[Música] meu nome é Juliana e sou enfermeira Trabalho em um hospital de Porto Alegre há alguns anos e durante as noites de plantão o ambiente tem uma calma peculiar enquanto a maioria dos pacientes dormem O Silêncio dos corredores é interrompido apenas pelo som das máquinas de monitor e às vezes pelos chamados de quem precisa de ajuda cuidar dos pacientes Não é só sobre medicar ou monitorar sinais vitais aprendi que conhecer as histórias deles e oferecer um ouvido atento pode ser tão importante quanto qualquer tratamento isso me faz sentir que estou fazendo a diferença na vida
deles mesmo que em pequenas doses em cada plantão me preocupo em saber como estão meus pacientes a rotina é intensa mas é gratificante eu lembro de um paciente em particular o senhor Andrade ele sempre se destacou entre os demais não apenas por sua condição mas pela maneira como se relacionava com todos nós a cada visita ao seu quarto ele sempre me recebia com um sorriso caloroso como se minha presença ali fosse um alívio o senr Andrade tem cerca de 70 anos e está internado há semanas Ele é um homem gentil com uma voz firme e
um olhar que revela a sabedoria acumulada ao longo dos anos durante nossas conversas ele frequentemente menciona sua família e o que mais me chama a atenção é a falta que sente da filha mais velha ele sempre diz que ela está ocupada com a vida dela e que apesar das visitas da esposa e dos filhos a ausência dela pesa em seu coração eu gostaria de vê-la mais ela nunca vem me visitar diz ele enquanto olha pela janela perdido em pensamentos eu me esforço para confortá-lo tentando assegurar que ela deve estar pensando nele Mas a tristeza em
seus olhos me diz que isso não é o que ele realmente quer ouvir ao longo das semanas nosso vínculo se fortaleceu ele me contava histórias da Juventude seus desafios e conquistas esses momentos tornavam meu trabalho mais significativo no entanto a tristeza em seu olhar sempre retornava quando falava da filha e eu sentia uma vontade crescente de ajudá-lo a lidar com essa dor cada dia que passava ele parecia mais frágil e a inquietação dele quanto à ausência dela só aumentava todas as noites quando meu turno começava eu ia direto ao quarto do Senor Andrade ele sempre
estava acordado sentado na cama ou olhando pela janela observando as luzes da cidade nossas conversas se tornaram um ponto alto das minhas noites um alívio em meio à rotina intensa do hospital no entanto comecei a notar que a cada dia ele parecia menos Alegre o brilho em seus olhos que antes era tão Evidente estava diminuindo em vez de sorrir ele frequentemente olhava para o chão com uma expressão distante e preocupada por experiência própria sabia que um paciente mais tranquilo e feliz se recupera mais rápido isso me deixou ainda mais preocupada eu tentava animá-lo oferecendo um
pouco de humor mas suas respostas estavam se tornando mais curtas você está bem Senor Andrade eu perguntava mas ele apenas respondia com um aceno como se estivesse dizendo que tudo estava bem mesmo que visivelmente não estivesse o clima no quarto come a mudar às vezes quando entrava ele parecia tão distante que me fazia sentir uma espécie de incômodo o que eu poderia fazer para ajudar como poderia trazer de volta aquele homem Alegre que eu conhecia eu não sabia o que mais fazer para que ele se sentisse melhor mas a cada noite que passava a preocupação
aumentava a relação que havíamos construído me fazia querer protegê-lo mas eu me sentia cada vez mais incapaz e com essa sensação de impotência a inquietação só aumentava naquela noite fui visitar o senr Andrade como de costume Entrei no quarto e o encontrei acordado olhando pela janela conversamos um pouco sobre o dia e eu tentei manter o espírito leve Como sempre ele parecia mais calmo do que nas últimas semanas e isso me deixou aliviada mas quando me preparei para sair e continuar minha rotina Ele me pediu Juliana por favor fique mais um pouco o pedido dele
me fez hesitar eu sabia que não poderia dedicar toda a minha atenção a ele pois havia outros pacientes que também precisavam de cuidados eu vou ficar só mais um pouco tá bom mas preciso continuar a trabalhar respondi tentando fazer com que ele se sentisse ouvido mas sem comprometer minhas responsabilidades ele assentiu mas o olhar de expectativa em seu rosto era Claro enquanto eu estava no quarto tentando me concentrar na conversa a luz do abajur que ficava na mesa começou a piscar eu olhei para a lâmpada confusa o que estava acontecendo o Senor Andrade também percebeu
e uma expressão de preocupação cruzou seu rosto foi então que em meio à luz intermitente vimos uma figura escura se formando no canto do quarto era como se fosse apenas uma silhueta mas alta o ambiente pareceu esfriar e a tensão aumentou eu sentia meu coração acelerar o que estava acontecendo ali a presença era aterrorizante e nos deixou paralisados a sombra parecia se movimentar rapidamente em direção ao senr Andrade e do nada foi para cima dele ele começou a gritar sua voz cheia de pânico Não não vai embora ele berrou se debatendo na cama visivelmente aterrorizado
instinto de enfermeira tomou conta eu sabia que precisava de ajuda corri para o corredor Chamando por socorro Precisamos de ajuda no quarto do senr Andrade gritei minha voz ecoando no silêncio da enfermaria voltei rapidamente para o quarto onde o senr Andrade ainda estava se debatendo claramente em Pânico tentei manter a calma mas o Coração batia forte no peito com as mãos trêmulas peguei a seringa com um sedativo que tinha em mãos senr Andrade você precisa respirar fundo e tentar se acalmar disse tentando fazer contato visual apliquei o sedativo no braço dele sentindo a pressão da
situação a expectativa de que o medicamento funcionasse me deixava nervosa sabia que o sedativo Poderia ajudar a acalmar a agitação dele mas não poderia garantir que ele não estivesse afetado por algo mais logo em seguida uma enfermeira e um médico chegaram apressadamente alertados pelo meu chamado o que está acontecendo o médico perguntou avaliando rapidamente a situação Enquanto isso a enfermeira se dirigiu ao senr Andrade tentando entender o que havia causado o pânico ele começou a gritar e se debater parecia estar vendo algo expliquei enquanto o médico verificava os sinais vitais assim que o sedativo começou
a fazer efeito o Sr Andrade parou de se debater mas algo estava errado o monitor cardíaco que antes emitia um som constante começou a emitir um sinal agudo e alarmante olhei para a tela e para meu horror os sinais vitais dele começaram a desaparecer o coração dele havia parado a equipe imediatamente começou a trabalhar para reanimá-lo mas a realidade era cruel em poucos minutos o médico confirmou o que todos temíamos ele faleceu uma onda de tristeza me invadiu eu estava arrasada o Senor Andrade não era apenas um paciente ele se tornou um amigo alguém com
quem eu compartilhei tantas conversas e momentos o peso da perda era esmagador e não havia palavras que pudessem aliviar a dor com o coração pesado saí do quarto e fui para a copa onde a equipe costuma descansar ou tomar um café meus olhos estavam marejados e as memórias dos momentos que passei com o Senor Andrade passavam pela minha cabeça mesmo sendo enfermeira presenciar a morte de alguém especialmente alguém com quem você criou uma amizade Era duro demais respirei fundo tentando recuperar a compostura eu sabia que não poderia me abalar era o meu trabalho e eu
precisava ser forte não apenas por mim mas também pelos outros pacientes que ainda precisavam de mim mas naquele momento tudo parecia uma luta interna a dor da perda e a necessidade de continuar eram um peso difícil de carregar depois da dor da perda do senr Andrade tentei seguir com minha rotina no hospital o trabalho não parava e havia outros pacientes que precisavam de cuidados mas antes de terminar meu turno senti que precisava fazer algo mais por ele Decidi ir até o quarto onde ele ficava como uma forma de me despedir assim que entrei a atmosfera
era diferente a cama estava arrumada mas a ausência dele era palpável sentei-me na cadeira ao lado da cama fechei os olhos e comecei a orar por ele agradeci por tudo o que ele havia sido e por ter cruzado meu caminho quando terminei a oração e abri os olhos uma sensação de paz me envolveu mas algo logo chamou minha atenção naquele momento notei a algo embaixo da cama curiosa fui até lá para ver o que era ao me agachar puxei o objeto para fora e vi que era uma foto ao olhar mais de perto percebi que
era uma foto do Senor Andrade com sua família mas ao observar melhor a imagem meu coração parou na foto além do Senor Andrade sua esposa e o filho mais novo havia a filha que ele sempre mencionava e atrás dela estava a mesma figura que eu tinha visto naquela noite a silhueta escura observando a cena a sensação de frio percorreu meu corpo e eu não consegui desviar o olhar o que isso significava peguei a foto e decidi mostrar a uma colega que estava de passagem Olha isso disse quase sem fôlego porém ao mostrar a foto uma
onda de confusão me atingiu a figura que eu tinha visto atrás da filha não estava mais lá apenas a família estava presente e sem qualquer sinal da presença sombria que eu tinha testemunhado meu coração disparou o que havia acontecido onde estava a figura o que isso significava a pergunta ficou martelando na minha mente e eu não sabia se Deveria me sentir aliviada ou ainda mais inquieta aquela noite me deixou com mais perguntas do que respostas o que aconteceu realmente a presença que eu vi a figura que se escondeu atrás da filha do Senor Andrade era
real ou fruto da minha imaginação após mostrar a foto a figura não estava mais lá e eu não sabia se isso era um sinal ou apenas uma coincidência com o coração pesado guardei a foto em uma gaveta onde permaneceu como um lembrete daquela conexão estranha e perturbadora apesar de não ter mais visto a figura desde então a imagem do Senor Andrade e sua família ainda estava gravada na minha mente às vezes me pego pensando nele na dor que ele carregava e na tristeza que sentia pela filha que nunca o visitava hoje continuo minha jornada como
enfermeira lidando com a vida e a morte todos os dias e o que realmente aconteceu naquela noite no hospital não sei meu nome é fanda e sou enfermeira em um particular no centro de São Paulo sempre procurei me dedicar ao máximo em meu trabalho mas há Certos Dias que ficam gravados na memória este relato por exemplo é sobre um dia que começou como qualquer outro mas rapidamente se transformou em algo que eu nunca poderia imaginar era uma manhã agitada e como de costume a equipe estava ocupada com os atendimentos e as rotinas de cuidado o
clima no hospital era intenso mas eu estava acostumada a lidar com isso cada dia traz novas experiências e muitas vezes emergências inesperadas naquela manhã uma emergência chegou um acidente de carro com uma vítima grave assim que a ambulância chegou corremos para socorrer a vítima que era uma criança de apenas 12 anos o coração apertou ao ver uma criança em uma situação tão crítica A equipe trabalhou rapidamente tentando enquanto preparávamos o transporte para a sala de emergência o ambiente estava tenso mas éramos profissionais e a urgência nos movia enquanto prestávamos os primeiros socorros Notei uma mulher
ao lado que eu supus ser a mãe da criança ela estava visivelmente abalada mas mesmo assim ficou próxima o tempo todo falando com o garoto pedindo que ele lutasse para voltar eu queria a acalmar mas sabia que a presença de familiares não era permitida naquela área contudo devido à gravidade da situação deixei isso de lado a criança estava inconsciente e eu a monitorei de perto fazendo o que era necessário a mãe não parava de pedir para que eu cuidasse bem dele com os olhos cheios de Lágrimas aquela cena me deixava incomodada mas não podia me
permitir distrair precisávamos agir rápido e a saúde do menino era a nossa prioridade quando finalmente conseguimos estabilizá-lo a criança foi internada para observação olhei para a mãe e percebi que ela ainda estava ali sem se mover como se estivesse presa em um estado de desespero no dia seguinte cheguei para o meu turno e fui direto para a sala onde a criança estava internada queria Verificar como ele estava se recuperando ao entrar no quarto encontrei o garoto acordado com um olhar mas aliviado por estar em um ambiente familiar Oi tudo bem perguntei tentando trazer um sorriso
ao rosto dele ele me olhou e com um fio de voz pediu pela mãe ela já já deve estar aqui respondi tentando confortá-lo no fundo uma preocupação começou a se formar em mim o que poderia ter acontecido com a mãe dele começamos a conversar e ele me contou sobre seus amigos e o que havia feito antes do acid no entanto mesmo com a conversa leve a inquietação aumentava em minha mente a mãe dele tinha estado tão preocupada No dia anterior onde ela estava enquanto continuava com minhas rotinas percebi que a mãe do garoto não apareceu
era estranho já que ela havia Estado ao lado dele durante toda a emergência perguntei a uma colega sobre ela imaginando que talvez tivesse ido para casa descansar um pouco você não ouviu a mãe mãe dele faleceu na hora do acidente Ela respondeu sua expressão mudando rapidamente de curiosidade para pesar as palavras dela soaram como um soco no estômago o que você quer dizer perguntei tentando processar a informação ela confirmou e meu coração afundou a mulher que eu vi tão próxima do leito do garoto não era uma mãe viva era o espírito dela desesperada e tentando
confortar seu filho fiquei Praticamente em choque ao perceber a verdade agora eu entendia a presença dela durante toda a emergência o que eu pensava ser um momento de apoio era na verdade algo muito mais profundo e trágico meu nome é Mariana e isso aconteceu anos atrás quando comecei meu primeiro dia como enfermeira em um hospital na zona sul de São Paulo estava animada mas também n Depois de meses estudando e me preparando para essa carreira finalmente tinha a oportunidade de pô em prática tudo o que aprendi assim que cheguei fui apresentada à equipe a maioria
dos enfermeiros e médicos parecia atarefada mas todos foram simpáticos e prestativos recebi algumas orientações e logo Fui levada para a área em que trabalharia o ambiente estava cheio de movimento com pacientes sendo atendidos e o som dos Equipamentos Médicos ao fundo tentei absorver tudo mas a ansiedade estava presente conforme o turno avançava comecei a ouvir rumores sobre o hospital fui alertada por alguns colegas sobre eventos estranhos que teriam ocorrido em determinados quartos embora a curiosidade fosse grande eu tentei me concentrar em meus deveres e evitar me deixar levar pelas histórias a prioridade era cuidar dos
pacientes Um dos pacientes sob minha responsabilidade era dona Sida uma senhora idosa que estava lutando contra problemas respiratórios ela estava na unidade há alguns dias e parecia um pouco frágil mas seu espírito era forte sempre que eu entrava no quarto ela me cumprimentava com um sorriso era reconfortante ver como ela tentava se manter positiva à medida que as horas passavam me mantive atenta à Dona sida e aos outros pacientes no entanto havia uma sensação estranha no ar algo que não conseguia identificar o hospital parecia carregar um peso e o que eu ouvi sobre as histórias
das outras enfermeiras não ajudava a acalmar meus nervos Mas eu sabia que essa era minha nova realidade e que tinha que enfrentar qualquer desafio que surgisse estava determinada a fazer o meu melhor mesmo que houvesse sombras pairando ao redor noite avançou e o ambiente no hospital tornou-se cada vez mais silencioso os pacientes descansavam e a rotina parecia seguir seu curso Eu continuava a verificar os sinais vitais de Dona Sida que estava estável mas parecia mais cansada a cada visita o olhar dela que antes era cheio de esperança agora demonstrava um pouco mais de fragilidade no
entanto à medida que as horas passavam notei que dona Sida começou a apresentar dificuldades respiratórias uma tosse persistente a incomodava e seu rosto se tornava mais pálido a preocupação cresceu dentro de mim eu sabia que precisava agir rapidamente chamei um colega para me ajudar e Começamos a trabalhar para estabilizá-la ajustamos a oxigenoterapia e administramos medicamentos mas ela não melhorava as máquinas ao redor começaram a emitir alarmes e a pressão no ar aumentou tentei me manter calma mas a sensação de desespero começou a me invadir infelizmente nossos esforços foram em vão após alguns minutos que pareceram
uma eternidade a equipe médica confirmou o que eu temia Dona Sida havia falecido o peso da perda caiu sobre mim como uma avalanche apesar de saber que isso faz parte da profissão a morte dela me atingiu com uma força Inesperada eu não conseguia conter as lágrimas após a morte de dona Sida eu me sentia perdida e desorientada a tristeza me acompanhava enquanto tentava realizar minhas tarefas mas não conseguia afastar a sensação de que algo estava errado o turno avançava lentamente e a dor da perda ainda estava fresca em minha mente mais tarde naquela noite durante
as rondas senti a necessidade de voltar ao quarto de Dona Sida era como se eu quisesse me despedir dela de alguma forma ao abrir a porta percebi que o quarto estava em silêncio a cama estava arrumada e a falta de Dona Sida era Evidente enquanto olhava em volta comecei a me sentir Estranha como se algo estivesse fora do lugar era como se eu estivesse sendo observada e isso me deixou desconfortável então de repente vi uma figura sentada na cama era dona Sida sorrindo para mim fiquei paralisada sem saber como reagir Sida murmurei mas a voz
não saiu como eu esperava a expressão dela era Serena e acolhedora e eu não consegui entender o que estava acontecendo como isso era possível o coração disparou enquanto eu tentava entender aquilo a visão dela parecia tão real Mas eu sabia que não poderia estar vendo aquilo depois do encontro com dona saí do quarto me sentindo confusa e assustada não conseguia entender o que tinha acontecido sabia que ela estava morta mas a imagem dela sorrindo não saía da minha cabeça tentei ignorar mas a lembrança da sua presença me incomodava nos dias que se seguiram a rotina
no hospital continuava normalmente mas eu não conseguia me concentrar sempre que passava pelo corredor sentia um arrepio ouvi sussurros especialmente à noite enquanto fazia as rondas era como se as vozes se misturassem ao som dos Equipamentos Médicos toda vez que me aproximava do quarto de Dona Sida meu coração acelerava conversei com algumas colegas sobre isso mas elas só riram e disseram que eu estava cansada e imaginando coisas eu queria acreditar nelas mas a inquietação só aumentava em uma noite enquanto cuidava de um paciente ouvi alguém sussurrar o nome Sida bem ao meu lado olhei ao
redor mas não havia ninguém comecei a questionar se estava perdendo a sanidade o estresse do trabalho estava me afetando ou realmente havia algo sobrenatural acontecendo fui conversar com uma enfermeira mais experiente e mencionei o que vi mas ela apenas sorriu como se eu estivesse exagerando a verdade é que eu não estava bem a imagem de Dona Cida e sussurros se tornaram parte do meu dia a- dia sentia que algo estava errado e que precisava descobrir o que estava acontecendo mas ao mesmo tempo tinha medo do que poderia encontrar após aquele encontro com Dona Sida me
senti ainda mais confusa as semanas passaram e a presença dela continuou a me acompanhar mesmo que de forma menos intensa às vezes eu me pegava pensando na figura dela sorrindo para mim sentada na cama a experiência era algo que eu não podia ignorar mas também não conseguia explicar naquela noite enquanto Me preparava para sair do hospital sentei um momento na sala de descanso a sensação de cansaço era forte mas a mente estava agitada o que eu havia vivenciado desafiava tudo o que eu pensava saber sobre a vida e a morte era difícil acreditar que tinha
visto uma paciente falecida e mais difícil ainda era lidar com a ideia de que sua presença ainda estava comigo com o tempo aprendi a lidar com essa realidade a presença de Dona Sida me ensinou sobre empatia e a importância de cuidar dos outros com todo o coração o hospital pode ser um lugar difícil mas também é onde podemos fazer a diferença meu nome é Júlia E isso aconteceu há cerca de 6 anos depois de um tempo trabalhando em uma unidade de clínica médica fui transferida para a unidade pediátrica de um hospital embora estivesse animada com
a nova oportunidade a mudança também trouxe uma certa ansiedade era meu primeiro dia na nova unidade e eu queria causar uma boa impressão assim que cheguei fui apresentada à equipe e ao ambiente o hospital estava cheio de vida com crianças e suas famílias por toda parte as cores alegres e os brinquedos espalhados pelo lugar criavam uma atmosfera que contrastava com a seriedade que eu estava acostumada era um novo começo e eu estava determinada a me adaptar rapidamente enquanto Me familiariza com os procedimentos ouvi algumas conversas entre os colegas sobre um incidente trágico que havia ocorrido
no andar uma criança havia falecido recentemente e a situação deixou todos um pouco abalados tentei não me deixar levar por essas histórias focando em minhas tarefas e nos pacientes que precisavam de cuidados ao longo do dia cuidei de várias crianças sempre tentando proporcionar conforto e segurança no entanto havia uma sensação estranha no ar as histórias que ouvi sobre a criança falecida começavam a me perturbar como alguém que trabalha na área da saúde a morte é parte da realidade mas lidar com a perda de uma criança é sempre difícil naquela noite enquanto começava o turno noturno
um silêncio inquietante pairava sobre a unidade pediátrica as luzes estavam baixas e a maioria das Crianças dormia a atmosfera era mais tranquila do que o dia anterior mas eu não conseguia me livrar da sensação de que algo está errado durante as rondas tudo parecia normal até que ao passar pelo quarto 12 comecei a ouvir um choro era um som suave e triste como se uma criança estivesse em algum lugar pedindo ajuda o problema era que o quarto estava vazio olhei para dentro mas não havia ninguém a cama estava arrumada e os brinquedos Estavam todos em
seus devidos lugares a sensação de desconforto aumentou mas devido à urgência do trabalho ignorei o que ouvi e continuei no entanto o choro persistia enquanto atendia outros pacientes a imagem da cama vazia e o som da criança chorando não saíam da minha mente voltei ao quarto 12 e ao entrar vi que havia brinquedos espalhados pelo chão como se alguém tivesse brincado ali recentemente o choro ainda ecoava mas agora parecia mais distante como se estivesse vindo de algum lugar fora do quarto a a confusão tomou conta de mim como poderia haver uma criança chorando em um
quarto vazio à medida que continuava com minha rotina a sensação estranha ainda continuava o choro ainda ecoava mas agora parecia se misturar com outros sons do hospital como se estivesse em todo lugar naquela noite enquanto fazia as rondas entrei em um quarto que ainda não havia visitado para minha surpresa encontrei uma criança acordar sentada na cama e brincando com alguns brinquedos espalhados pelo chão ele parecia ter cerca de 7 anos e estava concentrado em sua atividade ignorando completamente a presença dos adultos Oi por que você não está dormindo perguntei tentando entender o que estava acontecendo
o garoto olhou para mim e disse com um sorriso no rosto Estou brincando com a Ana a menção a Ana me deixou intrigada quem é a Ana perguntei olhando ao redor para ver se havia mais alguém no quarto ele apontou para o ar como se estivesse indicando algo invisível ela é minha amiga está aqui comigo respondeu Ele parecendo completamente à vontade senti um arrepio percorrer minha espinha mas como enfermeira tentei não demonstrar preocupação entendi mas é hora de dormir agora vamos lá deite-se e feche os olhos eu disse puxando as cobertas sobre ele o menino
obedeceu Mas continuou com o olhar voltado para o canto do quarto como se estivesse esperando por sua amiga depois que ele se acomodou deixei o quarto e continuei meu trabalho no entanto a conversa com a criança não saía da minha cabeça ele estava sozinho mas falava de uma amiga que ninguém mais podia ver a ideia de que algo sobrenatural estava acontecendo comeou a aquela experiência me deixou inquieta enquanto atendia outros pacientes a imagem do garoto e sua menção a Ana continuava a me perseguir Eu sabia que precisava me concentrar no trabalho mas a sensação de
que havia mais acontecendo naquele Hospital era inegável após a interação estranha com o menino no quarto decidi que precisava conversar com meus colegas sobre o que estava acontecendo a a menção da Ana ainda estava em minha mente e ao mesmo tempo eu sentia um desconforto o que realmente estava acontecendo no Hospital na pausa para o café sentei-me com algumas enfermeiras da unidade e de maneira casual mencionei a conversa que tive com a criança hoje à noite Entrei no quarto de um garoto que estava acordado ele disse que estava brincando com uma amiga chamada Ana compartilhei
tentando não não parecer muito alarmada uma das Enfermeiras chamada Renata olhou para mim com um semblante sério você sabia que a Ana era a menina que morreu aqui há algumas semanas ela continuou era uma criança que tinha uma condição muito grave sua mãe sempre dizia que ela tinha um amigo imaginário meu coração disparou a conexão estava se tornando Clara e assustadora você está falando da mesma criança que que morreu aqui perguntei tentando entender a informação sim isso mesmo A Ana foi uma criança adorável Mas infelizmente não resistiu desde que ela faleceu algumas enfermeiras já mencionaram
que ouviram coisas estranhas e viram sombras no quarto dela muitos acreditam que ela ainda está por aqui de alguma forma Renata explicou senti um frio na espinha a criança que eu vi não estava apenas imaginando uma amiga ela realmente estava interagindo com o Espírito de uma criança falecida a realidade do que estava acontecendo Me atingiu em cheio a presença de Ana estava de fato no hospital tentando se comunicar a inquietação que sentia agora se misturava com uma nova compreensão eu não estava sozinha nessa experiência outras pessoas também haviam testemunhado o que parecia ser o sobrenatural
isso não era apenas uma coincidência mas uma história de amor e amizade que transcendia a vida e a morte saí do café com a mente cheia de perguntas mas também com um sentimento de solidariedade após aquela conversa reveladora com minhas colegas voltei ao meu trabalho com um misto de alívio e inquietação nos dias que se seguiram Nunca mais ouvi a criança mencionando Ana o ambiente Parecia ter se acalmado mas o eco do passado ainda estava presente embora o menino não falasse mais sobre sua amiga eu ainda ouvia ocasionalmente o choro suave de uma criança vindo
de algum lugar vazio os barulhos estranhos que se tornaram parte da rotina do hospital também continuaram mas agora eu sabia que de alguma forma Ana estava ali uma presença silenciosa que fazia parte daquele lugar às vezes enquanto fazia as rondas olhava para o quarto onde criança havia estado e sentia uma onda de nostalgia embora não soubesse o que realmente havia acontecido a certeza de que aquelas vozes e presenças eram reais se solidificou dentro de mim o hospital continuava a ser um lugar de desafios e tristezas Mas também de amor e lembranças que transcendem a vida