Pais Feridos, Filhos Sobreviventes, e Como Quebrar Esse Ciclo | Maya Eigenmann | TEDxCarioba

ao contrário do que a gente ouve falar por aí não é pela dor que a gente prospera é pelo amor existe um experimento muito importante que foi conduzidos com filhotes de ratinhos e esses filhotes foram divididos em dois grupos um grupo foi colocado com mães que lambiam pouco a sua cria e elas foram laboratoriamente manipulados para isso e outros outro grupo de filhotes foi colocado com mães que Lampião muito as suas crias e o interessante desse experimento que começou a ser observado uma mudança no comportamento desses dois grupos de filhotes de ratinhos aquele grupo que

era pouco lambido pelas mães começou a Demonstrar um comportamento mas irrita disso mas estressado e o mais importante é que essa essa alteração não foi somente observada mas ela foi medida também porque a genética desses filhotes foi alterada aumentando a produção de cortisol e por isso deixando eles mais estressados agora não termina aqui a parte interessante vem agora algum tempo depois pegaram esses filhotes que estavam com as mães que havia um pouco e foram colocados com as mães que lambiam muito E adivinha comportamento foi alterado de novo e esse cortisol que estava elevado por causa

da alteração genética foi reduzido novamente e esses filhotes começaram a apresentar um comportamento mais relaxado mais tranquilo só por causa dessa mudança do comportamento das Mães com esses filhotes E se a gente olhar para o universo dos mamíferos é esse mesmo comportamento natural biológico e esperado Imagina a gente chegar para uma mãe gata impedir que ela fique com seus filhotes recém-nascidos Imagina a gente chegar para uma mãe ursa impedir que ela fique próxima do seu filhote a probabilidade que ela nos ataque que ela faça qualquer coisa para poder proteger a sua própria é isso O

que os mamíferos fazem nós humanos somos mamíferos também mas nós funcionamos um pouco diferente com a gente o lema é assim não deixa o bebê chorando deixa chorar é assim que ele fica forte com a gente o lema é deixa chorar porque senão vai crescer achando que pode qualquer coisa vai poder tudo que quiser e infelizmente nós que somos a espécie mamífera com cérebro mais evoluído somos os que estão atuando o mais contra a própria natureza quando a gente olha para todos os mamíferos e eu quero contar um negócio para vocês que aconteceu recentemente comigo

tava indo para minha aula de inglês e no caminho da aula de inglês eu tava ali pensando eu tava um pouco insatisfeita sabe com a minha aula eu sentia que o ritmo da aula tava deixando a desejar assim eu tava esperando algo um pouco mais dinâmico e aí eu cheguei na porta da sala de aula e aí A professora falou para mim olhou para mim assim de longe falou assim Maia mensalidade não caiu ainda gente sincera eu fiquei assim muito chateada com aquilo porque eu já tinha pago a mensalidade eu tinha feito o pagamento eu

já tava insatisfeita com o que tava acontecendo na aula já não tava gostando do Ritmo da aula e ela ainda me cobrando assim gente desagradável né e me senti muito muito desrespeitada então eu fui lá e resolvi Eu dei um tapa na cara dela essa história é completamente inventada mas a gente sabe que Por muito menos do que isso quando um adulto se sente respeitado é exatamente assim que ele faz com as crianças com pequenos somos nós adultos de acharmos que precisamos provar o nosso tamanho a nossa força para os nossos filhotes né com pequenos

somos nós com frases somos nós adultos do cérebro maduro que achamos que os nossos filhotes querem nos manipular mas a ciência é Clara quanto mais a gente provê uma relação de segurança de respeito de amorosidade de conexão com os nossos filhotes mais saúde emocional e física eles terão e eu comecei a trabalhar com educação positiva que é justamente esse caminho que promove essa relação baseada na ciência e no amor Porque infelizmente nós estamos nadando contra a corrente nós estamos indo contra a nossa natureza E aí se tornou muito necessário falar sobre isso eu publiquei um

livro sobre isso justamente para tentar despertar nos adultos esse olhar de como nós demonstramos respeito pelo adulto Mas nós não demonstramos respeito pela criança que se uma criança cai se machuca a gente fala assim não levanta levanta não foi nada não Levanta logo faz festinha Ninguém se preocupa aliás muitas vezes a gente vira até um rosto para outro lado para criança não ver a gente se não ela chora né tadinhos manipulando os adultos né agora se um adulto cai deixa eu te levantar na hora a gente presta ajuda se uma criança não quer comer o

que tá no prato é fresca mimada mal agradecida mas a gente jamais vai obrigar um amigo nosso a comer o que tá no prato se ele não quiser né então a gente percebe como existem Como existe uma diferença mesmo na maneira como a gente trata os filhotes da nossa espécie e talvez vocês já tenham visto ou vivido essa cena de um lado um adulto falando com a criança quieto para Senta direito para você chorar chega tô cansado de você e do outro lado da criança diante de um outro humano duas três vezes maior do que

ela mesma presa nessa cena porque ela não tem para onde correr para onde ela iria para onde ela fugiria gente se esse adulto deveria ser a pessoa de segurança para ela E aí esse adulto se torna na verdade a Encarnação do perigo para essa criança e o que que acontece com a fisiologia da criança nesse momento cortisol que é hormônio do estresse começa a se levar se levar se levar de uma maneira absolutamente inadmistral e às vezes as pessoas falam assim ah porque mimimi geração Nutella Mas a gente não imagina o pão nocivo e corrosivo

é para uma criança estar numa relação na qual ela não é lambida o suficiente na qual ela não se sente seguro suficiente na qual ela sente medo E pior não tem para onde fugir Mas eu não estou aqui hoje falando de vocês do lugar de quem sempre sobretudo não tá gente embora eu tenha estudado pedagogia eu tenha trabalhado com escola eu só fui despertar para esse universo depois de ser mãe depois da minha filha nascer principalmente e eu posso falar sem sombra de dúvida que eu fui a primeira pessoa a desrespeitar os meus próprios filhos

quando o Luca nasceu meu filho que hoje tem 7 anos eu decidi a hora que ele mamava eu decidi a hora que ele ia dormir eu decidia se ele chorava ou não porque é claro que um adulto vai saber manipular o sentimento de uma criança que injusta essa comparação né e eu fui a primeira pessoa desrespeitar os meus filhos E aí um dia apareceu a educação positiva na minha vida E aí eu comecei a perceber as violências que eu praticava com as minhas crianças um exemplo pequeno era do Choro propriamente dito porque quando os meus

filhos choravam eu achava assim eu sou uma péssima mãe porque esse filho tá chorando então eu tô causando infelicidade eles têm que estar feliz e aí eu manipulava o choro deles porque eu achava que eu precisava que eles me provassem tão boa mãe eu era sentir um egoísmo aí e uma coisa que eu aprendi as duras penas e eu quero compartilhar com vocês é o nosso amor pelas crianças pouco serve tá gente sentir amor para as crianças na verdade não significa nada para as nossas crianças porque elas saberão se são amadas ou não pelo jeito

que nós tratamos então o amor que está guardado aqui dentro da gente Eles não conseguem ver Eles não conseguem mensurar não é palpável não dá para pegar não dá para ver não dá para perceber mas quando a gente trata as nossas crianças com respeito quando a gente lambe muito as nossas crias quando a gente gera conexão e quando a gente percebe o que que a gente está projetando neles a gente pode pelo menos começar a poupar um pouco as nossas crianças dessa sociedade que vê os próprios filhotes como os manipuladores dos adultos e embora a

lei seja muito clara a respeito disso De que não se pode bater em crianças nem envergonhar embora a ciência seja clara de que não é pela dor que a gente prospera é pelo amor a gente continua continua continua praticando violência com as nossas crianças e que a criança aprende quando ela desrespeitada quando ela é castigada quando ela é colocada para sentar na cadeira do pensamento minuto por idade quando ela apanha quando a gente grita com ela Ela não aprende assim comportar melhor ela aprende que quando as coisas estão difíceis ela não tem com quem contar

ela aprende que ao invés de poder descansar no amor dos seus adultos ela precisa se esforçar por ele e a educação positiva me norteia não só como mãe mas no meu trabalho também e tem uma uma citação muito importante que me Ancora nos momentos em que eu fico patinando às vezes entre o que me traumatizou e entre o que as minhas crianças precisam que é o seguinte no dia em que os teus filhos cometerem um erro ou um Deslize e eles correrem para você ao invés de você nesse dia você saberá o valor da educação

pacífica respeitosa e positiva E por que que é tão difícil para a gente lamber as nossas crias assim como os macacos fazem os ratos fazem os cachorros fazem os cavalos fazem porque que para nós adultos mamíferos humanos que tem o cérebro mais evoluído é tão difícil lamber as nossas próprias crias isso tem a ver com a educação que vem sendo passada de geração em geração com essa crença de que é a dor que forma o caráter que tem que ser dura com as crianças que a vida é dura tem que ser duro mas a gente

esquece que a infância não é preparo para fazer adulta a infância é uma fase por si só não são Jogos Vorazes gente ai quem sobreviveu apanhei mas sobrevivi mas não era para ser sobrevivido então nós precisamos olhar para a infância por a perspectiva um pouco mais animal Talvez um pouco menos racional e talvez Começar a se perguntar por que que eu acho como eu acho Por que que eu faço como eu faço porque que é esse comportamento me deixa tão irritado assim porque que essa fase da minha criança me deixa tão nervosa assim Quais são

os meus gatilhos porque enquanto a gente não despertar para isso continuaremos sendo adultos machucados mas tem um jeito de quebrar esse ciclo através da amorosidade da conexão do respeito pela infância da paciência da disponibilidade emocional e o mais legal tudo isso já tá dentro de cada um de nós Então se abra e vamos sim lamber muito as nossas crias muito obrigada [Música]