Olá meus amigos! Iniciamos, hoje, mais um episódio de nosso estudo do livro Gênesis de Moisés. No episódio anterior, nós comentávamos sobre, a chamada árvore do conhecimento do bem e do mal e iniciamos uma abordagem da árvore de vidas.
Quem perdeu essa parte introdutória, é só voltar no último episódio, que é bastante importante para que nós possamos dar prosseguimento. Daqui nós retomamos o tema. A primeira coisa que nos chama a atenção é a palavra ‘conhecimento’.
Ela deve ser analisada com muito cuidado para que nós não encaminhemos em direção a falsas interpretações. A palavra yadha (conhecer, em hebraico) significa um conhecimento que vem da experimentação dos sentidos de uma experiência pessoal. É o que ressalta, por exemplo, do emprego desse verbo no livro Provérbios.
O conhecimento, então, humano é aquilo que foi apreendido pelos sentidos, que foi experimentado pela criatura e que se tornou uma experiência única e pessoal daquela pessoa. Mas, este é apenas o significado básico do verbo, porque quando nós ouvimos a proibição de se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, como nós já comentamos anteriormente, devemos fugir de dois extremos. O primeiro extremo é acreditar ser possível à criatura aquele raio da sabedoria divina, que somos nós, a possibilidade de atingir o conhecimento absoluto que pertence somente ao Criador.
Por mais ampla a evolução do Espírito, por mais altas as esferas que ele habita por mais longa tenha sido a sua jornada evolutiva, quando nós comparamos esse ponto que o Espírito atingiu com a posição soberana do Criador, nós só podemos afirmar com toda segurança que a distância é infinita. O Espírito mais evolvido está infinitamente distante de Deus, porque sé Deus é soberano o suficiente para abranger o infinito, o incomensurável, a obra divina não pode ser medida (é isto que sai da palavra incomensurável), não pode ser delineada, não pode ser localizada. A criação divina ultrapassa a nossa capacidade de visualização, de percepção e de apreensão.
É, por esta razão, que só há um Deus. Deus é único. Como nos dizemos que deus é unico.
Não se trata apenas de uma afirmação do monoteísmo judaico, de uma afirmação matemática, numérica, no sentido de que existe um e não existe dois, três, quatro. Não é apenas uma afirmação de caráter quantitativo. É uma afirmação, também, de caráter qualitativo.
Do ponto de vista da qualidade não há nenhum ser que se equipare a Deus. Este é o ponto fundamental! Não há nada que chegue sequer perto da grandeza divina.
Este é o sentido do monoteísmo, do Deus único. Ele é único, não no sentido da quantidade (não tem outro). apenas Isto é uma decorrência.
Mas, Ele é único no sentido das qualidades. Onde nós conseguimos aprofundar nessa grande questão da religiosidade humana? Na pergunta nº 13 de O Livro dos Espíritos quando Kardec, com muita sabedoria, muita sabedoria, abordou com os Espíritos o tema dos atributos da divindade.
Pensemos assim: quais são as qualidades de Deus que o tornam único? Quais os traços de caráter? caráter?
Quando você olha para alguém – para o seu pai, para a sua mãe, um irmão, uma irmã, um tio, uma tia, um filho, uma filha, um amigo, uma amiga – você consegue identificar traços de caráter, qualidades que aquele Espírito possui que o tornam único, são traços de caráter. Pois bem. Quais seriam os traços do caráter de Deus, as Suas qualidades, aquilo que Ele tem, aquilo que Ele exibe, aquilo que Ele demonstra na sua ação, nas suas escolhas, nas suas decisões, na forma como Ele conduz o Universo?
O que nós podemos depreender? Kardec é muito cuidadoso ao dizer que nós não podemos, listar Fazer uma lista, um Check list de todas as qualidades de Deus, porque Deus possui qualidades que nós, sequer, sabemos que existem. Então, Kardec não tentou fazer um rol que esgotasse, um rol fechado, amplo, onde Deus estivesse completamente mapeado, porque isto não é possível.
Mas, ele sabiamente diz: ‘aqui não estão todos os atributos de Deus, mas estão aqueles sem os quais Ele não seria Deus’. O que Kardec quer dizer com isto? São os atributos mínimos.
Quais as qualidades mínimas, as características elementares, o mínimo que Deus tem que ser para que Ele seja Deus? Nós vamos perceber que nos atributos está que Deus é imaterial. Matéria e uma coisa é uma criação divina.
Mas, Deus não é matéria. Deus não é matéria. Nós não podemos nem dizer que Deus é Espírito se formos ser rigorosos, porque os Espíritos vão esclarecer que há três elementos gerais: três elementos gerais: (eles não disseram dois elementos gerais: Espírito e matéria) disseram três Deus, Espírito e matéria.
O Espírito também é uma criação divina, é algo que o Criador cria. Ele é mais que o elemento espiritual e material. Onipotente, é o supremo poder.
Supremo em bondade, supremo em sabedoria. Nós precisamos entender este aspecto qualitativo. qualitativo.
É claro que nós usamos, aqui, imagens que são muito pálidas, porque nós estamos abordando questões da mais alta transcendência. Toda vez que nós falamos sobre Deus, devemos fazer com o máximo respeito, com reverência, com humildade, porque é uma formiguinha falando da galáxia. Nós precisamos ter humildade e entender que a simbologia, as metáforas que nós estamos utilizando são didáticas, apenas para facilitar a nossa compreensão.
Nós poderíamos dizer que há Espíritos cuja abrangência abarca, por exemplo, um planeta? Sim. Há o Cristo que cuida do planeta.
Agora, há Espíritos cuja abrangência, cujo poder co-criador conseguem já abarcar o Sol com o seu conjunto de planetas? Sim. Daí, nós podemos, seguindo esse raciocínio, imaginar, por exemplo, um Cristo cuja a abrangência abarque toda uma galáxia, composta de cem bilhões de sistemas solares.
Então, quando nós pensamos em um ser dessa magnitude, para nós, simples criaturas humanas sujeitas à reencarnação, estar diante de um ser dessa grandeza é correr o risco de comparar esse ser a Deus. Para nós ele teria um aspecto divino, seria uma divindade. Mas, não!
Ele também é um filho, ele também é criatura e a abrangência deleé uma galáxia. O nosso Universo estima duzentos bilhões de galáxias. E, agora, a Ciência já tem elementos para afirmar que um dia todas essas galáxias viveram juntas em um ponto, surgiu um big bang, mas eles já percebem que pelo estudo da energia existem outros universos sofrendo também big bangs, expansão, ao infinito.
Nós não podemos imaginar que a criação divina tem quinze bilhões de anos porque é a idade estimada do nosso universo e tem vários universos em expansão, com seus bilhões de galáxias. E, se você for fazer esse raciocínio – eu convido todos a fazer esse raciocínio - hoje e termina quinta-feira que vem: vai pensando cada vez maior, até você se convencer que o infinito é maior do que você pode pensar. Fica um dia pensando universo, universo, universo, e a hora em que você cansar, pense assim: o infinito é infinitamente maior do que isto e Deus está para lá do infinito.
A sensação de qualquer criatura, A sensação de qualquer criatura, diante do Criador, é a de um grão de areia diante de uma galáxia. Não importa a evolução dessa criatura, para que nós entendamos o que é Deus, a dimensão do Criador. Isto é importante!
Por que isto é importante? Para que quando nós estudemos a proibição, – foi dada uma proibição, uma norma, uma lei divina (não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal) – vamos fugir dos extremos. Nós sabemos que jamais Deus proibiria a criatura de conhecer como Ele, Deus porque isto é impossível.
Não se proíbe aquilo que é impossível. Nós não vamos encontrar em uma legislação uma proibição de se fazer algo que é impossível fazer. Você não vai ver, por exemplo, lei de ocupação do solo: ‘é proibido duas casas ocuparem o mesmo lugar’.
Não precisa, porque isto é uma impossibilidade física. Não se proíbe o impossível. Quando Moisés proíbe o contato com os mortos, é porque é possível.
Se o contato não fosse possível, ele não proibiria. Então, Deus não vai proibir a criatura de conhecer como ele porque não tem jeito. Este é o primeiro extremo do qual devemos fugir.
Isto tem que ficar muito claro. Não viria de Deus uma proibição tola como esta: o Criador absoluto proibindo a sua criatura relativa de ser como Ele. ‘Olha, meu filho, você está proibido de ser como eu’.
Não precisa! Não é possível! Não é isto!
Então, a proibição não é! Já está começando a complicar. O que Deus está proibindo, então?
Agora, vamos para um outro extremo. Há teólogos que comentaram Gênesis e falaram isto acreditando piamente: de que a proibição – se comer da árvore do bem e do mal – era no sentido de preservar a criatura na ingenuidade, quase que em uma espécie de infância espiritual. ‘Olha, você não conhece o bem e o mal não, senão você vai evoluir, senão você vai adquirir sabedoria, senão você vai adquirir discernimento!
’ Este é o outro extremo! É claro que a proibição não pode ser esta, porque a lei divina é lei de evolução para todos os seres e coisas do universo (frase de Emmanuel, no livro O Consolador, na parte em que ele vai falar da Física, logo no início do livro Consolador). A lei divina é de evolução para todos os seres e coisas da criação Tudo está em um processo de aprimoramento.
Nós não podemos imaginar o Criador se contradizendo e proibindo a criatura de crescer espiritualmente. Como que se cresce espiritualmente? Ganhando discernimento, ganhando lucidez, ganhando experiência, ganhando conhecimento, apreendendo e identificando o ambiente, enfim, crescendo.
Perdendo, naturalmente, a ignorância e a ingenuidade, porque evoluir é perder a ignorância e a ingenuidade e, cada vez mais, ganhar maturidade espiritual; é sair da infância espiritual para entrar na maturidade espiritual. Nós não podemos imaginar que Deus quisesse um Adão e Eva como criancinhas espirituais sem discernimento nenhum. Não pode ser isto.
Então, nós vamos fugir desses dois extremos, que é o que nós comentamos no episódio anterior e vamos ter que encontrar, agora, um caminho do meio, algo que fique situado entre esses dois extremos. Nós não podemos ser como o Criador (nem que queiramos, não precisar nem Deus proibir) e se criancinhas espirituais também não é o desejo Dele. Qual é a proibição?
Do que está falando aqui? Está falando aqui do conhecer o bem e o mal no sentido de tornar absoluto o que é relativo. Esta é a proibição: tornar absoluto o que é relativo.
A minha experiência evolutiva foi conquistada com alegrias e com o sabor amargo das lágrimas, porque os Espíritos – já lemos isto também no episódio anterior -, necessariamente, passam pela fieira da ignorância. Evoluir é estar na estrada da ignorância. Para quem está atrás de você, você deixou de ser ignorante; para quem está na sua frente, você está mais ignorante.
Essa fieira da ignorância significa que, à minha frente, eu tenho uma estrada que vai ao infinito. Qual o tamanho da minha ignorância? Infinito.
Mas, quando eu olho para trás, o que eu já percorri, eu consigo medir em comparação a. Mas, é sempre assim. Como é que eu sei que um som é alto ou baixo?
Se eu colocar um volume dentro de uma casa é alto, mas liga isto em um estádio de futebol! Vira baixo. Som alto e som baixo é sempre uma comparação.
Sabedoria também, é sempre uma comparação. Se você olha para os trechos já percorridos, você identifica o seu cabedal de sabedoria, o quanto você se aprimorou e o quanto de ignorância você já se desfez. E, quando você olha para frente, para os que estão adiante na vanguarda do progresso espiritual em comparação a você, percebe, então, que há um infinito para percorrer.
É assim! Isto é o lindo da evolução, afinal de contas, nós temos a eternidade. Não poderia haver ponto de chegada, se nós temos a eternidade.
Existe mudança de estágio, mudança de níveis de aperfeiçoamento e de modos evolutivos. É claro que os anjos vivem de uma forma, para nós, ainda, inabordável e, como eles crescem, como eles se aperfeiçoam, é algo que escapa à nossa capacidade de compreensão. Mas eles se aperfeiçoam, eles também estão em uma jornada de aprimoramento.
E, mesmo um anjo, quando ele olha para frente, ele percebe, ainda, a sua ignorância, o infinito que se desdobra em direção a Deus e, quando ele olha para trás (olha para nós, por exemplo), ele sabe o quanto já percorreu, o quanto já conquistou, a posição que ele já ocupa. A proibição, aqui, é no sentido de você, na sua posição evolutiva, tornar absoluta a sua experiência, porque, quando você torna absoluta a sua experiência, você destitui Deus. Eu vou usar uma palavra que está na moda: você faz um impeachment de Deus com um voto.
Você faz uma votação e fala: Deus perdeu o mandato, quem governa, agora, sou eu. Essa ânsia é a proposta da serpente: “coma do fruto para ser como Deus”. Eu quero a autonomia, que é divina, eu quero a movimentação, que é divina, o poder divino e a capacidade de determinar o que é e o que não é, o certo e o errado.
Eu deixo de ser um observante da lei e quero usurpar a função de legislador, que é exclusiva de Deus. Quem legisla é Deus. Deus é o legislador soberano.
Nós somos aqueles que recebem a sua legislação e a colocam em prática e, quando nós não a colocamos em prática, quando nós não cumprimos essa lei divina, nós estamos sujeitos às consequências que são naturais da ordem das coisas. Deus criou o Universo de um jeito que não seguir a lei divina implica em sofrimento natural, são limites colocados pela própria lei. Essa é a grande questão que nós vamos desenvolver um pouco mais, agora, com a ajuda dos textos.
Não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal é não querer ser Deus. Em nome do exercício do livre arbítrio não acredite que você tem infinitos de possibilidade porque você não tem. As nossas possibilidades de escolhas são muito limitadas, são limitadíssimas.
Os elementos que nos contêm formam uma espécie de trajetória. Nós temos um espaço de movimentação que é limitado, extremamente limitado. Agora, nós vamos perceber isto na sutileza, como Emmanuel faz uma interpretação do capítulo 2 de Gênesis de maneira sutil.
Eu queria destacar aqui. É preciso muito estudo bíblico, muita leitura do livro Gênesis, para perceber as entrelinhas do que Emmanuel fala. Como nós detectamos isto?
Pelo vocabulário utilizado por Emmanuel. Ele usa um determinado tipo de vocabulário, uma maneira de construir as frases que, para o bom entendedor, o pingo é letra. para quem sabe ler pingo é letra.
Quem está acostumado com a linguagem bíblica, quem está acostumado, como nós agora estamos nos acostumando, com o texto de Gênesis, vai perceber que Emmanuel está comentando Gênesis. É a questão nº 135 do livro O Consolador, psicografia de Francisco Cândido Xavier, perguntas feitas a Emmanuel. O livro foi editado pela FEB (Federação Espírita Brasileira) e o prefácio é de 8 de março de 1940.
76 anos quase 77 anos o consolador vai fazer 77 anos tem que comemorar isso ano que vem Julio 77 anos do livro consolador A pergunta 135 é uma pergunta muito inteligente muito inteligente “se o determinismo divino é o do bem, quem criou o mal? ”, porque nós não podemos imaginar Deus criando o mal. Deus criando o mal.
(não é que Ele não tenha poder para isto – claro que tem! ), seria Ele fazendo gol contra. É o mesmo que a seleção brasileira, ao invés de avançar em direção ao gol do adversário, os atacantes vêm e começam a fazer gol no próprio goleiro da seleção brasileira.
(Julio) se ele tivesse criado ó mal, ó mal seria bom (Haroldo) exatamente Não faz sentido! E, depois de vermos outras questões, nós vamos entender o que é o mal na revelação dos Espíritos. Evidentemente, que, aqui, nós estamos falando do mal moral, do mal ético.
Não estamos falando do mal natural: terremotos, tsunamis. Estes são males naturais que fazem parte da constituição e da lei de destruição. Isto é um mal na nossa ótica.
Você pode interpretar que o envelhecimento e a morte do corpo é um mal. É um mal na sua ótica. Isto é um mal natural, porque este foi criado por Deus.
Isto para Deus não é um mal. Isto faz parte da lei de renovação, da lei de destruição. Tudo tem que ser renovado e só se renova com a destruição.
Deus renova os mundos, está lá em O Livro dos Espíritos. Então, a Terra irá acabar. Ninguém precisa ficar apavorado porque vai demorar alguns bilhões de anos.
Dá para terminar essa encarnação e várias outras. Não precisa ter pressa. Mas, a Terra irá acabar.
Chegará um momento em que termina, a estrela explode, o Sol explode, o sistema acaba, vira matéria e, aí, vai se criar um outro sistema. Até o nosso Universo irá acabar. Chegará em uma fase, em que eles imaginam que o Universo volta, acontece um novo big bang.
É um fenômeno cíclico dos mundos e de tudo que está nos mundos. Tudo que é material está sujeito a um processo de renovação. Então, nós não estamos falando, aqui, do mal natural.
Nós estamos falando, aqui, do mal moral que tem a ver com ética, tem a ver com relação: eu comigo mesmo, eu com o meu próximo e em comunidade, as comunidades entre si e as sociedades. É desse mal! A pergunta “se o determinismo olha que bonito ó bem é o determinismo a pergunta já tem uma resposta: Por isso, nós dissemos aqui que, ao interpretar a proibição de se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, nós não poderemos cair no extremo de achar que Deus estava proibindo a criatura de ser como Ele, porque não tem como.
Deus não precisa proibir isto, porque isto é impossível. Deus não precisa proibir que você altere as leis divinas porque você não tem poder para alterar as leis divinas. O fato de a criatura não ter poder para alterar a lei divina significa que a lei divina é um determinismo.
Nós precisamos pensar filosoficamente. Por isso quando se diz que nós temos o livre arbítrio, este é limitado, porque se eu tiver livre arbítrio absoluto, o que eu irei fazer com meu livre arbitrio Ora, agora, eu não quero mais a lei divina, eu quero fazer a lei do Universo. Você tem esse poder?
Tem tão pouco. Jesus diz no Sermão do Monte assim: Qual e o rei o soberano “qual é o homem mais poderoso que é capaz de acrescentar dois centímetros na sua altura? ” É um exemplo simples de Jesus.
Eu tenho 1,74m, mas eu queria ter 1,80m. Eu posso usar o meu livre arbítrio agora e, daqui a um minuto, estar com 1,80m? Então, eu tenho livre arbítrio ilimitado?
Não tenho. eu tenho 1,74m Se eu quiser ter 2m, terei que esperar a próxima encarnação e negociar se será possível. Você não consegue mudar nem a sua estatura.
Nem a sua altura Há um determinismo. O determinismo é o livre arbítrio de Deus. Você tem o seu livre arbítrio, mas tem o livre arbítrio de Deus.
Então, há uma hierarquia de livre arbítrio: o seu livre arbítrio é limitado ao livre arbítrio de Deus. É aquilo que Ele circunscreveu, a margem que Ele te deu de movimentação. Fora daquela margem, você não se movimenta.
Então, a pergunta é muito inteligente: “se o determinismo divino é o do bem, quem criou o mal? ” Emmanuel responde: “O determinismo divino (. .
. )”: bonita a palavra ‘determinismo’, porque tem a ver com uma ordem que foi dada. Já voltei para o Gênesis, porque quando o Criador coloca Adão e Eva no Éden, Ele dá uma ordem.
É um determinismo, uma ordem, uma determinação. ó Deteminismo divino “(. .
. ) se constitui de uma só lei” (. .
. ): um Deus, uma só lei. Aqui, nós estamos no plano da unidade.
um deus uma lei uma só lei “(. . .
) que é a lei do amor para a comunidade universal (. . .
)”. Eu vou ler denovo com calma. Emmanuel é denso.
Isto aqui é como polpa de fruta que você precisa de dois litros de água para dissolver. Bater para fazer o suco Vamos lá: quem é o legislador? Deus.
Por isso, é determinismo divino. Não é determinismo humano. O legislador é Deus.
Qual é a abrangência da sua lei? O Universo infinito, a comunidade universal. Nós aprendemos lá no livro sexo e destino na preleção de Albério no Capítulo 1 do livro que cada planeta possui seus bilhões de Espíritos que evoluem e, aqui ali, é uma família.
Se você somar todas as famílias planetárias do Universo, você começa a ter uma ideia da família universal. É uma lei só. Não tem essa dificuldade.
Tem um jurista brasileiro chamado Lenio Streck que ele fala que no Brasil a lei é igual jabuticaba: só tem aqui, não tem mais em lugar nenhum. É uma crítica, óbvio. A lei é uma para a comunidade universal.
Qual a abrangência? Universal, para todos. Essa lei pode ser recusada?
Não pode. Ela pode ser recusada por um curto período de tempo: você acha que está recusando, você acha que está afastando-a. Mas, não está!
Por isso, é determinismo. E, que lei é esta? A do amor.
Quando se fala em amor, todos pensam em um filme de Hollywood, como E o Vento Levou, fazer um carinho no cabelo de alguém, um amigo abraçar o outro, fazer um carinho no cachorro. Sim, isto também é amor. Mas, é muito mais que isto.
Nós vamos ver, aqui, mais detalhes sobre isto. “(. .
. ) Todavia, Todavia, confiando em si mesmo, mais do que em Deus, o homem transforma a sua fragilidade em foco de ações contrárias a essa mesma lei, efetuando, desse modo, uma intervenção indébita na harmonia divina. Eis o mal.
(. . .
)” Que profundo isto! Emmanuel, aqui, definiu o mal. O que é o mal?
Existe uma lei universal de amor que gera harmonia. E, o que é a harmonia? Harmonia é a integração equilibrada dos elementos.
Por exemplo, vinte e dois bilhões de Espíritos, que está no livro Roteiro, de Emmanuel, aproximadamente, evoluindo na Terra. Cada um diferente. Eu coloco todo esse povo junto em um planeta, cada um com uma característica.
O que é harmonia? Harmonia é ser capaz de conjugar todos eles para que tudo fique em equilíbrio e ninguém fique em desvantagem a longo prazo. Este é o propósito da lei divina.
A lei divina tem um compromisso com uma comunidade, não com um indivíduo. Ela tem um compromisso com um indivíduo, enquanto a preocupação com esse indivíduo for para equilibrar a harmonia geral. O que nós estamos querendo dizer com isto?
Deus não faz acepção de pessoas, não tem escolhidos pela providência divina, não tem privilegiados na evolução, não tem indicados. ha não esse aqui e mais bonito eu gosto mais dele esse meu filho aqui éle e especial eu vou dar privilegios para ele Isto não existe. A lei divina fundamenta, é a base e mantém a harmonia do todo.
Isto é o amor. Aqui, nós já começamos a perceber que é o amor. Os Espíritos vão dizer, principalmente Emmanuel, que nós podemos ver o amor na esfera da matéria inorgânica.
Como é o amor na esfera da matéria inorgânica? É a lei de atração, que atrai as partículas, os átomos, as moléculas, para ficarem juntas, aglutinam. Então, o amor é a força aglutinadora, o amor é aquilo que traz para junto porque, senão, tudo estaria afastado.
Quando essa força chega, por exemplo, nas plantas nós percebemos como que árvores, da mesma espécie, colocadas juntas potencializa a capacidade de germinação delas. Se ela tiver isolada, a capacidade dela é bem menor. É uma necessidade de estar junto.
Quando chega no animal, manifesta-se através do instinto, sobretudo do instinto sexual. E, quando nós atingimos o estágio de evolução humana, daí surge o instinto sexual que André Luiz vai dizer que é o amor em expansão. Por que é o amor em expansão?
Porque é a força nos faz querer nos aproximar do outro, senão ficaria só isolado e ficar só isolado não faz parte da lei divina. A lei divina é aglutinadora. Mas, quando se aglutina tem problema.
Qual é o problema? É o conflito de interesses. Se nós estamos juntos, tem conflito de interesses porque um tem um interesse e outro tem outro, um quer uma coisa e o outro quer outra.
E, agora? Como a lei divina equaciona isto? Como a lei divina equilibra os interesses os desejos sobretudo os desejos?
Porque os desejos são insaciáveis. O desejo, só é desejo, porque ele não pode ser realizado. Você tem desejo de uma coisa.
Daí, você conquistou e já deseja outra. Claro, porque é do desejo desejar. Quem fala isto muito bonito é o Caetano Veloso: “a bruta flor do querer”.
Como é que você harmoniza isto? Através de uma lei única. Um ser soberano, que é Deus, estabelece o que é legítimo e o que não é legítimo quando estamos juntos.
Nós sempre estamos juntos, então, o bem (o que é legítimo). O que não e legitmo Mas, acontece que, se a criatura não aceitar não aceitar a ordem harmoniosa da vida? E, se ela decidir fazer uma intervenção indébita?
Por que é indevida? Por que é indevida? porque não pode ser feito.
Pode ser feito ela e indebita Ela é indevida, mas pode ser feita. Deus proibiu comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas podia comer, tanto que comeram, mas gera consequências. Você pode intervir na harmonia divina?
Pode na sua esfera de ação. É evidente que eu, Haroldo, não vou fazer uma intervenção na harmonia divina que eu vou, agora, atrapalhar a harmonia da galáxia mais próxima da nossa, do sistema solar mais próximo do meu. Eu não consigo nem fazer uma intervenção para alterar o Japão!
No que eu consigo intervir? Na minha esfera de ação, no meu campo de ação. Eu tenho um campo de ação.
Evidentemente, que aí vêm as delegações. Um irmão que assume, agora, o governo do Brasil tem um campo de ação mais amplo. Daí, maior a responsabilidade porque ele pode fazer intervenções de caráter mais geral que eu, por exemplo, não posso.
Quer dizer, eu não tenho esse campo de ação. Então, eu posso intervir? Posso.
Se eu intervier e atrapalhar a harmonia do conjunto, a minha intervenção é indébita. O que acontece? Haverá uma resposta do governo universal, uma reação do governo universal do mecanismo que mantém a harmonia.
Este é um ponto. Agora, tem um outro ponto que Emmanuel destacou: o que leva o homem a fazer uma intervenção indébita na harmonia divina? Vamos passar isto para a linguagem de Gênesis: o que leva o homem a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal?
O fato dessa criatura confiar mais nela do que em Deus. A frase é sutil. Por quê?
Eu posso evoluir confiando só em Deus? Não. Eu tenho que confiar em Deus e confiar em mim.
A autoconfiança é base para o progresso espiritual. Se eu não confiar em mim porque senão eu não consigo realizar, eu não tenho determinação, não tenho aquilo que se chama de garra, de resiliência. Então, tem que ter uma autoconfiança.
A questão, aqui, é de equilíbrio. Tudo, aqui, é questão de equilíbrio. Eu posso assumir uma postura em que eu confio mais em mim do que em Deus?
Posso. Mas, o que isto gera? Isto gera um deslocamento do foco.
Eu tiro Deus do centro e me coloco no centro. Bom, aqui tem um problema, porque se você assume, agora, a empreitada, o objetivo de garantir o equilíbrio do conjunto, você vai ter que ter poder supremo e você não tem, você terá que ter conhecimento supremo e você não tem, você terá que ter arbítrio supremo e você não tem. Então, você, ilusoriamente, usurpou a posição de Deus, usurpou a posição divina.
Esta é a raiz do mal. Eis o mal. Aqui, Emmanuel está fazendo uma radiografia: Gente eu vou explicar para voces o mal e o seguinte o mal é usurpar a posição divina.
Faz o impeachment de Deus e assume. Quanto tempo você aguenta? Pouquíssimo tempo, porque falta estrutura para sustentar.
É o que Simão Pedro fala para Paulo de Tarso. Paulo de Tarso volta do deserto, vai à Jerusalém para ter uma conversa com Simão. Simão pergunta a Paulo:‘ qual é o seu plano?
’ Paulo responde: ‘meu plano, agora, é ir lá no Sinédrio e fazer uma palestra que eu quero convencer todo mundo. Eu vou jogar a verdade na cara de todo mundo. Vou dar meu exemplo e vou atrair todo mundo para o Cristo.
’ Simão diz: ‘Para o Cristo? Paulo, não cometa o mesmo erro que Judas’, porque a questão de Judas foi: qual era o plano ó acordo dele ele negociava com os líderes, prendia Jesus – porque Jesus era muito pacífico e o negócio, ali, precisava de mais ação -, nós fazemos a revolução, nós resolvemos, aqui, o trabalho sujo, depois solta Jesus e coloca-o para governar. Ou seja, Judas se imaginou em uma postura de maior domínio da situação que o próprio Cristo.
Daí, Pedro pergunta a Paulo: ‘É isto que você quer? Nós já sabemos o que aconteceu com Judas. Mas, digamos, Paulo, que você seja mais bem sucedido que ele e que seu plano dê certo.
Você vai lá no Sinédrio, faz um discurso apaixonado, todo mundo acredita que é o Cristo mesmo, que você está certo e todo mundo vem para você. Depois que você atrair todo mundo, o que você faz para essas pessoas? ’ Então, Pedro dá a célebre lição: ‘A nossa tarefa Paulo, não é de atrair pessoas, é de convertê-las para o Cristo’.
Não e de atrair para nos E, é o que aconteceu aqui: uma intervenção indébita da criatura, faz com que ela interfira na harmonia divina, porque ela se arroga no direito – daí a arrogância – ela se arroga no direito de governar no lugar de Deus e legislar em nome Dele. Agora, eu vou determinar o que é bem e o que é mal, eu vou estabelecer o que é equilíbrio. Equilíbrio é eu ter isto, isto e isto, você vai ficar assim e você vai ficar assim.
Eis o mal! Daí, Emmanuel diz: Eis ó resgate segundo paragrafo depois eis o mal depois eles falam um paragrafo Eis o resgate. (.
. . )”.
O que é o resgate? Como é que a ordem divina atua nesses casos? Você está com o seu corpo físico e dá um corte na sua mão.
Todo o seu sistema imunológico detecta: há um corte na mão esquerda. Daí, manda os glóbulos brancos e os elementos de cicatrização todos para o local. Daqui a pouco já vai formando uma borrinha no corte e já está cicatrizando.
Quer dizer, os elementos defensivos foram lá no problema e começaram a atuar nele. Como que é isso? Porque, aqui, a criatura transformou a sua fragilidade.
Toda criatura é frágil, não importa a evolução dela. Isto é muito lindo! Jesus não cansa de falar isto e nós sempre repetimos aqui: cuidado com a idolatria de pessoas.
Carinho é uma coisa: um grande violinista que eu gosto, quero ir lá tirar um foto com ele. Isto é carinho. Agora, idolatria, não!
Qual é o problema da idolatria? Chegou o rapaz, doutor da lei, idolatrando Jesus: ‘Bom Mestre! ’.
‘Por que você está me chamando de bom? Bom é só um: o Pai! ’ Só um.
E, no momento espetacular do Monte das Oliveiras, em que o Cristo se coloca na sua condição de criatura crística, criatura inabordável à nossa compreensão, porque a evolução do nosso mestre não pode ser apreendida por nós. Daí, nós temos que repetir que nem o centurião de Cafarnaum: ‘Senhor, eu não sou digno de que entreis na minha morada’, porque não cabe. Jesus não cabe na minha mente, na minha estrutura psicológica.
É eu tentar colocar um elefante em uma caixinha de fósforo. Não tem jeito. Mas, mesmo essa grandeza dele, em comparação a mim, naquele momento ele se coloca como criatura: ‘Pai, se possível, afasta de mim esse cálice’, o qual nós não sabemos qual é.
Isto era uma conversa íntima dele com Deus. ‘Mas, não seja feita a minha vontade, mas a tua. ’ É a total postura de criatura.
Quer dizer, mesmo Cristo, naquele momento mais tormentoso, não quis assumir o comando, o governo, a posição de Deus. Não quis assumir: ‘Pai, quem determina é Tu. Diga que, eu, teu filho, estou aqui para cumprir a tua determinação’.
Isto é importante porque delimita para todos nós a margem da criatura e a margem/abrangência do Criador. Se a criatura se coloca na postura de Deus, ela começa a determinar o que é bem e o que é mal. Se ela determina o que é bem e o que é mal, ela transforma a sua fragilidade no foco.
Então, uma coisa frágil passa a ser a sustentação. É como você subir uma altura imensa com uma escada que está quebrando: vai dar problema, porque é frágil, não consegue sustenta. E, qual é o resgate?
Urge recompor os elos sagrados dessa harmonia sublime. Ao realizar a intervenção indébita na harmonia, nós rompemos os elos, as ligações. Pode?
Pode, mas não permanece, vai ter que juntar, urge recompor os elos da harmonia. Eis o resgate. Ele tem que vir, agora, a juntar tudo o que ele separou.
Como diz o Altay Veloso, de forma muito bonita, na sua letra, lá do Alabê de Jerusalém, ‘veio juntar as pontas dos anéis partidos’, recompor os elos. Isto é o resgate. Todo resgate é uma recomposição de elo.
Se você quebrou o elo com alguém ou com uma situação, tem que recompor, tem que voltar a harmonia. Então, a lei divina, que é absoluta, soberana e infinita, te recompõe. Costura Está, aqui, a agulha e a linha: costura.
Ah, mas eu? ! Quem cortou?
Eu. Então, costura! Por quê?
Porque amor é elo. Amor é harmonia, amor é aglutinação, amor é equilíbrio de todas as partes juntas. Amor é equilíbrio, então, não pode ter uma parte superior à outra.
Todos no mesmo nível em pé de igualdade, com funções diferentes, com atribuições diferentes. No plano das atribuições, um recebe dez talentos, outro recebe cinco e outro recebe um. No plano dos valores eternos: igualdade entre todos.
É bonito, porque Emmanuel diz assim: “(. . .
) Vede, pois, que o mal, essencialmente considerado, porque essencialmente considerado? essencialmente considerado o mal é uma intervençao na harmonia divina não pode existir para Deus porque ele não existe para Deus É você chegar na sua casa e falar para a sua esposa: ‘Bem, tem uma formiga, aqui, que está atrapalhando o equilíbrio da casa’. Imagina!
Na essência, essa intervenção indébita da criatura não pode existir para Deus, em virtude de representar um desvio do homem. Você acha que você abalou o Universo porque você se desviou? É um desvio do homem, não é um desvio da ordem.
A ordem permanece. sendo zero na sabedoria e na Providência divina O que é o seu desvio na Sabedoria Divina? Zero.
Não é nada. Por quê? Porque ele é temporário.
Ou seja, nenhum desvio humano se mantém desvio. Todo desvio, inevitavelmente, implica correção de rota. Ah, mas eu não quero!
Você não vai ser consultado. É da lei! Então para Deus é voce está dirigindo ai da uma cochilada ali como á faixa amarela “(.
. . ) O Criador é sempre o Pai generoso e sábio, justo e amigo, considerando os filhos transviados, os filhos que se desviaram como incursos em vastas experiências (.
. . )” Desviou, entrou em vastas experiências de dor, de lágrimas.
Por isso que é bonito, André Luiz, na introdução do livro Sexo e Destino, fala assim, quando apresentava aqueles casos verdadeiros, não apenas como quem desnuda a verdade, mas como quem pretende aprender como quem pretende aprender na biblioteca da experiência. Não como quem desnuda a verdade, quer dizer, não estou aqui só trazendo a verdade como fofoqueiro, mas como quem aprende na biblioteca da experiência. Essas narrativas contêm as luzes da nossa esperança e o sabor amargo das nossas lágrimas, porque todo desvio implica em correção.
Esta é a nossa esperança! , E o sabor amargo das nossas lágrimas, porque todo desvio tem um preço, um peso em lágrimas, em dor para a sua correção. No próximo episódio, não daremos sequência, aprofundando esse tema que é muito importante.
Sem essa chave da Doutrina Espírita, eu acho quase impossível equacionar essas grandes questões. Nós vamos continuar, aqui, nessa questão e, depois, no livro Ação e Reação, com a fala do Mini stro Sânzio sobre o tema.