A grande maioria das pessoas tem medo de ser, integralmente, elas mesmas. Elas têm medo de abraçar as partes de si mesmas que podem ser consideradas inaceitáveis, porque abraçar essas partes inaceitáveis faz com que elas se sintam desconfortáveis. Então, para escapar desse desconforto, eles se dividem em duas metades: CONSCIENTE E INCONSCIENTE.
Na metade CONSCIENTE, elas constroem uma imagem ideal de si mesmas: uma imagem formada a partir dos pedaços de seu passado que consideram bons e aceitáveis. E, como resultado, na metade INCONSCIENTE, elas reprimem as partes de si mesmos que consideram ruins e inaceitáveis. Na psicologia, essa parte reprimida da personalidade é chamada de SOMBRA.
E a menos que ela esteja integrada à personalidade, uma pessoa nunca vai consegue atingir seu máximo potencial. Em vez disso, a pessoa sempre vai permanecer incompleta e parcial – vivendo uma vida de arrependimentos, em vez da vida plena que poderia ter tido. Imagine, por exemplo, que resolvi começar a correr e perceba que meus tempos são bem melhores daqueles que começaram a pouco tempo.
Aí encontro com alguns amigos e eles me dizem que têm um grupo de corrida, que correm juntos no final de semana. Isso me assusta, porque se eu entrar no grupo, não vou mais conseguir ser o “prodígio” que eu havia convencido a mim mesmo que era. Em vez disso, serei apenas mais um no grupo, com seus pontos fortes, mas também seus fracos e reais.
Nesse cenário, há somente duas ações que posso tomar. A primeira é esconder minha sombra. Eu me recuso a entrar no grupo de corrida.
Assim eu me apego à minha imagem ideal de grande corredor e não percebo minhas fraquezas, perdendo a oportunidade de me desenvolver e de, possivelmente, me tornar o que penso que já sou. A segunda é entrar em contato com a minha sombra e tentar integrá-la à minha personalidade: Eu entro no grupo de corrida e percebo que não sou o grande corredor que imaginava ser. Sou apresentado a centenas de corredores e descubro que minha distância pra eles é colossal.
Mas ao mesmo tempo, percebo que tenho um potencial de chegar ainda mais longe do que pensava antes. Pronto, assim sou colocado no mundo real, sabendo onde realmente estou. PERCEBO QUE NÃO SOU AQUELA GRANDE PESSOA QUE EU IMAGINAVA NA MINHA CABEÇA, MAS AGORA ABRO A POSSIBILIDADE DE ME TORNAR UMA.
No longo prazo, essa é a melhor decisão que posso tomar. . .
. Veja, eu já passei por isso e você também deve ter passado: por muitas vezes preferimos ser esse puro potencial. É fácil nos convencermos de que “poderíamos ser” aquilo que gostaríamos de ser.
Nós nos confortamos com a ideia de que, se a gente quisesse mesmo, a gente poderia ser o que quiséssemos. Mas sabe o que é difícil? é muuuuito difícil trabalhar ativamente para realmente “ser esse alguém”.
Quando começamos algo, somos ranqueados e medidos. Somos colocados à prova. Podemos nos dar bem, mas também podemos fracassar.
E essa realidade é, por muitas vezes, menos prazerosa do que viver uma vida de fantasia. A questão é que A REALIDADE PODE SER MELHORADA, MAS UMA VIDA DE FANTASIA TERMINA SEMPRE EM TRAGÉDIA. A dor do crescimento é dolorosa.
A dor da mudança é dolorosa. Mas a dor de permanecer igual e não se tornar uma pessoa melhor, seja lá o que isso signifique para você, dói ainda mais. E aí, você vai abraçar sua sombra ou vai deixá-la escondida em algum canto?
VOCÊ PREFERE SE ARRISCAR NA REALIDADE OU TER SUCESSO APENAS NA SUA CABEÇA? SejaUmaPessoaMelhor.