Dislexia e Alfabetização: orientações para pais e educadores #dislexia #alfabetização #leitura

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Neuropsiquiatria-Neurologia-Psiquiatria
Vídeo de orientação sobre dislexia, elaborado pela Profa Dra Elisabete Castelon Konkiewitz. Aborda a...
Video Transcript:
[Música] Então nesse filme eu elizabe castelon conev médica neurologista psiquiatra professora da Universidade Federal da Grande Dourados vou est falando sobre um assunto que é extremamente importante com o qual eu acabo me ocupando muito na clínica que é a dislexia então a dislexia que é a dificuldade de leitura escrita é um problema na história da humanidade relativamente recente aliás bastante recente por quê Porque embora a leitura e a escrita tenham sido inventadas há milhares de anos na realidade a essa essa generalização da alfabetização como uma necessidade básica para você poder se inserir por exemplo no
mercado de trabalho ou mesmo para você poder lidar com as demandas da vida é algo recente ou seja até 60 70 80 anos atrás a grande maioria das pessoas não sabia nem ler nem escrever e viviam uma vida normal a gente sabe que mais para trás ainda se eu pensar na Idade Média ou se eu pensar mesmo na época do renascimento muitos Reis imperadores Eles não sabiam ler e escrever e as pessoas viviam muito bem e faziam tudo que tinham que fazer só que hoje não dá mais para ser assim hoje a leitura é algo
fundamental para você ter acesso à Vida para você poder se comunicar com as pessoas e para você poder entender as coisas por isso que com essa mudança de forma de vida na nossa sociedade na humanidade na história da humanidade a leitura e as pessoas com a dificuldade de aquisição desse conhecimento dessa proficiência acabam sendo excluídos então por isso que hoje pro homem do século XX é muito importante que ele saiba e que ele consiga ler e escrever e as pessoas que TM esse problema acabam tendo muitas dificuldades Quais são as consequências disso a consequência é
Êxodo escolar trauma na escola fobia escolar a pessoa acaba abandonando o estudo tendo um emprego com menor remuneração e tendo até um risco maior de se envolver com problemas sociais porque ela acaba sendo literalmente excluída por isso que esse assunto é importante por isso que a gente precisa ajudar as crianças por isso que a gente precisa identificar o quanto antes e tomar atitudes Esse vídeo é voltado pros pais e também pros educadores mas muito pros pais porque os pais precisam entender o que o filho tem para procurar ajuda para procurar montar uma equipe que contribua
com a progressão com a evolução dessa criança Então os pais precisam saber o que que é dislexia bem afinal de contas o que que é dislexia ela é uma dificuldade que a criança apresenta que é muito além do esperado paraas outras capacidades que ela tem Ou seja a criança não tem uma deficiência auditiva uma deficiência visual nem tem uma deficiência intelectual que justifique essa dificuldade tão grande em adquirir essa habilidade de ler e de escrever então isso é a dislexia como que eu reconheço é uma criança que lê com muito lentamente ela lê de uma
forma muito errada ela lê de uma forma engasgada ela não entende o que ela lê ela comete muitos erros ortográficos ela não consegue direito separar as sílabas ela não consegue às vezes Separar uma palavra da outra ela não consegue construir sentenças ela escreve uma palavra pela metade ela faz o tempo todo muitos erros e de ortografia Então tudo isso vai fazendo com que a criança vai ficando cada vez mais para trás e se destacando das outras que também cometem todos esses erros mas é no início e depois elas vão rapidamente se aprimorando Então essa é
uma criança com dislexia é assim que eu reconheço E aí que eu começo a a intervir ã a porcentagem de crianças com dislexia é muito grande por isso que esse assunto é importante são de 10 a 20% das Crianças Então são muitas crianças são muitas pessoas que correm o risco de serem excluídas hoje a gente entende que a dislexia não é uma deficiência não é eh no sentido de de de ser um cérebro menos H eficiente ou menos inteligente ou menos capaz que os outros ao contrário a gente sabe que Einstein teve dislexia a gente
sabe que o cine Steven Spielberg tem dislexia a cantora Cher tem dislexia e são inúmera a lista é muito grande de pessoas brilhantes que se destacaram e que TM dislexia Então hoje a gente entra com um conceito que se chama neurodiversidade neurodiversidade é um novo entendimento da mente humana e do cérebro humano admitindo que as pessoas são diferentes que os cérebros são diferentes e que eles processam as informações de uma forma diferente não é igual comida que todo mundo digere carne do mesmo jeito todo mundo digere açúcar do mesmo jeito mas a mente as informações
elas são digeridas processadas transformadas de formas diferentes por pessoas diferentes então assim eu tenho pessoas com déficit de atenção e hiperatividade que eventualmente são até mais criativas ou que podem ter um um um foco muito grande se aquilo for do seu interesse nós temos pessoas com dislexia que tem eh segundo vários estudos Elas têm um talento especial pro processamento visual então para áreas como arquitetura engenharia desenho gráfico navegação espacial eh eu tenho pessoas com eh transtorno do espectro autista mas que também vão ter facilidade em áreas também de processamento visual eh de percepção de detalhes
de de e compreensão de estruturas que às vezes as outras pessoas não conseguem identificar então a neurodiversidade ela admite isso que os cérebros são diferentes as pessoas são diferentes e processam as informações de um jeito diferente e assim é a dislexia Então existe quando você faz a leitura você precisa ativar uma rede de neurônios uma rede de neurônios é uma equipe de neurônios que trabalha junto é uma equipe que entra em cada um tendo a sua função para que chegue a um determinado resultado Tudo indica que o jeito que o paciente ou que a pessoa
com dislexia e ativa essa rede essa equipe é diferente então estudos de ressonância magnética mostram que a o cérebro deles é um pouco diferente a gente tem uma assimetria o lado esquerdo tá muito voltado para esse processamento de linguagem e nas pessoas com dislexia parece que o lado direito ele fica tão associado a isso quanto o lado esquerdo ou seja a lateralização da linguagem a especialização do Hemisfério esquerdo é menor então assim o que que eu disse eu disse que a dislexia É frequente ela comete 10 a 20% das Crianças Eu disse que durante muitos
séculos isso não teve nenhum papel na humanidade porque as pessoas eh adquiriam habilidades não através da escrita mas através da imitação através de habilidades motoras mas hoje isso tem um papel importante e eu introduzi o conceito de neurodiversidade Ou seja que hoje a gente entende que a dislexia não é uma doença mas ela é um cérebro que trabalha de um jeito diferente que processa informações de um jeito diferente a gente também sabe que a dislexia é genética ela ocorre em famílias então Um dos fatores de risco para que uma criança tenha dislexia é justamente ela
ter na família o pai a mãe um irmão com um problema semelhante outra coisa que é importante saber é que a dislexia não é uma coisa assim ou você tem ou você não tem você pode ter graus então eu posso ter alguma coisa de dislexia eu posso ter ela um pouco mais presente eu posso ter uma dislexia muito acentuada Então ela varia dentro de um espectro de idade Além disso as dislexias são diferentes então uma criança pode ter um perfil de dislexia com muita dificuldade na separação de sílabas e na soletração uma outra criança já
vai ter uma dificuldade específica com um determinado tipo de diferenciação entre duas letras por isso que para que se faça um tratamento adequado é importante que se preste atenção naquela criança individualmente que se faça uma avaliação correta para que se veja qual é o problema que aquela criança específica tem porque é para ela que vai ser desenvolvido um modelo um sistema de eh de atividades quer dizer são atividades individualizadas para melhorar a habilidade de leitura e de escrita daquela criança voltada pro problema que ela tem a a dislexia ela tem assim uma causa você falar
assim mas por que que as pessoas têm dislexia tá eu falei que é genético mas a a causa da dislexia ela é ainda não tá 100% fechada então parece que existe uma dificuldade na velocidade de processamento de um modo geral outros dizem que existe uma dificuldade em focar a atenção mas a teoria mais aceita e mais colocada em prática como tratamento é que ex existe na dislexia uma dificuldade um prejuízo no processamento fonológico então eu vou est explicando o que que é essa dificuldade de processamento fonológico que seria então o modelo teórico mais aceito para
explicar a dislexia Então se a gente for explicar o que que acontece no processamento da leitura no cérebro de uma pessoa com dislexia é é preciso primeiro que se Entenda como que uma pessoa sem dislexia processa a leitura para isso a gente precisa entender também como é que é o alfabeto Então o que acontece é o seguinte eh o nosso alfabeto ele é formado por sons por unidades sonoras cada letra que eu faço por exemplo a letra F ou a letra g ela não tem em si nenhum significado ela não remete a nenhuma coisa existente
mas ela remete apenas a um som e quando eu combino esses sons eu tô imitando as palavras faladas E com isso eu crio esse código [Música] [Risadas] [Música] Então como o nosso alfabeto é um alfabeto fonêmico ou seja ele é baseado na tradução de som para símbolo visual eu preciso fazer essa associação no meu cérebro quando eu vou ler ou seja quando eu vejo o símbolo visual eu preciso traduzir isso rapidamente para um som essa tradução ela precisa ser duas coisas ela precisa ser rápida para que a minha leitura seja fluida e ela precisa ser
precisa ela precisa ser exata eu não posso confundir por exemplo mamão com melão ou mamão com mamãe ou gato com rato embora sejam palavras graficamente semelhantes Então eu preciso de exatidão e de fluidez quando eu ativo o meu cérebro por exemplo se eu tô lendo a palavra gato a primeira parte que eu ativo é a minha atenção para que eu me concentre naquilo então eu ativo o meu córtex visual a área da visão e com isso eu consigo ver os símbolos e reconhecer o a forma do g a forma do a a forma do t
e a forma do u em seguida eu preciso ter uma área no meu cérebro que eu ativo dentro dessa equipe de neurônios que transforme esses símbolos g a t esses desenhos em som e numa terceira Instância eu preciso juntar todos esses sons e me lembrar que esse som G se remete a um determinado [Música] [Risadas] [Música] animal determinado animal Então essa rede de processamento que acontece em série ela tem que acontecer de uma forma como eu disse rápida precisa e fluida e parece que aí que tá o problema das Crianças com dislexia elas vão ter
uma dificuldade em conseguir fazer isso ver o símbolo e atribuir ao som a gente chama isso de consciência fonológica que que é a consciência fonológica é eu conseguir entender sacar que os símbolos gráficos os grafemas correspondem aos sons e conseguir manipular isso então se eu tenho por exemplo a palavra gato se eu tirar o g e colocar o r vira rato se eu tirar o r e colocar o m vira mato se eu tiver mato tirar o o e colocar o a vira mata e eu preciso saber brincar com isso e entender isso as crianças
com dislexia elas apresentam muitas vezes agora não todas uma dificuldade anterior de linguagem então às vezes até a gente pensa que a criança tá falando adequadamente mas se você ouvir com atenção você vai perceber que ela não diferencia tão bem os sons o z do s o g do c calinha calinha ou o b do T aboto aboto abodo ou o o o p do B pomba bomba né ou o v do F faca faca vaca faca então às vezes a criança tem uma imprecisão na linguagem que na realidade se deve a uma imprecisão no
seu processamento auditivo que que é o processamento auditivo é a capacidade de diferenciar os sons de identificar onde veio cada som onde cada um aparece Qual que é a diferença deles na composição de uma uma palavra quando que uma palavra começa quando que ela termina quando uma frase começa quando que termina quando que eu tô tendo rima quando que eu tô tendo aliteração aliteração são quando as palavras começam com uma mesma letra O Vento ventava voando na Ventania e eu eu consigo identificar que as palavras estão começando com o mesmo som justamente por se acreditar
que a dislexia está associada a uma dificuldade de processamento auditivo e é uma dificuldade de consciência fonológica é que hoje muitos educadores advogam para que seja instituído na alfabetização métodos fônicos e multissensoriais Ou seja que seja treinado desde o início crianças na pré-escola a brincar e entender essas separações separação de sílabas separação da palavra em fonemas eh reconhecimento de rimas reconhecimento de aliteração mas também juntando as letras com as palavras como se faz no método montessoriano Então tudo isso para mostrar de uma forma muito explícita muito clara e muito repetitiva muito também sequencial muito ordenada
como as palavras são formadas ou seja Algumas crianças vão estar aprendendo isso sem uma instrução tão explícita elas não vão precisar elas já vão percebendo agora muitas crianças como eu disse 10 a 20% das crianças vão precisar de um ensino de um treinamento explícito Claro repetitivo sequencial e que seja devagar passo a passo etapa por etapa então repetindo a consciência fonológica é a minha capacidade não só de diferenciar os sons que compõem as palavras mas de brincar com isso de montar palavras conforme eu mudo as letras reconhecendo que a mudança das Letras leva a mudança
de som e a mudança de significado o processamento auditivo é a minha capacidade de diferenciar os sons então o que que eu tenho que fazer com a criança que tem suspeita de dislexia eu tô com uma criança de 5 anos eu percebo que ela tem uma dificuldade que ela não tá falando muito bem que ela tem uma dificuldade de dicção essa criança não precisa esperar para ter o diagnóstico de dislexia eu começo com uma intervenção precoce isso é extremamente importante intervenção precoce reconhecimento precoce não precisa esperar a criança desenvolver todo o espectro de dificuldades ser
traumatizada na escola perceber que ela não tá acompanhando ter dificuldade de autoestima não a intervenção começa com 4 anos com 5 anos que jeito que é essa intervenção primeiro reconhecer os fatores de risco tem história familiar de pessoa com dislexia tem pessoas com dislexia na família eu já fico atento segundo eu percebo que aquela criança tem uma dificuldade de dicção ela não tá eh expressando soletrando também as palavras eu já fico atento já é já tá indicado eu começar a intervir terceiro durante a alfabetização eu já uso uma instrução mais explícita para todo mundo porque
mesmo para uma criança que não tem dificuldade também é bom então eu já uso essa forma de instrução mais explícita e mais repetitiva justamente para prevenir então quando a gente fala de intervenção precoce usando método fônico de alfabetização usando brincadeiras com rimas com aliteração usando Eh vários jogos de separação de sílabas de separação de palavras formas multissensoriais onde a criança tem que riscar a palavra ou sentir a palavra com o dedo quando eu tô fazendo tudo isso eu estou intervindo com crianças que Talvez tenham a dificuldade mesmo que elas sejam crianças disléxicas mas eu também
estou prevenindo que as outras de um modo geral tenham dificuldade por quê Porque eu disse a dislexia ela é um espectro não é aquelas t e aquelas não tem eu posso ter uma dificuldade um pouco maior a outra um pouco maior outro um pouco maior outro e o outro tem uma dislexia acentuada todas as pessoas vão est tendo proveito todas as crianças vão ter proveito de uma informação explícita e de um treinamento de consciência fonológica eh eu quero dizer também que o trabalho ele precisa ser em equipe então se eu tenho se eu sou professora
ou se eu sou pai e mãe e eu confio que o meu filho tá tendo uma certa dificuldade de linguagem ou depois uma dificuldade na alfabetização uma dificuldade de soletração eu preciso trabalhar com os educadores da escola mas essa criança ela só o o professor na sala de aula provavelmente não vai dar conta da dificuldade dela ela precisa Como eu disse de uma avaliação individualizada Para saber exatamente Quais são as dificuldades daquela criança então ele vai precisar de uma avaliação fonoaudiológica o fonoaudiólogo por sua vez Vamos imaginar que ele Trabalhe com a criança uma vez
por semana ou duas vezes por semana isso também não é suficiente então é preciso que ele instrua o professor na sala de aula que ele instrua o psicopedagogo e até mesmo o pai e a mãe a treinar com a criança em casa e na escola que sejam 15 minutos por dia mas se eu vou aprender por exemplo a dirigir ou se eu vou aprender a patinar não adianta eu treinar uma vez por semana uma hora eu preciso de um treinamento diário ainda que seja por pouco tempo então o trabalho em equipe o fato de um
profissional transmitir o seu conhecimento pro outro e instruir que atividades o outro deve fazer é fundamental falando agora da avaliação que a que essa criança deve se submeter quando eu tiver a suspeita de Que ela possa ter lexia então como eu já disse a intervenção tem que ser precoce Eu não espero a criança fechar todo o quadro de dislexia com atraso de 2 3 anos de alfabetização para eu poder começar a fazer alguma coisa pelo contrário se eu perceber que a criança tem dificuldade de Soletrar tem dificuldade na separação silábica tem dificuldade no reconhecimento de
rimas tem dificuldade no reconhecimento dos sons ou mesmo antes disso se eu perceber que a criança tá cometendo muitos erros de dicção que ela não consegue pronunciar as palavras adequadamente eu já encaminho para uma avaliação específica quem faz essa avaliação específica é o fonoaudiólogo então o fonoaudiólogo ele vai basicamente avaliar o processamento de sons dessa criança primeiramente é feito um teste audiológico básico ou seja uma audiometria para ver se a criança consegue ouvir no segundo lugar uma coisa um pouco mais elaborada mais refinada é o teste do processamento auditivo onde eu vou testar se a
criança tem memória se ela consegue memorizar sons verbais Ou seja que são de palavras ou sons que não estejam Associados a palavras outras formas de ruídos eu vejo o que que a criança se ela consegue diferenciar um som de outro se ela consegue localizar um som de outro se ela consegue identificar uma palavra que faça sentido emem meio a um ruído enfim eu faço um teste de processamento auditivo em terceiro lugar eu vou fazer um teste de conscientização fonológica Ou seja você vai ver aquelas questões que eu falei separação de sílabas identificação das Letras identificação
dos fonemas manipular os fonemas trocar as as letras dentro das das palavras formando novas palav palavras Vê se a criança consegue formar rimas Vê se a criança consegue formar palavras eu dando uma letra para ela e assim por diante Por que que esse teste é importante ele é importante então é importante que a criança seja vista pelo fon audiólogo para que eu possa traçar para que o fonodiólogo possa traçar um perfil individual ou seja dizendo exatamente Quais são as dificuldades dessa criança específica e que tipo de de treinamento ela precisa onde é que tá o
calcanhar de Aquiles onde é que tá a fraqueza dessa criança uma vez feito esse essa avaliação fonológica obviamente que o fonodiólogo tem que dividir esse conhecimento com o psicopedagogo com o professor com os pais para que essas pessoas possam reforçar o trabalho que ele vai fazer com a criança tanto na escola quanto em casa porque muitas vezes o fonodiólogo vai ver a criança uma vez por semana duas vezes por semana e isso não é suficiente para que haja a superação das dificuldades que ela tem quando a gente fala de exame fonológico de exame de audição
eu só quero atentar para um detalhe que é o caso da criança que ouve mal a criança que tem uma deficiência auditiva a deficiência auditiva precisa ser diagnosticada muito precocemente ou seja no primeiro ano de vida e muitas vezes existe um outro pro comum que é a otite média de repetição ou seja crianças que por volta de entre 1 ano de idade até os 3 4 5 anos ficam tendo às vezes infecção de garganta e que vai pra infecção de ouvido infecção de garganta infecção de ouvido ora esse período é um período onde a criança
tá aprendendo os sons da língua dela da língua mãe e quando o ouvido tá tamponado se ele ficar toda hora toda hora sendo tamponado ela vai ficar durante vários intervalos de tempo ouvindo mal ou seja ela vai criar uma biblioteca de sons uma fonoteca no cérebro dela com alguns defeitos vai ter sons que ela não vai ter aprendido direito ela pode ter até um atraso no seu vocabulário então é importante que se reconheça esse problema da otite tratar tentar prevenir porque ele também pode causar uma dificuldade de alfabetização que não é a dislexia porque a
dislexia ela até tá relacionada a um processamento cerebral Mas é uma é mais no sentido de ter sido uma deprivação Ou seja a criança por causa da otite ela ficou durante vários períodos importantes períodos críticos do desenvolvimento da linguagem ela ficou meio surda não totalmente Mas ouvindo mal e com isso a aquisição de linguagem dela foi prejudicada outra coisa que é importante a gente lembrar quando você faz uma avaliação do perfil individual da Criança é sempre lembrar que a comorbidade é a regra que que é isso A grande maioria das crianças não vai ter apenas
um problema então a criança tem dislexia e ansiedade ela tem dislexia e depressão ela tem dislexia e descalca ela tem dislexia déficit de atenção e hiperatividade então muitas vezes as coisas vêm juntas isso não é trágico isso não é dramático isso apenas precisa ser reconhecido para que todos os aspectos da criança se sejam considerados e tratados então a maioria vai ter dois ou três diagnósticos isso é comum isso é a regra quando eu penso em tudo isso a gente começa a imaginar como é que um professor pode lidar com toda essa situação porque afinal de
contas ele tem numa classe 30 alunos um tem dislexia um tem TDH O outro tem transtorno do espectro autista e assim por diante eh talvez eh eu não sou Educadora Então eu também não posso entrar tanto assim nesse mérito eu preciso ter humildade de reconhecer que eu não entendo dessas questões mas eh eu posso vislumbrar por tudo que eu vejo na clínica todas as crianças que eu recebo eu posso vislumbrar que uma mudança de paradigma se torna necessária não só nas escolas como na nossa sociedade ou seja as pessoas são diferentes quase todos são portadores
de necessidades especiais ou seja eles vão ter as suas fraquezas e os seus méritos mesmo uma criança com altas habilidades pode ter dislexia pode ter discalculia pode ter TDH e e tendo ao mesmo tempo as altas habilidades Ou seja eu preciso passar cada criança por uma avaliação individual e eu preciso ter um método de ensino que seja mais flexível que seja mais individualizado e que faça com que cada criança procure dentro do seu caminho dentro das suas vias neurais entender as coisas Talvez um seja mais pela visão o outro é mais eh cinético tendo que
se movimentar o outro vai usar muitos programas de computador a gente vai ter que começar a repensar técnicas de aprendizado o professor imaginar que se ele ficar em frente da sala escrevendo as coisas na lua que a maioria das crianças vão est apreendendo vão est captando o que ele fala isso é irreal isso não é verdade falando agora especificamente pras crianças que TM dislexia O que que a gente pode assim recomendar como coisas bem concretas então primeiro não desmascare a criança em público Ah ele tem dislexia ele escreve errado olha que erro horrível que ele
fez olha que que o fulaninho escreveu esse erro então jamais crie esse constrangimento essa exposição sabendo que a criança tem dificuldade não peça para que ela vai escrever na lousa e não peça para que ela leia em voz alta se a criança tiver uma dificuldade realmente mais acentuada é um caso de dislexia mais acentuado ela vai precisar sim de um tempo extra para fazer a prova e talvez até de um local Extra com espaço Extra às vezes mais espaço na folha Às vezes a folha tem que ter os riscos demarcando onde é para ela escrever
às vezes um professor Alguém tem que est do lado dando algum um feedback dando um retorno imediato para que a criança vá se corrigindo muitas vezes a criança também às vezes vai ser o caso de dar preferência para uma avaliação oral ou seja qual que é o resumo é eu não ficar repetindo a criança e retendo uma pessoa que pode ser extremamente inteligente talvez até portador de altas habilidades por causa de uma dificuldade que ele tem então ao contrário eu tenho que deixar essa pessoa fluir eu preciso deixar essa criança se desenvolver desenvolver todas as
suas capacidades descobrir os seus próprios talentos e aquele aquela ajuda Extra que ela precisa para aquela área eu vou est fornecendo não é produtivo repetir a criança de ano achando que no próximo ano ela vai aprender não o que é produtivo é que você manté a criança no fluxo com as outras tendo conteúdos apropriados paraa sua idade desenvolvendo as suas capacidades mas que tenha esse apoio individualizado nas áreas de que ela precisa aqui entra uma outra coisa super importante que é a questão da autoestima então a criança uma pessoa que tem dislexia muitas vezes ele
se sente péssimo porque ele vê que todo mundo tá lendo todo mundo entendeu o texto todo mundo acompanhou e ele não ou uma leitura de texto que demora 15 minutos pros outros para ele ele vai precisar de 45 minutos a uma hora ou seja ele não conseguiu ler o texto ele não conseguiu concluir a atividade então muitas vezes essa criança ela recebe eh palavras do tipo você não tá se esforçando Você é preguiçoso ou você é até menos inteligente então o professor e os pais precisam saber o que é dislexia para não pensar isso e
não transmitir isso paraa criança repetindo eles podem ter altas habilidades podem ser extremamente capazes extremamente disciplin e esforçados Então essa é uma dificuldade específica pensando na questão da autoestima eh enquanto eu trabalho com as questões em que a criança tem deficiência por exemplo a questão da da leitura ou Aquilo em que ela não vá bem eu preciso ao mesmo tempo me esforçar muito para descobrir e estimular Aquilo em que ela se destaca então muitas vezes pode ser o desenho pode ser a pintura pode ser a música Pode ser uma atividade no coral uma atividade na
Banda uma atividade na no num grupo musical uma atividade esportiva mas a criança precisa ter alguma coisa que ela faça bem que ela mostre inclusive pro grupo eu preciso abrir oportunidades para ela mostrar pro grupo Olha isso olha veja como o a pessoa ali que tem dificuldade de leitura que atrasa nas atividades mas olha o que que ele sabe fazer olha como ele construiu essa maquete tão bonita Olha a pintura que ele fez olha o desenho que ele fez olha o plano arquitetônico que ele fez então a escola o grupo precisa propiciar isso para que
a criança se veja é a história do Patinho Feio para que todo mundo veja que ele não é um patinho feio Ele também é um cisne real então o grupo vai olhá-lo com outros olhos então a questão da autoestima a questão de descobrir alguma coisa que a criança faça bem para que ela Acredite nela mesma para que ela Acredite nas suas capacidades isso é tão importante quanto todo o resto que eu falei de avaliação fonoaudiológica de tratar as questões de processamento auditivo de consciência fonológica etc é tão importante quanto talvez até mais aí prestar atenção
também na questão do bullying Então essas crianças elas podem se o professor não entender a situação e não tomar essas atitudes e não ficar atento aquela criança pode começar a ser excluída porque todo mundo terminou a atividade ela não todo mundo consegue ler em voz alta corretamente ela não as pessoas escrevem bem na lousa Ela não ela não consegue terminar a prova então o professor precisa saber o que é dislexia ele ele não pode criar situações que criem um constrangimento pra criança e ele precisa perceber se alguma coisa de bullying tá começando a se desenvolver
e já cortar isso pela raizs então eh a gente se pergunta eu acho que Muitos pais vão se perguntar assim mas quanto tempo tempo vai essa história da dislexia tudo bem meu filho teve uma dificuldade de aprendizado de leitura e escrita e agora vai ser um tratamento por quanto tempo o que acontece é o seguinte como eu disse a intervenção deve ser precoce eu não espero fazer o diagnóstico de dislexia para começar a agir então a criança com 5 anos ela já tá apresentando alguma dificuldade de dicção tá apresentando uma dificuldade de soletração de reconhecimento
de rimas de formação de palavras de memorização de antigas tudo isso já é uma indicação para eu começar com uma avaliação foni ológrafo se a criança tiver a dislexia mesmo isso vai depender da severidade da gravidade do problema é possível que esse problema a acompanhe a vida inteira então a vida inteira uma pessoa de 40 anos ele é um leitor mais lento Ele tem ele precisa de mais tempo para processar um texto para concluir uma atividade e muitas vezes ele vai cometer erros ortográficos muito mais que as outras pessoas Então escreve muito errado principalmente se
tiver obtenção se tiver so stress no entanto isso não o impede de conseguir muitas coisas então ele pode estudar ele pode se formar ele pode ser um excelente profissional hoje a gente sabe que os erros ortográficos nem são tanto problema porque as pessoas têm programas né o próprio Word ele já vai corrigindo aquilo que você eh escreve e existem outros aplicativos também para isso eh a dificuldade de leitura também pode não ser um problema ela pode ser circuns por exemplo eu posso usar audiolivros eu posso preferir que alguém Leia aquilo para mim ao invés de
eu mesmo estar lendo ou eu simplesmente me adapto e tomo mesmo um pouco mais de tempo para poder ler então existem vários casos como eu já disse de pessoas altamente bem sucedidas e que T dislexia e que vão morrer com a dislexia e morrer com essas dificuldades aliás quem não tem as suas dificuldades quem não tem a sua dificuldade de atenção de ação de organização de leitura ou de cálculo ou uma dificuldade de equilíbrio emocional ou uma dificuldade de comunicação uma dificuldade de expressão uma dificuldade de falar em público Todos nós temos uma ou outra
dificuldade A ideia é você ter consciência disso e criar mecanismos de adaptação para isso então a resposta aos pais é assim não se sabe quanto tempo isso vai durar a pessoa vai precisar de ajuda enquanto ela tiver precisando de ajuda e aos aos poucos ele vai se tornando um adolescente e um adulto que consegue ele mesmo desenvolver mecanismos de compensação dessas dificuldades que ele tem e com isso ele vai ser adaptado vai ser aceito Vai ser inserido no mercado de trabalho e na vida social e pode ser uma pessoa muito feliz [Música]
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