[Música] Oi gente esse é o arquicast número 21 meu nome é Adilson e embora o arquiteto seja tradicionalmente associado à criação de espaços e edifícios seu papel no planejamento Urbano e na formulação de políticas públicas é igualmente essencial no entanto muitos profissionais ainda se mantém afastados desses temas seja pela forma como foram educados pelas dificuldades em se envolver nas estruturas de participação pública ou mesmo pela fal falta de conhecimento sobre as novas frentes de atuação que o mercado oferece no episódio de hoje a gente vai discutir uma questão que toca no CNE da atuação dos
profissionais da arquitetura e do urbanismo que a distância entre eles e os temas fundamentais da cidade para conversar com a gente a gente Trouxe dois amigos aqui especialistas vou apresentar primeiro o Vítor o Vittor Godói Vítor é arquiteto e urbanista mestre em ambiente construído pela UFJF Doutor em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal de Viçosa professor e pesquisador na área de arquitetura e urbanismo com fazer em urbanismo planejamento e políticas urbanas e história Urbana seja bem-vindo Vitor aqui pro Ar Cash como é que você tá obrigado tudo bem gente Obrigado pelo convite muito feliz de
estar aqui bater um papo com vocês tá aqui também o Leonardo Sanchez O Léo é arquiteto e urbanista mestre em ambiente construído pela UFJF Doutor em urbanismo pelo prourb professor na un academia e gerente do departamento de pesquisa e geoprocessamento da Prefeitura Municipal de juis de Fora Boa noite Léo como é que você tá tudo bem seja bem-vindo de volta boa noite gente obrigado pelo o convite mais uma vez agora bem mais próximo depois de passar 7 anos distante agora prazer est aqui de novo com vocês para conversar com os dois o Rafa e Rafa
como é que você tá Opa beleza Vitinho Léo obrigado pela presença aí trouxemos dois amigos aqui que temos certa intimidade pra gente poder falar bem sobre esse tema aqui que é um tema bem espinhoso para alguns para outros não para alguns sim isso aí antes do papo vamos PR os e-mails comentários outras cetas mas [Música] Voltamos com mais uma leitura de e-mails comentários e outras cositas mas estou aqui com o digníssimo Rafael E aí Rafa como é que você tá Opa Tudo beleza e aí cara tudo tranquilo apesar do cansaço tô saindo do fim de
anoo espero que você também né Sim sim e já preparado para descansar para recarregar as baterias exatamente Rafael como é que esse povo faz para entrar em contato com a gente mandando e-mail para contato que é youtube.com barar cast ou só procurar por arcast que você vai achar a gente por lá certo Rafael certíssimo e Adilson Vamos fazer uma retrospectiva aí dos episódios mais ouvidos Vamos sim e se você não quiser ouvir essa retrospectiva é só pular para 9 minutos e 49 segundos bom Rafa o Spotify todo ano lança sua retrospectiva não só pros usuários
mas também pros criadores de conteúdo e lá a gente teve alguns números que a gente quer falar para vocês um pouquinho isso aí são números bem significativos que ajuda a gente entender um pouquinho nossos caminhos Nossa audiência e a gente quer compartilhar aqui com vocês alguns desses dados né exato Olha só para começar a gente teve esse ano um crescimento de 16% na plataforma E aí a gente foi top CCO de episódios mais ouvidos para mais de 2.000 fãs cara isso é um número muito legal pra gente muito legal mesmo e O interessante é que
55% dos nossos ouvintes desse ano foram novos on vites Olha só nossa audiência sempre se renovando e tem um outro número super importante pra gente que o Spotify ranqueia no top 50 né de cada categoria por exemplo a gente tá na categoria Artes a gente ficou na parada de top 50 26 vezes pra gente imaginar que a gente ficou 26 semanas no top 50 de episódios de arte é muito bom importante se orientar não teve nenhum podcast de arquitetura Urbanismo na nossa frente lá no Spotify esse ano isso é muito legal né Rafa isso e
olha só essa questão de tá no topo das paradas todas essas vezes significa que todas as semanas que a gente lançar os episódios ele o episódio vai pra parada então assim é um grande reconhecimento do nosso trabalho aí pela pela audiência por vocês outra coisa legal que o nosso programa foi ouvido em 41 países Olha só vocês estão espalhados aí pelo Globo mas claro né o país que mais nos ouviu foi o Brasil para vocês terem uma ideia do nosso público né A idade do nosso público a nosso predomínio de público tem entre pessoas na
casa dos 20 5 aos 29 anos e depois vem dos 30 a 34 anos então a gente tá falando pra gente aí que tá no mercado de trabalho recém formado é é uma coisa que a gente às vezes fala muito que a gente assiste né que tem muito estudante que ouve a gente né até que não viu Tem muita gente no mercado de trabalho ouvindo a gente aí então galera que tá ouvindo a gente fazendo planta ouvindo a gente na obra indo fazer vistoria então abraço para vocês que são nosso público principal mas sem esquecer
dos outros públicos principalmente dos estudantes também que estão aí na labuta né Rafa isso aí se você é um estudante está nos ouvindo nos mande uma mensagem o que que vocês gostariam de ouvir mais é sobre o universo aí que tá rondando a vida de vocês né então para que a gente possa também aí ter um aumento dessa audiência nessa faixa aí de 18 a 24 anos né que é uma faixa bem significativa também da nossa audiência aí são quase 20% são 18% mas se você tá nos ouvindo agora nos mande aqui uma mensagem via
rede social nos sugiram tem discussões que a gente quer ficar cada vez mais próximo de vocês exatamente uma coisa que a gente quer trabalhar nesse ano que vem é justamente engajamento né a gente quer muito que vocês participem com a gente de ajudar a pensar nas pautas pensar em Assuntos Então assim nossos ídeos estão sempre abertos então entre em contato com a gente lá pelo Instagram ou pode ser por e-mail ou até mesmo por mensagem no Spotify que a gente consegue ler e enfim interagir com vocês isso aí e aí vamos lá pro top F
Vamos pro Top Five olha só a gente pegou aqui nas pesquisas do Spotify os cinco Episódios de 2024 mais ouvidos por vocês então a gente vai lá pro quinto lugar tá a entrevista com os arquitetos Associados lá de BH que foi uma entrevista que foi inclusive pro YouTube tá muito bem ranqueada aí no nosso escopo de entrevistas né rafas Oi foi um super Episódio ó se você tá nos ouvindo tá fazendo algum trabalho sobre algum projeto deles e eles escrevem de forma magnífica eu me lembro muito bem da descrição a respeito da da Pina temporânea
toda a história que eles contaram pra gente lá super Episódio se você ainda não ouviu corre lá o quarto episódio mais ouvido desse ano de 2024 vai ser o episódio 230 novos tempos para arquitetura a gente discutiu um artigo do Paul God Burger que é um crítico da arquitetura americana sobre os novos tempos né de como as coisas mudaram pro nosso para nossa profissão também para para quem aprende arquitetura e urbanismo foi Episódio bem rico e é um tipo de episódio que A galera gosta muito né Quer comentar assuntos mais generalistas sobre arquitetura então muito
bom esse episódio e qual que ficou em terceiro lugar Adilson em terceiro ficou o Episódio 219 a relação cliente arquiteto de novo um assunto mais generalista né E na verdade não é tão generalista assim mas ele fala de uma coisa que é uma dor que os arquitetos têm que essa relação dos Arquitetos com seus clientes e como é que isso pode muitas vezes ser muito boa e outras vezes não ser tão boa assim Isso aí foi um episódio super legal daqueles que a gente conta histórias e e curiosidades da da vida adulta né Trabalhando prestando
serviços foi muito legal esse episódio também bom em segundo lugar episódio 220 desenho arquitetura e cidade cara é muito interessante ver que a galera se interessa muito por desenho e como é que isso tá muito vivo no mundo dos Arquitetos a gente conversou com o pessoal do Urban sketchers e cara é impressionante assim como esse episódio teve repercussão Rafa foi foi muito legal pessoal é contou as experiências e e falou um pouquinho sobre essa arte né de observar a cidade trabalhar o desenho entrar numa outra frequência né um pouco distante dessa frequência Alucinante da tela
aqui né Foi muito legal bom em primeiríssimo lugar tá o Episódio 224 profissionalizando os escritórios de arquitetura foi nosso primeiro episódio com a parceria com as Beia e é muito interessante que esse tipo de episódio que fala do mundo dos escritórios galera gostou muito e ouviu muito Rafa Isso aí Isso só fortalece aí nossa parceria com as Beia que foi super produtiva ao longo desse ano fizemos seis Episódios com eles trazendo convidados aí super bem posicionados pras discussões e El levou a forma bem significativa a qualidade do conteúdo bom e também mandar um abração pro
pessoal do ASB que confiou a gente fazer esses episódios e a gente teve a parceria deles que foi muito importante pra gente nesse ano então um abraço pessoal das Beia bom Rafa é isso falamos aqui de todos os episdios né isso aí grande abraço então reforço também meu abraço pro pessoal das Beia e vamos para Episódio isso aí Rafa vou deixar com vocês ess Episódio e só lembrando a gente tem mais um episódio dia 30 de dezembro e até lá a gente conversa beleza galera Valeu um abraço bom Episódio [Música] Valeu acho que a primeira
pergunta ou a primeira questão que eu vou levantar aqui é justamente nessa formação acadêmica que a que a gente tem focar em disciplinas tradicionais e de alguma forma a gente deixa uma lacuna para essas discussões da realidade Urbana E aí como é que vocês entendem isso vou deixar a bola pro Vitor eu acho que assim tem Talvez uma série de questões envolvidas nessa pergunta acho que uma pergunta bem eh abrangente tem vários pontos que a gente pode colocar uma coisa que me vem assim à mente e eu lembro da minha própria época da faculdade é
que apesar do curso e arquitetura e urbanismo a gente só vai ver mesmo de fato urbanismo lá pra metade do curso né quem tá no curso de arquitetura ura percebe isso muito bem e de repente talvez fosse interessante até para trazer mais o interesse dos alunos pelo urbanismo para eles entenderem o que de fato é aquilo que eles estão estudando também além da arquitetura eu acho que talvez fosse interessante que já tivesse desde o início do curso mesmo no primeiro período matérias que falam sobre as questões mais propriamente urbanas né ou seja trabalhar já a
escala arquitetônica e a escala Urbana desde o início eu acho assim que para mim pelo menos certamente Teria sido melhor me lembro bem que quando eu entrei no curso eu não sabia muito bem que era arquit ura muito menos urbanismo a arquitetura assim num primeiro momento pelo menos não me chamou muita atenção não me encantou vamos dizer assim eu já vinha já de um curso né eu tinha feito um curso antes e tinha abandonado ele eu tinha feito centos sociais antes e aí eu larguei ele na metade do curso mais ou menos eu gostava bastante
mas era um curso noturno eu trabalhava de dia não deu para levar E aí eu acho que eu fiz muita arquitetura pelo lado da Prática eu já esperava que tinha alguma coisa de prático eu gostava de desenhar e isso Me interessou Mas eu só fui gostar mesmo do curso e acho que eu só não larguei porque eu já tinha largado um curso no meio quando apareceu as questões mais da cidade que é justamente no curso assim foi minha sorte que era o momento que eu tava para largar mais uma vez no meio de um curso
aí eu comecei a ver cidade né a gente começou a debater essas questões e aí eu peguei alguma coisa que eu tinha aprendido ali das Ciências Sociais E pensei assim pô isso é interessante sabe isso é bem legal então acho assim que além dessas disciplinas mais tradicionais mais focadas na arquitetura a gente poderia já começar o curso colocando os debates aí da questão urbana porque todo mundo tem experiência nas cidades é Eu acho que isso já ajudaria um pouco nesse problema aí da formação acadêmica é queria jogar pro Léo assim normalmente as primeiras disciplinas de
arquitetura elas são muito focadas na teoria ou na história da arquitetura mesmo da formação das civilizações Mas uma coisa muito distante né da nossa realidade assim até Existe alguma crítica à arquitetura mas uma visão crítica da cidade Realmente isso não acontece logo de início né Quais lacunas você acha que existem assim que aos poucos poderiam ser aí complement adas talvez com uma modelagem de um curso que se preocupe mais na integração do profissional com a cidade bom Rafa essa também pensando um pouco sobre esse assunto aqui eu tô lembrando muito de quando a gente fez
a revisão do curso né da grade do curso de arquitetura e urbanismo que assim várias vezes a gente chegou à conclusão que o curso de arquitetura tinha que ter 10 anos em tempo integral né porque assim é uma disciplina muito Ampla que tem muita coisa para você ver então assim você vai ver Campos inteiros assim que você acaba não vendo na faculdade eu fui ver paisagem no no doutorado e eu me encantei por isso e resolvi que isso aí seria o meu campo de estudo então assim realmente acho que tem um pouco disso de conseguir
condensar tudo que é necessário naquele espaço que a gente tem para poder fazer essa formação a gente ainda tem que lidar com a maturidade das pessoas que estão entrando no curso né então a gente vê hoje tem um pouco de um pelo menos eu penso assim a gente tem visto um pouco de um esvaziamento assim da capacidade crítica das pessoas Então todo mundo chega muito com respostas muito prontas sem muito pensar sem muito analisar e tal e isso me parece que a gente tem uma facilidade maior de tratar nesse Principalmente nesse início de curso de
coisas que sejam um pouco mais mais práticas e diretas então assim é mais fácil você discutir ali com primeiro segundo período sobre uma técnica de desenho do que você falar em Participação Popular então assim você vai vai pensar nisso realmente precisa de uma autoridade ali para poder chegar só que realmente acho que a gente pode trazer uma coisa que a gente busca também Lá a gente pode trazer um pouco dessas discussões urbanas por mais que elas não sejam tão aprofundadas para esse início porque assim não tem como a arquitetura tá na cidade então assim você
colocou uma casa em qualquer lugar você tá fazendo uma cría Urbana importa o que quer que seja então assim a gente consegue trazer um pouco para trás essas discussões sim mas a gente também precisa dessa motoridade né então é isso que vai nessa discussão que a gente tem que ter sempre de como é que é esse curso para que lado ele vai a solução que a gente também discute às vezes de um curso de Urbanismo exclusivamente É bem interessante porque são coisas muito diferentes apesar de uma tá totalmente ligada à outra a gente tem níveis
de complexidade problemas são totalmente diferentes Então realmente é uma discussão interessante de se ter nesse âmbito que a gente tá da discussão de curso de arquitetura mesmo eu queria botar um ponto que o Vitor comentou a respeito de como o urbanismo por exemplo é dado a partir mais ou menos do meio do curso eu tenho uma experiência de dar uma aula de introdução a urbanismo pro segundo período e é muito engraçado quando eu discuto né disciplina propõe umas discussões sobre temas Gerais de Urbanismo então por exemplo a gente fala sobre sociólogos urbanos anos e numa
segunda parte eu discuto questões de cidade por exemplo favelas cortiços cidade caminhável eh Cidade sustentável esse temas parecem de uma maneira geral e eu tento abordar isso com eles você chega para conversar isso no segundo período e eu sinto que eles são muito abertos e recebem isso de uma maneira muito interessante agora se eu pergunto para eles lá nos mesmos alunos lá no sétimo ou no oitavo período perguntando para eles gente vocês lembram desse temo se lembam dessas coisas e tal assim ninguém lembra de não é pelo fato de lembrar o meu entendimento que eles
a formação deixa cada vez mais eles fechados para uma dinâmica projetual da arquitetura do objeto e aí na hora de você conversar sobre urbanismo que você tem que ter uma mente aberta eles estão ainda muito com a mente fechada ou por est moldados aí para um curso que trabalha muito o projeto o objeto e aí quando chegam para uma discussão mais aberta eles meio que se perdem é essa sensação que eu tenho eu não sei se o Rafa tem essa sensação vocês têm Mas a sensação que eu tenho de falar com os mesmos alunos lá
no segundo período eles tinham uma outra colocando umas provocações eles recebiam isso e conseguiam refletir sobre aquilo e chegam mais pra frente no curso eu vejo que a mente deles fica meio fechada eu não sei se vocês têm essa mesma sensação mas é a sensação que eu tenho quando eu vou conversar com os mesmos alunos que passam aí por um período aí de cinco seis períodos e depois recebem né questões do urbanismo que precisam num Uma Mente um pouco mais aberta digamos assim eles ficam meio perdid does assim meio Ah é É para fazer isso
tal eles ficam muito pisando em ovos a impressão que eu tenho na hora que o Adilson tava falando eu lembrei muito de uma frase da nossa amiga linha sisn que ela falava que a medida que o curso vai passando as pessoas vão ficando cada vez melhores arquitetos e urbanistas e piores alunos né então assim muitas vezes isso aí provavelmente já foi assim não já tô pensando no projeto que eu vou ter que fazer depois de discutir isso aqui então vamos dar uma diminuída aqui porque vai ter trabalho depois então já começa meio que a direcionar
algumas coisas a exploração geral que a gente tinha lá no segundo primeiro período já não existe mais então já fic um pouco mais direcionado ali e eu tava lembrando de outra coisa aqui também que foi uma prova do Rafa que eu fiz com el no Acho que segundo período que era uma prova de Urbanismo também aquelas disciplinas de introdutórias que era pra gente falar sobre diferença de Urbanismo grego e romano alguma coisa assim e que eu lembro da prova até hoje assim então assim era uma discussão legal eu tinha uma uma certa eu já tinha
feito outra faculdade também antes então já tinha enxergado um pouquinho mais velho ali para poder pensar um pouco as coisas foi uma que marcou muito assim foi uma das coisas que eu fi Nossa que legal isso aqui é isso aqui que eu quero fazer mesmo e aí foi a partir daí que eu continuei nesse caminho também tem duas questões aí que vocês falam CL que eu acho que é interessante primeiro assim que a gente tá começando a tocar no no assunto né e falando muito sobre a formação mas a ideia de fato a gente discutir
mesmo a distância do profissional então acho tem duas coisas que surgiram aqui interessantes pra gente pensar uma é assim como eles chegam na faculdade Existe sim uma uma grande limitação que eu acho que é do ensino fundamental do ensino médio que é a pouca percepção da Cidadania né então assim da coletividade assim das coisas que são comum a todos né esse é um problema que assim Acho que tá em todas as áreas percebe que há esse problema da da da nossa sociedade pensar de forma coletiva E aí depois quando eles eles de fato entram nesse
funil aí de Formação né um pragmatismo ferrem porque assim eles estão aprendendo um novo método né uma nova forma de uma nova linguagem né tipo assim eles têm que sei lá em alguns meses aprender um novo uma nova forma de ler informação né as plantas os cortes E aí isso realmente os torna né piores alunos né como o Léo falou aí puxando essa coisa que o Adilson comentou eu tive a oportunidade dar é disciplina de Eu acho que um um ou dois períodos para essa turma que estava entrando e realmente eles estão assim o HD
Zerado né então assim tão propensos a discutir essas questões tem um certo grau de romantismo a respeito de transformar o mundo transformar a sociedade né E aí depois de aos cinco seis períodos né essa informação muito tecnicista ou tecnocrata sei lá acho que tecnicista os moldam para pensamentos até mesmo assim ah isso aqui não é possível dá um exemplo para vocês quando eu falo PR os alunos falo gente vocês já acham que o rio que passa na cidade sempre teve essa forma ele não foi assim Eles mudaram o rio de posição vocês sabiam disso pessoa
ó é mesmo e tal e eles ficam assim ah mas eu posso fazer um Deck no rio paraib tipo assim discussões assim como se fosse algo Ah eu posso fazer uma ponte de Pedestre eles criam certas limitações assim que eu acho que são de visão mesmo de que a disciplina que Eles escolheram para fazer pra vida pode transformar o ambiente né Porque de fato eles trabalham mesmo o objeto e tal Na verdade eu me estendi aqui tentando juntar as coisas que a gente comentou mas dizendo que eu acho que a formação agrava essa questão Logo
no início né talvez aqui a gente encontra aí um um caminho para quem sabe numa discussão aí de revisão de diretrizes curriculares e Grades curriculares tentar deixar o ensino menos pragmático Mas isso também traz um desafio que é Um Desafio pedagógico né Não sei se a gente tá preparado para isso vocês já tiveram alguma experiência assim específica de atividades fora da curva assim que vocês propuseram e que vocês acham acham que pode ser um caminho por exemplo assim ol assim atividade fora da curva no no nosso curso é um negócio complicado porque todo mundo que
já começa já já espera fazer um projeto então por exemplo a gente discute bastante isso né pô Será que precisa de projeto precisa do produto ali então assim a análise é projeto né então muitas vezes fica nessa e a gente sempre fica muito nessa dependência de ter uma produção de ter um objeto que seja a solução para um problema que a gente identificou que é real e isso numa disciplina comum eu acho mais difícil quando a gente fala de um tfg alguma coisa assim ou até uma pesquisa alguma coisa dessas acho que é mais possível
então a gente tem lá discussões num tfg por exemplo a gente já tem inclusive uma maturidade da pessoa que tá ali passando que ela vai permitir que ele tenha algum tipo de elaboração mais complexa e tal mas em disciplinas especificamente Eu tenho um pouco de dificuldade de fugir dessas coisas mais prontas porque já é uma coisa que o próprio curso meio que já espera o próprio aluno já espera então a gente sempre fica nessa vamos fazer uma coisa mais diferentona agora aí e aí que horas que a gente vai fazer o projeto então assim eu
me sinto um pouco limitado nesse sentido é interessante isso né Acho que tem a ver com aquilo que a gente estava falando antes de formatar a mente né pro projeto né já fica pensando assim tá mas que horas que eu vou resolver os problemas vamos dizer assim né Tem uma autocrítica que eu faço constante assim e eu acho que talvez falte um pouco a nossa área é dessa visão que eu acho que ainda talvez seja uma herança muito do modernismo de encarar as coisas todas como problemas e como se a gente tivesse as ferramentas para
resolver esses problem problemas eu eu sempre alerto muitos alunos assim que nem tudo é possível para o arquiteto resolver a gente tem as nossas ferramentas de trabalho e talvez a principal delas seja o desenho tem o o planejamento Urbano já seria todo um outro caso mas e é mais pro final do curso é já um outro ponto também né que daquilo que a gente estava falando antes só lá no finalzinho que vai ver a cidade num de forma mais holística né E talvez deveria ser o oposto né mas enfim é uma crítica que eu faço
constantemente eu acho que a gente como profissional ainda e como cultura disciplinar a gente ainda encara muito a cidade como problema a ser resolvido né esse lance da questão urbana que é uma ideia nova né não é uma coisa tão consolidada ainda e talvez por isso as pessoas não sejam tão familiarizadas né a gente vê muito assim discussão no âmbito da política que acho que tá totalmente relacionada a nossa área como todo mas as pessoas costumam preocupar muito com saúde segurança educação e quem estuda pelo menos um pouco mais a fundo planejamento Urbano sabe que
isso tá totalmente relacionado com o planejamento Urbano mas o planejamento Urbano em si ou urbanismo né nesse contextos entendidos mais ou menos como a mesma coisa eles não são assim temas de interesse da população eu pelo menos não vejo isso né não são questões que as pessoas discutem talvez por não perceber né que há essa relação com temas que elas têm interesse mais direto né Eu acho que isso se reflete nos alunos também eu acho que é um grande desafio para nós como professores tentar mostrar que essas coisas estão todas relacionadas de uma forma ou
de outra é complicado né talvez nem sempre muito direto mas os problemas reais do dia a dia ali tão relacionados com o que eles estão estudando na faculdade eu vou falar uma coisa aqui que talvez eu me arrependa depois mas assim tem um problema do objeto a cidade Dependendo do que você for propor enquanto metodologia cara ele não é um objeto pequeno eu não tô falando como objeto arquitetônico não tô falando como algo que precisa ser estudado que é algo físico que você tem ali que analisar E aí eu acho que a metodologia tem uma
problemática que é assim como é que eu faço abordagem desse objeto e como é que eu faço Sei lá uma pesquisa em loco ab dando todas as questões ou muitas das questões que aquele objeto tem seja ela positiva ou negativa que nem o o Vitor tá falando aí que é considerar a cidade como um problema né ou uma questão a ser discutida então eu acho que tem essa questão do objeto ser alguma coisa Às vezes imensurável e que você de alguma forma tem que reduzir isso a mapa a fotos e que é realmente complicado e
eu acho que também ao mesmo tempo que as cidades maiores tem essa problemática que tem várias problemáticas você tem também oportunidades por exemplo de você acessar um órgão por por exemplo da prefeitura que tem ali gerenciamento Urbano seja de trânsito seja de análises geográficas enfim ao mesmo tempo né que você tem cidades pequenas que você poderia às vezes como objeto É menor né você poderia ali elaborar um pouco mais é eu acho que a A grande questão da metodologia é mesmo porque o objeto às vezes é muito difícil de você mensurar e realmente assim eu
sinto falta também de de repente a Campo mas eu fico cara eu vou a Campo mas como é que eu vou fazer no campo com esse monte de aluno e como é que eu vou fazer uma metodologia para que eles reconheçam algumas coisas eu sei que é importante que às vezes falta isso mas a gente tem a coisa muito pragmática também do que o Léo falou dos alunos estarem esperando um mal de disciplina de um determinado jeito e aí até isso se reflete muito quando você parte de uma atividade onde você vai fazer uma prática
de análise e nem falando diagnóstico hein uma prática de análise de um determinado local onde a solução que eles têm é um objeto que é um projeto ao invés de eles pensarem de uma forma mais abstrata de que muitas vezes você não resolve com o objeto necessariamente ente você resolve mexendo por exemplo em leis ou mexendo em coeficiente de aproveitamento em por exemplo usos que são coisas mais abstratas que aí ele já vem muito formatados de novo a formatação né do curso de arquitetura de mexer com objetos que é super complicada mas realmente assim mas
a gente realmente precisa de metodologias que façam com a gente consiga avançar nesse sentido né na sua fala aí reside uma questão pelo menos que eu penso não sei o que que Léo e vitin acham que é a questão da escala e durante muito tempo você acreditou que a a escala do urbanismo era simplesmente a escala da arquitetura grande né e não é tipo assim quando você muda o objeto é outra cidade apesar de ser uma soma de arquiteturas Ela não é uma arquitetura do ponto de vista epistemológico né então assim Acho que essa é
a grande dificuldade porque assim os geógrafos os biólogos os cientistas sociais né pô você vê uma palestra do Milton Santos na década de 60 ele poderia est hoje dando aula no curs arquitetura tranquilamente que eram coisas muito inovadoras que estavam se discutindo sobre a cidade às vezes nós do campo da arquitetura nos distanciamos porque focamos em ver a cidade como um objeto né parametrizado e eu vejo que por exemplo essa é uma chave por exemplo a gente pode até chegar numa conclusão drástica aqui que realmente a formação tem que ser diferente separado como são em
outros países uma coisa é formação em arquitetura outra coisa é formação em em urbanismo sendo que do urbanismo Você ainda tem várias camadas né Você tem o Urban design Você tem o Urban planning você tem a gestão Metropolitana e tal questões são mais complexas então de fato isso que o que o Léo falou no começo né a gente tem que dar conta de tantos melindres assim na formação que a gente às vezes esquece que a cidade ela é uma outra coisa assim né Então essa é minha falha para puxar pra gente avançar um pouquinho na
pauta também e puxar um pouquinho assim da o entendimento da complexidade urbanística a gente vê a cidade muito por camadas por leias né mas quando você aí acho que o Viti pode falar mais até pela formação também aí parte dela em Ciências Sociais que não é só uma camada são outras coisas entra uma questão territorial uma a questão cultural das pessoas que usam aquele lugar das culturas e da da própria forma como as pessoas se relacionam com o ambiente até a forma de comunicação entre grupos sociais são muito diferentes em vários lugares da cidade Pô
você projetar uma praça num bairro x não é como você projetar uma praça num bairro Y às vezes dentro de uma cidade média como a nossa né e assim eu vejo que a gente tá muito distante disso numa faculdade de arquitetura porque a gente tá discutindo da maioria das vezes a forma né porque as ferramentas metodológicas que nos deram foram essas né análise figura e fundo né análise de uma visão de paisagem mais focado na questão da Ótica né e mas algumas coisas assim mais estruturantes a gente fica de fora e quando se oferece isso
PR os alunos eles meio que se afugentam lá na frente porque assim pô Não é isso que eu né não é não foi para isso que eu vim para essa faculdade né Eu não quero discutir né problemas de distribuição de renda né que na verdade é o que gera a nossa forma segregada da cidade Viajei um pouco aqui mas para saber eh como é que você vocês pensam já ou Já pensaram em lidar com essa noção de complexidade da cidade com os alunos aí nesse processo de ensina e aprendizagem eu acho que você colocou muito
bem Rafa e o Adilson também tava falando antes até a palavra né É difícil da gente usar né o Adilson tava falando objeto né mas não objeto coisa aí eu fiquei pensando que artefato não sei se tem uma boa palavra né eu sei que cidade é uma palavra enganosa porque tem tanta coisa dentro de uma cidade tem cidades e cidades né em países e países regiões e regiões que é realmente é muito difícil eu acho que assim é tão complexo a cidade não vou usar a cidade é tão complexo assim que a gente pode falar
qualquer coisa dela né a gente assim vai ver livros principalmente na área da economia né assim falando Maravilhas de cidade né tem aquele mais recente lá do Triunfo da cidade né do Eduard gler aí tem dados e dados mostrando como a cidade é quase que sinônimo de prosperidade né economia de scal e tudo e também ao mesmo tempo dá pra gente falar das mesmas cidades numa outra perspectiva mais mista focando mais no nos problemas que é mais propriamente um discurso mais a tradição arquitetônico urbanística né como havia dito focar no problema essa influência grande lá
nas suas origens da Medicina né do sanitarismo então eu acho assim a gente molda o discurso e vai passando isso no ensino também para uma perspectiva ao meu ver pelo menos um pouco pessimista da cidade que talvez não faça jz da também os benefícios que a cidade vai trazer né então assim a gente a gente tem que fazer essa escolha que que a gente vai escolher abord D E aí vai ser uma abordagem mais focada na Sociologia a gente tem M ess Herança da sociologia francesa aqui no Brasil olha muito para esse lado da sociologia
tem um fundo muito grande de reformismo social Acho que até hoje presente né na tradição de querer mudar a cidade para mudar a sociedade né então assim é é um campo muito isso vai cada vez mais que eu estudo sobre a nossa área eu vejo como é isso é gritante assim antes eu não percebia tão bem talvez não tinha maturidade para ver mas fica claro cada vez mais para mim com como é muito influenciado por visões políticas ideológicas de mundo e como que a gente na verdade as contribuições que a gente dá são contribuições que
são muito assim filhas do tempo e do lugar onde a gente tá n eu gosto muito da parte da história Urbana né história do planejamento também e eu fico percebendo Como assim como a história do patrimônio a história do urbanismo a história do planejamento a história das ideias sobre a cidade é muita história sobre como os seres humanos pensaram esse artefato essa coisa esse objeto muito mais do que dizer pelo menos na minha visão que é a história do que de fato aconteceu da realidade desses lugares sabe é uma diferença assim que talvez nem seja
tão Sutil quanto pareça assim é uma diferença bem grande né são ideias e olhares diferentes mas não necessariamente que a realidade Talvez seja tão diferente assim recapitulando um pouquinho aqui até da fala do Rafa lá atrás acho que a principal diferença para mim da cidade para arquitetura tá no tempo na verdade porque assim as coisas na arquitetura elas são pensadas modificadas elas se resolvem ali Ok e tal agora na cidade você tem tem um período assim de apropriação daquilo que entra essa parte sociocultural toda desse você mudou uma lei ela vai ser realmente fazer um
impacto daqui quanto tempo então assim as coisas TM uma resposta muito lenta então muitas vezes até a discussão fica um pouco esvaziada por isso né olha mudei uma lei Mas e aí ela funcionou ou não funcionou tem um mês que trocou Será que já dá para ver então assim para mim esse tempo é que a grande coisa para ser pensada e discutir e vista como é que isso vai ser feito E aí falando um pouco dessa o Rafa falou um pouquinho de camadas ali o que me levou vou um pouco pra parte do geoprocessamento foi
exatamente a ideia da paisagem não como janela né pro mundo mas como uma visão sistêmica de que a paisagem é composta ali por uma série de camadas aí tem camadas que são biofísicas tem camadas que são urbanas tem camadas que são socioculturais você entender conseguir dividir um pouco mais esse problema que é tão complexo para você poder conseguir dar conta de tudo isso me atraiu muito e achei uma coisa que que foi muito legal de tratar então assim foi uma forma que eu achei que me adaptei muito bem para essa como ver essa cidade como
SA que tem partes ali que são físicas mesmo que você tem uma resposta mais direta Então você vai fazer um desenho de uma cidade ali ela vai ser feita naquele momento mas a parte sociocultural ali ela é uma coisa que você vai demorar anos para poder entender então assim para mim acho que a grande chave de compreender o tema de ver como é que ele funciona tá nessa ideia do tempo como é apropriado do tema como é que se responde aquilo lá aí para mim essa é a grande chave da discussão na verdade pra gente
avançar aqui você falou das camadas e tal então como a gente falou apresentou in ISO né o Léo Ele trabalha com georreferenciamento né como é que você vê a possibilidade das faculdades de arquitetura abraçarem um pouco esse tema porque assim não me parece muito comum uma disciplina de georreferenciamento tá na em faculdade de arquitetura né porque ela certa forma é uma ferramenta talvez possibilita novas metodologias pra gente às vezes avançar nessas dificuldades até que o Adilson relatou né eu vou a Camp mas para ver o que e tal A partir do momento que você tem
uma nova ferramenta como é que você acha que isso pode mudar o ensino de arquitetura Lé é uma pergunta já mais propositiva resolve esse problema aí agora faça um projeto para resolver esse problema do ensino da do G na arquitetura toda vez que a gente fala dessa inclusão de novas tecnologias no no ensino a gente sempre tem um pouco de dificuldade né Isso vai acontecer desde sempre deve ter acontecido com as pessoas que começaram a ensinar AutoCAD lá em 1960 então assim realmente é um negócio difícil o Bim por exemplo não foi a coisa mais
rápida de ser adotada pelas faculdades Então a gente tem isso muito provavelmente até pela próprio sistema da academia que ele é um pouco mais engessado a gente tem essas questões de a mudar um curso de arquitetura na coisa mais rápida do mundo então sempre tem essas aprovações precisam ser feitas essa responsividade também não é tão fácil Olha vi um programa novo agora vou criar uma disciplina para começar amanhã que vai ser feita para esse programa E aí quando a gente fala de gis por exemplo a gente tá falando de uma ferramenta que ela tem um
potencial enorme você consegue ali criar simulações de possibilidades de ocupação você consegue criar hoje tem a ideia do gêmeo digital que eu nem gosto muito porque não acho que funcione tão bem de você ter uma cidade igual a que você está trabalhando em um meio digital ali que vai servir para você testar coisas não sei se funciona muito bem não gosto muito dessa ideia mas tem essa possibilidade você tem a possibilidade de automatizar umas coletas de dado Então aquela história de você vou fazer um plano diretor E para isso vou analisar a cidade hoje vou
medir todos os dados possíveis E aí pronto fiz essa foto e vou trabalhar em cima disso não vejo mais que isso seja necessário com Essas tecnologias que a gente tem a gente pode transformar esse processo numa coisa contínua Então você tem o tempo inteiro vendo esses dados como é que eles funcionam ali e trazer isso pra arquitetura vai ajudar muito nessa parte que a gente tá falando um pouco de como dar ênfase a esse pensamento crítico então assim a gente tem como automatizar essas coisas mais braçais essas coisas mais lógicas de ir a Campo pesquisar
uma ou outra coisa e sobrar mais espaço para que a gente possa fazer as discussões mais socioculturais mesmo ver como é que esse tempo influencia como é que as pessoas influenciam naquilo ali o grande problema é como incluir isso num currículo que já é cheio de coisas e que também já não não não dá tempo então assim aqueles 10 anos que eu falei lá no início já estão virando 15 né então o curso de arquitetura vai ter que ter 15 anos pra gente conseguir colocar isso tudo tem a questão também de você às vezes fica
temeroso por ter que ensinar alguma coisa via uma ferramenta específica E aí fica aquela coisa do pensamento engessado pela ferramenta que também é uma questão que passa sempre pela minha cabeça né a gente sempre quando Analisa E aí falando de arquitetura falando de processos né comparando processos né quando a gente fala de arquitetura e a gente por exemplo passa por alguns períodos e aí vai exigindo dos alunos sabendo algumas ferramentas você vê claramente que os alunos ficam moldados a determinadas ferramentas e a gente tem muito medo disso só que muitas vezes não tem como você
tem que ensinar as duas coisas e os alunos que se viram ali para tentar entender o que você tá passando e às vezes eles vão se amadurecer mais paraa frente e aí fica sempre esse temor também da gente ficar com medo de uma ferramenta moldar o pensamento do aluno mas às vezes é meio inevitável mas eu entendo sua sua dor assim que realmente assim já é muita coisa sem seria um negócio que vai dificultar aind no processo é complicadíssimo mas enfim queria puxar uma pergunta na verdade assim é mais um achismo de vocês do que
necessariamente uma constatação né a gente tem uma percepção que os arquitetos urbanistas participam poucos de Conce como por exemplo as ocupação de solo saneamento você tem essa percepção também Vitor Sim tenho eu vou arriscar uma resposta assim eu não sei se eu tenho assim o conhecimento suficiente e vivência suficiente para poder até mesmo porque eu mesmo nunca pude participar de um conselho mas eu participo do iab né então tenho troca de mensagem com as pessoas esses assuntos são constantes e tudo eu assim eu imagino que possa ter a ver com uma cultura talvez não específica
do de arquitetos urbanistas mas uma cultura geral brasileira assim de não ser muito participativa sabe sabe não ser muito associativa né Eu acho que tem muito a ver com a nossa história e talvez tenha muito a ver com desencanto político também né porque imaginando que as pessoas talvez que vivenciam esses conselhos devem mais perder do que ganhar no sentido assim de ter sua visão ali né concretizada Na hora de votar nesses conselhos eh Bom pelo pouco que eu já pude perceber conversar com algumas pessoas eu diria que tem algo a ver com isso mas certamente
também com muitas outras coisas né eu não me arriscaria falar mais não puxar pro pro Rafa e pro Léo né vocês que estão dentro de uma instituição né que é prefeitura Ah vocês percebem isso também eu posso falar um pouco por mim também que eu tô mais ou menos no barco do vítores essa ideia de participação ela eu entendo a necessidade eu entendo como é que ela vai ser mas eu não consigo me colocar muito nesse papel e aí assim vai entrar aí até outras atividades que fazer mestrado doutorado essas coisas todas acabam impedindo que
a gente faça algumas coisas mas assim eu sei que iso é uma desculpa daria para participar então assim muitas vezes eu acho que até primeiro assim não é um trabalho voluntário então assim você tem que escolher estar ali e e entregar um tempo seu para fazer isso voltando pro tempo né não é uma coisa que é você não vai salvar o mundo num concelho de arquitetura de um dia pro outro então assim é uma coisa que demanda tempo é uma coisa que demanda discussão é uma coisa que demanda você ter essa visão coletiva do mundo
ali que ela precisa ser ser levada em consideração e isso é um pouco difícil a gente não consegue ver uma coisa tão claramente assim o resultado então assim é é um processo que você tem que Acreditar nele e a gente sabe que funciona a gente sabe que existe e pior do que isso se a gente não participar tem gente que participa exatamente para conseguir as coisas que ele quer então assim a cidade pode ser piorada para direcionar isso para algumas coisas Exatamente porque essas pessoas entendem esse processo e sabem exatamente o que fazer para conseguir
o que querem então assim se a gente realmente não participar a gente vai acabar ficando na mão dessas coisas estão sendo decididas por outras forças que estão levando o as decisões mas assim eu não participo real ente Acho que até por um pouco de preguiça sinceramente mas mas também tem todo esse resto de de coisas que vem junto né é assim eu tenho uma impressão às vezes que a gente tem nessa Talvez um pouco do fato da democracia representativa Nossa ser tão débil seja porque a gente acha que o participação se é votar agora que
eu escolhi tá na sua mão sabe e esse é todo erro né O que não deveria acontecer ninguém lembra qual Vereador votou a gente briga muito por política nacional e tudo mas ninguém lembra do vereador não sabe as propostas não cobra e eu tô falando assim porque eu sou assim tambémm né então como acho muito cultural não não sem dúvida eu acho que o vilo falou no início aí que é uma questão mesmo da fomação do nosso país né a nossa democracia de certa forma é muito jovem né assim tem um pouco a ver aqui
com aquele assunto do início que a gente falou né do pessoal que chega na faculdade sem muuito essa percepção de um senso de coletividade essa percepção da política tá mais associada ao voto e não ao cotidiano né então você pega por exemplo experiências de outros países por vai vai ser feita uma escola num bairro nos Estados Unidos o pessoal chama lá da comunidade toda pessoa independente O que que tá previsto ou não na lei eles têm T um caráter de plebiscito né esses agrupamentos essas votações mas aqui no nosso caso o conselho especialmente eles são
órgãos assim que auxiliam o poder executivo né eles são constituídos isso varia de acordo com cada conselho por algumas cadeiras né Né o iab por exemplo é uma instituição super reconhecida nacionalmente tem cadeira Praticamente em todos os conselhos cal em alguns conselhos associações da sociedade civil organizada só que realmente aquilo lá a gente tá a gente não tem muito essa Cultura né E e aí de fato Eu acho que isso distancia também um pouco os profissionais da temática da cidade porque muitas coisas importantes São discutidas nesses conselhos né eles alguns desses conselhos são deliberativos você
pega por exemplo um conselho de saúde ele delibera sobre um orçamento destinado ao município conselhos de habitação vão definir o destino dos recursos e tal e aí eu acho Por exemplo essa é uma questão que não é tratada na na faculdade né tipo assim e Pô isso aí também é um É né faz parte de um papel de ação profissional tá lá porque como o Léo falou quem tem interesse nessas pautas tá lá e tá se mobilizando né o próprio governo também se mobiliza porque é um órgão do executivo mesmo né para que possa trabalhar
em sintonia com a participação popular e a Participação Popular realmente é uma das coisas mais complexas que existem acho que na construção dessa nossa modelagem de governança né bem complexo eu penso um pouco como o Léo tava descrevendo né de que inclusive assim essa questão da participação é uma das milhares partes do que a gente entende como urbanismo engraçado assim por por ser tão complexo tão difícil eu acredito que até uma vocação assim é muito louco eu pensar isso assim mas parece que para você trabalhar nesse tipo de coisa parece você tem que ter vocação
para lidar com as pessoas e ao mesmo tempo entender da cidade assim eu realmente admiro quem trabalha com esses conselhos dificilmente um um urbanista um arquiteto tá lá Chef confiando os conselhos ou gerenciando todo mundo ali é muito difícil assim e eu tenho um pouco de entendimento que o Léo tem assim a gente fala aqui do urbanismo como algo extremamente complexo que daria para fazer uma graduação em pós enfim eu vou entender inclusive uma uma parte bastante específica mas entendo assim que como parte da profissão a gente é realmente muito pouco engajado me coloco nesse
saco também que o Vittor e o leus colocaram né que realmente é uma questão muito complexa a gente tá chegando a conclusão aqui que de certa forma a nossa classe se afastou dessas discussões né vocês acham que tem uma saída para isso vocês acham que isso é um caminho ou não isso tem que ser resolvido na sociedade como um todo assim ou ou a gente mesmo assim quanto uma classe organizar ou desorganizada né O que que vocês pensam sobre isso assim vocês acham que é um ponto a se tocar a se atuar e tal eu
tô perguntando isso porque recentemente a gente fez uns Episódios com a asbia e me surpreendi bastante com a postura que a asbia tem por exemplo os grandes escritórios de São Paulo eles se reúnem definem algumas pautas e via ASB eles levam levam isso pra discussão em conselhos de uso e ocupação do solo tal em São Paulo tal eles TM uma coisa bem atuante que por exemplo aqui na nossa realidade uma cidade média eu vejo isso pouco acontecer que sabe numa cidade pequena que nem tem né esses conselhos e tal mas eu acho que seo é
um caminho aí ou não ou ou isso a gente tem muito ainda pista para percorrer para chegar nesse formato ou será que temos uma vocação enquanto né sociedade brasileira chegar nesses modelos que que vocês acham Eu acho assim a a gente tem como histórico profissional pelo menos assim há mais tempo atrás né talvez não recentemente mas há mais tempo atrás de uma profissão bem engajada né Nas questões urbanas principalmente próprio iab né que já foi mencionado aqui o iab Talvez hoje não tem o peso que já teve algum dia mas ele teve um peso muito
grande e a classe dos Arquitetos tinha também acho que esse peso nas discussões políticas né Principalmente ali no acho que se fica mais exacerbado no período do Jango né Aí vem toda a ditadura aquela questão de ditadura mas nunca sumiu completamente debate aí vem a constituinte Então acho que naquele momento Esse período aí de uns 20 anos mais ou menos Teve uma época que foi uma classe extremamente engajada agora assim os motivos dela ter perdido um pouco desse engajamento se é que isso de fato é uma realidade assim Imagino que talvez tenha a ver mais
com conjuntura mais Ampla assim mesmo do do Brasil e talvez mundo ou ocidente pelo menos sabe uma ascensão aí de ideologias mais individualistas a gente vê né Na Queda mesmo de associações de modo geral de Sindicatos né Eu acho que todos os tipos de associação de modo geral perderam um pouco né da do seu apelo ao longo das últimas décadas aí eu acho que isso deve ter muito a ver com questões ideológicas mesmo sobretudo essa ideologia mais de individual né do neoliberalismo mas não sei se isso explicaria tudo também né talvez eu acho que simplesmente
assim tentar fazer uma análise do cenário e aceitar isso como fato como dado não vai ajudar muito a gente a tentar melhorar as coisas né de fato a gente talvez precisa de ter uma articulação maior o que assim é sem querer polemizar muito assim mas já que foi mencionado também o c o que me espanta um pouco porque eu tinha expectativa de com o c e eu formei bem no momento que surge o c disso mudar radicalmente eu imaginava que assim hoje passado aí 13 anos mais ou menos o surgimento do c a gente teria
um cenário de uma classe mais Coesa né e eu pelo menos não percebi isso muito assim nesses 10 anos aí ou melhor 13 anos né de formado que eu tenho que são 13 anos de cal Eu Na Minha experiência assim profissional em conversas e tudo eu não notei esse engajamento maior Talvez seja como L falou tempo né 13 anos Talvez seja muito pouco de fato não é muita coisa mas eu acho que o conselho né que regulamenta ali tudo que defende os interesses da profissão tem um papel grande nisso né ou deveria ter falando um
pouco dessa ideia do individualismo Eu também acho que é isso cara a gente tá cada vez mais nesse mundo mais individualistas existe uma mobilização coletiva mas para exigir que o mundo seja mais individualista então assim é um negócio meio meio estranho que tá acontecendo Então assim mas eu acho que é muito nesse sentido realmente é lógico assim não é que todos os arquitetos tem que se envolver e se engajar mas assim a gente não vê muita coisa acontecendo para mim tem muito a ver com essa cultura nova cultura baseada no individualismo que tem se sobressaído
muito principalmente nos últimos anos sim o Vittor comentou do c é interessante a gente notar isso né Por mais que a gente fale que o cal tem funções específicas de proteger a profissão todo o arquiteto tinha uma pontinha de vontade que o cal fosse que nem o Nirvana juntasse todas as tribos sabe de fazer com que os arquitetos ali tivessem ali coletivamente para pensar na profissão e melhorar a profissão é muito doido assim Parando para pensar dessa maneira eu também concordo um pouco com o que o vor falou de que talvez a gente esteja esperando
alguém mudar a nossa Perspectiva da profissão de que já é um pouco difícil um pouco não já é difícil eu não sei se o cal e piorou nossa vida nesse sentido Sabe tem a gente sempre reclamar do cal assim pô o cal só sabe cobrar cada vez é mais caro o conselho e tal também não tem uma resposta para isso né como o Vitor falou mas realmente assim é é interessante você pensar na ideia de que a gente tava esperando alguma coisa para que a classe seja mais unida e a gente pudesse fazer alguma coisa
eu também não tenho uma resposta para isso mas essa questão do C me botou isso na cabeça C realmente a gente teve uma esperança mas assim certa vezes a gente conversou não me lembro com quem mas que falou uma frase bem direta né na verdade a função do Conselho é é proteger a sociedade da gente né proteger a população das nossas lenhas então assim tipo assim ó Galera vocês querem se reunir vocês reúnam em outro fórum aí né E aí eu acho que é o iab né que tem esse papel mas de certa forma o
iab aí é uma é uma autocrítica também tava muito atrelada a uma forma de se fazer a profissão que a a gente foi atropelado por essa cidade neoliberal por essa cidade aí de forças distintas de às vezes discrepantes de sentidos opostos que e foram produzindo a cidade é meio que a gente perdeu o passo dessa do profissional que controla a cidade que desenha a cidade né pô os arquitetos desenharam a capital do país tal então tinha qua filme você olha para uma cidade onde você tem aí 70 60% da população vivendo na informalidade reflexo disso
é toda vez que eu vejo uma declaração que o iab faz ou um Statement que o iab faz eu fico Poxa coitado do iab sabe um sentimento de assim de de que infelizmente talvez a gente não consiga a voz que o iab gostaria de ter eu acho isso uma pena não tô falando que eu gosto disso não tô falando isso é ruim sabe não mas essa é uma autocrítica assim a gente precisa se envolver mais né se a gente imagina que isso é um caminho só que é muito difícil de Fato né a gente tem
uma agenda individual que que o século XXI nos empurra né goela abaixo que é difícil né Então poucas pessoas têm essa vocação para conseguir conduzir Eu admiro muito quem tem essa esse enfrentamento e não larga o goso sabe mas ao mesmo tempo eu acho que a gente precisa levar esses tempos aí é na verdade a minha pergunta né vocês não acham que é de fato um momento pra gente levar esse tema pra formação dos profissionais parte da obrigação profissional não é só fazer uma boa arquitetura fazer um bom projeto mas é ser um bom cidadão
também arquiteto urbanista que que vocês acham é tem uma frase do Humberto Eco que eu gosto muito ele fala assim o arquiteto é último humanista né e eu acho legal porque a gente ainda tem essa vocação ou essa assim vontade né de querer resolver as coisas né Eu acho que e e a arquitetura tem um papel nisso é claro acho que toda profissão todo indivíduo tem tem esse papel mas eu acho que é é mais nesse sentido que você falou mesmo Rafa é como cidadão né antes da profissão a gente tá falando muito aqui da
profissão né do de conselho de Instituto mas antes de qualquer coisa seria como cidadão e eu acho que pelo fato da profissão mexer muito né de novo como havia dito antes com questões ligadas à política com a Vida do dia a dia ali com o cotidiano por mais que talvez hoje não tenha mais expressividade que já teve um dia a gente Talvez hoje não de fato desenha as cidades porque as cidades tem um crescimento rápido demais informal demais a gente participa tanto quanto deveria ou quanto gostaria mas em última instância a gente ainda tá relacionado
com isso né mal e mal a gente tá ali nos conselhos né ou a gente tá eh em cargos técnicos na prefeitura contribuindo para essas questões tá nos fóruns de discussão tá na universidade como a gente tá aqui né então a gente tem esse papel essa contribuição e assim eu acho que é quase dever ético mesmo a gente tá né engajado nisso talvez não nem sempre né diretamente engajado participando de um conselho mas estamos assim atentos né essas questões eu acho que é uma uma questão que a gente deveria passar sempre em sala de aula
eu eu vejo dessa maneira assim e não necessariamente numa disciplina específica eu falei no início né ah o urbanismo no primeiro período talvez seria interessante Mas de repente não precisa esperar aparecer uma disciplina que tem a temática da cidade em si para poder tratar de questões né Você tem uma responsabilidade profissional um prédio é né uma forma de intervir sobre você pode estar desenhando ali por exemplo a casa um prédio que a pessoa vai passar a vida dela inteira ou uma boa parte da vida dela dentro ali daquele lugar né então no sentido ético na
nossa profissão é eu diria que é inevitável assim né na verdade a arquitetura ela tem Impacto mais no urbano do que na própria Se você for falar em quantidade de pessoas né tem sei lá 10 pessoas que moram no prédio mas tem 50.000 que passam por ele todo dia então assim ele impacta inclusive mais fora do que dentro Claro que sim guardadas as devidas proporções mas aí essa pergunta do trazer suas discussões paraa arquitetura eu não sei is não é muito tarde porque assim eu para mim essas coisas elas precisariam vir um pouco da a
formação das pessoas mesmo lá antes de chegar num curso de um curso superior assim a pessoa já tem um pouco disso que ele venha sendo construído H algum tempo mas a gente tem uma formação que tá vindo lá de trás que ela tá cada vez mais empreendedora e menos crítica né cada vez mais vamos resolver problemas matemáticos e não vamos pensar muito no que tá acontecendo Então quando chega num curso de arquitetura que você pensa e ó vamos pensar a cidade vamos ter uma postura para poder resolver isso coletivamente vamos entender como é que isso
funciona e tal não sei se já passou o tempo mas assim ao mesmo tempo antes tarde do que nunca né então em algum momento a gente tem que fazer isso por mais que eu acho que talvez seja um pouco tarde a gente precisa assumir isso de alguma forma e muito nessa questão de trazer essas discussões pra aula discutir tudo que tá sendo feito ali não passar simplesmente uma solução lógica e matemática que vai ser feita ali replicada de alguma forma a gente precisa entender muito do que tá sendo feito assim arquitetos já fizeram muita bobagem
ao longo da história também então assim já teve coisas que a gente precisa a gente mesmo reconhece isso né então a gente sabe E talvez isso até faz com que a gente tenha um pouco de de autocrítica demais né de falar pô Será que a gente sabe tanto assim e isso é uma coisa que tem que ser discutida também então eu acredito que isso precisa vir de Anes eu precisa vir lá do ensino médico do ensino básico e tal da família na verdade Desde do início mas antes tarde do que nunca se ninguém fizer a
gente tem que fazer é talvez falte certo otimismo né pra nossa profissão que a gente sempre acreditar que assim como o vetor falou né como a cidade é um problema nunca vai ser resolvido né vai sempre piorar fica um certo pessimismo assim na hora de passar o um pouco da experiência que a gente tem e também de fazer com que a aluna enxergue as coisas a gente falou da de organizações sociedade civil acho que só faltou falar de casos específicos né arquitetos né E tem bons exemplos acho que se insere Nesse contexto também do que
a gente tá falando se a gente pega exemplos de transformações importantes né casos boas práticas assim mostra o potencial né para ficar por exemplo aí no famoso recente urbanismo social da Colômbia né você pegar e mostrar Claro que não foi só uma questão arquitetônica urbanística foi muito além mas né no cerne ali daquelas intervenções que eles fizeram ali principalmente Bogotá e medelim tem muito de arquitetura e urbanismo né ou se pegar no Brasil ja Lerner né que muita gente fala que ele é mais famoso no estot que no Brasil ele foi prefeito de Curitiba foi
governador do Estado tem um Conde lá no Rio de Janeiro foi Prefeito também todosos arquitetos que conseguiram esse Capital político pelas propostas que eles fizeram pro espaço urbano Então acho que trazer esses bons exemplos lembrar de como que projetos bem pensados um planejamento bem estruturado né centrado também na figuraa do profissional arquiteto mas não só mas ele ali contribuindo com seu papel acho que a gente pode mostrar também essa importância da profissão para essas questões mais amplas [Música] assim pra gente pensar pro Futuro queria saber como é que vocês imagina a profissão de arquiteto urbanista
daqui a alguns anos e como é que essas coisas que a gente tá vendo acontecer o Leo por exemplo com a referência do gerre referenciamento e com a inteligência artificial aparecendo como é que vocês pensam que E aí falando não só de tecnologia mas de como é que daqui pra frente as coisas podem melhorar assim falando saindo do pouco do pessimismo do do achar a cidade que não vai ser resolvida mas de como a gente pode fazer com que em termos de pensamento sobre cidade né a gente possa ter exemplos positivos de como essas coisas
podem ser inseridas para não só o ensino mas também o o dia a dia da nossa profissão seja melhor eu sou entusiasta dessa parte tecnológica então assim assumi o SketchUp lá no primeiro segundo período Então já foi brigando inclusive com algumas exigências da época então era era uma coisa muito sempre Aproveitei muito disso e sempre acreditei que ferramentas são ferramentas então assim não é aquilo tá resolvendo nada até lembrei agora também de uma coisa que eu mostro nas aulas que é o meu projeto do segundo e do terceiro período do segundo período eu fiz ele
com massinha de modelar Então ele era uma coisa totalmente Gary assim então uma coisa meio disforme com paredes que eram eram todas Curvas e não sei o que lá logo depois eu mostro o meu projeto do terceiro período que é uma casa eram caixotes assim não sei o qu Então você vai ver por qu porque eu comecei a usar o sketch então assim realmente eu entendo que a ferramenta ela tem uma interferência total no processo a gente vê isso até ao longo da história mesmo mas assim é uma ferramenta cara a gente precisa entender que
ela existe entender por exemplo eu uso Inteligência Artificial o tempo inteiro sempre que possível falei conversando Antes aqui um pouquinho até falei daquela história que eu testei algumas coisas na ferramenta na Inteligência Artificial hoje cedo e as respostas foram muito próximas do que eu mesmo estava dando então assim Acho que a gente precisa assumir que ela existe precisa assumir que Essas tecnologias todas elas não vão voltar para trás não vão deixar de existir porque eu escolhi não usar mas ao mesmo tempo a gente tem que resgatar aquele pensamento crítico todo de novo de pensar Olha
isso aqui vai ser usado para quê será que a gente vai jogar ali e resolver os nossos deixar que eles resolvam os nossos problemas ou a gente vai adotar essa ferramenta fazer o que tem que fazer ver como é que ele tá funcionando automatizar esses processos mais braç essa coisa mais lógica que a gente tem que fazer sei lá tem que contar quantos postes tem na cidade tem mas assim será que precisa ser a gente será que não pode ser uma inteligência dessa ao mesmo tempo sobrar tempo PR gente fazer outras coisas então assim ela
é uma ferramenta que ela precisa aprender a ser usada precisa ser criticada também e precisa ser produzida de uma forma que seja inclusiva então assim não adianta a gente achar que qualquer ferramenta digital vai salvar o mundo porque todo mundo vai poder usar que não sei o que que não vai então assim a gente tem que ter uma postura precisamos usar uma solução muito boa muito interessante muito capaz mas também tem que ter uma relação crítica com ela a gente precisa entender melhor como é que é qual o papel dela o que que ela vai
substituir o que que não pra gente poder conseguir funcionar não vai voltar atrás isso não tem jeito a gente sabe disso E aí a gente precisa lidar com isso também eu tenho uma hipótese não é que não é só minha Acho que são de vários autores que que acho que esse distanciamento que a gente vem discutindo que a gente falou até mais da formação Mas a gente acou não falando dos profissionais né os arquitetos já formados que estão aí a 10 15 anos trabal projetando mandando seus projetos para aprovação que eles também possuem um distanciamento
da cidade mas eu acho que esse distanciamento se dá também por um distanciamento do dado quantitativo porque é é muito fácil você fazer uma crítica que aumentar o coeficiente em 10% vai ser acabar com o mundo não existe dado nem para quem critica e não existe dado nem para quem propõe a alteração né então eu acho que parte de como eu acho que a nossa classe ficou meio que des escanteio nessa discussão da cidade quanto os engenheiros e outros Campos foram nas informações e nos dados precisos a gente ficou ainda muito numa análise subjetiva ainda
muito uma ideia de criar uma imagem de uma cidade que tá muito mais a nossa cabeça do que de fato lá no chão de terra né aí um pouquinho dessa questão aí das Ferramentas eu acho que a gente tem ferramentas emergentes hoje aí que possibilitam que nós enquanto profissionais desse Campo possamos nos aproximar desses dados o Léo deu a informação ah quantos postes tem na cidade Ah isso é relevante não sei mas você tem que ter essa informação quantos postes a tem naid em algum momento essa informação vai ser relevante Por exemplo quando você for
fazer um cálculo de quanto custa para botar esses postes para baixo e e botar essa fiação para debaixo da terra né então seim tem muitas coisas que precisam ser discutidas na cidade que são discutidas muito assim no achismo sem o dado Vito que que você acha disso aí você concorda com essa hipótese aí que parte da nossa distanciamento se dá pelo distanciamento que nós temos da realidade numérica da cidade assim concordo plenamente raf inclusive é algo que eu penso muito Sim e eu acho que tem muito a ver exatamente com isso que a gente estava
falando né da talvez a gente ter perdido um pouco espaço nas discussões sobre o urbano né assim eu não consigo deixar de evitar ainda mais como eu gosto de estudar a história eu não consigo deixar de evitar de pensar nos engenheiros do século XIX a relação com Le Corbusier tinha de admiração com eles né eles foram lá e dominar a tecnologia e a arquitetura ainda tava presa na cultura própria eu acho que essa é uma característica da arquitetura ela se fecha muito na sua cultura principalmente em momentos de crise sabe talvez a gente esteja vivendo
mais um desses né Eu não gosto da palavra crise mas não não tem uma outra melhor pegando o gancho do que o Léo falou eu acho que a gente perfeitamente não pode endeusar os dados né como o Leo falou não pode endeusar as ferramentas Ainda mais quando uma coisa nova surge a gente tende a Talvez né achar aquilo que é maravilhoso a ia tá aí agora para isso né a gente demorou a perceber que tem muitos problemas ali porque ela surgiu todo mundo ficou muito empolgado no primeiro momento depois eu acho que seria o mais
certo abaixar um pouco a bola né e e não ind usar tanto mas também não ir pro lado oposto né de só criticar tem gente que faz isso com os dados né fala ah dado não quer dizer nada né então é melhor nem ter eu não acho que é por aí eu acho que a gente tem que lidar com os dados que eles são objetivos ainda que ele possam ser usados como havia dito lá no início né para defender uma posição a ou Z Dependendo da forma como a gente coloca eles e como Analisa eles
mas eles são um fato a gente tem que lidar com eles né e juntando isso eu colocaria a questão da autocrítica mesmo né que o le corbus fez lá na época né de criticar a própria área e ver no uma outra área que tava conseguindo desenvolvimentos claramente melhores né então se a gente consegue juntar essa parte mais tecnológica né do no georreferenciamento o uso da ia e todas as ferramentas que a gente tiver à disposição hoje já tem discussões de Urbanismo paramétrico por exemplo Fernando aqui em j de fora né que pesquisa isso na Holanda
né pelo que eu sei tem pesquisas interessantes disso também mas enfim a gente juntar isso com a visão que a gente tem talvez mais tradicional buscando um equilíbrio e um caminho do Meio talvez eu acho que a gente consegue promover essas mudanças e na verdade acho que elas estão acontecendo talvez de forma lenta né talvez não tão perceptíveis assim e pelo menos não numa perspectiva mais curta talvez a gente precise de uma perspectiva mais alongada eu acho que elas estão correndo mas acho que a gente precisa est o tempo todo atento a isso sabe Principalmente
autocrítica eu tento pegar muito nesse ponto sabe eu acho que a gente tem assim muito ainda para olhar pra nossa própria profissão pra nossa própria cultura principalmente profissional na forma como a gente enxerga a arquitetura na forma como a gente enxerga energa a cidade e tentar ir atualizando ela e talvez ser mais flexível alguns momentos não se fechar tanto né Eu acho que a gente só teria ganhar e com essa perspectiva não não achei muito bom essa sua reflexão sobre em momentos de crise a gente se fecha né E fica totalmente olhando para eu acho
que é é esse é um ponto assim que o nosso campo tem que se aproximar dessa tem que sair dessa zona de conforto né dos dogmas dos postulados e tal arquitetônicos e do bem-estar da física formal da cidade para tipo discussões mais duras assim mais ríspidas mesmo assim tipo eu deu o exemplo do o Léo falou do poste mas a gente questionar Ah o coeficiente de aproveitamento é 1.8 Por quê Tá relacionado com a dimensão da rede de drenagem tá de relacionado com a qualidade da pavimentação tá relacionado por exemplo a uma ambiência Urbana Que
essa sombra vai causar em determinada é assim são coisas que hoje os dados nos permitem parametrizar eu tô falando isso com entusiasmo porque o Leo é é alguém que consegue materializar essas discussões e que a gente não sabe como fazer porque a gente ficou numa discussão ainda muito fechada né das nossas crenças né então achei interessante essa sua colocação que acho que ela ilustra bem assim esse momento de crise assim e se a gente for pensar também por uma questão que é do papel da tecnologia né a gente tá falando uma ação direta da tecnologia
sobre vou colocar de novo a palavra objeto sobre cidade mas a gente tem uma atuação indireta a gente vive hoje em redes sociais então ao mesmo tempo que as redes sociais são essa coisa horrorosa que às vezes a gente vê a vida de todo mundo que é tudo muito perfeito ela possibilita também rearranjos sociais também de pessoas se encontrarem que tem um objetivo comum e podem pleitear alguma coisa então nesse sentido a tecnologia tem uma ação indireta nesse sentido também então enquanto a gente se organizava de uma maneira hoje a gente se organiza de outra
maneira e a gente pode tentar colher frutos desse arranjo então a tecnologia ela pode ajudar de forma indireta também né de forma positiva né como a gente por exemplo direto aqui né Rafa a gente dá dicas aqui por exemplo de perfis de Instagram onde eventualmente você aprende uma coisa você vê alguma coisa interessante você acaba conhecendo ou tendo contato com uma pessoa que estuda determinada coisa que você tá interessado né Então até para para em termos organizacionais assim de quem tá interessado em fazer alguma coisa pela cidade também há essa possibilidade né quem procura consegue
né Agora o negócio é ensinar a procurar que a gente tá fazendo né ensinar a fazer a busca enfim essas coisas que a gente tem com as novas gerações que é muito diferente mas também tem que fazer essa coisa de fazer com que as pessoas se atentem pros problemas né que as coisas estão muito individuais mas assim como eu disse a tecnologia ela propicia também essa ação indireta de você tá com as pessoas que têm o mesmo objetivo nesse sentido as organizações no governamentais né e as Ações que permitem que as pessoas que T interesse
comum se encontrar e lutar por aquilo também é positiva nesse sentido [Música] bom pessoal então pra gente partir pros nossos finalmente a gente vai pra nossa rodada de dicas vou chamar nossos convidados primeiro Vitor você que tá estreando aqui no arcast tá com a sua dica aí tô cara a minha dica que eu acho que toca um bocado algumas coisas que a gente falou aqui é um texto que não é novo assim ele é um texto já antigo ele é de 91 né Tem tem 33 anos na verdade ele é uma transcrição de uma conferência
que foi dado em 91 por um pesquisador francês chamado chistian topalov ele falou no encontro da ampur lá em Salvador em 91 foi traduzido E aí foi publicado com o título O saberes sobre a cidade é um texto que vale a pena ler apesar de ter 33 anos ele é extremamente atual e faz muito dessa autocrítica aqui que a gente tava falando anteriormente muito bom Léo tá com essa dica aí aproveitando esse período histórico ali que o Vitor falou ia até falar de uma outra coisa também mas eu me lembrei agora de um livro que
é metrópoles insustentáveis do Neira Alva que tem assim é uma coleta de textos que falam muito da cidade desses problemas podem existir fala de participação fala de dessa relação entre planejamento Urbano interesses políticos interesses econômicos como é que eles vão ser tratados tem uma outra coisa que era minha dica Inicial que é uma história em quadrinhos na verdade que é do Will weisner que chama Nova York acho que o pessoal deve conhecer porque eu lembrei muito dela hoje na hora que tava pensando exatamente nessas dicas Exatamente porque não é que a cidade de Nova York
seja o personagem principal não é meio que como as pessoas veem a cidade então é uma coisa legal tem um pouco a ver com isso com essa participação de entender como é que as coisas funcionam ali eu acho um livro bem bem legal de se ter e de se ver e de se ler de vez em quando porque cada vez se é um pouquinho diferente tem um tempinho que eu não leio também mas eu lembrei muito dele hoje pensando nisso e claro como todas as vezes que eu participo aqui eu falo de uma banda específica
das outras vezes eu falei de uma outra mas agora eu quero lembrar do Idols que faz umas críticas meio que sociais assim uma banda bem conhecida hoje em dia mas eu acho que vale a pena quem não conhece ouvir um um pouquinho também que é muito legal crítica social como diz o pessoal do CH de Cultura bom Rafa sua dica cara eu tava sem dica para hoje mas depois da fala do Vitinha eu lembrei de um livro que eu tinha que até tô procurando ele eu emprestei para alguém e e não sei com quem ficou
mas eu descobri que ele tá disponível em PDF na rede aí do Paulo Coelho né não sei se vocês conhecem o livro do Gary Stevens que é o círculo privilegiado fundamentos sociais a distinção arquitetônica ele pega e faz um estudo baseado em Pierre bodier sobre essa formação do campo intelectual da arquitetura então assim é muito interessante assim eu quando li alguns trechos em tempos atrás eu demorei a compreender algumas das discussões e eu tô doido para ler de novo porque eu tenho certeza que hoje eu vou ter uma percepção mais aprofundada disso né mas assim
fala muito sobre essa questão de como que as localidades né o vitin chegou a tocar isso né como tempo e lugar define também às vezes como um determinado Campo se organiza tem também como que esses profissionais dispõe a realidade na sua mente para poder operar na sociedade né que é a ideia de hábitos né que ele traz então esse livro fica a dica e a dica para mim também que eu preciso ler ele de novo né o ciclo privilegiado do Gary Stevens muito bom minha dica vai ser mais simplesinha eu vou partir para uma dica
digital de um perfil que por um acaso eu repostei um vídeo hoje desse perfil chama Street Craft basicamente ele fala de soluções de transporte e de como você pode pensar por exemplo uma rua de maneira diferente para privilegiar os pedestres teve um vídeo que eu postei hoje sobre estacionamento de como muitas vezes a gente acha que tá parando um lugar longe mas mas não é a verdade muitas vezes bom vou deixar então o perfil Street Craft no Instagram sigam lá e se deliciem com os vídeos bom pessoal a gente vai Encerrando por aqui não sem
antes agradecer aos convidados Vitor Obrigado pela sua presença aqui últim mais vezes para participar com a gente muito bom essa participação Ô Eu que agradeço Adilson foi muito bom est aí com você com o Rafa com Léo papo show de bola Léo Obrigado pela sua participação também volte mais vezes você tá sempre por aqui então a gente vai se chamar sempre mais vezes com certeza obrigado pelo convite Sempre que precisar só chamar que a gente vem aí Rafa Episódio importante aí sobre urbanismo nosso calcanhar de Aquiles né isso não sem dúvida um episódio bacana e
assim um episódio que deu pra gente colocar para fora algumas das angústias e muito bom obrigado pela presença pelo tempo de vocês e já fica aqui um convite pra gente falar sobre aquele outro assunto que envolve ensino também E aí olhando aqui pesquisando a minha dica caí num trecho do livro que um dos títulos do capítulo é assim o ensino de arquitetura estará sempre em crise então só pra gente ficar tranquilo assim como a cidade exatamente muito bom bom a gente fica por aqui a gente volta daqui a 15 dias com mais Episódio para vocês
e até mais e [Música]