[Música] salve salve Pessoal esse é anti-fio Podcast da ação de Facita São Paulo eu sou o Pedro eu sou a Vitória e já quero começar agradecendo a vocês que tem contribuído com o nosso projeto né onde facast que ele é auto financiado então toda ajuda que vocês têm emprestado pra gente é de grande importância e aí se você ainda não ajudou e pode e quer vai aparecer na tela e o nosso pix né o pix tanto durante quanto do antena zero que é o estúdio aqui onde a gente grava o nosso programa e a gente
também tem outras campanhas de financiamento que vocês podem estar colaborando a gente tem a campanha no apoia-se E aí contribuições de uma nove reais são voluntários vocês podem fazer assim que quiserem e puderem e para galera que contribui com r$ 10 ou mais você já começam a participando do nosso sorteio mensal E aí eu sorteio do mês de junho agora foi dessa bandeira do Poder Popular que o Gabriel Colombo trouxe para gente é bem bonitona e também do livro pela educação e pelo trabalho do Adelino Pinho Tavares que foi um presente aí que a Biblioteca
Terra livre forneceu para gente os prêmios do mês que vem né estreiando agora julho a gente vai postar no nosso Instagram e também vocês vão poder conferir no próximo Episódio para além disso a gente tem a venda dos nossos materiais das camisetas dos bottons dos Adesivos e toda vez que vocês compra algum material com a gente vocês estão contribuindo indiretamente para o anti facast para além dessa questão de adquirir nossos materiais de comprar com os nossos parceiros vocês também podem ajudar se inscrevendo no canal compartilhando vídeo deixando comentários dislikes isso faz com que aumente o
alcance dos debates que a gente traz aqui na antifucast beleza como a gente busca sempre trazer benefícios para vocês que acompanham o nosso podcast eu vou falar alguns cupons de desconto que a gente tem com pessoal da Autonomia literária que é o cupom antifa Quest 20 vocês vão ter 20% de desconto no catálogo deles com pessoal do a uma revolucionária o cupom é favela antifa 15 né que é uma editora lá do Rio de Janeiro vocês vão ter 15% de desconto em todo o catálogo com o pessoal da camisa crítica 10 né desculpa mas eu
descontei de 10% no catálogo do pessoal do camisa crítica também E aí tem os cursos oferecidos pela caixa de ferramentas tem o curso partido fardado e a política no Brasil que o cupom é a FASP partido fardado 10 tudo maiúsculo e revoluções o outro mundo é possível e o cupom é a FASP revoluções 10 Beleza então quando vocês puderem aí contribuir com a luta revolucionária com a esquerda que se propõe a ser um pouco mais radicalizada considerem consumir e apoiar tanto a nossa organização quanto essas parceiras que estão aí contribuindo para os debates políticos da
esquerda beleza importante ter o cupom dos nossos parceiros da Alma revolucionária lá Editora que se dedica a publicar textos sobre a esquerda radical e sobre religião o cupom a favela antifa 15% de desconto com eles lá beleza e antes da gente começar aqui a nossa conversa queria agradecer demais os companheiros aí que somaram com a gente no evento do último sábado ou para você que está assistindo esse episódio agora do penúltimo sábado ou para você que vai assistir mais lá para frente de algum sábado qualquer que existiu esse ano e dia 24 de junho isso
isso evento 10 anos de junho de 2013 por um mundo sem catracas a gente teve lá o pessoal do boxe autônomo aqui arrumou pra gente essas camisetas bonitonas vocês podem adquirir também entre em contato com eles acompanha o trabalho desse camaradas que é de extremo valor a gente tem até um episódio aqui com eles né sobre o papel social do esporte a gente conversou com o Rafael pi e vai com o Michel Soares também acompanha lá tem uma olhada queria agradecer também aos camaradas aqui ó da contrabando editorial que disponibilizaram para a gente aqui o
livrinho incêndio em breve vai estar aí disponível para vocês também do apoia-se e o camarada do tatuagem à esquerda acompanha o trabalho dele lá você gosta de tatuagem ou de ter ou só da arte do desenho acompanha o trabalho dele lá ó no Instagram tatuagem à esquerda ele tem adesivo acho que tem print lá também vendendo camarada que são uma com a gente aí na luta antifascista beleza dito isso vamos começar aqui a nossa conversa de hoje que é um oferecimento dos nossos parceiros da Autonomia literária que eles têm esse livrinho aqui ó drogas a
história do proibicionismo no camarada Henrique Carneiro que tá aqui para conversar com a gente hoje então adquiram o livro lá muito interessante bom para caramba traz uma uma perspectiva bem Ampla né da discussão sobre o proibicionismo no mundo vocês podem adquirir ele com o nosso copo tomar 20% de desconto antifacast 20 beleza então dito isso vamos lá apresentar os convidados né Queria agradecer demais hoje a gente tem aqui a presença do doutor Henrique Carneiro né que é doutor em história social pela USP Professor também né departamento de história lá e a camarada Diva Sativa que
é do coletivo dar e da mar do coletivo da marcha da maconha beleza queria que vocês começasse a se apresentando assim falar um pouco assim da trajetória de vocês como vocês politizaram como chegaram né na militância nessa questão do proibicionismo e tal aí não sei quem quem vai começar Obrigada Pedro Obrigada galera de faquete pelo convite porque eu tava fazendo a mente antes de entrar na minha boca seca um pouco e ainda mais do professor eu já era usuária e tem uma situação na minha família onde a gente viu que como a iniciativa Negra disse
agora em 2023 que todos nós somos vítimas da guerras drogas na independência a gente faz o uso ou não e a gente teve uma situação como a pessoa dando a sua família Precisou de um remédio e naquela época Ainda não tinha o papo sobre canários medicinal essa pessoa acabou falecendo e a gente fez um trato na nossa família disse articular irmão porque como você falou né o programa aqui tem os parceiros a gente na luta tem os parceiros e a gente não consegue fazer nada sozinho foi com esse pensamento que a gente chegou na marcha
e [Música] junto com essa entrada na marcha buscando ali um acesso realmente a saúde porque a gente tem uma constituição que veio antes de eu nascer que disse que a gente tem um direito à saúde vitória só que a verdade cara é que ontem a gente mora não tem acesso não tem saúde não tem médico não tem posto decente Entendeu meu texto sinal que está sendo falado agora em São Paulo não tem aonde nas favelas onde a gente mora e quando a gente colou na marcha o Brasil ainda não teve uma revolução né mas teve
uma revolução na nossa família com a entrada assim na Marginal da maconha porque foi onde a gente teve um letramento racial uma consciência de classe de que para a gente ser mulher né Ainda mais sendo negro nesse país é duplamente difícil então esse essa identidade essa identificação e essa representatividade veio assim na marcha e é muito louco porque quando a gente chega na marcha já tem uma galera que já fez uma caminhada para a gente poder estar lá né no movimento de impressionista como um profissional Henrique como outros nomes que a gente vai citar ao
longo do programa de hoje né mas a gente poder também pegar nas mãos e ver que a gente foi jogado num problema e que a gente pode tentar fazer parte da solução é por isso que a gente tá na marcha foi assim que a gente chegou na galera e foi assim que a gente chegou aqui hoje também as lágrimas são de alegria por estar tipo assim se a gente tá aqui do lado do mestre porque a gente tá tipo um caminho bom assim coerente obrigada não que isso a gente sabe muito bem como é esse
é emoção né E de você ainda Periferia vendeu a caminhada aqui é muito difícil e conseguir tá no espaço assim a gente tem um podcast conduzir né um podcast o podcast não é Nossa redação de fascista e você né através igual você falou né através da luta e da caminhada conseguir esse politizar e né fazer sua voz ser ouvida e além do coletivo da Marcha você também do coletivo dar né sim você pode apresentar para nossa audiência aí trabalho de vocês inclusive vocês estavam falando ali do da Autonomia e quem quiser saber mais galera sobre
como andar por aí né razão a gente tem um livro vai pela autonomia Então pode até aproveitar o cupons do desconto né aqui depois de Cash é a marcha da maconha aqui em São Paulo ela começou lá em 2008 mais ou menos e aí era ainda tipo assim bem acadêmico o rolê bem branco assim bem branquecido acho que era um debate que tava um pouco mais restrito naquele momento e essa galera Tipo vinha uma necessidade de um debate antes proibicionista né Para Além do direito à manifestação para Além da questão da legalização da maconha quando
a gente vai falar de drogas de legalização das drogas no Brasil eu preciso que a gente tenha um recorte um pouco mais amplo sobre o que significa essa pauta porque ela é muito transversal eu tava falando tudo nós somos vítimas só que por exemplo talvez para você Pedro era diferente a violência bem de forma diferente que vem professora aí Talvez ele tenha um pouco menos de violência uma chance menor de sofrer uma violência com relação às drogas porque a Vitória então a gente precisa entender essas intersecções né E aí o coletivo Darci propõe a esse
debate E aí a gente sempre tenta pautar a questão das drogas no Brasil eu acho que aqui em São Paulo também principalmente que é uma legalização que tem um ponto de vista realmente as previsionista entendeu e visando o fim do estado do fim do capital e também uma educação para que as pessoas tenham autonomia de fazer as escolhas de fazer os cuidados de não ter que esperar se não precisasse sujeitar a um estado que cara na real não tá nem aí pra gente então como é que é uma legislação sobre um tema tão íntimo pode
estar na mão de uns caras que tipo assim mesmo meio de transporte que a gente então não vai poder ser feito nada de nós sem nós então o coletivo da área e a marcha bem nessa nessa caminhada anti fascista aqui em São Paulo eu acho que ao longo do programa Talvez as minhas ideias possam falar melhor sobre o que é o coletivo da tranquilo legal e daí o professor queria que você falasse assim como que foi como que foi chegar nesse tema né que você também fala sobre história da alimentação história das bebidas né e
das drogas assim como que foi chegar nesses temas E como foi recebido na academia você encontrou espaço foi tranquilo ou foi meio tenso assim então antes de começar a estudar o assunto na universidade eu fui um jovem da chamada geração de 77 de 1977 foi quando tiveram as primeiras passeatas estudantis contra a ditadura que estavam proibidas e a gente começou a desafiar essa proibição daí despertou uma série de lutas e de pautas que incluíam a luta democrática enfim por constituinte por liberdades democráticas por eleições mas também incluíam as sociais e as questões digamos assim político-culturais
ou das opressões aí que vai nascer a Luta pelos direitos LGBT pelo Direito das mulheres pelo Direito do movimento negro e eu me dei conta já enfim como ativista do Movimento secundarista Eu fui o presidente da hume e da upis no começo dos anos 80 que a questão da maconha e das drogas em geral mas especialmente da maconha era um tema central na história do Brasil na relação da Juventude com a sociedade e sobretudo da polícia que fazia dessa substância o principal pretexto para reprimir a população jovem sobretudo periférica então é o primeiro fui para
o ativismo eu comecei a organizar antes ainda das marchas da maconha um Manifesto pela legalização da maconha que foi lançado em 1986 na época da constituinte da eleição constituinte que eu era candidato do pelo PT na época e é esse Manifesto foi proibido eles prenderam todo mundo que a gente estava no teatro municipal e tentou fazer um ato mas fomos todos presos e a discussão era sempre colocada como uma Apologia às drogas então era impossível questionar a lei porque se você falasse disso se era considerado um apologista das drogas então quando eu entrei na universidade
no curso de História na USP eu resolvi já desde o início estudar a história das drogas e a história da proibição das drogas então eu fiz a graduação o bacharelado e depois fui fazer o mestrado sobre esse assunto então eu fiz um mestrado sobre a história da farmácia e da botânica no mundo moderno desde o século 16 peguei o primeiro o cronista das drogas do oriente que era o Garcia de horton português que foi para índia que foi o primeiro a falar na Europa do bang que era a forma que se usava a maconha na
Índia e que trouxe uma série de informações novas e eu fui me dando conta de que a época moderna é uma época em que as drogas são o principal motor da expansão capitalista Mercantil quer dizer as especiarias da Ásia depois o açúcar depois o tabaco o café o chá o chocolate o ópio todas essas substâncias movem o mundo Mercantil e criam as grandes potências ocidentais nas suas rivalidades pelo domínio de áreas coloniais para produzir essa substâncias a escravidão americana que trouxe enfim 10 milhões de seres humanos da África para as Américas a maioria no Brasil
era para produzir açúcar pra produzir tabaco então era também para produzir drogas o próprio tabaco também era misturado com melado né para virar aquele fumo de rolo então eu comecei a estudar a origem do proibicionismo e me dei conta que é um tema muito complexo porque as drogas são junto com os alimentos os mais importantes produtos da cultura não só da humanidade mas de uma boa parte dos animais também porque a busca do alimento do estômago se acompanha dessa busca de um alimento da alma do espírito que são as substâncias que te permitem dormir que
tinha apaziguam a dor que te dão energia ou que te produzem Êxtase e portanto também estão na origem de todas as religiões Então as drogas são sagradas nas suas origens e finalmente eu me dei conta de que havia um movimento do final do século 19 para o início do século 20 que ficou chamado de proibicionismo e que se dá em vários países que é um aumento do poder do estado na sua capacidade de controle de repressão e de gestão da vida cotidiana e bom aí eu comecei a fazer uma série de trabalhos acadêmicos escrever artigos
produzir teses o meu doutorado também foi sobre isso e hoje eu coordeno um laboratório no departamento de história da USP que é o laboratório de estudos históricos das drogas e da alimentação e a gente produz pesquisas assim desde a questão da história da maconha do LSD da cachaça do tabaco das formas também alimentares que é o outro tema que a gente investiga então resumidamente eu acho que seria isso assim legal bastante quanto tempo já desde que o senhor começou essa caminhada aí olha eu comecei o curso de história em 807 na USP e deixa sempre
que eu já tava interessado mas foi em 91 que quando eu comecei o mestrado que eu realmente comecei a me dedicar fundo depois eu fiz um doutorado finalmente fui dar aulas em Ouro Preto na Universidade Federal de Ouro Preto por cinco anos depois voltei para USP que era a minha universidade de origem né Legal uma caminhadinha boa bastante tempo que Deus nos ajude aí a dar conta disso uma hora e dez não Bora bora o que que de fato é para proibidionismo e quais são as suas implicações históricas assim como que a gente consegue percebendo
durante a história você tem falado né do século XIX para cá explica o que É de fato né Para a gente até romper com essa visão sensacionalista ou que às vezes não se aprofunda de fato ali nas suas razões nas suas causas olha todas as sociedades regularam o acesso às drogas de uma maneira que não era totalmente proibicionista mas era seletiva ou seja se proibia para alguns por exemplo o vinho no mundo grego e romano ele tinha acesso apenas a uma parte do cidadãos por exemplo as mulheres não tinham acesso uma certa idade de menor
idade não tinha acesso então todas as sociedades tentaram regular em geral como um privilégio das camadas dominantes um privilégio aristocrático sacerdotal etc no mundo Asteca por exemplo Os cogumelos ou perióti que era um substâncias sagradas não era para todo mundo era uma coisa controlada quando vem o capitalismo moderno as drogas de certa forma se difundem por todo o planeta de uma certa maneira se democratizando porque se tornam acessíveis então o tabaco que era só americano vai para o mundo inteiro o chá que era da Índia e depois da China vai para o mundo inteiro a
cada um dos produtos passa a ter um intercâmbio que cria o poderio ocidental que controla esse mercantilismo original nessa época não havia proibições havia o contrário uma forma inclusive de estímulo para que se consumisse o máximo é o famoso caso da guerra do ópio das duas guerras do ópio que a Inglaterra moveu contra a China para obrigar que os chineses que proibiam o ópio tivesse enfim a possibilidade de comprar dos Mercadores Ingleses mas quando chega ao final do 19 tem um triplo movimento que vai ser o produtionismo moderno ele é econômico ele é moral cultural
e ele tem uma dimensão digamos assim é racial a primeira dimensão que é racial é as drogas do ocidente Branco São universalizadas e algumas que o ocidente Branco se apropria como é o caso do tabaco do chá etc outras como é o caso da maconha que é dos árabes fim de anos dos mexicanos ou dos negros africanos é excluída o ópio que é da do mundo oriental é excluído a coca que é do Povo andino também é excluída então ficam três grandes plantas a cannabis os derivados do ópio os derivados da Coca que se constituem
nas plantas ilícitas e as outras três grandes que são o álcool o tabaco e a substâncias cafeínicas são universalizadas Por que que acontece isso uma razão importadíssima é que a drogas que ajudam a produtividade capitalista Então por que que a gente chama de café da manhã por que que você tem que se citar é para ter produtividade o proletariado moderno foi feito com essa dieta de substâncias excitantes estimulantes para produzir mais e depois algumas calmantes Para poderem relaxar era uma dieta pendular digamos assim aí tem um elemento que é a emergência da Indústria Farmacêutica que
começa a substituir produtos fitoterápicos tradicionais por produtos sintéticos que tinham patente e tem um terceiro movimento que é o do puritanismo que é um movimento de origem religiosa Que condena todo o prazer e isso já era uma questão tradicional da formação do cristianismo que era a condenar o prazer carnal e eles passam a incluir além do prazer sexual e do Prazer da alimentação que são pecados né Luxúria e a gula passam a incluir o consumo de drogas que era tolerado e não só tolerado mas até divinizado na tradição da Bíblia Afinal o sangue de Cristo
é o vinho mas surge aí uma vertente evangélica nos Estados Unidos que diz que não que o sangue de Cristo não é vinho é só suco de uva que todo álcool é maligno é que tem que ser proibido e eles começam uma enorme campanha puritana nos Estados Unidos que vai levando a proibição em alguns estados o many é o primeiro depois chega em 1919 a lei seca que durante 13 anos proíbe a fabricação e o comércio de álcool nos Estados Unidos é essa proibição do álcool se junta com aquela perseguição racista xenofóbica contra plantas que
não eram da tradição Cristã e tudo isso se associa no industrialismo fordista com uma tentativa de que os operários não se distraiam com substâncias como álcool ou outras que podem tirar deles enfim a produtividade para concluir tudo isso se junta com uma eficiência coercitiva uma eficiência de policiamento moral da vida íntima da vida cotidiana que a gente pode chamar de biopolítica é um controle da vida que envolve digamos assim a o nascimento a lutadora a própria morte e essa biopolítica passa a gerir o acesso das pessoas em torno da substâncias estigmatizando algumas que passam a
seus pretextos para um enorme repressão que é uma guerra é uma guerra que começa na verdade no início do século 20 e depois no segundo na segunda metade do século 20 se torna ainda mais importante e que curiosamente abrange não apenas os países capitalistas mas também os países que de certa forma criticavam o socialismo que assinam os tratados passam a fazer parte de um bloco proibicionista global que vai incluir a União Soviética China Cuba junto com os países capitalistas sob um pretexto aparentemente sanitário mas que na verdade é uma forma de controle biopolítico das populações
especialmente das mais vulneráveis jovens periféricos racialmente definidos e que coloca essa distinção entre substâncias lícitas que curiosamente são as mais perniciosas tabaco álcool e a substâncias ilícitas que são basicamente derivados do ópio e derivados da coca eu acho interessante né se tá essa essa questão política até já é o político assim no sentido mais amplo né das drogas no século 20 que eu acho que dá para trabalhar tanto na questão do soft Power assim né Acho que entrar muito no que você fala no valor simbólico das drogas que eu vejo muito esse american way of
life assim né que os Estados Unidos propagamdiou ao longo da sua hegemonia é na segunda metade do século 20 que sempre teve muita associado na verdade a droga né a gente vê nos filmes norte-americanos assim ele sempre associam você tá feliz você bebe você tá triste você bebe você tá puto Você bebe e até na questão mais efetiva mesmo né no caso que eles financiaram guerrilhas na América Central guerrilhas contra revolucionárias né na América Central com o tráfico de drogas inclusive feito pela própria Cia dentro do país que serviam ao duplo propósito né tanto financiar
a contra-revolução quanto ajudar a inserir droga nas comunidades negras nos guetos e acabar com a articulação política desses grupos né Sim e eu acho eu acho isso é muito muito interessante que até o Henrique traz no livro da questão também do Hiper valor né queria até se você puder aprofundar um pouco nisso de como esse proibicionismo alimenta o hiper a hipervalorização das drogas né e torna na verdade torna um mercado muito vantajoso porque acho que quando Geralmente se fala de Capitalismo a gente associa muito as coisas da legalidade mas tem um capitalismo que aliás tem
um capitalismo não o capitalismo também funciona muito na base da ilegalidade né o tráfico de drogas rende sei lá quantos bilhões trilhões por ano e eu duvido muito que alguém se nega a pegar esse dinheiro né à toa que a gente tem todo uma estrutura de lavagem de dinheiro em vários países pelo mundo exatamente para trazer a legalidade esse dinheiro que é que é gerado a partir dessa hiper valorização né proveniente do proibicionismo sim é esse hiper valor ele já existia quando as drogas eram sagradas Mas elas tinham aí critérios ritualísticos de uso quando vem
o capitalismo ele tenta massificar todos os produtos então o capitalismo é por definição viciante é criar mercadorias que criam uma maior dependência possível dos seus consumidores e as drogas elas são aqueles produtos de uso Não durável que precisam ser repostas a cada dia então é muito melhor do que vender um tecido ou mesmo uma máquina que vai durar anos é vender uma droga que você todo dia tem que ficar substituindo então o capitalismo nasce como o tráfico de drogas Como eu disse as especiarias o açúcar o tabaco o ópio são todas os motores do capitalismo
moderno Então vai passar a ter um hiper valor porque ele é incentivado numa forma abusiva Isso já é ocorria de certa forma com o álcool o álcool sobretudo destilado que é recente né as sociedades estavam acostumados ao álcool fermentado o destilado é uma revolução do 17 do 18 e sobretudo os povos oprimidos pelo colonialismo e os trabalhadores que o proletariado europeu sofrem muito como vítimas de um consumo abusivo de álcool isso leva um debate no movimento socialista na segunda internacional se não se devia proibir o álcool porque era o que alienava os trabalhadores o que
levava aqueles enfim se tornassem violentos espancasse as famílias desperdiçasse o seu salário em tavernas e há uma vertente que é o Vitor Adler do partido socialista o que era pela proibição o socialistas devem proibir o consumo do álcool mas há uma outra vertente que faz parte o engels o caos que vai dizer não a gente tem que defender um consumo que é parte da vida cotidiana e que forma a esfera pública Operária que é o uso coletivo tanto para festa comemoração como para articulação sindical então a cerveja faz parte da cultura Operária como o café
vai fazendo a cultura burguesa e o critério não é a gente atacar uma substância mas ter um com um critério de uso digamos assim moderado temperado etc os anarquistas também o Enrico Malatesta tem um famoso o texto a favor da legalização da cocaína então há um debate entre os digamos assim anti capitalistas se não se devia simplesmente proibir essa substâncias eles se dão conta que a proibição acaba sendo uma forma que só piora tanto o acesso dos consumidores como o lucro dos Comerciantes e fabricantes porque já é um lucro gigantescos maiores indústrias do mundo são
as indústrias de alimentos e de drogas moram empresa do Brasil é Ambev Brasil é o maior exportador de tabaco de café a nossa vida Econômica toda foi em torno das drogas né da do açúcar na a massa do tabaco então a proibição ela agrega um poder coercitivo que é enorme para a polícia fazer essa vigilância cotidiana da das populações mas também agrega lucro financeiro a um produto que não tem mais correspondência concurso de produção mas simplesmente como o custo da proibição que agrega um valor enorme então um arbusto de maconha é hoje o arbusto mais
caro do mundo pode custar 2 3 mil dólares um bom pé de maconha quando se tivesse legalizado não ia custar mais do que algumas dezenas de reais então da onde vem esse valor que se inui Num circuito ilícito que acaba servindo para especulação financeira vem na própria proibição então a proibição é útil também como forma de especulação financeira de um capitalismo em crise né na sua fase tardia mas essa essa lógica de funcionamento Econômica ela caberia de ser analisada também nos países socialistas sim porque em primeiro lugar a gente não teve exatamente países socialistas né
O que existiram foram sociedades em transição numa perspectiva pós capitalista que rapidamente retrocederam com o stalinismo na União Soviética já desde 1923 para não falar enfim de outros países em que as revoluções já foram feitas em condições não democráticas em condições enfim de partidos completamente não só centralizados mas que eram excludentes de qualquer oposição coisa que nunca foi modelo do Marxismo a ideia do Marxismo e mesmo do Iluminismo não era de partido único isso não tem obra nenhuma nem de lei nem nem de Max foi uma disposição transitória na época do início do Estado soviético
e depois se perpetua e esses países tiveram um elemento muito repressor a falta de democracia interna que no início era muito grande quando tinha o Souza e tal e que depois é esmagada com um verdadeiro estado policial no caso do stalinismo um estado que se dedica ao extermínio de toda a oposição também passou a existir um elemento de puritanismo de Sacrifício pelo futuro de sacrifício pela sociedade e curiosamente eram dos países no caso da Rússia da União Soviética onde mais se tinha consumo alcoólico o consumo alcoólico tinha sido proibido pelo que usar os bolcheviques mantém
a proibição e depois volta a ser legalizado e volta a ser uma das principais bases da economia russa como é hoje digamos o tabaco na China que é 8% do do orçamento do Estado chinês Mas eles entram na mesma lógica do modelo ocidental que surge em 1908 em Xangai depois em Haia em 1912 que cria As convenções do ópio que é considerar que derivados de ópio derivados de coca e derivados de cannabis esses tem que ser proibidos Então hoje em dia a gente tem uma das proibições mais severas no mundo em países que se reivindicam
ou se reivindicaram do socialismo a América Latina toda tá legalizando e onde menos tem espaço de legalização é em Cuba na Venezuela e na Nicarágua interessante é eu que queria entrar aqui na questão mais dessa cultura política mas aí acho que a gente pode passar um pouco aqui para nossa camarada Diva para falar como que é a leitura de vocês do coletivo dar da marcha da maconha dos debates que vocês têm nessa questão do proibicionismo no Brasil e dessa cultura punitivista que que é tão pesada né Eu acho até interessante Em algum momento do livro
que o Henrique fala que as penas para algumas penas para tráfico são mais pesadas que para o próprio homicídio assim né Eu acho que isso é muito sintomático de como a estrutura judiciária assim como o estado brasileiro ver a questão do dessa substâncias né como trata o proibicionismo e como enxerga isso como um crime muito muito grave daí eu queria saber assim das discussões que vocês têm da experiência de vocês se puder trazer alguns dados assim como que essa questão no Brasil eu faço parte um grupo aqui da marcha de São Paulo né que são
as marchas periféricas Então acho que eu vou responder desse lugar Professor Henrique tava falando na fala dele sobre como é conservadora até mesmo à esquerda né Tipo se a gente vai olhar nos espectros assim mais Gerais e de como o capitalismo ele força a gente em algumas direções né parça o proibicionismo ele é total assim nas nossas vidas mano quando a gente vai olhar as ações do Estado assim eu olhando tipo como uma pessoa periférica assim eu tava o Professor Henrique falou na fala dele também sobre nos anos 80 ele escreveu um manifesta a favor
da legalização e foi preso porque não podia debater porque era Apologia certo mestre parça hoje a gente tá gravando esse podcast em junho de 2023 e existe um lugar aqui no Brasil que tipo assim literalmente parça é crime você falar sobre o debate das drogas e da maconha que é Sorocaba em São Paulo sendo que em 2000 ou 11 para 2012 a gente tem um entendimento da suprema corte aqui do Brasil mais alto Tribunal de Justiça que é o STF Supremo Tribunal Federal dizendo que você fazer a marcha não é apologia que é o que
era considerado antes da constituinte antes da constituição era considerado Apologia e a gente tem agora o entendimento do supremo falando que você tem realmente os direitos que a constituição garante de você fazer uma manifestação se você achar que a lei é injusta agora a gente vê que o estado Só igreja cada momento parça Porque além dessa lei absurda lá de Sorocaba proposta lá pelo Carlos manga se eu não me engano o nome do prefeito não me lembro do partido dele agora mas é até bom né que aí não dá Ibope esse cara ele proibiu o
debate da Ganja lá não só as marchas não só as manifestações mais você tem material em casa sabe você tem panfleto você conversar com as pessoas em público sobre o tema cara se isso não é ser fascista Então eu não sei o que é o fascismo no século 21 de verdade cara então assim a gente percebe que no mesmo modo que eu acho que na mesma proporção em que a guerra as drogas a falta de drogas ela é transversal a violência que vem do Estado quando o tema é drogas para gente que quer se a
gente que quer se dispor ao debate a resposta é desproporcional também né então mano o Impressionismo tá na nossa vida a partir do momento que em 2022 três pessoas foram levados para delegacia no Grajaú por estar com uma camiseta sabe isso já é ditadura entendeu isso já é fascismo galera entendeu isso já é discriminação já é eugenia entendeu Você não poder se expressar e aí tipo assim por isso que a gente teve até um eixo na margem esse ano né sobre essa questão de Por que que a gente é anti proibicionista porque a gente entende
que a política de drogas no Brasil ela é prevencionista não só porque ela quer impedir a gente de fumar um baseado de dar um tiro de poder beber em paz e tipo assim que não seja motivo sabe porque se a gente bebe a gente é estuprada a gente perde a nossa razão parça porque a gente bebeu porque a gente usou droga porque a gente tava com uma roupa curta a gente perde a nossa razão então nesse sentido a política é proibidionista sabe de Proibir a gente de ter uma vida te proibir as nossas crianças de
crescerem entendeu os nossos sonhos são interrompidos mano no Brasil a gente tem uma a gente viveu um período de pandemia mundial no Brasil a gente tem uma endemia de gravidez na adolescência e isso e isso é o que é proibir as nossas meninas de ter um futuro cara sabe é perpetuar pobreza então por isso nós somos nós vemos Que a cada dia as políticas do estado brasileiro são de regresso assim sabe é para além de tipo não funcionar né porque a gente tá vendo que por exemplo na Cracolândia tá tendo uma coisa que eu não
tinha visto ainda em São Paulo né claro né a gente não está em todos os lugares mas eu não tinha visto só ouvia falar no Rio de Janeiro em São Paulo tá tendo milícia cara como que uma milícia se forma em São Paulo sabe tipo cara só comprava que a proibição ela anda de mãos dadas com a corrupção e a gente percebe esse Regresso a cada dia entendeu a gente vê aqui por exemplo mesmo quando se parece Progressista comprando você tava falando mesmo quando o campo é Progressista é zoado Pedro e Vitória vou para finalizar
essa questão do proibisionismo Vejam só como eu estado ele é desigual e ele pesa a mão quando se trata de quem é pobre de quem é periférico aqui em São Paulo a gente teve um projeto de lei sobre cannabis medicinal no SUS E aí essa lei tava lá desde 2019 e tals só que agora o governador que entrou agora o Tarcísio ele tem um caso na família dele com uma doença x y z e aí se comoveu né como a granja fez efeito para o sobrinho dele passa acionou o projeto após essa sanção desse projeto
a galera algumas galeras lá estava propondo essa lei chamou a gente né para trocar uma ideia sobre a primeira vez pensar né caminhos e aí uma das coisas que eu perguntei para ele foi assim para a galera foi o seguinte mano o projeto de lei tem uma lista de doenças atendidas que é bem pequena só que assim você me desculpa cara mas assim quem tem a condição de levar um filho no neuropediatra porque no posto de saúde do meu bairro não tem vitória um neuro se eu quiser um Pediatra tem que esperar tipo assim mano
pelo menos uns quatro cinco meses cara quem tem acesso a um laudo de epilepsia no Brasil quem tem acesso à saúde mental ao serviços o projeto de lei prevê perguntei para ele escrever mano formar uns médicos prescritores então a canários medicinal é para quem então assim a gente vê que é são políticas no campo das drogas proibicionistas em relação a nossa vida cara porque eu perguntei para eles a gente fuma maconha lá na onde eu venho não é cara a gente tem as crianças também que precisa tem os idosos que faz super bem para quem
é idoso que tem umas deficiência já no cérebro uma questão ali de um Parkinson Alzheimer é bom para eles só que a juventude Negra fuma porque a gente não tem uma chance de ter um emprego a gente a gente usa droga porque a gente não tem perspectiva entendeu a gente está saindo morto por causa dessa questão E aí a resposta do estado foi assim nesse momento a gente está tratando cannabis medicinal e o resto vai ter que esperar Ora como eu devo me sentir quando eu falo que os meus estão sendo mortos pela mão do
Estado por uma polícia que é racista e as pessoas falam que eu tenho que esperar mas quando você fala que tem que esperar 23 minutos mais um já tão bom então a polícia a política Aqui no Brasil é proibicionista até hoje e assim cara me desculpem eu não vejo que o STF que o congresso tá tendo caminhos de avanço eu acho interessante né você citar isso porque um pouco assim que eu que eu acompanho do tema a gente percebe como a proibição vamos falar que focar na maconha né uma proibição da maconha no Brasil tem
um lastro ali na questão de classe e de raça porque a nossa classe trabalhadora é racializada a sua maioria Como que como a diva acho apontou muito bem a gente perde com esse proibicionismo né a gente perde Inclusive a nossa vida com isso e inclusive até quem não usa né quantos casos que a gente tem gente que é presa forjada pela polícia assim os caras utilizam lançam mão desse proibicionismo para encarcerar mesmo encarcerar ainda na melhor das hipóteses quando né não aparece na vala e a gente acaba perdendo até quando sai do proibicionismo né porque
tem até amigos que que falam né que procuram essa o cbd e tudo mais né o canabidiol e quão difícil é primeiro encontrar um médico que vai te receitar que que cobre um preço acessível na consulta e depois você conseguir comprar o canabidiol não precisa acessível então é tudo feito contra a nossa classe e contra a nossa raça assim ó sempre quando é para tirar e quando é para dar também assim né Eu acho isso muito trágico na verdade na nossa história tinha uma galera lá que colou na marcha que a mina tomava uma quantidade
de cbd ela tem epilepsia refratária que é quando nenhum tratamento mais curte efeito convencional né e a quantidade de óleo que ela toma parça ia ser tipo r$ 2.000 por semana cara tipo assim eu não ganho r$ 2.000 no mês irmão e ela tem criança tem casa para pagar aluguel entendeu então tipo assim a gente não vê os caras falando assim não a gente vai atrás de um plantio Então vamos legalizar vamos instrumentalizar as pessoas fazer uns cursos para que elas possam aprender a plantar Então vamos discriminarizar Então a gaja o STF é uma pizzaria
toda semana já dia esse julgamento como se tipo assim não fosse urgente como professor falou gostei muito de um termo que ele usou que é o da importância que a guerra as drogas de um tempo para cá né Ela vem sendo bastante uma desculpa para para encarceramente em massa para a morte para a violação de direito para constrangimento e assim cara o STF não tá nem aí porque não não entende a importância do assunto o governo muito menos o estado piorou e a polícia também então assim é só lá dele baixo Sim e também me
chama muita atenção porque eu não eu não tomo nem nem álcool no consumo nem álcool né eu faço parte aí da subcultura estread enfim que eu entendo que isso é não é tô falando das drogas ilícitas assim que dá um baratinho mais mais perceptível né mas eu eu esse assunto sempre me pega acha até porque também teve uma parte uma questão cultural na minha vida né desde criança eu sempre gostei muito de música assim e desde a primeira vez que eu vi Planet Hemp eu falei Nossa essa banda é muito louca gosta até hoje inclusive
e para mim ficou muito marcado isso assim que eles já foram preso inclusive né só por música foram perseguidos para caramba nos anos 90 na virada ali dos anos 90 para os anos 2000 e o que uma coisa que me chamou muita atenção assim que você trouxe que eu acho que tem um pouco assim né no livro do Henrique e que ele até falou o que o engels falou né sobre criar um significado para o uso dessa substâncias que eu acho que é muito isso né a gente vive uma vida alienada assim da nossa da
nossa própria existência no capitalismo e muitas vezes procurou Refúgio nessa substâncias né tipo esses remédios para alma com você mesmo colocou e é complicado porque quando você vem numa de uma realidade como a nossa é que implica tanto tanto Sofrimentos que a gente ainda não consegue nem mensurar na verdade né acho que hoje em dia a gente discute mais sobre saúde mental e quantas pessoas assim ó da Periferia que tinha alguma questão de depressão de ansiedade transtorno bipolar né como que isso é negado para gente e como que às vezes a gente acaba enfiando o
pé na jaca mesmo né substâncias buscando algo que essa sociedade absolutamente não pode dar para gente né então me chama muita atenção também essa coisa de criar um significado diferente para esse uso porque apesar de eu ser estrear de não usar eu não tenho a mínima como posso dizer assim a mini ilusão que a gente vai viver num mundo onde não se usam drogas desde muito antes de eu chegar aqui já usava E vão continuar usando né e acho que encarar o proibicionismo encarar esse tema também é ter isso em mente né Independente de proibidão
a galera vai continuar usando porque é algo que a humanidade faz desde sempre vai continuar fazendo e se não fizer com essa substâncias vão criar outras como agora a gente tem né um epidemia aí de várias outras substâncias sintéticas que estão cometendo a nossa juventude esse assunto sim coisa que a gente não tem nem noção de de quais os efeitos que isso vai ter na nossa saúde individual e coletiva né porque eu acho que é isso a gente vive em sociedade quando boa parte dessa sociedade quando boa parte dos indivíduos da sociedade tão mal de
saúde a sociedade inteira tá mal de saúde né é interessante que a diva citou Sorocaba porque em 1981 eu fui a Sorocaba participar de um movimento estudantil de protesto porque eles tinham proibido o beijo teve um juízo de Sorocaba que proibiu que se chamava de beijo cartográfico Eu até me lembro da frase exata da portaria lá do eu que era é proibido o contato das mucosas labiais e manifestação de insofismável lascívia aí com essa frase eles faziam que a polícia fosse lá pegar os casaizinhos na praça e tal aí teve um protesto que foi assim
uma coisa com milhares de pessoas foi a maior luta de Sorocaba desde a greve Ferroviária dos anos 60 pessoas vindo tropa de choque da cidade vizinhas viraram carro foi assim uma verdadeira Insurreição né E aí eu fico pensando que beijo assim como drogas são parte digamos assim das liberdades corporais nas liberdades íntimas epidermicas é aquilo que a gente entende mais íntimo como você dizia e por isso que o fascismo tem por natureza o controle não só das liberdades públicas o controle da economia o controle enfim das relações trabalhistas o controle das liberdades de expressão mas
tem o controle e particularmente das dimensões íntimas da vida e de uma forma inquisitorial o fascismo não é só uma proibição Mas é uma proibição com um sistema policial um sistema de denúncia um sistema de encarceramento que criminaliza bodes expiatórios como se fez na Caça às Bruxas como se fez na inquisição com os hereges e essa dimensão ela se tornou muito importante porque ela fornece um pretexto de coerção para concentrar poder no estado é aquilo que se chama em inglês de statecraft que seria assim digamos a técnica do Estado a técnica de domínio e a
proibição seja do que for você pode proibir o álcool que ocorre em países enfim islâmicos fundamentalistas até hoje você pode proibir a maconha você pode proibir qualquer substância se proibiu o chocolate vai ter o mesmo efeito e qual que é esse efeito é não diminuir o consumo mas aumentar lucratividade se agrega um valor enorme essa hipertrofia do valor e se aumentar todos os riscos Associados a um mercado clandestino que são o risco da violência porque o que vai reger é disputa de gangues usando a sua capacidade de violência o risco sanitário porque as pessoas passam
a morrer não é da droga em si mas é de um adulterante de uma coisa que ela nem sabe o que tem é de uma dose que ela não tem como controlar Então como vocês diziam né hoje em dia tem aí o K2 que vem dizer que é maconha sintético nem nada a ver com maconha são substâncias totalmente diferentes da maconha ou você tem um fentanil que é enfim um uma anestésico analgésico sintético muito mais forte que a heroína e que está contaminando uma série de outras substâncias e as pessoas morrem porque não tem como
se quer verificar o que é aquilo então o mesmo problema do álcool quando se proibiu o álcool morreu milhares de pessoas de metanol Então o que faz o produtionismo piora a crise da saúde pública ligada às drogas promove um uso completamente desinformado sem condições de você verificar nem o que tem no conteúdo daquele frasco então legalizar é isso é estabelecer um controle do estado para dizer você tá tomando a substância X então dose como se vendia antes da proibição cocaína heroína eram substâncias que serviam para várias doenças e que as pessoas usavam de uma forma
controlada agora o que ocorre com a proibição é o descontrole completo né agora por último a questão das penas que vocês mencionaram e que você muito bem lembrou que no Brasil continua sendo Na verdade uma ditadura sobre a liberdade mais íntima que leva as pessoas a serem aprisionadas presas morrer de barra perdida bala perdida uma guerra as drogas que é muito mais letal do que qualquer tipo de efeito exclusivo das próprias drogas Então o que a gente tem é uma espécie de penalização excessiva que vira uma indústria da proibição a proibição não é só que
ela aumenta o valor do produto em si ela cria também uma todo uma institucionalidade jurídica policial médica ligada a uma série de instâncias que vivem das verbas da Guerra as drogas e que se tornam Um Algo pior do que as próprias drogas porque a tendência ao vício Não é só das drogas é também dos alimentos as pessoas estão tendo hoje enfim doenças associadas a o consumo de alimentos processado excesso de Açúcar excesso de gorduras crise de obesidade crise de mares cardíacos crise de diabetes tudo por causa do excesso de alimento ou pior ainda a gente
tem uma tendência hoje ao vício ligada a captura da atenção que ocorre com o celulares com os videogames com tipo de rede social que são drogas são como drogas que são coisas que levam ao uso compulsivo a um uso até obsessivo e que são incentivadas deliberadamente porque a natureza do capitalismo é criar essa dimensão de vício cada vez maior agora Como que você combate isso você combate isso atravessa não só de uma conscientização uma tentativa de esclarecimento até pedagógica Mas você combate garantindo a liberdade porque a liberdade é um conceito muito importante em relação aos
nossos direitos mais fundamentais Ah um aumento da Liberdade historicamente falando nos últimos séculos a gente tem a liberdade religiosa até o início do século 16 17 era proibido você desafiar a religião dominante embora haja ainda um monte de tentativas de manter essa discriminação religiosa há uma liberdade estatística ou de expressão e você pode ler o livro que você quiser É até muito pouco tempo atrás havia livros proibidos agora as drogas continuam essa digamos assim essa inquisição com elementos de despotismo medieval sobre o nosso direito ao próprio corpo e que se tornam inclusive com penas de
morte tem pelo menos uns 20 ou 30 países que tem pena de morte para drogas assim como tem relação a homossexualidade ou a qualquer sexualidade enfim não normativa que são na verdade dimensões associadas desses espaços mais plurais de de de evidência humana né que envolvem você poder ser vegetariano a não ser usar tatuagem ou não usar ter a roupa que quiser ter a religião que quiser enfim todas essas dimensões são indispensáveis para um projeto de autonomia porque aí é o tema que eu concluo com essa ideia que eu desenvolvi num artigo que a gente tem
uma heteronomia na política de drogas que a ideia toda é que você seja tutelado o estado decide por você e você não pode ter nenhuma esfera de como antes não podia em relação à religião em relação à sexualidade o das drogas se mantém a Sexualidade a gente conquistou em muitos países uma dimensão de não só de respeito de por mais que tenha discriminação é até legalmente garantido o seu direito de escolher a sua forma de existência em relação aos alimentos também antigamente tinha tabus alimentares que eram pena de mortes comer carne na semana santa ou
coisas assim ah o cristianismo tinha 144 dias de jejum ligado a quaresma de a Santos e tal então era castidade jejum e privação do direito de você se auto programado ponto de vista da sua subjetividade com farmacêuticos é com meios químicos que é uma tecnologia que só vai aumentar Porque como vocês disseram a dimensão crítica da sociedade contemporânea do capitalismo da destruição Ambiental do aumento de guerras etc leva uma angústia cada vez maior e enquanto não houver o fim da angústia não adianta a gente suprimir os seus consolos que a famosa frase do Marx que
é muito mal compreendida na introdução a crítica da filosofia do direito enredo em que ele vai comparar a religião e o ópio vai dizer a religião é ópio do Povo mas ele tá dizendo são o coração de um mundo sem coração são as flores que adornam os grilhões que acorrenta a humanidade Mas seria uma crueldade se suprimir as flores sem suprimir os grilhões quer dizer o ópio e a religião são consolos do sofrimento e da dor e portanto é preciso suprimir as fontes do sofrimento da dor mas enquanto isso os consolos são necessários é vou
falar que eu não uso nada mas durante a pandemia foi difícil de uma galinha a minha família ficava todo dia talvez seja necessário eu acho muito interessante essa perspectiva que vocês dois trouxeram falando sobre a esfera que tá que que circunda ali a não só a droga mas a droga a partir do ponto de vista proibicionista né e quais são os Ramos que surgem A partir dessa visão sobre a droga né que é a criminalização é a violência Às vezes o conflito era interno do bairro de da pessoa não entendeu o uso Recreativo ou não
da droga e chamar aquela pessoa de [ __ ] por exemplo são os conflitos familiares que eles são eles se desenvolvem e até para além dessa questão individual né mas o próprio encarceramento é o próprio aumento da indústria de da indústria verdadeiramente falando de Segurança Pública que é venda de seguro de celular é venda de seguro de carro São salários dos juízes dos promotores dos Delegados que vão tendo uma influência porque se existe a demanda né se a gente existe a oferta ali de crimes que estão são resultados do proibicionismo da criminalização do uso e
do Comércio de drogas eles estão envoltos nessa lógica de proibição e eu achei muito interessante o seu ponto quando você fala sobre a marcha de que não vão ali pessoas só que querem romper com essa questão do aspecto negativo do aspecto violento da proibição São pessoas que estão propondo também outras esferas para circundar as drogas né falando sobre o uso medicinal sobre o uso Recreativo eu acho muito interessante essa perspectiva porque rompe de fato com estigmas com preconceitos que às vezes a gente tem nas próprias relações nossas assim de bairro de escola de trabalho de
quem usa droga de quem não usa droga e de certa forma torna mais acessível porque às vezes a Tiazinha que ficava brigando com os meninos da rua que fumava perto da janela dela de repente ela vê a necessidade de defender uma coisa porque ela pode se beneficiar então eu acho muito interessante muito importante a atuação da articulação da marcha da maconha de coletivos como o deserto da razão e muitos outros que vão abordando esse tema retirando ele como causa principal dos males que estão em que ela está em volta né Tipo eu acho muito importante
isso e necessário né porque senão a gente fica sempre atribuindo aspectos negativo a droga a planta é a substância ali que entorpece que acalma ou que deixa mais agitado e a gente não discute O que que tá em volta disso né E também quais são os interesses que estão motivando tanto a proibição quanto a criminalização conta a violência Então eu queria fazer esse comentário e antes de você falar já encaminhar para nossa última pergunta e que a gente vai ter uns 10 minutinhos que é sobre Quais as alternativas que se apresentam para a gente lidar
com esse cenário de provencionismo se vocês conhecem experiências aí tanto a nível mundial ou Regional aqui mesmo no Brasil de de fato de experiências que conseguiram lidar seja através da legalização ou seja através da discriminalização do uso da posse da Porte vocês estão livres assim para contar as experiências e darem um pouquinho mais de esperança né porque senão a gente ficar só na história triste eu acho que o professor talvez conheça mais exemplos de lugares que discriminarizaram ou legalizaram né possa falar mais sobre esse tipo de território mas Vitória para a gente encerrar essa primeira
parte para encerrar essa primeira parte da minha fala você falou sobre a gente abordar as drogas de uma maneira tipo assim menos pessimista né Parece que tipo a gente tem uma conclusão de uma jurista Eu sou lá de Francisco Morato e a gente tem uma jurista lá Mariana Limeira e ela fala assim que as drogas no final de tudo assim do sistema capitalista as drogas são uma desculpa sabe para diversas coisas que acontecem como o professor falou até anotei aqui para usar um termo bem bonito que ele falou um pretexto da coerção entendeu as drogas
são essa desculpa porque é o que dá legalidade do Estado fazer o que ele quiser né Então a partir disso a gente vem se organizando eu acho que Conforme você falou existe a gente está se organizando porque a gente tem que fazer alguma coisa né com esse ódio de contextos anti-proibicionistas o que eu entendo assim é que cada vez mais nós como ativistas como pessoas usuárias a gente tem tentado mostrar para a sociedade que o espaço a gente expressionista ele dá certo porque geralmente quando a gente está cuidando dos nossos amigos dos nossos coletivos cara
é bem mais seguro do que qualquer profissional de qualquer serviço que o estado ofereça para a gente tá ligado Então acho que a gente vem se Armando de desobediência civil entendeu então assim cara o espaço legal é mais e Brota na marcha dentro da faixa vai ser da Live irmão vai ter todo mundo fumando todo mundo se cuidando todo mundo tomando água entendeu melhor risco de roubo porque tá todo mundo ali junto ligado entendeu isso inclusive quando a gente anda em grupo da inclusive oportunidade pra gente poder atingir O êxtase sabe não só sabe as
drogas Elas têm diversos efeitos e até para você conseguir atingir esse estado bom que as pessoas procuram você precisa de um contexto você precisa de uma boa companhia como Professor Henrique falou essa questão da biopolítica e as drogas para a gente poder fazer os responsáveis a gente precisa ter algum contexto biopolítico social adequado né então nós como marcha da maconha como o bloco feminista a gente tem tentado construir espaços anti-proibidionistas e eu acho que a arma que a gente tem usado por isso é a informação cara porque não importa Quais vão ser as políticas que
vão ser feitas por exemplo ter tá tendo agora um julgamento do STF sobre a descriminalização do porte de drogas para os adulto só que assim cara eu não vi uma campanha do STF explicando que era a palavra descriminalização eu não vi uma campanha eles tão legislando sobre uma coisa que vai vai ter repercussão Geral das nossas vidas e eu não vi uma campanha de nenhum dos Três Poderes Professor explicando qual que era a diferença de legalização ou discriminalização ou se está tratando só da maconha de todas as drogas eu não vi então o que eu
entendo é que a alternativa cara é realmente se você não mostrar o tipo a Cash para sua família cara no jornal não vai passar as matérias não vai ter os dados Então a nossa arma é a educação dos nossos para os nossos e sempre com pessoas super qualificadas como professora Henrique que esse livro que a gente está te chamando hoje galera vocês podem procurar lá na autonomia porque pode colocar aí foi a dívida que falou porque a escrita professora eu já tive a oportunidade de falar isso no curso da cultive mas assim cara é uma
linguagem totalmente acessível viu gente eu não tenho ensino superior mas eu entendi o que estava escrito no livro e tipo assim a diagramação tá linda demais mano a informação que a chave para nossa verdadeira mudança e a gente vai voltar daqui a pouco né Para terminar Hoje é a última Ah já é a última então sobre essa que acho que tem esse lance da informação e outra coisa também que a gente tem feito na marcha é organizar atos e desobediência civil Eu acho assim que a gente tem um estado que é injusto e que pesa
a mão para o nosso lado então a gente não pode obedecer as leis dele uma das coisas que a gente fez na marcha assim que eu acho que tipo mostra bastante o caráter anti capitalista autônomo horizontal da marcha assim e desobediente esse ano a gente distribuiu 50 mil sementes sabe a gente acredita que tipo parça a gente tem que fazer as coisas entendeu então tipo assim a gente fez essa distribuição de sementes porque a gente acredita que é isso mano se você não tem o dinheiro você não pode comprar e já tem aqui no centro
A gente tá gravando tipo de Cash em São Paulo não sei onde de São Paulo já tem anúncio de site de sementes importadas só que assim aí compra o professor falou existem diversas políticas né olha não pode ter propaganda de cigarro Então como é que pode ter a propaganda do bagulho da semente então assim eu não estou dizendo que não vai ter que ter a propaganda só que assim é justo com o mercado que só as pessoas de fora possa vender e a gente não possa que só as pessoas das grandes marcas possam anunciar e
a gente não tem acesso a um produto de qualidade então Contra isso e tudo mais contra a proibição a gente está nas ruas e ano que vem se não legalizarem tem mais e professor muito obrigada acho que eu só queria fazer uma menção assim encerrar a minha fala fazendo essa missão de que todo mundo sentiu muito a sua falta nessa marcha galera falou que foi a primeira vez que você não tava lá todo mundo ficou muito triste foi bom que a gente encontrou a ciúme que a gente deu um abraço nela mas todo mundo te
adora viu Obrigado diva eu não pude porque eu tava em viagem ao exterior Então realmente não teve como mas eu acho que você tocou no Ponto Central que é o fato de que as drogas são hoje o maior pretexto para a criminalização de milhões de pessoas de pessoas absolutamente digamos assim é honestas bem comportadas que não criam nenhum problema na convivência social mas que são consumidores de uma certa substância Então é por definição do ponto de vista jurídico e essa é a conclusão que vários Supremos em vários países já chegaram é um crime sem vítima
porque quem está sendo criminalizado é a pessoa que voluntariamente resolveu fazer aquilo então qualquer conduta voluntária não pode ser criminosa Você pode até se pode fazer mal até você pode ser alto flagelar você pode querer fazer um esporte de risco você pode querer comer açúcar em demasia e vai te fazer mal então você pode ser esclarecido mas a última decisão tem que ser do próprio sujeito e o que que faz o Estado ao criminalizar um comportamento habitual de milhões de pessoas ele cria o principal pretexto para a expansão de um sistema de policiamento que não
tem nada a ver com a defesa da sociedade ou das pessoas mas com a criação de um criminoso Imaginário que vira o traficante as pessoas que teve um crime são os traficantes não são homicidas não são estupradores enfim assaltantes é traficante é traficante É meramente um comerciante o traficante de aguardente é o dono de um bar enfim é tão legítimo como qualquer farmácia que vende remédios na Indústria Farmacêutica então todas as drogas deviam ter essa estatuto com controles diferenciados a legalização não é enfim hoje é que tá uma bagunça total que você compra qualquer porcaria
que você não sabe da onde vem e não sabe o que é pode ter uma dose letal pode ser um adulterante a legalização é em primeiro lugar a ver um controle do estado em relação ao que se vende e o conteúdo corresponder ao que é prometido que é o que é a regulação de alimentos também faz para não ter alimento estragado para não ter um alimento contaminado Então essa é a primeira coisa que deveria ter em relação às drogas a outra coisa é o sistema de produção e Distribuição aí tem dois grandes modelos um modelo
possível é o puramente privatista o modelo capitalista que está sendo ado nos Estados Unidos e que já existe em relação ao tabaco e ao álcool que são as maiores indústrias do Brasil inclusive esse modelo eu acho que ele não é o ideal ele é um modelo que concentra renda que estabelece uma incitação ao consumo através de publicidade e que não tem nenhum elemento digamos assim de redistribuição do lucro obtido com esse negócio para a sociedade o outro modelo é um modelo no qual existe a intervenção do estado para garantir esse retorno do lucro da sociedade
o país que fez o mais bem sucedido modelo é o Canadá o Canadá ele já tinha a distribuição no atacado de álcool como monopólio estatal desde a década de 20 Estados Unidos proibiu o Canadá não só legalizou mas fez Tá bom mas só o estado pode vender a produção é privada mas a distribuição só o estado cada província tem uma empresa E aí todo o lucro vai para o orçamento do estado para saúde para educação para aquilo que é necessário para a sociedade com a maconha Eles fizeram a mesma coisa tem indústrias que já estão
na Bolsa de Valores a canop com Bilhões de Dólares mas a distribuição é só em lojas do estado que regula o preço que regulam a acessibilidade que fique distante de menores porque não a legalização não é um liberou geral assim como tabaco ou como algo tem que ter regras não se pode fumar nenhuma substância seja tabaco Ou seja a maconha em lugares fechados que vão perturbar pessoas que não querem estar ali expostas aquela fumaça assim um lugar fechado então eu acho que tem que haver toda uma série de regras que não vão ser impostas mas
elas vão ter que ser debatidas e o principal meio da gente conseguir ampliar o acesso democrático é escapar do mercado para maconha isso é muito fácil a maconha é um Hortifruti grande enfim é uma é uma um produto de horticultura que você pode plantar em qualquer apartamento que você pode ter num jardim então permite uma expansão muito grande tá alto produção O que faz romper inclusive com o o o esquema Mercantil né mas na produção geral Atacadista Eu acho que o modelo de uma distribuição pelo menos que o estado Garanta que toda a renda seja
distribuída para a sociedade devia ser adotada não só para as drogas ilícitas também para o tabaco e para o álcool muita gente não lembra disso mas o tabaco foi monopólio estatal no ocidente a terra era do neoliberalismo no final do século 20 a França a Espanha e o Japão tinha um tabaco como monopólio estatal só podia na tabacalheira na Espanha e a Ah como é que chamava a aceitar na França se você ter dois anos é crise das indústria de tabaco e desanimed que tinha um monopólio até das caixas de fósforo até aqueles Tabacos franceses
golagens tal era tudo produto exclusivo do Estado francês como era enfim também ao petróleo a as empresas aéreas Aí veio uma privatização generalizada e hoje tá nas mãos de grandes multinacionais que controlam com trustres tanto a indústria de alimentos como a indústria de álcool como a indústria de drogas drogas e farmácia como a indústria de venenos enfim a mão santo essas empresas todas que são conglomerados que mais tem renda no mundo hoje talvez além da indústria do petróleo e das Armas então é um setor estratégico da economia que a gente precisa tentar não apenas legalizar
para que não seja mais pretexto de repressão mas também estabelecer formas de exploração que sejam as menos privatistas possível Pode crer é complexo o tema querem saber mais sobre isso compra o livro aí do Henrique Carneiro drogas a história do proibicionismo lá dos nossos camaradas da Autonomia literária Vale bastante a pena como ressaltou a camada Diva aqui além do conteúdo a forma também é bacana bem trabalho lá dos camaradas da Autonomia literária é sempre primoroso assim nas edições É verdade quero agradecer a presença de vocês é um tema que como todos os outros a gente
traz aqui não se esgotou talvez a gente retome aí né no episódio Mas é isso eu vou terminar aqui só falando que eu acho importante a gente sempre lembrar que nada no capitalismo acontece por acaso se tá acontecendo é porque alguém ganha dinheiro você tá proibido no Brasil porque tem muita gente ganhando dinheiro e se a gente vê que pega droga no avião presidencial helicóptero do parlamentar do tio da Senadora enfim é uma questão Econômica aposta tem é proibido porque muita gente está tirando proveito desse dessa hipervação e porque também é um instrumento de controle
social né a gente vê todo toda a desgraça que vem para o nosso povo para a população que habita as periferias urbanas né a guerra as drogas quantos jovens quantos negros a gente vê morrer todos os anos e é isso galera é projeto é projeto se eu acho que que essa questão das drogas na minha cabeça sempre eu tive isso em mente assim tá acontecendo da forma que é por um princípio econômico primeiramente tem gente que ganha dinheiro e político até o controle social que tá legitimando o ataque a quem a burguesia brasileira que atacar
sempre quis atacar ao longo de 500 e 23 anos aí de história é isso pessoal obrigada vocês têm canais de divulgação vocês querem falar Instagram eu meu nome é Diva Sativa eu você pode acompanhar nossos rolês lá na página da marcha da maconha de São Paulo do coletivo da Arno no Instagram e no Facebook eu quero agradecer a vocês aqui a Vitória ao Pedro e dizer que é muito importante tipo assim iniciativas anti-provisionistas e para ampliar o debate para uma pró mudança de Cultura mesmo no nosso país cara a hora que vocês quiserem contra a
gente por aí também agradeço muito a oportunidade um dos seus pontos centrais porque ela Combate o fortalecimento dessa polícia enfim de costumes dessa polícia da intimidade e ao mesmo tempo Como você bem disse cria o lucro da proibição que é hoje o lucro de enormes e parlamentares como você disse que querem manter a proibição para continuar tendo essa hipervação né eu tô nas redes sociais o meu nome no Instagram Henrique Soares carneiro e tem o site do nosso núcleo de pesquisa no departamento de história da USP que é o Leda vocês podem procurar lehda USP
que é o laboratório de estudos históricos das drogas e da alimentação e também faço parte do Nape que é o núcleo de estudos interdisciplinares sobre psicoativos que também tem uma página com um excelente acervo de Pesquisas artigos de livros vídeos etc legal legal feliz demais a gente ter participado dessa conversa com vocês boa sorte aí na caminhada para a gente não para vocês né porque é uma luta da nossa classe como um todo e é isso valeu Obrigadão valeu vocês aí que estão acompanhando a gente até a próxima valeu [Música]