Ele é amado por uns, odiado por outros. É mais antigo do que você imagina, mas demorou pra chegar ao consumidor e hoje, mais do que nunca, virou moda em pagamentos, transporte, turismo e muitos outros setores. Eu tô falando do QR Code, que é o tema desse vídeo.
Mas você sabe exatamente como ele funciona? E de onde veio essa ideia? Ele é tão bom assim?
Esse é o Entenda, o quadro do TecMundo que explica o que tá por trás das notícias que você lê todos os dias lá no nosso site. Primeiro de tudo, vamos ver o que é e qual a função dele. Ah, e eu vou falar “Que Erre Code”, que é a pronúncia que se popularizou no Brasil, mas não tem problema se você quiser falar “Quiu Ar Code” ou “Código Que Erre”, tanto faz.
O que importa é que esse é um código em símbolo que pode ser resumido como uma evolução do código de barras, porém com uma sequência de quadradinhos em preto e branco formando um padrão único de leitura. A sigla é “Quick Response”, ou resposta rápida, e indica qual o diferencial dessa ilustração. O QR Code é um desenho que, quando escaneado, leva rapidamente você a algum site, arquivo ou serviço virtual, tipo a validação de um ingresso ou passagem de avião.
E esses códigos são bidimensionais, com informações armazenadas na horizontal e na vertical, o que significa que ele pode armazenar mais informações e até links mais compridos. A leitura é a mesma de um código de barras: por identificação de um padrão por um leitor treinado para isso. No caso do QR Code, o sensor óptico primeiro detecta o chamado "padrão de detecção de posição" dentro do quadrado.
Esses são os quadrados grandes que ficam em três das quatro pontas do símbolo, e permitem que você faça o escaneamento com uma câmera independente do lado do quadrado que estiver virado pra você. Ele tem ainda os “marcadores de alinhamento", que são quadrados de tamanho médio que podem ficar na ponta que sobra. Eles ajudam a identificar o código mesmo em uma superfície que esteja dobrada.
Só então ele lê os "desenhos" da estrutura, que é uma espécie de sistema de coordenadas que leva você ao destino desejado. E os tais "quadradinhos" incluem informações sobre versão, formato e os dados em si, além de uma margem de correção para códigos que estejam apagados ou com a etiqueta danificada. E a origem dessa tecnologia é japonesa.
Em 1994, uma empresa chamada Denso Wave, que era uma subsidiária da Toyota, foi a responsável por inventar os QR codes. Chefiada pelo executivo Masahiro Hara, a equipe percebeu a demanda para códigos que fossem mais elaborados, incluíssem mais que apenas a sequência numérica tradicional dos códigos de barra e pudesse transportar informações inclusive em kanjis. Para você ter uma ideia, códigos de barras já existiam há cerca de 30 anos, inventado nos Estados Unidos.
Mas os QR Codes nasceram focados no setor de fábricas, linhas de montagem e indústrias, para melhorar e agilizar o controle de estoque e o processo de fabricação de veículos e peças. A Denso Wave percebeu que tinha uma tecnologia bem útil nas mãos e, em uma ação muito legal da parte deles, tornou as especificações de uso dos QR codes disponíveis publicamente. Isso significa que você pode criar o seu sem ter que pagar direitos autorais para a empresa.
E essa tecnologia tem evoluído aos poucos. Anos depois, foi criado um “micro” QR Code que tem menos informações, mas pode ser usado em pacotes menores. Veio também o FrameQR, aquele símbolo personalizado com desenhos como o logo de uma empresa.
Tem até um padrão chamado SQRC que tem dados privados que só podem ser acessados em certas condições. Até agora parece que eu só falei coisa boa, mas essa tecnologia demorou bastante tempo para ser popularizada comercialmente e entre usuários comuns, tipo eu e você. No Japão, onde ela começou, isso foi no começo dos anos 2000.
Mas se a gente voltar no tempo, nesse período ainda não havia muitos aplicativos que escaneassem os códigos, o WiFi não era tão acessível assim e os planos de dados móveis eram bem mais limitados. As empresas e governos também não sabiam exatamente para que usar os códigos e a demora no carregamento irritava muita gente que não via sentido em ter que apontar a câmera para um desenho para ter a informação que precisa. Mas, aos poucos, a insistência foi dando certo.
A tecnologia começou a aparecer em cardápios, aluguel de transporte, passagens aéreas, pontos turísticos, anúncios de jornais ou revistas e até para logar no WhatsApp Web. Na China, os QR Codes estouraram em pagamentos online: as pessoas simplesmente pararam de andar com moedas físicas e até cartões, já que passaram a pagar praticamente tudo na rua ao escanear os símbolos em lojas ou restaurantes. E a aceitação foi só destacando as qualidades dessa tecnologia.
Ele é mais econômico que código de barras em espaço, tinta e dados armazenados. A leitura é mais precisa e, com celulares melhores, com leitores incorporados no próprio app de câmera e internet mais rápida, a utilização ficou menos burocrática. Os QR Codes fizeram um retorno triunfal inclusive agora na pandemia, já que é uma forma de pagamento sem contato.
Ele ainda ficou mais popular por causa do Pix e com leitura cada vez mais facilitada por apps de banco. O código de barras tradicional e o nosso boleto bancário provavelmente não vão sumir, muito menos de uma hora para outra: ainda fazem parte da nossa cultura e algumas indústrias ainda dependem muito dele. Mas é fato que o QR Code deu a volta por cima e ainda tem muitos usos para serem descobertos ou popularizados.
E aí, o que você acha dos QR Codes? Usa muito ou nem tanto assim? Que aplicação você acha que seria perfeita pra eles?
Vamos conversar aqui embaixo nos comentários! Não se esqueça de deixar o seu joinha no vídeo, se inscreva no canal para mais contéudos como esse e confira a playlist do Entenda para saber do que já falamos por aqui. Até a próxima!