é ela mesmo não tem que somos eu Solange hoje colocando em prática uma promessa que eu fiz um tempinho eu apresento para vocês dez tendências da literatura brasileira contemporânea primeiro de tudo você precisa fazer o quê se inscrever nesse canal ativar o Sininho para receber notificações dos próximos vídeos e aproveitar já deixei um like nesse vídeo aqui que me ajuda bastante se você já fez isso então é o seguinte dentro dos estudos literários é comum a gente levantar algumas características genéricas da literatura de algum período em algum lugar né para tentar entender melhor essa literatura
a literatura dessa época desse lugar assim a gente pode por exemplo falar em escolas literárias que é uma coisa que a gente aprende na escola né então arcadismo simbolismo parnasianismo são coisas que ensino médio você provavelmente estudou tá estudando Quais são as características da literatura Arcade da literatura Barroca e etc com a literatura contemporânea é claro que só fica um pouco mais difícil né esse tipo de isto o contemporâneo é o que a gente está vivendo agora então não existe aquele distanciamento temporal necessário para se falar com precisão dessas características genéricas mesmo assim alguns pesquisadores
de literatura contemporânea trabalham com a ideia de tendências que seria o que algumas características marcantes possíveis de se observar na literatura dos últimos anos e provavelmente vão permanecer ainda por um tempo de modo a talvez serem vistas como características genéricas da literatura dessa época então eu reuni teorias e observações de alguns pesquisadores da literatura brasileira contemporânea para trazer essa lista de 10 tendências das a literatura fazendo uma média de quando esses pesquisadores situam o início da literatura brasileira contemporânea seria mais ou menos a literatura feita dos anos 90 para cá eu fiz essa pesquisa como
o parte da minha dissertação de mestrado e então quando a mente se você tiver disponível no repositório da UERJ eu vou disponibilizar para vocês mas por enquanto eu vou botar aqui na descrição desse vídeo é as referências dessas pesquisas que eu lhe traz chegar nessa lista vamos dar umas 10 tendências da literatura brasileira contemporânea um novo Realismo a teoria do novo Realismo diz que hoje em dia existe um certo retorno ao Realismo O que é aquele movimento literário do século 19 só que o realismo contemporâneo literia uma diferença em relação ao Realismo tradicional do século
19 enquanto no realismo tradicional a gente tem obras que se colocam ali como Retratos da realidade como se a literatura pudesse capturar diretamente a realidade no novo Realismo você tem ao contrário obras que justamente elas querem evidenciar a mediação que existe quando você pega a realidade e transpõe aquilo para ficção um jeito de se encarar a possibilidade de apresentar a realidade na literatura enquanto o realismo tradicional ele se encara como representativo ou seja como é capaz de representar a realidade de maneira Fiel de maneira objetiva de maneira documental expondo aquela realidade de forma racional nas
obras Enquanto isso o novo Realismo ele não seria representativo mas sem ele seria só referencial ou seja fazendo referências a realidade mas sem a pretensão de documentar Essa realidade ou de expor Essa realidade de maneira fiel como um retrato fiel racional e objetivo dessa realidade daí por exemplo o uso do narrador não-confiável ou de narrativas fora da ordem cronológica para colocar em evidência a mediação que o discurso literário faz entre a idade a ficção e como essa mediação pode alterar pode acabar distorcendo em maior ou menor nível a realidade isso em contraposição ao narrador da
do Realismo tradicional que é um narrador que se coloca como alguém capaz de ordenar os fatos pela lógica pela racionalidade é e assim Alguém capaz de representar a realidade exatamente como ela é como se a mediação que ele fizesse entre a realidade EA ficção fosse a de uma câmera livros que eu acho que se enquadram bastante Nessa proposta mesmo que não tenham sido citados pelos autores que falam do novo Realismo que eu li são os livros da Luiza gás ler por exemplo no luzes de emergência se acenderam automaticamente você tem um narrador que ele na
reta história por meio de cartas e nessas cartas ele vai o premia ele vai esconder vai ocultar alguns acontecimentos que a gente só vai entender pelas Entrelinhas do texto ele vai escrever as coisas não exatamente como elas são mais de acordo com o que ele quer transmitir a partir da vontade dele dos sentimentos dele enquanto isso existem alguns Capítulos entre essas cartas que eles são narrados por do ponto de vista de outros personagens que enxergam e transmitem para o leitor os acontecimentos daquela história de um jeito diferente do que o protagonista transmitir naquelas cartas então
a preocupação da autora não é de representar a realidade e sim justamente mostrar como que a realidade ela é manipulável através do discurso literário essa relação controversa entre realidade e ficção leva a gente para o próximo tópico dois alto ficção a auto-infecção como o nome diz é um tipo de literatura que a autobiografia com a ficção o autor cria um universo que ele admite como sendo ficcional só que ele baseia esse Universo em dados é reais da biografia dele da vida dele criando assim uma confusão proposital entre o que é realidade e o que é
criação alto ficção ela não é um gênero que nasceu no mundo contemporâneo por exemplo a gente tem ainda em 1910 é um livro como a vagabunda da Gabrielle colette né um livro francês que ele pode ser considerado alto ficção Então não é que a literatura brasileira contemporânea e inventou a alto ficção mas se ela se utiliza desse tipo de literatura nas suas criações nas suas obras de modo que isso pode ser visto a uma tendência dessa nossa literatura um exemplo então é de autoinfecção na literatura Brasil Esse é o livro O Irmão alemão do Chico
Buarque livro que eu já mencionei no vídeo eu vou botar aqui nos cards o irmão alemão ele é protagonizado pelo cicio que é como se fosse o Chico Buarque né é o cicio ele é filho de um cara que se chama Sérgio de Holanda enquanto na vida real o pai do Chico Buarque o Sérgio de Holanda e aí o personagem do livro se isso ele descobre que o pai dele na época que morou na Alemanha e que era solteiro né antes de conhecer a mãe dele teve um namoro com uma mulher na Alemanha e acabou
tendo um filho que ficou por lá mesmo na Alemanha Então os isso ele tem esse irmão alemão E e essa é a história também do Chico Buarque né isso aconteceu o pai do Chico Buarque na vida real teve esse esse filho Alemão então Chico Buarque ele resgatou essa história do Irmão alemão dele para escrever um livro que a justamente sobre um personagem que descobre as irmão alemão e tá tenta resgatar a história desse irmão ou é o ar que ele escreveu um livro que é baseado em fatos biográficos e históricos só tem um livro que
não se apresenta como uma biografia ou como algo real ele se apresenta como ficção e ele tem sim é muita coisa inventada muita criação misturada com esses dados reais com esses dados biográficos e históricos criando essa confusão proposital entre a verdade e a criação um outro livro muito mencionado quando se fala de opção é o filho eterno de Cristovão tezza que fala da experiência de um pai criando o seu filho com Síndrome de Down Onde eu acho bastante interessante uma das epígrafe desse livro aqui do Tesa que é uma frase do escritor austríaco chamado Thomas
bernhard é o seguinte queremos dizer a verdade e no entanto não dizemos a verdade descrevemos algo buscando o fidelidade à verdade e no entanto o descrito é outra coisa que não a ver bom então essa ideia ela resume bastante o projeto da alto ficção né o o que os autores querem com alto ficção que é em grande medida é o projeto da própria do próprio novo Realismo três explorar as fronteiras da literatura uma ideia que está vinculada a autoficção e as essa teoria do novo Realismo que também é apresentada como uma característica Então dessa literatura
brasileira contemporânea é um questionamento feito por meio da literatura dos limites da própria literatura os autores exploram essa fronteira do que seria considerado literatura o que sim é a definição de literatura O que é literatura não é uma definição que seja fixa historicamente né só que acontece que em determinados períodos da história pode existir a definição que ela seja considerada e imposta como a definição predominante ou até mesmo definição verdadeira só que essas definições também elas podem ser questionadas né então existe uma espécie de luta dentro do Meio literário dentro do campo literário uma espécie
de Luta pelo Direito de se poder dizer o que é literatura e é dentro dessa dinâmica dessa luta que algumas obras contemporâneas vão chegar para botar lenha na fogueira alto infecção por exemplo como a gente viu é uma forma possível de se usar literatura para se questionar O que é literatura existem outras formas também por exemplo quando você traz o relato de pessoas que tradicionalmente tiveram a sua voz excluída do que era considerada literatura ou seja não tiveram suas vozes lindas como literatura será a cidade Você pode escrever literatura a partir dessas vozes e isso
pode ser considerado literatura você pode chamar isso de literatura então muitas obras do que hoje é chamado literatura Marginal partem dessa proposta é trazendo o questionamento sobre o limite entre o que seria a linguagem literária e o que seria a linguagem não literária o livro O sol na cabeça do Giovanni Martins por exemplo é uma coletânea de contos escritos por um autor da favela que vai trazer também personagens que são da favela é e alguns dos Contos são escritos numa linguagem mais formal mais tradicional uma linguagem que é amplamente aceita como uma linguagem literária ou
seja como uma linguagem possível de ser usada na literatura enquanto que Outros Contos desse mesmo livro eles são narrados numa linguagem mais colocar a linguagem que inclusive vai usar erros gramaticais vai usar muitas gírias e outros tipos de desvios da Norma culta da gramática um outro exemplo agora não de literatura Marginal mais uma literatura que também vai questionar essa fronteira do que é literatura é é de Nova Luiza gás dessa vez com o dia espaços abandonados esse livro ele vai tratar dessa fronteira do que a literatura de uma outra forma ele é um livro que
se passa dentro de um manual de escrita Ou seja você tem aqui nas primeiras páginas alguns elementos que vão dar um contexto Inicial Então vou mostrar aqui uma troca de emails entre dois personagens aí um dos personagens de Isa Olha só eu encontrei isso daqui nas coisas lá da menina e aí isso daqui seria vários papéis e também arquivos no computador essa menina que vão ser mostrados aqui nas páginas do livro é você vai ter pra a folha de papel de um organizador semanal frente aí o que está escrito na frente verso que tá escrito
no verso dessa folha então é para você leitor tivesse acesso a essas coisas que o personagem encontrou lá lá que a gente tem um contexto Inicial dessa narrativa ao ele vem e coloca parte 2 e essa parte 2 do livro é que se passa dentro de um manual de escrita esse manual de escrita seu Erica mente é também uma coisa que foi encontrado ali no apartamento da personagem ele tem uns espaços para serem preenchidos só que com para você vai lendo esse livro da Luiza gás aí você vai percebendo que o que tá naquele manual
de escrita não faz sentido que tenha sido tudo preenchido pela personagem que era dona do manual de escrita até porque o texto que está sendo colocado ali ele não é só do ponto de vista dessa protagonista ele também vai mudando de ponto de vista vai mudando de narrador vai mudando a linguagem da narração alternando entre vários personagens diferentes a questão de que as perguntas que estão lá para serem preenchidas o texto que é colocado lá para preencher essas perguntas não corresponde muitas vezes as perguntas e aí você vai ter nesses blocos de texto que não
tem uma continuidade direta sabe entre si não é uma história que você vai ter início meio e fim e você fica se perguntando enquanto você ler esse livro Você fica se perguntando isso é literatura sabe o que é literatura porque dentro desse manual de escrita que tá dentro do livro é uma notícia vai dar uma definição de literatura ele vai dizer faça isso Faça aquilo para você fazer literatura EA própria Luiza gás ele não fez isso no de espaços abandonados então é uma contradição proposital justamente para questionar a literatura por meio da literatura quatro fragmentação
uma literatura fragmentada seria uma obra que ela não vai apresentar os fatos os lados com início meio e fim numa ordem cronológica com continuidade né ou seja uma continuidade direta né em que cada pedaço ele é uma continuação do pedaços anterior não um texto fragmentado uma obra literária é feito a partir dessa fragmentação ela vai mostrar partes que não não vão ter uma continuidade direta lá vão seguir uma ordem cronológica mas sim vão ser vários fragmentos reunidos que o leitor vai montando como um quebra-cabeça para resultar na história o próprio de espaços abandonados a Lisa
Gardner é um exemplo Claro disso um exemplo é o óleos de bicho daí demagri que foi minha professora contribuiu bastante para essa pesquisa e tem esse livro que ele vai ser também constituído por essa proposta de fragmentação tem esse livro começa com um trecho bem pequeno narrado em primeira pessoa por uma personagem que e depois ela não vai voltar a aparecer nessa história logo depois desse trecho Inicial você vai ter um segundo trecho também bem curto que é mais expositivo e não vai ter uma ligação direta com esse trecho Inicial e e só depois disso
aqui Você finalmente vai se deparar com uma parte que realmente começa a apresentar os personagens é uma parte mais longa conforme você vai lendo essa parte você vai entender onde da cronologia ela se situa porque não é uma Continuação daquele primeiro capítulo Zinho na frente passar numa ordem cronológica Depois disso você tem uma outra parte que de novo vai voltar no tempo e quanto essa primeira parte mais longa é narrado em primeira pessoa a próxima parte ela vai ser narrada em terceira pessoa então você me tem uma quebra aí de no foco narrativo Sem falar
que nessa parte você não vai ter um texto em uma prosa corrida normal vamos assim você vai ter um formato que ele remete ao teatro e quando falas de personagens inclusive aqui os capítulos eles vão ser despedidos em cenas que na verdade só vão ter o nome de cena 1 semana 2 semana 3 sem na verdade se tratarem de cenas propriamente ditas aí depois você vai ter de novo ou mais partes em primeira pessoa mais mudança de ponto de vista né pra gente diferentes narrando E essas partes também desviando de uma continuidade cronológica então é
uma narrativa que ela é toda fragmentada e meio que você só entende tudo né você só consegue ter uma ideia desse livro como um todo depois que você realmente ler ele inteiro não liga por exemplo que seja inscrito de uma forma mais tradicional com início meio e fim tudo numa continuidade cronológica você vai lendo e você vai pegando a narrativa conforme ela vai acontecendo tipo assim ah eu tô na metade do livro até agora aconteceu isso isso isso e você vai dizendo tudo que aconteceu e você sabe que o que tiver e na próxima metade
do livro é o que ainda vai acontecer enquanto no livros é que sinta proposta de fragmentação Como é o óleo de bicho você só tem um retrato da narrativa completa depois que você lê tudo porque é lendo o livro inteiro que você consegue montar o quebra-cabeça inteiro e só depois de montar o quebra-cabeça inteiro é que você consegue ver o desenho que ele forma cinco hibridismo Uma quinta característica que muitas vezes é vinculada a quarta característica né Ou seja a fragmentação é o hibridismo hibridismo de formas de gêneros de linguagens que que é hibridismo né
um ser híbrido é um ser formado pelo cruzamento de dois ou mais seres diferentes Então tem que pegar da biologia o burro ele é um exemplo de um animal híbrido porque ele é formado pelo cruzamento entre o cavalo eo jumento que são e esses diferentes então é um cruzamento de duas espécies diferentes que Vai resultar e no no burrinho E aí na literatura um exemplo de hibridismo entre formas e linguagens no próprio olhos de bicho A gente tem um exemplo né quando ela mistura a forma do teatro do texto de teatro com a forma do
romance né que é literatura em prosa a auto-infecção que a gente falou também é um exemplo de uma coisa a híbrida porque é uma mistura entre o autobiografia com a ficção a gente pode falar de hibridismo na mistura entre a linguagem literária EA linguagem visual como acontece por exemplo no 40 dias da Maria Valéria Rezende aqui para poder dar para enxergar a capa né aqui você tem um romance você tem literatura é só que você também vai ter em várias páginas imagens linguagem visual porque a gente sabe também que não é algo inventado pela literatura
contemporânea né mas é algo que é usado a literatura contemporânea hibridismo também tá por exemplo na mistura entre poesia e prosa a gente tem por exemplo o peso do pássaro morto da Aline Bei é um livro que ele é se apresenta como um romance ele disse diz um romance e ele é aceito como um romance só que ele é todo escrito em versos mesmo que o romance de acordo com a definição tradicional desse formato seja é escrito em prosa então o hibridismo é uma característica Aqui também tá bastante presente na literatura brasileira contemporânea 6 visualidade
a visualidade ela tanto tá relacionada a essa inclusão de linguagem Visual na literatura quanto ela tem a ver com uma busca do próprio texto desse apresentado um jeito mais visual Ou seja aquele texto que vai criar imagens concretas na mente do leitor essa tendência na verdade ela não é e é contemporânea ela é vamos assim um remanescente de algo que já era muito valorizado na literatura moderna ou seja aquela literatura do século 19 e início do século 20 inclusive avisou e da geral valorizado pela literatura do Realismo tradicional tem um vídeo que eu fiz que
eu vou botar aqui nos cards sobre valor literário na modernidade e você vai ver que naquele vídeo eu falo de visualidade porque é um livro que eu usei como base para aquele vídeo é o livro da lei da perrone-moisés se chamar outras literaturas e essa autora leyla perrone-moisés ela disse que algumas das características que eram valorizadas por essa literatura moderna elas servem justamente de inspiração para muitos escritores contemporâneos então na literatura contemporânea a gente vai vai ver sem uma continuidade de algumas daquelas características da literatura moderna que ainda fazem sentido hoje E aí a visualidade
realmente ela faz muito sentido Hoje em dia a gente vive no mundo muito visual o mundo com muitos estímulos visuais Então faz muito sentido que esses estímulos sejam transportados para nossa produção literária 7 situar-se em fluxos globais um aspecto do mundo de hoje que também é muito relevante no nosso dia a dia e que também é incorporado pela nossa produção literária é essa globalização no nível mais extremo que já existiu a gente vive num mundo em que as fronteiras geográficas elas estão cada vez mais difusas e isso afeta a literatura de duas principais maneiras a
primeira aqui tanto os Escritores quantos leitores tem muito muita facilidade hoje em dia de conhecer várias realidades geográficas sabe vários lugares diferentes realidades que vão além dos próprios países nossos Então a gente tem tanto maior facilidade de viajar e eu não tô dizendo facilidade financeira é mas os próprios meios de transporte hoje em dia ele é são muito mais avançado sobre a mente do que nos tempos anteriores e além disso a gente também tem muita facilidade de mesmo não viajando mesmo não se deslocando fisicamente de um lugar para outro em a gente tem muita facilidade
de conhecer outras realidades geográficas e outras culturas outros países é de outros de outras formas né através das redes sociais através de chamadas de vídeo através do Google Maps sabe muita tecnologia a gente tem para isso e um segundo ponto é que a literatura é justamente por a gente viver nesse mundo mais globalizado ela própria se espande muito além das fronteiras de países então por exemplo a gente pode olhar no nosso próprio mercado editorial brasileiro a gente vê que entre as maiores editoras do Brasil a maioria e é pertence a grupos editoriais e multinacionais então
a gente vê a possibilidade da uma categorização da literatura não mais por país mas sim por língua né na literatura aqui não é literatura brasileira mas a literatura de Língua Portuguesa ou que não é literatura norte-americana mas é literatura de língua inglesa e então se a gente for comparar essa Realidade Atual a a história nossa literatura brasileira a gente vê que teve um momento em que a literatura brasileira ela é realmente ela queria ser Nacional uma época em que os Escritores Eles eram muito preocupados em valorizar na literatura que eles faziam valorizar a língua nacional
valorizar o espaço Nacional valorizar os traços locais enquanto que hoje em dia essa não é mais uma preocupação da nossa literatura sem essa preocupação em criar uma literatura especificamente nacional e dentro do mundo muito é usado a gente tem uma literatura brasileira contemporânea é que ela tá buscando se inserir num movimento mais global e multicultural isso resulta em que isso resulta em histórias que muitas vezes se passam em outros países ou em que os personagens transitam de um país para o outro ou que são originárias de outros países ou então simplesmente histórias em que o
país não aparece não faz diferença sabe história que poderia se passar em qualquer lugar em qualquer país com personagens de qualquer nacionalidade que falasse em qualquer língua porque não importa a língua na importância na idade não importa a geografia local ou seja não é mais uma literatura que tá procurando ter cara de Brasil como era por exemplo a literatura do José de Alencar o enfim dos escritores do Romantismo outros escritores que tiveram essa preocupação no passado oito personagens sem rumo o oitavo tópico ele tem a ver de novo com o a subversão daquilo que é
tradicionalmente seria considerado uma narrativa literária então numa narrativa literária tradicional a gente tem um enredo que é conduzido por um conflito o principal é isso é uma coisa que eu já falei várias vezes aqui no canal eu voltar aqui nos cards Já falei até no Instagram Você tem um protagonista que ele vai ter um grande objetivo e ele vai correr atrás das objetivo e aí você vai ter uma força antagônica ou seja um antagonista se vai servir como um obstáculo né na jornada desse protagonista de buscar esse grande objetivo e aí essa colisão entre os
interesses opostos e vai gerar o conflito principal que vai guiar a história que acontece aqui nessa estrutura funcionar Você vai precisar de um protagonista que tem um objetivo e que vá agir que vá realizar ações no sentido de conquistar aquele objetivo só que nas obras brasileiras contemporâneas que seguem essa a tendência aqui do nosso 8º tópico você não vai ter desse grande objetivo para o protagonista perseguir Então você não vai ter protagonistas que vão agir para realizar um objetivo para conquistar um objetivo você não vai ter protagonistas que vão ser ativos para conduzir aquele enredo
você vai ter ao contrário protagonista e sendo carregados por acontecimentos que fogem a vontade deles né que são Coincidências que são contingências então ao invés de seus protagonistas serem construídos em cima de vontades que se convertem em ações eles vão ser personagens construídos em cima de falhas em cima de faltas e em cima de dificuldades né como se eles não tivessem aquilo que é necessário para eles serem protagonistas convencionais personagens comerciais personagens tradicionais e aí como é que fica o conflito nessas histórias nele ele vai ser um conto é diferente Aonde tu diferente de você
contar uma história em que os conflitos eles vão ser produzidos de um jeito diferente desse jeito tradicional que seria a colisão entre o objetivo do presente e o obstáculo gerado pela força antagônica assim eu particularmente Acho que são poucos os casos de livros que fazem isso nós de leitura brasileira contemporânea para que isso seja encarado como uma tendência mas mesmo assim algo que pesquisadores como o local Eric chou Hummer e principalmente o Jaime ginzburg eles vão apontar nos textos deles que lembrando tão aqui com a referência na descrição do vídeo mas assim temos exemplos temos
exemplos o mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam de Evandro Affonso Ferreira ele vai seguir essa proposta esse livro conta a história de um morador de rua que é um cara sem muito inteligente muito culto um cara que ele vem a classe média mas que depois de ter sido abandonado pelo amor da vida dele ele foi para as ruas e ficou não se colocou nessa situação de miséria e aí nessa narração que é em primeira pessoa é esse protagonista vai intercalando algumas reflexões filosóficas algumas lembranças desse passado dele com a mulher
amada e descrições dos acontecimentos que estão ali se dando ao redor dele e o livro é isso sabe em termos de enredo livro A isso eles não acontece nada entre aspas né então não não existe um conflito ao redor do qual a narrativa Vai Girar o protagonista que ele não é um personagem ativo aí não vai perseguir um objetivo a principal coisa nesse livro não é a história que ele tá contando e sem como ele vai contar essa história o trabalho é desse livro com a linguagem é o principal a principal característica que ele se
propõe a apresentar e de novo o 40 dias da Maria Valéria Rezende nesse daqui não é que nada acontece acontece em várias coisas nesse livro nesse enredo só que as coisas não acontecem como etapas de uma jornada que que a protagonista vai É ultrapassar para alcançar um grande objetivo esse livro é como se fosse um diário da protagonista que se chama Alice em que ela registra coisas que aconteceram no período de 40 dias em que ela ficou vivendo nas ruas de Porto Alegre a princípio ela morava de João Pessoa só que aí ela tinha uma
filha que morava em Porto Alegre a filha ficou grávida falou mãe vem ser a voz sabe vem morar comigo para ter me ajudar cuidar da minha filha Alice ela não queria ir mas aí ela foi porque a filha faz chantagem emocional e Alice escolhe não tentar resistir aqui ou então assim frente aceita só que aí a filha da Alice vai para Europa e deixa Alice lá em Porto Alegre sozinha e aí Alice fica sem ter o que fazer naquelas E aí por acaso uma amiga da Alice chega e fala a senhora já que você já
tá em Porto Alegre e se você procura consegue achar meu filho Cícero que sumiu em Porto Alegre e aí Alice Aceita isso então é suja aí um objetivo só que ela vai vai tentando né procurar vocês aí ela percebe que ela não vai conseguir achar ele e o objetivo meio que some sabe ele se coloca ali como se ele fosse ser o grande objetivo da história que vai guiar Trama só que não não é sabe então a Alice pela falta de objetivo ela vai criando pequenos objetivos por exemplo agora eu vou ali até a esquina
agora eu vou ali comprar um livro ela vai tentando inventar o que fazer para não ter que voltar para casa e e assim que ela fica 40 dias na rua então a passagem que ela não tem um grande objetivo a gente pensar na estrutura da história ela não tem motivações para fazer as coisas que ela faz ou não tem motivações que realmente justificariam aquelas os sonhos são pessoas que não tem rumo ela não não faz com que aconteça umas coisas desse livro O enredo ele não é criado pelas ações da personagem é baseada na vontade
dela não aqui é a personagem vai sendo levada pelas eventualidades pelas coisas que acontecem por acaso como se ela estivesse ali ao sabor das ondas 9 primeira pessoa uma lona característica comum na literatura brasileira contemporânea é o uso da primeira pessoa narração que a gente pode pensar em diversos motivos para isso A Ana Cláudia Viegas ela levanta a hipótese de dessa preferência pela primeira pessoa tem a ver com uma obsessão da nossa sociedade contemporânea e o relato pessoal e pela exposição das intimidades que levaria então é uma demanda por narrativas em que o eu estivesse
em evidência e eu acho que uma coisa também a se considerar é e é levando em conta as tendências que a gente pagou até agora me parece a narração em primeira pessoa se ajusta melhor à narrativas com essas características do que a narração em terceira pessoa mas aí sobre isso me digam aqui nos comentários É opinião de vocês também esse vocês preferem escrever em primeira ou em terceira pessoa e se vocês tem um motivo para ter sua preferência 10 crítica social finalmente a última característica seria a da crítica social ou seja a literatura brasileira contemporânea
ela teria essa tendência a ser engajada a falar de problemas sociais da palavra programa de políticas sem necessariamente cair não tipo de literatura panfletária ou de correção ideológica claro que na história da literatura brasileira a gente tem muitas obras que incorporam a críticas sociais e desde antes Sabe desde o passado não é uma coisa contemporânea mas ao mesmo tempo eu acho que sim Oi de hoje é essa tendência ao engajamento É sim uma coisa muito forte na nossa literatura e inclusive é um aspecto bastante valorizado na nossa literatura é tanto pela crítica literária quanto pelos
leitores dentro dessa tendência a se enquadrar ia então por exemplo a literatura marginal uma boa parte da literatura LGBT que ia ter mais literatura feminista também obras que resgatar em grandes traumas históricos como a escravidão EA diáspora Negra obras que falem de diversas maneiras sobre injustiças sociais sobre análises políticas enfim Existem várias formas pelas quais a literatura pode fazer crítica social e na literatura brasileira contemporânea a gente vê sim muitos casos disso inclusive nos casos em que os autores buscam novas formas de expressão buscam formas de expressão e inovadoras que deem conta desses discursos e
todas foram algumas tendências da literatura brasileira contemporânea esse vídeo um grande Inclusive a bateria já tá acabando mesmo que não estivesse totalmente cheia quando eu comecei a gravar Então me diz aí se você consegue identificar essas características dos livros que você lê de literatura brasileira contemporânea e também os livros que você escreve né fim Vale lembrar que isso não é uma check-list do que o seu livro precisa ter enquanto literatura brasileira contemporânea nem mesmo do que os livros de literatura brasileira contemporânea é precisa necessariamente ter ou seja nem sempre essas características todas vão aparecer em
um livro é tem livros que não vão seguir todas essas tendências e nem por isso deixam de ser literatura brasileira contemporânea sabe na hora de escrever o seu livro e você não precisa se prender a nada disso não sei se você gostou do vídeo dá um like se inscreve aqui no canal ativo Sininho para receber notificações nos próximos vídeos se você quiser conhecer os mesmos livros têm links aqui na descrição Inclusive eu acho que se você gostou desse vídeo você vai gostar do meu livro a criação do escritor e até o