[Música] acho que a primeira referência fundamental é pensar que o que hoje a gente entende por racionalidades em saúde práticas integrativas complementares isso comea com a chamada medicina prática Popular ou medicina popular ou no inglês folk medicine que passa a ter um certo reconhecimento no âmbito das Ciências Sociais pelos antropólogos na década de 30 40 eh que vão em diferentes países do mundo investigar o uso de diferentes práticas muito ligadas as culturas locais de cuidado e cura isso o próprio Ministério da Saúde ah própria Organização Mundial da Saúde deixa voltar assim isso a própria tá
pronto isso a própria Organização Mundial da Saúde reconhece ah nos idos dos anos 70 E cria um programa de de medicina de práticas populares eh e aí posteriormente esse movimento de reconhecimento das práticas populares e que de alguma maneira representa tem uma representação com o mundo natural com o mundo mais próximo da natureza não é um estado de natureza puro mas é a vida com com menos interferência com menos e menos artificialidades que foram sendo construídas à medida que a indústria vai ganhando um grande poder de transformação com novas mercadorias a cada dia então essas
medicinas essas práticas ficam associadas a um estilo de vida muito próximo da contracultura nos anos 60 que tenta resgatar um pouco então e modelos altern de sociabilidade Então existe uma proposta de educação alternativa para as crianças uma proposta de relações econômicas alternativas uma relação de produção alternativa uma relação e relações amorosas sexuais alternativas a possibilidade de se abrir isso e as pessoas conectadas nesse universo nesses nesse nesse Campo simbólico de alternativas inevitavelmente acaba buscando formas alternativas de cuidado de si e do cuidado do processo de adoecer eh e curar-se nesse no contexto da vida então
mais ou menos aí nos anos 60 ganha força é a chamada medicina alternativa Então o que acontece nesse momento é que alguns profissionais eh de dentro do campo da saúde com formação eh formalizada Com títulos de médicos ou enfermeiros ou profissionais do campo das práticas oficiais da Saúde começam a trazer essas assim chamadas práticas alternativas né E vai ganhando força como a possibilidade de cuidar dos mesmos processos de adoecimento e que a população tinha com algumas alternativas que não fossem alternativas medicamento ou alternativas uma intervenção eh muito dura uma intervenção que fosse considerada já naquele
momento e atog né então todo o debate da medicalização todo debate eh da invasão da vida pela Indústria Farmacêutica de Diagnóstico ganha mais potência com a chegada das chamadas medicinas alternativas tô falando isso internacionalmente mente né e é um momento quando no ocidente a boa parte das tradições e das práticas orientais associadas à medicina tradicional chinesa associadas à Medicina ayurvédica eh medicina unani elas acabam sendo trazidas pro ocidente né E esses a maior parte deles jovens naquele momento em busca de novas experiências começam a usar essas PR n bom acontece que exatamente Porque elas estão
associadas a um estilo de vida a uma forma de compor de construir a vida e as relações sociais Elas têm um processo de resistência social grande né porque elas estão associadas a uma contracultura inevitavelmente né existe a resistência da Cultura para não deixar aquilo que é contra a cultura sobreviver com grande potência então inicia-se um grande uma grande disputa no campo da saúde entre as chamadas práticas ortodoxas e as práticas alternativas ou as medicinas ortodoxas medicinas alternativas e e o esse esse embate acaba impedindo que outras práticas sejam trazidas pro modelo de cuidado biomédico quando
então no começo dos anos 80 tem essa proposta de criar o a medicina complementar que nitidamente é a possibilidade de trazer para dentro do campo da saúde das práticas convencionais algumas práticas não convencionais as então chamadas medicinas alternativas é uma estratégia muda o nome para tentar fazer essa aproximação é absolutamente criticável de um ponto de vista isso essa esse desenvolvimento por outro ponto de vista é absolutamente compreensível né criticável no sentido de submeter-se a esse campo protocolar como uma coisa Marginal complementar agora compreensível como a forma estratégia possível disso existir dentro desse Campo que é
um campo excludente por princípio [Música] o conceito de medicina complementar ele tem uma CTA Exatamente porque ele empreendeu esse debate de apoio e de resistência acabou levando no começo da década de 2000 a construção do conceito de medicina integrativa que para uns é só mais uma forma de ser alternativa complementar e para outros de um paradigma que é um paradigma que se construa e com o princípio da inclusividade trazer para dentro a diferença e construir-se a partir da diferença que não é a prática mais comum no modelo biomédico de cuidado bom para tudo isso existir
eh no âmbito internacional existiu no âmbito da cultura pessoas eh que adotam essas práticas como as práticas que elas vão eh usar efetivamente quando elas precisarem de algum cuidado de saúde e ao mesmo tempo os governos começam a olhar para essas práticas como eh um uma grande um grande desafio fundado numa contradição e que não se tem resposta que é nós nunca tivemos tanto desenvolvimento tecnológico paraa saúde tanto conhecimento tanto acesso ao conhecimento no entanto as pessoas nunca declararam-se tão desamparadas com esse tipo de Cuidado então aquilo que deveria cumprir o desenvolvimento da tecnologia o
desenvolvimento de toda a indústria eh médico farmacêutica tecnológica tudo isso parece que começa a fazer pouco sentido quando as pessoas começam a reclamar de que aquela intervenção produz mais mal do que bem Então nesse esse a a a a visualização dessa contradição fundamental no campo da saúde faz com que os governos comecem a observar como a população já utilizando essas práticas Por sua conta em risco fora dos sistemas oficiais de saúde e aí então começam a ser criados a órgãos de pesquisa ensino e um certo controle dessas práticas no mundo quando é criado o ncc
assim chamado em inglês eh ele é criado a partir de uma conferência que eles organizaram em 1992 e viram que já existia um conjunto de informações possíveis e e um grande uso na cultura dessas práticas e que ninguém sabia exatamente eh como eh regular ou dar conta de compreender esse fenômeno então constrói-se isso e o ncc passa a financiar projetos de pesquisa ensino e extensão com as medicinas alternativas e mentares nos Estados Unidos eles só financiam nos Estados Unidos e E aí Ali é produzido material muito importante eh alguns artigos que mostram que existi um
grande mercado econômico associado a ess essas práticas um grande mercado simbólico associado a essas práticas tudo isso acaba sendo engrossado com a proposta a com a estratégia da Organização Mundial da Saúde das práticas populares a práticas tradicionais que foi publicado em 2002 e isso é um convite da Organização Mundial da Saúde para que seus países membros não só implantem políticas nacionais de práticas nos seus sistemas nacionais de saúde como também produzam pesquisa sobre o uso racional os perigos a qualidade enfim exerçam algum controle então no âmbito internacional existe uma grande virada né a partir dos
anos 70 aquilo que era Popular ganha a chancela de alternativo muito associado a contracultura nos anos 80 a forma de existir foi tentar substituir alternativo porar e nos anos 2 essa a proposta de se pensar uma um paradigma integrativo que dê conta de trazer essas diferentes práticas que sejam efetivamente usadas no melhor cuidado das pessoas Então esse é o sentido fundamental desse movimento no âmbito internacional e nacional que acaba culminando em 2006 com a nossa política e todo o desenvolvimento também no Brasil da pesquisa ensino serviço dessas rkas [Música]