.
Mas como, padre? Um Deus Criador de todas as coisas, sim, porque o universo é coerente; portanto, ele obedece a uma inteligência só. Se fossem três, quatro deuses, a gente diria assim: "Ó, aqui nesse campo, aqui, a ciência funciona desse jeito; a medicina funciona assim, mas o Deus da física funciona de outro jeito", e as conclusões da física contradizem as da medicina, que contradizem as da matemática, que contradizem as conclusões da química.
Mas não é assim que funciona. Quando os cientistas vêm contradições entre as ciências, o que é que eles fazem? Sentam para ver onde que tá o furo, porque eles sabem que tudo tem uma coerência interna.
E é por isso que, juntando todas as ciências, a gente consegue fazer um foguete e para o espaço. As conclusões da física, da química, da mecânica, da engenharia: essa editais, você faz um avião, entra no avião em Cuiabá e chega lá em São Paulo. Ponto e acabou.
Por quê? Porque não existem vários deuses, tem um Deus só. Esse Deus é inteligente e as coisas são coerentes!
O mesmo Deus que fez a lógica da aerodinâmica para sustentar as asas do avião no voo é o Deus também que fez a mecânica que faz funcionar as turbinas do avião, que é o Deus que fez a química que faz com que o combustível queime e produza energia; que é o Deus da eletrodinâmica, etc. As coisas são coerentes. A gente vê que tem coerências.
Se cada força cósmica fosse um Deus, seguindo seus próprios caprichos, suas próprias leis, suas próprias verdades e vontades, nós estaríamos em um caos. Quando nós dissessemos para a mecânica "faça uma turbina", a química diria "não, queima o combustível, vai te catar", porque seria um Deus diferente, com personalidades diferentes. Aí você ia ter que fazer um sacrifício para agradar a mecânica, obedece; aí depois você vai e faz outro sacrifício para agradar a química, por favor, e ainda, além do Sol, ao Sol também, para lá, fazer outro sacrifício.
Aí, quando você conseguisse que os deuses parassem de brigar, eles iriam todos felizes e contentes obedecer você, e você faria um avião. Não é assim que funciona. Todas essas coisas obedecem à inteligência, à inteligência criadora.
Deus é um só, criador do universo, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Se você não percebeu a lógica de tudo, é porque você não é inteligência criadora. Você precisa continuar investigando.
Se tem coisa que para você é incoerente, é porque você é somente uma criatura bocó; você não dá conta de pôr tudo na sua cabeça. Mas continue investigando, continue sendo inteligente, que alguma coisa a gente enxerga; mais Deus é um só, mas é difícil ensinar para as pessoas essa lição. Quando Deus chega e diz "não cometa adultério", ah, não, mas eu vou oferecer um sacrifício para o Deus Heros, porque aí, né, o Deus Heros ou a Pombagira vão fazer com que o meu amor volte para casa.
[Música] Quando Deus chega e diz "não cometa adultério, o que Deus uniu, o homem não separe", o casamento é um só, não sei o quê. Aí você vai fazer sei lá que sacrifício para as divindades célticas, ou para os duendes, ou para os deuses tônicos. Por quê?
Porque o ser humano não quer obedecer. Esse é o problema de Adão e Eva; é o meu problema, o seu problema. Porque até hoje é tão difícil as pessoas se dobrarem diante de uma verdade tão simples: Deus existe e Ele é um só.
Eu vou dizer porque, se Deus existe, Ele é um só. Você não tem para onde escapar. Pronto, peguei você.
[Música] São vários deuses? É mais cômodo. Tem um Deus que está querendo uma coisa que eu não quero; aí eu corro e você viaja para outro, aí ele vai fazer minha vontade.
Ainda que daqui a pouco aquele lá não está servindo, eu vou para um terceiro. Aí eu fico naquele jogo de cartas tentando, né? Cai fora.
Acontece o seguinte: se Deus é um, Ele fez você; existe uma consequência, homem moderno. Deus é um, Ele fez você, portanto, você não se pertence. Então, desde o Antigo Testamento, Moisés, em Deuteronômio, está dizendo: "Adonai, o Senhor é o nosso Deus.
Adonai é um só. " Não tem dois; não podeis servir a dois senhores. Ou você vai agradar um e desagradar o outro, vai dar confusão.
Deus é um só. Existem dois tipos de deuses: o Deus verdadeiro, único, e os outros são deuses falsos, ou seja, não são deuses. Então, há dois mil anos antes de Cristo, quatro mil anos atrás, surgiu na face da Terra, pela primeira vez, [Música] um sujeito com o qual Deus fez uma aliança e disse o seguinte: "A religião agora vai estar montada em cima dessa realidade: é um Deus só; os outros não são Deus.
" Dois mil anos de luta! Esse Deus foi com Moisés no Monte Horebe, revelou o nome dele e depois mandou Moisés libertar o povo da escravidão dos deuses falsos egípcios; tirou o povo da escravidão. Esse povo recebeu os dez mandamentos, que eles podiam ter deduzido com sua inteligência, mas a maldade humana fez com que eles estivessem tudo confuso.
Deus deu uma colher de chá, revelou que eles podiam ter enxergado: "Olha só, é um só Deus, e os mandamentos são esses aqui. Obedece! " Porém, esse povo que foi escolhido por Deus, filhos de Abraão, que deveriam ter a fé de Abraão, foram perdendo a fé, e os profetas, ao longo dos séculos, tiveram trabalho, suor e sangue, porque assim tratam-se os profetas que vieram antes de mim.
Os profetas foram mortos, perseguidos pelo povo de Deus, porque o profeta estava incomodando as pessoas e dizendo: "Pessoal, é um só Deus. É a vontade dele, não a sua! " Para de espirrar para fora; é só apertar um pouquinho o parafuso que o cara espana e vai procurar outra religião.
Aí vai servir a Baal, e os israelitas começam a casar com as mulheres de outros povos, com outros deuses. Os reis de Israel começaram a cultuar deuses falsos, começaram a cultuar outros deuses e Deus dizendo: "Olha, criançada, não é assim! " Deus, bondoso, enviou castigos para purificar o seu povo, fazê-los voltar.
Se vocês ficam longe de mim, o que papai e mamãe faz? Tenta educar a criança; a criança rebelde, adulta, já não é mais criança. O que papai faz?
Quer sair de casa! Porta da rua, serventia da casa! Vai, vai para longe de mim, vai ver.
Aí chega ali na esquina, morre atropelado. Pronto, vai fazer o quê? [Música] Eu avisei.
Entendeu? Então, o que acontece? O filho pródigo sai de casa.
O filho pródigo sai de casa, apronta, peca, não sei o quê. Quando ele encontra a consequência do seu pecado, no castigo de estar querendo comer comida de porco, isso é um castigo bondoso de Deus. Cristo, filho, está vendo!
Estava bom em casa, não estava? Volta! Foi assim que Deus tratou o seu povo durante dois mil anos, 2000 antes de Cristo, até a vinda de Nosso Senhor, quando finalmente, para um pequeno povo, uma porção pequena, atenção: gente, não era todo o povo de Israel, era o resto de Israel, era o pequeno povo, pequeno rebanho.
Quando dois mil anos depois de Abraão, um pequeno povo estava sólido na fé de que só existia um único Deus, e nós temos que pagar o preço para ser fiel a Ele, porque Ele tem uma aliança conosco. Ele nos ama e nós devemos amá-lo. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua força, com todo o teu entendimento.
Quando esse povo estava pronto para isso, não todo mundo, o pequeno povo, não todo mundo, o resto de Israel, não todo mundo, os justos que ficaram fiéis no Antigo Testamento, que era um pessoalzinho menor, não era toda a população de Israel. [Música] Não era toda a população, era um pequeno povo fiel. Deus disse: "É a Plenitude dos Tempos.
" [Música] Agora eu vou me revelar mais ainda. Primeira coisa: dois mil anos Ele cravou uma estaca no chão inabalável, um só Deus. De repente, um belo dia, à beira do rio Jordão, João Batista, batizando as pessoas, aparece um homem.
João Batista, e o céu se abre. [Música] E do céu desce uma pomba e uma voz que diz: "Eis o meu Filho muito amado, no qual coloquei todo o meu bem querer. " Pronto!
Deus estava revelando um segredo escondido desde toda a eternidade. Deus revelou que Ele tem um Filho, que é Deus igual a Ele, e que esse Filho criou para Ele um corpo e uma alma, uma natureza humana, e nasceu na Virgem Maria. Gente, isso é uma novidade absoluta!
Deus veio a este mundo, mas não veio Deus Ponto. Veio Deus Filho. Nós nem sabemos que Deus tinha um Filho, mas Jesus começou a mostrar que Ele não era um profeta qualquer, que Ele realmente era o Filho.
Ele expulsou os demônios, e os demônios chamavam Ele de Filho de Deus; os demônios reconheciam. Ele curava as doenças, e, quando os homens maus – os homens maus, quando digo homens maus, eu digo os religiosos e os não religiosos – homens maus que têm os dois. As pessoas acham que todo mundo que é religioso é bom.
Não, senhor! Tem homens maus que são e religiosos, e tem homens maus que são religiosos. Qual é o pior?
Eu tenho minha opinião, mas você pode aí deduzir muito bem. Os homens maus [Música] condenaram Jesus. Ele morreu na cruz, e ao terceiro dia, Ele ressuscitou.
Ele morreu na cruz como nós, e ressuscitou para mostrar que Ele não é somente como nós; Ele é como Deus. Ele é Deus! Ele mesmo tinha dito na Última Ceia: "Eu e o Pai somos um.
" Ele tinha dito para os judeus: "Antes que Abraão existisse, eu existi. Abraão viu o meu dia e se alegrou. " Como assim?
Abraão foi há dois mil anos atrás. Você não tem nem cinquenta anos e está dizendo isso? Sim!
E aí Jesus disse várias vezes: "Porque eu sou. " Você está dizendo que você é aquele nome que Moisés recebeu de Deus no sacerdote? Sim, eu sou.
Jesus claramente disse que Ele era Deus. Agora, tem duas alternativas aqui, gente. Não tem uma terceira alternativa [Música].
Quer dizer, tem três alternativas. Vamos lá! Ou Jesus é louco — chama o SAMU que um cara aqui dizendo que Ele é Deus.
Ele pode ser louco. Ou então, alternativa 2, Ele é um trapaceiro. Ele não é louco; Ele sabe o que está fazendo, mas Ele é um trapaceiro, está querendo passar a perna em todo mundo.
Ou então, é verdade; Ele é Deus. E Deus não honraria um mentiroso com os milagres que Jesus fez. Deus não honraria!
Os demônios não obedeceriam um trapaceiro de uma vida [Música]. Os milagres que Jesus realizou, os demônios que Ele expulsou, já eram sinal muito claro que Ele tinha que ser de Deus. E, como Ele era de Deus, estava dizendo que Ele era Deus.
Então só pode ser! E a voz disse isso lá no batismo. No batismo, Deus abriu os céus e disse: "Este é o meu Filho.
" Antes da paixão, no Evangelho de São João, Ele disse em público: "Está chegando a hora de Ele morrer na cruz, mas o que direi? Livra-me desta hora. Foi para esta hora que eu vim.
" E uma voz do céu veio e as pessoas ouviram [Música]: "Eu o glorifiquei e o glorificarei ainda. " E Deus confirmou tudo isso com a ressurreição de Jesus. Mas lá na Última Ceia, esse Jesus que veio de Deus, Ele que disse que "Eu e o Pai somos um" [Música], ele disse: "Eu ensinei tudo isso para vocês, mas vocês ainda não são capazes de aprender tudo, porque eu devo enviar um outro.
" Olha a palavra "outro"! Um outro paráclito. Outro quer dizer que Ele é um enviado, um Paráclito.
Jesus, o enviado do Pai. Ele diz: "Eu e o Pai somos um," e Ele revela que tem um outro que vai ser enviado também, que, como Ele e o Pai são um, esse outro é que é igual a Ele. O Pai também é um e é o Espírito Santo, e o Espírito Santo veio em Pentecostes.
Então, atenção, resumo: dois mil anos para ensinar que Deus é um só, de repente, na Plenitude dos Tempos, quando tinha um povo bem disposto, Deus revela duas coisas em dois acontecimentos históricos. Atenção: a revelação da Trindade não se deu num livro, não se deu no manual de catecismo, a revelação da Trindade não se deu num concílio; a revelação da Trindade se deu em dois acontecimentos históricos. O Filho veio e o Espírito veio, e o Filho que veio, através dos seus milagres, através dos exorcismos, através da sua ressurreição, através da sublimidade de sua doutrina, através da santidade de sua.
. . Vida [Música].
Nós temos crédito a Ele, e o Espírito Santo, agindo em nosso coração, fez a gente entender tudo que Ele explicou [Música]. Então, a Igreja, no dia de Pentecostes, compreendeu profundamente o mistério da Trindade: Deus é um, e esse Deus único, Pai, enviou o Filho; e esse Deus único, Pai e Filho, enviou o Espírito Santo. Um só Deus, em igual honra, em igual dignidade.
O Pai não é maior que o Filho, o Filho não é maior que o Espírito Santo; os três são de igual dignidade. Trindade Santa, Deus eterno. Pai, como é que isso acontece?
Você vai ver isso de forma mais clara no céu; por enquanto, você crê. E crê não a partir de uma teoria. O que eu estou ensinando para vocês não é o teorema de Pitágoras, não é uma fórmula matemática num papel.
O que eu estou ensinando é vocês enxergarem uma realidade histórica, e essa realidade histórica está na sua vida. Como assim? Terceira parte da homilia.
Para concluirmos, vejam: Deus, que é um só, nós não sabíamos que Ele era Pai eterno. Ele envia um Filho eterno, que se fez homem igual a nós. Esse Filho eterno nos explicou as coisas e agiu sabendo e dizendo que viria o Espírito Santo de outra forma, de uma forma mais poderosa, de uma forma mais presente, de uma forma mais constante entre nós.
E esse Espírito Santo veio. Essas duas vindas no mundo: a vinda do Filho e a vinda do Espírito Santo. Enquanto o Pai permanece em luz inacessível, nos mostra que Deus é Trindade.
Ponto. Se alguém perguntar para você: "Como você sabe que Deus é Trindade? " Eu sei porque o Pai, que permanece em luz inacessível, enviou ao mundo o Filho, que é igual a Ele; e com o Filho, enviou ao mundo o Espírito Santo, que é igual a Eles.
São dois acontecimentos históricos [Música]. Mas aí vem a pergunta da sua vida: por que é que Deus fez isso? [Música].
Deus fez isso porque Ele é amor, e lá no céu Ele é Trindade de amor. Ele é um Pai que ama um Filho, e Ele é o amor entre o Pai e o Filho, chamado Espírito Santo. Se Deus é amor, isso aqui já é uma reflexão teológica, tá, gente?
Se Deus é amor, isso tá escrito na Escritura, na Bíblia: "Deus é amor". Se Deus é amor, então eu preciso de três coisas: aquele que ama, aquele que é amado e o amor entre os dois: Pai, Filho e Espírito Santo. E Deus quer nos introduzir nesta felicidade do amor do céu.
É isso que tem a ver conosco: Deus quer nos dar a felicidade da Trindade. Deus quer nos dar a felicidade do Pai, a felicidade do Filho, a felicidade do Espírito Santo. Nós vamos entrar neste banquete, nesta festa, nessa alegria eterna.
O céu é eterno, meus queridos. O céu é eterno e feliz. O céu é a alegria do Pai, a felicidade do Filho, o amor do Espírito Santo.
Esse é o céu que nos espera. E como nós vamos entrar nesse céu? Padre Paulo, número um: você vai ter que jogar fora os outros deuses.
O processo na sua vida é o processo que Deus usou para preparar a revelação: jogue fora os ídolos e comece a obedecer os mandamentos. Começa por aí. Foi o que Deus fez as pessoas fazerem no Antigo Testamento: "não matarás".
Ah, mas eu quero aborto. "Não matarás". Mas eu quero eutanásia.
"Não matarás". Mas eu quero fazer suicídio. Boa sorte!
A desobediência tem uma consequência chamada morte eterna: o inferno para sempre. Eu creio em um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, que dá o céu aos bons e o inferno aos maus para sempre. Você quer ser mau e desobediente?
Boa viagem! Você quer seguir os seus caprichos? Você quer confeccionar deuses vizinhos que obedeçam a você?
Gente, se existe Deus, e Ele existe, é você quem tem que obedecer a Ele. É Ele quem vai dizer para você como é; não é você quem vai ditar as regras. É você que tem que ser dócil, fiel, humilde e dizer: "Minha cabeça não entende tudo, mas Ele sabe.
Ele é bom". Eu não vou, na hora que apertar, apelar para um deusinho que vai me dar uma explicação, fazer magia para descobrir segredos e fazer minha vontade. Sem piedade!
Você não está confiando em Deus. Você quer fazer a sua vontade, seu capricho? Pare com isso, porque isso é satânico!
Rebeldia contra Deus! Você quer ser Deus no lugar de Deus? Então, a primeira coisa que você tem que fazer é deixar Deus ser Deus.
Ele é um só, não tem dois. Você não é um deus, você não é o copiloto que vai ajudando Deus a pilotar o avião. Não!
Você é passageiro. Obedeça! A aeromoça mandou colocar cinto?
Ponha o cinto e fica quieto! Tá entendendo? Agora, esse Deus quer que você participe da alegria d'Ele.
Então, Ele se fez igual a você, para que, crendo em Jesus, você receba o Espírito Santo através do batismo, através da Crisma, e você vá se unindo a Jesus cada vez mais. Então vejam agora o que Deus quer fazer. Olha a Trindade agora na sua vida: o Pai enviou o Filho, o Pai enviou o Espírito Santo.
O que é que Ele quer fazer? Ele quer que você receba o Espírito Santo, para que o Espírito Santo una você a Jesus de tal maneira que você possa dizer ao Pai: "Pai". E para o céu, olha o que é: você recebe o Espírito Santo, que une você a Jesus.
Agora, você, unido a Ele, é filho e pode olhar para o Pai e dizer: "Pai". Deu para ver a Trindade? Deu para ver que isso não é uma teoria no livro?
Isso é prático! Isso é a sua vida! Essa é a sua missão!
Você nasceu para isso, que ninguém entende. Trindade é mistério, sim, mas ela é uma realidade que aconteceu na história. Deus eterno, que sempre foi Trindade, se revelou na história quando enviou o Filho, quando enviou o Espírito Santo.
Para que? Para que o Espírito Santo una você e o Filho, que é homem como você. [Música] E você possa, junto com o coração de Jesus, mês do Sagrado Coração de Jesus, estar unido no Espírito Santo a Jesus.
Você verdadeiramente possa dizer: “Pai, seja Filho de Deus” e se comporte como Filho de Deus. Então, a Igreja Católica tem dois mil anos. Essa história dos outros dois mil anos, a Igreja Católica tem dois mil anos de milagres.
E quais são os maiores milagres da Igreja Católica? Os maiores milagres da Igreja Católica são que seres humanos egoístas, desordenados e maus foram transformados pelo Espírito Santo e amaram Deus e os homens como Jesus amou. Esse milagre chama-se Santos.
Os santos são o maior milagre da Igreja Católica. Como é possível que seres humanos interesseiros, mesquinhos, desordenados, maus, desequilibrados e doentes afetivamente sejam capazes de receber o Espírito Santo de amor e serem tão transformados ao longo dos anos que eles comecem a se comportar e a fazer obras divinas, como as de Jesus? Comecem a perdoar como Jesus perdoou, a amar como Jesus amou e a querer Deus como Jesus queria, se comportando divinamente.
Vejam, o maior milagre da Igreja Católica não são os milagres feitos pelos santos. O maior milagre da Igreja Católica são os próprios santos. Agora, esses santos, como Jesus, fizeram milagres também para corroborar a santidade que eles viviam, para mostrar o grande mistério que não era eles, era Cristo que vivia neles.
A nossa Santa Igreja nos dá o Espírito Santo nos sacramentos, com as graças necessárias para nos unirmos a Jesus. O maior deles é a Eucaristia, em que o próprio Jesus, no sacramento, vem para que, na hora da comunhão, o Espírito Santo nos una a Ele e nós possamos, com só coração, dizer ao Pai: “Pai, seja feita a vossa vontade”. Isso transforma nosso coração, isso nos faz cristãos, nos faz filhos de Deus.
Então, a Trindade age na sua vida. O Espírito Santo vem onde você é o Filho e leva você para o Pai. Numa comparação, numa metáfora, uma poesia, a gente pode dizer que o Pai, que está no céu, envia os seus dois braços, que são o Filho e o Espírito Santo, para nos abraçar e levar para o céu.
Pronto, é poesia para tentar fazê-lo sair daquela ideia da matemática, da tabuada, de uma coisa que não tem nada a ver com a sua vida. Tem a ver com a sua vida porque o Deus de Amor vem e vem para transformar você, desse bicho egoísta que você é, em um Grande Santo, na Grande Santa. Deus quer isso e Ele mostrou que isso é possível com os santos e santas em dois mil anos de história.
No meio das maiores adversidades, perseguições, pestes, guerras, os santos brilharam, como Jesus mesmo profetizou, brilharam como astros luminosos no firmamento, iluminando a história da humanidade. Hoje, mais do que nunca, precisamos de santos, porque a Trindade é santa. Como dizemos em toda missa: “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo!
O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito que vem em nome do Senhor.
Hosana nas alturas!