olá pessoal meu nome é marcos garcia maneiras o professor da faculdade de educação da usp membro do grupo de pesquisas em educação física escolar é é um coletivo composto por professores e professoras que atuam na educação básica em que realizam experiências com a educação física cultural ou se vocês preferirem com currículo cultural de educação física hoje nós vamos conversar sobre a definição das práticas corporais no currículo da educação física porque esse assunto importante ora ao longo do tempo nós nos acostumamos a definir aquilo que queríamos trabalhar a partir do interesse dos alunos a partir das
nossas próprias experiências a partir de um projeto que a escola tem a partir daquilo que nós consideramos que seja importante que eles aprendam é muitas vezes o professor ea professora pensam que basta colocar os alunos em movimento basta fazer com que eles participem das aulas para que eles aprendam conhecimentos para que eles adquiram saberes importantes e para aqueles se constituam sujeito e se forme bom hoje nós vamos ver que não é bem assim né que a decisão daquilo que nós vamos trabalhar é um pouco mais complicada é um pouco mais séria e que merece toda
a nossa atenção por isso apresentamos como objetivo é do nosso papo de hoje problematiza a definição das práticas corporais a serem tematizados no currículo você sabe muito bem que essas duas palavras levo tanto a problematização quanto a tematização seja portanto problematizar quanto tematizado tem uma origem ucraniana é neste caso aqui problematiza a desnaturalizar é desestabilizar é de provocar ou seja fazer com que você pense melhor é em algo que talvez você possa estar fazendo de forma automática talvez você nunca tenha pensado é muito nisso se já pensou se presta atenção isso então é essa nossa
conversa pra você talvez num crescente tanto assim agora nós temos na na educação física uma tradição um de outro modo nós temos na educação física às vezes uma um trabalho formatada em cima de certas práticas corporais e que às vezes a gente acaba nem pensando neco ao sentido aquilo faz a uma outra um outro termo que é importante a gente mencionar a idéia de tematização ou seja com esta com esse termo que foi é de territorialização da obra de paulo freire e reterritorialização a partir das teorias críticas da educação que estão presentes não nos fundamentos
do currículo cultural é tematizar significa abordar qualquer prática corporal de diversas maneiras então tematizar não é ensinar tematizar não é fixar tematizar é realizar a atividade de ensino que permitam às crianças aos jovens e os adultos conhecerem aspectos vivenciarem na prática entenderem a prática situarem a prática na sociedade ou seja tem uma visão um pouco mais ampla do que a mera realização motora daquela actividade bom esclarecido objetivo vale a pena a gente fazer uma passagem rápida e lembrar é o colega lembrar a colega qual é o conceito de práticas corporais e prática corporal que nós
estamos usando essa conversa pra nós práticas corporais nada mais são do que brincadeiras danças esportes lutas ginásticas então vocês podem ver que todas essas cenas foram flagradas ou em escolas municipais ou em escolas estaduais aqui da cidade são paulo e nestas ocasiões os professores e as professoras sistematizaram no primeiro caso as brincadeiras infantis né uma brincadeira de amarelinha não ser na segunda imagem o frevo é uma dança com uma presença bastante marcante é em pernambuco principalmente na cidade do recife a imagem da esquerda né pra vocês aparece à direita imagem à direita aparece lá um
jogo de voleibol na professora nesse dia estava ensinando as crianças né o posicionamento na na quadra ea movimentação do rodízio e embaixo é é um trabalho que o professor está tematizando lutas mais especificamente está tematizando o caratê e finalmente a última imagem do lado pra vocês aí do lado direito é a última imagem é o professor está tematizando ginástica rítmica nesse dia o trabalho era com fita essas são as práticas corporais brincadeiras danças lutas esportes de ginásticas hora certamente você conhece outras classificações certamente você pode pensar tá faltando essa ou aquela nós entendemos que esta
festa esta variedade ela dá conta de tudo aquilo que é no sentido que nós estamos utilizando aqui produzido pela gestualidade então uma prática corporal ela é uma produção da gestualidade uma prática corporal é o produto da linguagem corporal é justamente por isso que é o que a educação física é de mais ou menos 30 anos pra cá e ela tem se inserido na área das linguagens uma prática corporal nada mais é do que um texto um texto passível de leitura passível de significação passível de produção então quando nós pensamos que as crianças estão brincando dançando
lutando e jogando praticando ginástica praticando esporte na verdade elas estão produzindo textos com a linguagem corporal porque porque as práticas corporais é a elas são artefatos da cultura elas são determinadas produções que veiculam significados determinadas produções que incorporam visões de mundo mesmo esse sujeito visões sociedade que aquele grupo que as produziu e reproduziu é cultiva é por isso que num bairro num determinado bairro as crianças brincam com certas regras mão no bairro mais próximo aqui outro grupo de crianças possam brincar de outra saiu com outras regras de outra maneira é por isso que se você
pega as imagens né de de uma modalidade esportiva e imagens antigas você verá que as pessoas lá tem uma outra gestualidade talvez né a gente compara a imagens de uma ginástica de uma de uma dança realizadas aqui no brasil e mesmo sendo contemporâneas né ea gente compara com uma ginástica uma dança realizadas em outras em outras sociedades em outros lugares do mundo talvez a gente identifique também as qualidades trejeitos técnicas e inclusive o que é mais importante significados distintos finalmente por tudo isso né sendo as práticas corporais aqui na nossa conversa entendidas dessa maneira nós
nos sentimos conversar é confortáveis para dizer pra vocês que práticas com o corporais nada mais são do que práticas culturais ou seja uma brincadeira uma dança uma luta um spot image nazca são produtos da cultura são práticas da cultura e que portanto nessa condição elas significam e são significados na medida em que uma criança um jovem um adulto se envolve numa determinada prática corporal dentro ou fora da escola de alguma maneira essa prática corporal está significando essa pessoa que essa prática corporal está constituindo essa pessoa ao mesmo tempo que essa prática corporal ela constitui em
alguém ela constitui quem dela participou quem é assistir também ela também é significado por essa pessoa então vamos tomar como exemplo né o funk hora pra você que dança funk que assiste funk que é parecia funk você atribui um conjunto de significados essa prática corporal e na medida em que você participa dessa experiência da cultura dessa prática da cultura você também vai se significam nela você vai também vai se tornando um sujeito de uma determinada maneira vejamos uma pessoa que não gosta não participa não conhece não se aproxima hora ela ao assistir ela só atribuir
significados ao funk ela não é subjectiva da ela não é significado pelo funk da mesma maneira daquela pessoa da mesma maneira quem é aquela pessoa que não está participando uma prática cultural uma prática corporal ela também representa e é representada ou seja uma prática corporal ela nada mais é do que uma forma que um determinado grupo escolheu para transmitir para fazer veicular os seus valores suas formas de entender o mundo as suas concepções por isso que ela tem uma determinada lógica por escada ela tem uma determinada forma de proceder vamos tomar como exemplo a brincadeira
que a gente a brincadeira da marinha que a gente já colocou ali na foto então por que será que a marinha tem céu o inferno vamos tomar como exemplo a brincadeira da queimada ora porque será queimada tem um morto o cemitério porque será que se joga queimada de diversas maneiras porque será que você tem a queimada quatro cantos você tem a queimada abelha rainha você tem a queimada que amam é livre que a cabeça é livre todas essas formas né de constituição da queimada elas representam a maneira que aquele grupo tem né de ver as
coisas do mundo e de entender os seus sujeitos mas ao mesmo tempo que as práticas corporais elas representam os valores os saberes as visões daquele grupo elas também são representadas estão retomando o exemplo do funk ao quando nessa nossa conversa quando eu menciono funk c mobiliza de alguma maneira o que você entende por funk ou seja você construiu através do acesso que você teve a essa prática de diversas maneiras ou presencialmente ou pela mídia ou amigos e amigas que conhecem conversando com você seja você elabora uma certa representação essa representação muitas vezes ela coincide com
a representação de quem participa ou às vezes ela divergem essa representação às vezes ela coincide com aquela que é anunciada na mídia ou às vezes ela diversas então se a gente pensar nem a forma como a seleção brasileira de futebol ela é representada ela na mídia às vezes é anunciada é você tem acesso a uma representação da seleção com a qual você não concorda com a qual você não combina e assim sucessivamente ou seja é claro que entendendo não é prática corporal como prática cultural e entendendo que elas nem as práticas culturais as práticas corporais
elas significam são certificadas elas representam são representadas eu não estou me referindo exclusivamente às brincadeiras danças lutas esportes ginásticas é entender prática cultural ensinar é uma prática cultural ir a uma festa é uma prática cultural é uma festa uma prática cultural ler é uma prática cultural práticas culturais né elas são eu não vou dizer que são infinitas porque talvez não seja mas elas são muitas nessa milhares milhares milhares bom as práticas culturais entendam as práticas corporais elas também subjetivo e são subjetivas ou seja nós ao participarmos das práticas corporais ou a assistirmos às práticas corporais
de alguma maneira nós estamos lá atribuindo uma identidade a essas práticas corporais nós estamos objetivando não é posicionando essas práticas corporais uma certa maneira basta você lembrar como às vezes nós tratamos certas práticas corporais como sendo de meninas de meninos às vezes nem alguns projetos que a gente acompanha alguns trabalhos nas escolas que a gente acompanhou as crianças às vezes é recusavam a ideia de que pessoas idosas pudessem andar de skate pessoas idosas pudessem andar de patins olha o que significa isso as crianças representam aquela prática corporal como exclusivo um certo grupo ou seja para
elas aquela prática corporal ao ser exclusiva de jovens a ser exclusivo de crianças essas pessoas que estão fazendo essa ação elas estão atribuindo uma identidade aquela prática corporal pra falar a verdade estão fixando nessa prática corporal uma coisa é como se elas fossem exclusiva daquele grupo ao mesmo tempo que nós fazemos esse movimento de subjetivo as práticas corporais participando delas ou assistindo néel estão presente naquele lugar nós estamos também sendo subjectiva dados por ela logo ninguém passa incólume de uma ida ao ginásio ao ginásio de esportes nem pra assistir um evento esportivo ou assistir uma
uma manifestação da cultura corporal pela televisão ou é participar de uma festa onde as pessoas estão lá dançando ou seja esse processo você vai se tornando o sujeito também nesse processo imagine dentro da escola não seja o quanto o professor quando a professora define que trabalharam com uma certa prática corporal nas aulas essa prática corporal ela também vai influenciado na constituição da identidade das crianças dos jovens e dos adultos que estão finalmente sendo a prática cultural órgão sendo a prática corporal uma prática cultural nós temos que lembrar que elas regulam que elas também são reguladas
é o qual o sentido que nós estamos usando aqui de regular e de ser o e de ser regulado regular no sentido de determinar que certas ações são bem aceitas enquanto outras ações não são aceitas se a gente pensar que a maioria das práticas corporais têm um conjunto de regras que estabelecem o que pode eo que não pode se a gente lembrar qualquer evento é onde uma prática corporal esteja acontecendo as pessoas se comportam de uma certa maneira aquela prática corporal além de significar ser significado a representar esse representadas objectiva e subjectiva da ela também
regula e é regulada vamos tomar como exemplo a se você for assistir a uma partida de tênis você percebe que as pessoas que lá estão assistindo elas se comportam de uma maneira diferente do que aquelas pessoas que vão ao ginásio para ver uma partida de futsal ora se você está assistindo uma uma competição de tirol você está assistindo uma competição de ginástica rítmica você observa como aquele contexto aquele ambiente aquela prática cultural de alguma maneira regular das suas regula as suas ações é como quando você vai a uma a casa de um amigo à casa
de um familiar você entra numa sala de aula você vai participar de uma reunião seja estes contextos culturais de alguma maneira regular nossas ações e ao mesmo tempo não é considerando que as práticas corporais elas também são reguladas externamente basta você perceber né como que a capoeira foi mudando ao longo do tempo nem de uma prática proibida de uma prática perseguida cujos praticantes eram perseguidos e perseguidas a se tornar um símbolo da cultura nacional símbolo da cultura brasileira basta você perceber como uma prática como yoga ela foi se transformando foi agregando participantes e ela passar
né acontecer em espaços que em ambientes em espaços que há algum tempo atrás a gente jamais poderia pensar basta você pensar né não não é no uefs e né como que ele vem subjetivo wando as pessoas como ele vem regulando as pessoas e ao mesmo tempo sendo regulado basta você pensar no vôlei né no famoso exemplo do humor e que pra poder que seus jogos televisionados para se tornar um produto interessado nem inter é um produto interessante né pra aquela uma certa lógica e econômica e comercial ele teve que ser regulado de fora pra dentro
então é interessante a gente pensar isso então vamos pensar que as práticas corporais não tem hora da liberdade ao participar de uma prática corporal ao é brincar dançar luta' fazer esporte fazer ginástica você vai sendo regulado pela participação quem assiste também e é de alguma maneira essas práticas corporais elas também são reguladas pela cultura ou seja nós sempre vamos dizer que isso pode york ele não pode que isso não pega bem aqui não pega bem e aí é interessante ver como elas vão se modificando conforme o grupo como elas vão se modificando conforme a época
como elas conselho modificando conforme o contexto onde elas acontecem bom é esclarecidas estas esta é essa visão essa possibilidade de leitura desse conceito a gente é entrar na escola e aí a gente começa a ficar um pouquinho preocupado com isso porque porque seguindo o raciocínio não é que a gente está apresentando olha a definição da prática corporal que você vai ter matizar no currículo é uma decisão política o professor então professora chegamos num ponto mais importante aqui da nossa conversa não é a mesma coisa você trabalhar voleibol e você trabalha peão não é a mesma
coisa você trabalhar com a brincadeira do uno e você trabalhar com o jogo de xadrez não é a mesma coisa você trabalhar com a dança junina e trabalhar com uma dança eletrônica não é a mesma coisa você trabalhar com esporte em recinto fechado e um esporte num espaço aberto não é a mesma coisa você trabalhar com a ginástica localizada e trabalhar com a ginástica e química cada prática corporal pelas razões que a gente já apresentou mais subjectiva vai ser apresentada vai regular vai constituir as identidades das crianças dos jovens e dos adultos de uma determinada
maneira ao mesmo tempo nós enquanto grupo cultural presente na escola também vamos subjectiva representar regular essa prática corporal de uma certa maneira portanto a depender do sujeito a depender da pessoa que aquela escola quer formar certas práticas corporais têm mais coincidência do que outras práticas corporais nessa é nessa lógica de pensamento dá pra entender porque algumas práticas corporais estão ausentes do currículo enquanto outras práticas corporais estão presentes no currículo então não é à toa que durante muito tempo o vôlei handebol basquete e futebol o atletismo e algumas brincadeiras da tradição européia como amarelinha como pula
corda como né pega-pega etc ficaram quase que né dominar o currículo durante muito tempo tiveram hegemônicas durante muito tempo né ou seja praticamente inquestionáveis no currículo ora se a gente parar pra pensar no tipo de cidadão não é que esse projeto queria formar é você vai ver que coincide bem com a origem e principalmente com as pessoas que criaram essas práticas corporais seja para pensar que são quatro modalidades esportivas não estou pensando no voleibol basquete futebol quatro modalidades esportivas quatro modalidades euro estadunidenses quatro modalidades da tradição cristã quatro modalidades da tradição heterossexual ora é óbvio
não é que nesse contexto muitas meninas não é que passaram pela escola e foram subjectiva dados nessas práticas corporais etc é foram aprendendo que talvez educação física não era um lugar confortável para elas porque elas estavam sempre atuando em práticas corporais que eram vistas como um território masculino a gente pode inverter um pouco a relação não é uma experiência que nós temos acompanhado com práticas corporais que fogem dessa tradição muitas vezes as crianças jovens e adultos rejeitam então é numa experiência com a tematização da capoeira com a tematização do jogo com a tematização do do
maculelê a tematização o maracatu às vezes as pessoas não é é rejeitar um pouco revista em um pouco a participar em função da tradição religiosa que atravessa a pessoa e que na visão dela através dessas práticas corporais também em função de um conjunto de crenças elas podem se posicionar contrária quando eu trabalhava na educação básica sempre que ia abordar as lutas uma parcela na sala tinha muita resistência ora por questão de gênero hora por questão de religião ou seja não há gente a gente não pode deixar que isso seja uma decisão das crianças dos jovens
os adultos o professor é professora se estiverem comprometidos com a formação de uma sociedade menos desigual de uma sociedade mais democrática esse professor essa professora terão que assumir a responsabilidade e definir as práticas corporais no nosso entender a partir de um certo raciocínio é importante lembrar que essa ausência ou essa presença das práticas corporais no currículo não é aleatória não é à toa não é por acaso há por trás a constituição né a vontade de formar certas pessoas o que há por trás portanto é uma certa política da identidade então ao que se deve à
ausência não é de certas práticas no nosso entender certas tradições certas histórias de alguns grupos certas formas de ver o mundo é aaa a escola tradicional a escola conservador a escola é que muitas vezes nós conhecemos freqüentamos exceto essa escola fez um trabalho de apagamento a cultura dominante a cultura hegemônica fez força para apagar certas histórias para apagar certas práticas corporais para fazer com que a gente deixasse né de conhecê las pra evitar que a gente conhecesse hora seja para pensar a história mais conhecida é que a população brasileira não é é partir de três
matrizes né africana indígena ea européia é a gente só conhece exemplos quase que só conhece exemplos de práticas corporais da tradição européia com as brincadeiras da tradição indígena com as danças a tradição africana com as lutas da tradição indígena quais formas né outras que nós conhecemos para além daquelas européias alguns de nós fizermos essência tudo em em cursos que não nos permitiram conhecer para além das modalidades européias para além das modalidades hegemônicas então é óbvio que há uma tendência muito grande ao chegar na escola e reproduzir isso é algumas práticas corporais e eu acho que
o funk é um bom exemplo mas se vocês quiserem em algumas escolas o parkour em algumas escolas o skate em algumas escolas o carrinho de rolimã etc algumas práticas corporais elas são censuradas na sociedade mais ampla isso acontece né algumas vezes nós é percebemos políticas que é discriminado é oficialmente certas práticas corporais que tentam apagar que tentam censurar que tentam evitar e pensando num conceito bem interessante né extraído do poço colonialismo muitas vezes nós temos medo do outro nós temos medo da cultura do outro nós temos medo dos conhecimentos do outro né quando eles se
aproximam de nós então às vezes o medo pode ter sido usado como justificativa para a ausência de certas práticas corporais é eu e vocês conhecemos pessoas das equipes gestoras que às vezes elas nos sugerem recomendam orientam a não trabalhar um certo assunto porque aquilo vai trazer problema ou seja quando o diretor quando a diretora quando o coordenador a coordenadora dizem isso pra você de alguma maneira é hoje estão censurando ou estão apagando estou têm medo ou nem qualquer outra coisa que possa significar pra você essas reticências que a gente colocou na tela e do outro
lado não é ou seja a idéia da presença de certas práticas corporais no currículo se a gente lembrar que elas regulam que ela subjetivo que elas representam a gente lembrar de toda aquela discussão a surpresa a presença de certas práticas corporais no currículo elas são meios de legitimação ela é a presença é um meio de legitimação é um meio de validação a prática corporal no currículo principalmente quando ela repetindo ano após ano ou repetida há vários anos naquele mesmo ano naquele mesmo período letivo várias turmas até mesmo período letivo ela incorre naquilo que alguns autores
do posto realismo dos estudos culturais vão chamar de situacional idade ora quando a gente pergunta para as crianças pequenininhas que estão entrando no primeiro ano as crianças né de 6 para 7 anos que estão entrando no primeiro ano do ensino fundamental o que elas vão aprender a educação física muitas delas dizem basquete vôlei e handebol observe que é até crianças que não passaram por essa experiência sabem que a escola é pelas suas normas pelas suas para o seu funcionamento pelo seu currículo apresenta para elas essas práticas como legítimas se você for trabalhar com skate se
você tira turma da escola para fazer uma visita pedagógica num circo se você vai trabalhar com uma luta qualquer hora às vezes alguém pode estranhar mas isso é educação física gente nós estamos aqui chamando a atenção para o fato que a visão que nós temos educação física a visão de que nós temos de prática corporal com iluminação física foi construído dentro desse processo dentro dessa política de identidade quando lá atrás os professores que nos antecederam quando eles disseram que a educação física teve uma crise de identidade é porque e se ão mais de uma possibilidade
de entender educação física então se você começar a trabalhar ou se você já trabalha com mais de uma prática corporal com mais de uma tradição de prática corporal se você leva para a escola leva os seus alunos trabalha com seus alunos às vezes com práticas que lá estão ou seja se você trabalha com práticas corporais que fogem da mata três euros estadunidense de alguma maneira você está colocando em crise a identidade que esse grupo atribuindo educação física vamos lembrar como isso é sutil né ou seja se todo ano eu vejo voleibol na escola a tendência
é eu pensar que morreu ontem que está na escola numa certa ocasião uma coordenadora pedagógica até me perguntou se não era obrigatório ensinar determinada modalidade porque ela passou a vida na escola enquanto estudante aprendendo aquela modalidade e depois ela se torna professora coordenadora e continua vendo aquela modalidade ela acaba pensando naquela modalidade tem o seu ensino obrigatório e você não é professor professora sabe que não é bem assim então é bom lembrar é que tanto constitui a identidade da pessoa ou se você quiser da educação física tanto constitui a presença de uma certa prática corporal
como a sua ausência a ausência de práticas corporais da tradição africana ou da tradição indígena na escola mão ajudando as crianças jovens e adultos elaborar uma certa representação daqueles grupos tal como se eles não tivessem produzido e como se eles não produzam práticas corporais seja ausência dessa desse conhecimento no currículo vai levar as pessoas a pensarem que somente os grupos não é da tradição de outros ou somente outros grupos culturais produzem práticas corporais bom finalmente a gente se nós estamos querendo fugir dessa política da identidade o que nós estamos oferecendo nós estamos oferecendo nenhum currículo
uma perspectiva um trabalho que promova a política da diferença pra isso é importante promover desenvolver colocar em ação uma certa justiça curricular e o que é isso gente pessoal não se trata de retirar do currículo as práticas corporais da tradição euro-americana euro estadunidense não se trata de retirar do currículo vôlei handebol basquete futebol sim eles precisam estar no currículo mas eles também precisam estar junto da capoeira junto da bolinha de gude junto do videogame junto do skate junto do pacuri junto de tantas outras práticas corporais que é você professor é você professora que vai decidir
não é o município não é um estado não é a federação não é a base nacional que vai dizer para você qual é a prática corporal que você tem que decidir que você tem que trabalhar se você está trabalhando na lógica de produzir cidadãos e cidadãs que saibam que possam que circulem na sociedade mais ampla que leiam as práticas corporais e reconstruam as práticas corporais é você quem tem que tomar essa decisão de forma articulada o projeto pedagógico da escola vamos supor que agora que você está trabalhando lá com o 3º ano do ensino fundamental
vamos supor que você trabalhou nep que no ano passado as crianças trabalharam com algumas brincadeiras com alguns esportes ora neste ano vamos trabalhar com algumas danças vamos trabalhar com algumas lutas no ano que vem vamos retomar as brincadeiras vamos articular com as ginásticas e assim sucessivamente ou seja é importante que as crianças conheçam várias práticas corporais também é importante que as crianças conheçam práticas corporais diferentes mas que pertencem ao mesmo grupo seja importante que as crianças conheçam brincadeiras do presente e brincadeiras do passado é importante que as crianças conheçam ginásticas que são significados como masculinas
de nazca que são significados como femininas é importante que as crianças conheçam lutas brasileiras em lutas de outros lugares do mundo é importante que as crianças jovens e adultos conheça andanças eletrônicas e danças regionais danças populares e danças sociais ou seja gente é muito importante promover a justiça curricular a justiça curricular nada mais é do que selecionar diferentes práticas corporais em função da sua origem e do grupo de pessoas que as cultivam ou seja quando você leva para dentro da escola uma dança que só existe uma naquela comunidade você está dizendo para as crianças que
aqueles saberes que são saberes daquele grupo das suas famílias do seu povo são importantes então nada a gente nada a ver com chegar na escola com o nosso repertório e transmitir o nosso repertório para as pessoas ou como aparece nos parâmetros curriculares nacionais é introduzir as crianças na cultura corporal hora as crianças têm patrimônio cultural corporal os jovens também os adultos também então vamos com base naquele patrimônio e outras experiências também selecionar as práticas corporais que nós vamos tematizar na escola isso é promover a justiça curricular mas é não podemos nessa seja promover a justiça
curricular não quer dizer folclorizar espetacularizar celebrar codificar e fetiches a então não é pra fazer uma encenação e fingir que você está trabalhando é capoeira se não tiver a mesma seriedade com que você trabalha as modalidades hegemônicas não não vamos lembrar da capoeira só na semana do 20 de novembro na semana da consciência negra não vamos lembrar das danças regionais somente na época da festa junina não vamos lembrar dos jogos das brincadeiras indígenas somente nas proximidades do dia 19 de abril e por aí vai o agente ou seja não vamos transformar as práticas corporais de
outros grupos em fetiche nem folclore nem espetáculo nem motivo de celebração muito menos em coisa seja as práticas corporais dos outros grupos ser tratadas da mesma maneira que as práticas corporais dos grupos aos quais você pertence então não é para entrar lá na escola e finge que vai trabalhar funk mas agora você vai escolher só um tipo de funk né quem você acha que vai trazer problema não é para trabalhar na escola não é com brincadeiras né que tem músicas brincadeiras musicados cujas músicas aludem a certas coisas mas você tira música porque aí você não
vai se comprometer não é essa pegada né a pegada é como essa prática corporal acontece ora vamos partir daí pra que a gente possa inclusive problematizar o modo como ela acontece e finalmente né ainda no campo das a defesa de uma política da diferença né nós precisamos adotar ações didáticas calcados na problematização e na desconstrução ou seja gente é muito importante que automatizar qualquer prática corporal do futsal a bolinha de gude qualquer prática corporal é muito importante que as crianças que os jovens e os adultos entendam como que determinadas representações sobre o futsal ou sobre
a bolinha de gude foram construídas e se que o processo de desconstrução desconstrução nos estudos culturais não é destruir a coisa não é apagar a coisa disse construção é fazer as pessoas entenderem como que aquela representação se estabeleceu seja vamos pensar no caso saindo do futsal vão pensar no caso do futebol seja é muito importante que as crianças jovens e adultos entendam porque que o futebol tem uma presença maior na televisão porque nós pensamos que muitos jogadores de futebol são milionários porque isso leva as pessoas a pensarem né que estas pessoas convertidas em ídolos estão
acima das demais a idéia é que as crianças entendam com que isso é produzido esse é o processo de desconstrução a mesma coisa vale para aquela brincadeira ou para aquela aquele esporte radical ou para aquela dança que são produzidas de forma é é é pejorativa são produzidos negativamente o pejorativamente ou seja por que será que algumas pessoas pensam que os praticantes daquela modalidade são de uma certa maneira a opção de outro não são pessoas com valores que a gente exalta e por aí vai é interessante que as crianças entendam que essas coisas não são essenciais
usados que essas coisas não estão coladas na identidade da pessoa que essas coisas foram produzidas discursivamente para favorecer a ou b é importante que as crianças entendam gente coisas bem interessantes do tipo faz a faz pouco tempo a televisão é ou as mídias sociais não transmitiam certas modalidades ou certas práticas corporais e agora passarão a transmitir é importante que as crianças entendam como isso beneficia ou como isso prejudica como isso funciona a quem isso favorece e por aí vai esse é o processo de desconstrução problematiza né acho desnecessário explicar novamente já conversamos um dos primeiros
momentos do nosso papo nem provados a desnaturalizar questionar indagar ou seja tirar dessa zona de conforto então é importante além de promover a justiça curricular sem folclorizar sem espetacularizar sem celebrar 100 coisas ficassem fetiches a é importante adotar desenvolver realizar ações didáticas que problematizem e que desconstruam certas representações mas meus amigos e minhas amigas isto aqui não é garantia de nada muitas experiências que nós temos acompanhado mostram que às vezes a gente chega lá no final do trabalho com as crianças e algumas crianças ainda estão pensando da forma como começaram ou seja algumas crianças falam
não vou brincar disso porque isso é de menino não vou brincar disso porque é de menina você desenvolve um trabalho bem interessante e bem profundo e tetra chega no final talvez algumas crianças ainda têm aquela ideia mas pelo menos professor mas pelo menos professora você deu a essas crianças a oportunidade de conhecerem outras visões refletir sobre aquilo etc se simplesmente né as meninas vão pula corda ou brincar de bambolê num canto e os meninos ficam jogando futebol em outro canto isso que eu acabei de apresentar né não acontece ou seja é muito importante que eles
estejam juntos jogando futebol para que você possa desconstruir certas representações junto com eles para que você possa problematiza a certas representações se eles tiverem separado gente nós estaremos fixando certas identidades futebol é pra menino nos depara menino ginástica rítmica para a menina amarelinha pra quê menina e e bambolê para meninos e gente quer produzir uma sociedade menos sexista hora passa pelas aulas de educação física também não exclusivamente mas também é bom estamos chegando ao final essa nossa conversa se você quiser acessar relatos de experiência não é que é o material mais precioso que tenha esse
site mas se você quiser acessar relatos de experiência que narra as histórias que conta essas histórias que abordam esses assuntos trabalhos feitos por professores e professoras que colocam em ação colocam em prática cultural a gente convida acessar e baixar não é todo mundo que está lá foi produzido com recursos públicos tudo que está lá é gratuito gratuito não o povo tá bom né com recursos públicos ea gente pede é que você conheça essas experiências veja os vídeos veja esse material porque a gente pode pensar numa educação física é que ajude as pessoas a entenderem que
a forma como elas são aquilo que elas pensam o jeito que elas estão precisa conviver com outras formas contra os jeitos com outros pensamentos era isso que a gente tinha para hoje a gente se despede muito obrigado pela paciência muito obrigado pela atenção é mais pessoal