Ep 2 Do Navio Negreiro à Abolição | Coleção Antirracista

aproximadamente 250 milhões de anos África e Brasil estavam Unidos geograficamente muitas eras depois esses territórios se reencontraram não por um fenômeno da natureza mas pela violência de um dos maiores crimes já cometidos contra a humanidade coleção anti-racista episódio 2 do Navio Negreiro a abolição todo brasileiro já ouviu falar do passado escravagista do país o que talvez boa parte dos brasileiros não sabe é o porque como e quais foram as consequências da escravidão no Brasil e para descobrir como isso aconteceu precisamos voltar ao passado estamos na África entre os séculos 8 e 14 povos como xona

Congo iorubá e sua Riley organizados em reinos e impérios prosperavam e formavam sociedades complexas com conexões com o mundo árabe e a Ásia porém muita coisa mudaria com a chegada dos europeus interessados em negociar recursos naturais especiarias e principalmente pessoas cidades ricas e centenárias são invadidas e destruídas como foi o caso de que lua na Tanzânia em 1505 em outros locais como no Reino do Congo A coroa portuguesa estabeleceu relações comerciais a expansão Europeia o comércio de pessoas a colonização e o novo padrão de relação entre os grupos humanos que a gente pode chamar de

Capitalismo eles nascem todos ao mesmo tempo e um alimenta o outro e É nesse momento que alguém diz Então os africanos também vam mas não é bem assim o sistema de Servidão africano era em grande parte espólio de guerra e em certos territórios os escravizados podiam até se casar ter família e propriedades diferente da escravidão praticada pelo europeu que era baseada na raça em posição Religiosa e na desumanização dos africanos e dos indígenas o racismo como ideologia e como prática Ele nasce da Necessidade moral ética dos europeus de justificar algo injustificar os portugueses avidos por

explorar os recursos naturais do Brasil depois da chegada em 1500 escravizaram os povos originários já em 1530 é registrada a chegada do primeiro grupo de Africanos trazidos da Costa em 1854 marrom magardo bacapa ex-es escravizado na rua em sua biografia seus dias no navio negreiro fomos empurrados para o porão totalmente nos que era tão baixo que não podíamos nos levantar éramos obrigados a ficar agachados no chão sofríamos muito por falta de água quando um de nós se revelava em seu corpo cortado se esfregava Pimenta ou vinagre meu coração até hoje adoece ao pensar nisso as

viagens duravam entre 35 e 90 dias e pelo menos 20% dos africanos morriam na Travessia ao chegar no Brasil eram levados para o mercado de escravos onde eram examinados como produtos e vendidos os escravizados trabalhavam entre 12 a 16 horas por dia em média a vida de um adulto Durava só 10 anos de acordo com o historiador João José Reis desde que pisaram neste lado do Atlântico como escravos os africanos conspiraram contra os senhores a resistência se dava de várias formas fugas revoltas os africanos e seus descendentes que conseguiam fugir se organizavam em Quilombos assentamentos

e centros de resistência onde se praticava a agricultura as relações comerciais e a vida familiar como já existiam na África Central entre os séculos 16 e 18 os quilombos cresceram como formigueiros além de Palmares que empreendeu uma resistência por quase 100 anos um dos principais Quilombos desse período foi o do piolho ou quarenterê um quilombo afrodígena que por duas décadas teve como principal liderança Teresa de Benguela Teresa coordenou um forte aparato de defesa e instaurou um Parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade os quilombos provocavam medo nas elites brancas que temiam uma Revolução

dos Quilombolas escravizados e negros libertos em carta enviada ao rei de Portugal em 1718 O Conde de assumir governador da capitania de São Paulo e Minas afirmava senão podemos tirar os pensamentos e os desejos naturais de liberdade é urgente fazer uso de remédios alguns dos Remédios eram cortar o tendão de Aquiles dos escravizados para impedir as fugas e a pena de morte para os quilombolas ninguém nasce escravizado ou submetido né para transformar alguém em alguém submetido você tem que impor sofrimento aquela pessoa aquele grupo de pessoas e quando você vai impor o sofrimento aquelas pessoas

vão reagir quanto mais aquelas pessoas reagirem Mas você vai ter que recorrer a práticas de violentas para controlar aquele grupo de pessoas no início do século 19 a Inglaterra nação que fez o maior número de viagens e tráfico negreiro no mundo havia proibido tráfico de escravizados e os ingleses passaram a pressionar as nações escravistas como o Brasil adotar as mesmas medidas em 1810 A coroa portuguesa que havia acabado de chegar ao Brasil assina o Tratado de amizade e aliança com a Inglaterra no acordo os ingleses prometiam proteção contra Napoleão em troca de baixas tarifas para

seus produtos e o fim do tráfico negreiro no império Português o Tratado não foi cumprido e entre 1800 e 1850 2,4 milhões de africanos desembarcaram no país O que resultou em mais resistência e principalmente muitas revoltas uma delas foi a revolta dos malês ocorrida na noite de 24 de janeiro de 1835 em Salvador quando 600 africanos em sua maioria muçulmanos de origem iorubá e haus Sá saíram pelas ruas da cidade convocando outros escravizados para o motim os males foram derrotados mas despertaram um medo na elite escravagista que proibiu a vinda de escravizados muçulmanos para o

Brasil nessa mesma década também em Salvador nasceu alguém que faria a elite tremer Luiz Gama aos 10 anos foi levado como escravizado para São Paulo conseguiu a alforria na vida adulta estudou direito por conta própria e libertou mais de 500 escravizados as constantes revoltas somadas a pressão internacional fazem o segundo império brasileiro criar um plano gradual para o fim da escravidão Leia Eusébio de Queiroz que proibia o tráfico negreiro Lei do Ventre Livre que garantia a liberdade a toda criança nascida de mãe escravizada lei do sexagenários que garantia liberdade para escravizados acima dos 60 anos

as leis foram Marcos importantes mas as cláusulas criadas pelos sistema escravagista praticamente impediam a sua execução por exemplo na lei do ventre livre o proprietário que entregasse a criança recebia uma indenização Mas aquela que não fosse entregue mantinha se escravizada até os 21 anos das mais de 400 mil crianças nascidas entre 1871 e 1885 apenas 113 foram entregues ao estado porém o movimento abolicionista tinha tomado proporções enormes e também a maior parte dos negros tinham conquistado a própria Liberdade com ações de Fugas e compras de alforrias surgiram que lombos urbanos como do Jabaquara em Santos

e a famosa casa da tia ciata no centro do Rio de Janeiro já próximo da Abolição surgem discussões sobre o que fazer com os ex escravizados o abolicionista André Rebouças um dos maiores engenheiros da história do império propõe distribuição de terras para os negros entretanto o plano sofreu grande rejeição da Elite política que era formada por latifundiários algumas semelhança com os dias de hoje quando a lei Áurea é assinada em 13 de Maio de 1888 nenhuma indenização foi previstas para aqueles que construíram a nação na verdade nós saímos da escravidão livres para morrerem na sarjetas

né do país e com uma legislação que assegurava que a partir da que éramos todos iguais perante a lei portanto se A Carta Magna diz que nós somos todos iguais perante a lei o processo de indigência humana que os negros foram relegados é atribuídos exclusivamente a ele ao fim de mais de três séculos de escravidão o saldo é mais de 9 Mil Viagens de navios Negreiros 5 milhões de africanos que foram trazidos a força para o Brasil uma memória oficial que retirou o protagonismo da luta Negra por liberdade e projetou a Princesa Isabel como Redentora

e um profundo processo de marginalização imposto a população afro-brasileira ao longo do século 20 tivemos pouquíssimas políticas reparatórias só na Constituição de 1988 100 anos após a abolição e as Comunidades Quilombolas conquistaram o direito à propriedade de suas terras porém a emissão das escrituras vem sendo constantemente ameaçada eu acho que para empreender um estudo crítico a respeito da história do negro e trazer ao mesmo tempo para negro uma perspectiva do que foi a sua história real você tem que partir é da história deles como grupo livre mas basicamente o quilombo é homens que tem que

procuram conscientemente organizar uma sociedade para si onde ele possa viver de acordo com o seu passado histórico africano brasileiro com as suas hábitos da sua cultura sua forma de ser [Música]