Veja o Que a Bíblia Diz Sobre Orações Feitas Deitado - C.S. Lewis

Você ora deitado e depois se sente culpado? Talvez essa pergunta pareça banal, até engraçada, mas carrega um dilema espiritual profundo. Muitos cristãos sinceros já se perguntaram: "Será que Deus ouve minhas orações se não estou ajoelhado?

" Há uma sensação de que se não seguimos uma certa postura ideal, estamos deshonrando a Deus como se ele fosse mais sensível à posição do nosso corpo do que à disposição do nosso coração. Mas o que realmente a Bíblia diz sobre isso? O dilema da postura, reverência ou ritualismo.

Historicamente, as tradições cristãs sempre valorizaram posturas específicas para a oração. Joelhos dobrados, mãos postas, cabeça inclinada. Esses gestos, claro, t seu valor simbólico.

Expressam humildade, dependência e reverência. O próprio Jesus, no jardim do Getsêmane, se ajoelhou e orou. Lucas 22:41.

Muitos profetas e reis também se prosternaram em oração. Nú entanto, devemos tomar cuidado para não transformar esses símbolos em exigências absolutas. A oração é, acima de tudo, uma relação viva com o Criador.

E a Bíblia está repleta de exemplos que desafiam a ideia de uma única postura correta para orar. O versículo central, Salmos 63:6. Quando me deito, lembro-me de ti.

Penso em ti durante as vigílias da noite. Salmos 63:6. Esse versículo nos leva ao coração de um homem sedento por Deus, Davi.

Ele está no deserto de Judá, provavelmente fugindo de inimigos ou enfrentando mais uma crise de sua vida atribulada. E mesmo nesse cenário, onde a segurança e o conforto são inexistentes, ele transforma suas vigílias noturnas em momentos de intimidade com Deus. Note, ele não está de joelhos, não está no templo, não está em assembleia, está deitado, provavelmente em uma caverna, com o corpo cansado, mas a alma desperta.

Davi ora ali no escuro, no silêncio, no repouso, e Deus o ouve. Esse padrão se repete em outros textos bíblicos. Por exemplo, em Salmos 4:4, Davi diz: "Meditai no vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos".

Em Daniel 6:10, Daniel ora de joelhos. Sim, mas o foco do texto é sua fidelidade, não sua posição física. Em Primeira Tessalonicenses 5:17, Paulo nos exorta a orar sem cessar, o que implica que oramos em todas as circunstâncias, andando, sentados, trabalhando, deitados.

O ponto central aqui é: Deus se importa mais com a direção do nosso coração do que com a posição do nosso corpo. A noite como o solo sagrado da alma. O salmo 63 mostra Davi buscando a Deus de madrugada.

Veto um e também nas vigílias da noite. Veto seis. Isso revela algo precioso.

Para ele, a presença de Deus não era limitada a rituais de urnos ou a lugares sagrados. Deus estava ali no deserto, na solidão, no repouso. Orar deitado, então, não é sinal de preguiça espiritual, como alguns pensam, mas pode ser expressão de uma alma que anseia por Deus mesmo na vulnerabilidade da noite.

Não há fingimento ali, não há aparência, só há um homem e seu Deus. Quando o assunto é oração, CS Luis se destaca por sua profundidade, honestidade e sensibilidade. Ele não era um teólogo no sentido clássico, mas um pensador cristão apaixonado por Deus e pela verdade.

Em suas cartas, ensaios e livros, Luis não tentou criar uma teologia da oração, mas compartilhar o que ele mesmo vivia diante de Deus. E entre suas muitas reflexões está uma que tem tudo a ver com o nosso tema, a oração feita deitado. Cartas Amalcom.

A oração na vida real no livro Cartas Amalcon, principalmente sobre a oração. Luis escreve de forma íntima e honesta sobre suas experiências com a oração. Ele fala sobre o conflito entre forma e essência, entre a postura exterior e a disposição interior.

Em uma das cartas, ele admite, eu me pego orando deitado na cama e às vezes me sinto culpado por não estar ajoelhado, mas outras vezes ajoelho-me e percebo que minha mente está a quilômetros de distância de Deus. Essa confissão mostra algo precioso. A autenticidade importa mais do que a formalidade.

CS Luiz não desprezava a reverência. Pelo contrário, ele via valor em ajoelhar-se, levantar as mãos ou seguir gestos litúrgicos. Desde que esses gestos fossem expressões sinceras de fé e não apenas tradições vazias, ele entendia que há momentos em que o corpo pode nos ajudar a orar, mas também sabia que há momentos em que o corpo está fraco.

E ainda assim a alma deseja falar com Deus. E é nesse ponto que sua reflexão se encontra com o Salmo 63. A oração como conversa com o Real Lewis descrevia a oração como entrar em contato com o real, com Deus vivo, pessoal, santo, mas também íntimo e presente.

Essa visão elimina qualquer tentativa de tornar a oração um ato mecânico. Para ele, Deus não é um juiz atento à etiqueta da nossa postura. Ele é pai.

E como pai, ele valoriza a proximidade verdadeira, mesmo que venha das vigílias da noite, do sussurro cansado de alguém deitado, da confusão de pensamentos de quem tenta orar antes de dormir. A analogia que Luiz faz é poderosa. Ele diz que muitos tratam a oração como se fosse uma performance diante de um rei terreno, onde cada gesto deve ser perfeito.

Mas Deus não é um monarca distante. Ele é um pai que escuta até os pensamentos mais caóticos de seus filhos. O valor da sinceridade.

Em outro trecho de cartas Amalcom, Luiz comenta: "A oração não muda Deus, ela nos muda e se não estivermos sendo sinceros nela, não estamos sendo mudados por ela. " Aplicado ao nosso tema, orar deitado não é menos válido se é onde você está sendo sincero com Deus. O que importa é a verdade do coração.

Uma oração deitado e atento vale mais que mil repetições ajoelhadas e distraídas. Luis também tinha consciência das limitações humanas. Ele sabia que o corpo envelhece, adoece, cansa, mas isso não impede o espírito de buscar a Deus.

Ele próprio passou longas noites em oração na cama, especialmente durante a enfermidade da esposa Joy. E foi ali deitado que aprendeu a confiar no amor de Deus, mesmo em meio ao sofrimento. O perigo do orgulho espiritual.

Outro ponto que Luiz aborda de maneira crítica é o orgulho espiritual disfarçado de reverência. Às vezes insistimos em posturas exteriores, como ajoelhar-se, falar em voz alta, usar palavras rebuscadas, não porque amamos mais a Deus, mas porque queremos sentir que estamos fazendo certo. Isso nos dá uma sensação de mérito.

Luis alerta contra isso. Deus não nos quer performando diante dele. Ele nos quer reais.

Orar deitado pode ser sim um ato de humildade quando reconhecemos que nossa força falha, mas nossa alma ainda deseja a presença de Deus. Pode ser a forma mais sincera de oração que temos a oferecer naquele momento. Em resumo, CS.

Luis valorizava a reverência, mas colocava a sinceridade acima da formalidade. Ele reconhecia a validade da oração feita, deitado, especialmente quando era a expressão autêntica do coração. Deus não exige uma etiqueta de postura, mas um coração verdadeiro diante dele.

A oração muda a nós e não a Deus. Por isso, a autenticidade é essencial. Depois de vermos que a Bíblia não condena a oração feita deitado.

Salmo 63. e que seesse luz via nela um espaço legítimo de sinceridade com Deus. Resta agora a pergunta: O que isso muda na minha vida?

Talvez muito mais do que você imagina, quebrando o mito da oração ideal. Muitos cristãos vivem com um fardo invisível, o peso da oração perfeita. Acham que para orar de verdade precisam estar no lugar certo, com a luz certa, a música certa, a posição certa.

É como se Deus estivesse distante e só atendesse quem acertasse a senha litúrgica. Essa mentalidade pode parecer reverente, mas na prática ela paralisa. Faz com que deixemos de orar por achar que não estamos no estado ideal.

Isso rouba a espontaneidade da nossa comunhão com Deus. A grande verdade é: Deus está acessível agora aqui, em qualquer lugar, em qualquer posição, inclusive deitado. Como Jesus disse a samaritana, os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.

João 4:23. O Espírito não está preso à postura, e a verdade do coração vale mais que qualquer ritual. A noite é um altar escondido.

Vamos voltar ao Salmo 63. 6. Quando me deito, lembro-me de ti.

Penso em ti durante as vigílias da noite. Quantas vezes você já acordou de madrugada com a mente agitada ou se deitou cheio de ansiedade e mesmo assim tentou fazer uma oração rápida, simples, antes de dormir? Talvez não tenha sido eloquente, talvez nem tenha terminado a oração antes de pegar no sono.

Mas Deus estava ali, ouviu tudo e viu a sua intenção. A cama, nesse sentido, pode se tornar um altar. Não um altar cerimonial, mas um espaço onde a alma se derrama com simplicidade.

O grande teólogo Thomas Watson dizia: "A oração é o fôlego da alma e o fôlego não se mede em gestos, mas em vida. Se sua alma respira por Deus antes de dormir, no silêncio, mesmo deitada, isso é oração legítima. Quando a fraqueza se torna oração, há pessoas que, por doenças, idade ou limitações físicas não podem mais se ajoelhar.

Algumas mal conseguem falar, outras estão acamadas por anos. Será que Deus ouve menos essas pessoas? Claro que não.

A Bíblia está cheia de homens e mulheres que, em sua fraqueza, fizeram as orações mais poderosas. Ana orou quase sem som. Bela Samuel 1:13.

Jonas orou no ventre do peixe. Jonas 2. Paulo orou preso, João exilado, Davi no deserto e você no seu quarto deitado, talvez com lágrimas nos olhos, talvez cansado demais para dizer algo além de Deus, estou aqui.

Está no mesmo nível espiritual desses gigantes da fé. Porque Deus vê o coração. Ele conhece sua limitação e ele se aproxima do quebrantado.

Transformando o cotidiano em oração. O ensino de CS Luiz nos chama a orar em todas as posturas e momentos, porque toda a vida é ou pode ser uma oração. Ele dizia: "As melhores orações às vezes são aquelas que não conseguimos articular.

Às vezes, a oração feita deitado é a mais sincera de todas, porque é ali que deixamos cair as máscaras. Ninguém nos vê, não estamos tentando impressionar, só queremos Deus. Por isso, transforme os momentos comuns antes de dormir, ao acordar, durante uma noite de insônia, em encontros com o Pai.

Não espere um cenário ideal. Ore com o que você tem, onde você está, como você está. Uma prática devocional simples.

A oração noturna. Aqui vai uma sugestão prática. Antes de dormir, faça isso.

Deite-se. Apague as luzes. Respire fundo por um instante.

Lembre-se, Deus está ali. Comece a falar com ele como quem fala com um pai presente. Não se preocupe com palavras bonitas.

Diga o que há no seu coração. Se adormecer orando, não se culpe. Você adormeceu nos braços do Pai.

Essa prática pode transformar sua relação com Deus. Torna a espiritualidade algo presente, não forçado, natural, não técnico. A oração que nasce da dependência, ao verdadeiro valor da oração, não está na sua forma, mas na sua dependência.

Orar deitado pode ser o símbolo mais puro de que você confia em Deus, até quando está cansado demais para fazer qualquer outra coisa. É uma oração desarmada, sem pretensões, uma oração que diz: "Pai, estou aqui". Mesmo cansado, ainda sou teu.

E ele responde sempre. Conclusão final do roteiro. Não se sinta culpado por orar deitado.

Deus ouve quem ora em espírito e em verdade, não quem acerta uma posição santa. Davi orou deitado, Luiz orou deitado. Milhões de cristãos sinceros oram assim.

E Deus se agrada disso. Que sua cama seja também seu altar. Que as vigílias da noite sejam seus momentos de intimidade com o Pai.

Yeah.