ao escutar a faxineira tocar o piano a milionária ficou paralisada ao ouvir a música a mesma que ela ensinou a sua filha antes de desaparecer há 20 anos a mansão de Margarida Oliveira no coração do Rio de Janeiro era imensa cercada por muros altos e um portão de ferro forjado que mantinha o mundo exterior à distância lá dentro o silêncio predominava a casa que um dia fora um lar cheio de risos e música agora era apenas um espaço vasto vazio repleto de memórias dolorosas que Margarida evitava a todo custo desde que sua filha Beatriz desaparecera
há 20 anos a vida ali havia se transformado em um constante estado de luto silencioso Margarida aos 52 anos tinha uma presença marcante seu cabelo escuro Estava sempre impecavelmente preso e seus olhos que antes brilhavam com alegria agora eram frios e introspectivos ela havia para o mundo dedicando-se exclusivamente aos negócios que herdara e expandira com maestria era uma mulher poderosa mas solitária uma figura que inspirava respeito e um certo temor em quem cruzava seu caminho Naquela tarde sentada em sua poltrona de couro no escritório da mansão Margarida revisava relatórios financeiros era assim que ocupava seus
dias imersa em contratos números e decisões estratégicas no entanto mesmo o trabalho não era suficiente para silenciar completamente o vazio que ela carregava o relógio antigo na parede marcava as horas com seu tique-taque constante um som que normalmente passava despercebido mas que naquele dia parecia ecoar ainda mais alto de repente um som inesperado quebrou o silêncio Margarida ergueu os olhos intrigada era uma melodia suave familiar que parecia surgir de algum canto distante da casa por um momento Ela pensou que sua mente lhe pregava uma peça mas o som continuava era o piano da sala de
estar tocando uma música que ela não ouvia há anos uma música que só ela e Beatriz conheciam o coração de Margarida acelerou não pode ser pensou levantando-se rapidamente seguiu o som com passos decididos mas seu peito estava apertado com um misto de esperança e incredulidade ao chegar à sala parou à porta imóvel lá sentada ao piano estava Juliana a nova faxineira da casa a jovem tocava com uma habilidade que surpreendeu Margarida seus dedos deslizavam pelas teclas com uma naturalidade impressionante enquanto a melodia ecoava pela sala preenchendo o espaço com uma sensação que Margarida não sentia
havia décadas O que você está fazendo a voz de Margarida cortou o ar como uma lâmina Juliana parou imediatamente girando no banco do piano para encarar a patroa seus olhos estavam arregalados e seu rosto corou de vergonha Me desculpe Dona Margarida disse Juliana levantando-se apressadamente Eu estava limpando e vi o piano não resisti Margarida a observava ainda em choque era impossível ignorar o fato de que aquela jovem estava tocando exatamente a música que ela e Beatriz compuseram juntas uma música que ninguém mais no mundo deveria conhecer tentando recuperar o controle Margarida perguntou com a voz
mais calma mas ainda firme Onde você aprendeu essa música Juliana hesitou visivelmente confusa eu eu não sei sempre soube essa música acho minha mãe costumava cantar algo parecido para mim quando eu era criança foi assim que aprendi a tocá-la a explicação de Juliana deixou Margarida sem palavras como isso era possível aquela Melodia era única um segredo compartilhado apenas entre ela e sua filha Margarida respirou fundo tentando conter as emoções que ameaçavam transbordar decidiu continuar questionando sua mãe onde ela está agora Juliana abaixou os olhos Mexendo nos dedos ela faleceu quando eu era pequena eu fui
criada em um orfanato não sei nada sobre minha família biológica essa música é a única lembrança que tenho da minha infância o coração de Margarida se apertou ainda mais a história de Juliana era perturbadoramente familiar e ela não podia Ignorar as semelhanças Mas seria isso apenas uma coincidência ou havia algo maior em jogo entendo respondeu Margarida com um tom mais neutro embora sua mente estivesse a 1 pode voltar ao trabalho Juliana assentiu claramente aliviada e saiu da sala apressada Margarida permaneceu ali parada ao lado do piano olhando para as teclas como se fossem portas para
o passado a melodia ainda ecoava em sua mente trazendo lembranças de tardes felizes ao lado de Beatriz era como se de alguma forma a música estivesse tentando dizer algo que ela ainda não compreendia sem perder mais tempo Margarida pegou o telefone discou o número de um antigo conhecido alguém que já a ajudara em situações difíceis no passado o investigador particular que ela contratava em casos de extrema importância Dona Margarida quanto tempo atendeu a voz grave do outro lado da linha no em que posso ajudá-la preciso de informações sobre uma pessoa quero saber tudo sobre ela
disse Margarida com a determinação que lhe era característica o nome dela é Juliana trabalha aqui em casa quero que descubra tudo o que puder sobre o passado dela e rápido ao desligar Margarida se permitiu um instante de silêncio sentou-se ao piano e pressionou uma tecla deixando o som reverberar pela sala sentia algo que há muito tempo não experimentava uma centelha de esperança se Juliana tinha mesmo alguma conexão com Beatriz ela não mediria esforços para descobrir a verdade com os olhos fixos nas teclas Margarida sussurrou para si mesma essa música não apareceu por acaso na manhã
seguinte a mansão de Margarida parecia mais silenciosa do que o habitual no entanto Esse silêncio não era externo mas interno Margarida sentia sua mente trabalhar incessantemente conectando peças soltas e procurando sentido na Melodia tocada por Juliana a jovem fachineira havia despertado memórias e sentimentos que Margarida enterrara profundamente depois de 20 anos de solidão aquela melodia trouxera algo que ela quase havia esquecido Esperança enquanto tomava o café da manhã na Ampla sala de jantar Lia um jornal mas sua atenção estava longe das manchetes sua mente voltava constantemente à conversa com Juliana como Aquela Garota poderia conhecer
uma música que até onde sabia só existia entre ela e Beatriz a explicação de Juliana sobre sua Criação em um orfanato a ausência de pais biológicos e a conexão com a música eram estranhamente familiares quase pessoais demais Juliana entrou na sala discretamente carregando um balde e alguns panos para limpar as janelas Margarida observou a jovem por alguns instantes sem dizer nada Juliana era simples com traços delicados e olhos que transmitiam uma mistura de serenidade e timidez ela era tão diferente das empregadas anteriores que faziam o serviço de forma mecânica sem interação Juliana pare se mover
com propósito quase como se estivesse em sintonia com o ambiente ao seu redor Juliana chamou Margarida com a voz calma mas firme a jovem parou imediatamente virando-se com um ar de surpresa sim Dona Margarida sente-se aqui um instante quero conversar com você Juliana hesitou olhando para o balde e os panos como se procurasse uma desculpa para escapar mas o tom de margarida não deixava espaço para recusa Juliana se aproximou da mesa e sentou-se na ponta mantendo uma postura reservada com as mãos sobre o colo D ontem enquanto você tocava aquela música você mencionou que sua
mãe a ensinou a melodia Pode me contar mais sobre ela Juliana pareceu desconfortável mas respondeu não tenho muitas lembranças da minha mãe ela faleceu quando eu era bem pequena eu só me lembro de que ela cantava essa música enquanto Me colocava para dormir era algo que me acalmava mesmo depois que fui para o orfanato e o que você sabe sobre sua família alguma coisa insistiu Margarida tentando esconder a urgência em sua voz muito pouco no orfanato me disseram que fui encontrada perto de uma Rodovia dentro de um carro que havia sofrido um acidente não havia
nenhum documento ou pista sobre quem eu era por isso fui registrada como Juliana foi assim que cresci a jovem deu de ombros como se já estivesse acostumada a contar essa história Margarida sentiu um aperto no peito a de Juliana era dolorosa e ao mesmo tempo cheia de lacunas que a deixavam ainda mais intrigada cada detalhe parecia se encaixar de forma assustadora com os eventos do dia em que Beatriz desapareceu ela tentou manter a calma mas sua mente gritava e se Juliana fosse realmente sua filha você nunca tentou investigar mais sobre isso saber quem eram seus
pais Margarida perguntou cruzando as mãos para esconder aão Juliana suspirou algumas vezes sim mas sabe Dona Margarida acho que cheguei a um ponto em que aceitei que nunca vou saber cresci ouvindo que famílias nem sempre são feitas de sangue aprendi a criar minha própria história mesmo sem respostas essas palavras ecoaram em Margarida famílias nem sempre são feitas de sangue ela admirava a força de Juliana mas ao mesmo tempo sentia uma responsabilidade imensa em descobrir a verdade entendi Margarida deu um leve aceno com a cabeça mas seus pensamentos estavam longe bem você pode voltar ao trabalho
Juliana se levantou aliviada por encerrar aquela conversa quando estava quase saindo Margarida a chamou novamente ah mais uma coisa Juliana não toque mais no piano sem minha permissão Sim senhora desculpe mais uma vez assim que Juliana deixou a sala Margarida pegou o telefone ela precisava de respostas e rápido ligou para o investigador que já havia começado a apurar informações sobre Juliana estou avançando Dona Margarida encontrei registros do Orfanato onde ela foi criada e algumas informações preliminares sobre sua chegada lá vou precisar de mais tempo para juntar tudo quanto tempo Margarida apertou o telefone com força
talvez alguns dias quero garantir que os dados sejam confiáveis ela suspirou tentando controlar a ansiedade certo mantenha-me informada desligando o telefone Margarida olhou pela janela da sala de jantar o sol brilhava no Jardim mas ela mal notava a beleza ao redor sua mente estava presa ao passado revisitando os detalhes do dia em que sua filha desapareceu era uma festa de família cheia de convidados Beatriz então com 10 anos estava animada correndo de um lado para o outro E então no meio da confusão ela sumiu para sempre não vou me precipitar pensou Margarida mas se houver
uma chance mesmo que pequena de que Juliana seja Beatriz eu vou descobrir Naquela tarde enquanto andava pelos corredores da mansão Margarida parou novamente na sala de estar o piano de cauda parecia lhe chamar ela sentou-se no banco retirou a capa branca que o cobria e visitante tocou as primeiras notas da Melodia que Juliana havia tocado no dia anterior seus dedos estavam rígidos mas ao ouvir o som sentiu uma conexão profunda com algo que nem ela sabia descrever ali com a música preenchendo o silêncio da mansão Margarida tomou uma decisão não importava o que fosse necessário
ela iria até o fim para descobrir quem Juliana realmente era os dias seguintes foram marcados por uma ansiedade crescente para Margarida a cada manhã ela esperava com o coração apertado por uma ligação do investigador embora tentasse manter sua rotina de trabalho sua mente Estava sempre presa em Juliana e nas lacunas da história da jovem havia algo ali algo que ela não podia ignorar e se as respostas para o desaparecimento de Beatriz estivessem mais perto do que ela jamais imaginou enquanto isso Juliana continuava com seu trabalho na mansão tentando Ignorar as perguntas da patroa que ainda
ecoavam em sua mente a conversa havia mexido com ela mais do que gostaria de admitir ela sempre tentara não pensar muito sobre sua origem aceitando o que o destino lhe deu mas agora algo na curiosidade de Margarida a fazia questionar se deveria voltar a explorar o passado na tarde de quarta-feira o telefone de Margarida finalmente tocou ela atendeu no primeiro toque o coração disparado Dona Margarida tenho informações importantes disse o investigador em tom sério mas a ainda não é tudo continue respondeu Margarida tentando conter o nervosismo consegui localizar o orfanato onde Juliana foi criada ela
foi registrada como sendo encontrada aos do anos de idade abandonada dentro de um carro perto de uma Rodovia o mais estranho é que embora ela tenha sido oficialmente registrada não há registros sobre quem a levou ao orfanato Parece que foi uma mulher mas ninguém sabe quem era Margarida fechou os olhos tentando processar as informações um carro abandonado uma mulher misteriosa cada detalhe fazia sua mente voltar ao dia do desaparecimento de Beatriz quero que você continue investigando ordenou Margarida procure registros sobre esse carro a localização exata qualquer coisa que possa nos dar mais respostas já estou
nisso mas pode levar algum tempo por enquanto recomendo que a senhora continue observando Juliana alguma coisa pode surgir entendido mantenha-me informada Margarida desligou mas seu coração estava longe de estar tranquilo naquela noite enquanto a mansão mergulhava no silêncio Margarida vagou pelos corredores era um hábito que ela tinha quando estava agitada passou pela sala de estar e parou diante do piano apenas olhar para o instrumento trazia uma enxurrada de memórias lembrou-se de Beatriz ainda criança aprendendo as primeiras notas ao seu lado a melodia que as conectava parecia agora um Eco do passado trazendo um misto de
dor e esperança no dia seguinte Margarida decidiu observar Juliana de perto a jovem parecia sempre ocupada indo de um cômodo a outro limpando ou organizando algo com cuidado Margarida se pegava analisando cada gesto cada expressão as semelhanças com Beatriz eram sutis mas estavam lá Juliana tinha a mesma leveza no andar o mesmo jeito pensativo quando achava que ninguém estava olhando a cada detalhe Margarida se sentia mais conectada a ela embora não pudesse explicar porquê no meio da tarde Margarida decidiu chamá-la novamente encontrou Juliana no Jardim limpando as folhas de uma pequena fonte Juliana posso falar
com você perguntou Margarida cruzando os braços Juliana largou o que estava fazendo e se aproximou enxugando as mãos na calça Claro Dona Margarida algo errado Não exatamente queria apenas entender melhor sobre o orfanato Onde você cresceu como era lá Margarida escolheu as palavras com cuidado tentando suar casual Juliana pareceu surpresa com a pergunta mas respondeu era um lugar simples a gente tinha o básico comida roupas escola mas não era exatamente um lar não havia muito espaço para sonhar assim que fiz 18 anos tive que sair me virar sozinha Margarida franziu a testa e você nunca
tentou procurar informações sobre sua família biológica nunca sentiu vontade de saber de onde veio Juliana deu de ombros algumas vezes sim mas sabe como é eu tinha tantas outras coisas para resolver como sobreviver acabei deixando isso de lado Houve um momento de silêncio entre as duas Margarida olhou para Juliana imaginando quantas dificuldades a jovem hav sozinha parte dela queria abraçá-la protegê-la mas outra parte ainda precisava de respostas antes de se entregar a essa possibilidade você é uma jovem forte Juliana nem todo mundo teria conseguido chegar até aqui com o que você passou disse Margarida sinceramente
Juliana sorriu levemente mas desviou o olhar envergonhada Obrigada Dona Margarida acho que a gente faz o que precisa para seguir em frente né Margarida assentiu mas para ela seguir em frente nunca fora uma opção sua vida inteira havia parado no dia em que Beatriz desapareceu agora no entanto sentia que o destino estava lhe dando uma nova chance mais tarde naquela noite o investigador ligou novamente tenho mais informações o carro onde Juliana foi encontrada foi identificado como pertencente a uma antiga empregada da sua casa Dona Margarida ela trabalhava para a Sen na época do desaparecimento de
sua filha as palavras atingiram Margarida como um soco uma antiga empregada quem poderia ser e por alguém tão próximo estaria envolvido no abandono de uma criança Qual era o nome dela perguntou Margarida a voz trêmula preciso confirmar nos registros mas o primeiro nome dela era Rosa reconhece Rosa o nome fez Margarida sentir um arrepio Rosa havia trabado para Su famía por anos e desaparecera misteriosamente pouco tempo depois do Sumiço de Beatriz Margarida sempre achara que a saída abrupta da empregada era apenas coincidência agora não tinha tanta certeza continue investigando quero tudo sobre essa mulher ordenou
Margarida desligando em seguida sentada no escuro do escritório Margarida sentiu o peso da situação aumentar se Rosa realmente tivesse alguma conexão com Juliana isso significaria que o desaparecimento de Beatriz não fora um acidente mas parte de algo muito maior com o olhar fixo em uma foto antiga de Beatriz sobre a mesa Margarida sussurrou para si mesma eu não vou parar até descobrir a verdade o nome Rosa ficou martelando na mente de Margarida pelo restante da noite cada lembrança daquela mulher parecia agora revestida de um novo significado como se ela fosse uma peça importante de um
quebra-cabeça que tentava montar há 20 anos rosa havia sido uma empregada discreta sempre atenciosa mas nunca muito próxima da família sua saída repentina poucos dias após o desaparecimento de Beatriz forá atribuída a uma oportunidade melhor na época Margarida devastada com o sumiço da filha mal teve forças para questionar na manhã seguinte ainda envolta em pensamentos Margarida tomou seu café da manhã em silêncio as lembranças daquele fatídico dia voltavam à sua mente como flashes era uma tarde ensolarada e a família Oliveira havia organizado uma festa no jardim da mansão convidados Riam e conversavam enquanto Beatriz então
com 10 anos brincava com outras crianças próximas à piscina Margarida lembrava-se de como Beatriz corria de um lado para o outro com sua energia inesgotável e o sorriso que iluminava qualquer ambiente então no meio da festa algo mudou ida não conseguia lembrar o momento exato mas havia percebido que Beatriz não estava mais por perto primeiro pensou que a filha eu havia entrado na casa para pegar algo depois que talvez estivesse brincando com outras crianças em algum canto do Jardim mas à medida que os minutos passavam a inquietação começou a crescer quando finalmente percebeu que Beatriz
não estava em lugar algum o pânico tomou conta aquele dia se transformou em um caos Margarida mobilizou todos os empregados para procurar a menina e os convidados começaram a ajudar na busca as horas se arrastaram e a ausência de Beatriz tornou-se um buraco negro na vida de Margarida sugando qualquer esperança ou alegria que antes existia mesmo após dias de buscas intensas nenhuma pista apareceu nem testemunhas nem objetos perdidos nada que pudesse dar uma direção era como se Beatriz tivesse simplesmente desaparecido no ar Margarida foi arrancada dessas memórias por um som ao olhar para a porta
da sala viu Juliana entrando com um balde de limpeza e alguns panos Bom dia Dona Margarida vou começar a limpar o escritório tudo bem perguntou Juliana sorrindo levemente tudo bem Margarida respondeu mas não tirou os olhos da jovem cada dia ao lado de Juliana fazia com que perguntas se acumulassem em sua mente não era só a música nem as Coincidências em suas histórias havia algo em Juliana que fazia Margarida se sentir conectada de uma forma inexplicável enquanto Juliana limpava Margarida decidiu que não poderia mais evitar certas perguntas Juliana você se lembra de mais alguma coisa
sobre quem te deixou no orfanato algum detalhe por menor que seja Juliana parou por um momento pensativa não quer dizer quando eu era criança às vezes sonhava com uma mulher cantando para mim mas acho que era só minha ação no orfanato diziam que eu fui deixada por uma mulher mas ninguém sabia quem ela era só isso Margarida assentiu mas sua mente já estava fervendo a descrição de Juliana coincidiu com a informação do investigador uma mulher misteriosa havia levado a jovem ao orfanato seria Rosa a possibilidade parecia cada vez mais concreta mais tarde no mesmo dia
Margarida recebeu uma nova ligação do investigador Dona Margarida confirmei que Rosa sua antiga empregada estava registrada como proprietária do carro onde Juliana foi encontrada o veículo foi abandonado próximo a uma Rodovia na Baixada Fluminense não muito longe de onde ficava o orfanato e onde está Rosa agora perguntou Margarida sentindo o coração disparar Essa é a parte complicada ela deixou o Rio de Janeiro pouco tempo depois do desaparecimento da sua filha e se estabeleceu em uma cidade no interior de Minas Gerais pelo que descobri ela está viva mas a saúde não anda muito bem a senhora
quer que eu vá até lá Margarida hesitou por um momento a ideia de reencontrar Rosa depois de tantos anos era avassaladora mas ela sabia que precisava de respostas não eu mesma irei até ela me passe o endereço Claro vou enviar para a senhora ainda hoje a desligar margara se levantou com determin já havia esperado 20 anos para entender o que realmente aconteceu com sua filha não podia mais adiar o simples fato de saber que Rosa poderia ter as respostas que ela buscava era o suficiente para fazê-la enfrentar qualquer dificuldade no entanto ela não podia simplesmente
sair sem levantar suspeitas decidiu contar apenas ao motorista de confiança que a acompanharia na viagem o resto dos empregados ficaria sabendo apenas que ela estaria ausente por alguns dias devido a assuntos pessoais na manhã seguinte Margarida partiu em direção ao interior de Minas Gerais a estrada era longa e tortuosa mas ela mal notava a paisagem passando pela janela sua mente estava completamente focada no que poderia acontecer quando finalmente visse Rosa o que ela diria e mais importante o que Rosa admitiria ao chegar à pequena cidade onde Rosa vivia Margarida percebeu quanto tempo havia passado as
ruas eram simples e a casa de Rosa uma construção modesta de tijolos estava parcialmente desgastada Margarida sentiu uma mistura de ansiedade e nervosismo ao descer do carro respirou fundo caminhou até a porta e bateu Demorou alguns instantes mas a porta finalmente se abriu uma mulher idosa de aparência frágil e olhos cansados apareceu Rosa embora o tempo Tivesse deixado su as marcas Margarida a reconheceu imediatamente Dona Margarida disse rosa com uma expressão de surpresa e culpa que não conseguiu esconder Margarida engoliu seco antes de responder com a voz firme temos muito o que conversar Rosa ficou
parada à porta por alguns segundos o rosto marcado pelo tempo e pelo peso de algo que Margarida ainda não podia nomear seus olhos antes tão confiantes enquanto servia na mansão dos Oliveira agora evitava um contato direto como se temesse que Margarida pudesse enxergar sua alma havia algo ali uma mistura de surpresa culpa e talvez medo posso entrar perguntou Margarida a voz calma mas carregada de firmeza Rosa hesitou Antes de abrir a porta Claro Dona Margarida Entre por favor a casa era simples com móveis antigos e paredes descascadas muito diferente do ambiente luxuoso ao qual Margarida
estava acostumada enquanto entrava seus olhos captaram detalhes que contavam a história de uma vida difícil fotografias desbotadas em porta retratos de plástico uma máquina de costura em um canto da sala e um sofá surrado que parecia ter sobrevivido Há muitas gerações faz muitos anos começou Rosa ainda de pé com as mãos trêmulas eu não esperava vê-la aqui não estou aqui por acaso disse Margarida sentando-se no sofá sem ser convidada estou aqui porque você tem respostas que eu venho procurando há 20 anos O silêncio que se seguiu foi tão denso que parecia preencher cada canto da
sala Rosa abaixou a cabeça Mexendo nos dedos enquanto Margarida a observava esperando por uma reação finalmente Rosa suspirou como se o peso que carregava há anos estivesse prestes a ser liberado eu imaginei que esse dia chegaria disse rosa com a voz rouca mas nunca soube como encará-lo Margarida inclinou-se para a frente a intensidade em seus olhos transbordando Então vamos encará-lo agora diga-me tudo rosa quero saber o que aconteceu no dia em que minha filha desapareceu quero saber por você deixou a mansão tão de repente e mais importante quero saber o que você sabe sobre Juliana
ao ouvir o nome de Juliana Rosa pareceu congelar ela olhou para a Margarida com uma expressão de choque que só reforçou as suspeitas de Margarida aquela reação era tudo o que ela precisava para confirmar que Rosa sabia mais do que estava disposta a admitir Juliana murmurou Rosa sentando-se lentamente em uma cadeira de madeira Então você sabe sei que ela foi deixada em um orfanato dentro de um carro registrado em seu nome cortou Margarida sem paciência para rodeios sei que ela cresceu Sem Saber Quem eram seus pais carregando apenas uma melodia que eu e Beatriz juntas
Então me diga Rosa como ela pode conhecer essa música Rosa respirou fundo os ombros caindo como se uma barreira interna tivesse finalmente se rompido eu eu nunca quis que as coisas fossem assim Dona Margarida eu juro tudo o que fiz foi para protegê-la Margarida franziu a testa protegê-la quem minha filha o que você está dizendo Beatriz respondeu Rosa a voz tremendo eu tirei atriz da mansão naquele dia e deixei ela no orfanato o mundo de Margarida parou por um instante as palavras de Rosa ecoaram em sua mente como um trovão era a confirmação que ela
esperara e temera ouvir por duas décadas Rosa uma empregada em quem confiara havia tirado sua filha dela por qu Margarida sussurrou a raiva crescendo em sua voz por que você faria isso eu não tinha escolha exclamou rosa com os olhos marejados aquele dia houve uma briga entre os convidados lembra eu ouvi coisas vi coisas havia alguém lá alguém que não queria que Beatriz ficasse com você quem Margarida exigiu sua paciência esgotada quem fez isso Rosa Balançou a cabeça eu nunca soube o nome dele mas era um homem ele me ameaçou disse que se eu não
tirasse Beatriz de lá algo terrível aconteceria com ela ele parecia saber coisas sobre a sua família sobre a sua empresa eu estava com medo não sabia o que fazer então fiz o que ele mandou você abandonou minha filha em um orfanato gritou Margarida levantando-se de repente você a tirou de mim e a deixou crescer sem saber quem ela era e tudo por quê Por medo eu nunca quis que fosse assim Rosa chorava agora as mãos no rosto Achei que estava salvando a vida dela achei que ela estaria mais segura longe daquela mansão eu fiquei com
o coração partido todos os dias desde então Margarida respirava pesadamente lutando para processar tudo o que ouvira a Raiva a dor e a esperança se misturavam em seu peito criando um turbilhão de emoções ela queria odiar Rosa mas ao mesmo tempo entendia o desespero que a mulher sentira e Juliana margara perguntou recuperar o controle você sabia que ela era Beatriz Rosa hesitou antes de responder eu suspeitei depois que a deixei no orfanato houvi boatos de que a menina tinha sido registrada como Órfã sem identidade eu quis voltar mas era tarde demais eu não tinha como
provar nada quando vi sua foto anos depois eu soube que poderia ser ela mas eu não tinha coragem de ir até você Margarida sentiu as lágrimas acumularem em seus olhos mas se recusou a derramá-lo Não ainda não ali onde está esse homem perguntou ela a voz fria Quem foi o responsável por isso ele ainda está vivo Rosa Balançou a cabeça não sei ele desapareceu logo depois nunca mais ouvi falar dele mas eu posso ajudar a senhora a juntar mais peças eu quero ajudar Margarida olhou para a Rosa tentando decidir se podia confiar nela novamente havia
Tantas perguntas sem respostas mas pelo menos uma coisa agora parecia Clara Juliana era mesmo sua filha e ela faria o que fosse necessário para protegê-la e trazer Justiça à história de Beatriz Se você realmente quer ajudar rosa prepare-se porque isso ainda não acabou Margarida virou-se e saiu da casa deixando Rosa sozinha com suas lágrimas enquanto voltava para o carro Margarida sentiu uma mistura de alívio e determinação ela havia dado um passo crucial mas ainda havia muito a ser feito e desta vez ela não descansaria até que todos os culpados pagassem por seus crimes a viagem
de volta ao Rio de Janeiro foi silenciosa Margarida sentia o peso das Revelações recentes como uma âncora em seu peito o que Rosa havia confessado era tanto um alívio quanto uma dor profunda por um lado ela finalmente tinha uma peça do quebra-cabeça Juliana era de fato Beatriz sua filha por outro lado as perguntas que restavam eram como sombras insistentes impossíveis de ignorar o motorista percebendo a expressão séria de Margarida manteve-se quieto apenas o som do motor do carro cortava o silêncio enquanto a paisagem mudava de pequenas cidades do interior para a grande metrópole durante o
trajeto Margarida segurava firme uma foto de Beatriz ainda criança que trazia em sua bolsa desde o dia do desaparecimento ela se pegou imaginando Juliana com o mesmo sorriso a mesma alegria mas com o peso de uma vida diferente marcada por dificuldades e ausência de respostas Assim que chegou a mansão já passava das 9 da noite Juliana ainda estava acordada organizando a cozinha ao ouvir a porta principal abrir ela apareceu no corredor surpresa Dona Margarida a senhora voltou cedo como foi sua viagem perguntou Juliana com um tom casual mas visivelmente curioso foi produtiva Juliana muito produtiva
respondeu Margarida tentando controlar a enxurrada de Emoções Obrigada por cuidar da casa enquanto estive fora Juliana sorriu levemente e voltou ao trabalho mas Margarida não conseguia tirar os olhos dela agora mais do que nunca era difícil não associá-la à memória de Beatriz cada movimento cada expressão parecia gritar uma tinha mais dúvidas de que era real mas como contar isso a Juliana como fazê-la entender que ela não era apenas uma funcionária naquela casa mas a própria razão pela qual Margarida havia sobrevivido todos esses anos na manhã seguinte Margarida decidiu agir precisava de mais respostas e Sabia
que não poderia esperar muito tempo para esclarecer tudo ligou novamente para o investigador particular que já estava ciente da situação Dona Margarida como foi a conversa com rosa perguntou ele direto foi reveladora ela confirmou o que Eu suspeitava Juliana é minha filha Beatriz agora preciso que você me ajude a descobrir mais sobre o homem que a ameaçou naquele dia Rosa disse que ele sabia coisas sobre minha família e sobre minha empresa quero saber quem ele era e quais eram suas intenções entendido vou aprofundar as buscas pode levar alguns dias mas acredito que encontraremos algo a
voz do investigador parecia confiante não poupe recursos quero respostas disse Margarida antes de desligar enquanto aguardava novos desdobramentos Margarida decidiu se aproximar de Juliana Não podia simplesmente revelar a verdade sem antes estabelecer uma base de confiança durante os dias que se seguiram Margarida passou a conversar mais com a jovem fazendo perguntas sobre sua infância e sua vida no orfanato Juliana a princípio parecia desconfiada da repentina mudança de comportamento da patroa Mas aos poucos começou a relaxar em uma tarde tranquila enquanto Juliana limpava o Jardim Margarida se juntou a ela trazendo duas xícaras de chá sente-se
comigo um pouco disse Margarida apontando para um banco de Pedra sob uma árvore quero conhecer mais sobre você Juliana riu desconcertada acho que minha vida não é tão interessante assim Dona Margarida mas o que a senhora quer saber tudo como era sua rotina no orfanato você tinha amigos sonhos quero entender quem você é Juliana respondeu Margarida Sorrindo com Uma gentileza que não costumava demonstrar Juliana aceitou o chá e começou a falar ainda com certa reserva contou sobre as regras rígidas do Orfanato as poucas amizades que fez e como aos 18 anos foi forçada a sair
sem muitas opções Margarida ouvia atentamente cada palavra reforçando a imagem de uma jovem forte e resiliente que havia enfrentado muito mais do que uma criança deveria e a música perguntou Margarida curiosa Você disse que sua mãe cantava para você tem certeza de que não lembra de mais nada Juliana pensou por um momento o olhar distante acho que me lembro dela cantando enquanto Me embalava eu devia ser muito pequena não lembro do rosto dela Mas lembro da voz e da Melodia depois que ela morreu a música ficou comigo é como se fosse a única coisa que
me conectasse a ela Margarida sentiu um nó na garganta como Juliana não percebia que aquela música Era na verdade a prova de sua verdadeira identidade a vontade de revelar a verdade era esmagadora mas Margarida sabia que precisava esperar Juliana merecia ouvir isso de forma cuidadosa com todas as provas que que ela pudesse acreditar naquela noite enquanto Margarida revisava os arquivos antigos de Beatriz O Telefone Tocou era o investigador tenho novidades Dona Margarida descobri algo importante o homem que Rosa mencionou era um antigo funcionário da sua empresa o nome dele era César Azevedo ele trabalhou para
o setor administrativo por anos mas foi demitido pouco antes do desaparecimento de Beatriz na época houve rumores de que ele estava envolvido em desfalques financeiros mas Nada foi provado César Azevedo repetiu Margarida buscando em sua memória o nome lhe parecia familiar mas não conseguia lembrar detalhes Ele ainda está vivo sim e continua no rio parece que ele tem negócios próprios agora Mas vou confirmar mais informações antes de prosseguirmos Margarida agradeceu e desligou sentindo um misto de alívio e raiva Finalmente uma nova peça surgia no enredo que há tanto tempo a atormentava quem era César Azevedo
E por que ele teria interesse em machucar sua família mais tarde Margarida voltou a encarar o piano na sala de estar as teclas brancas e pretas pareciam chamá-la como se também quisessem respostas sentada ali ela tocou novamente a melodia que conectava sua alma a de Beatriz o som ecoou pela mansão e de repente Juliana apareceu na porta atraída pela música A senhora sabe tocar tão bem disse Juliana sorrindo Margarida parou e olhou para ela lutando contra as lágrimas com a voz baixa disse Juliana Há muitas coisas sobre você que talvez você não saiba Mas quando
for a hora certa prometo que Contarei tudo Juliana ficou confusa Mas assentiu tudo bem Dona Margarida eu confio na senhora Margarida sorriu Mas sabia que esse momento seria um divisor de águas porque a hora certa estava se aproximando nos dias que se seguiram Margarida sentiu que estava chegando mais perto da verdade do que jamais estivera sua rotina antes preenchida apenas por números e negócios agora girava em torno de perguntas memórias e conversas com o investigador ela mal conseguia pensar em outra coisa além do nome que havia reaparecido do passado César Azevedo porque ele tinha interesse
em sua família o que ele ganharia tirando Beatriz dela cada pensamento trazia mais ansiedade mas também fortalecia sua determinação enquanto esperava novas informações Margarida não conseguia ignorar a presença de Juliana a jovem parecia ainda mais à vontade na mansão mas havia algo nela que Margarida percebia com clareza Juliana estava começando a notar as mudanças no comportamento da patroa Margarida sabia que que não podia manter suas intenções ocultas por muito mais tempo na manhã de uma sexta-feira enquanto Margarida tomava seu café no amplo terraço com vista para o Jardim O Telefone Tocou era o investigador Dona
Margarida eu encontrei algo que a senhora precisa saber César Azevedo ainda está ativo no mercado mas com um nome diferente Parece que ele mudou de identidade há alguns anos mas consegui rastrear os negócios dele o que ele está fazendo pergun contou Margarida o tom de voz tenso ele opera uma série de empresas pequenas Muitas delas suspeitas de lavagem de dinheiro Além disso há registros de movimentações financeiras significativas durante o período em que ele trabalhou para sua empresa parece que ele usava um esquema interno para desviar recursos a demissão dele não foi por acaso o investigador
fez uma pausa como se pesasse as próximas palavras mas há algo ainda mais importante Rosa tinha razão sabia muito sobre sua família e não apenas por causa da empresa ele tinha uma ligação com seu marido Margarida sentiu o coração apertar meu marido o que isso tem a ver com Beatriz pelo que descobri César e seu marido Henrique tinham uma relação de negócios antes de sua empresa crescer quando Henrique começou a Expandir os negócios parece que ele rompeu a parceria com César que não aceitou bem a situação desde então César começou a procurar maneiras de prejudicar
sua família como uma forma de Vingança as peças começaram a se encaixar na mente de Margarida César tinha um motivo Ele queria atingir Henrique e quando não conseguiu Por meios financeiros foi atrás de algo Ainda Mais Cruel Beatriz onde César está agora perguntou Margarida com os dentes cerrados ele tem uma casa em um bairro nobre do Rio já fiz a localização mas sugiro cautela Dona Margarida César não parece ser alguém que lida bem com confrontos diretos cautela não é algo que tenho tempo para praticar quero o endereço dele Margarida anotou os detalhes e desligou o
telefone antes que o investigador pudesse insistir em seus avisos depois de um momento de reflexão Margarida decidiu que precisava agir a verdade estava perto demais para ela recuar agora antes de sair no entanto resolveu passar pela sala de estar onde Juli esta organizando os móveis Juliana chamou Margarida interrompendo o trabalho da jovem sim Dona Margarida Juliana respondeu virando-se com uma expressão curiosa vou sair por algumas horas não se preocupe com o jantar pode encerrar seu trabalho mais cedo hoje está tudo bem Juliana perguntou percebendo o Tom sério de Margarida margara hesitou por um instante quis
contaro para Juli Ales que já estava praticamente certa entre elas mas sabia que precisava de provas concretas e confrontar César era a próxima peça nesse quebra-cabeça está tudo bem só algumas pendências para resolver respondeu Margarida com um sorriso que não chegou a seus olhos Nos falamos mais tarde sem mais explicações Margarida deixou a mansão ela sabia que o que estava prestes a fazer era arriscado mas precisava enfrentar César cara a cara sua mente girava com as possibilidades enquanto o carro atravessava o trânsito da cidade quando chegou ao endereço indicado Margarida encontrou uma casa moderna cercada
por um muro alto e câmeras de segurança ela respirou fundo antes de tocar o interfone após alguns segundos de silêncio uma voz masculina ecoou pelo altofalante quem é Sou Margarida Oliveira acho que você sabe quem eu sou quero conversar Houve um momento de hesitação do outro lado então o portão abriu lentamente Margarida entrou o coração batendo forte mas sua postura permanecia inabalável era como se toda a dor e a luta dos últimos 20 anos convergissem para aquele momento César a esperava na entrada com uma expressão que misturava surpresa e desprezo ele era um homem de
aparência simples mas com olhos astutos que avaliavam Margarida como se ela fosse um adversário em um jogo que ele planejava vencer Margarida Oliveira não achei que teria o prazer de recebê-la aqui disse César com um sorriso cínico corta o teatrinho César Você sabe por estou aqui respondeu Margarida encarando-o diretamente não tenho ideia mas por favor entre vamos conversar como adultos disse ele gesticulando para que ela entrasse na sala Margarida Entrou mas manteve-se de pé seus olhos percorreram o ambiente buscando qualquer pista que pudesse dar mais sentido ao que estava acontecendo César parecia relado mas Margarida
sabia que hom como ele nunca eram realmente desarmados Quero resposta sobre o que aconteceu com minha filha Beatriz e sobre o papel que você teve nisso disse Margarida indo direto ao ponto César ergueu uma sobrancelha como se estivesse divertido Beatriz não ouço esse nome há muito tempo Mas devo admitir que é bom ver você ainda obsecada com o passado diz muito sobre você Margarida não estou aqui para brincadeiras quero a verdade sei que você ameaçou rosa para tirar Beatriz de mim quero saber porquê quero saber o que você ganha com isso por um momento César
apenas a encarou como se decidisse o quanto revelar então ele sorriu novamente mas agora com uma pitada de crueldade você não tem ideia de quão longe vai a sujeira em sua casa Margarida Eu não tirei sua filha de você só Aproveitei uma oportunidade que alguém próximo a você criou as palavras de César deixaram Margarida paralisada alguém próximo a ela quem mais poderia estar envolvido antes que pudesse reagir César continuou Talvez seja a hora de você olhar mais de perto para as pessoas ao seu redor Nem tudo é o que parece Margarida sentiu um arrepio percorrer
sua espinha o que César estava insinuando E quem mais poderia estar ligado ao desaparecimento de Beatriz as palavras de César ecoaram na mente de Margarida como um trovão alguém próximo a você criou essa oportunidade ela tentou manter a calma mas seu corpo estava tenso como uma corda prestes a arrebentar quem poderia ser quem dentro de sua própria casa ou de seu círculo de confiança seria capaz de algo tão cruel não me venha com insinuações vagas César disse Margarida com o Tom afiado se você sabe de algo diga logo Quem mais está envolvido César apenas sorriu
aquele sorriso irritante de alguém que tinha prazer em observar o desconforto alheio ele se recostou na poltrona como se o peso da conversa não fosse nada para ele Margarida Você sempre foi tão direta tão determinada é quase encantador sabia ele fez uma pausa enquanto os olhos de Margarida permaneciam fixos nos de mas eu não sou o vilão aqui fui apenas uma peça num jogo que sinceramente eu nem criei só Aproveitei a oportunidade pare de falar em enigmas Margarida se levantou batendo as mãos na mesa de vidro à sua frente eu quero nomes quero saber quem
tirou minha filha de mim e por César riu mas o som Foi seco sem humor não acha que a verdade vai ser pior do que você espera há segredos que são melhores enterrados margara a sua vida perfeita o seu império tudo isso tem raízes em mentiras se cavar fundo demais pode não gostar do que vai encontrar Margarida sentiu o estômago revirar era como se César estivesse brincando com sua sanidade provocando a sem dar respostas concretas Mas ela não tinha vindo até ali para recuar você não me assusta César eu passei os últimos 20 anos vivendo
no inferno nada que você diga pode ser pior do que isso a Agora me diga o que sabe César observou Margarida por um momento como se avaliasse o quanto poderia dizer sem comprometer a si mesmo finalmente ele suspirou e falou com um tom mais sério tudo o que posso dizer é que Rosa não agiu sozinha ela foi manipulada assim como eu fui alguém queria que sua filha desaparecesse porque sabia que isso iria quebrar você e funcionou não é você virou uma casca do que era focada em números e empresas para preencher o vazio Era exatamente
o que eles queriam Margarida sentiu uma raiva fervente tomar conta de si quem insistiu a voz mais baixa mas carregada de fúria Quem queria isso pense Margarida Pense nas pessoas que estavam ao seu redor naquela época quem tinha acesso à sua casa a sua família quem tinha algo a ganhar com o seu sofrimento as perguntas de César atingiram Margarida como facas ela sabia que ele estava certo havia algo que ela estava ignorando uma peça do quebra-cabeça que estava bem diante de seus olhos mas que ela se recusava a enxergar se você acha que vou parar
por aqui está enganado disse Margarida erguendo-se eu vou descobrir toda a verdade e quando isso acontecer você vai pagar por seu papel nisso César Deu de ombros sem se abalar boa sorte Margarida Mas acredite a verdade não vai trazer sua filha de volta e talvez só talvez você perceba que algumas coisas eram melhores como estavam Margarida saiu da casa sem dizer mais nada no caminho de volta à mansão sua mente estava em ebulição quem teria tanto a ganhar com o sofrimento dela quem seria capaz de um ato tão vio ela revisitou mentalmente cada pessoa que
frequentava sua casa na época do desaparecimento de Beatriz os amigos de Henrique os parentes mais distantes os empregados mas nada fazia sentido quem teria tanto acesso à sua vida e tanta crueldade para usar sua própria filha como arma contra ela ao chegar em casa Margarida encontrou Juliana organizando flores na mesa de jantar a jovem sorriu ao vê-la mas Margarida sentiu o peso do mundo em suas costas ao olhar para ela não era apenas a semelhança física ou a melodia que as conectava agora com as revelações de rosa e César Margarida tinha quase certeza de que
Juliana era mas ainda faltavam provas concretas e antes de contar a verdade ela precisava saber quem havia causado tanto sofrimento a ambas Como foi o dia Juliana perguntou Margarida tentando soar casual tranquilo Dona Margarida consegui terminar a limpeza do escritório e também reorganizei a estante de livros como a senhora pediu Juliana respondeu com entusiasmo mas percebeu a expressão distante de Margarida a senhora está bem parece cansada estou bem obrigada apenas muitos pensamentos Margarida desviou o olhar incapaz de encarar Juliana por muito tempo era como se o peso da Verdade estivesse prestes a transbordar mais tarde
naquela noite enquanto Margarida revisava antigas fotos de família em seu escritório O Telefone Tocou Novamente era um investigador Dona Margarida conseguia avançar mais um pouco estava certo Rosa foi manipulada mas ela não sabia quem estava por trás no entanto Achei um nome que pode ser relevante Antônia ela trabalhava como governanta na sua casa na época do desaparecimento de Beatriz Margarida ficou em choque Antônia ela lembrava daquela mulher era alguém de confiança que cuidava de muitos detalhes da casa e tinha acesso a todas as áreas Mas por que Antônia Faria algo assim e como ela se
conectava César Antônia Margarida repetiu quase para si mesma onde ela está agora deixou o rio pouco tempo depois do desaparecimento de Beatriz parece que se mudou para o interior do Estado estou rastreando o endereço exato assim que tiver mais informações aviso ao desligar Margarida sentiu um misto de raiva e determinação Antônia Ela seria a próxima peça nesse quebra-cabeça e dessa vez Margarida estava disposta a ir até o fim não importava o custo sentada sozinha em seu escritório ela pegou novamente a foto de Beatriz acariciando o rosto da menina como se pudesse tocá-la de verdade vou
trazer justiça para você minha filha não importa o que eu tenha que enfrentar sussurrou Margarida enquanto as sombras da noite tomavam conta da sala o nome Antônia martelava na mente de Margarida desde a ligação com o investigador era quase inacreditável pensar que alguém tão próximo da família alguém que ela confiara tanto pudesse estar envolvido no desaparecimento de sua filha por que Antônia Faria algo assim e qual seria o real papel dela nesse mistério Margarida sabia que precisava de respostas mas antes de qualquer coisa precisava dar o próximo passo com Juliana na manhã seguinte enquanto tomava
seu café na sala de jantar Margarida observou Juliana atravessar o salão com um sorriso Sereno a jovem parecia tão tranquila tão alheia ao turbilhão de emoções que dominava Margarida ela sabia que a cada dia que passava ficava mais difícil manter o segredo as Coincidências já eram muitas as semelhanças gritavam e o próprio coração de Margarida já não permitia mais ignorar o que parecia Óbvio Juliana era sua filha depois de um tempo refletindo Margarida chamou Juliana a sala de estar a jovem Estava organizando alguns livros mas imediatamente parou quando ouviu o chamar Juliana pode sentar-se um
instante quero falar com você Juliana obedeceu percebendo a seriedade no tom da patroa sentou-se no sofá curiosa mas também um pouco nervosa Claro Dona Margarida O que houve Margarida respirou fundo escolher as palavras certas era mais difícil do que Imaginava mas ela sabia que não podia mais adiar era hora de dar um passo à frente Juliana você já me contou algumas coisas sobre sua infância sobre como foi crescer no orfanato e como chegou até aqui mas eu sinto que ainda há algo que você não sabe algo que talvez precise descobrir Juliana franziu a testa confusa
descobrir o qu quero ajudá-la a saber mais sobre sua origem continuou Margarida tentando manter a calma você disse que não sabe quem são seus pais biológicos certo certo Juliana respondeu com hesitação mas eu nunca tive muitas pistas é algo que eu já aceitei sabe e se eu dissesse que Talvez existam respostas que talvez seja possível descobrir mais Margarida inclinou-se para a frente olhando diretamente nos olhos da jovem Juliana ficou em silêncio por um momento Processando o que Margarida acabara de dizer eu não sei eu nunca pensei que isso fosse algo possível mas por que a
senhora está me dizendo isso agora Margarida hesitou não queria tudo de uma vez não sem provas concretas mas também não queria parecer evasiva porque eu acredito que você merece saber de onde veio quem são seus pais e se você concordar eu gostaria de ajudá-la a descobrir isso podemos fazer um teste de DNA pode ser um ponto de partida Juliana arregalou os olhos surpresa um teste de DNA por quê Porque Margarida parou escolhendo cuidadosamente as palavras porque eu sinto que a alo em você algo que conecta sua história à minha e sinceramente Juliana eu preciso saber
Juliana olhou para Margarida tentando decifrar a seriedade em suas palavras ela não entendia completamente o que estava acontecendo mas algo na sinceridade de Margarida a tocou Depois de alguns instantes de silêncio ela finalmente assentiu tudo bem Se a senhora acha que isso pode ajudar eu topo Margarida sentiu um alívio imediato mas também sabia que aquilo era apenas o começo o teste de DNA seria o primeiro passo para confirmar o que ela já sentia em seu coração no mesmo dia ela entrou em contato com uma clínica de confiança e agendou os exames para a manhã seguinte
na clínica enquanto aguardavam para serem atendidas o silêncio entre Margarida e Juliana era quase palpável Margarida tentava disfarçar o nervosismo mas Juliana percebia que algo grande estava em jogo ainda assim ela preferiu não perguntar sentia que as respostas viriam no momento certo o procedimento foi rápido amostras de saliva foram coletadas de ambas e os resultados seriam disponibilizados em alguns dias Margarida sabia que agora restava apenas esperar mas cada segundo parecia uma eternidade no caminho de volta para a mansão Juliana finalmente quebrou o silêncio Dona Margarida posso perguntar uma coisa Claro Juliana O que é respondeu
Margarida sem tirar os olhos da estrada por que isso é tão importante para a senhora quero dizer eu sou só uma funcionária Por que a senhora está tão interessada na minha história Margarida sentiu um nó se formar em sua garganta ela queria dizer a verdade queria contar tudo naquele instante mas sabia que ainda não era o momento Juliana merecia ouvir aquilo com provas concretas sem espaço para dúvidas porque eu acredito que toda pessoa merece conhecer sua história Juliana respondeu Margarida com um sorriso suave e talvez ao descobrir a sua você me ajude a preencher lacunas
da minha também Juliana não respondeu mas assentiu satisfeita com a explicação ela não entendia completamente o que estava acontecendo mas confiava em Margarida era impossível não confiar os dias seguintes foram uma mistura de ansiedade e expectativa margara conseguia se concentrar em seu trabalho e Juliana percebia a inquietação da patroa embora não ousasse perguntar mais nada Margarida passava horas no escritório relendo os relatórios do investigador e revisitando fotos antigas de Beatriz cada detalhe cada memória parecia mais vivo do que nunca finalmente o dia dos resultados chegou Margarida recebeu uma ligação da Clínica no início da tarde
informando que os laudos estavam prontos ela pediu que fossem enviados diretamente para sua casa e o envelope chegou pouco tempo depois com as mãos trêmulas Margarida abriu o envelope No Silêncio do escritório Seu Coração batia tão rápido que ela mal conseguia respirar quando seus olhos finalmente se fixaram nas palavras no papel as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto o teste confirmava o que ela já sabia em sua alma Juliana era Beatriz sua filha estava viva Margarida sentiu um misto de alívio alegria e uma dor profunda Pelo Tempo Perdido agora ela tinha a prova que
precisava mas como contar isso a Juliana como fazê-la entender tudo o que havia acontecido ela sabia que o momento de contar a verdade estava próximo mas também sabia que o impacto dessa Revelação mudaria para sempre a vida de ambas Margarida passou a noite em claro segurando o resultado do teste de DNA como se fosse uma chave para um novo começo a confirmação de que Juliana era Beatriz encheu seu coração de alívio e felicidade mas também trouxe consigo uma avalanche de sentimentos que ela não conseguia controlar o tempo perdido As Memórias de Beatriz ainda criança os
anos em que viveram separadas tudo aquilo parecia esmagador ela sabia que não podia mais adiar Juliana precisava saber a verdade no entanto Margarida também entendia que essa revelação tinha o potencial de mudar completamente a vida da jovem que crescer sem família e sem respostas sobre seu passado como Juliana reagiria ela aceitaria essa nova realidade ou rejeitaria tudo incapaz de lidar com a avalanche de emoções que viria no café da manhã Margarida mal tocou na comida Juliana como de costume estava animada e falava sobre a organização que havia feito no depósito da mansão para Margarida cada
sorriso de Juliana parecia uma extensão do Sorriso de Beatriz era impossível não notar os traços o jeito até mesmo a risada tão parecida com a de sua filha Margarida decidiu que aquele seria o dia Juliana posso falar com você no escritório depois que terminarmos aqui perguntou Margarida tentando manter a voz Calma Claro Dona Margarida algum problema Juliana respondeu preocupada não nenhum problema só quero conversar disse Margarida forçando um sorriso para tranquilizar a jovem depois do café Margarida foi para o escritório e fechou a porta sentou-se à mesa e respirou fundo olhando para a foto de
Beatriz que sempre mantinha ali era hora de finalmente revelar o que sabia poucos minutos depois Juliana bateu na porta a senhora queria falar comigo Juliana entrou com um sorriso discreto Margarida indicou o sofá à frente de sua mesa sente-se Juliana preciso conversar sobre algo muito importante Juliana obedeceu mas agora parecia preocupada o tom de Margarida era sério e a jovem sentia que o assunto não era algo trivial lembra-se de quando Fizemos o teste de DNA começou Margarida apoiando as mãos na mesa bem os resultados chegaram ontem Juliana franziu o senho confusa e o que diz
o resultado Margarida respirou fundo tentando encontrar as palavras certas o teste confirmou algo que que eu já suspeitava Juliana algo que se for verdade para você como é para mim pode mudar tudo eu não estou entendendo Dona Margarida disse Juliana inclinando-se para a frente com a expressão de curiosidade misturada com apreensão o teste mostrou que você não é apenas alguém que trabalha nesta casa Margarida fez uma pausa Deixando as palavras pesarem você é minha filha Juliana você é Beatriz O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor Juliana piscou algumas vezes como se tentasse processar o que
acabara de ouvir Margarida observou cada reação da jovem a surpresa a incredulidade o choque por fim Juliana soltou uma risada nervosa quase sem acreditar sua filha perguntou Juliana balançando a cabeça isso isso não faz sentido Dona Margarida como eu poderia ser sua filha faz mais sentido do que você imagina Margarida se levantou e caminhou até o sofá sentando-se ao lado de Juliana ela segurou as mãos da jovem sentindo a emoção transbordar eu perdi minha filha Beatriz há 20 anos ela desapareceu sem deixar rastros durante uma festa em nossa casa durante todos esses anos eu procurei
respostas mas nunca encontrei nada até você aparecer Juliana Pareci congelada tentando juntar as peças em sua mente mas eu fui criada em um orfanato eu não sei nada sobre minha família como isso pode ser verdade porque você foi levada de mim Juliana foi abandonada em um orfanato e por mais que doa Eu só descobri a verdade agora cada detalhe cada peça se encaixou e o teste de DNA confirmou o que meu coração já sabia você é minha filha Juliana afastou as mãos levantando-se do sofá ela começou a andar de um lado para o outro claramente
abalada isso é muito é demais para mim como posso acreditar nisso como posso aceitar que der repente eu tenho uma mãe e que essa Mãe É você dona Margarida não espero que você aceite tudo de imediato disse Margarida levantando-se também mas quero que você sa que nunca deixei de procurar por você e nunca vou deixar de lutar para recuperar o tempo que perdemos Juliana virou-se os olhos cheios de lágrimas E se eu não for quem você espera e se se eu não conseguir ser a filha que você quer Margarida deu um passo à frente e
segurou os ombros de Juliana com firmeza você não precisa ser nada além do que você já é Juliana eu não quero Perfeição só quero minha filha de volta as palavras de Margarida pareciam quebrar uma barreira dentro de Juliana a jovem começou a chorar e Margarida a envolveu em um abraço apertado Como se quisesse compensar os anos de separação naquele momento foi um abraço cheio de amor dor e esperança um reencontro que Margarida jamais pensou que aconteceria por vários minutos as duas permaneceram ali sem dizer uma palavra apenas o som dos soluços preenchia o ambiente quando
finalmente se separaram Juliana limpou as lágrimas e olhou para Margarida Se isso for verdade eu eu quero saber tudo quero saber o que aconteceu comigo por que fui levada quero entender e você vai saber prometo que vamos descobrir cada detalhe juntas disse Margarida com determinação mas por enquanto só quero que você saiba que está em casa e que você nunca mais vai precisar estar sozinha Juliana assentiu ainda processando tudo mas sentindo pela primeira vez em anos um calor no peito que ela não sabia que precisava o calor de mente pertencera a alguém nos dias que
se seguiram a rotina na mansão de Margarida mudou completamente Juliana ainda parecia estar em um estado de incredulidade tentando absorver tudo o que tinha descoberto era como se sua mente estivesse presa entre o que ela conhecia como verdade e a realidade que Margarida apresentara a ela enquanto isso Margarida não conseguia conter a felicidade e o alívio de finalmente ter sua filha de volta embora soubesse que ainda havia perguntas sem respostas durante o café da manhã Margarida decidiu quebrar o silêncio que pairava entre elas Juliana eu sei que isso tudo tem sido muito para você quero
que saiba que eu estou aqui para o que você precisar seja para conversar para esclarecer dúvidas ou até Para darmos um tempo nesse assunto se for o que você quer Juliana colocou a xícara de café na mesa e olhou para Margarida ainda com um ar confuso mas também com um vislumbre de É difícil dona Margarida ou melhor mãe disse Juliana com um sorriso tímido ao experimentar a palavra é como se tudo o que eu soubesse sobre mim mesma fosse mentira mas ao mesmo tempo parte de mim sente que faz sentido a música As Histórias até
o jeito como você olha para mim é como se eu sempre tivesse pertencido a esse lugar margara segurou a mão de Juliana por um momento Você pertence a esse lugar filha e eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para recuperar o tempo que perdemos antes que Juliana pudesse responder o telefone no escritório tocou Margarida rapidamente foi atender deixando Juliana refletir sozinha sobre suas palavras Dona Margarida é o investigador disse a governanta ao passar a ligação Margarida pegou o telefone com o coração já acelerado sempre que o investigador ligava era como se novas peças
do quebra-cabeça surgissem tenho novidades Dona Margarida começou ele em tom grave descobri o paradeiro de Antônia a antiga governanta Ela está vivendo em uma cidade pequena no interior mas mais importante do que isso consegui informações que conectam César Azevedo diretamente a ela Eles estavam trabalhando juntos naquela época Margarida sentiu um calafrio percorrer sua espinha trabalhando juntos Como assim parece que Antônia foi a principal intermediária para ela tinha acesso à mansão à rotina da sua família e sabia detalhes que César usou para manipular rosa e orquestrar o desaparecimento de Beatriz eles tinham uma conexão antiga provavelmente
envolvendo os negócios fraudulentos que César conduzia enquanto ainda estava na empresa do seu marido e o que ela ganhou com isso Margarida perguntou tentando manter a calma dinheiro pelo que tudo indica ela recebeu uma quantia significativa pouco tempo depois do desaparecimento da sua filha e usou isso para desaparecer também minha suspeita é que ela sabia mais do que qualquer outro e que talvez tenha desempenhado um papel ativo no sequestro de Beatriz Margarida serrou os dentes cada nova Revelação parecia trazer uma camada ainda mais sombria para a história onde Antônia está agora perguntou a voz firme
consegui o endereço dela é uma casa simples em uma área rural mas recomendo que vá com cautela pessoas como Ela raramente se arrependem de seus atos Obrigada envie o endereço eu mesma irei até lá entendido Dona Margarida estarei à disposição Se precisar de ajuda Margarida desligou e ficou parada por alguns segundos respirando fundo ela sabia que o que estava prestes a fazer era delicado mas não havia outra opção precisava confrontar Antônia e exigir a verdade não apenas para ela mesma mas também para Juliana mais tarde naquele mesmo dia Margarida chamou Juliana para o escritório Sabia
que não poderia mais mantê-la alheia ao que estava acontecendo Juliana eu tenho mais uma peça do quebra-cabeça e preciso que você saiba o que está prestes a acontecer Juliana entrou no escritório visivelmente apreensiva O que houve descobrimos que uma antiga empregada da casa Antônia teve um papel crucial no que aconteceu com você ela estava trabalhando com César Azevedo o homem que tentou destruir nossa família agora eu sei onde ela está e pretendo confrontá-la Juliana arregalou os olhos surpresa Então ela sabe o que aconteceu comigo ela estava por trás disso Sim e eu preciso ouvir isso
diretamente dela mas entenda Juliana isso pode trazer à tona verdades difíceis de aceitar eu preciso saber se você está preparada para isso Juliana respirou fundo tentando absorver a informação finalmente assentiu se isso significa entender o que aconteceu comigo eu quero saber eu vou com você Margarida sorriu levemente eu sabia que você diria isso mas vou precisar que você confia em mim essa conversa pode ser intensa na manhã seguinte Margarida e Juliana pegaram a estrada rumo ao interior a viagem foi longa e silenciosa com ambas mergulhadas em seus pensamentos estava focada no que diria a Antônia
enquanto Juliana tentava se preparar emocionalmente para ouvir verdades que poderiam abalar seu mundo quando finalmente chegaram ao endereço fornecido pelo investigador encontraram uma casa simples cercada por árvores Margarida desceu do carro com determinação mas sentiu a mão de Juliana segurar seu braço Você tem certeza disso mãe perguntou Juliana a palavra mãe saindo de seus lábios com mais facilidade agora Margarida olhou para ela sentindo um calor no peito ao ouvi-la dizer aquilo tenho precisamos fazer isso juntas elas caminharam até a porta e bateram houve um longo silêncio antes de uma mulher idosa abrir com os olhos
arregalados ao ver Margarida Antônia a voz de Margarida era firme mas controlada precisamos conversar Antônia ficou paralisada por alguns segundos antes de dar um passo para trás e abrir a porta eu sabia que que esse dia chegaria disse ela a voz tremendo Margarida entrou acompanhada de Juliana e sentou-se em uma cadeira na sala simples Antônia permaneceu de pé visivelmente desconfortável Você sabe por estou aqui disse Margarida quero saber toda a verdade sobre o que aconteceu com minha filha Antônia abaixou a cabeça os ombros caídos é uma história longa Dona Margarida mas eu vou contar só
peço que me escute até o fim o silêncio na sala era ensurdecedor Margarida e Juliana se prepararam para ouvir finalmente o que mudaria suas vidas para sempre o silêncio que tomou conta da sala parecia esmagador Margarida sentia seu coração bater tão forte que parecia ecoar pelo ambiente Juliana sentada ao lado dela mantinha os olhos fixos em Antônia esperando pela explicação que finalmente preencheria os buracos de sua história Antônia por sua vez hesitou como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras que prestes a dizer antes de começar quero que saibam que não houve um só dia em
que eu não tenha me arrependido do que fiz disse Antônia com a voz rouca mas naquela época eu estava encurralada Margarida cruzou os braços sem esconder a frieza em sua expressão encurralada por quem por César Azevedo ele já me contou parte dessa história mas quero ouvir de você Antônia suspirou profundamente e sentou-se em uma cadeira velha apoiando as mãos trêmulas nos joelhos César era apenas uma peça ele não agia sozinho na verdade ele só executava ordens mas sim ele foi quem me pressionou diretamente disse que sabia Segredos sobre minha família que poderia destruir minha vida
se eu não colaborasse e o que exatamente você fez Antônia perguntou Margarida a voz firme como você teve coragem de tirar minha filha de mim Antônia abaixou os olhos incapaz de encarar Margarida eu era responsável por organizar as coisas na casa controlar horários rotinas eu sabia tudo sobre vocês sobre os momentos em que estavam mais vulneráveis César me abordou pouco tempo depois de ser demitido pelo seu marido Henrique ele queria Vingança disse que queria atingir Henrique onde doía mais e na época Beatriz era a pessoa mais importante para ele Margarida sentiu um calafrio embora já
soubesse que o desaparecimento de Beatriz tinha sido planejado ouvir os detalhes de como tudo aconteceu era quase insuportável continue insistiu Margarida com os dentes cerrados no dia da festa César me instruiu a garantir que Beatriz estivesse sozinha por alguns minutos ele disse que só queria assustar vocês dar um susto estratégico para fazer Henrique sentir o peso de suas escolhas eu não sabia o que ele realmente planejava Pelo menos foi o que pensei na hora Antônia fez uma pausa tentando conter as lágrimas fiz o que ele pediu eu chamei Beatriz para buscar algo comigo na cozinha
disse a ela que era uma surpresa quando a levei até o local combinado César já estava lá ele a pegou no colo e saiu pela porta dos fundos Foi tudo tão rápido que até então permanecera em silêncio colocou a mão na boca horrorizada Margarida sentiu o sangue ferver em suas veias a ideia de que sua filha fora usada como uma peça em um jogo de Vingança era quase insuportável você ajudou César a sequestrar minha filha e quer que eu acredite que não sabia o que ele planejava Margarida levantou-se de repente sua voz mais alta e
carregada de emoção eu juro que não sabia respondeu Antônia com lágrimas escorrendo pelo rosto só percebia a gravidade da situação quando dias depois ele me disse que havia abandonado Beatriz em um orfanato ele disse que era melhor assim que ninguém nunca a encontraria Foi aí que entendi que tinha me envolvido em algo monstruoso E você não fez nada não tentou corrigir o erro Margarida pressionou incapaz de conter sua indignação eu queria mas César me ameaçou Ele disse que se eu tentasse falar qualquer coisa ele destruiria minha vida ele tinha provas falsas de que eu também
havia desviado dinheiro da empresa de Henrique eu estava aterrorizada então peguei o dinheiro que ele me deu e fui embora achei que se desaparecesse poderia escapar do Peso disso mas nunca escapei Dona Margarida isso me perseguiu por todos esses anos Juliana agora com os olhos cheios de Lágrimas finalmente falou e você nunca pensou na que deixou para trás nunca pensou que ela poderia estar sofrendo Antônia virou-se para Juliana a expressão devastada pensei nela todos os dias da minha vida não houve um só momento em que eu não me perguntasse onde ela estava se estava segura
se algum dia seria encontrada mas eu era covarde demais para fazer algo a respeito eu sei que não posso mudar o passado mas eu sinto muito sinto muito por tudo Margarida respirou fundo tentando controlar a fúria que queimava em seu peito o que mais você sabe quem mais estava envolvido Antônia hesitou por um momento mas então falou César não era o único ele trabalhava para alguém alguém que financiava os planos dele não sei o nome exato mas César sempre dizia que tinha um patrono poderoso alguém com muitos recursos que odiava heno quanto el me diz
que essa pessoa pode ter continuado a agir mesmo depois que César saiu de cena Margarida sentiu um nó se formar em seu estômago havia mais mistérios a serem resolvidos mais culpados a serem expostos mas por hora ela precisava processar o que acabara de ouvir você vai nos ajudar a desmascarar César e qualquer outra pessoa envolvida declarou Margarida com a voz fria e firme não importa o que seja necessário você vai colaborar Antônia assentiu as lágrimas ainda escorrendo Farei o que puder só quero que vocês saibam que eu eu realmente sinto muito Margarida e Juliana se
levantaram deixando Antônia sentada sozinha consumida pela culpa enquanto caminhavam para fora da casa Margarida colocou um braço ao redor de Juliana que parecia atordoada eu sei que isso é muita coisa para processar minha filha disse Margarida suavemente mas agora sabemos mais e estamos mais perto de trazer Justiça Juliana olhou para a mãe enxugando os olhos quero ir até o fim Mãe quero saber quem fez isso comigo e com você e quero que todos eles paguem Margarida assentiu sentindo um misto de Orgulho e dor sabia que o caminho seria difícil mas agora elas estavam juntas e
juntas seriam imparáveis de volta ao carro o silêncio entre Margarida e Juliana era tão tão denso que parecia preencher o espaço entre elas Juliana olhava pela janela os olhos fixos na paisagem que passava mas sua mente estava a mil as palavras de Antônia ecoavam como uma sirene incessante César não agiu sozinho ele tinha um patrono poderoso essa revelação apesar de importante abria uma nova camada de mistério Margarida dirigia com o rosto tenso os lábios apertados em uma linha fina sua mente estava em turbilhão quem poderia ser o financiador de César quem odiava tanto Henrique a
ponto de destruir sua famíli ela revisava mentalmente cada pessoa que havia cruzado suas vidas na época mas nenhuma resposta vinha à tona entretanto umais era Certa ela estava mais perto da verdade do que nunca quando finalmente chegaram à mansão Margarida estacionou o carro e suspirou profundamente antes de sair Juliana hesitou mas logo a seguiu assim que entraram Margarida virou-se para Juliana como você está perguntou Margarida sua vóz suavizando ao ver o olhar distante da filha Juliana deu de ombros não sei é muita coisa para processar sabe saber que alguém decidiu brincar com a minha vida
com a sua vida eu nem sei como me sentir Margarida colocou as mãos nos ombros de Juliana e olhou diretamente em seus olhos eu sei que é difícil minha filha e eu daria tudo para que você nunca tivesse passado por isso mas agora mais do que nunca Precisamos ser fortes precisamos chegar ao fundo dessa história Juliana assentiu mas sua expressão ainda estava confusa eu quero ajudar Mãe quero saber quem fez isso quero respostas e você vai tê-las prometo Margarida suspirou e acariciou o rosto da filha antes de se afastar vou fazer uma preciso que você
descanse um pouco enquanto Juliana subia as escadas para o quarto Margarida foi diretamente ao telefone ligou para o investigador que atendeu após poucos toques descobri algo importante mas ainda preciso da sua ajuda disse Margarida Sem Rodeios Antônia revelou que César trabalhava para alguém um financiador quero que você descubra quem é essa pessoa o investigador fez uma pausa isso pode ser complicado mas não impossível vou investigar as movimentações financeiras de César na época com sorte conseguirei identificar conexões Faça o que for preciso não quero mais enigmas quero nomes Margarida desligou o telefone sentindo uma nova onda
de determinação no dia seguinte enquanto Margarida aguardava notícias do investigador Juliana se aproximou dela no Jardim a jovem parecia mais tranquila mas havia algo em seu olhar que mostrava que ela ainda estava cessando tudo Mãe posso te perguntar uma coisa começou Juliana com hesitação Margarida sorriu ao ouvi-la chamá-la de mãe novamente Claro minha filha o que é você acha que essa pessoa que financiava o César ela ainda está tentando nos atingir Juliana perguntou cruzando os braços como se tentasse se proteger do pensamento Margarida ficou em silêncio por um momento ponderando não sei Juliana mas considerando
o que aconteceu não podemos descartar essa possibilidade é por isso que precisamos ficar atentas não importa quem seja não vamos deixar que essa pessoa nos machuque novamente Juliana assentiu mas Margarida percebeu o quanto aquilo ainda abalava era como se Juliana estivesse finalmente entendendo o peso de tudo o que havia acontecido não apenas com ela mas com Margarida também horas depois o Telefone Tocou Novamente Margarida atendeu de imediato reconhecendo o número do investigador Dona Margarida acho que tenho algo disse ele então urgente consegui rastrear algumas transferências financeiras feitas para César na época em que ele trabalhava
para sua empresa todas vieram de uma conta registrada em nome de um fundo Empresarial mas ao aprofundar a pesquisa descobri que o responsável por esse fundo era ninguém menos que Eduardo Monteiro o nome atingiu Margarida como um soco no estômago Eduardo Monteiro havia sido um dos sócios de Henrique nos primeiros anos da empresa um homem de confiança ou pelo menos era o que ela pensava na época mas por algum motivo a relação entre Eduardo e Henrique havia se desgastado e Eduardo acabou deixando a sociedade nunca houve explicações Claras sobre o motivo mas Margarida se lembrava
de Henrique comentando certa vez que Eduardo era ambicioso demais Eduardo Monteiro Margarida repetiu com os dentes cerrados Claro que seria Ele acha que faz sentido perguntou o investigador faz todo o sentido ele tinha motivos para odiar Henrique mas não achei que ele seria capaz de algo tão cruel Margarida respirou fundo onde ele está agora Eduardo ainda vive no rio mas está mais afastado do mundo dos negócios parece que ele administra algumas propriedades e vive de seus rendimentos posso enviar o endereço para a senhora sim Envie agora obrigada Margarida desligou e imediatamente começou a planejar seu
próximo passo Juliana que havia descido ao ouvir o tom sério da conversa perguntou quem é Eduardo Monteiro um antigo sócio do seu pai explicou Margarida com um misto de raiva e determinação agora sabemos que ele era o patrono de César é hora de confrontá-lo eu vou com você disse Juliana firme tem certeza isso pode ser difícil de ouvir Margarida olhou para a filha preocupada quero estar ao seu lado não importa o que aconteça Juliana apertou a mão da mãe e Margarida sentiu uma força Renovada naquele gesto pouco tempo depois elas estavam a caminho do endereço
de Eduardo a mansão onde ele vivia era elegante Mas sem o brilho ou o luxo que Margarida se acostumara a associar ao nome dele Eduardo estava claramente levando uma vida mais discreta mas isso diminuía a raiva que Margarida sentia ao pensar em tudo o que ele havia causado elas foram recebidas por uma empregada que as conduzi até sala de estar Eduardo entrou pouco depois e a surpresa em seu rosto ao ver Margarida e Juliana foi Evidente Margarida o que devo a honra dessa visita Inesperada disse tentando soar cordial mas havia uma nota de desconforto em
sua voz Margarida não perdeu tempo Eduardo sabemos que você financiou César Azevedo para destruir minha família estou aqui para ouvir a sua explicação mas seja qual for não vou descansar até que você pague por isso Eduardo congelou Mas aos poucos um sorriso sarcástico surgiu em seu rosto então Você finalmente descobriu ele disse com um tom de desafio mas será que está pronta para ouvir a verdade inteira Eduardo Monteiro observava Margarida e Juliana com um misto de calma forçada e satisfação mal disfarçada ele sabia que aquele momento chegaria mas parecia preparado para enfrentá-lo sentado em uma
poltrona de couro na elegante porém discreta sala de estar ele cruzou as pernas e sustentou o olhar firme de Margarida enquanto Juliana permanecia ao lado da mãe tentando manter a compostura então Margarida você Finalmente resolveu bater a minha porta começou Eduardo um sorriso frio em seus lábios mas diga-me O que exatamente você espera ouvir de mim a verdade Eduardo respondeu Margarida sua voz carregada de indignação sei que você foi o responsável por financiar César Azevedo sei que você esteve por trás do sequestro da minha filha quero saber porquê quero entender até onde vai sua crueldade
Eduardo soltou uma risada seca e inclinou-se para a frente apoiando os cotovelos nos joelhos crueldade margar você não entende não é tudo o que eu fiz foi reagir à arrogância e traição do seu querido marido Henrique ele me usou me descartou e me roubou eu perdi anos da minha vida construindo aquela empresa apenas para vê-lo me arrancar tudo o que era meu de direito Margarida serrou os punhos isso não justifica destruir uma família Eduardo isso não justifica usar uma criança inocente para alimentar sua vingança doentia talvez não para você rebateu Eduardo agora com o Tom
mais frio mas para mim foi Justiça Henrique precisava sentir o que i perder tudo precisava entender o que é viver com um vazio que nunca será preenchido Juliana que até então permanecera em silêncio deu um passo à frente a voz carregada de emoção você está me dizendo que destruiu a vida da minha mãe e a minha por causa de uma disputa de negócios que você me usou como uma peça em um jogo como você pode ser tão monstruoso Eduardo a encarou seus olhos avaliando Cada traço de Juliana você cresceu Beatriz está mais parecida com sua
mãe do que eu imaginava ele fez uma pausa um sorriso irônico surgindo mas sim eu usei você e faria tudo de novo Margarida deu um passo à frente interrompendo você não entende o que acabou de confessar Eduardo isso é mais do que Vingança isso é um crime e eu vou garantir que você pague por tudo o que fez Eduardo riu novamente mas havia uma tensão em sua postura agora e o que você pretende fazer Margarida chamar a polícia vai em frente mas lembre-se de uma coisa eu não agi sozinho e se você Puxar esse fio
pode acabar descobrindo coisas que nem mesmo você está preparada para enfrentar as palavras de Eduardo fizeram Margarida hesitar por um instante havia mais envolvidos mais Segredos enterrados no passado a a possibilidade era aterrorizante mas ela sabia que não podia recuar Eu não tenho medo da Verdade Eduardo já perdi muito tempo vivendo sem ela Margarida ergueu o queixo determinada Mas você você deveria ter medo porque Desta vez você não vai escapar Eduardo se levantou lentamente ajeitando o palitó Margarida Você sempre foi uma mulher forte mas também sempre foi ingênua acha mesmo que pode enfrentar alguém como
eu vá em frente faça o que precisar mas lembre-se a verdade tem um preço Juliana Puxou a mãe pelo braço tentando tirá-la daquele ambiente antes que Algo pior acontecesse Margarida relutante seguiu Juliana em direção à porta mas antes de sair virou-se uma última vez para Eduardo não importa o preço eu Pagarei Mas você Eduardo não ficará impune isso eu garanto de volta à mansão o silêncio domin o ambiente Margarida sentou-se no sofá da sala de estar o rosto marcado pelo cansaço e pela tensão Juliana sentou-se ao lado dela parecendo igualmente abalada ele é desprezível disse
Juliana Quebrando o Silêncio como alguém pode ser tão frio Margarida suspirou passando a mão pelo rosto Eduardo é a personificação do egoísmo e da ganância ele não vê pessoas apenas ferramentas para alcançar seus objetivos Juliana olhou para a mãe com uma expressão de preocupação e agora o que vamos fazer vamos denunciá-lo Juliana ele confessou o suficiente para incriminá-lo mas quero ter certeza de que todas as peças estão no lugar antes de dar o próximo passo Eduardo está certo sobre uma coisa Puxar esse fio pode revelar mais do que esperamos mas eu estou pronta para lidar
com o que vier Juliana assentiu mas Margarida podia ver o medo e a incerteza nos olhos da era compreensível Juliana já havia enfrentado tanto e agora se via no centro de uma batalha que parecia não ter fim no dia seguinte Margarida entrou em contato com o investigador novamente relatando tudo o que Eduardo havia dito o investigador como sempre foi meticuloso em suas anotações isso é o suficiente para abrirmos um processo contra ele Dona Margarida Mas como ele disse pode haver outras pessoas envolvidas vou continuar investigando e reunir mais provas faça isso não quero deixar nenhuma
ponta solta respondeu Margarida sua voz carregada de determinação depois de desligar Margarida voltou para a sala de estar onde Juliana estava sentada ao piano tocando a melodia que as conectava o som preencheu o ambiente trazendo uma sensação de calma em meio ao caos a você toca tão bem minha filha disse Margarida aproximando-se e sent ao lado dela no banco do piano Juliana sorriu levemente mas havia uma sombra em seus olhos às vezes parece que essa música é a única coisa que me Manteve conectada a algo maior agora eu sei o porqu Margarida segurou a mão
de Juliana e olhou para ela com carinho nós vamos superar isso juntas não importa o que aconteça eu prometo que estarei ao seu lado Juliana assentiu sentindo uma onda de conforto nas da mãe pela primeira vez em muito tempo ela sentiu que não estava sozinha enquanto as duas compartilhavam aquele momento de serenidade Margarida sabia que a luta estava longe de acabar Eduardo havia dado pistas de que havia mais Segredos a serem revelados mais pessoas envolvidas Mas ela não tinha dúvidas de que estava pronta para enfrentá-los por Juliana por Beatriz e por si mesma o som
do piano ecoou pela mansão um lembrete de que mesmo em meio às sombras do passado havia luz e esperança no reencontro de mãe e filha os dias seguintes ao confronto com Eduardo Monteiro foram intensos para Margarida e Juliana o investigador trabalhava incansavelmente para encontrar provas concretas que ligassem Eduardo e César Azevedo às ações que destruíram a família Oliveira enquanto isso Margarida tentava dar apoio emocional a Juliana que começava a entender o peso do que e a profundidade dos segredos que a cercavam na manhã de uma terça-feira Margarida estava em seu escritório revisando documentos antigos da
época em que Henrique ainda era vivo fotos cartas e até mesmo bilhetes de reuniões traziam à tona memórias que ela tentava decifrar como pistas a cada detalhe encontrado Margarida sentia que se aproximava de algo mais concreto algo que revelasse quem mais estava envolvido foi nesse momento que o Telefone Tocou Dona Margarida é o investigador anunciou a governanta entrando no escritório Margarida atendeu de imediato seu coração acelerado o que você descobriu Tenho boas e más notícias disse o investigador com o Tom Sério que Margarida já reconhecia a boa notícia é que conseguimos acesso a registros financeiros
de Eduardo Monteiro existem transferências diretas dele para César na época do desaparecimento de Beatriz isso é suficiente para abrir um processo contra ele Margarida sentiu um alívio momentâneo Finalmente uma prova concreta que poderia levá-lo à justiça e a má notícia perguntou com a voz controlada o investigador fez uma pausa antes de responder parece que Eduardo não estava sozinho há registros de reuniões e movimentações financeiras que indicam a participação de outra pessoa alguém que ainda está muito perto de você Margarida sentiu o estômago revirar quem Glória Vasconcelos sua cunhada respondeu Ele finalmente ela aparece em documentos
compartilhados com Eduardo e César parece que ela também tinha algo a ganhar com o desaparecimento de Beatriz Margarida ficou em silêncio o choque a paralisando glória sua cunhada que sempre se apresentara como uma aliada após a morte de Henrique era difícil acreditar mas ao mesmo tempo muitas coisas começaram a fazer sentido Glória sempre teve acesso irrestrito à mansão e às Finanças da família sempre foi próxima talvez próxima demais isso é confirmado perguntou Margarida tentando conter a raiva que começava a tomar conta ainda estamos analisando os detalhes mas os indícios são muito fortes sugiro que tome
cuidado ao lidar com ela Margarida desligou sentindo o peso da traição esmagar seu peito Glória alguém em quem confiou durante os momentos mais difíceis de sua vida agora ela tinha que confrontá-la mas Precisava fazer isso com cuidado antes de qualquer atitude impulsiva ela decidiu compartilhar a informação com Juliana Glória perguntou Juliana incrédula enquanto caminhava de um lado para o outro na sala de estar mas ela não era sua amiga não estava sempre ao seu lado é o que parece respondeu Margarida sentada no sofá Ainda tentando processar a notícia mas Se isso for verdade significa que
ela estava me manipulando o tempo todo e mais do que isso ela estava tirando vantagem de uma tragédia que ela ajudou a criar Juliana parou de andar e encarou a mãe o que vamos fazer Margarida respirou fundo a determinação tomando conta de sua expressão Vamos confrontá-la mas vamos fazer isso do jeito certo não quero que ela tenha a chance de escapar vamos até ela mas quero que você fique em segundo plano não sabemos como ela pode reagir eu quero estar lá Mãe preciso estar lá isso me envolve tanto quanto a você Margarida hesitou Mas viu
nos olhos de Juliana a força e a coragem que sua filha herdara dela finalmente assentiu tudo bem mas fique perto de mim o tempo todo Glória morava em uma cobertura luxuosa no Leblon uma propriedade que Margarida ajudara a financiar anos atrás após a morte de Henrique quando cheg gla as recebeu com o sorriso caloroso de sempre sem suspeitar de nada Margarida Juliana que surpresa boa o que as traz aqui disse ela enquanto as conduzia para a sala decorada com móveis caros e obras de arte Margarida não perdeu tempo com gentilezas sentou-se no sofá e olhou
diretamente para Glória o olhar frio como gelo sabemos de tudo glória glória franziu a testa ainda com um sorriso forçado tudo do que você está falando de você de Eduardo Monteiro de César Azevedo de como vocês orquestrar o desaparecimento de Beatriz a cor sumiu do rosto de glória e o sorriso desapareceu ela tentou disfarçar a surpresa mas Margarida percebeu O nervosismo em seus movimentos Glória cruzou os braços e tentou parecer confiante não sei do que você está falando Margarida isso é ridículo não minta para mim Glória Margarida disse sua voz firme temos provas documentos que
mostram sua ligação com Eduardo e César você pode tentar negar mas a verdade já está exposta Glória hesitou o medo começando a transparecer em sua expressão eu eu só fiz o que achei necessário Henrique ele não era um santo Margarida Ele me excluiu me tratou como uma ninguém tudo o que fiz foi para garantir que que eu tivesse algo para sobreviver Margarida levantou-se o rosto marcado pela indignação Você destruiu a minha família você tirou a minha filha de mim e ainda tem coragem de justificar isso como autopreservação eu não sabia que César iria tão longe
gritou Glória Agora desesperada ele disse que era apenas um susto que Beatriz seria devolvida em poucos dias eu juro Margarida eu não sabia que isso iria se transformar nesse pesado Juliana deu um passo à frente as lágrimas escorrendo pelo rosto você não sabia então por que nunca fez nada por que ficou em silêncio enquanto eu crescia sem saber quem eu era Glória olhou para Juliana sem conseguir responder finalmente sentou-se em uma poltrona e enterrou o rosto nas mãos derrotada eu estava com medo César ameaçou me expor disse que destruiria tudo o que eu tinha se
eu falasse alguma coisa eu sabia o que fazer Margarida se aproximou sua voz baixa mas cheia de determinação você fez a sua escolha glória e agora vai pagar por isso naquela mesma noite Margarida entregou todas as evidências ao investigador que garantiu que um processo formal seria iniciado contra glória e Eduardo enquanto assistiam a polícia levar Glória de sua cobertura Juliana segurou a mão de Margarida é o começo do fim mãe disse Juliana com um suspiro sim minha filha mas ainda não acabou Margarida olhou para o horizonte sentindo uma mistura de alívio e tristeza ainda há
mais para enfrentar os dias que se seguiram ao confronto com Glória trouxeram uma mistura de alívio e tensão para Margarida e Juliana glória e Eduardo Monteiro estavam oficialmente sob investigação e César Azevedo também havia sido localizado e preso com base nas evidências Reunidas pelo investigador embora as peças principais do quebra-cabeça estivessem no lugar Margarida sabia que as feridas abertas por essa história levariam um tempo para cicatrizar naquela manhã Margarida e Juliana sentaram-se juntas na sala de estar o sol entrava pelas grandes janelas da mansão iluminando o espaço que por tantos anos parecera vazio e sem
vida agora havia algo diferente apesar da dor e das Revelações difíceis havia Esperança Como você está se sentindo Minha filha perguntou Margarida com a voz Suave Juliana pensou por um momento antes de responder é estranho por tanto tempo eu me perguntei quem eu era de onde eu vim e agora que tenho as respostas me sinto meio perdida mas ao mesmo tempo sinto que estou exatamente onde deveria estar Margarida sorriu segurando a mão de Juliana você está Juliana e eu prometo que faremos desse lugar um L para você não importa o que aconteça daqui para frente
estaremos juntas antes que Juliana pudesse responder o telefone da casa tocou a governanta atendeu e logo entrou na sala informando que era o investigador Dona Margarida Tenho boas notícias começou ele quando Margarida atendeu Estou precisando de boas notícias respondeu ela com um l sorriso ard Monteiro EA confessaram seus crimes admitiram a participação no sequestro de Beatriz bem como no financiamento de César Azevedo Eduardo tentou justificar suas ações como Vingança contra Henrique mas a confissão é mais do que suficiente para garantir uma condenação quanto a glória ela aceitou cooperar para reduzir sua pena entregando mais detalhes
sobre as transações financeiras e as ameaças de César Margarida fechou os olhos por um momento sentindo o peso das palavras do investigador finalmente a justiça estava ao alcance obrigada por tudo disse ela com sinceridade você não faz ideia de quanto isso significa para mim e para minha filha é um prazer ajudar Dona Margarida agora a justiça seguirá seu curso se precisar de mais alguma coisa estarei à disposição Margarida desligou e voltou para Juliana que observava com curiosidade quando margara explicou o que o investigador havia dito jir como estivesse liberando um peso que carregava no peito
finalmente mãe eles vão pagar por tudo o que fizeram disse Juliana com um sorriso tímido sim minha filha e mais importante nós podemos começar de novo mais tarde naquele mesmo dia Margarida e Juliana decidiram fazer algo que há anos Margarida evitava revisitar o quarto de Beatriz que permanecera fechado desde o desaparecimento para margar quarto era como um Santuário Cheio de memórias congeladas no tempo mas agora com Juliana ao seu lado ela sentia que era o momento de abrir aquela porta novamente quando entraram o cheiro de madeira e tecidos guardados as envolveu tudo estava como Margarida
havia deixado o pequeno piano de brinquedo no canto as paredes pintadas de um tom pastel de Rosa os livros infantis organizados na estante Juliana caminhou lentamente pelo tocando os móveis com cuidado como se estivesse tentando se conectar com a criança que ela havia sido mas não se lembrava É estranho disse Juliana Quebrando o Silêncio É como se eu reconhecesse tudo mas ao mesmo tempo fosse algo distante como se fosse um sonho Margarida aproximou-se e colocou a mão no Ombro da filha não importa o quanto tenha sido roubado de nós o importante é que estamos aqui
agora e podemos comear a construir novas memórias juntas Juliana sorriu embora as lágrimas escorrem por seu rosto Obrigada mãe Por nunca ter desistido de mim Margarida a abraçou com força como se aquele gesto pudesse apagar todos os anos de separação você é minha filha Juliana nunca poderia desistir de você nos dias que se seguiram Margarida e Juliana começaram a reconstruir suas vidas juntas Margarida fez questão de passar mais tempo com a filha e Juliana aos poucos foi encontrando seu lugar na mansão e na vida de Margarida elas Riam juntas compartilhavam histórias e até mesmo começaram
a tocar piano juntas novamente mas Margarida sabia que ainda havia algo que precisava ser feito decidiu transformar sua dor em algo maior usando sua fortuna e influência ela anunciou a criação de uma Fundação em nome de Beatriz dedicada a ajudar crianças em situação de vulnerabil e que cresceram sem suas famílias para Margarida Essa era uma maneira de dar significado ao sofrimento que ela e Juliana haviam enfrentado na noite da inauguração da fundação Margarida e Juliana estavam no palco lado a lado a imprensa e os convidados importantes estavam presentes mas Margarida só tinha olhos para sua
filha quando pegou o microfone fundo e a f poros anos viv a filha Beatriz mas contra todas as probabilidades ela foi devolvida a mim hoje somos uma prova viva de que mesmo nas situações mais sombrias há esperança Margarida olhou para Juliana sorrindo e essa Fundação é um símbolo de tudo o que aprendemos queremos ajudar outras crianças que assim como Beatriz enfrentaram o abandono e a perda queremos dar a elas o que nos foi tirado por tanto tempo amor e um lar os aplausos preencheram o salão e Juliana segurou a mão de Margarida com força era
um momento de fechamento mas também um novo começo naquela noite de volta à mansão Margarida e Juliana sentaram-se juntas ao piano Juliana Começou a tocar a melodia que havia sido O Elo invisível entre elas por tantos anos quando Margarida juntou-se a ela as notas pareciam preencher cada canto da casa trazendo vida e calor ao espaço que antes era pelo silêncio e pela dor estamos em casa mãe disse Juliana sorrindo sim minha filha finalmente estamos em casa respondeu Margarida com lágrimas nos olhos enquanto tocavam juntas Margarida sentiu que pela primeira vez Em décadas a dor do
passado começava a dar lugar à esperança de um futuro mais brilhante E acima de tudo ela sabia que juntas poderiam enfrentar qualquer coisa