é algo algo olá pessoas como vão como estão o livro do qual vou falar hoje é menino de engenho de josé lins do rego um romance memorialista publicado no ano de 1932 é um dos mais aclamados pela crítica ele ele se passa é contextualizado na região nordestina canavieira sobretudo paraíba e pernambuco ele retrata essa decadência decadência do trabalho canavieiro nessa região mostra também a transição a ele retrata a transição do yin dos engenhos para as usinas e ele também é importante porque ele foi puxado pelo próprio autor então é uma obra que a princípio é
precisou desse investimento do próprio autor e se tornou uma das obras mais importantes uma das obras canônicas da literatura brasileira josé lins do rego na e em 3 de junho d1901 na cidade de pilar o estado da paraíba é um escritor importação escritor importante porque ele tá aí na mesma safra de graciliano ramos de raquel de queiroz e de jorge amado é um dos escritores que pertencem a esse chamado romance da geração de 30 né uma prosa regionalista justamente porque está ambientado numa região as marcas dessa região aquilo que os estudiosos chamam de cor local
fica muito bem retratado dentro dessa narrativa questão do clima questão da vegetação a questão dos costumes né dos das práticas culturais das pessoas nessa região ele vem de uma família de senhores de engenho por isso que essa obra tem esse aspecto essa característica memorialística porque ele meio que retoma também algumas algumas memórias né algumas vivências de sua infância essa é considerada uma das principais obras porque ela é a obra de estreia do escritor e também ela abre o ciclo da cana-de-açúcar a obra de josé lins do rego é dividido em algumas partes é a parte
mais importante é essa que retrata o ciclo da cana-de-açúcar em que ele vai mais enfaticamente é fazer uma crítica né ambientar no momento de decadência do nordeste canavieiro brasileiro pelo tom moralista intimista que era ativa tem por esse mergulho o subjetivo na voz do narrador é essa obra aliás não essa obra mas o próprio ao próprio atividade romanesca de josé lins do rego é considerado como uma invenção ele é considerado um dos inventores do romance moderno brasileiro e nessa obra nós temos um narrador-personagem o livro é dividido em 40 capítulos eles não tem ele não
apresenta uma sequência linear apesar de juntos formarem o romance apresentar em uma sequência linear que a gente acompanha do início da vida de carlos que é um garoto que narra sua própria história que mergulha na sua própria infância para contar o que aconteceu a sua mãe é assassinada pelo próprio pai quando ele tá com 4 anos de idade e aí o pai não pode ficar com ele porque ele vai ter que responder pelo crime que cometeu e ele é mandado para e lá nessa nessa nova família nessa nova estrutura ele vai vivenciar uma série de
mudanças uma série de acontecimentos que vão formar o como pessoa que vão formá-lo como indivíduo e como homem ele vai contando desse início né dos 4 anos de idade até o momento em que ele é mandado para a escola até a sua pré-adolescência a entrada na adolescência mas os capítulos eles são independentes eles são autônomos entre si então eles não tem essa essa conexão é de coesão é essa exigência tão rígido assim é como se os capítulos fossem independentes como se eles fossem contos compondo todos juntos capítulos de romance na verdade o dentro de toda
a situação da conjuntura da morte da mãe o pai acabou sendo internado porque a uma espécie de atenuante ali para o crime que ele cometeu como se ele fosse uma pessoa que de mente eu quis estava fora de si quando cometeu o crime aí nós temos uma lógica muito pertinente ao início do século 20 né alguns nós que estamos aqui no início do século nós conseguimos perceber claramente algumas marcas típicas do século 20 do início do século 20 que a gente tem lutado para desconstruir para abandonar é que são as práticas de atenuar certos crimes
considerados os passionais então dentro da obra ele é um crime considerado passional enfim não há grandes explicações mais a toda uma atmosfera que gira em torno disso e aí o tio juca que é o encarregado de levá-lo para casa do avô materno que é o senhor de engenho é ele tem aquele engenheiro então tem vários trabalhadores com ele há resquícios da escravidão dentro da narrativa há resquícios dessa relação hierárquica entre as classes sociais é tudo isso aparece dentro da obra só que tudo isso aparece é permeada permeado né tudo isso aparece permeado por um por
um sentimento nostálgico por um sentimento de lembrança infantil de memória infantil até porque também a lembranças vão aparecer lembranças vão aparecer memórias do passado que são muito bonitas servem como uma espécie mesmo de consolo para em diante de algumas agruras que ele teve que enfrentar tão cedo entre os 4 e os 12 anos de idade ele viveu ali numa vida que parecia que não era muito bem à dele é sendo criado por pessoas que não eram seus pais e isso sempre ficou muito evidente avião e algumas figuras que morava dentro daquela casa grande e as
relações construídas com essas pessoas eram muito ambíguas algumas pessoas representavam os sentimentos negativos outras pessoas representavam os sentimentos mais favoráveis mais leves menos angustiantes como é o caso por exemplo da tia sim asinha que era mar e pelo menos na narração né ele ele a coloca com o mar gostava de bater nele não sentirá pena não não conseguia ter compaixão pelo fato dele então jovem perder a mãe e o pai ao mesmo tempo mas por outro lado da tia maria que era muito boa era muito generosa essas personagens vão aparecendo dentro da narrativa nas memórias
desse narrador-personagem do carlos para personificar alguns sentimentos dos quais ele tem lembrança da sua infância outras personagem o anjos são coronel josé paulino que é o avô dele dentro da narrativa é colocado como um senhor justo honesto generoso nobre o verdadeiro cavalheiro e aí novamente nós temos uma referência aos valores do início do século 20 né que é quando essa narrativa de fatos se passa e quando ela foi publicada há também a totonha aqui ó figura da contadora de histórias ela consegue misturar histórias da mitologia com narrativas bíblicas com narrativas folclóricas da região e ela
conta quantas histórias é representa o contato com a literatura ela representa o contato com a a literatura da oralidade dentro da obra e maria clara que é o primeiro amor embora ela apareceu um determinado momento da obra e não sejam muito desenvolvida ela dura em pouca duração tem uma pequena passagem dentro da obra ela é forte o suficiente para provocar esse arrebatamento na vida de carlos até porque os temas centrais da obra são o amor ea solidão as o medo do amor e como solitariamente essa figura ainda tão jovem que é obrigado a precocemente amadurecer
adultecer é enfrenta então caminhando juntos esses dois temas centrais o amor ea solidão além disso nós temos um tema importante para esse cenário também sobretudo na figura do menino que é o tema da iniciação sexual como um rito de passagem mesmo como ele vai descobrindo o sexo como ele descobre o erotismo ele não descobrir apenas o amor a gente descobre também essas outras faces do amor e de certa forma a liberdade que ele tinha no primeiro momento se transforma de fato mesmo numa libertinagem ele chega muito precocemente enfrentar doenças sexualmente transmissíveis né ele passa pudesse
ter justamente por essa libertinagem por essa falta de prudência talvez de um certo cuidado com a própria saúde mediante essas experiências outro tema também importante é essa figura da casa-grande senzala que aparece dentro da obra os negros quando não são tratados como animais domésticos os livros escravizadas quando não são tratados como animais domésticos quando eles são dóceis são tratados como animais de estimação né animais domados ou eles são severamente castigados quando apresenta algum ato de rebeldia algum ato de insubordinação e num determinado momento que o próprio carlos narrador a criança fala que não sentiu bem
ela não sentiu piedade compaixão daquele escravo fugido que estava sendo castigado por que dentro daquela lógica narrativa ele estava dando motivos para tal já esses negros que eram considerados animais domésticos não tinha um tratamento muito melhor do que aqueles que eram considerados os subordinados e eles tinham uma gratidão eo respeito à é excessivo pela figura do coronel josé paulino o que de certo modo fica evidente principalmente quando a gente faz uma leitura de quase 100 anos depois dentro da lógica da escravidão brasileira né das críticas que já foram feitas tanto a perspectiva histórica quanto da
perspectiva literária a essa o jornalista e autoritária é quando josé paulino não é autoritário com aqueles que tem que castigar ele tem essa essa postura paternalista às vezes até populista demagoga com aqueles que ele considera aceitáveis dentro daquele daquele comportamento e como eu também tinha mencionado anteriormente é uma obra que pertence ao essa segunda geração segunda fase modernista como alguns livros didáticos trazem pertence a esse romance de 30 alguns estudiosos chamam de prosa regionalista o neo regionalista justamente por trazer essas marcas locais essa cor local muito evidente da região em que se passa e isso
ficou evidente também romances como de graciliano de raquel de queiroz jorge amado mas também outra marca outra característica importante desse momento da literatura brasileira é a crítica social é trazer as figuras socialmente desfavorecidas marginalizadas mostrar as assimetrias sociais e mesmo que a gente perceba que há um certo apego uma certa nostalgia do é mesmo dá lembrança que o que a criança que o jovem carlos tem da sua infância né que o narrador carlos tem da sua infância por outro lado é possível perceber essas marcas da escravidão as marcas da decadência da ruína econômica né da
mudança que está acontecendo e quais foram as consequências dessa transição da dos engenhos para as usinas e provavelmente alguns senhores de engenho se prejudicaram né não não foram muito bem favorecidos com essa transição e ele traz tudo isso dentro da sua obra finalmente outro ponto importante outra característica importante também da prosa de 30 que a gente percebe muito fortemente em menino de engenho de josé lins do rego é a linguagem que é muito coloquial é uma linguagem também que aponta para uma simplicidade local para costumes para práticas culturais de um determinado povo que vive no
interior de uma região do país mas ao mesmo tempo é muito poética é um texto todo em prosa mas que poderia ser facilmente verificado justamente pelo lirismo pelo mergulho aço a rádio pela manifestação muito clara das lembranças das emoções de alguns traumas de alguns afetos desse personagem desse narrador-personagem dentro da narrativa bem gente eu espero que vocês tenham gostado um pouco dessa terça fala sobre menino de engenho uma das obras mais importantes da literatura brasileira de um dos escritores também mais lembrado mais celebrados dentro da nossa literatura eu vou ficando por aqui até a próxima
[Música] é algo algo algo [Música]