O Stanley, o senhor de idade, é barrado na recepção de um hotel cinco estrelas porque suas roupas e aparência não estavam à altura dos outros hóspedes. Mas, quando finalmente pôde revelar sua identidade, ninguém acreditou na confusão que tinha sido armada. Dizem que a forma como tratamos as pessoas, principalmente as que não conhecemos, é a chave para identificarmos nossa índole; somos pessoas tão justas e inteligentes quanto achamos que somos.
Na história tocante de hoje, vamos conhecer a história de Stanley e como ser expulso de um hotel o lembrou das coisas mais importantes sobre o nosso relacionamento e comunicação com as pessoas. O senhor, já com uma certa idade, exausto, parou na calçada e olhou para o hotel cinco estrelas do outro lado da rua. Ele usava roupas comuns e um par de sapatos já um pouco gastos de tanto uso para trabalhar.
O senhor passou pela porta automática do hotel, entrou no lobby; o espaço estava impecável: decoração moderna, assentos acolchoados, o piso brilhante que refletia a luz que entrava pelas amplas janelas. Na recepção, estava uma mulher bem vestida em pé, com a postura impecável e maquiagem leve, exibindo um sapato de salto que parecia caro. Quando o homem de roupa comum e sapatos gastos parou perto dela, a mulher bem vestida olhou de cima a baixo.
Levou menos de dois segundos para que ela julgasse que aquele senhor não era um hóspede ou um cliente; achou que era alguém que precisava de algum tipo de informação e rezou para que não fosse uma pessoa em situação de rua que tinha entrado ali para perturbar os hóspedes. Parecia que a qualquer momento o sapato do velho iria se abrir. Para completar, ele tinha duas manchas de suor debaixo das axilas e uma barba por fazer que dava um aspecto ainda mais velho e desleixado à sua aparência.
Ele se aproximou da recepcionista, bem vestida, e ela ficou tensa imaginando o que aconteceria em seguida. O velho a cumprimentou e disse que precisava de um quarto para aquele dia; enquanto dizia isso, tirou sua carteira do bolso. Era uma carteira já velha também; uma mulher que tivesse muitas notas grandes ali dentro, ela viu apenas um cartão de crédito e o que parecia ser uma série de documentos, nada que indicasse que ele era como a maioria dos hóspedes de um hotel cinco estrelas.
A mulher então fez sinal para que ele nem continuasse a procurar dinheiro, cartão ou o que quer que fosse na carteira, pois não teria como reservar um quarto naquele dia; todos os quartos já estavam ocupados. Ela disse. O velho guardou a carteira e olhou para a moça na recepção.
O nome dela era Mariana. Ele disse: "Olha, Mariana, eu passei por muita coisa até chegar aqui. Não tem como sair pela cidade procurando um quarto e acho que vocês têm pelo menos umas doze acomodações vagas.
" Atrás de Mariana havia uma fileira de cartões de acesso com os números dos quartos ao lado, provavelmente indicando que aqueles cartões não tinham sido tomados por ninguém ainda. Encurralada, a recepcionista achou melhor ser honesta com aquele homem e tratou de explicar a situação sem perder a calma. "Meu senhor, entendo que este é um hotel de luxo que atende a um público Classe A, que geralmente chega aqui de carro ou de táxi executivo e não vai entrando a pé.
Não é um local que todos podem pagar; temos uma reputação na cidade e não podemos colocar em risco entregando um dos nossos quartos vagos a alguém que não é do mesmo nível social que o restante dos hóspedes. O senhor me entende, não é? " O velho ouviu tudo com a mesma paciência que a moça demonstrou, mas seu olhar parecia abatido pelo cansaço e mais recepcionado a cada frase que ela pronunciava.
Ele então disse que Mariana estava enganada e que tudo o que ele queria era um quarto naquele hotel, pois já fazia muito tempo que não descansava. "Poderia ser até o quarto mais simples", disse. Mariana se limitou a dizer que não era assim que as coisas funcionavam ali.
O velho então pediu para falar com a gerência, mas quem apareceu foi o supervisor do hotel. O supervisor chamava-se Howard e se apresentou sem estender a mão para o homem. Mariana rapidamente contou o que estava acontecendo e Howard não deixou de olhar o homem nos olhos em momento nenhum, mantendo uma postura rígida.
Ele deu razão à recepcionista e disse ao velho que alguns quarteirões mais adiante havia um hotel com menos estrelas e lá ele poderia ser atendido. Mas o homem se recusou a andar na direção indicada pelo supervisor. Então, Howard pediu a intervenção do segurança, que agarrou o velho e o arrastou até a porta de entrada.
Quando já estava meio caminho, o supervisor pediu que o segurança parasse. O velho pensou que, enfim, aquelas pessoas tinham percebido o erro que estavam cometendo, mas não era isso. O supervisor disse para o segurança tirá-lo pela entrada de serviço, pois não pegaria bem se vissem aquela cena pela entrada social do hotel.
O segurança era um homem enorme e conduziu o velho sem problemas por um corredor até os fundos do hotel. O velho protestava, dizendo que estavam todos cometendo um erro e que queria falar com a gerência. O segurança só fazia o que o supervisor mandou.
Ao chegarem na área de serviço, deram de cara com Vera, que estava operando as máquinas de lavar roupas do hotel. Ao ver o segurança grandalhão usando tanta força contra um senhor de idade, ela disse para ele parar com aquilo. O segurança respeitava Vera, então soltou o homem.
"Por que ele está saindo aqui pelos fundos? " Ela perguntou. "É assim que tratamos as pessoas agora nessa empresa?
" O segurança disse que só estava cumprindo ordens e que, se ela não gostava daquilo, poderia reclamar com. . .
Supervisão. Vera diz que a entrada de serviço é responsabilidade dela e que ela ia cuidar do resto. O brutamonte saiu dizendo que o velho era responsabilidade dela, então, e que ela se virasse.
Eu me aproximei do homem, me apresentei e perguntei o nome dele. "Mas pode me chamar de Stanley," ele respondeu, fechando os olhos e levando a mão à cabeça. Vera prontamente tirou do bolso uma pílula branca e ofereceu a ele.
"Sua cabeça dói? " Ela perguntou. "Toma essa, querida, você vai melhorar.
" O velho agradeceu, e a mulher disse que seu turno já havia terminado. Agora, estava esperando o marido vir buscá-la. Enquanto isso, uma dupla de camareiras apareceu na área de serviço e viu Vera com um homem que, além da idade pouco avançada, estava de roupas simples, sapatos desgastados, e agora, todo amassado e descabelado.
Elas não perderam tempo e provocaram a colega, dizendo que sabiam que o marido dela não era nada mais capacitado, mas que trocariam por aquele homem. Ali, no ambiente de trabalho, já era demais, "O fundo do poço! " "Olha que engraçadas vocês duas; não trabalhavam para ela," respondeu.
Stanley não ficou ofendido e até achou graça no atendimento das camareiras, mas ele também notou que Vera ficou encabulada. As camareiras foram embora rindo. Stanley quis saber que comentário foi aquele sobre o marido dela não ser uma pessoa.
Vera respirou fundo e começou a contar a história. Seu marido, Christian, agora era um deficiente físico. Depois de perder a perna em um atropelamento, o motorista avançou o sinal fechado e bateu com a dianteira do carro no corpo de Christian, que atravessava a rua.
O acidente destroçou sua perna. Ele foi atendido por um serviço de resgate e precisou ser encaminhado com urgência para o centro cirúrgico. Os médicos tentaram, mas sua perna não tinha salvação.
Acabou amputada. É claro que Christian não ficou feliz com essa consequência do acidente, mas não se desesperou. Vera diz que, apesar de tudo, ele estava grato por ter sobrevivido e que acreditava que ainda teria um futuro promissor.
A juventude de Christian havia sido difícil; nunca conheceu o pai e a mãe morreu de câncer quando ele era adolescente. Passou muito tempo vivendo em uma casa de amparo, terminou os estudos e começou a trabalhar. Conheceu Vera e, com dificuldade, juntaram seus rendimentos mensais para viverem juntos em uma casa muito pequena e simples na periferia da cidade.
E eles não tinham filhos. Fora que, na modesta residência, a única posse de valor do casal era um carro popular que tinham comprado com quatro anos de muita economia e sacrifício. O marido usava o carro para trabalhar como motorista de aplicativo, e naquele momento já estava chegando para pegar sua esposa no trabalho.
Stanley acompanhou Vera até a saída da área de serviço, por onde a segurança havia enchido o talo minutos atrás. Ele a convidou para conhecer o marido e a casa deles. Vera não esperava por aquilo e ficou sem reação.
A princípio, estava exausta e não tinha resolvido a situação no hotel, mas uma pessoa que poderia ser uma boa companhia para conhecer melhor aquele casal acabava de surgir. Quando Christian chegou, os dois entraram no carro e foram em direção à casa na periferia da cidade. O marido de Vera, mesmo sendo um cara legal, sabia conversar e não estranhou a amizade repentina entre Stanley e ela.
Para que Christian pudesse dirigir, o carro era adaptado para sua deficiência física. Durante todo o trajeto, Christian reclamou da vida. Em momento algum, o que mantinha um ar de leveza, e no máximo, comentou que tinha dores na lombar.
Não sabia se era por causa do acidente ou porque passava o dia todo sentado dirigindo. "Acho que preciso caminhar mais," ele disse brincando. Stanley percebeu que não se sentia tão solto e à vontade com alguém há anos.
Ele conseguiu descansar na casa de Vera e Christian sem precisar deixar de conversar com os dois. As horas foram passando. Vera achou que aquele senhor de idade talvez não tivesse para onde ir e o convidou para passar a noite.
Estranho, né? Ele aceitou e dormiu no antigo sofá da sala. No dia seguinte, Stanley se levantou e tentou arrumar os cabelos e a camisa com as próprias mãos, recusando a oferta de Vera que se prontificou a passar sua roupa.
Stanley apenas pediu que Christian não o deixasse de volta no hotel, já que Vera também iria para lá. E foi pela área de serviço que os dois entraram. Vera não contestou as ações do homem, mas temia que pudesse ser expulso novamente.
O que, por pior que fosse, Jack Howard, o supervisor, poderia querer chamar a polícia dessa vez. Stanley atravessou os corredores do fundo do hotel. Ao chegar lá, parou em um canto enquanto Mariana conversava com uma mulher de terninho.
O crachá dizia que se chamava Leila e que ela era gerente do lugar. Stanley se aproximou, e Mariana sentiu um frio na barriga ao vê-lo novamente na recepção. Ela pediu licença à gerente e foi na direção dele, já dizendo que ele tinha que sair.
Ao ver o comportamento da recepcionista, Leila empalideceu. Stanley ignorou Mariana e passou a falar diretamente com a gerente. "Leila, como é que você está administrando as coisas por aqui?
Eu estava a um passo de te dar uma promoção e colocar você na gerência de mais hotéis da nossa rede, mas parece que essas pessoas aqui não fazem a menor ideia para quem elas trabalham. " Leila começou a pedir desculpas a Stanley quando Mariana, enfim, percebeu que estava diante do dono do hotel e pediu mil perdões, dizendo que não o reconheceu. "O Stanley, vestido daquele jeito," ele disse, "tentei me identificar, tirei a carteira para mostrar meus documentos a Mariana, mas ela não deixou nem eu me apresentar.
" Ele estava vestido assim porque, uma vez por mês, fazia trabalho voluntário no. . .
O abrigo de animais daquela região tinha passado muito tempo organizando as coisas. Não abriu e não se deu conta de que estava sem celular para chamar um carro para levá-lo para casa. Por isso, resolveu ir até um de seus hotéis mais próximos, mas para Stanley tudo isso era o de menos.
Ele disse que o tratamento que deram a ele era inaceitável, não porque ele era o dono do lugar; aquele tratamento era cruel, sem a mínima consideração pela pessoa humana. Stanley disse que teria que revisar o papel de todos os funcionários naquele hotel e não tinha como garantir que gerente, supervisor, recepcionista ou segurança manteriam os seus empregos, porém deixou claro que Vera, a responsável pela área de serviço, havia se mostrado uma pessoa com muito mais trato para lidar com a situação. Pedir alguma coisa valia todo o estresse causado por aquele incidente.
Era que Stanley tinha encontrado uma pessoa em quem confiar e que não deixava que as cinco estrelas do hotel se oxidassem por seu comportamento. Mariana pediu que não fosse mandada embora, pois ela, ao erro, estava disposta a mudar. Então, a gerente disse que tudo bem; ela poderia ficar, mas teria que fazer um mês de estágio na área de serviço do hotel, onde não trabalharia com roupas bonitas, joias, sapatos de salto e maquiagem.
Mariana disse que não faria isso, que não participaria daquela punição; ela se sentiria humilhada e rebaixada, e isso era inaceitável. Stanley olhou com pena para ela, colocou as mãos em seus ombros e disse, com toda a calma do mundo: "Quer dizer que você acha que ser cozinheira, faxineira e camareira é ser humilhada? Acha que essas pessoas não estão à sua altura?
Pois saiba que elas são muito dignas. A punição é o que você causa a todos nós com a sua arrogância. A única coisa inaceitável aqui é a sua falta de humildade.
" No dia seguinte, um homem de terno e gravata chegou, ao fim da tarde, à casa de Vera. Christian se apresentou e disse que cuidava de assuntos para o senhor Stanley. Àquela altura, já sabia que o velho que conhecera no dia anterior era, na verdade, o seu chefe no hotel, e não podia acreditar no que acontecera.
O homem de terno estava ali para dar boas notícias: Christian ganharia uma perícia estética e um tratamento fisioterapêutico para suas dores. Além disso, teriam uma casa melhor, mais espaçosa, em outra parte da cidade, mais próxima da área comercial. Se Vera concordasse, iriam pagar um curso intensivo de administração para que ela se preparasse para subir a um cargo de nível mais alto no hotel.
Vera e Christian ficaram atordoados com as notícias. Estavam felizes, mas ao mesmo tempo achavam que era um presente demais para um casal que não tinha feito nada de especial para aquele senhor de idade. O engravatado então respondeu que o mundo tinha se tornado um lugar cheio de pessoas mesquinhas, orgulhosas e egoístas.
Um ato de bondade como o que Vera e Christian haviam demonstrado era raro e fez Stanley perceber o que realmente importa na vida: lembrar de como era estar próximo de gente que faz outras pessoas se sentirem bem. Se você gostou desse vídeo, peço, por favor, para retribuir com carinho, deixando um joinha e esse vídeo que está aparecendo e provavelmente vai te emocionar também. Boa sessão para você e até o próximo vídeo!