Unknown

Um bom dia a todos vocês, meus irmãos! Sejam todos bem-vindos a esta meditação do dia de hoje. Peçamos a Deus a sua bênção sobre nós.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome.

Venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, então, no dia de hoje, vamos seguindo aqui pelo Capítulo 34 do "Caminho de Perfeição" de Santa Teresa.

Estamos no parágrafo 9: se vos dá pesar o não vê-lo com os olhos, percebei que isso não nos convém. Uma coisa é vê-lo glorificado e outra, quando andava na terra. Diante da nossa imensa fraqueza natural, ninguém suportaria a visão dele.

Não haveria mundo nem quem quisesse ficar nele, porque, se se visse essa verdade eterna, perceber-se-ia que todas as coisas a que tanta importância se dá aqui não passam de mentiras e ilusões. E vendo tão excelsa Majestade, como se atreveria um pecador como eu, que tanto ofendeu, a ficar tão perto dele? Só as aparências daquele pão.

Ele é mais acessível porque se um rei se disfarça, não me parece que nos incomoda nem um pouco em conversar com ele, sem tanta respeito, por ter se disfarçado. Ele teria de nos suportar. De outra maneira, quem se atreveria a aproximar-se com tanta fraqueza, com tanta indignidade, com tantas imperfeições?

Ó como não sabemos o que pedimos! E como ouviu melhor a sua sabedoria, pois ele se revela aos que percebem que vão aproveitar a sua presença, mesmo que não o vejam com os olhos do corpo. Ele tem muitas maneiras de mostrar-se à alma: grandes sentimentos interiores e diversas vias.

Mantende-vos com ele de boa vontade; não percais uma ocasião tão boa de negociar quanto a que sucede à comunhão. Se a obediência vos mandar, irmãs, outra coisa, procurai deixar a alma com o Senhor; porque se logo desviais o pensamento dele e não considerais, e nem vos importais com o que está dentro de vós, como poderá ele se dar a conhecer a vós? Por isso, esse é um tempo precioso para que o nosso Mestre vos ensine, para que o ouçamos e lhe beijemos os pés, por ter querido nos ensinar.

Suplicai-lhe que não se afaste de vós. Se pedis isso olhando para uma imagem de Cristo, parece-me bobagem abandonar a sua presença divina para o seu retrato. Não seria se tivéssemos o retrato de alguém a quem muito queremos e, vindo ele nos visitar, não lhe falássemos e conversássemos o tempo inteiro com o retrato?

Sabeis quando isso é muito bom? É uma coisa em que muito me deleito, quando a pessoa está ausente, ou quando, por meio de muita aridez, quer nos fazer entender que o está. É um grande consolo ver uma imagem de alguém a quem amamos com tanta razão.

Eu gostaria de vê-lo em qualquer ponto para o qual voltasse os olhos. Que coisa melhor ou mais agradável à vista poderíamos empregar o esforço de olhar do que naquele que tanto nos ama e que traz em si todos os bens? Desventurados os hereges que, por sua culpa, perderam essa consolação, além de outras tantas.

Quando acabardes de receber o Senhor, tendo a própria pessoa presente, procurai fechar os olhos do corpo e abrir os da alma e olhai o vosso próprio coração. Eu vos digo e repito que gostaria de dizer muitas vezes que, se vos acostumardes a fazer isso sempre que comes, procurai ter uma consciência que vos permita gozar amiúde este bem. Ele, por certo, não virá tão disfarçado.

Como eu disse, não se dá a conhecer de muitas maneiras, de acordo com o nosso desejo de vê-lo. E podeis desejá-lo tanto que ele se revele a vós por inteiro. Se, porém, o desdenhardes e, recebendo-o, o deixarmos para procurar coisas inferiores da terra, o que ele há de fazer?

Haverá de nos levar à força e ver que deseja se manifestar a nós? Não, pois não o trataram tão bem quando ele se apresentou a todos, às claras, dizendo-lhes de modo inequívoco quem era. Foram muito poucos os que nele acreditaram.

Assim sendo, Sua Majestade age com muita misericórdia diante de todos os que ele deseja que entendam que está presente no Santíssimo Sacramento. Mas deixe que o vejam às claras, comunicar as suas grandezas e dar dos seus tesouros. Ele reserva a aqueles a quem percebe que o desejam muito, porque esses são os seus verdadeiros amigos.

Eu vos digo que quem não for um verdadeiro amigo seu e não chegar a recebê-lo como tal, fazendo tudo o que está ao seu alcance, jamais deverá importuná-lo para que ele se revele. Falo de pessoas que mal vêm a hora de se livrar das obrigações prescritas pela Igreja e que logo se vão da sua casa e procuram afastá-lo de si. Pessoas assim voltam para outros negócios, ocupações e ações do mundo, parecem aflitas para que não se lhes ocupe a casa aquele que é, na verdade, o Senhor dela.

Muito bem, aqui terminamos o Capítulo 34 do "Caminho de Perfeição" de Santa Teresa. Neste capítulo, ela continua o assunto de ontem, falando da Sagrada Comunhão, o modo como recebemos este pão que. .

. Dá vida e que falamos na oração do Pai Nosso, né? O pão nosso de cada dia nos dai hoje, né?

Este pão que alimenta, que dá vida, que dá vida eterna, que dá vida que não acaba, né? É o próprio Cristo, e neste pão Ele está escondido sob as espécies eucarísticas. Nós não vemos Jesus fisicamente, mas sabemos, temos a consciência de que Ele está ali, vivo e presente na Eucaristia.

E Santa Teresa vai nos dizer o seguinte: eu volto aqui no que ela disse, nós não o vemos, não podemos vê-lo com os olhos corporais. Mas isso não convém; uma coisa é vê-lo glorificado e outra é vê-lo escondido, né? Então, às vezes, nós temos esse desejo de conhecer as coisas de Deus, de ter dons e graças místicas, né?

Como os grandes Santos tiveram. Mas Santa Teresa diz que, na maioria das vezes, não convém vê-lo, porque a nossa natureza fraca e pecadora não suportaria ver Cristo na sua glória. E por isso nós vemos Cristo escondido e, por isso, Jesus vem até nós escondido para ser mais familiar, mais próximo.

Este Deus se abaixa, é próximo, quer estar ao nosso lado, por isso é invisível, está escondido sob as espécies eucarísticas, mas está lá. E quando nós o recebemos, Ele quer falar conosco. Esse é o principal momento em que nós devemos rezar profundamente, porque Deus e nós somos um, somos uma só coisa; a natureza de Deus e a nossa se unem.

E, na verdade, na Eucaristia, nós já experimentamos aquilo que será a realidade definitiva do céu, porque o que é o céu? É a posse perfeita e completa de Deus. O que é a glória do céu?

A glória do céu é a posse de Deus. Na Eucaristia, nós estamos em Deus e Deus está em nós. Mas, devido aos nossos pecados e imperfeições, às vezes nós não conseguimos aproveitar tanto essa graça.

Se nós conseguíssemos aproveitar e corresponder bem a essa graça de comungar, certamente já aqui neste mundo nós gozamos dessa presença de Deus e nós procuraríamos muito mais a Eucaristia. Mas o nosso pecado nos cega, a nossa imperfeição nos cega. Mas nós podemos pedir a Jesus essa graça: Senhor, tira as escamas dos meus olhos, que eu enxergue, que eu entenda a grandeza do que é a Eucaristia.

Ontem, Santa Teresa falava de pedirmos as curas físicas que precisamos. Quanta gente se aproximava de Jesus, dois mil anos atrás, pedindo a cura física e tocavam Jesus e eram curados! Nós tocamos Jesus na Eucaristia e, às vezes, não temos a fé suficiente para pedir as curas físicas necessárias para nós e, quanto mais, as curas espirituais: pedir a graça de enxergá-lo, de vê-lo, de entendê-lo.

E aqui Santa Teresa fala do recolhimento necessário quando comungamos. Quando comungamos, não devemos nos ocupar com outras coisas, devemos fechar os olhos do corpo e abrir os olhos da alma e falar familiarmente com Jesus. Porque a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento dura enquanto durarem as espécies eucarísticas, ou seja, dura pouco tempo, né?

Dentro do nosso corpo, é coisa de 10 minutos; é o tempo para que a presença real de Jesus já não esteja mais conosco. Então, devemos aproveitar bem esse tempo em que estamos com Jesus, ou seja, fechar os olhos da alma, fechar os olhos do corpo e abrir os olhos da alma. É isso que devemos fazer, não nos distraindo com outras coisas.

Por exemplo, Santa Teresa diz que é algo absolutamente sem sentido, a não ser que a pessoa esteja numa condição de saúde que tire totalmente a atenção dela. A não ser que a pessoa esteja com dor, com alguma impossibilidade física que atrapalhe muito o recolhimento e a oração. Salvo esses casos, não é conveniente, por exemplo, que a pessoa comungue e fique olhando, contemplando as imagens, por exemplo, que existem dentro da igreja.

É o exemplo que Santa Teresa usa, né? Se você está na presença da pessoa, você vai conversar com o retrato dela, né? Se referindo às imagens.

As imagens sagradas, própria Santa Teresa diz que elas são consolo; pena que os hereges perderam até mesmo esse consolo, das imagens, de olhar para uma imagem de Jesus, de Nossa Senhora, e se lembrar deles, né? De elevar a alma a Deus ao olhar para uma imagem, ela disse. Mas uma coisa é quando olhamos para uma imagem porque estamos no meio das ocupações do dia a dia; olhar para uma imagem nos lembra de Deus, né?

Então isso é uma graça. Agora, quando eu comungo, eu tenho o céu dentro de mim. Então não é conveniente olhar nem mesmo para as imagens, que são boas, são coisas boas que nos ajudam, que nos aproximam de Deus.

Mas, no momento da comunhão, devemos olhar para Deus mesmo e nada mais. Então, que aprendamos essas coisas simples, né? Tem coisas que Santa Teresa fala que parecem até bastante óbvias, mas nós devemos ter a humildade de olhar para nós mesmos e de aprender com aqueles que já chegaram à salvação eterna.

E mesmo que saibamos dessas coisas, façamos um exame de consciência, olhemos para o nosso coração, olhemos para a nossa vida e busquemos sempre, né, receber bem esses bons conselhos e tentar mudar o nosso modo de agir, de viver, de fazer as coisas para Deus. Que Deus nos abençoe e nos guarde neste dia de hoje. Que Nossa Senhora interceda por nós.

A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa e Bendita. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe e nos guarde e nos livre de todo mal.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Deus abençoe, ótimo dia e até a nossa meditação do dia de amanhã, se Deus quiser.

Tchau tchau!