Minha Juventude foi em São José dos Campos uma cidade no interior de São Paulo era um local tranquilo onde todos se conheciam e as Crianças podiam brincar na calçada até mais tarde sem muitas preocupações na minha rua costumava jogar bola com os amigos quase todas as noites especialmente durante o verão o calor da região nos fazia prolongar as brincadeiras até mais tarde quando o clima se tornava mais Ameno numa dessas noites algo peculiar aconteceu eu tinha cerca de 11 anos na época e como de costume estávamos jogando bola na calçada tudo parecia normal até que
o Lucas um amigo nosso chegou correndo meio ofegante ele morava um pouco mais longe em uma parte mais isolada do bairro assim que se aproximou percebi que ele estava sério diferente do habitual tem um cara esquisito me seguindo ele disse ofegante no início ninguém levou muito a sério achamos que era apenas mais uma brincadeira ou invenção dele já que o Lucas Sempre tinha umas histórias para contar contudo desta vez ele não estava rindo ou tentando nos assustar a preocupação no seu rosto me intrigou Lucas insistiu para que fossemos até a casa dele alegando que não
queria voltar sozinho embora fosse um pedido meio esquisito acabamos concordando o caminho era um pouco mais afastado do que Estávamos acostumados a percorrer aquela hora mas como éramos amigos aceitamos durante o trajeto enquanto conversávamos o Lucas olhava frequentemente para trás como se quisesse garantir que ninguém nos seguia quando chegamos à sua casa Ele entrou rapidamente sem dizer muito ficamos por alguns segundos parados ali trocando olhares Sem Entender direito o que tinha ocorrido logo após cada um seguiu seu caminho retornando para casa em silêncio aquela noite foi estranha e ainda não sabamos Mas seria a primeira
de muitas que nos deixariam desconfiados de que algo mais sinistro estava acontecendo na nossa vizinhança depois daquela noite a história do Lucas ficou na minha mente nos dias seguintes perguntei a ele mais detalhes mas ele apenas evitava o assunto continuamos jogando bola na rua como sempre mas o Lucas não aparecia mais com tanta frequência ele dizia que precisava ajudar o pai em casa ou que tinha muitas lições da escola era curioso sempre foi o mais animado para brincar até tarde até que numa sexta-feira ele sumiu completamente ninguém o viu na escola nem nas brincadeiras noturnas
pensamos que ele poderia estar doente mas ninguém sabia de nada concreto decidi perguntar aos meus pais se tinham alguma informação mas também estavam no escuro naquela mesma semana ao voltar para casa depois do jogo comecei a sentir que estava sendo observado a rua estava Deserta com as luzes dos postes projetando sombras longas no chão acelerava meu passo e o silêncio me incomodava mais do que o normal não era só a ausência do barulho dos outros meninos havia algo diferente no ar apertei o passo observando ao redor e de repente percebi uma figura parada na esquina
estava longe quase na escuridão mas consegui ver um homem curvado como se estivesse carregando algo pesado nos ombros fiquei imóvel por alguns momentos tentando compreender que estava vendo meu coração disparou e a única coisa que me veio à mente foi o que o Lucas tinha contado Aquilo me deu um arrepio então sem pensar duas vezes comecei a correr não olhei para trás apenas queria chegar em casa o mais rápido possível quando finalmente entrei em casa fechei a porta com força e tentei me acalmar minha mãe perguntou o que havia acontecido mas inventei qualquer desculpa não
queria contar o que tinha visto porque nem eu mesmo sabia se aquilo era real ou apenas fruto da minha imaginação nos dias que se seguiram evitei passar por aquela rua à noite e comecei a perceber que outras crianças também estavam agindo de forma estranha não falávamos do Lucas nem do homem que vi era como se todos soubessem que algo estava errado mas ninguém quisesse tocar no assunto foi então que numa noite mais silenciosa do que o normal algo aconteceu que mudou tudo aquela noite foi dominada pela ansiedade eu estava deitado mas o sono não chegava
de jeito nenhum o silêncio na casa era absoluto mas por algum motivo não conseguia relaxar uma sensação estranha tomou conta de mim como se algo estivesse fora de lugar virei-me várias vezes na cama tentando não pensar no que havia presenciado dias antes por volta da meia-noite ouvi um ruído diferente não era muito distante mas também não estava tão perto era como se alguém estivesse andando pela rua arrastando algo pesado Fiquei em silêncio tentando discernir de onde vinha o som o barulho continuava ritmado cada vez mais perceptível resolvi levantar da cama e espiar pela janela abri
um pouco a cortina e olhei para fora minha visão alcançava boa parte da rua iluminada por poucos postes espalhados no canto da rua próximo ao fim avistei de novo aquela figura o homem estava ali parado no meio da rua desta vez não estava apenas de passagem parecia estar observando algo meu coração disparou novamente tentei me convencer de que era apenas uma coincidência que ele poderia ser um alguém qualquer mas algo dentro de mim dizia que não era o caso o homem deu alguns passos lentos e percebi que arrastava algo grande não consegui identificar o que
era mas o barulho metálico no chão ecoava até onde eu estava afastei-me da janela sem querer encarar aquilo o som do arrastar persistia tornando-se cada vez mais forte encostei-me na parede ouvindo o silêncio pesado que envolvia a casa tentei controlar a respiração mas o medo já havia tomado conta de mim por um breve instante tudo ficou calmo o som sumiu e a rua de repente parecia vazia novamente fui até a janela para conferir mas o homem já não estava mais lá o frio na espinha retornou e dessa vez não me atrevi a descobrir o que
estava acontecendo corri de volta para a cama me enfiando debaixo do cobertor como se isso pudesse me proteger passei o resto da noite acordado sem conseguir pregar os olhos algo estava muito errado e eu sabia disso no dia seguinte na escola Tentei contar para os meus amigos o que havia ocorrido eles ouviram mas rapidamente mudaram de assunto Ninguém queria falar sobre isso era como se todos soubessem que algo estava acontecendo mas tinham medo de admitir nessa mesma semana a notícia sobre o desaparecimento do Lucas se espalhou os pais dele foram de casa em casa perguntando
se alguém tinha visto alguma coisa a polícia foi chamada e os vizinhos organizaram buscas pela cidade mas Lucas não apareceu no fundo eu sabia que aquilo tinha algo a ver com o homem que eu vi naquela noite o desaparecimento do Lucas abalou a cidade inteira em uma cidade pequena onde todos se conhecem qualquer coisa diferente vira notícia Mas aquilo era distinto era como se a cidade inteira estivesse em um estado de tensão constante os pais do Lucas estavam desesperados indo de porta em porta indagando se alguém tinha visto algo naquela noite e eu fiquei em
silêncio não tive coragem de contar o que vi nos dias seguintes policiais começaram a circular pela cidade organizando buscas perguntaram a todos revistaram as matas ao redor mas o Lucas não aparecia era como se ele tivesse desaparecido no ar algumas pessoas começaram a criar teorias falando de sequestro fuga mas ninguém tinha uma explicação plausível no fundo eu sabia que a verdade era muito mais perturbadora do que qualquer uma daquelas teorias o Sil nas ruas à noite ficou ainda mais pesado nas poucas vezes que saí de casa depois disso percebi que as pessoas evitavam até passar
perto das esquinas escuras parecia que todos intuí que algo estava errado mesmo que ninguém quisesse falar abertamente sobre isso certa noite Depois de alguns dias desde o desaparecimento estava em casa me preparando para dormir tinha me convencido de que tudo aquilo era só coisa da minha cabeça que eu estava exagerando então ouvi novamente o mesmo barulho o som de algo pesado sendo arrastado na rua meu corpo gelou ao levantar devagar tentando não fazer barulho e fui até a janela lá fora a rua estava Deserta mas o barulho continuava vindo de algum ponto que não conseguia
ver desta vez o som parecia mais próximo mais real olhei para o final da rua e lá estava ele de novo o homem a figura sombria que eu tinha visto antes ele estava parado no mesmo lugar apenas observando meu coração disparou aquele saco meu estômago revirou eu sabia o que aquilo significava de repente o homem se virou como se tivesse percebido que eu estava olhando mesmo de longe senti seus olhos fixos em mim como se estivesse me observando sem pensar me afastei da janela e me escondi atrás da cortina fiquei paralisado ouvindo o som de
passos e o arrastar do saco se afastando pela rua no dia seguinte a polícia ainda continuava as buscas pelo Lucas mas sem sucesso ninguém sabia de nada ninguém tinha visto nada e eu não tinha coragem de falar afinal quem acreditaria que eu vi aquele homem arrastando um saco pela rua quem acreditaria que talvez o Lucas estivesse dentro daquele saco eu só sabia que algo muito errado estava acontecendo naquele momento comecei a entender que o desaparecimento do Lucas não seria o último após aquela noite não consegui mais dormir direito a imagem do homem com o saco
me atormentava sempre que fechava os olhos o som abafado dos Passos dele e o arrastar do saco me deixavam com medo até de olhar pela janela mas eu sabia que não poderia contar para ninguém a cidade estava em choque com o desaparecimento do Lucas e a última coisa que queria era que achassem que eu estava inventando histórias os dias continuaram passando e as buscas começaram a perder força a polícia já não parecia tão empenhada e as conversas nas ruas diminuíam aos poucos a cidade voltava ao seu ritmo mas para mim nada parecia normal eu ainda
ouvia comentários sobre o homem do saco aqui e ali como sussurros entre as crianças ou coxixos entre os vizinhos mas ninguém tinha coragem de falar abertamente alguns anos se passaram e aquela história começou a ser esquecida como se fosse apenas mais uma lenda urbana de vez em quando alguém Jurava ter visto o homem na rua à noite mas a maioria achava que era invenção para mim o que ficou foi a sensação de que ele ainda estava por perto vigiando esperando o Lucas nunca foi encontrado e o mais estranho é que depois daquela época não houve
Mais desaparecimentos era como se o medo tivesse sido suficiente para repelir qualquer coisa que estivesse por trás disso agora sempre que visito aquela cidade ainda sinto um arrepio quando passo perto das ruas onde eu vi eu nunca esqueci daquela noite e a imagem do homem com o saco me acompanha até hoje mesmo que ninguém mais fale sobre isso sei que aquilo não foi apenas a imaginação de uma criança e assim a história se perdeu no tempo junto com as memórias de quem ainda se lembra eu cresci em Uma cidadezinha do interior do sudeste um lugar
pacato onde as pessoas se conheciam pelo nome e cada Família tinha sua história lá Todos falavam da lenda do corpo seco uma narrativa que as crianças ouviam para não fazer bagunça ou desobedecer aos mais velhos mas ao contrário de muitas lendas essa não era apenas uma invenção o homem por trás da lenda era alguém que eu conhecia seu nome era Carlos um sujeito que morava mais afastado na beira da cidade ele era conhecido por sua crueldade Carlos maltratava os animais da sua fazenda sem compaixão agredia as vacas os cachorros e eu mesmo vi ele jogar
água quente em um gato só porque o bicho tentava roubar um pouco de comida não era só com os animais que ele era cruel não com as pessoas também Vivendo em constantes desavenças com os vizinhos nunca ajudava ninguém quando algum morador precisava de algo Carlos apenas se virava com um sorriso sarcástico no rosto quando ficou velho e começou a adoecer a maldade dele não foi esquecida Ninguém queria saber de ajudá-lo nem mesmo os parentes mais próximos que haviam sofrido com sua grosseria ao longo dos anos era como se todo o mal que ele tinha feito
estivesse voltando para ele e não demorou muito até que morresse sozinho sem ninguém para segurar sua mão na cidade o burburinho começou diziam que o jeito como ele morreu foi terrível que seu corpo parecia apodrecer antes mesmo de dar o último suspiro Carlos foi enterrado no pequeno cemitério no alto do morro um lugar que depois da morte dele ninguém mais queria passar perto à noite foi aí que as coisas estranhas começaram a acontecer as pessoas comentavam que o túmulo dele sempre estava com a terra revirada como se alguém estivesse tentando sair de lá outros juravam
ter visto vultos nas proximidades Eu não acreditei em nada disso Claro até que um dia algo realmente estranho aconteceu comigo eu eu tinha cerca de 12 anos na época quando comecei a notar algumas coisas estranhas acontecendo a história do Carlos já tinha virado mais um conto que os adultos contavam nas rodas de conversa mas como eu conhecia o homem algo me incomodava E então em uma noite de lua cheia estava voltando da casa de um amigo sozinho quando decidi passar pelo cemitério a cidade estava silenciosa como sempre aquela hora não passava das 9 mas no
interior Quando a Noite Chega parece que o tempo se arrasta devagar o cemitério ficava no caminho entre a casa do meu amigo e a minha e era um atalho que eu conhecia bem já tinha passado por ali várias vezes mas naquela noite Havia algo diferente no ar um cheiro estranho como de terra molhada e algo putrefato a lua cheia iluminava tudo e o muro baixo do cemitério fazia sombras longas quando me aproximei ouvi um som que me fez congelar no lugar era um arrastar como se alguém estivesse tentando se levantar no meio da terra eu
ri de mim mesmo pensando que estava deixando as histórias de corpo seco subirem à cabeça mas então eu vi bem perto do túmulo do Carlos a terra parecia se mexer sozinha como se algo estivesse escavando por baixo meus pés Ficaram presos e meu coração começou a acelerar não sabia se deveria continuar andando ou correr mas meus olhos não conseguiam se desviar daquilo de repente a terra parou de se mexer e um silêncio voltou corri para casa sem olhar para trás pela primeira primeira vez comecei a acreditar que a lenda do corpo seco não era apenas
uma invenção depois daquela noite não consegui tirar a imagem da cabeça evitava passar perto do cemitério mas parecia que a presença do Carlos ou o que quer que fosse aquilo estava em toda parte comecei a ouvir histórias de outros moradores da cidade diziam que viam vultos nas noites de lua cheia perto do cemitério e alguns até Falavam sobre um homem magro de pele escura como se ressasse sob o sol pulando pelas estradas mais afastadas eu sabia que estavam falando sobre Carlos ninguém mencionava o nome dele mas todos sabiam a situação piorou quando uma vizinha que
morava perto do cemitério comentou com minha mãe que tinha visto alguém caminhando pela estrada em direção a nossa casa ela descreveu a pessoa com tanta convicção que minha mãe achou que podia ser um mendigo ou alguém perdido mas eu sabia quando a mulher disse que ele mancava de uma perna e tinha o rosto coberto por um chapéu velho lembrei do Carlos com seu andar arrastado sempre curvado e mancando minha mãe tentou me acalmar dizendo que tudo aquilo era besteira mas eu comecei a ter pesadelos sonhava com Carlos parado na frente da minha casa me observando
da janela quando acordava a sensação de que algo ou alguém estava do lado de fora era tão forte que sempre conferia todas as portas e janelas uma noite não suportando mais o pavor contei tudo para meu pai falei sobre o que vi no cemitério sobre as histórias dos vizinhos e sobre meus pesadelos meu pai que era um homem prático apenas riu e disse que eu estava deixando as histórias da cidade mexerem com a minha cabeça mas ainda assim Decidiu ir comigo até o cemitério para provar que tudo aquilo era uma invenção naquela mesma noite pegamos
uma lanterna e fomos até lá quando chegamos perto do túmulo do Carlos a terra estava revirada de novo meu pai Parou em silêncio e olhou para mim com uma expressão que eu nunca tinha visto antes ele esta Assustado mas não quis admitir de repente ouvimos o barulho era o mesmo som que eu tinha ouvido antes o arrastar lento de algo saindo da terra meu pai apontou a lanterna para o túmulo e foi então que vimos a figura saindo de dentro da cova era Carlos ou o que restava dele o corpo estava seco a pele ressecada
e grudada nos ossos seus olhos estavam profundos mas havia algo ali um brilho de raiva que parecia arder ele nos encarou e antes que meu pai pudesse reagir Carlos soltou uma gargalhada rouca e assustadora nunca tinha ouvido nada tão aterrador em toda a minha vida meu pai que sempre foi corajoso me agarrou pelo braço e puxou-me para longe corremos o mais rápido que podemos sem olhar para trás senti o peso daquela risada nos seguindo como se Carlos estivesse nos perseguindo mesmo sem emitir qualquer Som Além daquele som terrível quando finalmente chegamos em casa trancamos todas
as portas e janelas meu pai estava pálido pela primeira vez percebi que ele acreditava naquela noite não dormimos ouvimos Passos lá fora arranhando a terra como se Carlos estivesse rondando nossa casa no dia seguinte meu pai chamou o padre da cidade ele não queria especificar o que tinha acontecido mas disse que algo ruim estava acontecendo no cemitério e que precisava de uma bênção o padre um homem respeitado por todos não hesitou disse que sabia do que se tratava que a história de Carlos não era apenas uma lenda e que o mal que ele tinha espalhado
em Vida estava se manifestando Fomos até o cemitério mais uma vez agora acompanhados pelo padre e alguns homens da cidade o túmulo do Carlos estava revirado novamente mas o padre fez suas orações e abençoou a terra disse que aquela era a última vez que Carlos tentaria sair de sua cova que o mal dele estava contido agora depois disso a cidade voltou ao normal e o cemitério finalmente ficou quieto eu nunca mais ouvi nada sobre Carl e minha família Nunca mais viu ou ouviu coisa alguma vinda do cemitério mesmo assim sempre que penso naquela noite sinto
um arrepio na espinha lembrando do Olhar vazio do corpo seco e da risada que ecoa em meus pesadelos até hoje felizmente nunca retornei aquele lugar meu nome é Renato e essa história aconteceu alguns anos atrás quando fui ao velório de um amigo de infância na cidade de Itacoatiara era um pequeno município onde quase todos se conheciam eu morava em Manaus na época mas como éramos próximos na infância decidi viajar para prestar minhas últimas homenagens o velório foi como qualquer outro no começo Muita gente da cidade parentes e amigos reunidos na pequena Capela mas enquanto estava
lá percebi um homem que me chamou a atenção Ele estava encostado no canto da sala vestindo um terno preto desgastado uma gravata mal ajustada com o chapéu que encobria parte do rosto a princípio pensei que fosse algum parente distante mas ninguém parecia conhecê-lo ele não conversava com ninguém apenas permanecia ali parado observando o caixão o olhar dele era perturbador como se aguardasse algo mas o que mais me inquietava era o fato de que mesmo em uma cidade tão pequena ninguém sabia quem ele era tentei ignorar aquele desconforto Afinal o clima do momento era pesado após
o velório saí para Tomara na praça em frente à capela ainda era tarde e o sol estava se pondo deixando a cidade com uma luz laranja que sempre me trazia um certo alívio Mas então de repente vi o mesmo homem ele estava lá parado do outro lado da praça me observando senti um arrepio como ele havia saído da Capela tão rápido olhei para trás para a entrada da capela e vi que as pessoas ainda estavam lá dentro voltei meu olhar para a praça e ele já não estava mais lá aquele homem simplesmente havia desaparecido comecei
a sentir um desconforto mas tentei não pensar muito sobre isso talvez fosse apenas impressão coisa da minha cabeça sabe retornei para dentro da Capela E o restante do velório passou sem mais problemas mas a imagem do homem me seguia após o enterro decidi passar a noite na casa de uma tia que morava ali perto estava cansado e meio perturbado com o que havia acontecido durante o velório mas tentei seguir em frente a noite caiu rapidamente e a cidade de Itaquatiara como de costume ficou completamente Deserta as ruas eram iluminadas apenas por alguns postes e pelas
janelas das casas o silêncio do interior que geralmente me acalmava dessa vez parecia me deixar mais inquieto resolvi dar uma última volta pela praça Antes de Voltar para casa enquanto caminhava o som dos meus passos ecoava nas ruas vazias Foi então que eu vi Passos atrás de mim no começo pareciam distantes como se alguém estivesse vindo devagar olhei por cima do ombro e não vi nada mas o som continuava acel o passo e os passos atrás de mim também começaram a acelerar nesse momento meu coração disparou quando Finalmente criei coragem de olhar de novo lá
estava ele o mesmo homem do velório com o chapéu que encobria parte do rosto caminhando em minha direção com passos firmes e pesados agora eu tinha certeza de que não se tratava de uma ilusão aquele homem estava me seguindo a primeira coisa que pensei foi em correr mas por alguma razão meus pés estavam paralisados a apenas consegui olhar para ele se aproximando cada vez mais foi então que com a voz baixa quase sussurrando ele falou você sabe que não deveria estar aqui não compreendia o que ele queria dizer com aquilo quando o homem parou a
poucos metros de mim levantei minha mão para dizer algo mas antes que eu pudesse pronunciar uma palavra ele desapareceu sumiu como se nunca tivesse estado ali aquela noite foi terrível retornei correndo para a casa da minha tia suado e sem fôlego entrei sem dizer uma palavra não sabia como explicar o que acabará de acontecer sentia medo e vergonha ao mesmo tempo no dia seguinte ao contar para minha tia sobre o homem misterioso percebi que seu rosto palidece Ela Ficou assustada e pareceu evitar o assunto depois de alguns minutos em silêncio finalmente falou Renato eu não
queria te assustar mas esse homem que você viu muitas pessoas já falaram dele aqui dizem que ele aparece nos velórios da cidade H décadas ninguém sabe quem é e toda vez que alguém tenta falar com ele algo ruim acontece as pessoas o cham de o homem do velório Dizem que ele aparece para buscar almas mas às vezes ele persegue os vivos também meu coração gelou tudo o que ela dizia parecia fazer sentido com o que eu tinha vivido naquela noite fiquei com medo de que aquele homem não tivesse terminado comigo depois daquela conversa com minha
tia Passei o dia todo inquieto suas palavras ecoavam em minha mente e ideia de que aquele homem ou o que quer que fosse poderia estar me perseguindo me deixava em Pânico tentei me distrair ajudar-nos AF fazeres da casa conversar com os primos mas nada parecia afastar a sensação de que algo estava errado se naquela noite decidi que iria embora mais cedo para Manaus não queria ficar mais um dia sequer em Itaquatiara depois de arrumar minhas coisas despedi-me da família e fui para a rodoviária da Cidade era noite e o clima estava mais abafado do que
o noral as ruas continuavam vazias o silêncio era cortado apenas pelo som dos Grilos e a sensação de estar sendo observado persistia enquanto esperava o ônibus senti um calafrio percorrer minha espinha quando olhei para o fim da rua lá estava ele novamente o homem com o chapéu parado na esquina me observando dessa vez ele estava mais distante mas seus olhos brilhavam de um jeito que eu nunca tinha visto antes era como se estivesse esperando que eu fizesse algo ou talvez est apenas se certificando de que eu iria embora o medo tomou conta de mim de
novo mas dessa vez decidi que não deixaria isso me paralisar afastando-me o máximo possível dele entrei no ônibus assim que ele chegou quando o ônibus começou a se mover olhei pela janela e o homem ainda estava lá imóvel como se fosse parte da escuridão da cidade fui embora naquela noite e nunca mais voltei para Itaquatiara sempre que meus tios me ligavam evitava falar sobre o que aconteceu era melhor fingir que aquela experiência nunca teve lugar mas mesmo de longe ainda penso naquele homem às vezes me pergunto se ele está aguardando outra oportunidade de aparecer na
minha vida e se um dia ele voltar a surgir não sei se terei forças para enfrentá-lo novamente se você gostou do nosso vídeo se inscreva no nosso canal Ative o Sininho das notificações e deixa seu like compartilhe também nos grupos de WhatsApp e Facebook para que mais pessoas possam assistir Muito obrigado n