[Música] a violência faz parte da natureza [Música] humana bem-vindo ao nar rodo podcast para quem tem fome de aprender eu sou quem fioca eu sou aí de Souza e hoje é dia de quê ciência e senso comum níveis de de violência de proximidade já vou fazer uns disclaimers né que vão ter vão ter umas histórias difíceis mas é pelo bem da didática Tá certo então além das referências abundantes temos também muitos Episódios do naro rodou relacionados né isso e temos um convidado nesse episódio que tem um livro Fantástico é o livro de 2021 ele não
é tão recente mas assim quem não conhece esse livro vamos apresentar o autor dele Leia esse livro é sensacional sensacional recomendo até o kem o quem eu sei que quem não leu ainda é um livro Fantástico recomendadíssimo Tá certo então o e-mail volta aí veio do Oseias Batistas dos Santos que escreve do Rio de Janeiro é técnico em biotecnologia e ou em situações distantes de você eu não tenho a mínima dúvida é então então a mínima dúvida é isso isso já ajuda a responder um pouco começo a gente vai começar pelo final né responder um
pouco a pergunta do nosso ouvinte assim mas a ideia Éber de vibes mas num bom sentido produtivo assim a violência faz parte da natureza humana é o conceito de natureza humana é bem discutível tá o conceito de natureza humana isso vai ficar para outro Episódio mas a violência é indispensável não não existe uma sociedade um um mundo ou uma espécie sem algum nível de violência só que aí a gente tem que fazer primeiro algumas definições Vamos definir níveis e graus de proximidade frente a esse conceito Geral de violência e aí a o o degradê vai
vai gerar um tipo de espectro que a gente vai se aproximar muito mais mas como eu falei anteriormente uma coisa muito importante para começar o episódio É apresentar esse livro que é o homo ferox que está na descrição link assim recomendadíssimo sobretudo um livro que trata das causas finais da violência a gente vai falar das quatro causas da violência mas esse livro é focado mais nas causas finais e é um livro sensacional assim admiro muito o trabalho do Reinaldo ele escreveu vários outros livros gostaria de pedir que o quem Apresente o Reinaldo e depois vamos
ler uma um pedacinho do livro para vocês terem um gostinho e recomendo muito a leitura do livro completo Tá certo nós convidado especial é o Reinaldo José Lopes que é jornalista de ciência da Folha de São Paulo e autor de 10 livros além do Recente livro homo ferox que o alí acabou de se mencionar temos também os best Sellers 1499 o Brasil antes de Cabral e Darwin sem frescura Este último escrito em parceria com o paleontólogo e youtuber pirula com o qual foi finalista no prêmio Jabuti de 2020 fez mestrado e doutorado sobre a obra
de jrr Token na USP e também traduziu alguns dos principais livros do autor como o silm Marilan e o Hobbit mora em São Carlos com sua esposa seus filhos e uma Jackie Russell chamada Zelda e na descrição você também tem o link então pro livro hom ferox Vamos ouvir então o Reinaldo salve salve ouvintes do naru rodô o meu nome é Reinaldo José Lopes o alí Gentilmente me convidou para falar um pouquinho sobre o livro com vocês e é claro que eu fiquei muito contente com o convite e tô aqui o livro tenta fazer duas
coisas basicamente primeiro a ideia é mostrar que aquela lenda de que o homem é o único animal que mata em guerras em ataques por motivos que não envolvam alimentação ou defesa bom essa ideia tá errada na verdade a gente encontra guerras e disputas pelo poder em diferentes espécies de mamíferos em geral mamíferos sociais isso também é algo muito comum em outros primatas como nós então de um lado quando a gente enfrenta violência a gente tá enfrentando forças que são muito antigas e muito Poderosas na nossa linhagem fatores como a maior agressividade dos membros do sexo
masculino a nossa tendência a dividir as pessoas em grupos rivais em termos de nós Contra Eles tudo isso é algo que precede que vem antes da origem da nossa da nossa própria espécie e com as origens das grandes civilizações alguns desses fatores foram intensificados mas ao mesmo tempo a gente vê a ascensão de forças capazes de Minimizar os conflitos de fazer com que proporcionalmente eles afetem o número cada vez menor de pessoas e essa talvez seja a grande boa notícia eu acho que a gente vive num mundo que em média é muito menos violento do
que qualquer outra época no passado e a gente tem dados para mostrar isso na verdade só que as forças que que construíram essa melhora que são basicamente coisas como a democracia o avanço científico a redução das desigualdades e o estado laico essas forças todas estão cada vez mais so ataque no cenário político Internacional hoje então o nosso desafio de que as coisas voltem a piorar é reconhecer a importância desse Legado de melhora e de redução da violência Ah e só um spoiler armar a população como querem alguns políticos que você certamente sabem quem são claramente
certamente não vai melhorar nada o cenário pelo contrário vai fortalecer uma pior e e é isso obrigado ao alí e ao Ken parabéns para eles pelo trabalho Fantástico que eles fazem com o podcast que eu sou ouvinte de carteirinha aqui e espero que vocês se interessem em dar uma ol no livro grande abraço a todos você quer ouvir a boa ou a má notícia primeiro bem quando me fazem esse tipo de pergunta tendo a preferir a má notícia logo de cara então vou assumir que temos preferências parecidas e tratar o leitor como eu gostaria de
ser tratado a notícia é em certo sentido o Óbvio como indivíduos e como espécie estamos muito longe de sermos inhos lógico guerras homicídios estupros e atrocidades várias não são perversões recentes de uma natureza humana essencialmente Gentil pelo contrário os tentáculos de trevas de Tais fenômenos se estendem pela história e pela pré-história nos lugares mais distantes no espaço e no tempo que a gente consegue observar o único jeito honesto de enxergar o que somos e o que podemos ser é não desviar o olhar e lidar com esse Legado de uma vez por todas o primeiro passo
para tentar modificar um cenário ruim afinal de contas é entendê-lo a crença de TH White de que os seres humanos são aberração em meio a milhões de espécies de seres vivos que só matam para comer se baseia em conhecimento científico datado da época em que se acreditava que os animais fazem essa ou aquela coisa pelo bem da espécie supostamente evitando confrontos excessivamente sangrentos com competidores e optando apenas por combates ritualizados sacrificando-se voluntariamente quando idosos para salvar os demais membros do bando entre outras lendas caridosas de meados dos anos 1960 para cá Entretanto a ciência do
comportamento animal a etologia bem como outros ramos de pesquisa mostrou que muitas das tendências sombrias da humanidade possuem antecedentes no passado remoto de nossa linhagem e que coisas parecidas estão presentes em diversos Galhos vizinhos da Árvore da Vida a qual pertencemos e não estou falando apenas das guerras escravagistas das formigas sim algumas delas escravizam formigas de outras espécies soberanos que acabam de subir ao trono matando os herdeiros do antecessor como acabaram fazendo os generais de Alexandre o Grande depois que o rei da Macedônia morreu em 323 Anes de crist leões adotam essa estratégia o tempo
todo na Savana membros do sexo masculino que não conseguem uma parceira por bem forçando companheiras a copular Patos e orango tangos entre outros muitos estão no banco de Réus guerras de extermínio que ajudam um grupo a aumentar seu Espaço Vital o termo que vem do Alemão lebens e como você talvez tenha imaginado um sujeito chamado Adolf adorava usá-lo nazistas e chimpanzés tem mais essas coisa em comum embora isso não signifique nem de longe que genocídios poderiam ser uma boa ideia porque isso favoreceria a sobrevivência dos mais tire qualquer sombra dessa falácia do século X da
cabeça pelo amor de Deus se somos feroces plural de ferox como diz White estamos em boa ou má companhia Outro ponto crucial que complica ainda mais a divisão maniqueísta e em preto e branco que tracei em boas e más notícias é que existe uma conexão nem sempre Clara à Primeira Vista entre o nosso lado horroroso e as nossas facetas benfazejas o potencial destrutivo sem precedentes da violência humana nos últimos séculos tem muito a ver com o fato de que somos capazes de trabalhar em equipe com uma eficiência que nenhuma outra espécie nem em seus sonhos
mais desvairados seria capaz de alcançar e isso vale principalmente se a tal cooperação essa linda união de indivíduos caminhando de mãos dadas rumo um objetivo comum tiver como meta derrotar outro grupo pense na aliança entre muitos dos cérebros científicos mais brilhantes do planeta de um lado e o poderio militar Industrial financeiro dos Estados Unidos de outro responsável por produzir a primeira bomba atômica da história em poucos anos um avanço estimulado pelo pacifistas Albert Einstein Aliás a justificativa Desse pessoal que aliás fazia muito sentido nos anos 1940 se a gente não fabricar esse negócio primeiro os
nazistas vão chegar lá antes há inclusive pistas neurobiológicas ou seja ligadas ao funcionamento do sistema nervoso e hormonal de humanos e outros mamíferos de que os mesmos sistemas que produzem emoções externas em relação a indivíduos que enxergamos como companheiros podem estar por trás em parte das reações xenófobas e intolerantes diante dos outros essa aliás talvez não seja uma notícia das piores porque mecanismos neurobiológicos costumam ser construídos a partir de Fundações evolutivas bastante antigas O que significa que peramos de nossos ancestrais remotos tanto as bases da agressividade quanto de comportamentos que consideraríamos moralmente aceitáveis ou mesmo
gentis de fato é o que outros estudos comparativos do comportamento animal tem indicado dá para ter uma coisa a incrível capacidade de cooperação e conexão entre nós sem a outra o uso desse potencial contra competidores Ainda não sabemos Belo texto do Reinaldo aqui em esse trecho aqui acho que inspira as pessoas a lerem o livro inteiro hein o Reinaldo manda muito bem muito bem mesmo recomendo ler eu tô falando sério dificilmente eu faço propaganda de coisa você sabe quem esse livro é fantástico vale a pena ser lido a gente é um ótimo gancho para começar
a discussão sobre as raízes da da violência que é algo inerente indispensável e importante para todos nós assim não tem como você viver na sociedade como um ser social sendo Pacífico pensando o pacifismo nesse sentido do senso comum tipo não vou fazer mal para ninguém ah a sua própria existência ocupa um espaço e se ocupa um espaço vai incomodar alguém de um certo jeito e é ponto Começa por aí então Vamos aos termos primeiro Vamos definir violência tá a própria Organização Mundial da Saúde tem um conceito de violência né que seria o entre aspas abre
aspas o uso intencional de poder e ou ameaça contra si mesmo ou outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade Nos quais resulta em alguma chance de lesão morte ou dano psicológico Então é isso é a primeira característica da violência é o uso intencional de poder ou Ameaça é intencional então por exemplo eu posso fazer algo extremamente violento com você e eu não perceber né É É isso para você pode ser reconhecido como violência mas eu não percebo quer dizer pra vítima é violência pro agressor não não necessariamente nessa nessa concepção isso é então se
se você pensar que um dos lados nem percebe não existe nem o conceito de agressão tem que ter um consenso né porque por exemplo se você parar para pensar assim a a as pessoas com essa definição fica pensando ah é é agressão doméstica sabe agressão contra mulher pensa coisas assim Não mas pensa você de novo a gente gravou um episódio duplo sobre isso que é sobre animal doméstico sim você é violento tendo um cachorro e um gato em casa tá ponto desculpa sabe desculpa ah eu estou vocês tá sendo violento comigo dizendo isso estou eu
percebo que eu estou sendo violento e é de propósito é por um bom uso aham vai gerar dano psicológico em você talvez mas fazer o quê a discussão é maior do que isso tá então é é é importante apresentar essas bases por exemplo o fato de você ter o padrão de consumo que você tem que você naturalizou desde a sua infância toda vez seus pais iam lá no mercado compravam produtos traziam para você cozinhava você comia tá E esse tipo de padrão de consumo ele ele gera dano em outros níveis só que você não percebe
e sempre foi assim sempre foi naturalizado sabe então assim a a uma coisa para definir violência é a questão da intencionalidade a partir do momento que você toma consciência de certos aspectos aí você começa a perceber que seu próprio comportamento é violento em certos níveis a partir do entendimento de certas contradições uhum tá então então assim todos nós por definição somos violentos na maior parte das vezes sem perceber certo tá a partir do momento que a gente se dá conta e é ccio das nossas estruturas de poder de classe físicas coisas do tipo você começa
a perceber certas relações violentas que você não percebia E aí a violência se impõe assim tem um lado positivo porque você começa a perceber o lugar do outro em certos aspectos mas tem um lado negativo que é então todo mundo é violento a sociedade é extremamente violenta só que aí se você observar os dados mesmo e e no livro do do Reinaldo fala um pouco disso né quando você pensa em coisas extrínsecas taxa de homicídios taxa de comport violentos isso em média tem diminuído né assim não não nos últimos 10 20 anos mas se você
comparar Em centenas de anos né numa escala mais antropológica Essa é a época mais menos violenta do ponto de vista físico da história assim se você pegar 300 anos atrás você era você você não tinha impressão digital não tinha nenhuma forma de identificar se você matasse alguém a 500 km da sua casa ninguém ia descobrir É verdade o o conceito de crime perfeito existia um avanço civilizatório que a gente tem hoje é tornar cada vez mais difícil a a ideia de crime perfeito tanto é que tem pessoas que se indagam Será que existe crime perfeito
há 200 anos atrás era corrente crimes perfeitos porque ninguém descobria sabe então então a primeira coisa essa questão da intencionalidade eu posso ser violento com você e não perceber isso configura violência não configura quando tem os dois lados tá tem os dois lados um lado tem que ser tem que trazer à tona essa questão e aí a gente vai falar de um conceito muito importante que é a desumanização né e e quando os dois lados percebem É de fato Eu fiz alguma coisa e aí a gente tem por exemplo narodo duplo sobre porque pedimos desculpas
quando você pede desculpa você percebe que fez algum dano Mesmo que não seja por sua culpa se eu fiz algo que eu percebi que foi errado com você mesmo que não tenha sido minha culpa eu me sinto culpado né Mesmo que não senha sido violento entende a partir do momento que você percebe a contradição a per a a o dano né Você pode se desculpar né Mesmo que não que você não tenha intencionalmente feito parte do evento Tá mas quando você gera dano pro outro e não percebe você não vai se desculpar por uma coisa
você não percebe né E aí a tentativa é reagir contra E aí você cai no a gente tem um narodo duplo sobre isso sobre dissonância cognitiva também você cai na dissonância tá E e aí assim dada essa definição né da Organização Mundial de Saúde e consequências dela a violência não necessariamente inclui em dano físico ou Morte certo você pode gerar dano psicológico que às vezes é muito longo e tal né E aí quais são os principais modificadores de efeito Quais são os principais eh eh fatores que afetam a quantidade de violência eh isso é bem
descrito em estudos sociológicos de relações internacionais e tal né pobreza concentrada então assim não é só pobreza é a concentração da pobreza você tem bolsões de pobreza e daí entra uma questão geográfica também importante pobreza concentrada renda né Faz Sentido desigualdade de gênero uso de substância Sobretudo o álcool né Tem várias substâncias que você pode usar mas o álcool é a principal ausência de relações seguras e estáveis e nutridas entre pais e filhos e aí você fala da violência transgeracional certo tá você passa a violência pra frente tá E aí você tem tipos de violência
você tem a violência autoinfringida que aí a gente tem o naruro do 98 que é sobre suicídio né E aí Não envolve só o suicídio envolve o auto abuso comportamento de risco toda essa coisa né É um tipo de violência autoinfringida que muitas vezes você não percebe que você está cometendo uma violência com você mesmo então não é violência tá mas faz parte violência interpessoal E aí a violência interpessoal tem a violência interpessoal familiar que é você ser violento com crianças parceiros pessoas idosas coisas do tipo ou pares e a violência interpessoal comunal que é
você ser violento com um conhecido ou um estranho que geograficamente É próximo tá e a gente tem dados muito concisos aqui né do do Núcleo de Estudos da sobre a violência aliás um abraço pro pessoal do núcleo do estudo sobre violência que eu trabalhei alguns anos pessoal muito legal uma das pessoas foram entrevistadas aqui no Naru rodo que é o o Marcelo Neri foi entrevistado aqui uma pessoa ótima sim e a gente tem dados muito robustos para mostrar que a a esmagadora maioria dos homicídios em São Paulo São gerados por pessoas que se conhecem tá
sejam familiares ou conhecidos que coabitam a mesma região a maior parte das desinteligências que leva a homicídios não são entre pessoas desconhecidas Você conhece é o cara do bar é alguém numa festa é alguma coisa assim tá aí envolve a violência interpessoal familiar né É é desculpa a violência interpessoal comunal E você tem os casos de violência coletiva que aí envolve violência social né sociedades mesmo eh violência política e violência Econômica né Essas são um pouco mais difusas então por exemplo quando você pensa em violência coletiva você vai pensar em time de futebol torcida briga
de torcida isso é um tipo de violência coletiva social né mas por exemplo a xenofobia a xenofobia é um tipo de violência coletiva social você ataca um outro povo né Aí tem dados muito interessantes de por exemplo da violência coletiva social eu vou pegar um exemplo né de um artigo que está na descrição vou pegar um exemplo assim anedótico mas importante muitas pessoas devem identificar esse tipo de problema eh eh o artigo é de 2024 e ele descreve um exemplo né de um incidente que ocorreu na ITA num mercado italiano no qual um consumidor né
era uma uma uma senhora uma moça que estava ali na na fila do caixa bem na época da covid 2021 né ela estava ali na fila do caixa e a a a caixa que estava atendendo ela que era de origem Dominicana e eles estavam na Itália e a moça que estava na fila era italiana né a a a caixa pediu pr pra consumidora e um pouquinho para trás para de acordo com os protocolos de distanciamento da covid E aí a a a moça italiana ficou brava e disse para ela o seguinte abre aspas Cale a
boca e faça o seu trabalho macaca né se você não gosta do que eu estou fazendo volte para seu país né assim é um exemplo anedótico mas ocorre a rodo assim em vários lugares né então então esse é um tipo de violência coletiva social é feita por um indivíduo mas representa uma classe grande de pessoas também né E aí é interessante que boa parte das violências coletivas siais quando você chama o outro de macaco né E esse trabalho é muito interessante que dependendo da cultura os termos que você utiliza para desumanizar o outro e colocá-lo
numa classe subalterna é diferente né então esse esse artigo mesmo ele é um artigo feito por italianos os italianos e aqui no Brasil também é muito comum quando você quer desumanizar alguém você usa termos ligados a animais né a características e animais isso é chamado ontologica ontologia é atribuir o est pessa n quando eu dou um status ontológico para alguma coisa eu dou o status de pessoa para alguma coisa né quando eu desizo eu tiro o status de pessoa de alguém né e eu posso tirar isso de algumas formas né um dessas formas é usar
xingamentos verbais né a gente tem narodo porque xingamos e tal então boa parte da cultura ocidental isso vem de Roma e aí é um trabalho Fantástico que mostra em Roma que quando você queria alguém em Roma o que que você fazia chamava a pessoa de ladrão de nômade ou de sujo né eram termos assim porque os nomes Romanos eram muito ligados ao local onde você nasce né se o seu lugar é o caminho você não tem nome logo você não é uma pessoa é é muito interessante né Essa essa questão né E aí e e
posteriormente a a a ideia de você e desumanizar uma outra pessoa é ligar chamá-la de animal então você pode chamar de macaco de burro de qualquer coisa assim do tipo tá Mas é interessante que no Oriente é diferente fizeram uma pesquisa na China os termos que você utiliza para desumanizar pessoas na china são ligadas mais a objetos ou robôs Hum você dar status de robô de uma de um autômato é uma forma de desumanizar muito mais do que um bicho isso porque eles têm isso é ligado ao o pensamento religioso eles TM uma cultura mais
animista de que os animais têm alma e tem poder faz parte da natureza e tal robôs não fazem parte da natureza são coisas suat muito interessante faz mais sentido hein é então é muito comum né você identifica ideias ligadas à violência coletiva social quando você desumaniza o outro né e e você pode desumanizar dos dois lados por exemplo se eu te chamo de macaco né e eu estou te desumanizando se eu te chamo de por exemplo eh eu digo que você não tem alma ou você eh você e não tem volição você só faz o
que os isso é um é uma desumanização bem chinesa assim que é você só faz o que os outros dizem para você fazer ou seja Você não tem vontade é você é igual um robô igual um objeto sabe um um utensílio sabe é é diferente né É É interessante isso tá você ser um utensílio você ser só um objeto de uso desumaniza você no Oriente principalmente tá é interessante aqui é ser associado com animal porque é uma coisa que não tem alma vê que o pensamento animista versus Cristão o modelo religioso bate aí né Muito
interessante E aí essa essa desumanização acontece no nível social acontece no nível político vi de discurso político né então assim eh eh você nunca vai ver um discurso de um político que ele vai chegar e dizer o seguinte Ah temos que amar a todos né político não faz isso religioso até faz né é uma coisa bem cristã mas político não faz por quê Porque não existe nada que una mais as pessoas do que o ódio o amor não une as pessoas o amor une as pessoas próximas de você verdade e aí tem a ver com
que um com comentário que tá até até no trecho do livro do do Reinaldo né que essa coisa né que a que é bem o finalzinho né dá para ter alguma uma coisa a incrível capacidade de cooperação e conexão sem a outra que é o uso do potencial desse potencial contra competidores E e esse é o encerramento do nosso Episódio duplo sobre se somos bons ou maus por natureza certo é esse conflito a gente é bom e mal ao mesmo tempo depende da distância uhum né então a gente fala por exemplo do papel da ocitocina
A oc se nem um hormônio relacionado as pessoas acham que é o hormônio do amor por quê Porque é o hormônio relacionado com a ligação da mãe e bebê né só que fora a relação mãe bebê a ocitocina é usada para discriminar grupos se você não faz parte do meu grupo né então se eu tomo um shot de de ocitocina no nariz né um spray de oxitocina e você não é do meu grupo quem eu vou ser muito mais reativo a você sim igual a mãe e o seu filho a mãe protege tanto o filho
né que a única coisa que faz parte do grupo dela é o filho todo o resto que morra uhum né Isso é o papel da oxitocina reflete exatamente o comentário do do livro do Reinaldo e eu iria além eu digo diria que pelo pela proteção do filho a mãe é capaz de matar né e exato e percebe a violência mora aí e sem perceber e e não é só matar é excluir porque exclusão é um tipo de violência você não ser assertivo é também uma violência né É É interessante Então Tem até aquela frase né
O amor move montanhas o ódio constroi impérios E é verdade é verdade então assim eh eh não tem não existe nenhum discurso político no modelo societal econômico que a gente tem hoje pensa no capital capitalismo ou socialismo ou o que quer que seja de modelos intermediários não existe nenhum estadista que defende essa ideia de que eh temos que amar a todos não você tem que ter algo contra Alguém sabe e e e em momentos de maior eh falta tem que ter alguma coisa tem que ter alguém para bater sabe não tem Senão você desagrega um
exemplo por exemplo é o gandi o gandi que defendia né tipo a a união o contato a não violência Total ele nunca foi capaz de ter um estado não dá para construir um estado você pode construir grupos de pessoas né entidades agrupamentos mas um estado que seja assim é é do modelo que a gente tem hoje é impossível né Uhum Então é é importante ter essas bases assim né E aí a gente fala também da violência coletiva Econômica é possível ser economicamente violento sim e não é tipo esse modelo atual que é tir não é
é uma coisa mais Sutil que é por exemplo o a burocracia tem o livro do David Gruber um antropólogo Fantástico né que é um livro que chama a Utopia das regras que livro bacana n antropólogo é [ __ ] né aquele aquele chato que te motiva é bacana mesmo né que é um chato generalizado assim né que ele que ele fala o seguinte que a a que a a linguagem da racionalidade Econômica se torna uma metáfora para fazer o o a economia parar evitar falar sobre o que essa racionalidade quer defender então por exemplo quando
eu crio um sistema muito burocrático Eu evito você ter acesso a coisas porque eu tomo que E aí um conceito que é chamado cronic que é de Cronos que é de tempo que eu tomo seu tempo o negócio é tão burocrático que você desiste sim eu eu eu eu tô eu tava pensando aqui enquanto você falava né já que eu sou um pequeno empresário né pequeníssimo a briga entre uma empresa com uma multinacional gigante tá Ah sim se a uma multinacional gigante resolve sei lá não fazer um pagamento para conseguir esse pagamento você vai perder
tanto tempo tanto esforço tanto dinheiro ter que contratar advogados enquanto que a multinacional tem um departamento jurídico e eh né gigantesco né e recursos infinitos para contratar os melhores escritórios de advocacia e transformar aquilo numa coisa que se arrasta por anos n exatamente eou não deixa ser uma violência né então ou seja ao mesmo tempo controla o seu tempo uhum e aí e aí vira custo benefício não vale a pena né então a a a a economia né uma parte a questão burocrática por exemplo é não não tem como viver sem burocracia tem que ter
um certo nível né certo mas mas quando ela pode ser usado como um modelo de ferramenta para controle individual é uma coisa violenta e é passivo né E a gente tem um último tipo de violência que é chamado violência lenta a violência lenta todos nós fazemos todos nós então por exemplo tem animal doméstico é uma violência lenta né degradação ambiental poluição aquecimento global são resultados da nossa violência lenta porque você valoriza muito mais os dados próximos do que a coletividade tá então Ou seja incluímos todos todos nós somos é isso aí e é nós E
aí assim agora que a gente definiu a violência os tipos a gente pode falar dos níveis de violência e daí é importante mudar a palavra tá E você tem a dominância a violência e a agressividade tá pense isso em termos de distância a dominância é o que tá mais distante então por exemplo se o exemplo da empresa por que que a empresa consegue fazer isso com você não é porque ela é violenta é porque ela é dominante ela tem uma dominância ela tem um status né então definição dominância é o acesso preferencial a recursos frente
a outro organismo ou outra organização baseado e num padrão de força ameaça E intimidação então assim eu sou muito maior que você sabe eu tenho muito mais contatos então eu intimido você né então eu tenho dominância eu não vou te bater não vou te prender não vou te processar nada eu não preciso eu só preciso existir tá então a dominância é essa coisa mais distante assim o meio caminho é a violência é o meio do caminho só que E aí como eu falei existem violências que você que de fato são ativas e existem violências que
são passivas por exemplo eu posso ser violento com você tirando coisas de você e aí essa fala as pessoas que são iente passivas que essas pessoas que defendem por exemplo não o mundo sem violência você está sendo violento tá então por exemplo E aí é um mecanismo Você conhece muito bem que que são as teorias de assédio que é o espiral do Silêncio né todo mundo ficar em silêncio é uma forma de apaziguamento você mantém A Hierarquia mas sempre vai ter alguém que vai ser violento não tem jeito não tem como escapar você será assertivo
vou falar ô [ __ ] que que você tá fazendo [ __ ] sabe tipo tipo bancar mesmo você ser assertivo é uma forma é uma forma não violenta é uma forma agressiva agressividade é o que tá perto tipo eu bater em você pode ser violento pode refletir uma estrutura violenta né mas pode pode refletir uma estrutura não violenta mas agressiva então agressividade é o físico agressividade é é o Tete a Tete pessoa a pessoa tá E é países não são agressivos empresas não são agressivos empresas podem ser ou dominantes ou violentas a agressividade é
o dia a dia é o dia a dia tá eu eu por exemplo eu vê você sofrendo e não fazer nada eu estou sendo agressivo negativamente né eu posso não estar sendo violento então por exemplo eu eu não fazer uma coisa com para você e você sofre naquele momento mas eu sei que depois vai te favorecer depois eu posso estar sendo não agressivo mas não está sendo violento então assim vamos vamos definir agressividade agressividade é um comportamento é comportamento agressividade tá é um comportamento focado em opor ou ou atacar algo ou alguém isso é agressividade
tipo sai daqui sabe tipo isso é agressividade é individual é Tete a Tete então pessoas são agressivas você pode ser agressivo o tempo todo às vezes você é violento às vezes não porque depende dessa estrutura maior que então às vezes eu sou agressivo para me defender né eu posso não estar sendo violento eu reajo tá a violência é uma coisa no no no médio no médio caminho assim né no no a Médio prazo a dominância é uma coisa maior aí hierárquico estrutural e tal né então é importante perceber esses níveis assim e e e por
que que por que que existe dominância violência e agressividade a grande razão por trás disso é a existência de recurso limitado você tem um recurso e aí vem da biologia Uhum E você tem um recurso esse recurso é limitado tipo é é é isso eu lembro muito do kinas Borba né que ele defendia lá o o que é aos vencedores aos perdedores as batatas sabe bem o humanitismo aquela lógica do humanitismo e tal né mas mas é basicamente isso tem recursos né E aí o recurso pode ser comida pode ser acesso pode ser poder pode
ser pessoas né e e é isso tá então assim e eh eh como é que a gente divide os recursos E aí a gente entra numa parte Tudo bem então se a violência é parte constituinte da sociedade das pessoas das relações sempre vai ter algum nível de violência essa violência pode eh eh e aí é importante eu tô eu tô forçando na palavra violência porque é o meio do caminho né então assim a a violência constituinte das sociedades Independente de qu quais são sejam elas coletivistas ou não existe a violência a violência pode se transformar
em agressividade que aí eu vou bater em você e a violência é resultado da dominância que é a a a briga entre grupos né Por recurso então assim o contexto é esse temos uma uma sociedade biológica né que tem recurso esse recurso é limitado vai aparecer certos grupos e esses grupos vão estabelecer uma hierarquia de dominância a primeira coisa grupos a gente tá falando genética de população mesmo bem longe né A partir desses dessa hierarquia de dominância você vai ter uma estrutura de violência essa estrutura de violência né que aí é é é de fato
o uso intencional de poder ameaça contra si mesmo outra pessoa né Essa violência pode se transmutar em agressividade que é um bater no outro guerra bater no outro ou cuidado que aí tem a ver com os nossos dois episódios o 43 4 e 43 C sobre amizade entre homem e mulher volta aquela questão da da ligação entre cuidado e violência né então a a a gestão da violência gera cuidado e a falta de cuidado gera violência esse ciclo que a gente abriu dois episódios atrás é muito importante é fundamental para entender a questão então assim
dominância sempre vai ter porque o recurso é limitado ponto tá isso é dado de realidade né a partir daí vai se estabelecer uma estrutura de violência essa estrutura pode criar exército pode criar polícia pode criar estruturas de ordem né tipo ó você não pode passar daqui porque senão ninguém se entende a precisa fazer uma fila sabe é uma coisa né que que é faz parte de uma estrutura de violência a ordem né só que isso pode ser feito de um jeito cuidadoso ou de um jeito agressivo violento certo percebe é então a a a tudo
bem se Ah mas aí você tá falando como se fosse uma coisa muito estanque o nível da dominância da violência É mas o que que a gente faz com isso E aí que é a chave de você não ter eh livre arbítrio mas você trabalhar com isso um pouco melhor é a questão da agressividade né E aí eh eh dados que a gente tem assim da da literatura de novo as referências estão imperdíveis né Eh eh tem um artigo de 2015 que mostra diferenças de gênero em agressividade né especificamente que é ação individual né É
é é um dos artigos com maior efeito que eu já vi em psicologia os efeitos de Psicologia efeito tamanho de efeito de diferenças não é muito grande mas esse artigo é um dos maiores que eu já vi mostrando assim agressividade é coisa de homem macho ponto né treta sair da mão isso tem o lado positivo e negativo de novo é ambíguo é sempre ambíguo você resolver as coisas na mão dependendo do que é resolve o problema em vez de ficar anos fustigando o bagulho tá então de novo Às vezes você ser assertivo e falar você
não vai passar daqui sabe tipo tem esse tipo de coisa você cria um limite que pode ser uma manifestação de cuidado também né vi de criação de filho tá então tem que botar limite no no [ __ ] da criança claro né só que assim você não precisa ser agressivo não precisa bater da criança mas você pode ser assertivo Então essa é uma coisa importante a gente tem dados modernos muito robustos o o livro do Reinaldo fala um pouco sobre isso né o papel do homem na na violência e na agressividade seja no estabelecimento de
Cultura de violência aí você tem a cultura do machismo da misoginia né que que o homem tem o o o a predominância das estruturas de violência então ele domina a a mulher em certo aspecto né e a mulher em outro lado tiro cuidado e aí jáa um um uma espiral de violência que ataca os dois lados e é uma droga né que é a minha crítica a discussão de gênero hoje ela ela ficou muito belicista muito bélica sabe que aí que que é o modelo de rede social sa desgraça do satanás de rede social que
você só é ouvido se você grita igual a grala né e e se você fala muito alto as pessoas te ouvem e o jeito de você falar falar de um jeito agressivo E aí você cria o ciclo de agressividade e a relação de gênero não resolve nas redes sociais a coisa fica ainda pior porque tem uma questão de performance assim né as pessoas as pessoas se estão preocupadas com essa exatamente com a sua própria performance acerca do tema isso e por quê Porque as pessoas no fundo são produtos que tem uma estratégia de consumo que
reflete uma competição por recurso limitado fechou com o o ciclo que desgraça né quem desgraça o problema bate na sociedade de consumo também que alimenta estruturas de violência onde você não tem escolha a não ser ser agressivo né quando quando se você for cuidadoso você não aparece não aparece e é exatamente porque eu quero chamar atenção né a gente tem um narodo sobre isso que é porque as pessoas preferem as notícias ruins é o efeito da Tena né o efeito da Tena acontece em vários níveis um desses níveis é a discussão de gênero por isso
que eu tenho preguiça completamente preguiça né o homem chama mulher de gorda a mulher chama o cara de careca de qualquer coisa sei lá o quê de de pau pequeno e fica essa coisa circulando dentro de cada grupo né faz sentido mas não resolve o problema né como é que você estabelece uma questão cuidadosa e aí tem um um trabalho 2013 muito 20223 muito bom mostrando o aumento de bullying e agressividade nos meninos nas escolas crianças né porque porque E aí a gente tem uma uma causa material para isso né porque a a a gente
tem tanto áreas cerebrais quanto hormônios ligados a isso os meninos crianças são mais agressivos eles batem Mais e aí tem a questão da testosterona mesmo que é ligado a isso a gente tem o naruhodo duplo sobre instinto materno e a gente explica isso na primeira parte mas tem também aqu questão de áreas cerebrais né o córtex prefrontal e o giro órbito frontal são áreas que se desenvolvem mais rápido nas meninas primeiro então as meninas desenvolvem antes a autorregulação elas regulam mais o comportamento delas Ah eu não posso fazer ISO aquele aquela máxima de que as
mulheres amadurecem mais cedo não é de todo mentira então amadurecem do ponto de vista comportamental mas não do ponto de vista de de motor assim corporal do ponto de vista corporal moral não comportamental sim por quê Porque a gente vive numa sociedade que é esperado que você pense recaia né seja ar recatado sabe essa coisa então assim e e não quer dizer que as meninas não sejam violentas ass os trabalhos mostram que os meninos brigam né então criança briga mais as meninas excluem mais tem uma exclusão né o ostracismo coisas do tipo também é uma
forma de violência né tiado do grupo né isso tipo eu tiro cuidado de você eu te tiro cuidado é uma forma de violência Claro excluir né e isso vai ficando ainda mais porque as meninas são mais verbais até uma parte da vida é um tipo de violência também é horrível agora o senso comum diria que as redes sociais eh estimulam ainda mais com certeza esse tipo de comportamento né porque a arquitetura da rede não é para estimular esse tipo de discussão A gente tem o nar rodo sobre porque discussões virtuais são inúteis né porque o
objetivo da arquitetura da rede social é fazer você consumir e Você consome o que te chama atenção e o que que te chama atenção você ou seja dá tudo errado né dá tudo errado você sabe quem melhor que eu você estuda década ó o ódio também chama mais atenção que o amor o ódio constrói impérios né não não preciso mover a montanha eu construo o Império em cima da [ __ ] da montanha eu damito a montanha depois sabe então o o segredo de um bom estadista é fazer uma boa gestão do ódio tendo um
diplomata e um general é simples assim sabe isso é imemorial né e dá para desconstruir isso dá esse é o negócio dá e é o Freud mesmo fala né no grande texto dele psicologia das massas né que ele fala que o papel mais importante paraa formação das das massas é o repúdio e A negação de alguma coisa nós somos um grupo e o que que a gente é um grupo porque a gente não é aquilo eu eu a gente faz parte do mesmo grupo porque a gente não é antivacina então você ataca o antivacina sabe
e o antivacina faz o mesmo então essa é a ideia da Gênese da da eh eh das massas é você abraçar a a ausência de negação eu sou isso logo eu não sou aquilo logo Aquilo é errado né E aí o segredo e está no narod duplo também sobre se nós somos bons ou maus por natureza é você abraçar a sua negação a partir do momento que você percebe que você não sabe o que você é e o que te explica é a sua negação você está em constante movimento e eu não sei se você
lembra desse Episódio por exemplo você nasceu em Maringá né você você é Man Manauara não você nasceu em no Amazona não você sabe explicar porque você não é Você é baiano não não você sabe explicar só que você não sabe o que é ser Paranaense Você sabe a partir das negações se você percebe que o que você é é a partir da ausência só que essa ausência não te limita isso vai gerar em você uma um senso de movimento então o que que eu sou de verdade eu tenho que descobrir o que eu não sou
E aí você se abre a diferentes espaços de alteridade logo você começa a ter menos agressividade e mais cuidado pelo lugar do outro hum né só que isso também a a possibilidade de desenvolver uma pessoa capaz disso é um lugar de Privilégio porque a maior parte das pessoas e aí por uma questão violenta o cronic é obrigada a vender seu tempo para atender uma demanda de consumo e aí como você tem que vender seu tempo você não tem tempo de desenvolver as suas negações porque é muito mais cômodo ficar preso àquilo que você acha que
é e ficar limitado e aí você cai na polarização no sectarismo E aí começa a querer matar todo mundo a condição atual que estamos quem a condição atual que estamos é o prenúncio da Guerra isso não é novo já aconteceu a história mostra é o prenúncio de uma nova guerra a gente precisa disso e e e por quê Porque vivemos numa época de desigualdade a desigualdade limita o recurso e aí gera a uma estrutura de violência que necessita estabelecer nos indivíduos a agressividade e como é que e qual o resultado da agressividade separar entre nós
e eles sim né usando o hormônio que é o hormônio entre aspas do amor amor meu pau de óculos que é o a ocitocina né então o povo fica com ocitocina mais alta não para porque eu amo você é porque você não faz parte do meu grupo e se você não faz parte do meu grupo E aí acontece essa exacerbação do nacionalismo também né Muito bem então você vê que a conversa em todos os níveis do nível individual ao local por quê Porque temos estruturas de dominância que querem se manter a custa de certas estruturas
de violência condicionando comportamentos agressivos nos indivíduos uhum isso pode ser rebatido claro que isso é moldado isso não é assim essa relação de dominância e e violência e agressividade é algo que tem uma base genética evolutiva grande mas para quem é biólogo fez um semestre de biologia básica sabe que biologia biologia seleciona não traço seleciona variabilidade a gente tem um jogo aí a gente tem uma possibilidade de jogar e a gente escolhe intencionalmente ir pelo caminho mais fácil o caminho mais fácil é vou matar você né Eu melhor te matar Porque você some o recurso
fica para mim esse é o caminho fácil esse é o caminho do chimpanzé é o Caminho do Macaco sabe e que desumaniza também né então a gente tem exemplos de desumanização um exemplo claro assim moderno temos fotos evidências quiser entrar nas referências Por sua conta e risco tá Por sua conta e risco o exemplo do Japão lá na na na Manchúria né e eh uhum nanquim todo o genocídio que o Japão começou ali na primeira guerra pra frente né tem o caso terrível da unidade 731 que é um um laboratório feito lá na na China
pelos japoneses em que eles mataram 14.000 pessoas e submeteram mais de 300.000 mortes por doenças infecciosas que eles mesmos fizeram eles matavam gente a granel né E aí um exemplo de desumanização eh eh eles criavam um termo para as pessoas eles chamavam as pessoas de troncos lenha lenha chamava pessoas de lenha né então você objetificar por meio de algo que você usava para ser queimado usado você é é bem aquela coisa você quebra com o machado e deixa lá para quando você precisar você pega é exatamente a a a a sensação que o japonês fazia
tanto tanto dos chineses ali quanto de alguns Tinha alguns coreanos e também Russos né e eram experimentos terríveis terríveis nenhuma validade científica sem nenhum controle a gente tem um naro rodo sobre isso inclusive mostra que a gente não aprendeu desgraça nenhuma que a a Como como que a gente faz para fazer uma pesquisa ética né que era um exemplo da covid mas aplicado ali inclusive certos certos dados que foram coletados naquela época foram publicados em revistas revisadas por pares e a [ __ ] dos revisores sabiam de nos anos 50 sabiam disso que era feito
com gestante que tava escrava e foi estuprada para virar gestante para eles usar pra pesquisa [ __ ] sabe desgraça isso pode acontecer em todo e qualquer lugar tá aí tá aí um ótimo tema pro ciência suja hein eles ainda não abordaram isso ah mas com certeza o material é abundante né E e aí a gente entra na parte final do episódio agora não tudo bem então tem toda essa estrutura Econômica individual social dá para fazer alguma coisa dá para fazer bastante coisa tá do ponto de vista individual mesmo dá para fazer bastante coisa a
coisa que dá para ser feita é uma coisa um pouco contraintuitiva que a gente já falou em outros episódios né Tem um artigo clássico do bandura 1961 que é o artigo do bobol né a bonequinha bobo né bobo era o nome do bonequinho né que em português é tem um sentido pejorativo mas o o experimentador ele fazia brincadeiras com uma criança pequena de 3 4 anos crianças pequenas fazendo o bonequinho contar uma história agressiva e ele verificou posteriormente que as crianças reproduziam essa história agressiva tanto meninos quanto meninas né então a gente a gente aprende
a reproduzir padrões de ação né padrões de comportamento né E aí a a a ideia e aí a coisa mais contraditória é a gente abrir mão da Felicidade você abrir mão de ser feliz e isso já é dito em vários episódios é o Caminho Para você reconhecer as estruturas de violência e tentar ser agressivo de um jeito assertivo assim não não é que você nunca vai falar vai brigar Mas você vai se preparar para isso sabe você vai ter um preparo você vai desenvolver em você atributos e aptidões para quando for necessário você usar de
forma assertiva você não vai reagir as coisas você vai ter o preparo sabe o preparo então se você acha que você é importante no seu contexto social você aprender a brigar aprenda a brigar e tem essa Skill com você sabe a gente vê isso muito com trabalho então por exemplo quem você tem o seu trabalho como publicitário Às vezes você não vê a necessidade assim poxa e legal eu fazer um curso tal para melhorar um uma Skill né pense isso pra vida então Poxa ia ser legal para mim fazer tal aprender a cozinhar ou aprender
a a artes marciais ou aprender a a fazer tarefas que me tornem mais apto a a caso seja necessário eu ser assertivo eu agir no mundo ou por exemplo comunicação não violenta né é importante eu saber conversar tipo eu eu tudo bem eu já faço artes marciais sou bombadão plá aquela coisa lá mas eu não consigo nem dar bom dia Ou seja você é agressivo do mesmo jeito né tipo aprender a conversar né fazer terapia fazer uma aula de retórica fazer uma aula de dança todas essas coisas são formas de você atribuir Skills a você
mesmo habilidades que podem ser ú úteis no momento de reconhecer uma vulnerabilidade ser assertivo E aí você vai fazer um bom uso da agressividade em certos contextos e do Cuidado em outros certo entende então e e esse é um dos um caminho né no nível próximo e o a a o outro caminho é você reconhecer as suas negações é você perceber que você nunca vai saber quem você é Você sabe o que você não é quanto mais variável e quanto mais e eh inclusivo for o seu mundo mais rico internamente ele é então você para
de se importar com quem tá fora e começa a a usar a convivência com o de Fora para aumentar o seu mundo interno dentro né esse episódio de fato conversa muito com 433 434 né De amizade entre homem e mulher é isso conversando com pessoas diferentes você vai perceber as estruturas de dominância que elas vão existir de algum certo jeito vão ver o impacto disso nas estruturas de violência e aí você vai ter um certo manejo de quando como ser e agressivo ou não né Mesmo que o outro não goste do que você tá sabendo
ele fazendo ele vai entender a sua motivação e se ele entende a sua motivação talvez no futuro ele te perdoe E aí a gente tem o narodo sobre Porque é tão difícil deixar o rancor de lado eu tenho certeza que na sua vida que deve ter alguém que você ficou muito puto com a pessoa mas passou um tempo você perce percebeu É verdade eu merecia isso eu fui um otário eu merecia eu não via por isso que eu fiquei puto né E aí você perdoa essa volta é importante percebe quem que é complexo o negócio
mas se eu percebo e não perdoo tudo bem É é uma escolha sua não não isso Isso é uma escolha sua E aí assim aquilo que você guarda rancor na verdade mostra aquilo que você valora pode ser uma estratégia se eu tivesse a Skill que aquele cara tinha quando fez aquilo comigo talvez eu perdoasse ele e aí te dá esse movimento para você deixar de otário e atrás do bagulho entendeu não tem a ver com outro não tem a ver com outro não é sério tipo você reconheceu a sua otari né que a gente falou
isso nos dois últimos episódios de 2021 de covid uma coisa importante assim da covid que a gente não aprendeu é a gente aprender a não ser feliz que a felicidade é o resultado não é a causa ah vou fazer isso para ser feliz você vai est sendo violento com alguém eu vou fazer isso porque tem que ser ser feito E caso dê certo vou ficar feliz aí estamos conversando aí estamos conversando ou como diria um amigo meu Pedro Guerra Não seja Trouxa é não seja otário Eu só troco isso por otário né E aí repito
a máxima né não seja burro fraco e feio estude Faça exercício já sou feio essa é uma forma porque a beleza depende da de uma estrutura de violência né a força e a o estudo depende mais de você então é uma forma de canalizar sua agressividade alguma coisa eu estô justificando nesse Episódio essa Esse princípio gostou do episódio foi complexo adorei adorei complexo complexo talvez alguns dos ouvintes vão querer ouvir duas vezes PR pegar todos os conceitos mas eu adorei e eu fico eu fico contente que esse episódi vai dar base para vários outros V
ter várias outras perguntas de ouvintes que vão se alicerçar na base que estabelecemos com os conceitos desse Episódio tá então aguardem episódios relacionados daqui a pouco então agradeço muito a atenção do quem de todos vocês e sobretudo do Reinaldo recomendo Leia o livro homo ferox Fantástico e complementa a discussão aqui Tá certo então tá aí inaro rodou ilustríssimo 20 e você já sabe aqui no naro rodol quem faz a pauta é você Você tem alguma pergunta pra gente ou Quer comentar algum episódio escreva para nós podcast @ narodo com.br repetindo podcast @n.com e lembre-se mande
nome completo idade profissão e a cidade de onde você está falando é isso aí [Música] podc apresentado b.com.br [Música]