Muito bom dia, meus caros. Sejam bem-vindos à meditação do dia de hoje. Peçamos a bênção de Deus sobre nós.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco.
Bendita sois vós dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Que o Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
No dia de hoje, então, vamos encerrar aqui a leitura do Capítulo 13 do livro "O Caminho de Perfeição", diz Santa Teresa: "Ó, que grandíssima caridade faria, e que grande serviço a Deus, a monja que, vendo em si que não pode seguir os costumes desta casa, o reconhecesse e partisse. Vede que isso é o que lhe cabe fazer, se não desejar ter um inferno aqui na terra; e queira Deus que não tenha outro lá. Pois há muitas razões para temer isso, e talvez nem ela nem as outras entendam como eu.
Crede em mim, do contrário o tempo será minha testemunha. Porque o estilo de vida que pretendemos ter não se limita a sermos monjas, exigindo que sejamos eremitas. Assim, desapeguem-se de todas as coisas criadas.
Vejo que o Senhor concede essa grande graça àquelas a quem escolheu particularmente para este lugar, e mesmo que não seja logo com toda a perfeição, vê-se que já há entre vós um grande progresso nesse sentido, pelo grande contentamento e alegria que revelais por estardes livres das coisas da vida e pelo prazer que tendes em todas as coisas da religião. " Aqui ela fala da vida religiosa, né? Então, sempre Santa Teresa usa o termo "religião".
Não é propriamente a religião católica, crer nas verdades da fé, mas é a vida religiosa. Repito: quem se inclinar para as coisas do mundo deve partir. Se ainda quiser ser monja, deve ir para outro mosteiro; e se não, não verá o que acontece, não se queixe de mim por não tê-la avisado.
Esta casa é um céu, se pode haver um na terra, para quem só se contenta em agradar a Deus, não dando importância ao seu próprio prazer. Leva-se uma vida muito boa. Quem quiser mais alguma coisa, tudo vai perder porque não a pode ter.
E uma alma descontente é igual a uma pessoa com grande fastio, a quem repugna qualquer alimento, por melhor que seja. Aquilo que as pessoas sãs comem com grande gosto, lhe provoca náuseas. Semelhante alma se salvará melhor em outro lugar, e pode ser que pouco a pouco alcance a perfeição que não conseguiu suportar aqui por ser apresentada toda de uma vez.
Porque, embora no interior se espere por algum tempo até que a alma se desapegue de tudo, mortificando-se, no exterior exige-se que seja logo aquela que, vendo que todas o fazem e estando sempre em tão boa companhia, não aproveitem um ano. Temo que não aproveite mais e, sim, menos em muitos anos. Não digo que todas se igualem em perfeição, mas que pelo menos mostrem que vão recuperando a saúde, pois logo se vê quando o mal é de morte.
Então eu volto aqui, nessa última frase, guardemos isso: não digo que todas se igualem em imperfeição, mas que pelo menos mostrem que vão recuperando a saúde, pois logo se vê quando o mal é de morte. Muito bem, e aqui encerramos o Capítulo 13. Neste capítulo, no dia de hoje, vemos Santa Teresa fazendo algumas considerações ainda a respeito da reforma que ela promoveu, né?
No Carmelo, dizendo o seguinte, né, para as irmãs todas que ali naquela casa reformada (ou seja, o que eram as casas reformadas? São os conventos que Santa Teresa fundou, quase duas dezenas deles), usando a antiga regra de vida, a regra de vida do Carmelo, nascida lá na Idade Média. Uma regra escrita, estabelecida mesmo porque a ordem carmelita já existia um pouco antes.
Então, a regra vai aparecer depois. Era uma regra para eremitas. O que são eremitas?
Aquelas pessoas que vivem retiradas, sozinhas, né? Mais ou menos sozinhas, eles viviam ali em grupos, né? Mas esses grupos tinham uma certa independência no modo de vida, sendo que as pessoas rezavam e passavam boa parte do dia em recolhimento, e em alguns momentos eles tinham, assim, esses encontros comuns.
Então, isso acontecia entre eles. É. .
. Santa Teresa, ela restaura um pouco deste espírito inicial, ou seja, as religiosas viveriam uma regra muito austera, né? Uma regra dura até.
E só que com uma diferença: viveriam não retiradas, cada uma no seu eremitério, mas viveriam no mosteiro, cada uma na sua cela, mas neste espírito de desapego. E aqui ela fala muito das honras, ela fala muito do contato com as outras pessoas, com o dar importância ao quanto os outros te consideram mais ou menos. E aí nós podemos olhar nestes para estes conselhos e também extrair deles algo bom para nós.
O que Santa Teresa vai dizer? Que nem todo mundo tem o mesmo chamado, a mesma vocação. E isso não significa que somos maiores ou menores, né?
Não significa isso. Não significa que uns irão se salvar e outros não irão se salvar; pelo contrário. Então, nós devemos sempre ter uma capacidade de autoanálise, de olhar para.
. . Nós mesmos e reconhecer os nossos limites.
E aqui, Santa Teresa volta naquilo que ela disse há algumas meditações atrás, onde ela falava da humildade. O que é humildade? É a reta consciência de si.
Então, por isso, para quem se propõe a fazer um caminho de perfeição, caminho para Deus, não é muito conveniente que escolhamos, por exemplo, muitas devoções, muitas práticas de oração. Por quê? Pelo seguinte: se estamos começando nesse caminho, e quando eu digo começando, vamos entender bem aqui, pode ser que você, né, eu, qualquer um de nós aqui, tenhamos anos e anos de vida de igreja.
Ah, eu vou à igreja desde criança, eu recebo no sacramento, eu sempre rezei. Muito bem, ótimo! Isso é um dever de todo católico, mas isso não significa que a pessoa necessariamente se colocou nesse caminho de perfeição, nessa busca mais intensa de Deus.
Porque às vezes, a pessoa vai vivendo aquilo um pouco de forma automática, sem pensar, sem colocar uma intencionalidade na sua busca por Deus. Então, às vezes, a pessoa passa anos e anos na vida de igreja e ela está sempre no começo. Por quê?
Porque não se decidiu, não colocou uma intencionalidade, não colocou todas as suas forças, toda a sua capacidade mental, todo o seu coração nessa busca de Deus. Então, é preciso fazer isso para avançar nesse caminho de perfeição, para tornar-se santo. Bom, uma pessoa que não fizer isso, ela pode se salvar, mas talvez ela não faça e não viva como Deus quer, não faça aquilo que Deus quer, não viva como Deus quer.
Às vezes, Deus, inclusive, tem o desejo de dar muitas graças a mais, e a pessoa não recebe porque, de fato, não se decidiu por isso. Então, Santa Teresa fala muito aqui da questão da vocação. Então, nós devemos olhar para nós mesmos.
Agora, nós devemos entender o seguinte: aquilo que nós somos não significa aquilo que nós somos hoje. O estado em que nós nos encontramos hoje não significa que seja algo estático, que não irá mudar nunca, jamais, de modo algum. Mas nós devemos separar bem as coisas.
Uma coisa é aquilo que eu sou, outra coisa é como eu estou e quanto eu posso mudar. Então, aquilo que eu sou são aquelas características que não mudam; são características de personalidade, são características de que eu recebi, que eu herdei da minha família, e isso geralmente não muda assim tão profundamente. Agora, outras coisas, eu posso mudar: os meus hábitos, minha organização, meu jeito de fazer as coisas, isso eu posso mudar.
Então, quando Santa Teresa fala desta vocação para santidade, o que ela está falando aqui? Na verdade, ela está repetindo aquilo que Jesus disse em outras palavras. Jesus dizia que na casa do Pai, existem muitas moradas.
Isso significa que nem todo mundo vai se santificar da mesma maneira, nem todo mundo receberá na eternidade o mesmo prêmio. Então, por exemplo, entre os santos que estão nos céus, existem santos que receberam mais e outros menos, mas todos estão felizes porque cada um recebeu de acordo com a sua capacidade. Então, não existe inveja no céu, não existe reclamação: “Ah, este recebeu mais, este recebeu menos.
” Então, quando nós nos colocamos nesse caminho de perfeição, nós devemos entender bem os nossos limites. Então, por que eu falava aqui das práticas de devoção? Se eu eleger várias práticas de devoção para praticar durante o dia, se eu tomar uma resolução de reformar a minha vida, de mudar o meu jeito de viver a minha fé, muito bom!
Mas não adianta eu me propor algo muito elevado que eu não darei conta daqui a um mês ou dois meses. Então, é melhor começar com algumas práticas de devoção mais consistentes e, mesmo que elas sejam em quantidade menor, é importante que elas sejam constantes. Vou dar aqui um exemplo: ao invés de eleger várias orações, terços, etc.
, e tal, é melhor a pessoa fazer um esforço para ir à missa mais vezes durante a semana, se existir essa possibilidade onde você mora. Então, é melhor que você procure a Eucaristia mais vezes e, aí, depois, é claro, eleja outras devoções por uma escala de importância. Se você conseguir a Liturgia das Horas, bom!
Se conseguir rezar o terço mariano, bom! Além do terço mariano, acrescentar mais algum terço ou alguma devoção, muito bom! Só que muito mais que isso já pode te desanimar, porque pode ser que você eleja muita coisa e não dê conta.
Daqui a um ou dois meses você abandona ou senão cai naquele erro de, às vezes, um dia você passa lá um dia rezando três horas seguidas, depois passa uma semana rezando mal e porcamente, né? Rezando ali, às vezes, né, cinco minutos só. Então, é melhor a constância.
Então, quando Santa Teresa fala de eleger um caminho de perfeição, buscar esse caminho de perfeição, buscar a santidade, Santa Teresa aconselha exatamente isso: olhem para si. E ela fala para as monjas: se você perceber que não é para você, não faça, busque outro caminho. O mesmo vale para nós.
Se você, por exemplo, em algum momento da sua vida, elegeu 100 devoções e não deu conta, então reduza! Reduza, é melhor dar passos mais curtos, porém mais firmes no caminho para Deus. É necessário que você pense dentro da sua possibilidade, mas pense com honestidade.
Pode ser que você fale: “Ah, eu não tenho como ir à missa. ” Será que não? Você já olhou todos os horários de missa durante a semana na sua cidade, na paróquia perto de você?
Será que realmente você não tem tempo de participar um dia a mais? Às vezes, espremendo daqui e dali, dá para participar um dia a mais. Então, pode ter certeza que participar da Eucaristia um dia a mais na sua vida, na sua programação, será muito mais agradável a Deus do que a prática de muitas outras devoções, porque a missa é.
. . Oração perfeita.
Então, passos curtos, mas consistentes: é isso que nós devemos buscar nesse caminho de perfeição. E os pequenos movimentos que nós fazemos, Deus nos retribui com muito mais do que nós merecíamos. Busquemos, façamos hoje esse exame de consciência durante o dia: como eu posso organizar a minha vida espiritual melhor?
Rezando melhor, rezando de forma constante, dando pequenos passos, porém passos consistentes. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude. A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos.
Ó Virgem Gloriosa, Bendita. Amém. No dia de hoje, a Igreja celebra São Vicente, diácono e mártir.
Que São Vicente interceda a Deus por nós e nos dê a força necessária para testemunhar Cristo na nossa vida no mundo. Deus abençoe e até amanhã, se Deus quiser.