Habitação Social - Projetos de um Brasil | Episódio 1 - Vila Maria Zélia (SP)

e aí e até que ele período morar na cidade no brasil era apenas chegar no final da rua construir a última casa que vai acontecendo aqui a partir da metade do século 19 começam as várias leis que vão flexibilizar a escravidão até o final da escravidão neste momento há uma percepção de que era preciso restringir o acesso a terras urbanas porque ela passava a mercadoria mais desejada é mais fundamental para todas as famílias a urbanização no brasil se deu dentro dessa lógica as pessoas ganhamos baixos salários e com a terra muito muito cara e isso

daí vem e manter durante séculos e séculos e até hoje os trabalhadores de 40 ela não consegue acessar mor adequadamente nas cidades e aí e aí e aí bom então você tem duas coisas aí para levar em consideração no processo de urbanização no brasil e na questão da moradia uma é um trabalhador barato e quem ganha pouco foi fundamental eles e barato para o processo de industrialização e esse é o trabalhador dos baixos salários é portanto uma cidade dos baixos salários e é uma cidade do trabalhador barato o que é que tá as coisas aí

e aí e aí e aí g1 e aí e aí e aí e aí [Música] e aí e aí e aí e aí e a fábrica começou a ser construído em 1905 e1910 já tava pronta aqui era tudo brejo no fim da vila era o rio tietê onde a gente eu aprendi nadar come muito peixe do rio tietê [Música] e aí é a vida foi feita para acomodar os operários que trabalhavam na fábrica lá atrás todo mundo do entorno da vila queria demorar primeiro porque todas as casas diferentemente do que a lei fora era tudo

curte sua queremos os banheiros hoje as as mostras ficam olhando assim admirada para mim era tudo como é que se fala era coletivo e a casa as casas da vila todas elas e o seu banheiro individual para família imagine uma coisa absurda que meu avô contava que a primeira coisa que ele fez ao adentrar nossa casa foi olhar o que tenha e o que chamou mais atenção o banheiro individual e o tanque de lavar roupa em primeiro ele ajoelhou é um servo de deus ajoelhou para agradecer a deus que ele veio de mairinque e o

banheiro era fora de casa era a casa era pau aqui que era um banheiro horrível primeiro agradecer a deus e depois ao dr jorge três ele veio sem tecelão oi meu amor trabalhou para ele era um homem alto de um e noventa e dois são joão grandão era meu avô eu tenho a profissão legal dele e o que meu avô contava que ele não era um patrão ele era um pai bom então tenham tenho uma briga no livro do senado com o conde rodolfo crespi ele põe no jornal dos mesquitas é o estado de são

paulo que pensa esse estrangeiro de tanta mordomia seus empregados nunca teve greve na fábrica e quando ele foi o dirigente teve a grande greve geral de 1917 ele não participou em os operários e a vila maria zélia faz parte desse processo histórico que tá na conformação da cidade de são paulo né do início de uma organização que a gente chama de cidade industrial que as indústrias estão começando a se instalar nesse momento a oferta de habitação ela é feita pelo mercado privado ela é feita por particulares que entendem a oferta habitacional como um investimento e

que constroem habitação para aluguel sobretudo nas nos cortiços e nas casas de vila no caso da vila maria zélia mais especificamente tem menos importância ao lucro que ele pode ter com o aluguel das casas do que a necessidade que ele tem de ter os trabalhadores perto da indústria para controlar os horários desse trabalhador a ver com que esse trabalhador tem um nível produtivo maior se comparado a outros trabalhadores de outras indústrias que moram mais distante né que habitam em ou que habitam em cortiços em condições precárias [Música] g1 e nesse período há uma distinção entre

o que seria uma moradia modelar um modelo de uma moradia adequada saudável e o modelo da moradia promise para da polícia da moradia insalubre com maneira individual ou seja aquela que pudesse ter banheiro cozinha banheiro como uma individuais ela ganhava o status diferente daquela que não e à moradia coletiva então a cair na categoria do curso na categoria damião e solubre promíscua onde a convivência de várias famílias e várias pessoas num mesmo espaço coletivo ela vista como uma coisa não desejável vai se constituir o aparelho sanitário como uma espécie de polícia na verdade o nome

de polícia sanitária tem uma estrutura muito parecida com a polícia então ela delegado sanitário inspetor sanitário separado ele vai ser o a linha de e da intervenção nas moradias chamadas insalubres acabava sendo uma maneira de controle né dessa massa grande e trabalhadores que muitas vezes recém-chegados no brasil né e isso obviamente tinha revelar aspectos de violência ah tá tô saindo já e aí e eu nasci em setembro de 38 inclusive terça-feira próxima é meu aniversário e meio de 39 nós vivemos para cá como o primo da mamãe tem o ginásio aqui na vila ele que

é escola de meninos né na ocasião ele já arranjou a casa aqui para nós era toda de assoalho a cozinha era piso mesma nascimento né cimentada só e tem um vizinho aqui dessa última caso o seu salvador ele trabalhava numa o terraria no belém então nada não ocasião das festas juninas vinha o caminhão trazer aqueles retalhos de madeira para fazer fogueira era aquela fogueira enorme que fazia ele fazia um tablado para dançar porque a filha dele mais velha trabalhava num banco então ver os colegas dela para essa festa cada vizinha fazia um prato para levar

nossa mas era muito gostoso viu muito bom mesmo sou tava muito balão naquele tempo né hoje dá sorte mas naquele tempo podia né soltar age na beira do rio e aí e aí há 32 minutos e aí é gostoso e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí oi oi e eu moro na vila maria zélia dois caiu na sul a minha mãe já morava aqui 2985 eu nasci 93 hoje eu estudo aqui tá tudo urbanizo mas a relação dessa escolha não é tão diretamente

ligada com a vila maria zélia tem a ver sim como fato da minha mãe tá reformada nossa casa quando eu era criança e foi a primeira vez que eu tive contato com o arquiteto aqui vim até a minha casa minha mãe teve a preocupação e teve a condição de contratar um arquiteto as pessoas normalmente pensam na vila como uma estrutura pequenininha de embu das casas germinadas mas de um acesso sol uma ruanzinho empate comum e aqui na vila o que chama atenção é que originalmente eram seis grandes ruas em grande parte é um experimento mesmo

de uma de teorias que ele teve contato entendendo que claro que visando o lucro eo crescimento da indústria mais que era necessário então oi telma boa infraestrutura para os operários que trabalharam em nossa fábrica e aí o que ele traz o diferencial a entender que não só a casa é parte dessa necessidade básica como também toda a infraestrutura necessária de dá pra vida né para para você se alimentar para você ter uma boa saúde então ele constrói as escolas para os filhos dos operários esses passos do armazém que eu disse que é o que fazia

venda de alimentos de elementos básicos para casa sim aos consultórios médicos que oferecer atendimento médico para os operários consultório odontológico além da igreja e aí e aí e aí e aí o senhor é a ajuda que geraram o homem chamado algoritmo sonhou e transformou o tijolo em casa as pessoas transformar a casa sei lá usar usar e aí e aí [Música] e aí e aí e aí e aí e aí e quando nos anos nos anos 30 que se instalam um processo no país de produção de habitação é realizada pelo estado 38 através dos institutos

de aposentadoria e pensões a vila mas ela vai ser vista como um exemplar importante com o modelo para o para essa nova etapa que se inicia aí nos anos 30 para os anos 40 assim como cortiços da no caso aqui de são paulo a vila barros no bexiga vai ser visto como um exemplo negativo né vila barros era um conjunto de cursos na região do bexiga no córrego deixei em cima do código do bexiga que vai ser contratada pelo iap então vai comprar vila maria zélia para mantê-la e vai comprar a vila barros os cortiços

para de murilo e sobre ele ele ficar um conjunto habitacional no mundo falando cujo edif o resultado para os trabalhadores da indústria né do iapi que é o edifício japurá são e substitui a p substitui o industrial não é o empresário tem na gestão da vila é bom e acompanhando né a trajetória dos das unidades habitações produzidas pelo pelos inscritos a fazer a intenção atitude que vai tomar o governo militar em relação a esse conjunto é a sua venda não é para os moradores atravessa né de um financiamento que aí vem o bh que vai

ser a política do reforço a casa própria e transferir então a manutenção das unidades habitacionais e os conjuntos para o morador os moradores de cada casa só passam a ser proprietários da própria casa a partir da década de 60 e aí então é que depois disso começam os movimentos assim as primeiras reformas mais significativas nas casas que estão principalmente além da manutenção que era necessária por conta do da idade dos materiais é de aumento das casas que as famílias foram se transformando algumas aumenta alguma diminui mas enfim é um modificando as próprias caso de acordo

com as próprias necessidades e possibilidades e vontades e aí e aí e aí e aí o marido faleceu vai fazer hoje a gente falar e aqui era cozinha e aqui é extensão dessa área na frente então nós publicamos a área e fizeram já estava ml a cozinha passou a ser ali no quintal e é só se descobre um dos quarto de dormitório que foram último e no fundo banheiro cada laje dessa foi uma resposta não foi feito depois que eu reformei eu fiz um quarto em onde era a sala e o banheiro lavanderia 1 e

aí e aí e aí e aí e aí g1 g1 e aí e aí g1 e aí e tem seis tipos de casa eu moro na casa tipo 3 quer são três quartos sala cozinha banheiro e quintal seu quintal ainda bem grandão quintal mas são todas geminadas da vila maria zélia originalmente tinha 240 casa hoje são 171 e algumas duplicada que fizeram na parte superior era tudo térreo são 3 casas originais porque eu tô momento veio muito tarde começou em 85 e terminou em 92 e já tem então eu me incluo nisso quando falaram que

ia tombar vila eu entrei em pânico filho vai ver o que é isso que vai ser tombado a vila se derrubar nossa casa com de que a gente vai morar debaixo da ponte estava no nome do meu avô ainda meu avô que que veio morar primeiro aqui na meu pai da minha mãe e meu avô paterno aí fui descobrir o que quero tão momento aí fiquei mais aliviado tem nada a ver é a história da preservação do mundo uma história de olhar muito para aquilo que é um monumento aquilo que se destaca do restante mas

desde os anos 70 aqui a o pensamento sobre preservação vai se encaminhando vai se distanciando disso então um exemplar como a vila maria zélia naquilo que ele tem de resistência naquilo que ele tem de contrário ao pressão do construtor representado no jorgestreet ele vai ser preservado não que esteja claramente no processo de tombamento que está no processo de tombamento e nos pedidos nos estudos é precisamos contemplar aquilo que também é do trabalhador e eu consegui provar através de uma fotografia que nós temos feito a reforma parte de dentro pode mexer né mas a parte externa

foi feita antes do do decreto de tombamento né porque esse decreto de tombamento parece que ninguém recebeu comunicado eles falam que mandaram tem um senhor aqui o rogério não sei se vocês sabe ele se fala o ano até que eles mandaram mas que eles mandaram o endereço antigo vamos supor aqui o a 2 número 30 agora né mas é rua mods miguel 151 então como rua 2,30 não encontraram ninguém então não foi entregue então para ninguém recebeu esse essa informação não é sobre o tombamento então foram fazenda as reformas né e agora de falado que

agora aqui que é feito reforma tinha que desmanchar para voltar o que era mas isso é uma coisa impossível né bom então você toma e a partir de agora é um casamento sem manutenção na verdade né é uma coisa que não que é protegida mas ninguém vai lá conversar com o morador ea isso vai ferir o direito de propriedade daquelas pessoas que também aí se vem no direito de transformar as suas próprias casas é o limite complexo e coloca para qualquer habitação social lá e está colocado que é uma desfiguração do conjunto mas é uma

idealização do que ele é também ele não é que era do jorge street é porque não tem mais longe triste que eu não tenho mais fábio porque ninguém mora mais daquele jeito que não tem mais escola a proposta de voltar a original é uma proposta bem gestadora das políticas de preservação que ela é idealizadora de alguma coisa que não pode transformar esse transformar tem tem coisa tombada transformada né e fazer uma reserva um campo da preservação não há como reconstruir uma vez que perdeu a materialidade ver se perdeu aquele documento é aquele documento está perdido

mesmo porque é uma história a história do documento é da sua transformação e das resistências que cada um faz a uniformidade a as coisas iguais e como aconteceu e aí e aí e aí e aí e aí [Música] e aí