nós vamos conversar com o Dr José Salomon schwarzman que é professor do curso de pós--graduação de distúrbios de desenvolvimento na universidade maense Dr Salomão é reconhecidamente uma das maiores autoridades nessa área e Especialmente na área do autismo e agora Salomão sai uma estatística do Centro de Controle de doenças nos Estados Unidos o CDC dizendo que nós temos para cada 68 crianças nascidas uma tem autismo Eu lembro que isso muitos anos atrás era um caso de autismo para cada 20.000 crianças isso foi esse número foi diminuindo gradativamente E chegamos aí a um 1% das Crianças agora
menos do que 1% o que tá acontecendo o número de casos está aumentando ou essas contagens é que estão com vieses estatísticos trus eu acho que tem algumas coisas acontecendo né uma é que há uma uma consciência maior a respeito dessa condição então isso antigamente era olhado como algo extremamente raro eh você conversava com pediatras que te diziam que nunca haviam visto um autista na vida você não tinha centros de referência para isso em nenhum lugar do mundo e à medida que isso foi sendo mais conhecido obviamente começou a ser mais diagnosticado uma outra coisa
que tá acontecendo é que o conceito de autismo ele foi descrito em 1943 ele era uma coisa muito limitada os casos eram muito característicos e o conceito veio sendo cada vez ampliado então o que que eu acho que tá acontecendo cada vez mais você começa a identificar pessoas que não necessariamente tem uma doença e entram com o rótulo de autismo de aut funcionamento nesse relatório do CDC eles identificaram diferenças entre as crianças brancas e as crianças negras e aquelas que eles rotulam de latinos não é acho engraçado porque os latinos não t cor não é
tanto faz Se é branco ou negro eles faz fazem parte de uma categoria especial Existe alguma base teórica para essa diferença eu não conheço e diria que aqui no Brasil não existe estudo nesse sentido até porque a gente não tem mais raça branca e preta né é quer dizer hoje no Brasil que isso é uma coisa absolutamente fora da realidade quando você faz um trabalho científico hoje inclusive você nem fala mais em 25% brancos negros porque você já não tem mais isso né é um problema de graduação né Todos nós somos mais ou menos brancos
ou mais ou menos negros né Prof você sempre falam que o autismo como muitas outras patologias em medicina como os outros distúrbios em medicina quanto mais cedo você faz o diagnóstico melhor porque você pode no caso do autismo o que dificulta esse tipo de intervenção precoce o que eu te diria se você tiver conhecimento a respeito e tiver sensibilidade suficiente você começa a perceber em bebês por volta de 6 4 meses que eles têm um comportamento atípico com relação ao autismo especificamente hoje a conduta é se você suspeita que uma possa vir a ter autismo
mas ainda não manifesta claramente a conduta hoje é começar a tratar que é totalmente diferente do que quando eu comecei a trabalhar com autismo quando eu comecei a conduta era existe uma suspeita de que ele seja autista Volta quando ele tiver 5 anos aos 5 anos eu já posso dizer se ele é ou não e começa o o tratamento coisa que não tem sentido e vamos lembrar os primeiros sinais de alerta aqueles comportamentos que a mãe olha e fala at alguma coisa esquisita com essa criança então tirando esses sinais mais sutis que você pode perceber
numa criança de 6 8 meses entre 12 e 18 meses você seguramente tem indicativos interessantes do tipo uma criança entre 12 e 18 meses que não atende de forma sistemática quando é chamada pelo nome e que ouve estee é um sinal de alerta não necessariamente de autismo mas de um desenvolvimento atípico uma criança dessa idade que não aponta não para pedir uma coisa mas para compartilhar atenção com você do tipo Olha o passarinho ou você fala assim olha o avião e ele acompanha ou você mostra uma coisa e diz olha o boneco é suspeito de
que alguma coisa tá errada uma criança que prefere ficar no berço ao ficar no seu colo que não se sente aninhada no seu colo ela fica inclusive irritada que prefere ficar deitadinha isolada de tudo muito quieta demais eu suspeitaria de que alguma coisa não vai bem com essa criança crianças que têm comportamentos repetitivos do tipo balançar na cama balançar a cabeça ficar fazendo assim com a mãozinha exageradamente um bebê normal por volta de 6 8 meses faz isso mas não exageradamente eh comportamentos muito repetitivos e sem um propósito definido uma criança de 18 meses que
brinca com um carrinho Mas em vez de fazer isso com o carrinho ele vira e fica rodando a roda ou ele coloca um na frente do outro ou ele pega uma caixa cheia de carrinho e começa a organizar os verdes Os Vermelhos os azuis ou seja ele não brinca ele organiza as coisas então esses compõem ou um excesso de apego à rotina crianças que por exemplo você costuma levá-la de carro de casa até a escola e um dia você tem que mudar o o o o trajeto porque a rua tá consertando se lá ele entra
numa crise terrível de birra porque ele não admite que você possa mudar e na criança pequena um sinal de alerta é uma seletividade muito exagerada com relação à comida crianças que só comem pastoso numa idade em que já deveriam comer sólido e que comendo sólido só comem determinadas coisas às vezes até colocadas do mesmo jeito no prato agora É estranho um distúrbio em que você tem uma variabilidade tão grande de apresentações não é você tem desde a criança que fica parada na frente da parede balançando que não fala uma palavra até outros autodesempenho intelectual em
determinadas áreas então drausio Mas todos têm comprometimento nas três áreas todos T na comunicação no comportamento e na interação social só que se você que o sujeito tem um pouco de cada é compatível com uma vida vamos chamar de normal né você não tem que ser exuberante do ponto de vista social você não tem que ser o Rui Barbosa da comunicação E você toca tua vida então eu acho que uma das coisas que define o que é característica própria do indivíduo e um transtorno é o grau de comprometimento adaptativo que aquilo traz ao indivíduo você
fala sempre no diagnóstico precoce no tratamento precoce só que o autismo por ser um uma deficiência que atinge circuitos de neuronas que você não pode consertar não é por que que a importância do tratamento precoce Porque é tão defendido assim que as pessoas podem dizer bom mas isso não vai curar mesmo é não não vai curar mesmo né isso a gente deixa Claro pras famílias que por mais que você trate se ele for jeito autista ele vai ser autista o resto da vida mas todos os indicativos são de que o tratamento minimiza os danos todos
agora esse tratamento envolve equipes multidisciplinares não é como é que nós estamos no Brasil nessa área para aqueles que não tem condição financeira de muito mal Estamos muito mal quer dizer a rede pública hoje oferece muito pouco para esse tipo de indivíduo os caps são locais de tratamento Mas eles tratam por muito pouco tempo por semana porque tem muita procura frequentemente com a criança em grupo então eles não seguem a conduta que hoje no mundo é considerada a melhor que é o tratamento com terapias comportamentais e foni atras o estado neste momento não tem capacidade
de fazer isso e e e você acha que isso é um vai ter solução di ou vai ter um encaminho alento essa questão pelo menos pelo serviço público clus o Ministério da Saúde Tá publicando as diretrizes pro atendimento de crianças com autismo na rede pública eu participei de algumas reuniões no papel o planejamento tá estruturado se você me perguntar se isso vai funcionar eu não sei mas pelo menos as coisas estão começando a mudar no final de 1900 de 2012 a presidente di assinou a Lei que pela primeira vez reconhece que autismo é uma deficiência
até então pais de cres autistas não tinham nenhum ajuda porque o estado não os considerava deficientes e eles não entravam na cota em termos de funcionamento de eh trabalhar numa empresa etc isso é de00 de 2012 quer dizer é Ultra recente né mas eu acho que o estado agora tá começando a olhar para essa população enorme né que tá por aí E nós temos médicos Trein para atuar nessa área poucos muito poucos isso a gente vê frequentemente nesses cursos que se faz por aí o número de médicos pediatras que vem é irrisório quem vem são
psicólogos fisioterapeutas fonodiólogo pedagogos mas dificilmente você tem médicos da plateia então não há interesse realmente aparentemente algum medicamento específico para autismo não o que existem são medicamentos sintomáticos não há remédio para autismo e você Vu alguma saída nessa área medicamentosa eu acho no futuro autismo hoje Dráusio é provavelmente a condição neuropsiquiátrica que tem mais investimento são gastos milhões de dólares por ano por laboratórios de pesquisa por Laboratórios farmacêuticos eh eu acho que sim há muito do estudo e andamento do momento há algumas coisas interessantes já produzindo resultado em animais Eu acho que a gente vai
ter não a cura como algumas pessoas estão abrigando mas uma melhora substancial Eu acredito que sim