Oizinho. Aqui no tempero a gente sempre acredita que é importante começar as coisas do começo. Por isso a gente está fazendo mais uma série de introdução aos conceitos básicos do pensamento de esquerda.
Essa se chama Conceitos Elementares do Materialismo Histórico. Aqui também no canal, em outra playlist, existe a série o ABC do Socialismo. Elas duas se complementam para formar a base do que a gente entende como pensamento de esquerda.
Essa série Conceitos Elementares tem o mesmo título de um livro da Marta Harneecker. É uma psicóloga social e cientista política da América Latina, que lutou ao lado de todas as revoluções e sempre esteve do lado certo da história. A Marta dedicou a sua vida a compreender o pensamento de esquerda e também a formar gerações de militantes, ativistas e pessoas que lutaram num sentido de emancipação da classe trabalhadora.
Todos os vídeos dessa série ficam salvos numa playlist. É uma espécie de tributo em homenagem à Marta. Esse é o nosso vídeo quatro sobre as forças de produção.
Bom, se você está chegando aqui agora, vale te contar eu estou fazendo a série para que você a assista em sequência. Pensar as forças de produção sem antes ter pensado a divisão técnica do trabalho, sem antes ter pensado. A ideia da produção vai ser mais difícil.
A gente faz em trilha para que a sua compreensão dos conceitos possa se facilitar. A gente também deixa um link para que você acesse e leia o PDF gratuito do livro da Marta. E também a gente deixa questões para que você tente responder sobre o que você leu e assistiu e questões para que você reflita sobre a orientação da sua ação política.
De forma muito abreviada, o que a gente fez até aqui foi compreender quais são os elementos para que seres humanos produzam sua vida material, organizem suas sociedades. A gente viu que existe uma primazia dos meios de trabalho. O que os seres humanos utilizam para trabalhar?
Esses são definitivos, São definidores dos processos de trabalho. Os processos de trabalho organizam formas sociais. Essas formas sociais organizam técnicas de produção e técnicas de relações sociais.
O que a gente faz nesses três primeiros vídeos é, portanto, compreender um conceito fundamental da teoria marxista, que são as relações de produção. Hoje a gente vai falar sobre as forças produtivas. E se você acompanhou a série até aqui, talvez você falasse, “Bom, mas eu acho que eu já sei o que é a força produtiva.
” E basicamente a força de trabalho, mais os meios de produção, e isso é a força produtiva, não é? E aí a gente já vai começar lendo Marx no prefácio A Crítica da Economia Política, o Marx nos diz o seguinte na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações que são necessárias e independentes da sua vontade. Relações de produção que correspondem a um grau determinado do desenvolvimento das forças produtivas materiais.
Vou pular uma parte e seguimos. a um certo grau do seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes. Nesse vídeo a gente vai tentar entender um pouco dessa contradição entre as forças produtivas materiais de uma sociedade e as relações de produção dessa mesma sociedade.
Quando Marx pensa o desenvolvimento das forças produtivas. Ele está pensando sobre na quantidade e na capacidade de produção dos seres humanos, utilizando este ou aquele meio de produção, tenta imaginar o seguinte, nós éramos sociedades utilizando ferramentas de pedra. A gente é capaz de produzir um número, uma quantidade, num tempo de coisas, utilizando o ferro, utilizando metais, utilizando aço, nós somos capazes de produzir uma outra quantidade em um outro tempo com uma outra qualidade, com uma outra durabilidade, etc, etc.
Etc. As forças produtivas de uma sociedade, elas vão crescendo, se aperfeiçoando, se modificando à medida que a história transcorre. E esse desenvolvimento ele está ancorado nos meios de trabalho utilizados pelos seres humanos, nas ferramentas que eles utilizam para desempenhar trabalhos.
Lembrando o conceito de trabalho na teoria marxista é a alteração da realidade da natureza por seres humanos para seres humanos. Erguer uma casa, é um trabalho, fazer com que mandioca vire comida é um trabalho. Agora, a velocidade na qual esse aperfeiçoamento ocorre, ou também é o sentido no qual ele ocorre, está determinado por um modo de vida, por um modo de laço social.
Veja se você consegue entender. Nessa etapa que a gente vive nesse estágio do capitalismo tardio, que ele é monopolista. Em sala de aula eu gosto de mostrar para a molecada uma imagem do mercado, do supermercado, dos produtos que se acha num supermercado.
Na centralidade do sistema capitalista e que seis empresas são produtoras de todos os itens que estão dispostos no mercado. O que a gente está chamando de monopólio? Essa ideia, tudo o que está no mercado, na centralidade do sistema capitalista, foi produzido por seis empresas.
Empresa brasileira de refrigerante comprada por empresa gringa, empresa brasileira de roupa comprada por empresa gringa, empresa brasileira de aviação comprada por empresa gringa. O monopólio tende a frear o desenvolvimento. Olha que loucura!
Nesse nosso estágio a gente conhece uma coisa chamada patente. Quando uma empresa com poder suficiente para investir esse poder, esse capital no sistema jurídico, consegue fazer isso, ela desenvolve uma patente. A partir daquele momento, ninguém mais pode, por exemplo, desenvolver pesquisa com um dado medicamento, com um dado da planta, com um dada tecnologia, com um dada.
Imagina o uso de sementes no Brasil. E para pensar isso a gente vai pensar o agronegócio brasileiro. O que acontece quando existe um monopólio dos fertilizantes, insumos, máquinas e sementes de empresas gringas?
Você tem o agronegócio brasileiro eternamente dependente de centros de produção capitalista. Isso freia o desenvolvimento do que poderia ser um agro negócio brasileiro. O Rui Mauro Marini tem um artigo chamado Dialética da Dependência, na qual ele organiza as bases para nossa compreensão do que a gente chama da teoria marxista da dependência.
Como as economias do Sul global, como as economias da periferia do capitalismo foram historicamente obrigadas a se tornarem dependentes da centralidade do sistema, atualizando a dinâmica colonial, quando havia uma metrópole e a colônia e a colônia ficava determinada, obrigada a comprar da metrópole e não a desenvolver suas próprias tecnologias para, por, através. Veja se você tá me entendendo naquele texto inicial do Marx que eu leio sobre uma contradição existente entre o desenvolvimento das forças de produção e o modo de vida, um modelo social, as relações sociais. Tá aqui.
Esse sistema vai, para preconizar os lucros, para proteger os lucros e impedir o desenvolvimento de coisas. O que será que é mais rentável curar o câncer ou tratar o câncer? E aonde será que serão investidos os recursos de pesquisa no tratamento ou na cura?
Estou tentando usar um cenário hipotético para te mostrar alguma coisa e que é lógica e formalmente possível nesse sistema, uma vez que o tratamento for mais rentável do que a cura, eu posso estabelecer patentes que bloqueiem certos órgãos, instituições, universidades a fazerem pesquisas em determinados sentidos. E a não ser que a gente quebre a patente, a gente fica para sempre refém. Vou tentar te dar um exemplo da história brasileira, que tem um documentário brilhante chamado Carta para Além dos Muros, que conta os anos iniciais do giro mortal da AIDS no Brasil.
Nesse documentário a gente escuta tanto o Dr Druzio Varella quanto o então ministro da Saúde, José Serra. Ai que saudade do Nosferatu! Teve uma época, moçada, que no Brasil a gente se opunha politicamente a figuras como José Serra, que lutou, então, o José Serra que era de direita.
Ele lutou pra quebrar uma patente estadunidense que proibia o Brasil de desenvolver pesquisa para chegar em medicamento contra o HIV e AIDS. Essa, durante algum tempo foi a direita que a gente tinha. Que saudade né moçada.
E hoje em dia é galera atacando bomba na estátua do Palácio da Justiça, a bomba voltando para si e se explodindo, rezando para pneu. Ai ai. .
. Então, agora que eu tentei te explicar essa contradição entre o desenvolvimento das forças produtivas e os interesses de relações sociais de um determinado momento, eu vou tentar te resumir três termos. Primeiro, as forças produtivas potenciais.
Quando a gente examina o que são forças produtivas potenciais, a gente está de forma isolada de uma sociedade, pensando o que é que essas máquinas são capazes de produzir. Então, vamos supor, com a tecnologia que eu tenho naquele determinado momento, eu tenho a capacidade de produzir habitação para minha população, saneamento para mim ou o grau de desenvolvimento da minha indústria não supre a independência da minha sociedade. E aqui eu estou aprofundando.
Quando eu falo com vocês sobre forças produtivas potenciais, eu quero dizer a potência que existe, a possibilidade que existe nas forças produtivas de uma determinada sociedade, num determinado momento. E aí a gente chega na força produtiva. A força produtiva é quando o potencial e o social são analisados juntos.
Então, por exemplo, o Chupetinha, a deputada Nicole, que usa peruca no parlamento para atacar mulheres trans e está fazendo uma campanha contra o fim da escala 6x1. Durante essa campanha, nesta campanha, um dos argumentos que chupetinha usa é: “O brasileiro leva uma hora para produzir o que o americano produz em 15 minutos. Você está vendo que existe uma discrepância das forças produtivas?
A nossa análise materialista visa que a gente seja capaz de perguntar por quê? Qual é o grau de desenvolvimento e complexidade do complexo industrial brasileiro que impede que a nossa produtividade se equipare ao do pólo central do sistema capitalista? Te contar que nenhum país ao redor do planeta produzirá o mesmo que os Estados Unidos.
Parte por causa do sistema de patentes que impede certos países de desenvolverem tecnologias em certo sentido. Eles terão que desenvolver outras tecnologias. Por outro lado, existe um protecionismo das indústrias estadunidenses que faz com que elas entrem em determinados lugares e corroam eles por dentro.
Por exemplo, indústria de cultura estadunidense. Quando você olha materialmente para o aporte financeiro que essas indústrias recebem para que elas cheguem nos outros países e os acordos com os outros países para que elas sejam consumidas, estejam em lugares nas plataformas de streaming, nas salas de cinema, nas trilhas sonoras, etc. Etc.
Etc. Você produz via protecionismo da sua própria indústria, que ela consiga entrar, se infiltrar e corroer as outras indústrias. E aí, por exemplo, quando o brasileiro consome música, quem está chupando dinheiro do Brasil é uma indústria de outro país.
Quando o brasileiro consome cinema, quem está chupando dinheiro do Brasil é uma indústria de outro país. E aí fica essa coisa do patriota brasileiro que eu te desafio a encontrar um patriota que esteja lutando pelo desenvolvimento da complexidade da indústria brasileira. Por que é que vocês estão com a bandeira de Israel?
Porque somos cristãos, assim como Israel. A ampliação do complexo industrial brasileiro. Por exemplo, por que você não vê nenhum deputado federal de extrema direita, de direita lutando para que a gente tenha uma lei nacional de ocupação das salas de cinema brasileiras por produção audiovisual brasileira?
Por que você não vê eles lutando por leis de incentivo ao desenvolvimento da indústria cultural brasileira? E por que a gente tem a contra mão disso? Eles querendo que a Lei Rouanet seja implodida?
Bom, se a gente não vai poder desenvolver a indústria brasileira, a gente vai para sempre ficar na posição de subalterno, dependente da indústria de cultura estadunidense. Qual interesse será que é atendido assim? Ai, nunca saberei.
País do capeta, esse lixo vai pro inferno, Estados Unidos. E aí isso nos leva para a terceira palavra que eu queria definir com vocês, que é a produtividade. Ela vai ser calculada medida pelo grau de desenvolvimento das forças de trabalho, das forças produtivas, movendo para a próxima coisa que a gente vai tentar delimitar nesse vídeo é a socialização das forças produtivas.
O capitalismo ele vai produzir um tecido social no qual toda produção é sempre socialmente produzida. Tem um vídeo lá do ABC do socialismo que eu trabalho apenas este conceito, a produção social da riqueza. Ou seja, é impossível pensar a produção de um navio sem pensar como as matérias chegam até lá, onde o estaleiro está, como ele é construído, quem forma a mão de obra, de onde ela está, os portos, aeroportos, estradas, alimentação, energia elétrica.
A gente está falando sobre um nível de sociedade de complexidade de uma sociedade que é uma trama de tecido tão embrincada que é impossível pensar a produção de algo de forma isolada, apartada. Toda a sociedade necessária para a produção de quase tudo que existe na sociedade hoje. A socialização das forças produtivas ela acontece quando o trabalho vai de individual para social e de artesanal para industrial.
A gente pode pensar que a origem dos meios de produção é cada vez mais social. Então, Brasil, Plano Safra, o último Plano Safra brasileiro, que é o Plano macro econômico do Estado, que injeta dinheiro do povo brasileiro no agronegócio. O último Plano Safra foi de 400 bilhões de reais para quem produz macaxeira, aipim, arroz, feijão.
Para quem produz tomate, melão, cebola, alho, espinafre, acelga, chicória. Não, meu anjo. Para quem produz commodity que vai ser exportada para fazer superávit primário.
O que eu estou dizendo com uma origem cada vez mais social dos meios de produção, é que a ideia da posse privada do meio de produção tem uma contradição com a realidade. A realidade é o Estado brasileiro injeta, via trabalho de um país, 400 bilhões de reais para que agro produtores produzam soja e milho para engordar porcos na Europa, na Ásia e etc. Esse meio de produção depende de trabalho social em tecido.
Agora, se você pegou o exemplo, eu falei em engordar porcos na Europa, na Ásia. Esse é o nosso segundo ponto que o destino da produção é cada vez mais social também. A gente pode pensar muitas formas.
Então, o quanto a indústria química está presente em todas as indústrias, de tecidos a medicamentos, passando por saneamento, produção de energia, metalurgia, etc. Etc. Então, como a gente vai criando um tecido muito complexo na economia, entre as indústrias, o destino dos meios de produção, o destino da produção dos meios de produção é cada vez mais social e ele obedece uma escala que é micro, regional.
Então eu faço pra essa pequena região. Eu abasteço os mercados deste bairro. Regional, eu abasteço os mercados do Sudeste.
Nacional, então eu abasteço a energia elétrica do Brasil, eu abasteço o petróleo do Brasil. E internacional, eu abasteço os frigoríficos da Arábia, dos países árabes. Vamos lá, vamos junta.
Você consegue entender, por exemplo, durante a pandemia brasileira, o governo genocida do Bolsonaro não impôs nenhum tipo de sanção ou diretriz, ao contrário de todos os países do resto do planeta, que protegesse a economia brasileira das exportações. Vamos em miúdos, durante a pandemia, você não tem nenhuma medida que controle se o agronegócio brasileiro vai poder ou não exportar para os mercados internacionais. Um cenário de pandemia.
É um cenário de paralisação das forças produtivas. Se as forças produtivas paralisam, a demanda por mercadoria vai subir vertiginosamente. Se a demanda vai subir, vertiginosamente ganha quem pode pagar mais, e quem pode pagar mais?
Países da centralidade do sistema ou da periferia do sistema. E aí você tem gente fazendo fila para comer resto de osso no Brasil, enquanto o agronegócio brasileiro lucra bilhões durante a pandemia, com a população passando fome e exportando boi para o resto do mundo em especial, é carga viva para os países árabes. Volta.
É importante pensar uma coisa aqui que dá a dimensão da nossa ação política. Então, por exemplo, vamos pensar o veganismo. Ai, o veganismo é capaz de fazer frente à destruição da Amazônia para a produção de pasto.
Porque se no Brasil ninguém consumir carne. Imagina nós vamos conseguir a população brasileira vegana. Aaaaaah tadinha.
Tadinha que barra Sabe o que vai acontecer com a produção de gado no Brasil? Nada, porque o gado vai ser exportado para a Argentina, para Europa, para a China. E isso é uma noção, é uma preocupação dos comunistas desde sempre a gente fala sobre solidariedade e aliança irrestrita dos trabalhadores sem fronteira, porque o socialismo é um projeto mundial, como o capitalismo também foi.
Como a produção, tanto a origem quanto o destino dos meios de produção é cada vez mais social. Você tem duas alternativas no cenário de monopólio das hegemonias mundiais. Ou seja, não tem como competir com mercados internacionais sem produzir uma força nacional.
Vou tentar dizer em outros termos, a gente poderia pensar a política criminosa de paridade internacional dos preços que o Michel Temer fez com o petróleo brasileiro, que fez com que a Petrobrás fosse a empresa do planeta que mais distribuiu dinheiro para seus acionistas em forma de lucros e dividendos. Quando o Michel Temer, após dar um golpe na Dilma, faz com que o preço do combustível no Brasil. Só para te contar, nós produzimos quase a totalidade do combustível que precisamos neste país, mas por exemplo, as nossas refinaria, elas foram privatizadas, foram vendidas para o capital estrangeiro durante a gestão Bolsonaro.
É uma continuidade da gestão Temer. E agora na gestão Lula Alckmin a gente ainda não conseguiu reverter as privatizações. Então o projeto continua o projeto de dominação.
Se a gente não tem a indústria para refinar o petróleo, para transformá-lo em coisas. Se a gente não tem uma política de preço centrada na nossa economia. O preço do combustível pode ser regulado internacionalmente pelo dólar, pelo euro.
E se a nossa moeda vale tão menos do que o dólar e o euro, que né. Eu espero que você esteja podendo responder que isso resulta, o trabalhador toma no c* gostoso. Claro que não dessa forma, porque eu espero que você seja uma aluna chique.
Em termos mais elaborados. Mas é isso que eu espero que você esteja vendo. Existe uma necessidade, como a produção, origem, destino são cada vez mais sociais.
Existe uma necessidade de planificação da economia que o Estado possa planejar a sua economia. Foi assim que a China deu um balão na economia neoliberal. Hoje.
Então deixa eu te contar uma vez se segura na cadeira porque vai doer. Hoje, na China, as pessoas que têm entre 25 Isa, e 35 Rita, anos de idade na China, 75% delas tem casa própria. Como isso acontece?
Gente, sério, eu tenho vontade de chorar. Mas como que isso aconteceu? Porque houve uma planificação econômica da China.
A China não adotou o neoliberalismo. E bom, enfim, vou deixar um monte de material de referência para ver economistas e professores falando sobre isso aqui eu estou tentando explicar de forma e preste digitada, agilizada, rapidinha pedagógica. Áustria Sabe onde o Freud fez a psicanálise?
A Áustria? O Estado na Áustria controla o preço dos aluguéis. Então pensa Portugal no Porto, em Lisboa, a classe trabalhadora foi expulsa das cidades porque a classe trabalhadora não consegue mais pagar o aluguel porque o aluguel é regulado no mercado mundial.
Oferta e demanda de turista. Lisboa tem sol, Lisboa é uma delícia. Oi Alemanha, oi Escandinávia, oi Islândia.
Querem tomar sol gostoso? Venham para Lisboa, airbnb baratinho. E aí, se eu posso colocar o meu apartamento para ser alugado por um turista alemão, por um turista islandês ou por um trabalhador f*dido português, o que eu vou preferir?
Agora, na Áustria, o Estado intervém. Na Áustria você tem leis como um imóvel só pode ter aluguéis de contrato curto, tipo airbnb, 90 dias por ano, ou seja, três meses. E o que acontece com os outros nove?
Uma família tem que estar morando lá. E uma família talvez não vá topar morar só nove meses. Então ou você faz o contrato longo com a família, ou você aluga três meses no airbnb e o resto você toma de prejuízo seu f*dido, porque moradia não é mercadoria, moradia é direito básico.
O que que a Áustria fez? O Estado controla o preço do aluguel, não é você, não é a especulação imobiliária, não é. É o estado.
Esse é o limite do aluguel dado pelo salário do povo. O número de imóveis na Áustria pertence aos municípios. São dos municípios.
Deixa eu te contar. No Brasil era igual. E aí, durante os anos 90, você tem em especial a Privataria Tucana.
Quando imóveis, terrenos que eram do Estado começam a ser entregues para a iniciativa privada, começam a ser desfeitos. Aqui no centro de São Paulo tem uma série de prédios que pertenciam ao Estado, ao município e foram sendo vendidos. Hoje você tem uma crise de habitação nessa cidade.
Não é crise, meu amor. É projeto da indústria. como chama a indústria de moradia?
É, mas tem um nome, o de construção civil. Enfim, vocês ouviram, Eu fui ajudada pelas universitárias, pela indústria de habitação, de construção civil, etc. Etc.
Etc. E aí eu vou tentar concluir mostrando do como é voltar num ponto que a gente falou ao longo dessa série de vídeos que a sobre determinação social do que a gente pode entender por técnica, aí administração técnica. Isso é coisa de tecnocratas, é coisa de tecnocrata alucinado que acha que tá tudo ok.
Vai ver a Maria, a Maria Conceição Tavares. Não existe técnica sem pensar a sociedade. Eu estou te mostrando o preço do aluguel.
Não é técnico, é social. A discussão é social. Eu estou te mostrando a política de paridade de preços, estou te mostrando exportação do agro.
É tudo social, é tudo projeto nacional que um Estado tem para o seu povo. E a disputa que os Estados fazem entre si. Quem são os párias, quem são os subservientes e quem são os desenvolvimentistas.
Só que agora eu vou tentar ir lá no caráter mais técnico possível. Então, por exemplo, máquina a vapor. Quando eu falo máquina a vapor, talvez você, você pense no início da Revolução industrial na Inglaterra.
E aí eu preciso te contar a gente tem a tecnologia da máquina a vapor desde Grécia antiga. Só que na Grécia antiga você tinha massas de trabalhadores escravizados, então usar a máquina a vapor não era uma necessidade social. Você tinha massas de trabalhadores escravizados.
Pausa Grécia antiga máquina a vapor, Revolução industrial, trabalho escravizado pausa. Brasil 2020 e tantos. Por que será que o nosso desenvolvimento das forças produtivas é tão retrógrado e atrasado?
Porque quanto mais subdesenvolvidos formos enquanto país, mais dinheiro vai parar nos bolsos dos interessados em nos manter como colônias agro exportadoras, como latifúndios agroexportador, como cassinos de especulação. Mas a Faria Lima fica feliz. Mais o capital estrangeiro pode nadar de braçada aqui e assim sucessivamente.
Bom, por esse vídeo é só, vamos deixar as questões. Resumo do capítulo trarei o link também pra você ler, tem um monte de coisas que eu não li, se não o vídeo ia ficar muito longo e a gente se vê no próximo, né. É isso.
Então tá. Beijinho, tcha-au.