Pensamento Descolonial: Edward Said e o livro Orientalismo, por Isabelle Christine Somma de Castro

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Quem Somos Nós?
Programa gravado em 18 de fevereiro de 2020 Acesse esse conteúdo também em formato podcast no Spot...
Video Transcript:
olá meu nome é isabelle cristine cima de castro eu sou pesquisadora da universidade de são paulo núcleo de pesquisas em relações internacionais e o departamento de ciência política vim falar sobre o orientalismo livro do êxodo de sair tive uma experiência super boa com o celso foi mais um papo super gostoso convidou quem está assistindo para assistir esse papo gostoso a gente falou de bastante coisa não só do livro e é isso pessoal bem vindo mais uma vez aos nossos botox e o quem somos nossos se você quiser ter acesso a todas as conversas que nós
já fizemos vai lá no quem somos nós ponto com.br escolha a plataforma que você preferir youtube são cláudio spotify qualquer uma e hoje nós vamos ter mais um programa da série sobre o pensamento descolonial que é o pensamento nem o que dizem os prestadores e o pensador as da américa latina da áfrica e do oriente aqui com a gente para falar sobre o pensamento de edward side e o seu livro seminal chamado orientalismo a pesquisadora doutor em história social e mestre em letras pela usp isabelle soma e aí e aí e aí e aí e
aí oi quem é você oi bê eu eu não sei quem eu sou exatamente mas eu vou te falar da minha trajetória é eu sou formado em jornalismo trabalhou muitos anos como jornalista e revistas no jornal editora etc e tal e mas logo depois a gente concluir o jornalismo eu comecei a fazer eu sempre me interessei pelo mundo árabe-islâmico aí comecei a fazer arara eu não tenho é tão vez é pelo pela cobertura do noticiário da década de 80 sobre guerra civil no líbano eu vi aquelas fotos eu ficava meio interessado o que será que
acontece no oriente médio a questão palestina isso talvez tenha me levado para o jornalismo também e logo que conclui a graduação em jornalismo trabalhava no jornal e comecei a fazer e fui procurar na história da usp se tinha aula sobre mundo islâmico árabe até tá e não tinha não tinha nenhuma disciplina e eu comecei a fazer letras árabe aí eu fiz três anos de letras árabe que você aprende falar para escrever mas mais escrever porque você aprende o árabe clássico tem o árabe é popular tem o clássico você aprende mais a lena é um curso
mais oi como eu posso te dizer mais duro assim não é para você para você virar um tradutor não é tudo é não é para você falar no dia a dia sim mas aí eu tive que interromper esse esse curso eu gostava muito a trabalhava muito e fazer os recursos fala não eu leio é porque eu abandonei beijo então né e fui morar no japão a trabalho trabalha numa editora lá e quando eu voltei eu não consegui mais retomar o curso porque eu trabalhava de dia e esse curso era de manhã e o meu um
dos meus professores lá que é uma média jaruche ela me convidou para fazer um mestrado e uma médico não sabe é o tradutor das mil e uma noites uma pessoa fantástica assim e que me convidou para continuar falando vamos largar né e aí e eu e eu já conheci a obra do saidinha né que já tinha me encantado em meu mestrado foi em cima da do orientalismo do side com árabes e muçulmanos eram retratados em jornais e mexi muito com o orientalismo depois fui para aí não tinha doutorado na época no árabe aí eu fui
para história e fiz o doutorado agora tô no pós-doutorado e sempre nessa linha mundo árabe-islâmico que foi o fio da meada eu mudei fui da do jornalismo para letras pré-história agora eu tô na ciência política tão ruim sempre com esse esse fio aí mas não foi por causa disso que eu porque esse interesse bem engraçado isso por causa dos das questões que existiram lá e ou porque é pouco estudado aqui é grande eu sou uma curiosa tu me perguntou quem eu sou eu sou uma cury bom então uma curiosa especificamente nessa questão que é o
desconhecido né oriente ao desconhecido para gente na sua uma brasileira que viveu aqui minha família não é árabe nunca tinha tido contato com muçulmanos a gente não tem uma colônia muito grande próxima de casa nem fim e aí eu me interessei demais eu comecei a a a voltar para falar de ninguém mas nunca vou cá e mas quem primeiro chamou a atenção para esse depois de entrar né e esse mundo que eu conheci esse mundo fantástico diferente arterioso meio aladdin na verdade é uri oriente não é tão diferente do ocidente são pessoas lá como nós
né então você side o orientalismo foi o livro que mudou aquela me avisam né falou isabele como você tá atrás do mundo que olá aqui é o mundo que criado inventado no ocidente por que esteja poder e o livro me impactou muito e o mestrado é me mostrou que imprensa tinha muito eu estudei como árabes muçulmanos foram resgatados pela folha e pelo estado antes e depois de onze de setembro e a minha primeira hipótese é que depois de onze de setembro tudo mudou mas não é a violência questões de violência questões de terrorismo estavam sempre
presentes antes não foi depois e questões culturais não apareceu tanto a própria colônia não aparecia tanto não aparecia a a literatura né que é lisa aura mil e uma noites né que as pessoas falam mas isso que é o chato da história quando em uma noite é uma compilação de pai né que vem o enfim algumas histórias eram da índia mas mais interessante aqui é o aniversário de são paulo tem tradutores fantásticos que estão trazendo vieram trazendo os últimos anos hoje em dia nem tanto porque eu acho que o mercado editorial tá meio complicado mas
verão trazendo obras fantásticas estão traduzido diretamente do árabe o que uma média durante fez é não tem nenhum lugar do mundo ele pegou manuscritos que ninguém traduzível então esses manuscritos só estão traduzidos para o português é a safa jubran traduziu muitos livros também muito interessante ela produziu milton hatoum para o árabe também então é essa esse curso é além é tá trazendo um e esse mundo árabe que a gente não conhece para a gente conhecer tá vão falar do livro vamos sair de primeiro vamos falar um pouquinho uma mini biografia dele vale 1 e o
site nasceu em 1935 em jerusalém ele passou os primeiros anos dessa palestina de mandato britânico na e um pouco antes da anac banak também a independência de israel e a vista como naquele uma grande tragédia enfim a grande dispersão dos dos palestinos foi antes foi em 47 a família dele mudou para o egito e foi no egito que ele passou os primeiros anos da vida dele não nos primeiros anos já tinha duas e passou esse período em escola uma escola para inglesa também na palestina né também não aparecia antes eu não me lembro agora essa
escola é muito interessante que ele estudou no cairo que eram a escola de elite local e ele conta até aquele sofria bullying de uma pessoa que foi muito ficou muito famosa aqui e o omar sharif então a gente uma treta lá com uma charlie fez que ficou famoso né e ele foi expulso da escola convidada a se retirar da escola é o comportamento porque ele não era feliz ali ele tinha várias questões e o pai dele enviou ele para os estados unidos por uma borda escuna uma escola interna antenado em massachusetts um lugar branco majoritariamente
cristão a questão também não era cristão protestante que é uma minoria dentro de uma minoria né então ele era era minoritária e lá nos estados unidos ele passou por essa questão de ver se vê como um outro né porque no mundo árabe no no egito ele já não era adicionar ele era palestino aí ele foi para os estados unidos e ele não era americano e lá é nos olá queridos tem essa questão muito específica racial né então você não é a gente não é branco a gente ela tino o árabe é uma pessoa de couro
vista como de cor como eles chamam meu filho é e e aí ele foi vendo foi passando por situações como é que eu posso dizer a difíceis né mas ele acabou seguindo a carreira acadêmica estudou em princeton é fez a graduação e princeton depois ele fez o mestrado doutorado em harvard quer dizer também não tá mal ele não tava mal né era uma pessoa bem faço ável e interessante aí ele ter se especializado em literatura inglesa né ele era professor de literatura comparada mas ele se especializou em uma língua aqui não era dele e isso
é muito interessante nas entrevistas dele né você ver como ele falar o shisui como ele se portava como um americano intelectual acho que é essa visão das pessoas né mas ele é um palestino ele tá defendendo ó é uma coisa que confunde a cabeça um pouco das pessoas mas enfim essa biografia ele morreu em 2003 é de uma leucemia que foi diagnosticada na década de 90 mas tem muita coisa da biografia desde que eu sou eu pulando eu tô pulando eu falei um pouco da trajetória dele né então vamos voltar e em que momento que
ele deu o clique porque do jeito você tá falando assim ele tentou tentou se inserir na sociedade americana quase como um americano eles estranhou mas ele completamente still então ele existiu né mas ele alguma coisinha algum momento ele deu o clique ou não teve isso e falar não pera aí isso que falam sobre o oriente que depois fez o livre certo isso que a tempo é uma questão de dominação né porque no final o resumo do resumo é essa ele já tinha isso ele já sentia isso ou não tem o aconteceu alguma coisa pessoal que
é ele tem uma biografia chama fora do lugar e ele nunca se sentiu à vontade nem no mundo árabe nem nos estados unidos então ele era uma pessoa que não nunca se sentiu americano nunca se sente você a shino então ele tinha essa essa questão de vidro deslocado exatamente isso massa ele ele despertou politicamente né assim dizendo em 67 depois da guerra do chamada guerra dos seis dias lá na quando quando israel e é fez a guerra dos seis dias exatamente né aí envolveu o egito os países árabes e o como que ele se sentiu
atingido por isso porque causa cobertura da imprensa ele viu como e não vai a hora que tem uma comunidade judaica bem grande mas não só por isso os estados unidos tinha um lado nessa questão e ele se sentiu muito mal representado pela imprensa ele achou que a ave não é um palestino a não era não aparecia não era equilibrar de um lado colocado muito claro tanto na mídia quanto nas ações do governo e talvez ele falava muito é que as pessoas falavam ano nós vamos ganhar a guerra como se os americanos realmente estivessem lutando aquela
guerra né daquela guerra fosse parte dele e a partir disso ele começou a ativar politicamente e o livro e foi um pouco nessa esteira né foi na esteira do e lendo muito sobre lutas anticoloniais sobre a questão do estruturalismo e tu não me avisa década de 70 ele era uma pessoa extremamente conta e e a muito e ele tinha um arcabouço assim teórico fantástico na área de literatura de filologia e ele teve um período sabático você não me engano acho que foi stanford ele ganhou uma bolsa e passou um ano lá escrevendo livro e esse
foi o 75 76 e ele tentou publicar depois poucas editoras interessaram nenhuma editora bacana aí 78 ele conseguiu publicar oi e o livro do então o livro virou um marco né isso não foi tão imediato assim mas vamos falar então do conteúdo do livro sim vou só foi um parente antes disso quando você fala assim da indicação que foi assim então ele virou um palestino virou um palestino querendo te tirar os judeus da palestina então não sei o que lá e pelo que eu vi pelo que eu vi de tudo ao contrário ele acha que
aquele é o lugar para os judeus e os palestinos estão em junho não é só governo mais difícil essa impressão não você deu essa impressão aqui parece que o final é esse ó então a na guerra dos seis dias os árabes invadiram o egito e invadiu lá o israel ganhou rápido canal e acabou com tu pegou território e tal e aí ele ficou ali ele ali despertou vai politicamente eu falei da história da eu não entendi eu entendi o que é interessante é que ele defendia todo mundo junto no mesmo lugar né e tem saber
eu já era tão não vai aqui no em columbia e eles convive ele tinha muitos amigos a questão dele não era a questão era ser reconhecido até um território é até autodeterminação é o tipo de palavra que ele usava então vamos falar um pouco do livro né a ideia do livro o a ideia central do livro dele então é o livro ele ele faz uma análise de várias obras literárias e ele define também como o orientalismo é um estilo de discurso não é um discurso sobre o oriente é também uma disciplina e um estilo de
pensamento então ele dividiu-se em três partes a a a disciplina tem a ver com alguém ensinado e universidade então ele acha que as cadeiras de fi-lo noite de linguística de letras de história de literatura sobre o oriente eles têm um viés o que é ensinado no ocidente tem um viés que é tornar o oriente como um objeto a ser descoberto mas que eles próprios definem não exatamente o que é mana é um estilo de pensamento é é uma forma de pensar o oriente uma forma de achar a oriente aquela coisa é de morte exótica aquilo
que a gente tava até falando no começo né é aquela coisa também violenta barbatana então ele ele a crítica dele é como é o ocidente vem vem vem ao longo dos últimos séculos vem do ocidente em frente o acidente frança e inglaterra inglaterra claro que ele não ele ele fala mais sobre frança frança inglaterra porque ele ele conhece mais a literatura dos dois países mas ele admite que isso tem a ver tem muito a ver com o que em português alemães principalmente é a espanhol isso também produziram sobre o oriente mas a coisa mais interessante
também é o discurso ele começa o livro falando como discurso político né e fala nos cursos em geral mas no começo do livro ele fala sobre o discurso político sobre o oriente né então ele fala sobre como políticos ingleses começaram a falar olha precisamos ir para o oriente porque precisamos civilizar os precisamos é o bordão do homem branco não é o homem branco tem que fazer esse favor para ele salvar vocês lavam a alma e salvável e ele acha que é mais mais difícil ele acha que é mais uma questão retórica do que realmente não
faz se enfim também tinha essa ideia de salvador e você vê que a gente tá falando do oriente mas é que estuda a áfrica também e nós da américa latina a gente é muito parecido o raciocínio por isso que libra também fez tanto sucesso né e esse livro é com essas ideias né as ideias não eram exatamente novas principalmente para o mundo acadêmico tinha um autor na década de 60 chamado a anoar abdul malek eu quero egípcios eu e um sai de conhecia essa essa artigo que esse gypsy eu escreveu é realmente sou uma fazendo
uma crítica sobre a disciplina oriental lista não a imagem que o ocidente criou do oriente intencionalmente é isso principalmente no mundo acadêmico então ele pegou essa ideia e aqui foi esse artigo eu acho que a daniele 63 a me engano e também ele mas se ele foi além disso o artigo do do moleque é bem bem mais curtinho bem menos elaborado o sair de foi além por que ele faz um escritinho em várias obras literárias trajetórias de aventureiros então quem sabe historiadores da áfrica do século 19 como o serviço subir como depois mais tarde o
laurence da arábia o caso o caso do botão é muito interessante né que era um era um aventureiro que teve até que aqui no brasil morou no brasil enfim eh conhecer portuguesa e conhecer mais de 50 línguas ele fez traduções do interessantes de obras do indianas principalmente ele traduziu as mil e uma noites também o que ele é um manuscrito que é aquele que milhares manuscrito que tem por aí e o botão ele usava isso para conquistar ele era um membro do exército ele ele chegava ele tem tem um livro sobre peregrinação que ele fez
o vestido a como árabe para meca e medina ele falava muito bem árabe mas ele foi travestido como um afegão e nesse livro ele descreve o caminho que ele fez não tem que falar tem um morro aqui e depois tem uma coisa ali apesar de ser um livro fantástico é ele gostava muito dos árabes achava uma raça né isso é uma raça superior também ele tava dando um mapa para mãe futura invasão do exército inglês né britânico então mesmo quem trabalhava com o mundo árabe tentando conhecer tentando traduzir obras clássicas até tal tinha essa visão
de a gente tem que conquistar a gente tem que se ver e aí e civilizar é que vai mal porque se a gente lembrar da cultura árabe quirino ignorava matemática né filosofia monte de coisa né medicina árabe etc era conhecido né do ocidente está certo é conhecido e aí a ideia de que precisava civilizar é um pouco que tem muito foi bebido ali né muito do que sobrou dos gregos veio ver árabe não é isso então fica difícil a ideia de você falar não nosso pessoal me lá civiliza-los sendo que boa parte do que a
gente bebeu de cultura foi cultura árabe e não é os árabes traduziram os gregos então a gente só tem os gregos causa dos por causa do então então fica difícil acreditar de que achava de que era inferior culturalmente exata a ficar um pouco com buraco ali mais fácil de falar se eu finjo que você é inferior porque eu preciso da tua terra para pegar alguma coisa é isso que pegou né eu lembro há um tempo atrás teve aquele filme cruzadas aí você não me engana o brad pitt chega e fala ah que terra bonita vamos
colocar a água para esse povo não sei o que ele vai ensinar para os árabes né era como fazer usar água eles têm banhos lá no mundo árabe tem os banhos públicos né enquanto a europa tava tendo peste bubônica porque depois de limpeza ou sabia já tinha hospitais já tinha universidade já tinha uma bia que houve uma decadência disso tudo e aí o mas em são ocidental uma sessão lógica ocidental e uma e uma decadência dessas a análise ficou não estou defendendo tá eu tô passando para frente e fala assim ó ficou parado lá no
século 16 e eu o acidente caminho e tive isso que criou essa diferença e não necessariamente essa diferença não é só inventada tem gente fala assim que o que eu saí de coloca na verdade tem bases reais mas entendi que eu tô falando mesmo do século 19 para cá já existiam as diferenças né então ocidente europa né hoje nós estamos chamando europa língua ela tava num estágio mais avançado de novo tô passando que eu tava no estágio mais avançado do que isso e que então não é na verdade uma coisa inventada aqui que o que
o oriente estaria atrasado entendeu mas um discurso é vem diante e ele pega isso de muito antes e esse discurso também ele o glitter é essas esses ganhos árabes né esses ganhos você entende a colocação no determino um determinado momento não era invenção e você pode se apaga o passado mas se você pegar aquele momento que apagou passada você fala olha essa gente precisa ser neste momento momento é eu sempre sabe e vem dizer que o ocidente era tão mais desenvolvido e a questão do site também é falar essa diferença né sempre colocar essa diferença
o oriente o acidente tem essa diferença onde tá na onde a gente acha esse essa linha divisória né você coloca uma linha divisória apesar de que ele ele usa muito por exemplo quando ele fala de max ele falar uma marca esse assim intelectual ocidental né aí quando ele as vezes eles cai nesse nessa dicotomia nesse nesse nesse problema que ele que ele mesmo denuncia né então também é difícil a gente pensar e vamos não ocidentais não orientais hoje em dia como como tá sendo com cada vez mais a gente está querendo um fosso mas ele
que é pensar como como essa conta como eu consigo não pensar como um acidental quando eu tenho contato e com outra civilização agora não importa se é oriental ou não assim como que eu saio do meu lugar não entendeu tô falando quando você olha quem lá ao turbante taram tô justificando mas como eu não consigo achar isso exótico se isso não faz parte do meu dia a dia isso não quer dizer pior ou melhor tá certo amor a questão não é julgamento de valor mas como eu não consigo achar isso diferente não é como eu
acho diferente quando eu vou para os estados unidos e aí então é natural que a gente que a gente trate como algo que não é nosso ah entendi isso que ele denuncia essa essa divisão sabe a gente não tá dividindo em países em homem e mulher coisas a gente tá dividindo um globo pela metade e geralmente é o esse ocidente é europa como você tava falando e estados unidos mais tarde estados unidos aí depois depois da segunda guerra estados unidos europa que mandava antes né agora depois virou estados unidos e agora vai ser china e
com essa ideia veio a reboque a ideia do hut então dividiu o mundo em 8 partes é o mundo islâmico o mundo com funciona no o mundo latino-americano sabe que a gente é tão diferente assim para devido a gente não quer as mesmas coisas a gente não quer ser feliz criar nossos filhos a ter conhecimento né você entende aqui que você queria uma linha divisória muito complicada claro aquele coloca aqui se era uma maneira de a iluminação então eles precisam da gente a gente vai lá e o orientalismo criou a partir do seu lançamento das
discussões né umas outras linhas de estudo como os estudos pós-coloniais os estudos subalternos que é que é muito interessante né que é uma linha que veio da índia eles começarem a pensar a história deles por eles contadas por eles não mais a inglaterra contando a história deles historiadores em inglês né agora é falar os subalternos tem voz né o que é mais ou menos essa essa é a nossa ideia aqui toda total né da série é os países colonizados as regiões colonizadas algum era contando a sua própria história ao contrário de ser contado pelo outro
agora uma curiosidade que me deu ué pelo que eu entendi ele fez esse estudo viu o quanto existiam preconceitos claros sobre o islam sobre oriente-se sobre palestinos terroristas violentos e não se falava um cedo lado comum né do lado o bacana e tal como era o contrário quer dizer ele fez algum estudo ao contrário como que o oriente via o ocidente então ele era um americano ele viveu assim eu não sei se essa volta não fez porque ele tava muito inserido na sociedade americana ele era um professor universitário é sim é muito bem à literatura
inglesa língua inglesa então o ponto de vista dele sempre foi assim diziam que ele falava muito mal árabe ele não falava árabe muito bem então é ele era ele tava ele tava morou a vida inteira dele nos estados unidos então esse outro lado ele não tinha nem estofo para fazer isso não tinha nem como é importante porque ele colocou esse que coloca desse jeito para poder dominar para poder completado pelo menos você especialista eu não sou aqui né conquistados então essa ideia dele denunciados viam tudo isso né o olhavam ocidente como eles colocavam ou quando
há o mundo árabe dominava o acidente né na época que mandava na portugal mandava tava chegava até inglaterra e tal em qualquer um olhar que eles tinham também sobre o ele não fez os europeus entende ele não tá aqui isso não é uma maneira do ser humano sempre se sobrepor que os romanos achavam quando eles dominavam todos os gregos que que eles achavam que eu não tô justificando é uma pergunta mesmo se não é um jeito o que a humanidade um jeito ou errado né mas não é um jeito que eu maneira de encontrou de
simplesmente dominar os outros e impor a sua vida mas não é oriente-ocidente sei se entendi está falando o cerne da vida dele aqui parece que era era a denúncia do poder agindo para conquistar mais poder e para manter o seu poder então ele fala muito do papel do intelectual na que o papel do intelectual é desafiar o poder não é aceitar o que é dado então por isso que ele sempre foi uma voz super é dissonante então ele tava lá para realmente atacar o poder não pára para falar olha coitado do poder tinha gente que
também não achava muito legal você entende o que quero dizer que quer dizer ele não se colocou no papel de falar e como o dominado se sentia mas ele falou na como do norte se sentia mas o outro lado eu acho que ele não se propôs tv teve uma uma historiadora que falou muito do da época de ouro dos árabes que chama maria rosa menocal tem um livro super interessante eu não me lembro o nome do o nome do livro mas ela fala muito dessa época que usar a brisa dominavam a península corda de ouro
ibérica como que era essa época de ouro como claro que não a gente muita gente falar era uma época maravilhosa fantástica tinha seus problemas claro também né então teve outros historiadores e ele não é misturador ele era um professor de literatura então ele ficava no no que ele entende ana e falava muito também a obra dele tem essa essa divisão né ele fez livro sobre estudos ah e também tem uma sub área e que música que ele era um pianista sensacional dizem e ele era muito interessado em música clássica e o outro lado dos estudos
dele é foi sobre palestina questão palestina ele nunca deu aula sobre palestina ele ele ele se colocava como um ativista também e como intelectual não tive um intelectual ativista o ativista intelectual mas a obra dele assim base ou mais estudos culturais e áreas que ele dominava que era a música mas como a mídia trabalhava é isso que foi um livro que ele escreveu em 80 é logo depois da revolução no irã em 79 é e também foi comentando sobre como a minha de americana demoniza vá essa revolução não que ele apoiasse a evolução em fina
isso é outra história e também é bom lembrar que o irã não é árabe é uma o perfil outra língua é é salão face que é uma língua indoeuropeia que não tem nada a ver com a árabe e infinita mas ele é ele tava falando mais sobre como a mídia cobrir o islã nos estados unidos e esse livro é virou um também um clássico para para quem estuda representações jornalística como ele viu o terrorismo porque pegou um pedaço ali então ele como um palestino eu lembro que eu cheguei a ler que ele fala ele não
ele não concordava mas ele ele entendia ele era contra mas ele entende a quem praticava por exemplo atentados terroristas entendi a a miséria que aquelas pessoas viviam eu entendia o desespero que aquelas pessoas viviam então era uma coisa que ele a contra obviamente mas ele entende a as pessoas entendeu como uma saída do desespero espero como desespero mas acusaram ele de ser terrorista o escritório dele foi inclui a foi incendiado a já até única sala em columbia até hoje que tem porta de ferro na sala de professora você chegar lá tem duas portas de ferro
tem uma professora que agora tá com essa sala e incendiaram a aliás recentemente também tem uma quando eu estava em nova york do ano passado tentaram a picharam a porta de uma professora jundiaí com uma suástica então esses ataques são bem comuns na em tempos difíceis como você acha que deveria então irmã 2003/2003 como ele viria o atentado do o antissemita não não do onze de setembro dia onze de setembro ele achou um absurdo ele também tem um comentário importantes sobre essa questão de atentados e teve um atentado de oklahoma na década de 90 não
sei se você lembra é de junho lembrava mais para estudar para você ouvir ele me lembra data específica mas eu me lembro ele fala que logo depois que teve atentado eu foi um prédio federal que foi derrubado morreram mais de 230 pessoas têm uma foto clássica de um bombeiro com uma criança no colo quer dizer de uma creche lá dentro uma coisa horrível e aconteceu o atentado a empresa ligou para ele professor o que que você tem a falar sobre isso aí ele porque eu porque ele exatamente ligaram apertados islame islâmicos e na verdade tem
que trocar era um americano branco timothy mcveigh e foi condenado à morte enfim bom então é isso prova que estão dele massa é onze de setembro realmente foi um existiu foi um fato e um fato que interessante a maioria quase todos eram são ditas e o atentado então países aliados dos estados unidos então não foram palestinos o forno iranianos não for os inimigos clássicos não foram somente as bom então é algo que aí também denunciou fala olha o poder continua se mantendo no poder e obviamente ele ele não teve muito espaço para falar e ele
já tava cada vez mais indo menos a tv falando por causa da doença humano se expondo por causa da doença mas também principalmente porque ele falava que a tv não dava tempo para você elaborar um argumento é ele dizia que ele chegava no programa de tv e perguntavam a você aprova o terrorismo e não dá para você elaborar então ele também já já vinha se afastando mais escrevendo textos e bom então você você é o olhando a hora que depois você partiu dos estudos dele tá todos faz outros estudos né até sobre terrorismo é certa
é olhando olhando o trabalho dele hoje ele teve teve ou tem muita importância não sei foi uma arco né de discussão sobre como o acidente olhou preconceituosamente o oriente etc olhando agora depois que você já fez toda essa trajetória o que que você qual que é a sua opinião sobre esse sobre esse olhar que ele coloca no livro então é é olhar um outro como se fosse igual a você eu acho que hoje eu faço trabalho de campo em comunidades islâmicas eu converso com gente com pessoas da força de segurança a polícia federal polícia quer
dizer pessoas são muito diferentes de menina mais dá o pessoal da segurança do que é do que a comunidade islâmica mas não eu não sou só gnóstica enfim mas eu tô dizendo aqui é você tem que ter se olhar com outro né ver um outro como uma pessoa como você então isso que me fica muito do orientalismo né ver as pessoas poderia ser você poderia sabe uma coisa humanista que ele falar eu puxo muito para o eu acho que a solução dos problemas é humanismo né você tratar as questões tirar a religião política não sabe
e ver as pessoas como elas são como elas vão ainda para o caminho oposto ah ah nem fala nem me fala estamos totalmente quizer por alguma razão por algumas razões o que parecia que a gente tava aí no por um lado não não o brasil neto falando do mundo a gente está indo para o outro ao contrário de estudo que você tá falando a cada vez mais o outro é um estranho né cada vez mais e cada vez mais existe essa disputa de poder em qual outro vai dominar o outro outro é isso a gente
está no a gente passou por uma outra questão é eu acho que é se esqueçam de humanismo tá ficou tão atrás né agora a gente tem que conseguir conversar gente não consegue mais conversar com diferente né você não tem mais uma conversa você tem acusações você tem né aqui aqui no brasil a gente passa por um momento de não conseguir conversar você não consegue conversar se a pessoa não pensa como você é e com usa ela sabe não sei a gente é acusado de 10 passos para coisas que a gente não necessariamente concorda mas a
gente acha que que a gente tem que ouvir por quem somos nós toma pau quando faz isso espaço acadêmico é a gente a gente tem uma resistência na universidade de receber pessoas que vem fala coisas horríveis na tv um tempo atrás que o uma pessoa no fim nem me lembro o assunto que ele ia os alunos colocaram a pessoa para fora eu sinceramente eu não iria lá escutar aquela pessoa que era um assunto o que que realmente não que eu não tô conseguindo mais mas a gente tem que escutar e se a gente não escuta
a gente tá falando também eu não escuto mas você para se você não tá escutando você tá falando ah o que você fala é besteira eu não quero a te escutar você não merece ser escutado né isso a mundo acadêmico é um pouco que esse nariz empinado de muito tempo de falar meu aqui só fala acadêmico não a gente tem que ouvir todo mundo e tentar refutar agora a refutação é que não que também tá sendo difícil né eu tive uma vez um aluno que eu tenho eu tava dando uma aula o aluno falou assim
não eu tô vendo aqui no look isso aqui tá errado primeiro querendo eu errado que tava escrito e segundo que ele pegou no site qualquer alguma coisa diferente não que eu tava falando e disse que era que tinha mais confiança naquilo do que eu que tinha aquela formação e que tinha aquele lugar de fala que ela universidade de são paulo que é uma classe lá na ciências sociais eu fiz nessa você tem uma carreira uma trajetória para chegar lá não é então é complicado e por outro lado tem a gente tem que ouvir mas as
comunidades a academia durante muito tempo não deu espaço para salas tradicionais né então a gente tem que dar espaço para ter uma cátedra na unifesp que chama catapora na eles dão espaço para fala dos de enfim dg nas líderes indígenas líderes pessoas no candomblé então que tem um conhecimento que não é acadêmico mas não conhecimento muito importante então é academia também fechou muito a porta para isso ela não olhou aqui eu tô falando mais no mundo acadêmico a gente aqui tá pior na você chegar e falar olha o mundo é redondo e e a pessoa
falar que eu assisti o programa e e você fala não não é bem assim não sei o que eu tenho um bagulhinho aqui sabe aí fica difícil também né porque a acho que o conhecimento científico tem um pa e na sociedade que tá sendo descartado talvez porque as pessoas estejam um pouco amargurados com com essa falta de a gente o mundo científico se coloca num papel no tablado parte dos seres humanos tem um probleminha que cria uma dificuldade de relacionamento entre o conhecimento científico ea vida do dia a dia né e acaba gerando um certo
ressentimento e aí mas acho que a questão acho que mais amplo até do que a questão do conhecimento científico ou não as pessoas não estão querendo enxergar os outros como sujeitos mas sim sempre como objetos dos seus desejos [Música] isso têm dificuldade têm dificuldade vai até eu já acho que já não me engano querem rever né os estados unidos propôs rever a os direitos humanos né então o que que seriam né os direitos humanos rever para pior né então nós estamos numa situação que já estão foi já fizeram isso porque você proíbe pessoas de países
muçulmanos de entrarem no seu país só porque são de países muçulmanos o tronco fez isso então não pode vir gente do sudão do iêmen não sei porque você é uma pessoa boa ou ruim porque né porque eles dizem que é mas você tem que ter alegação né não tô dizendo que tá correto mais ligação é de que são perigosos países onde tem onde tem terrorista mas é a ficha da pessoa né não é por causa de uma religião isso já é é mas enfim cada pessoa da da país tem as suas regras e já que
passou pela suprema corte então então vamos fechar um bom momento para fechar quem você acha que nós somos seres humanos nós seres humanos a são estão incompletos estão tão cheios de desejos incompletos e que estamos sempre em busca desses desejos o e precisamos ouvir mais ver mais o outro porque não é só os nossos desejos né todo mundo tem desejo se a gente conseguir juntar todos a gente talvez seja mais feliz não tem tato mais feliz provoca a fazer um
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