Herman Dooyeweerd e o mito da neutralidade científica (Vinicius Silva Pimentel)

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Instituto Schaeffer de Teologia e Cultura
Palestra do Primeiro Fórum Nordestino de Cosmovisão Cristã, em maio de 2015. https://www.facebook.c...
Video Transcript:
[Música] antes da gente ir propriamente à palestra ontem eu falei de alguns livros e eu estava com eles no hotel então resolvi trazer para mostrar a vocês Esse aqui é o livro de Dover que fala sobre política estado e soberania saiu pela vida nova ano passado Então tava vendendo aí mas já acabou esse é o foi o primeiro livro traduzido do Dover para português no Crepúsculo do pensamento estudos sobre a pretensa autonomia do pensamento filosófico a gente vai falar bastante sobre o que tá aqui hoje e para quem ler em inglês vocês vão achar na
Internet fácil fácil esse livre tenho aqui mesmo que você não leia tão bem em inglês se você quiser fazer um esforço são 24 páginas eh a secularização da ciência a gente também vai falar um pouco sobre o que tá aqui ele faz uma abordagem Histórica de como a ciência moderna surgi e são leituras que eu acho que são importantes para qualquer um de vocês que esteja envolvido de alguma maneira com a academia ontem a gente viu de maneira mais geral o pensamento de deiv Vimos que deiver nos apresenta uma proposta filosófica e metodológica interessante que
pode nos ajudar a lidar com nossos próprios Ramos do conhecimento nós vimos que a proposta de dot consiste basicamente em uma relação uma interação com as ciências e filosofias seculares numa estrutura de diálogo e antítese diálogo importa que nós reconhecemos o contributo a contribuição das diversas escolas do pensamento eh para a tarefa filosófica comum da humanidade Vimos que deiv explica isso a partir da ideia de graça comum verdades relativas surgem em todos os Ramos da ciência em todas as escolas ainda que no nível da interpretação dos dados no nível da interpretação dos fatos essas escolas
estejam fundamentalmente erradas Então quando você eh ler por exemplo um Pensador importante do seu ramo do conhecimento eh no direito como a gente estava conversando ontem com algumas pessoas aqui que que estudam direito Kelsen você encontra momentos de verdade no pensamento dele mas há também erros fundamentais que decorrem do fato de ele está baseado numa cosmovisão apóstata de ele partir de pressupostos não cristãos nós vimos também que Dover então nos ensina que a relação da do crente do filósofo ou cientista Cristão com as demais escolas do pensamento deve ser uma relação de antítese ele deve
expor as fraquezas do pensamento não Cristão por meio daquele método que ele chama de antinomia excluída nós vamos encontrar as contradições internas do pensamento e vamos Expor essas contradições a gente também viu um pouco da teoria da realidade de deiv onde ele no nos explica que apenas Deus é ser apenas Deus é autossuficiente apenas Deus possui significado em si mesmo e não precisa eh remeter-se a outro para se revelar eu sou o que sou e nós como toda realidade o homem e tudo mais que Deus criou é significado só pode ser compreendido quando faz referência
a um origem absoluta de sentido e essa origem a gente vai ver hoje com mais calma é sempre um Deus seja o verdadeiro Deus seja um falso Deus um ídolo bom eu espero que vocês tenham tido curiosidade pelo número de pessoas que resolveu vir me me ouvir ao André hoje eu espero que seja vocês estejam realmente curiosos para conhecer um pouco mais de dot bom nessa segunda palestra nós vamos entrar um pouco mais na teoria do conhecimento de Herman dot dvert propõe a fazer a uma teoria do conhecimento que tenta explicar as condições de possibilidade
da reflexão científica e filosófica como é que nós conhecemos o que conhecemos O que é que nós conhecemos Quando conhecemos Qual é o objeto do conhecimento O que é que o conhecimento alcança pode alcançar o que é que ele não pode alcançar nós vamos então chegar ver que dvert chega à conclusão de que por causa da estrutura da criação da maneira Como Deus nos criou nós não não existe aquilo que a filosofia tem tanto falado a respeito da Razão autônoma ou da neutralidade científica do vai dizer que a neutralidade científica ou a autonomia da razão
é um dogma que precisa ser abandonado na filosofia na ciência e eu tô chamando a nossa palestra hoje do mito da neutralidade nós vamos falar sobre Herman debert e o mito da neutralidade bom eu queria começar como ontem eu comecei com a ilustração que eu inventei n apesar de ser baseada no fato real motorista embriagado eu queria começar hoje disseram que eu tinha talento para ser escritor de seriado então eu resolvi começar com uma metáfora com uma provocação baseado em dois seriados que talvez vocês conheçam gosto muito de seriado então acredito que muitos aqui também
House of Cards seriado do Netflix fazendo propaganda nag House of Card se chama Frank underwood ele no início da série é um congressista americano e ele é um um homem extremamente maquiavélico mentiroso pragmático que faz tudo o que for necessário para alcançar os seus objetivos a primeira cena do seriado né é ele começa matando um cachorro e aquilo já revela um pouco da sua crueldade da sua crueza acontece que ao longo do do do seriado há um recurso eh cênico interessante que é chamado de quebrar a quarta parede né quando se faz teatro ou cinema
se Geralmente se imagina que há uma parede aqui entre o palco e a plateia de maneira que o os personagens do teatro eles não interagem com o público mas em House of cardes esse esse essa quarta parede é quebrada porque de repente ele tá ali fazendo eh algo na cena e ele se volta para o espectador e conversa com o espectador e essa conversa que ele estabelece com o espectador tem o objetivo no seriado de expor Quais são os seus pensamentos e motivações reais naquilo que ele tá fazendo então às vezes ele tá elogiando alguém
de repente ele se volta pro espectador e diz você é um idiota então aquilo revela quem ele realmente é Ou pelo menos é assim que nós somos levados a crer há um outro seriado bem diferente de House of CS que é How I Met Your Mother onde h um Person o personagem principal romântico Ted Mosby né ele vai contar um pouco das suas Desventuras amorosas até chegar ao final do seriado que eu não vou contar caso alguém esteja assistindo não tenha chegado lá ainda mas nesse nesse seriado há um recurso também de meta narrativa no
qual toda a história é como se ele tivesse contando como ele conheceu contando aos filhos dele como ele conheceu a mãe acontece que enquanto ele conta muitas vezes ele se esquece do que ele tinha de como a história realmente tinha acontecido então ele começa a contar uma história que envolve uma cabra mas aí ele se lembra que a cabra não tava naquela história tava numa história que vai acontecer duas temporadas depois e ele começa a contar um um um uma situação e aí ele percebe por exemplo eh o seriado não tem nenhum menor de idade
aqui não né bom no seriado ele ele em alguns momentos ele usa drogas Mas como ele tá contando pro filho dele eh a sua vida e ele não quer passar uma imem pros seus filhos ele dizer eu tava comendo um sanduíche o sanduíche a gente sabe que é outra coisa e esses recursos de meta narrativa eles servem também para mostrar Em ambos os seriados que a narrativa principal não é inteiramente confiável aquilo que nós estamos vendo na narrativa principal não é inteiramente confiável há furos dentro da narrativa há ilusões dentro da narrativa H limites dentro
daquilo que o narrador está nos contando e eu vou usar essa provocação depois para comparar a filosofia de deed a proposta filosófica de doed de limitação Da Da racionalidade com outras filosofias que também se propõem a descrever o homem como um ser limitado e para a gente iniciar de fato no tema da dessa manhã eu queria explicar um pouco para vocês descrever um pouco como nasceu a ciência moderna como em no início da modernidade a proposta científica a chamada revolução científica sociólogos T descrito pelo menos desde Max Weber que o processo de passagem da idade
média para idade moderna é um processo de progressiva secularização da cultura e o que é secularização na teoria social um professor da minha faculdade chamado Nelson Saldanha já aposentado eh diz que secularização é uma passagem da palavra Sagrada a palavra leiga de uma verdade teológica a uma verdade racional essa é uma definição um pouco criticável mas ela serve como ponto de partida pra gente entender como é que geralmente se tem descrito a modernidade Weber falava de um processo de dessacralização da cultura ou de desmagificação da cultura ou de desencantamento da cultur o que é que
acontece na passagem da idade média paraa idade moderna o homem passa a olhar para o mundo retirando do mundo o que ele vê retirando da sua visão do mundo o que ele vê de Sobrenatural ou para eles mágico ou teológico tenta-se descrever uma realidade que prescinda da referência a um Deus Criador que prinda da referência a um Deus Sobrenatural e o projeto que surge na modernidade que todos nós conhecemos como Renascimento perceba que a própria palavra renascimento descreve lembra uma doutrina bíblica que é a doutrina da Regeneração deivd vai dizer então no no livro A
secularização da ciência que a o Renascimento é um projeto de secularização da doutrina bíblica Há um uma proposta de renascimento do de recriação do homem segundo a sua uma imagem que ele mesmo constrói de si mesmo o homem não quer ser mais a imagem de Deus mas ele quer ser a imagem de si mesmo ele quer criar a sua própria imagem sem referência a Deus há aí uma ideia há no início da modernidade uma ideia radical de liberdade uma ideia radical de autonomia essa ideia de autonomia ela todas as áreas do pensamento e da vida
cultural do homem à medida que a modernidade avança queria provocar vocês alo que a gente vai TZ falar melor amanhã Pense por exemplo na nossa ideia de democracia nós damos por certo que democracia a democracia é a melhor forma de governo que existe e isso é algo que a gente pode discutir ou não pode assumir como certo ou não mas a ideia de democracia nasce de um projeto filosófico do renascimento que projeto filosófico é esse o projeto de construir um homem autônomo o projeto do homem fazer o seu próprio caminho e construir a sua própria
imagem sem qualquer referência a Deus por que a democracia nasce desse projeto eh secular porque o que qual é a ideia filosófica que fundamenta a democracia é a ideia de que nós só devemos nos submeter ter as leis que nós mesmos criamos perceba que essa é em torno disso que gira o projeto que vai se aprofundar no Iluminismo do século XVII de revolução Nós não precisamos nos submeter Não devemos nos submeter a nenhuma lei que foi imposta fora de nós só devemos nos submeter àquilo que às leis que nós mesmos criamos claro que como nem
todos nós podemos nos reunir em Brasília para votar as nossas leis os a teoria política criou a figura da representação inventou a ficção da representação eh política pela qual nós elegemos os nossos representantes eles fazem as leis e nós consideramos que essas leis fomos nós que fizemos já que eles nos representam isso tudo tá em crise mas é daí que surge a ideia de democracia e de representação ela nasce de uma ideia radical de liberdade que é o fundamento filosófico que a gente vai ver religioso do humanismo renascentista de vai dizer então falando sobre esse
projeto da modernidade que o motivo humanista da Liberdade proclama a autonomia do homem a qual pretensamente deve realizar uma revolução copernicana no centro do seu ser na religião revolução copernicana lembra vocês de Copérnico o que foi que Copérnico fez modelo heliocentrista ele tirou a terra do centro né na sua teoria tira a terra do centro e coloca o sol no lugar a quando se fala em revolução copernicana a ideia de que algo que é Central é tirado do centro e outra coisa é colocada no lugar quem é que estava no centro ou pelo menos assim
se assim Pens se pensava na Idade Média Deus ou a Igreja Católica Romana estava no centro da vida política da vida filosófica da vida intelectual da vida cultural em geral o projeto renascentista quer tirar esse esse mundo teológico do centro e colocar em seu lugar Um novo mundo e o que que é colocado no centro a personalidade humana de vai dizer a personalidade humana é elevada à posição de um fim último um fim em si mesmo o moderno homem autônomo deseja criar E aí vem uma informação interessante ele não deseja apenas se recriar ele deseja
criar um Deus a sua própria imagem o qual ele possa justificar diz do em em uma teodiceia racional se você ler qualquer autor da modernidade do início da modernidade eles ainda faziam referência a Deus eles ainda tinham uma a linguagem teológica Mas essa é uma linguagem teológica dest teolog zada ela é uma linguagem Sacra dessacralizada faz-se referência a um Deus mas não é mais o Deus Cristão é um Deus racional E aí do vai dar alguns exemplos ele vai dizer libs criou um Deus no espírito do humanista de ciência um Deus que é como ele
chamava o grande geômetra que pode analisar o todo da Realidade em um cálculo infinitesimal aqui o cálculo infinitesimal diz deet que for introduzido por libes na matemática é deificado veja ele chama Deus do grande geômetra do identifica que na verdade o que ele tá fazendo é pegar a sua teoria matemática e transformá-la em Deus e deificação da ciência matemática ele era nesse sentido contra a proposta de limns criou um Deus que correspondia ao sentimento de liberdade da personalidade autônoma Kant criou um Deus que é o postulado da Razão prática um Deus segundo a imagem de
uma moralidade autônoma a qual proclama a personalidade humana como seu fim último Então quando nós olhamos pro nascer para ouvor recer da modernidade nós vemos essa tentativa não de simplesmente negar Deus isso vem muito depois abertamente mas de transformar Deus a imagem do homem de conformar Deus ao projeto racional da modernidade Então essa nova humanidade que a Renascença tenta produzir ela é por dois ideais em primeiro lugar a a um ideal de uma nova personalidade que se recusa a se submeter a qualquer Norma que não tenha sido autoimposta pela razão humana já falamos sobre isso
só precisamos nos submeter as leis que nós mesmos criamos que que e que criamos racionalmente segundo ideal que influencia a nova humanidade renascentista é a ideia de dominação da natureza pela ciência autônoma a reconstrução não apenas do homem mas agora de toda a realidade segundo o modelo da nova ciência natural nos moldes de Galileu e depois Newton o que Dover tá dizendo aqui é que o homem da Renascença ou esse o que esse novo homem que surge a partir da Renascença ele é movido por duas dois ideais um ideal de liberdade da personalidade e um
ideal de dominação da natureza esses dois ideais na verdade partem de um mesmo de uma mesma proposta que é a proposta de recriar o universo perceba é recar a personalidade humana e recar o mundo a imagem do projeto racional a gente sabe que essa esse projeto de racionalidade hoje se considera que está em crise esse projeto da humanidade renascentista que é a modernidade hoje está em crise e é por isso que se fala em pós-modernidade modernidade em crise modernidade tardia ou como eu gosto de usar a metáfora que de usa no título desse livro nós
estamos vivendo o Crepúsculo da modernidade e esse crepúsculo crepúsculo Ele nasce de uma crise do racionalismo essa crise segundo Dover ela ela ocorre por diversos fatores entre eles o surgimento da física quântica eu não tentendo nada de física e não vou me arriscar a tentar fazer uma descrição do que é Física Quântica ou de por ela põe o determinismo em crise mas até onde eu consigo ir essa crise surge do fato de que agora mesmo as ciências naturais as hard Science elas não conseguem mais ter uma teoria unificada que explique todos os fenômenos então há
uma teoria que explica os fenômenos quânticos e uma outra teoria que explica os fenômenos eh que se aplicam à mecânica de Newton eu não vou ir além disso o segundo fator desencadeador da crise da modernidade são as guerras mundiais até as a primeira guerra mundial ainda estava muito viva aquele ideal de que o homem poderia construir um novo mundo a partir da sua racionalidade um mundo de paz o novos céus e Nova Terra vamos dizer assim criados pela racionalidade humana a Primeira Guerra coloca isso em cheque a Segunda Guerra destrói totalmente Essa ilusão de que
o objeto de democracia por exemplo podia levar a humanidade a ser uma sociedade justa igualitária e seja lá quais eram os alvos a serem alcançados as guerras mundiais aniquilaram dis doert a fé no Poder enaltecedor da ciência e da Razão autônoma então o pós-guerra se você ler os autores do pós-guerra todos eles são profundamente desiludidos com o projeto da modernidade todos eles estão profundamente desencantados não mais aquele desencantamento que marcou a pass da idade média para a idade moderna mas o desencantamento com o projeto da modernidade o desencantamento com essa ideia de que o homem
poderia se recriar e recriar o mundo e daí dessa crise da racionalidade surge um novo ideal de ciência que que é o historicismo radical se antes a filosofia e as Ciências estavam movidas ou centradas no ideal de que a razão da Razão do universal dos das ideias toda a toda a filosofia e ciência eh da modernidade é marcada por essa ideia de criar um sistema Universal que explique as coisas o historicismo vem propor algo completamente diferente ele vem dizer que nós não devemos ir pros universais mas pros particulares nós não devemos ir pro que é
ideal mas devemos procurar o que é contingente então todas as coisas passam a ser explicadas não em termo de um sistema racional mas em termos de contingências históricas a O que é a religião a religião é o produto de forças históricas e de individualidades e de crises eh O que é a linguagem a linguagem também tá fundada na história todas as coisas são reduzidas a história nesse novo ideal de ciência que surge também o existencialismo humanista a crítica Como já disse ao racionalismo aos universais as ideias supostamente eternas do humanismo moderno são reduzidas a produtos
ideológicos do processo histórico enfatiza-se a individualidade criativa enfatiza-se enfatizam-se os eventos individuais e não os universais Quais são as implicações dessa crise da modernidade o nilismo o desencantamento do homem e como shefer gostava de dizer o desespero e o silêncio do homem moderno pra chefa o homem moderno Na verdade seria o que a gente agora tá chamando de homem pós-moderno ele se encontra numa paralisia total porque Ele acreditou num projeto e esse projeto fracassou ele não quer voltar ao projeto anterior que era o projeto de submeter todas as coisas a Deus ele não quer se
submeter a Deus e ele não acredita mais na sua própria racionalidade então ele vive num desespero profundo bom isso dá origem a todas essas filosofias pós-modernas que a a norma inclusive mencionou que tentam definir o homem como um ser limitado eh tem um professor que fala que que explica isso dizendo que o que nós temos agora é uma antropologia pobre na modernidade havia uma antropologia rica o homem era visto como um ser rico como ser dotado de capacidade para reconstruir o mundo de racionalidade para ordenar o mundo mas diante desse ceticismo que que inunda a
pós-modernidade o que nós temos é o homem visto como um ser pobre é o homem contingente é o homem limitado na sua própria na sua própria situação histórica e cultural bom a filosofia de dó ela também apresenta de certa maneira o homem limitado de certa maneira não ela claramente apresenta o homem limitado mas eu vou defender aqui que a filosofia de do se distingue profundamente dessas filosofias pós-modernas dessas epistemologias céticas do nosso tempo e eu vou tentar explicar essas diferenças ao final que nós precisamos primeiro entender como de explica o como el descreve como nós
conhecemos as coisas Quais são as condições de possibilidade e quais são os limites do conhecimento racional é isso que vai tentar nos explicar em boa parte da sua obra parte de uma inquietação inicial de uma curiosidade que dá origem sua reflexão filosófica consiste em ideia de razão autônoma e se perguntar por toda a filosofia assumiu esse Dogma da Razão autônoma não só na modernidade mas desde a Grécia antiga porque se assumiu essa ideia de que o homem Ele tem uma razão neutra e Independente de pressupostos se essa esse Dogma da Razão fosse verdadeiro da Razão
autônoma fosse verdadeiro diz de nós poderíamos convencer um oponente teórico de maneira puramente racional Digamos que você pense De novo naquele exemplo de ontem do dos dos três acadêmicos conversando e eles se sentam conversam apresentam seus argumentos contra argumentam e a partir disso eles chegariam a um acordo eles chegariam a um consenso se a razão autônoma fosse verdadeira diz deet nós poderíamos convencer o nosso oponente de maneira puramente racional mas nós sabemos que isso não acontece né ontem os nossos acadêmicos imaginários SA se xingando e frequentemente na vida real eles o fazem se você parar
para ler um pouco de história da filosofia vai ver como há conflitos que descem ao nível do pessoal mesmo bom não é possível convencer um oponente teórico de maneira puramente racional outro problema as diferenças de definição entre os entre as diversas filosofias Se você perguntasse a Aristóteles o que é razão autônoma ele daria uma resposta se você perguntasse a Tomás de Aquino que é a razão autônoma ele daria outra resposta se você perguntar decart o que é razão autônoma ele daria uma resposta diferente do disz só essa diferença de definição no próprio conceito de autonomia
da razão já deve já deveria nos fazer tornar a autonomia um dado problemático da filosofia nós não isso não significa por enquanto que nós vamos descartar o Dogma da Razão autônoma Mas significa que nós vamos trazê-lo para ser o problema central da filosofia e isso que vai fazer ele vai pegar o problema da autonomia da razão e vai colocar como sendo a primeira preocupação da sua filosofia e ele vai question esse problema da autonomia da Razão esse Dogma da autonomia da razão a partir de três problemas fundamentais ele vai form três perguntas que visam desafiar
a ideia de autonomia da razão perguntas que vão levá-lo a uma reflexão teórica e no final ele vai chegar a uma conclusão Qual é a conclusão a que do chega a conclusão principal é a conclusão de que o pensamento teórico é necessariamente governado por pressuposições de natureza religiosa Todo pensamento teórico científico filosófico é necessariamente governado por pressuposições de natureza religiosa dot vai dizer eu já citei essa frase ontem nunca houve uma ciência que não fosse fundada em pressuposições de natureza religiosa nem Jamais haverá Quais são os três problemas Essa é a parte mais difícil da
da Leitura inicial de de e eu vou citar Quais são os três problemas mas talvez não seja tão do interesse de vocês eu quero que vocês prestem atenção sobretudo nas conclusões que ele vai chegar em cada um desses problemas ele vai chamar esses problemas de problemas transcendentais básicos porque o objetivo dele é submeter a racionalidade a uma crítica transcendental e essa ideia de crítica transcendental Ele toma lá de Kant Kant escreveu um livro famoso que é a Crítica da Razão Pura o que D vai fazer a obra principal dele se chama uma nova crítica do
pensamento teórico é uma tentativa na verdade de criticar Kant porque Dover acreditava que ele não tinha feito uma crítica verdadeira da razão então agora D tá dizendo eu estou fazendo uma crítica verdadeira e verdadeiramente transcendental da racionalidade Qual é o primeiro problema que dvert formula As palavras dele são a seguinte como se caracteriza a atitude teórica do pensamento em contraste com a atitude pré teórica da experiência ingênua o que Dover tá tentando o que o problema que Dover tá abordando nessa primeira pergunta é o qual é o traço distintivo do pensamento teórico O que é
que diferencia a observação da natureza que você vai encontrar Talvez num fazendeiro da Visão da natureza que tem um físico ou um químico ou um agrônomo um biólogo Qual é a diferença entre a atitude do fazendeiro a atitude pré teórica como ele vai chamar do fazendeiro e a atitude do cientista quando nós falamos que o sol se pôs ou que o sol nasceu um físico pode chegar e dizer se pois nasceu Isso parece indicar que é o sol que está se movimentando mas não é a terra que está girando em torno do sol porque essa
diferença entre como nós descrevemos não cientificamente um evento e como nós o descrevemos cientificamente Dover vai tentar explicar isso a partir de uma distinção entre experiência teórica e experiência que ele vai chamar de ordinária ou ingênua essa experiência ingênua para deived ela se caracteriza pelo fato de que nós observamos a realidade de maneira coerente de maneira integral nós olhamos pra realidade e percebemos os objetos ele vai dizer na forma de estruturas de individualidade pense no evento de ontem para ficar mais fácil da na no acidente de carro uma atitude não teórica do do pensamento pré
teórica ela vai fazer eu descrever o acidente da de uma maneira integral coerente nós vamos narrar o evento como um todo quando Nós entramos na atitude teórica nós passamos a descrever não o evento não a estrutura de individualidade mas nós passamos a confrontar um aspecto da do evento um aspecto da experiência com o aspecto lógico analítico deixa eu tentar explicar isso um pouco melhor na experiência teórica diz dot nós nos relacionamos com os objetos nós nos relacionamos com a experiência com a realidade na forma da relação que ele chama de sujeito objeto então eu olho
para um trovão e eu não paro para descrever que há uma diferença de potencial ou seja lá como os físicos chamem para descrever como acontece o evento mas eu experimento aquele evento em todos os aspectos lembra que eu descrevi ontem 15 aspectos teoria de da realidade e percebo esse evento ao mesmo tempo nos 15 aspectos então eu olho pro trovão e por exemplo posso ter medo dele ou eu posso ficar Maravilhado e me lembrar do Salmo que diz que a voz do senhor é é como a voz de trovão e eu posso pensar na no
aspecto físico-químico na luz que aquele Trovão apresenta então ao mesmo tempo eu vejo todos esses aspectos o aspecto da Fé o aspecto sensório o aspecto físico-químico eu vejo tudo isso ao mesmo tempo e eu vejo tudo isso numa coerência Eu não eu não distingo a não ser implicitamente esses aspectos eu olho pra realidade como ela é como deus apôs numa coerência integral na coerência de todos os aspectos quando um cientista vai analisar esse mesmo fenômeno ele não analisa o fenômeno mais numa relação de sujeito objeto ele não observa mais a o fenômeno como estrutura de
individualidade mas ele põe esse fenômeno numa relação vai usar uma palavra não sei se é Holandês ou alemã que é uma relação gegenstand ou uma relação antitética o que que o que que vai acontecer eu olho pro Trovão eu sou um físico eu vou descrever do ponto de vista da eletrostática ou eletrodinâmica quem me ajuda não sei do ponto de vista da física eu vou isolar o aspecto físico químico e vou confrontar Esse aspecto físico-químico com o aspecto lógico e a partir desse confronto eu vou chegar a algumas conclusões se eu for um jurista e
esse Trovão cai por exemplo e mata alguém Digamos que eu tenho uma fazenda e um funcionário meu está capinando e mato na fazenda e de repente um raio cai sobre a cabeça dele e ele morre se eu for um jurista eu vou confrontar o aspecto o aspecto jurídico com o aspecto lógico vou dizer isso é um caso fortuito um caso de força maior eu não tenho culpa da morte do meu empregado porque eu não tenho culpa do Trovão ter caído eu não tenho nenhuma não há uma relação de causalidade entre minha ação e o trovão
que caiu dentro da fazenda então cada cientista cada teórico vai isolar um aspecto vai destacar um aspecto da realidade e vai confrontar Esse aspecto com o aspecto lógico e chegar a partir dessa análise né análise no na etimologia da ideia de separar né de que e separar então nessa análise eu quebro um aspecto da realidade tiro ele da realidade e submeto a essa relação analítica essa relação antitética então dod V uma diferença marcante entre experiência ingênua ou ordinária e experiência teórica por que isso é importante Se você for olhar pra história da filosofia você vai
ver que essa distinção ela frequentemente tem sido descrita de maneira estranha vai citar por exemplo o exemplo de de e Aristóteles por causa dessa percepção errada da diferença entre atitude teórica e atitude pré teórica Aristóteles chegou a imaginar a dizer que a racionalidade sobrevive após a morte quando nós morremos a nossa personalidade morre também mas para Aristóteles a nossa racionalidade permanece viva veja que a não percepção da distinção entre atitude teórica e atitude pré teórica leva a um erro fundamental ou se você pensar nas teorias modernas do conhecimento muitas vezes elas descrevem essa experiência não
teórica ou pré teórica como se fosse uma experiência teórica errada então você vai ver muitas vezes se descrever na na epistemologia uma a chamada teoria AC crítica a a descrição da experiência ingênua como sendo uma teoria acrítica é como se o fazendeiro que descreve por exemplo o fenômeno da da chuva e ele descreve esse fenômeno na sua coerência integral então ele faz referência por exemplo a Deus ele agradece a Deus quando a chuva vem na medida certa ele clama a Deus quando a chuva não vem ele percebe o evento na sua coerência integral ele sabe
que há talvez saiba que há uma relação por exemplo entre as nuvens do céu e a a chuva que cai ele percebe e eh essas relações implicitamente mas ele não separa os eventos os aspectos uns dos outros e aí vem um cientista e diz que isso é uma teoria ingênua uma teoria acrítica do vai dizer que isso é uma percepção errada da experiência ingena por que isso é importante por que isso é importante para uma filosofia Cristã por que isso é importante para um cristão na academia isso nos isso nos faz valorizar a nossa experiência
ordinária pastor valbert falou ontem um pouco sobre isso a norma também falou na primeira palestra nós não podemos colocar racional como fosse o único aspecto da vida o aspecto principal nós precisamos perceber que a nossa experiência humana naid a nossa experiência temporal nesse mundo é uma experiência integral e por fa não me ligu aão integral est usando umapressão que às vees se tenta roubar ela per tradi reformada e a tradição reacional em particular mas essa experiência integral ela nos faz colocar a racionalidade no seu devido lugar e nos faz reconhecer que muitas vezes uma representação
teórica errada não significa uma experiência errada então às vezes pessoas que T teologias muito problemáticas por exemplo nós podemos olhar para essa pessoa e ver que ela tem uma experiência genuína de transformação achei muito interessante tudo que o pastor valberto falou ontem sobre isso a a sua descrição tem aproximações diferenças também com a de doet mas ambas tentam valorizar aspectos não teóricos e aspectos não Racionais da experiência humana e nós precisamos Trazer isso de volta pra nossa pras nossas teorias paraas nossas filosofias pra nossa teologia também a importância da experiência como um todo a teoria
tem o seu lugar a racionalidade tem o seu lugar mas não é tudo e nós precisamos perceber isso segundo problema que formula Na tentativa de avaliar o Dogma da Razão autônoma é a seguinte ele pergunta mediante qual ponto de partida podemos nós reunir sinteticamente os aspectos lógico e não lógico da experiência que foram postos em múa oposição na antítese teórica lembra que ele descreveu a teoria o pensamento teórico como um pensamento antitético eu pego um aspecto da realidade confronto com o aspecto Não lógico e eu vou chegar a partir dessa antítese a uma síntese a
resultados a conclusões pergunta se eu pego Dois duas coisas que são Opostas e eu as coloco em oposição como é que eu chego a um resultado entre elas como é que eu chego a uma conclusão como é que eu chego a uma resposta como é que eu chego a uma síntese vai então dizer que essa pergunta a partir de de sua reflexão nos faz ver a necessidade de um ponto arquimediano para a síntese teórica o que é ponto arquimediano lembra de Arquimedes Ele disse me dê uma alavanca e eu moverei o mundo não é não
é basicamente isso ou seja o que é o ponto arquimediano é aquele ponto onde a alavanca né se apoia para fazer o a operação de movimento então o pensamento teórico de sdiv ele precisa de um ponto arquimediano ele sempre tem um ponto arquimediano que é o ponto a partir do qual nós nós reunimos os aspectos para chegar à conclusão o aspecto lógico e qualquer daqueles aspectos não lógicos que nós pegamos a economia a juridicidade a estética a física então nós juntamos esses dois aspectos o lógico e o Não lógico e chegamos a uma conclusão mas
para chegar a essa conclusão nós precisamos de um ponto de partida de um ponto arquimediano um ponto para nós apoiarmos as nossas conclusões ele vai dizer que isso tá presente inclusive na filosofia de descart quando formula a sua filosofia ele percebe também a necessidade de um ponto de partida paraa razão o que acontece para de é que todas as filosofias modernas Colocaram o ponto arquimediano dentro do próprio pensamento o ponto arquimediano nas filosofias seculares de S ele é colocado como sendo ou o aspecto Não lógico ou o aspecto lógico então por exemplo é daí que
vem aquilo que nós falamos ontem os reducionismos as absolutização quando um Historiador cai no reducionismo histórico o que que ele tá fazendo ele tá transformando a história no seu ponto arquimediano ele Tá apoiando toda a sua teoria na história quando um materialista apoia a sua teoria quando um materialista descreve Toda a realidade em termos de relações de matéria e energia ele Tá apoiando toda a sua filosofia toda a sua teoria num ponto arquimediano que é o aspecto físico químico quando um logicista né um alguém que cai no positivismo lógico explica por exemplo o direito em
termos de uma fórmula lógica ele tá reduzindo Toda a realidade a lógica que ele tá fazendo é transformar a lógica no ponto arquimediano da sua filosofia e aí Dover vai dizer que esse é o grande problema de toda a filosofia moderna ele vai dizer nós precisamos de um ponto arquimediano fora da relação antitética fora da relação gegenstand E aí ele vai dizer Kant concordava com isso o problema é que Kant criou uma abstração Kant percebeu que precisava encontrar um ponto de de partida pro pensamento fora do pensamento mas é o que que ele inventa ele
inventa a figura do eu pensante né E esse cogito né esse eu pensante nada mais é do que o próprio aspecto lógico Então embora Kant tentasse sair da da filosofia imanentista ou seja dessa filosofia que explica o pensamento a partir do próprio pensamento Kant continuou sendo um imanentista E aí Dover vai dizer o seguinte nós precisamos a partir desse problema a filosofia precisa assumir uma direção concêntrica nós precisamos agora fazer na filosofia uma autoreflexão o filósofo ele precisa agora voltar se não para o exterior mas ele precisa voltar-se para dentro de si para descobrir onde
é que está esse verdadeiro ponto arquimediano E aí isso me faz também pensar em um aspecto importante pra filosofia e pras ciências modernas nós precisamos restabelecer no mundo filosófico e científico a importância da autorreflexão é claro que tá tirando isso do primeiro capítulo das institutas de Calvino quase tudo o que se importa conhecer des Calvino consiste em duas coisas o conhecimento de Deus e o de nós mesmos e Calvino já tinha tirado pelo menos a expressão de Agostinho no seu sol quando se pergunta o que é é importante conhecer a Deus e a alma então
de tenta de tenta trazer de volta esse essa direção concêntrica da filosofia ele tenta trazer de volta a importância da autorreflexão para o trabalho filosófico então e aí ele vai dizer que o próprio Sócrates ele também havia percebido essa necessidade de autorreflexão quando ele transformou o Oráculo de Delfos né numa numa num mote da sua filosofia conhece-te a ti mesmo bom par então primeiro nós vimos a importância de saber a diferença entre a experiência ingênua e a experiência teórica agora nós vimos a importância de encontrar um ponto arquimediano para o pensamento fora do pensamento e
agora formula um terceiro problema como é possível essa autorreflexão crítica como é possível essa direção concêntrica do pensamento teórico para o ego E qual é o verdadeiro caráter desse ego vai dizer que cometeu um erro mental ao transformar esse ego num ego racional e do vai então dizer o seguinte o verdadeiro ponto arquimediano do pensamento deve ser encontrado por meio da conexão de todos os aspectos da realidade A sua origem absoluta e vai dizer essa é uma operação essencialmente religiosa quando eu conecto Toda a realidade o todo da realidade A uma origem absoluta O que
é que eu estou fazendo eu estou conectando a realidade ao criador a origem pode ser o verdadeiro criador ou um falso criador vai descrever então que religião na sua Filosofia é o impulso inato do Ego humano de dirigir a si mesmo para a origem absoluta da totalidade de sentido seja a origem verdadeira ou uma falsa origem cuja imagem se encontra nele refletida vai dizer todo ser humano inclusive o cientista e o filósofo com Deus seja o Deus Bíblico seja um ídolo E aí eu vou citar um trecho da da sua obra mesmo nessa absolutização do
relativo ou seja mesmo quando um cientista escolhe qualquer um desses aspectos para tornar absoluto o ego pensante e atuante transcende seu Horizonte temporal ele está sujeito a uma lei Central que podemos denominar a lei de concentração religiosa da nossa consciência pela qual o homem é obrigado a transcender a si mesmo para encontrar o seu significado positivo percebam a importância disso pra filosofia Cristã nós não excluímos Deus da nossa filosofia eu tô lendo agora para o mestrado o livro de por Rique e hermenêutica e ideologias e uma coisa curiosa Rique era um católico e uma coisa
curiosa que ele faz na sua filosofia ou finge fazer ele diz eu vou colocar Deus e a Bíblia em suspensão aqui eu vou desconsiderar um pouco que Deus existe que a bíblia existe e vou fazer uma reflexão sobre o que é o homem e como homem vive no mundo só que isso é absolutamente impossível de ser feito quando nós suspendemos da nossa ciência o Deus Bíblico quando nós colocamos em de lado o Deus Bíblico nós não estamos ficando sem Deus nós estamos colocando um outro Deus no lugar quando nós abandonamos pelo ainda que seja temporariamente
quando nós abandonamos a referência a o nosso a nossa origem absoluta de significado que é o Deus Bíblico nós na verdade estamos colocando uma outra origem no lugar e essa origem é um ídolo um falso Deus então do vai dizer então que Todo pensamento teórico ele parte dessa dessa motivação religiosa inata e Fundamental Todo pensamento decorre de um comprometimento Central radical Com Deus ou Deus verdadeiro com um falso Deus mas dod ainda não está satisfeito com essa resposta ele diz que o ego religioso o homem religioso não é em si o ponto de partida do
pensamento teórico não é em si o ponto arquimediano por qu para ele para doed o ponto arquimediano deve abraçar o significado de todo o cosmo inclusive o ego que dele participa então não pode ser o ego porque o ego também tá no Cosmo e o ponto arquimediano precisa estar fora do Cosmo ele precisa ser supratemporal isso isso leva de a descrever o ego humano como sendo o coração né esse ego religioso é o coração supratemporal do vai dizer que esse coração que nos liga à nossa origem é esse compromisso fundamental com Deus mas do vai
dizer que esse coração ele não está sozinho mas ele está ligado a outros corações ele vai dizer que a a raça humana constitui uma comunidade religiosa na verdade duas vou chegar lá o ego individual ele está ligado a outros egos e esses esses egos formam uma comunidade Religiosa e essa comunidade religiosa é governada por um espírito essa comunidade religiosa é governada por um espírito do vai dizer então que desde a queda humana dois espíritos estão em operação na raça humana desde a queda do homem do pecado dois espíritos estão em operação na raça humana de
um lado há o espírito de Deus o espírito da Regeneração de outro lado a o espírito de apostasia doert vai dizer desde a queda e a promessa do Redentor vindouro há dois impulsos centrais essenciais operando no coração da existência humana o primeiro o primeiro impulso é a dinamis do Espírito Santo o qual pelo POD Movin da palavra de Deus encarnada em Jesus Cristo redirige para o seu Criador a criação que na queda apostatar de sua verdadeira origem essa dinamis traz o homem para o relacionamento de filiação com o pai Divino Dover percebeu Dover descreve essa
dinamis esse poder espiritual como sendo aquele poder que nos traz de volta para o criador na queda nós fomos separados de Deus e pelo poder regenerador do Espírito Santo somos trazidos de volta e esse poder espiritual ele forma uma comunidade religiosa pense perceba que do está mais uma vez falando a partir da ideia de antítese porém inimizade entre ti e a mulher entre a tua descendência e o seu descendente H duas humanidades em Gênesis 3 nascem duas humanidades Deus estabelece uma oposição fundamental entre duas humanidades os filhos do pacto os filhos da mulher e os
filhos réprobos os filhos da serpente essa antítese fundamental do vai descrever em termos de dois espíritos o espírito de Deus a dinamis do Espírito Santo e o Espírito de apostasia sobre esse último ele vai dizer assim o segundo impulso Central é aquele do espírito de apostasia do Deus verdadeiro também como uma dinamis religiosa poder ele conduz o coração humano em uma direção apóstata e é a fonte de toda divinização da criatura Ele está na fonte de toda a absolutização do relativo mesmo na atitude teórica do pensamento em virtude do seu caráter idólatra o seu motivo
base religioso pode receber conteúdos bastante bastante diversos vamos parar para pensar bem nisso Essa é a parte que eu acredito ser mais importante paraa Nossa compreensão da importância de de pra filosofia Cristã Há uma antítese religiosa não é apenas diferenças de opiniões não é apenas ah você tem a minha a sua teoria eu tenho a minha não há uma oposição religiosa há uma humanidade que se prostra diante de Deus em reverente adoração e a outra humanidade que está em guerra contra Deus E essa guerra se manifesta não só na igreja essa guerra se manifesta não
só no evangelismo Essa guerra se manifesta na filosofia e na ciência há uma oposição radical entre os filhos de Deus e os filhos do maligno E isso se revela nos resultados da filosofia Cristã e nos resultados da filosofia humanista a apóstata só que Dover vai fazer uma observação interessante ele vai dizer o motivo cristão ele é um motivo unitário ele é um motivo integral ele é a a a o impulso Cristão é governado por uma uma um motivo religioso que é coerente em si mesmo Qual é o motivo base Cristão criação queda Redenção só que
Dover não via isso como Três Passos históricos simplesmente né como três aspectos da narrativa bíblica mas ele vê isso como uma cosmovisão integral em todas as coisas nós nós olhamos para todas as coisas da experiência em termos dessa integralidade criação queda e Redenção só que dver vai dizer os humanistas ou os apóstatas melhor dizendo eles eles assumem o seu impulso apóstata assume as mais diversas formas por quê Porque a idolatria é assim a idolatria nós não Lutamos contra um único falso Deus há uma pluralidade de Ídolos A Norma tem falado sobre isso e nós podemos
imaginar nos Ídolos mais mais concretos né ídolos do catolicismo romano Ídolos das religiões animistas Ídolos das religiões orientais Ídolos no espiritismo mas ídolos ídolos também eh teóricos ou Ídolos ideológicos como se tem falado muito aqui esses dias bom a idolatria assume as suas mais diversas formas e por isso a filosofia humanista assume também as suas mais diversas formas dver vai fazer uma descrição ao longo da história de três motivos apóstatas especiais na tradição ocidental o motivo grego o motivo católico romano e o motivo humanista cada um desses motivos eu não vou me deter aqui por
causa do tempo Seria muito bom falar sobre isso mas eu tomei muito tempo no início da exposição O que é importante perceber que para deived todo motivo apóstata ele é ele apresenta um confronto entre dois Ídolos a dois Ídolos brigando dentro de cada motivo desses no no motivo grego ao ídolo ao ídolo matéria e o ídolo forma no motivo católico ao ídolo natureza e o ídolo graça no motivo humanista ao ídolo natureza e o ídolo liberdade e esses Ídolos eles estão brigando de tal maneira que quando um começa a vencer no pensamento teórico o outro
eh se levanta Em contrapartida então é por isso que a gente tem na ciência a os mecanicistas né eles eles vem a a o a experiência inclusive social em termos meramente mecânicos mecanismos sociais que estão num funciono quase automático ou literalmente automático do outro lado a gente tem né o a a tradição historicista por exemplo que vai dizer não não tem nada de automático não tem nada de natureza aqui é a construção humana bom esses motivos base religiosos eles vão controlar o pensamento essa esse é o ponto de os motivos religiosos controlam o pensamento teórico
então quando um cientista não Cristão faz ciência ou faz filosofia ele está sendo governado por um Deus ele está sendo controlado por um ídolo ele está possuído por um demônio podemos dizer assim de uma maneira bem extrema ele está sim fazendo a vontade do diabo que é seu pai claro que ele vai encontrar momentos de verdade como dissemos ontem a verdade na boca dos demônios também mas há há erros fundamentais que precisam ser percebidos e precisam ser rejeitados pelo Cristão que pretende ser fiel a se seu Deus nas ciências bom vamos trazer de volta rapidinho
a nossa analogia Inicial com os seriados Como eu disse há uma semelhança entre essa teoria de deet e muitas filosofias pós-modernas filosofias céticas a ideia de uma antropologia pobre a ideia do homem como um ser limitado que está no pensamento de deet está também no pensamento pós-moderno a ideia de que a racionalidade tem limites Está Em ambos os pensamentos a ideia de que que o conhecimento tem uma historicidade também está em dot porque esses motivos religiosos perceba Eles vão mudando ao longo da história então o conhecimento também tem um aspecto de historicidade essa ideia de
rejeitar os reducionismos está também em muitos filósofos pós-modernos estava já em bourdier por exemplo mas a percepção dos problemas é comum a interpretação é diferente lembra disso os dados estruturais são compartilhados são a base comum mas a interpreta desses dados estruturais é completamente diferente a antropologia de de por exemplo é centrada no coração e na sua natureza religiosa você não vai encontrar isso em na filosofia pós-moderna não há esse reconhecimento da da natureza religiosa estrutural do coração humano se fala assim que o homem é um ser né movido por ideologias e religiões mas não se
reconhece que isso é um dado da estrutura da nossa natureza não se reconhece que Deus nos criou assim tu nos fiz para ti dizia Agostinho e o nosso coração não encontra repouso enquanto não descansar em ti então nós fomos feitos assim isso não é um problema isso é a beleza de Como Deus nos fez para refleti-lo e para glorificá-lo a as antropologias céticas elas são historicistas e solipsistas essa expressão solipsista tá muito na moda na filosofia pós-moderna é dizer que o homem é um ser ensimesmado é aquele professor que eu citei ontem eh lá da
minha faculdade ele escreve naquele mesmo livro que a sua tese de livre docência que o homem é um ser autista ele é um ser fechado no seu próprio universo e tudo que lhe resta é a linguagem Justamente por isso porque ele não tem outra coisa a não ser a si mesmo essas antropologias céticas são completamente contrárias à antropologia de de embora ambas reconheçam a limitação do homem em dot os limites da racionalidade são condições de possibilidade do pensamento eles não são obstáculos a serem superados Quando você vê um pós-moderno dizendo Ah o homem é um
ser limitado o homem é um ser o conhecimento do homem é limitado por suas pressuposições por sua situação hermenêutica pelo seu contexto histórico eles fazem isso Mas eles descrevem isso como se fosse uma coisa ruim como se fosse um obstáculo à verdadeira racionalidade do vai dizer não isso é uma condição de possibilidade do conhecimento nós só podemos conhecer assim fazendo referência a um absoluto isso faz a filosofia completamente diferente das filosofias céticas esses limites do pensamento não devem ser combatidos eles devem ser respeitados e é por isso que D rejeita por exemplo a especulação teológica
né certas discussões teológicas que não estão fundadas na revelação Bíblica do vai dizer isso é especulação isso é escolasticismo vamos tirar isso da nossa teologia porque Deus não nos revelou ele colocou um limite para o nosso conhecimento Vamos respeitar esse limite a historicidade em de está ligada à visão dos motivos base religiosos não é uma historicidade individualista ele não vê o homem como esse ser solipsista em si mesm Mas é uma historicidade Comunitária dod ver a antítese na história a oposição entre dois espíritos duas raízes duas humanidades em direção oposta a humanidade que se dirige
para Deus e a humanidade que se volta contra Deus essa historicidade nos faz ver a ação do Espírito Santo na história e ao mesmo tempo a ação do espírito de apostasia que nós devemos combater também o não reducionismo em deiv pressupõe a origem divina e absoluta a distinção criador criatura essa distinção criador criatura obviamente não está em nenhuma filosofia cética ess esse não reducionismo que Dover explica a partir da diferença entre Deus e a sua criação nas filosofias humanistas é vista como sendo apenas uma tentativa de evitar as antinomias só que no fim das contas
não consegue as filosofias céticas não conseguem evitar as antinomias por quê Porque dentro do pensamento humanista antes do pensamento humanista do pensamento apóstata há uma antítese religiosa aqueles dois Ídolos estão constantemente brigando e porque eles estão constantemente guerreando nunca se consegue evitar as antinomias no pensamento apóstata bom Essas são algumas diferenças entre deed e as reflexões que a gente vê na pós-modernidade isso nos leva de volta à ilustração dos seriados tanto em House of Cards como em How I meteo mother fica claro que a descrição dos fatos na narrativa principal não é inteiramente confiável mas
em House of Cards o espectador é levado a confiar em Frank underwood na sua meta linguagem ao passo que em How metom mother está muito claro que nem tudo o que Ted diz como narrador deve ser levado a sério no fim das contas em House of Cards nós somos chamados a confiar nas percepções de alguém que claramente não é confiável pelo simples fato de ele cinicamente se reconhecer como tal a meta narrativa nesse seriado é o ardil Supremo é o engodo principal que faz do espectador marionete do protagonista assim como os personagens da série quando
House of Cards quando Frank underwood olha para nós e fala sinceramente conosco quem disse a você que ele tá sendo sincero quem disse a você que aqui ele tá verdadeiramente se revelando Ali quem disse a você que o que ele está dizendo ali é realmente verdade ou é apenas a imagem que ele quer passar para você para colocar medo em você para fazer você admira virá talvez a sua o seu caráter maquiavélico mas em romad o reconhecimento das limitações do narrador alcança o seu verdadeiro fim de tornar o espectador mais atento aos furos da história
o que que isso tem a ver com do e o pós-modernismo bom será que o ceticismo na filosofia Será que essas filosofias pós-modernas em vez quando elas falam Ah o homem é um ser limitado Só existe relatividade Será que no fundo o que eles o que se quer não é nos fazer confiar na sua própria hipocrisia Será que o que se quer na verdade não é nos fazer menos críticos dessa filosofia Será que o que se quer na verdade não é nos convencer Ah já que não existe nenhuma verdade eu vou ficar com essa aqui
que é do meu professor eu vou ficar com essa aqui que é do autor que eu gosto já que não existe verdade será que isso não nos faz menos críticos dos nossos próprios pressupostos Será que isso não nos faz menos críticos das nossas próprias antibíblicas a filosofia de nos chama a humildade e nos chama a uma autorreflexão nos chama a olhar para nós mesmos e ver nossas limitações e a reconhecer que a racionalidade não pode todas as coisas que nós precisamos viver uma vida cristã integral e viver de maneira a Honrar Deus em todas as
coisas nos faz reconhecer que apenas Deus é senhor de todas as coisas que apenas Deus é absoluto e que nenhuma filosofia humana nenhuma teoria humana pode explicar plenamente a complexidade a diversidade e a coerência da Criação Divina isso nos faz ver algumas possibilidades para terminar mesmo de exploração da filosofia de deiv nas nossas na nossa vida eh como acadêmicos primeiro Há uma possibilidade num aspecto negativo essa possibilidade é de nós expormos o mito da ne Ade e descartarmos o Dogma da Razão autônoma se todo o pensamento teórico é fundado em compromissos religiosos a filosofia cristã
não pode ser descartada pelos seus compromissos religiosos eu tava conversando com Alguns irmãos aqui ao final ontem e disse que isso eh nos ajuda a a conversar na universidade você fala por exemplo eh juridicamente contra o aborto tenta fazer uma construir um argumento jurídico contra a legalização do aborto e alguém vai dizer vai apontar o dedo para você e dizer mas você tá falando isso porque você é religioso Aí você aponta o Dede e diz você também é e começa a expor Onde Estão onde estão os compromissos religiosos do seu oponente então nós podemos expor
o mito da neutralidade e assim abrir espaço pra filosofia cristã do ponto de vista positivo a filosofia de Dover nos permite construir uma filosofia biblicamente orientada não que Dover tenha sido perfeitamente bíblico e ele nunca se nunca teve pretensões de infalibilidade como dissemos ontem mas ele nos propõe o caminho ele nos apresenta um caminho para construirmos uma filosofia bíblicamente orientada o reconhecimento de que Deus é absoluto e que o homem e o Cosmos são relativos são um elemento importante para ser trabalhado nas nossas nas nossas pesquisas e nos nossos estudos a unidade a diversidade a
coerência da experiência é outro aspecto que nós precisamos integrar na nossa filosofia a rejeição da especulação a direção concêntrica da reflexão teórica são aspectos importantes para nós incorporar na nossa na nossa pesquisa construir uma reflexão teórica multiasistencia integração dos das diversas ciências especiais e da filosofia porque nós temos uma tarefa comum como cristãos de honrar a Deus com nosso conhecimento e por fim um outro uma outra possibilidade de exploração da filosofia de Dover já falei também na primeira palestra é fornecer uma linguagem teórica para nós nos apresentarmos na esfera pública nós temos agora cond claro
que há outras propostos mas eu tô apresentando a de dot para vocês uma linguagem filosófica e ao mesmo tempo Cristã com a qual nós podemos dialogar nos espaços públicos nós podemos usar nos aproveitar do que essa linguagem tem para eh discutirmos economia direito política sociedade física química matemática que Deus nos ajude irmãos a explorarmos essas possibilidades a vermos também possibilidades de reformulações de aperfeiçoamento da filosofia de doet e que ele nos ajude principalmente a guardar o nosso coração dos Ídolos ainda que sejam Ídolos teóricos obrigado [Aplausos] [Música]
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