O que é normatividade? - INÉDITA PAMONHA #27 (Clóvis de Barros)

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Clóvis de Barros
Neste episódio: Clóvis de Barros Filho apresenta a perspectiva de Georges Canguilhem sobre a normati...
Video Transcript:
e começa agora a manha por instantes felizes virginais e repetíveis e o Olá bom dia boa tarde boa noite a todos e a todas sejam bem-vindos a mais uma inédita pamonha desta quinta-feira ocasião de pensar sobre a vida sempre com o patrocínio de estima Chemical do Brasil bnp paribas asset Management e profusas é o caramba Outro dia eu não me senti muito bem acordei torto acordei errado sabia que tinha alguma coisa que não estava muito católica Como dizia minha mãe E aí então eu procurei Ligar para um médico para que Ele pudesse dar uma olhada
e ver o que estava acontecendo logo alguém se ofereceu para me acompanhar E aí lá fui eu Arrumamos um horário de um café e aí eu entrei na sala do médico enquanto a pessoa que me acompanhou esperava na sala de espera naturalmente Nada melhor do que uma sala de espera para isso mesmo e aí eu entrei o médico examinou e perguntou o que eu tava sentindo e eu disse que Claros eu tinha é cancelado compromissos marcado consulta agendado o pedido o encaixe é porque eu identificava alguma coisa estranha em mim então depois de muito mexer
a partir do que ele ouviu claro que eu falei mas a partir do que ele atual todo que ele viu do que ele auscultou e tal ele me disse que tava tudo bem tava tudo normal me deu olá uma porcaria para eu tomar para poder justificar consulta foi até a porta me acompanhando com sorriso tapa nas costas e aquela benevolência típica de quem se toma como detentor de um saber ignorado pelo interlocutor numa alguma coisa assim que contém no mesmo instante um pouco de generosidade Fingida e um pouco de presidente eu fui embora a pessoa
que foi comigo perguntou se estava tudo bem Eu disse que o médico disse que estava tudo normal E aí essa pessoa ainda disse tá vendo você sempre alarme mista sempre exagerando nos teus diagnósticos e eu enquanto ele falava sem querer polemizar fiquei pensando sobre aquela história do tudo normal eu me lembrei até de um livro que eu ir lá atrás quando eu fiz a pós-graduação na França né É um livro de um Car incrível chamado Jorge com Dylan um cara incrível a quem o meu professor Pierre bourdieu respeitava muito que tinha sido também professor de
fucou no então Jorge com Dylan ele escreveu o normal eo patológico eu tinha lido mais isso sem Imagina eu acho que ele enfim 86 87 Oi cheguei em casa felizmente encontrei o livro com facilidade e fui dá uma olhada eu comecei a pensar no que tinha acontecido né Afinal de contas eu tinha identificado uma anomalia a partir de uma experiência toda minha subjetiva de conhecimento de mim mesmo que tinha como referência né como o Corpus de investigação as minhas próprias experiências de mim mesmo verificadas no passado e trazidas para consciência na condição de memória memória
de avaliação cognitiva e memória de sensações já o doutor um médico por sua vez tem uma sinal de experiências de outra natureza e com isso consegue dispor de referência às outras muito diferentes das minhas porque porque ele com para aquilo que ele viu o quê Tu viu o que ele apalpou o que ele percebeu através do exame ele com para ele referência Lisa com outros pacientes outros casos literatura médica sua residência e tudo aquilo que ele tem na manga para ajudá-lo a tirar suas conclusões então nós podemos dizer que enquanto eu avaliava a minha anomalia
de forma subjetiva circunscrito a mim mesmo a partir de um contraste entre Sensações e imediatamente vividas com sensações e já vividas em tempos pretéritos o médico ele garantia uma normalidade a partir de um contraste ou de uma comparação de uma avaliação tendo como referência um outro tipo de mundo que é um mundo que inclui outras pessoas o Asus outras vidas outros corpos e assim por diante claro que você pode supor aquele cada vez mais raro caso de um médico de família que te conhece desde que nasceu que te acompanha então este poderia reunir digamos os
dois repertórios o repertório do eu Face Ao seu passado e o repertório do eu Face aos outros não é de qualquer maneira se eu tivesse ido mais fundo e perguntado ao doutor da onde que ele tinha tirado aquela normalidade provavelmente ele teria dito alguma coisa que me inscreveria num grupo maior Olha isso aí tal como em muitos outros casos e muitas outras pessoas acontece mas não é nada porque porque em diversas outras situações com outras pessoas também não foi nada e tal então ele me jogaria no bolo bom e num bolo que não padeceu de
consequências mais graves na ele me jogaria numa espécie de mediatriz numa espécie de orbital comum e compartilhado de possibilidades e de probabilidades no ar e aí esse esse é o que ele chamaria de normal quer dizer porte baixar um sem aqui quase todos com esse tipo de manifestação e esse tipo de discurso acabaram vivendo mais 200 anos então volta para casa e engole o choro o teu diagnóstico e a tua avaliação subjetiva elas devem se curvar a objetividade de outras centenas de casos semelhantes foi muito bom E lá o cão Guilherme Jorge Guilherme eu me
deparei com afirmações absolutamente truculentas estarrecedoras Geniais apetitosos as desafiadoras subversiva como por exemplo a ideia de que uma enfermidade uma doença é sempre uma avaliação subjetiva em outras palavras não há propriamente na doença nenhuma subjetividade e que a saúde por sua vez enquanto simples orbital de possibilidades de ocorrências estatísticas ela é uma espécie de vazio de sentido ou seja um conceito vulgar um conceito popular um conceito que digamos serve para quebrar o galho no cotidiano mais comezinho dos imperativos e do mais urgente mais que não resisti a avaliação intelectual mais criteriosa nossa aí naturalmente eu
me enchi de coragem não é me enche de força porque no final das contas se eu tinha me curvado antes um diagnóstico de mediocridade não é de mediatriz de probabilidade de rebanho e o tinha do meu lado Jorge cão Guilherme aqui me pedia para prestar atenção observar afinal de contas a minha interpretação subjetiva tinha lá o seu valor se não muito valor lendo o normal eo patológico com Guilherme ele vai propor algo ainda mais estarrecedor e mais por prender e ele vai relacionar a saúde não mais a mediocridade probabilística eu digo mediocridade no sentido de
médio né Não essa medi o que probabilística mas ele vai relacionar saúde não à normalidade mas a normatividade e aqui é que nós chegamos no coração do problema na graça da história O que é a tal da normatividade para jogos com Dylan é a capacidade que você tem de soberanamente definir para você normas Olha que loucura capacidade que você tem de anti novos cenário antigo o inédito ante o virginal antes um diagnóstico surpreendente de mundo ante a presença em novos espaços ante a integração em novos universos sociais enfim diante tudo aquilo que compõem a vida
é a capacidade de se virar nos 30 definir novos protocolos novos procedimentos e quem sabe até novos propósitos de vida a e dessa nova existência desses novos encontros desta nova é realidade percebida encontrada e passou a te afetar então de uma certa maneira a normatividade é o sinal maior de vitalidade e portanto de saúde como é que nós medimos Então essa nossa saúde ante a essa possibilidade né ou essa efetividade de poder graças a competências que são nossas anti rupturas existenciais anti rupturas de mundo se e normatizar definir novas normas existenciais e o repito novos
protocolos procedimentos com base a uma nova realidade experienciada Nossa para quem no mundo de hoje não para de ouvir falar em Reinventar a arte não para de ouvir falar em novo normal e não para de ouvir falar em transformação acelerada do mundo que não dá para ficar marcando touca não dá para simplesmente repetir soluções do passado ainda que aplaude das para problemas inéditos nunca Dantes encarados Nossa a ideia de normatividade relacionada com saúde é uma ideia absolutamente fascinante absolutamente surpreendente afinal de contas à saúde estaria intimamente imbricados na nossa autonomia na nossa soberania na nossa
inteligência deliberativa antes novos cenários de uma certa maneira essa saúde propriamente humana é a que nos distancia da animalidade vivente não humana dado que gatos pombos e plantas vou eu abrir cobra um habita se dão bem em um determinado espaço e dentro de determinadas condições alteradas essas condições a vida sofre se não há impossível Uai o homem o homem não o homem Ele é diferente ele pode ser saudável no sentido de com Guilherme porque ele pode ser normativo quer dizer troca o mundo aí a vontade que eu vou dar o meu jeito e definir novos
caminhos por minha conta em meu amigo você pode imaginar que foram 35 anos em sala de aula mais de 10 dando palestra quase todo dia com pessoas na minha frente e aí de repente Arautos do vírus são as trombetas e dizem todo mundo dentro de casa fim das aglomerações E aí você tem um a condição de vida e você tem a possibilidade de entender melhor o que é a normatividade Ou seja a definição de novas normas a partir de surpreendentes e inéditas e inesperadas condições de vida e E aí e ela é só a mensagem
de hoje sempre abençoados por isso mano química o do Brasil bnp paribas asset Management e profs achei jogos com Guilherme o normal e o patológico não tem como perder mas é livro de degustação fina linha linha em conta-gotas como uma iguaria mais sofisticada não tem por que ler como romance até porque é o tipo de livro que não tem o final da história beleza show de bola só se gostou quinta-feira que vem tem mais obrigado pela sua audiência cada vez mais qualitativa e cada vez mais numerosa Muitíssimo obrigado por me ouvir toda quinta-feira é uma
gratidão de reconhecimento mas já também uma gratidão de vínculo Afinal de conta e eu me sinto obrigado a estar aqui outra vez para te agradecer Valeu show de bola um abraço tchau E aí [Música] se você ouviu o inédito da Pamonha por Clóvis de Barros Filho trazido até você pela revista inspire-se acesse [Música] www.revistaartesanato.com.br e nos siga nas redes sociais este podcast Foi editado por radiofobia podcast e multimídia
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