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[Música] um homem de 22 anos foi preso em flagrante por armazenar e vender imagens de abuso infantil a investigação indica que o suspeito usava aplicativos de jogos e redes sociais para compartilhar arquivos P um Car nem sei o que que eu faço no aparelho foram encontradas centenas de imagens algumas produzidas pelas próprias vítimas F as investigações indicam que o homem também vendia o material e participava de grupos de C que que você tá fazendo aí a hora que você nem ligou esse chuveiro hein eu tô conversando com um amigo mãe já vou que tanto amigo

é esse que você fala eu conheci aqui entra logo nesse banho vem me ajudar vem por [Música] favor denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet cresceram 84% neste ano a gente nunca acha que é na nossa casa saber dói mas [Música] liberta fil que amigo é esse que você tá falando proteja seus filhos proteja todas as crianças informe-se sobre essa [Música] violência para abr encro recebemos no palco da unibs cultural a Presidente do Instituto liberta Luciana [Aplausos] temer Boa tarde a todas e todos que estão aqui presencialmente a quem tá assistindo a gente

no YouTube Essa é a vantagem da internet né Tem uma gente aqui e pode ter gente do Brasil inteiro de Fora assistindo esse seminário isso é louvável dessa Rede Bom eu sou a Luciana temer presido o Instituto liberta primeiro eu queria me descrever Eu sou uma mulher eh branca de 55 anos eh 1,55 M tô usando uma calça azul e uma blusa preta cabelos curtos castanhos e eu tenho a felicidade e a enorme responsabilidade de conduzir os trabalhos do Instituto liberta um instituto de conscientização e comunicação sobre o enorme problema que é a violência sexual

contra crianças e adolescentes no país bom esse trabalho só existe porque existe um sujeito incrível a quem eu tenho que reverenciar que é o El Horn que patrocina esse Instituto e que é o idealizador deste Instituto Então eu queria aqui agradecer em público o elorn pelo trabalho que nós fazemos há 8 anos e há 8 anos a gente vem conseguindo coisas muito incríveis com parcerias muito legais queria dizer que todo o trabalho do Liberta na que eu tenho o prazer de conduzir ele não é feito sozinho então eu queria fazer aqui um agradecimento pra minha

equipe que é tão tão maravilhosa que é a Cris a Renata a Jules aí o Helen e a Tamires que não tem dia nem noite gente a gente se fala a gente tem grupo de WhatsApp de novo a rede a gente tem o grupo de WhatsApp e a gente se fala o tempo inteiro não é é muito muito bom porque tá todo mundo comprometido e trabalha lógico recebendo Mas pela causa muito bem ah queria agradecer também a nibs que sempre nos recebe aqui nesse teatro tão gostoso e bonito e a parceria da Folha de São

Paulo que desde que o liberta foi criado tem sido um um parceiro assim de valor inestimável e todo ano a gente faz com a folha de São Paulo um seminário Montamos junto com a equipe da folha Susana Singer não é toda equipe e como é que Esse seminário vai funcionar e o que que ele vai com que que ele vai trabalhar então eu queria fazer Ah não antes de falar da retrospectiva do seminário eu preciso explicar como é que vai funcionar este aqui daí eu conto depois como é que a gente fez nos outros este

seminário aqui vai funcionar de uma maneira meio diferente acho que tem pessoas aqui que já vieram a outros seminários vai funcionar da da seguinte forma cada convidado nosso vai subir aqui por 15 minutos e vai mandar sua mensagem não é uma mensagem eh importante para entender sobre violência sexual eh pela internet Então esta é a dinâmica do seminário vai ser dividido em Três blocos antes de cada bloco vocês vão ser provocados a responder uma pergunta pelo mente.com eu queria pedir para projetar aqui o care code o Car code do do para acessar o site doti.com

tá também nesse papelzinho de credenciamento de vocês então eu vou pedir para vocês pegarem os celulares por favor peguem os celulares acessem aqui o mente.com deve aparecer um código para vocês inserirem o código e a primeira pergunta deve aparecer deu certo não socorro sim ufa tá dando mais certo que que errado conforme vocês acessarem esta primeira pergunta eu vou pedir para vocês responderem e a resposta de vocês vai aparecer aqui na tela uma criança já compartilhou com você que sofreu algum tipo de violência na internet essas perguntas que vão aparecer antes de cada bloco são

pergunt pra nossa reflexão são provocações para vocês pensarem responderem e a gente poder entender um pouco como é que cada um tá vivendo essa história ou o que pensa sobre essa história rapidamente aqui essa é só uma demonstração 81 pessoas disseram que nunca receberam nenhuma notícia e 34 que sim isto significa duas coisas ou vocês são pessoas muito sortudas que nunca receberam não é nenhuma notícia de violência de nenhuma ordem pela internet eh ou eh crianças e adolescentes que não tiveram coragem de compartilhar essas violências ou até de perceber violências que que estavam vivendo a

gente Esse seminário escolheu esta temática violência sexual pela internet contra crianças e adolescentes no nosso histórico de seminários eu vou contar rapidamente para vocês no primeiro seminário a gente tratou sobre a importância de um grande pacto nacional para enfrentamento desta violência que é muito complexa e que não pode ser resolvido por ninguém sozinho nem nenhuma política sozinha então sociedade civil organizada governo e empresas deviam participar da construção e do enfrentamento da construção das soluções e do enfrentamento desse problema o segundo sem a gente tratou sobre a questão do machismo como é que um país machista

como o nosso impacta na questão da violência sexual infantil o terceiro seminário a gente trouxe a uma socióloga britânica radicada nos Estados Unidos que há muitos anos estuda o impacto da pornografia na sociedade depois da era da internet e trata a questão da pornografia como um problema de saúde pública nós foi foi um seminrio ional e nós esse ano ajudamos apoiamos a tradução do livro da geodes chamado pornoland que a gente traduziu né pornolândia Eh foi publicado pela Editora Kaki é um livro duríssimo mas muito importante para entender como é que esta indústria da pornografia

se conecta com as violências contra mulheres e contra crianças e adolescentes o nosso quarto seminário foi o lançamento do documentário um crime entre nós um documentário incrível que foi construído pelo Instituto Alana o Pedro harum tá aqui vai participar do seminário também pelo Instituto Alana Instituto liberta produzido pelo Maria Farinha filmes e dirigido pela nossa maravilhosa cineasta Adriane Anes que também é responsável por este filme do Liberta que vocês acabaram de assistir o crime entre nós durante muito tempo ficou na Globo Play e a gente conseguiu libertar o filme e agora ele está livre no

YouTube então Recomendo a todos que assistam é um documentário de uma hora muito sensível muito duro mas muito bonito e importante o nosso quinto seminário a gente eh teve figuras como a de Jamila Ribeiro a véia conelli tratando das conexões entre racismo saúde mental eh machismo conectados à violência sexual e também tem o Dr Olímpio que veio nos contar todos os entraves que uma menina de 10 11 12 anos eh tem que superar para ter direito ao aborto legal não é uma questão muito importante para ser discutida no país dor Olimpo veio com toda a

sua experiência contar os dramas que vivem essas meninas e os médicos que querem ajudar essas meninas alguns nãoé então Eh Este foi o qu seminário o sexto seminário do ano passado eh abordou uma temática que é Por que que os profissionais não são capacitados e formados para enfrentar a violência sexual infantil então nós tivemos aqui pessoas da área médica da pedagogia e do sistema de Justiça do direito né porque médicos fazem faculdade se formam e depois na sua atuação não conseguem entender Quando surge uma violência sexual não consegue identificar uma violência sexual infantil porque não

aprenderam tá aqui a Dra Mariana Ferreira também que é perita criminal E que nos ensina muito sobre essas dificuldades você tem um pedagogo que atua na escola lugar onde essas violências aparecem né É Ceara própria para um adulto entender que uma criança tá sendo vítima de violência ou a criança pode encontrar um adulto de confiança para pedir socorro e os cursos de pedagogia não form profissionais para enfrentar esta questão e o direito então nem se fale e você tem aí gente delegado advogado juiz promotor não é que não tem a menor noção do que é

uma violência sexual infantil que nunca viu isso no curso de direito na vida E aí a verdade é que a gente trouxe para essa discussão além desse vácuo na formação desses profissionais uma situação dramática que foi o o Jean pai daquela menina que faleceu verdade foi morta né Por violências com do anos e pouco no Mato Grosso do Sul e não é que ele foi pego de surpresa ele recorreu várias vezes ao sistema de justiça ele recorreu várias vezes a Sistema de Saúde oo Conselho Tutelar e ninguém pode salvar essa menina né E aí esta

é a consequência deste não falar sobre este assunto então essas foram as temáticas dos seminários anteriores e a gente escolheu falar sobre violência sexual virtual neste aqui vou explicar rapidamente porqu há 3 anos eu tenho eh a honra de escrever uma análise sobre os dados de violência sexual infantil convidada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública para escrever um artigo no anuário brasileiro de segurança pública e a gente tem visto ano a ano crescerem as violências como estupor de vulnerável como exploração sexual infantil e e também de violência virtual mas vou deixar a violência virtual de

lado agora para falar desses dois estúpido vulnerável e exploração sexual são violências velhas entre aspas sempre tiveram aqui por isso chamam um crime entre nós sempre teve aqui sempre teve entre nós então quando eu vejo o aumento dos dados de notificação para mim que são uma pessoa otimista acho que é uma boa notícia porque eu acho que esta violência saindo debaixo do tapete nós sabemos que cerca de 10% essas violências historicamente são notificadas inclusive por uma pesquisa feita pelo Datafolha com liberta em 2022 então quando a gente vê essas Esse aumento a gente fala poxa

só 10% era notificado então é natural que se aumente e aumentar importante pro enfrentamento tirar esta violência debaixo do tapete é fundamental para enfrentá-la mas quando você olha pro aumento da violência virtual Aí eu já não posso fazer essa afirmação porque este é um crime novo é um crime que usa de tecnologia nova então o crescimento provavelmente seja de fato um crescimento de casos é uma leitura uma leitura com base em dados e informações que nós temos o fato é que nós não conseguimos ainda enfrentar para valer as violências velhas sexuais contra crianças e adolescentes

que historicamente sempre estiveram entre nós né e a gente tá tendo que enfrentar uma violência nova Então vamos correr a gente demorou muito para falar dessas antigas vamos correr para falar dessa nova e se a gente consegue Puxar esse freio a gente acredita que informação para adultos e para crianças e adolescentes é fundamental paraa prevenção dessas violências e também paraa repressão por isso nosso convite para vocês nessa tarde é vem com a gente entender as especificidades desta violência a gente acredita que violências novas velhas sexuais Elas têm raízes comuns não é tem origens comuns raízes

comuns que tê que ser enfrentadas conjuntamente mas elas têm especificidades entender as especificidades do estupro de vulnerável não é que é uma violência intrafamiliar da exploração sexual que é super permitida no Brasil e eh da violência virtual é importante porque assim a gente tem instrumentos e elementos para enfrentá-la nosso convite é esse Eu espero que vocês aproveitam aproveitem e saiam dessa tarde fortalecidos nessa luta Muito obrigado obada [Música] [Música] ye he [Música] ye [Música] [Música] [Música] [Música] no nosso primeiro bloco de conferência vamos discutir uma pergunta que pais cuidadores e profissionais da educação se fazem

as crianças podem estar na internet com a palavra Pedro UnG diretor da fundação [Música] Alana boa tarde a todas e todos vou me autodescrever em primeiro lugar nome Pedro eu sou um homem branco com barab escuros tô vestindo uma camisa branca com um blazer xadrez escuro calça jeans e tênis eu para começar essa conversa com vocês hoje gostaria que vocês imaginassem nos dias de hoje uma criança usando a internet que imagem vem à cabeça de vocês normalmente é uma imagem o que muita gente vê é essa imagem da criança brincando se divertindo com entretenimento dancinhas

não vou fazer isso pode deixar não tenho essa habilidade nesse corpo nessa vida não vim com essa habilidade e um lugar um parque de diversões digitais não é verdade mas por trás dessa fachada Alegre amigável dessa quase solução mágica para muitas famílias né de deixar a criança quieta corpo imóvel em silêncio nesse dia tão tribulado já das famílias existe uma realidade que quase ninguém percebe e muito perigosa a internet para muitas crianças tornou-se um verdadeiro Campo Minado um campo minado construído de forma proposital para explorar comercialmente quem passar por ele e as Crianças são vistas

como peças fundamentais nesse modelo de negócio 1/3 das usuárias de internet no mundo são crianças de 0 a 18 anos não sei se vocês sabiam disso ou seja elas fazem parte significativa dos usuários da internet no Brasil e 93% das crianças e adolescentes né de 9 a 17 anos segundo a última tick Kids Brasil que lançada agora em outubro usam a internet ou melhor usam aplicativos supostamente gratuitos das maiores empresas do mundo estamos falando de uma Indústria multibilionária que capitaliza sobre a vulnerabilidade e a curiosidade desses jovens usuários nesse mundo digital o que parece de

graça pode ter um preço alto demais esse campo minado de perigos conteúdo inapropriado violência pornografia discurso de ódio cassinos e jogos de apostas online contato indesejado que possibilitam violência sexual como Aé exploração aliciamento e ameaças conduta prejudicial como Cyber bullying trollagem comunidades que promovem comportamentos nocivos e exploração comercial coleta de dados sem consentimento violação de privacidade cidade infantil e exploração do trabalho infantil artístico os influencers que a gente vê hoje em dia Mirins estão trabalhando ainda que artisticamente Possivelmente autorizado por por lei Mas estão trabalhando e agora de forma massiva nas plataformas digitais que se

beneficiam da presença de crianças e deste trabalho infantil se é de graça é porque nós somos os produtos e as Crianças as mais e as mais fáceis de convencer e atrair e manipular pois ainda estão numa fase peculiar do desenvolvimento humano é mais fácil atrair a atenção de crianças e adolescentes Porque a gente já sabe e é bom repetir que crianças não são mini adultos crianças e adolescentes a gente esquece de falar de adolescente não é verdade mas adolescente também não é mini adulto não sei se vocês sabem de 14 a 20 anos o neocórtex

préfrontal que é essa parte do cérebro aqui na frente tá ainda em desenvolvimento e ele não tem as funções executivas para refrear por exemplo impulsos para seguir uma pressão social de colegas né ou de usuários de internet indicando alguma coisa então esse modelo de negócio é baseado Justamente na exploração da vulnerabilidade desses indivíduos vulnerabilidades biopsíquicas cognitivas e emocionais por meio de um design viciante que gera maior uso e atenção que possibilita maior coleta de dados que por sua vez são utilizados para fazer publicidade e gerar o lucro desses aplicativos gratuitos minha avó já dizia não

existe almoço grátis Como pode as maiores empresas do mundo com aplicativos gratuitos é esse o modelo de negócio de exploração comercial segundo a recente tick Kids do Brasil no mínimo 13 das Crianças relataram terem passado por situações e perigos como as que eu descrevi desse Campo Minado o relatório avaliação da ameaça global de exploração e abuso sexual de 2023 destaca um crescimento alarmante na violência sexual online contra crianças e adolescentes em 2022 Como já foi dito no mundo foram processadas mais de 32 milhões de denúncias de materiais de abuso sexual infantil marcando o aumento de

87 % desde 2019 além disso a prática de extorsão sexual financeira onde criminosos chantageiam crianças por meio de imagens íntimas amentou 7.2% vou repetir 7.2% em um ano de 2021 para 2022 e as Crianças menores são as mais vulneráveis de 7 a 10 anos com aumento de 360 na produção de imagens de conteúdo se sexual aerado nessa faixa etária desde 2020 segundo a internet watch foundation esses números traduzem experiências de crianças que vão levar esses danos emocionais e psicológicos para toda a vida e o impacto social inclusive econômico é muito Severo e não crianças e

adolescentes não são nativos digitais tem esse mito não tem que a gente já ouviu crianças e adolescentes já nascem sabendo usar a internet os famosos nativos digitais Mas isso não é verdade elas não usam eh a internet melhor do que os adultos podem talvez manusear artefatos tecnologias Gadgets melhor que nós agora compreender as relações complexas no mundo digital compreender a falta de Transparência dos algoritmos compreender toda essa relação complexa que se dá no mundo eh digital exige amadurecimento desenvolvimento e crianças e adolescentes estão numa fase desenvolvimento progressivo das suas capacidades segundo a mesma chck Kids

eh Brasil Metade dos adolescentes que usam a internet de 11 a 17 anos sequer compreende o funcionamento dos algoritmos ou eh da publicidade nos sites de busca e no feeds de redes sociais e vem uma pergunta que eu acho importante a gente se fazer De quem é a culpa disso tudo que a gente tá vivendo desses dados desse Campo Minado que a gente tá observando e vivenciando nas redes sociais diante desse cenário alarmante de verdadeira epidemia de violência e falta de proteção perguntar de quem a culpa é muito positivo porque faz a gente olhar para

si mesmo e também pro ecosistema e alguns certamente dirão é claro que a culpa é dos Pais da família não é verdade na verdade sempre é culpa da mãe né Caiu a criança Cadê a mãe dessa criança sempre a culpa da mulher mãe porque a gente vive no país que fala o quê Quem pariu Mateus que o embalan ou embal essa é a resposta que a gente sabe dar ou pior a culpa é da onde da escola que não ensina que não protege que deixa celular que não sei qu a culpa da professora e nesse

que quem Pari o Mateus que o embal a gente esquece de olhar para um outro contexto importante que é a responsabilid responsabilidade das empresas nós não podemos aceitar essa resposta fácil de colocar culpa e a responsabilidade exclusiva nas famílias sim elas são importantes mas as empresas tem um poder muito grande e por isso tem muita responsabilidade é injusto e simplista colocar a responsabilidade em cima das famílias dos pais das Mães cuidadoras professoras embora não tenha esse papel crucial especialmente de educação pro uso crítico da mídia e da autoproteção sexual elas não são as principais responsáveis

as empresas TM a responsabilidade e são elas as bigtechs que deveriam assumir o seu dever de cuidado essas empresas possuem recursos gigantescos e criaram o que a gente chama de economia da atenção capturando o nosso tempo e a nossa atenção em troca de dados é uma troca injusta e desigual onde a moeda é a vulnerabilidade das Crianças plataformas supostamente gratuitas ganham bilhões ao direcionar publicidade pros nossos filhos e filhas e rastrear cada movimento que fazem a internet gente deixou de ser aquela ideia maravilhosa de quem fundou a internet da rede de computadores uma praça pública

para troca de ideias e conexão entre o mundo e sabe o que ela virou um verdadeiro Shopping Center é um ambiente intencionalmente desenhado para manter as crianças presas explorando o seu tempo e coletando seus dados e ainda mais alarmante é um ambiente onde criminosos se aproveitam das falhas de segurança para aliciar crianças o site Risk by Design da five rights foundation expõe como plataformas digitais usam designs enganosos para manipular e viciar a mesma five rights descobriu que em 2020 75% das 12 principais plataformas de mídia social mais populares usaram inteligência artificial para recomendar perfis de

crianças a estranhos a situação se agrava quando falamos de violência sexual online de acordo com a parceria global para acabar com violência contra crianças os casos de exploração e abuso sexual online vem crescendo e o que as plataformas têm feito muito pouco tomemos como exemplo por exemplo o x o antigo Twitter que vocês conhecem que ficou um tempo aqui fora do ar não sei se vocês sabem que demitiu grande parte da sua equipe de segurança Deixando as crianças ainda mais vulneráveis na plataforma e o que dizer as crianças do Sul Global como as brasileiras Francis

haen que foi ex-funcionária né Foi ela é ex-funcionária da Meta revelou que quase todos os recursos de segurança da empresa que detém Facebook Instagram e WhatsApp eram direcionados a conteúdos em inglês deixando crianças brasileiras de outros países desprotegidas ou o caso dos tigrinhos o site de de apostas online onde influenciadores mirins ion avam crianças a jogos de aposta O que foi denunciado recentemente pelo Alana ao Ministério Público de São Paulo e ao Ministério da Justiça do governo federal o Google no seu YouTube não só permite publicidade infantil em canais famosos focados em crianças como também

já fez workshop com YouTubers e ajuda anunciantes em como fazer publicidade o Quai que não sei se vocês conhecem essa plataforma também de vídeos que permite que crianças em lives sofram sédio em chantagem o tiktok está cheio de publicidade e no Brasil Talvez um dos únicos lugares do mundo você pode acessar o conteúdo sem se cadastrar e não passa por uma verificação de idade aliás mesmo sabendo que tem crianças menores de 13 anos nas suas plataformas as empresas são lenientes em monitorar e impedir o uso conforme seus próprios termos de uso e mesmo quando adotam

medidas positivas as inovações chegam primeiro nos países do Norte e o Brasil e na nossa região tem um delay talvez de anos para receber a mesma camada de proteção a vida e a segurança das Crianças brasileiras valem menos não podemos mais aceitar essa realidade e a internet que queremos para as nossas crianças deve ser segura responsável e Educativa comit da criança por design ou seja o mundo digital pensado pras crianças e com as crianças Isso já é lei não sei se vocês conhecem mas já tá na lei o que eu tô dizendo tudo aqui para

vocês o artigo 227 da Constituição Federal estipulou que é dever da família ou das famílias da sociedade incluindo empresas e do Estado garantir os direitos de crianças e adolescentes com prioridade absoluta o artigo Tero da convenção dos direitos da criança também diz a mesma coisa e sobre internet nós já temos duas importantes normas no Brasil em vigor o comentário Geral 25 do comitê dos Direitos da Criança estipulou detalhes específicos do que as empresas têm que fazer e recentemente a resolução 245 do conanda que é o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente estipulou

também deveres diretos que as empresas devem assumir para proteger as crianças e centes nas suas plataformas a gente não tem tempo tempo a perder globalmente vocês vão ouvir mais detalhes sobre isso nesse dia de hoje uma em cada cinco meninas e um em cada 13 meninos foram sexualmente explorados ou abusados antes de completar 18 anos de idade pesquisas recentes sugerem que a interação online agora é tão comum que provavelmente aparece em alguma de alguma forma em quase todos os casos de exploração e abuso sexual infantil no formato de imagens advindas de violência sexual contra crianças

conhecida popularmente como pornografia infantil Mas a gente não usa esse termo porque não é algo que se produz é algo que foi utilizado a partir de uma violência contra a criança ou por exemplo aliciamento digital o online grooming uso de web cames sex tortion que é chantagem e pressão em cima de imagens uso de Inteligência Artificial e outras tecnologias que simulam violência como realidade aumentada e virtual o desafio é grande mas a gente tem que a gente não pode ficar imobilizado e tem que assumir as responsabilidades que cada um pertence não dá tempo e a

gente precisa agir já então o que cada um de nós pode fazer pais e escolas devem sim ensinar orientar estar presentes na vida digital das crianças e vocês vão ouvir hoje também falas nesse sentido a importância desse ensino da a proteção nas escolas nas famílias de como entender a relação digital a sociedade e comunidade nós precisamos Pressionar para maior monitoramento e cumprimento da legislação o estado precisa aplicar as leis regular e monitorar a atuação dessas empresas e as empresas t a obrigação constitucional de criar produtos e serviços que priorizem a segurança das crianças sem exploração

comercial e as famílias brasileiras concordam com a gente sabia em pesquisa recente do Datafolha nove entre 10 pessoas acreditam que as empresas de redes sociais fazem menos do que deveriam para proteger as crianças onlines 92% da população brasileira considera muito difícil que crianças e adolescentes se defendam sozinhos da violência e de conteúdos inadequados assim nós do Alana do Liberta e de todos aqueles que cuidam das Crianças fazemos um chamado para vocês todas e todos aqui denunciem práticas Ilegais sejam elas de criminosos ou das próprias plataformas que se omitem precisamos responsabilizar as empresas para que finalmente

assumam seu papel protetor e dever de cuidado assim não se trata de afastar as crianças da internet mas de garantir que esteja em ambiente digital seguro onde possam crescer e aprender sem correr riscos a internet pode ser sim uma grande aliada para promoção de Dire garantia de um bom e saudável desenvolvimento gerando conexões e ampliando as nossas visões de mundo os nossos horizontes mas para isso as empresas precisam modificar o seu modelo de negócio e respeitar o direito de nós todos e das crianças com prioridade absoluta internet gente não é terra Sem Lei e é

dever de todos nós garantir o cuidado e a proteção das Crianças nessa terra digital por isso vamos proteger as crianças na internet e não da internet muito [Aplausos] obrigado agora com vocês Érica Castro Delegada do grupo especial de combate a crimes cibernéticos relacionados a abuso sexual infantil Algum de vocês conhece uma criança ou um adolescente que foi vítima de um crime cibernético meu nome é Érica e eu vou falar para vocês os bastidores de duas investigações que tivemos na Polícia Federal primeiro caso é de uma menina que aos 10 anos de idade pediu aos pais

de presente um celular os pais bem querendo a filha presentearam na com não dos perigos que aquele objeto trazia para a filha porque sequer sabiam da existência de algum Gabri tinha 10 anos cursava o 5to ano e levou o celular pra escola e ficou sabendo de um aplicativo de rede social e que nesse aplicativo as amigas estavam competindo por seguidores um dia passando tempo olhando feed Gabri viu o perfil de uma modelo uma mulher super bonita com vos observou também postagens dessa modelo de meninas agradecendo por teres ajudado a conquistar seguidores não demorou muito para

que essa modelo começasse a interagir com Gabriele curtir suas fotos fazer comentários até que pedi o telefone pessoal de Gabriele e eles começaram a conversar por lá por esse pelo aplicativo de mensagens a Model então pediu uma foto pra Gabriele para verificar o potencial que ela tinha para ter esses seguidores é que segundo a modelo a rede social é que iria fazer a liberação dos seguidores e no começo o pedido de fotos era simples fotos vestidas de selfie de perfil passar do tempo as fotos migraram para despidas sensuais com objeto na boca bastou uma única

foto com uma banana na boca e as ameaças começaram Gabriele ficou constrangida entrou em depressão Ficou com medo não contou para ninguém o que tinha acontecido a modelo Na verdade era um abusador de 32 anos preso numa operação da polícia federal no estado bem distante de Gabriele no material apreendido percebemos fotos e vídeos de meninas do Brasil e do exterior foi indiciado por est vulnerável aliciamento produção e armazenamento de material de abuso sexual infanto juvenil Esse é o dia dia investigativo da Polícia Federal aqui no Estado de São Paulo há pouco tempo prendemos um aliciador

de meninas que da mesma forma que no caso de Gabriele encontrava as meninas em aplicativos de rede social aliciava e produzir o conteúdo nesse caso do abusador daqui de São Paulo foi encontrado com ele arquivos de meninas categorizadas pelo nome e pela idade de modo a facilitar a venda na Dark web e de presente pros compradores ele mandava um arquivo no formato TXT ensinando como fazer para chegar nessas meninas alguns de vocês devem estar pensando ainda bem que meus filhos não t rede social ou ainda bem que meu filho é menino dados do anuário de

Segurança Pública do ano de 2023 most que a cada 6 minutos uma pessoa é vítima de estupro no Brasil Isso significa que em 60 minutos ou seja 1 hora 10 pessoas são estupradas no Brasil dentre essas 10 pelo menos oito são vulneráveis ou seja indivíduos de até 13 anos de idade ou que por alguma condição provisória ou permanente não consegue manifestar a sua vontade dentre esses vulneráveis 88% pelo menos são meninas ocorre que esses dados não refletem a realidade seja em razão da subnotificação ou seja dos casos que não chegam ao conhecimento da polícia seja

porque no nosso dia aia investigativo nós nos deparamos com diversos arquivos dentre vídeos e imagens de meninos às vezes nitos sendo abusados sexualmente meninos são vítimas de abuso e quero compartilhar com você agora uma outra investigação que tivemos na Polícia Federal o caso de um abusador em série de meninos que os aliciava em aplicativos de jogos online pras vítimas ele era um menino da idade deles que jogava muito e tinha muitas moedas virtuais o abusador propunha para as vítimas Desafios que a princípio eram simples dentro do próprio aplicativo de jogos aí passavam para desafios fora

do que do aplicativo quem comia uma colher de pimenta quem tomava banho de mangueira o desafio do banho de cueca prendemos o indivíduo apreendemos um celular velho em computador em péssimas condições só que dentro tinham diversos arquivos de meninos de cueca desnudos vimos também que em um dos casos a ameaça que ele fazia para conseguir mais imagens dos Minas se concretizou o abusador pediu o arquivo de um menino ele não quis mandar mais então ele criou um perfil numa rede social famosa e publicou as fotos desse menino dizendo que ele era o namorado dele vocês

imaginam um estrago na vida dessa criança interrogado perante a autoridade policial ele confessou a prática dos crimes e disse que chegou a estuprar diversos meninos de rua abre aspas esses eram os mais fáceis não tinham para quem falar vejam Em ambos dos casos as vítimas achavam que estavam falando com pessoas amigas há uma dissonância cognitiva entre crianças jovens adolescentes e até entre adultos sobre quem é o estranho e o abusador ele tem paciência ele entrel aa as vítimas numa narrativa que ele cria ele se torna o melhor amigo de muitos a modelo o exemplo e

mais dados do honorário de Segurança Pública mostram que apenas 13% dos crimes são praticados por pessoas desconhecidas Ou seja pessoas que não são do ciclo de Convivência da da vítima de modo que a maioria dos crimes são praticados por familiares ou pessoas amigas de familiares das próprias vítimas como a criança que tem a rotina de abuso como a única que ela conhece vai falar de um crime que ela sequer sabe que tá acontecendo para quem ela vai falar e mais esses dados que Eu mencionei até agora são diferentes para crime cibernético ou seja crimes de

aliciamento de crianças com fins sexuais na ambiência cibernética crimes de produção de material de abuso sexual infanto juvenil ou seja de vídeos e imagens de crianças desde poucos dias de vida até a adolescência em condições de nudez e abusadas sexualmente crimes de armazenamento posse compartilhamento troca disposição venda exposição a venda desse tipo de arquivo segundo dados da safernet ONG que atua na promoção e defesa da do direito humanos na internet do Brasil houve um aumento de 77% na circulação desse tipo de material criminoso criminosos migraram paraa internet por quê Porque dados do tick Kids online

informam que 93% das pessoas entre 9 e 17 anos de idade estão na internet crianças e adolescentes estão nas redes sociais nos aplicativos de mensageria nos jogos com acesso online e ficam lá desviadas e por grande quantidade de tempo no ano de 2023 a polícia federal deflagrou 1000 operações de combate a esse tipo de criminalidade massiva já nesse ano de 2024 batemos a meta de 800 operações a partir da análise das nossas casuísticas tentamos responder a questionamento quem é o abusador percebemos que o abusador não é o pedófilo na maioria dos casos o pedófilo é

um indivíduo que tem uma parafilia que faz com que sinta atração ou desejo sexual por uma pessoa préu a maioria dos crimes são praticados por pessoas do sexo masculino a maioria não a totalidade porque prendemos mulheres abusadoras Entre esses indivíduos presos achamos pessoas das mais diversas condições sociais das mais diversas profissões e das mais diversas faixas etárias prendemos criminosos dos 18 até os 72 anos de idade vejam esqueçam rótulos abusadores são criminosos de oportunidade que estão e sempre onde asan também estão a partir das nossas atuações percebemos também que a repressão não se fazia suficiente

um projeto instituo e pensado pegada D raa parca treinou poliis federais para iré escolas falar professores com familiares com adolesc sobre internet meios de se manter Seguros na rede crimes casuísticas evitando assim que a criança e o adolescente se torne vítima e algs através do projeto Guardiões da infância temos o objetivo de evitar que o crime aconteça e inspirar a confiança que uma vítima precisa para falar na nossa atuação nas nossas abordagens tivemos esse retorno tivemos várias revelações indo ao contato com essas crianças e adolescentes e as vítimas se vierem Até nós saibam que estaremos

preparados para colher e ouvir em consonância ao que dispõe a lei de depoimento especial Estatuto da Criança do Adolescente a Constituição Federal porque para a Polícia Federal o direito à produção de prova jamais esteve à frente dos direitos e garantias fundamentais das crianças e adolescentes no fim sabemos que em muitas vezes essas vítimas só tem a nós para tirá-las de uma situação de violência e nós estaremos lá obrigada [Aplausos] [Música] Y C [Música] para o nosso segundo bloco informe-se converse a importância de falar recebemos Tarcila Teixeira promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná [Aplausos]

Boa tarde eu protejo meus filhos eu protejo meus filhos vocês protegem seus filhos Imagino que logo vem a cabeça de vocês o pensamento eu protejo eu cuido da alimentação dos meus filhos eu cuido do Lazer eu procurei a melhor escola pro meu filho eu coloquei meu filho para fazer um esporte natação inglês meu filho tem uma cama quente uma uma comida na mesa uma roupa limpa e daí eu pergunto aos senhores e a Dark web e os perfis falsos os perfis fakes e as vitrines de pedofilia e a deep web e as plataformas de jogos

como discord por exemplo como vocês estão cuidando disso como vocês estão protegendo os seus filhos nesse ambiente digital vocês devem estar se perguntando mas eu não sei nada disso como eu vou proteger meus filhos eu não sei o que é Dark web eu não conheço do submundo da internet eu não sabia que existia uma vitrine de pedofilia Não se preocupem Não é sobre isso não é isso que eu vou propor aos senhores que se interem que se interem desse mundo desse submundo que eu acabei de colocar aqui a proposta que eu trago é outra hoje

nossas crianças adolescentes tem um acesso ampliado às tecnologias digitais tudo decorrente da do período de pandemia onde isolamento social fez com que nós todos [Música] com isso passaram a permear Definitivamente a dinâmica das famílias muito bem e como nós vamos trabalhar com isso nós vamos agora voltar atrás vamos proteger nossos filhos tirando o acesso à internet me parece que isso hoje está muito difícil de ser alcançado e não é necessário como bem disseram os que me de cederam nós temos que proteger o uso deles na internet não retirar esse uso eu trabalhei nos últimos os

meus últimos 30 anos foram no crime e meus últimos 11 anos eu trabalhei todo o tempo na promotoria de crimes contra criança e adolescente de Curitiba foram for 11 anos ouvindo crianças e adolescentes submetidos a toda forma de violência sexual que nós podemos conceber na nossa ideia a maioria delas envolvendo situações de crimes praticados pela internet Cyber crimes crimes eh de aliciamento de eh compartilhamento de imagens de eh eh proporcionar a criança o acesso a conteúdos de sexo explícito e pornografia muito bem nesse tempo eu ouvi cerca de 3.000 crianças e adolescentes todas elas contaram

as suas histórias de como se viram severamente submetidas à violência sexual e o que chama atenção e que o que eu quero compartilhar com os senhores hoje é o que o dado que invariavelmente está em todas as histórias são crianças e adolescentes de famílias bem estruturadas de pais e mães presentes que se preocupam legitimamente com o bem-estar com a educação com a criação e com o desenvolvimento de seus filhos E essas crianças adolescentes se viram em situações de produzir conteúdo pornográfico de travar conversas de cunho sexual de receber imagens e muito mais eu tive uma

adolescente que dos 12 aos 17 anos vejam toda adolescência dela dos 12 aos 17 anos ela ou um agressor sexual pela internet uma pessoa que ela não sabe quem é até hoje ele já está condenado e preso cumprindo pena ela nunca viu essa pessoa porque para ela ele se apresentou como Justin Bieber porque é assim que eles se apresentam bonitos com uma idade compatível ela com os 12 anos o perfil fake dele anunciava um menino de 14 15 anos que dizia a ela que ela era muito linda que ele a tinha visto na saída do

colégio que ele foi buscar o primo que estuda no mesmo colégio e a viu e ela chamou atenção dele e muitos de vocês aqui devem estar dizendo minha filha jamais conversaria com o estranho pela internet minha filha jamais faria uma foto meu filho jamais participaria de uma conversa dessa natureza fariam participariam porque num primeiro momento o envolvimento se dá de uma forma que parece a a a conversa mais natural do mundo e tem um dado que nós adultos esquecemos em relação aos adolescentes Nós esquecemos que os adolescentes querem pertencer eles querem estar no meio eles

querem que um coleguinha que os que a turma da escola o o reverencie que digam que ele é bonito ela é bonita que o cabelo dela é bonito o pai dizer minha filha como seu cabelo é lindo é mico mas o coleguinha mandar uma mensagem dizendo seu cabelo é lindo ela morre e torna porque é isso que eles querem eles querem estar no meio e isso gera um envolvimento muito facilitado e acaba aquela conversa sugerindo algumas coisas no começo muito Sutilmente de forma que aquela criança aquela adolescente pensa ah eu não tô fazendo nada demais

Ele só falou por exemplo que eu sou gostosa se minha mãe sabe ela me mata Mas eu só vou dar uma uma risadinha para ele Kaká e vai e vai daqui a pouco Ah tô indo dormir Ah você já está de pijama já aí manda uma foto para mim dormir pensando em você Ela manda o que que é uma foto de pijama mas se minha mãe sabe e daí o caminho é fértil porque a partir dessa foto de pijama começam as solicitações começa o achaque e quando ela diz não eu não posso ele diz eu

tenho essa fotos suas quer que eu mande pra sua mãe ele manda o perfil da mãe da avó da tia de da família inteira porque eles são muito mais rápidos e muito mais e eh insistentes do que nós somos com a educação dos nossos filhos e ela vai municiando porque ela tem medo porque ela diz meu deus o que que eu fiz essa menina que ficou dos 12 aos 17 anos quando nós prendemos esse agressor sexual que nós conseguimos identificar através da da da questão do do dos dados cadastrais da Internet e tudo mais quando

nós o prendemos ele tinha mais de 300 arquivos de mídia produzidos por essa menina vídeos em que ela pratica a a o a violência sexual para contemplação laiva daquele agressor fotos conversas e uma menina absolutamente destruída porque todas elas repetem a mesma coisa eu tive culpa eu não deveria ter feito eu não deveria ter conversado eu não tinha coragem de contar para minha mãe porque eu tinha medo porque na cabeça das nossas crianças e adolescentes só vem um pensamento nessa hora a minha mãe vai me matar minha mãe vai me castigar então quando ela Manda

uma fotinha de pijama não teria nada demais ela poderia chegar na mãe e dizer mãe o seguinte eu errei e mandei uma foto aqui de pijama e agora ele quer fotos minhas ele tá me ameaçando e eu tô com medo ela não faz isso ao contrário ela faz o que o agressor quer que ela faça para não contar tudo que ela for possível ela fazer para impedir que isso venha ao conhecimento dos Pais e dos familiares ela faz e gente aí vocês podem soltar a imaginação de vocês elas fazem de tudo o estupro virtual está

aí com força total as nossas meninas e meninos e crianças e adolescentes são estuprados pela internet todos os dias e todas as horas e sabem por quê agora é o que eu vou entregar para vocês o que eu quero que vocês levem com todo o carinho para casa de de vocês em relação aos seus filhos e filhas por sentir medo de contar aos seus pais o que está acontecendo isso é inadmissível o que que nós vamos fazer então vocês devem estar se perguntando e o que eu faço Conversem sobre isso nós precisamos definitivamente tirar esse

assunto da invisibilidade não é possível esses números que foram trazidos pelos colegas que me antecederam pela dout Érica é inadmissível esse crescimento vertiginoso da violência sexual que se baseia além do desconhecimento além da falta de segurança no âmbito digital se baseia muito nos sentimentos da própria criança e do adolescente que sente culpa medo vergonha e tem o desconhecimento a culpa o medo e a verg transforma aquela criança e adolescente numa num num num um alvo muito fácil para esses agressores sexuais tudo que eles querem é uma vítima que se sente culpada e amedrontada é um

terreno fértil para que ele tome conta daquela vida gente 5 anos 4 anos submetido a uma violência e ninguém vê tentando e suicídio se cortando deprimida tomando remédios é uma morte em vida isso é uma morte em vida então o que que eu proponho aos senhores hoje não conhecemos de Dark web não conhecemos de vitrines de pedofilia não tem problema mas nós temos que conhecer dos nossos filhos das nossas crianças adolescentes nós temos que conversar com eles sobre isso nó adianta dizer minha filha você nunca mande um nude não adianta falar assim tem que falar

assim você já viu o que que pode acontecer quando um nude cai na rede pode acontecer isso pode acontecer aquilo ele anda numa velocidade né astronômica pode ser compartilhado em plataformas pode ir para uma vitrine tem a questão da transnacionalidade então falar sobre a questão falar e falar mais do que isso falar minha filha meu filho em qualquer momento que você ache que alguma coisa tá errada o que você fez alguma coisa errada mas o um erro é tão pequeno diante de do da destruição de uma vida que sua mãe seu pai jamais vai te

punir por isso mas procure Ajuda nós precisamos fortalecer nossos filhos para que eles procurem ajuda para que eles entendam que a culpa nunca é da Criança e do Adolescente eles são vítimas eles são inocentes mas eles precisam entender definitivamente enquanto nós não conseguirmos o controle que nós precisamos alcançar para que as crianças e adolescentes tenham segurança no mundo digital nós precisamos então garantir aos nossos filhos que nós estamos aqui que eles não precisam ter medo de contar de perguntar de trocarem uma ideia uma viagem longa que vocês façam de carro um almoço de família um

banho compartilhado Conversem com seus filhos sobre isso minha filha alguma amiga sua já te revelou alguma situação de mandar um nude mostre pros seus filhos que você está aberto a esse diálogo porque se nós não protegermos nossos filhos alguém vai se colocar nesse lugar só que sem qualquer intenção legítima e eu garanto a vocês um crime de violência sexual é um crime que deixará Marcas indeléveis Na vida dessa criança desse adolescente nós temos que estar prontos para ajudar so pena de nós termos pessoas que estão mortas em Vida vamos proteger nossas crianças conversando dialogando Tirando

esse assunto da invisibilidade Definitivamente não podemos mais nos negar a isso não adianta fazermos Caras e Bocas quando falamos de estupro de vulnerável de estupro virtual de compartilhamento de imagens porque isso é a nossa realidade é a o nosso dia a dia como disse a a doutora são de cada eh 10 c são vítimas de violência gente é um número muito alto aqui dentro Nós temos muitas pessoas ligadas a vítimas Então vamos proteger nossas crianças informando E tratando desse assunto antes que seja tarde demais muito obrigada com vocês shaley calef ativista pela erradicação da violência

sexual e online [Aplausos] PR [Música] [Música] Agora sim a Olá tudo bem gente essa aqui é uma ampulheta e ela tem 15 minutos e nós vamos ter esses 15 minutos para conversar só me deram 15 minutos Enquanto isso não comecei ainda hein produção Enquanto isso a minha amiga Line pode vir L palmas para ela minha amiga há muito tempo vai ficar ali explorando uma rede social que ela não conhece ela acabou de fazer um perfil nessa rede social porque eu pedi para ela tá bom então vamos lá eu quero que vocês comecem imaginando que chega

para você uma mensagem na sua rede social uma mensagem de uma pessoa desconhecida de outro país tá falando a sua língua Mas é uma pessoa de outro país você sumariamente ignora essa pessoa né não vai dar bola para alguém desconhecido mas deixa a mensagem lá só que a pessoa é meio insistente E aí ela comenta num post seu e fala Olha eu quero falar com você e você ignora de novo só que aí ela vai falar com uma amiga sua que estava num post com você e fala pra amiga sua que quer conversar com você

que precisa conversar com você aí você fala bom vamos ver o que essa pessoa quer e diz simples Oi então essa pessoa desconhecida te manda dois links mostrando que dois perfis roubaram as suas fotos na rede social e estão se passando por você seu coração vem na boca né meu Deus por que que alguém tá passando por mim como assim dois perfície passando por mim que é absurdo tá ruim mas pode piorar essa pessoa mostra para você que os perfis em si não tem nada demais roubaram quatro fotos suas mas nos Stories desses perfis um

com 900 e outro com 5000 seguidores existem imagens de um monte de criança e de adolescente criança dançando criança conversando que visivelmente também foram roubadas essas imagens também foram roubadas dessas crianças e desses adolescentes igual as suas e dentro dos Stores tem um link que leva para um site externo que vende imagem de exploração sexual de criança e adolescente de forma explícita nessa hora você para de respirar tá ruim mas pode piorar nesse site externo shiley tem uma novo comentário chegou um comentário novo aí tenho dificuldade de ler de longe você parece a ansiedade de

divertidamente carinha de vômito meu Deus tem aqui uma coisa não é um comentário é tipo uma arminha é um Mem de arminha sendo engatilhada Nossa me deu até um uma dor de barriga meu Deus tá onde é que eu tava Ah você vê que nesse site externo que vende conteúdo de exploração tem a sua foto bem grande assim e aí que o seu mundo cai fal Meu deus o que que tá acontecendo a única coisa que você consegue responder para essa pessoa é meu Deus eu só tenho 13 anos se você se imaginou nessa situação

imagina uma criança de 13 anos a pessoa atormentando era eu e essa história é real como ativista pela erradicação da violência sexual e online eu recebo muitos muitos perfis e sites para denunciar e um dia eu recebi um perfil que tinha três fotos de uma menina eu nem entendi qual era o problema porque ela parecia ter uns 13 14 anos que é a idade recomendada para redes sociais e aí eu peguei e fiz um vídeo mostrando que qualquer foto sua pode ser roubada porque tinha uma foto ali dela se arrumando não era nada muito sensual

fotos comuns assim de um adolescente só que quando eu publiquei esse vídeo os meus seguidores encontraram mais um perfil que também usava as fotos dessa mesma E também o perfil dela mesma o perfil da pessoa que não é brasileira e foi aí que eu comecei a ir atrás dela para conversar para contar para ela o que tava acontecendo eu conversei com a mãe dela também depois que ela me disse meu Deus eu só tenho 13 anos a gente começou a conversar e ela só tem 13 anos mas ela precisa estar preparada paraas consequências do que

pode acontecer bom eu falei com ela principalmente porque tem um recurso na plataforma que é tem alguém passando por mim mas aí ela que como vítima que teria que acionar e também acho que seria mais vantajoso ela falar disso lá no país dela esse caso é muito didático para mim porque ele mostra que qualquer foto das redes sociais pode ser tirada do contexto sabe inclusive se a criança ou adolescente Não tem rede social eles podem roubar as fotos que vocês postam deles para usar de uma maneira ilícita E isso acontece assim eh a rodo a

maioria das fotos é gerada daquelas fotos das meninas que estavam sendo exploradas né lá nos Stories é gerada pelo pai pelo tio pela avó pela prima por elas mesmas por pessoas que as amam e que não TM noção desse perigo eu tenho certeza que ela me ignorou a primeira vez que eu tentei falar com ela a segunda e a terceira porque ela deve receber muita mensagem de adulto mensagem inapropriada muitas crianças e adolescentes recebem mas eles não comentam com os cuidadores porque eles não querem que vocês impeçam eles de acessar as redes sociais se eles

contarem vocês vão proibir e há mais de 10 anos eu falo sobre erradicação da violência sexual nas redes porque já passei por isso na infância já passei por isso na vida adulta Ei shiley você tem uma nova mensagem tô recebendo comentários aqui na publicação cabelo horrível parece que você tá cagando nessa imagem Nossa gente o pessoal também exagera né Tá bom eu tava Ah sim há mais de 10 anos eu falo disso e eu achei que se eu falasse com os pais eles iam falar com as crianças iam explicar o que tava acontecendo mas não

os adultos têm muita dificuldade de falar sobre isso com crianças e adolescentes porque eles consideram sexualidade um tabu geralmente eles não tiveram educação sexual nós que estamos aqui aprendemos sexualidade geralmente com pornografia terrorismo dos nossos pais né não engravide que eu não vou cuidar do filho de ninguém Essa foi a educação sexual que eu recebi muitos foram levados a [ __ ] e ainda tem gente que faz isso com os meninos tem homens que mostram pornografia pros seus filhos homens para que eles não virem gays ou seja cometendo uma violência enorme contra esses meninos e

aí quando a gente fala de educação sexual eles acham que vai ser isso e não falam e gente não adianta educação digital sem educação sexual repetirei não adianta educação digital sem educação sexual porque vamos lá eu tenho certeza que todo mundo aqui que tem um celular recebeu na última semana pelo menos duas tentativa de golpe um produto mentiroso no Instagram da vida no tiktok uma tentativa de golpe no WhatsApp no e-mail aquele telefonema falando que você fez uma compra no valor super alto Já já vamos lá na semana uns dois pelo menos umas tentativas de

golpe dois criminosos encontraram você na semana significa que eles também encontraram as crianças se você é encontrado duas vezes na semana por criminoso criança adolescente também qualquer um que está online mas tem uma diferença da gente eles querem dinheiro mas criança não tem dinheiro Então é aí que ele tem que transformar ela em dinheiro na mão do criminoso a criança é um produto que ele vai comercializar por isso que eles vão atrás de foto e vídeo essas coisas como eu comecei a conversar com crianças e adolescentes eu comecei a criar estratégias né com adolescentes eu

faço uma competição com crianças não dá para dar uma palestrinha a gente faz uma atividade lúdica com desenho e ao final de uma palestra que eu dei recente para crianças de 6 a 12 um menininho de 8 anos chegou para mim e disse assim queria conversar comigo ele falou olha meu pai fala para eu não falar disso com ninguém mas como você falou desse assunto acho que eu posso falei ah fica à vontade né pode me falar do que você se quiser aí ele me disse assim isso aconteceu comigo era um amigo meu do jogo

online a gente F com amigo ele me pedia fotos não íntimas não das partes íntimas porque eu recapitula com eles Quais são as partes íntimas não das partes íntimas mas ele pedia foto assim para eu bater foto da minha perna para eu bater uma foto minha mesmo às vezes eu já tava sem camisa eu fazia foto ele falava com 50 crianças mas a que mais ele falava era eu hoje ele tá preso ele era meu amigo eu não sabia ele era meu amigo eu nunca mais quero ter que ouvir um relato como esse de uma

criança porque por mais que ela entendeu com a cabeça que o cara era um criminoso ela ainda sentia falta do amigo Ei Alexa eu odeio tanto você shiley você tem uma nova mensagem Nossa esse aqui tá falando que eu não precisava viver Nossa tô sem óculos as pessoas realmente escrevem isso sempre eu vou até deixar aqui para para facilitar então tive que ouvir esse relato desse menino e não quero mais escutar porque os criminosos criam vínculos e o vínculo na internet pode ser muito forte e muito intenso eles vão manipulando eles vão conquistando eles dão

toda a atenção do mundo para essa criatura E ontem eu passei uma hora no telefone com uma mãe desesperada porque a vida dela virou um inferno a filha dela já é maior de idade e começou a ser chantageada por um namorado online que ela tem há algum tempo ela já viu até documento do cara eles já eram muito íntimos mas foi só ela mandar uma imagem um vídeo dela que aparecia o rosto e ele começou a chantagear mas antes de começar a chantagear ela pedindo que ela mandasse outros vídeos piores inclusive com crianças da família

dela ele pediu para ela envolver crianças na cena ele provou para ela que ele já estava conectado com mais de 50 amigos dela ele criou um perfil falso de adolescente pediu amizade para essas 50 pessoas e todas aceitaram Olha como a gente é ingênuo ele parecia um adolescente todo mundo aceitou ela se viu desesperada bloqueou quando ela bloqueou ele foi falar com uma colega dela menor de idade pedindo para colega fazer imagens íntimas senão ele ia distribuir o vídeo da min amiga começou a virar o caos elas não estavam dando conta conversaram com a família

a família tá tomando todas as providências já foram na polícia mas o que que pegou essa mãe que ela veio falar comigo shee como é que esse cara conseguiu em duas horas convencer a minha filha que ela não ia ter o meu apoio Eu conheço ela há mais de 20 anos e ele em alguns dias conseguiu fazer ela achar que não ia ter o nosso apoio ela tava pensando nas piores coisas como que isso aconteceu é isso que a gente tem que começar a entender o vínculo no virtual pode ser muito forte a pressão é

muito grande é tanta coisa que não dá tempo de você raciocinar aliás Aline tá tudo bem aí como você tá se sentindo emagrecer Afinal o nariz mais alguma coisa vender n é uma boa ideia você consegue imaginar qual rede que ela tá investigando né vem aqui por favor amiga vou te vou te deixar sair daí enquanto continua a rede social existindo vou te tirar Vocês conseguem imaginar minha amiga line com 9 anos com 10 pequenininha Como que você era pequena tem um microfone que eu posso entregar para ela pode falar alto mas é que a

transmissão vai pegar no microfone porque eu esqueci que eu tô com esse aqui po falar Será que tem tem tem o Mick Ah tem Ah tá chegando tá chegando vai estourar meu tempo não vai eu vou ser ótima com meu tempo Ó amiga pode parar deu parou viciou já ó que rápido como era como quando criança né qual esporte você gostava Nossa eu gostava de futebol eu gostava de bolinha de good eu gostava de empinar pipa Hum E você sofreu bullying na sua infância sofri por causa de cabelo Hum muito T na escola em casa

como na escola em casa não E na escola bastante tanto que eu alisei o cabelo dos 13 aos 28 anos 15 anos alisando o cabelo te marcou isso te traumatizou muito hoje eu tô ok mas me marcou muito Demorou bastante tempo só na vida adulta que eu fui entender que meu cabelo é é lindo e você consegue lembrar assim quantas vezes isso aconteceu shiley você tem uma nova mensagem ai obrigada vou segurar aqui tá não precisa me incomodar Alexa eu vou ler a mensagem e eu esqueci né porque quando o celular toca eu me perdi

perguntei se você lembra quantas vezes isso aconteceu na sua infância todas as vezes que eu tava sem trança na escola Hum então muitas muitas muitas muitas essas mensagens que eu tô lendo aqui que estão chegando esses comentários Eles estão chegando para uma menina de 10 anos que é muito parecida com a Aline inclusive né negra de cabelo crespo Aline viu também essa menina enviou a a imagem dela a idade dela o nome dela E o arroba dela para Um Desafio na internet chamado se garante na beleza onde todos os adolescentes as crianças querem participar então

eles publicam a imagem dessa criança ela recebeu esses comentários bem pejorativos que eu tava lendo só que esses sei lá oito ou 10 comentários que eu li fazem parte de 4060 comentários que ela recebeu como é que uma criança de 10 anos vai lidar com 4.060 comentários 78.000 pessoas encaminharam essa imagem dela para outras pessoas Então é muito diferente é muito diferente o bullying que alguém sofreu e que eles sofrem hoje tudo é uma tragédia mas agora o celular tá aqui ele não sai entende tipo eu não vou para casa e em casa tá tudo

bem eu sofri bulir na escola e em casa tá bem não é todos os lugares é 24 horas isso não para Então o que a gente precisa é conversar eu preciso da ajuda de vocês conversando com todo mundo nós estamos estudando é tudo muito novo mas a gente tem que ser mais rápido eu sei que é tudo muito novo mas a gente tem que correr a gente precisa ser mais rápido e eu quero encerrar lendo com vocês esse recado que tá na última página do meu livro que todo mundo ganhou e que eu acho que

ele é muito importante pra gente conseguir prevenir essa violência se lê comigo leio Claro não adianta educação digital sem educação sexual obrigada [Aplausos] [Música] l uh [Música] ye [Música] passamos agora ao terceiro bloco caminhos para prevenção com políticas públicas com vocês Amanda sadala cofundadora das serenas organização que atua na prevenção da violência contra meninas e mulheres no Brasil [Aplausos] muito chique tá aqui em cima gente subam aqui depois vale a pena a vista é maravilhosa boa tarde a todos e a todas eu sou Amanda sadala sou uma mulher branca de 1,73 de altura olhos verdes

cabelos castanhos na altura dos ombros eu uso uma calça preta e uma blusa preta escrito serenas garantia de direitos para meninas e mulheres e um blazer cinza eu vou começar essa fala pedindo como uma típica Educadora que todo mundo que tiver um caderninho uma caneta pegue por aí porque várias coisas que eu vou falar vão trazer alguns conceitos que podem ser interessantes para vocês então alguma coisa chamou atenção nunca ouviu falar anota vale a pena eu espero né senão vocês fingem que foi bom eu vou começar trazendo algumas histórias e são histórias que possuem conceitos

bem importantes e a primeira história é a história da Helena uma grande amiga minha há mais ou menos 13 anos quando eu tava na escola eu tava voltando paraa casa no ônibus escolar e do meu lado tinham alguns meninos meus amigos que estavam coxixando olhando no celular dando risada alguns bem incomodados eu lembro bem da cara de um que ele tava muito confuso assim ele fingia que tava gostando ou ele falava real que aquilo tava muito estranho eu perguntei que que tava acontecendo eu tinha uns 15 anos e aí os meninos disseram que não era

nada eu insisti e um deles me contou e me mostrou o celular eram fotos da Helena uma amiga minha que tinha 14 anos nua Saindo do banho essas fotos foram tiradas num estudo do meio da escola para Minas Gerais os meninos que queriam muito ter essas fotos fizeram uma proposta para algumas outras meninas da mesma sala que sofriam bullying eles disseram assim Se vocês tirarem fotos da Helena no estudo do Meio quando ela tiver saindo do banho a gente para de fazer bullying com vocês elas Tiraram a foto e eles espalharam pela escola no dia

seguinte quando eu cheguei na escola desesperada para contar pra diretora o que tava acontecendo todo mundo já tava sabendo Os meninos foram suspensos Assim como as meninas e toda a atenção foi pro agressor pros agressores e ninguém estava conversando com a Helena a Helena estava perdida e eu digo perdida porque os olhos dela mostravam uma mistura de muita vergonha pelo que estava acontecendo e culpa porque ela sentia que ela era responsável por aquilo ela ouvia muitas falas do tipo você não tava dando em cima deles você não deu a entender que era para Eles tirarem

essas fotos em nenhum momento você disse que tava tudo bem Hoje eu sei o que isso significa culpa culpar a vítima pela violência que ela sofreu eu achei muito estranho que ninguém estava achando aquilo tão absurdo diziam que era coisa de adolescente alguns anos depois eu estava no ensino médio em outra escola e uma outra grande amiga que aqui eu vou chamar deana me liga chorando dizendo que o namorado dela que ela tinha acabado de terminar com ele tava ameaçando espalhar nudes delas fotos íntimas se ela não voltasse com ele ela me disse que ela

tava uma semana muito nervosa e ansiosa e por isso inclusive ela tinha faltado na aula no dia anterior Porque ela tava muito angustiada e que ela não tinha ideia do que fazer nem eu a gente não sabia com quem falar se a gente tinha o direito de falar com alguém a gente ficou literalmente desesperada que que essas histórias t em comum a gente pode falar de violências violências contra meninas violências contra meninas em idade escolar fotos íntimas sendo disseminadas todas essas violências são o que a gente chama de violências de gênero facilitadas pela tecnologia e

é sobre elas que eu quero falar aqui hoje especialmente a prevenção delas que também envolve a violência sexual e aí para falar de prevenção eu vou contar mais uma história para vocês alguns anos depois eu já era formada administradora pública e tava fazendo um trabalho conversando com crianças e adolescentes sobre violência sexual e Dom em escolas e naquela época eu tava viajando a Estado de São Paulo num trabalho pelo Instituto liberta para conversar sobre violência sexual com adolescentes em uma determinada roda de conversa ao final umas meninas vieram me procurar e falaram que elas perceberam

que uma das coisas sobre as quais a gente conversou tava acontecendo com elas isso acontecia e ainda Acontece muito comigo e com a a equipe das serenas meninas que se identificam enquanto Sobreviventes durante as rodas e meninos que identificam que estão reproduzindo comportamentos violentos por conta dessas rodas de conversa elas me contaram que elas estavam recebendo mensagens de homens mais velhos lá da cidade delas no interior de São Paulo dizendo Ah eu queria te dar uma carona te levar para um passeio em troca de uma grana e Elas entenderam que aquilo era exploração sexual eu

fui paraa casa com muita raiva naquele dia que é um sentimento que quem trabalha com viol sexual conhece bastante e eu confesso que toda a minha racionalidade todo o meu conhecimento técnico foram embora e eu resolvi ser uma grande investigadora tipo aqueles programas investigativos sabe dos Estados Unidos eu resolvi ser essa pessoa eu cheguei em casa Criei um perfil falso Bia 13 coloquei uma foto de uma flor e na minha Bia na minha Bio eu escrevi assim Beatriz 13 anos o nome da cidade onde as Minhas alunas moravam e adicionei um dos caras que estava

mandando mensagem para elas em menos de 3 minutos Chegou uma mensagem Oi linda tudo bem Tá Aim de me conhecer em troca de emoji dinheiro eu respondi Desculpa eu não entendi ah que que você acha da gente dar um passeio e eu te dou uma grana bem legal E aí eu respondi tá bom mas a minha irmã de 10 anos tem que ir comigo e ele disse melhor ainda eu tenho um amigo que adoro e paga mais paraa novinha aquela conversa botou uma cara em todos os meus estudos sobre pornografia botou uma cara no fato

de que a palavra adolescente é a palavra mais procurada nos sites pornográficos no mundo e novinha é uma das palavras mais procuradas nos sites pornográficos aqui no Brasil eu liguei paraa Luciana temer Instituto eh diretora do Instituto liberta e falei Lu isso aconteceu eu já tô com as provas Bora aí a Luciana me deu uma resposta você lembra né que eu nunca imaginei que era isso que ia vir ela me disse Amanda no que que você é boa eu não entendi nada como assim Lu que você tá me contando é muito grave e as pessoas

que trabalham com isso tem que investigar Mas onde tá a sua potência no que que você é boa para lidar com essa situação eu não pensei duas vezes e falei eu sou boa em falar com criança e adolescente sobre esse assunto ela falou Eu também acho que é nisso que você é boa Você é boa na prevenção alguns anos depois a prevenção não é só o centro do meu trabalho mas é o centro do trabalho de todas as mulheres e parceiros da serenas organização que eu fundei em 2021 e apoia governos a levar a educação

para PR ção das violências para dentro da escola e quando a gente pensa em prevenção da violência a gente precisa pensar um pouco por focar nas meninas e mulheres sabendo que essa violência também atinge os meninos e homens isso é verdade mas a gente vive num país onde a cada 6 minutos uma menina ou mulher é estuprada e quando a gente coloca calente da tecnologia isso é reforçado segundo uma pesquisa da plan International do Reino Unido 77% das jovens brasileiras relatam já terem sofrido assédio online entre 14 e 16 anos é época onde o primeiro

assédio online acontece então diante desse cenário a gente precisa parar de enxugar gelo ou seja investir na resposta é muito importante mas não basta a gente precisa trabalhar nas raízes das violências e quando a gente fala em violência facilitada pela tecnologia as raízes são as mesmas das violências que acontecem no mundo offline é a desigualdade de gênero e a crença na inferioridade das mulheres e meninas uma pesquisa produzida pelo Instituto F twice Brasil mostrou que durante um mês dos 2000 vídeos sugeridos no tiktok 18% tinham conteúdo que incidiam a violência e 15% incidiam a violência

contra meninas e mulheres ou seja o Cyber bullying direcionado a meninas e mulheres e aí quando a Luciana me convidou para est aqui hoje falando de prevenção de violências eu lembrei de um vídeo que talvez vocês se Lembrem também que tava muito comum nas redes sociais que mostra um bebê nascendo uma sala de parto quando o bebê nasce ele escorrega da mãe pega o celular do pai e começa a filmar tirar foto e postar nas redes vocês viram esse vídeo esse vídeo faz uma piada como se as crianças já nascessem sabendo lidar com a tecnologia

sabendo navegar na internet mas eu não acho que isso é verdade e as histórias que eu contei para vocês aqui também mostram que isso não é verdade na prática nesses anos em que eu venho conversando com adolescentes sobre esse tema o que eu vejo é que as crianças e adolescentes reproduzem aquilo que elas vem é assim como a violência éa se eu sou um menino e vejo meu pai agredindo a minha mãe ele diz que isso é amor e ela também disz que é diz que é amor eu reproduzo eu entendo que é amor se

eu vejo as redes sociais sendo um lugar onde o machismo onde a violência sexual é fomentada é isso que eu reproduzo a gente não pode exigir da nova geração ter um comportamento diferente do usual se a gente não mostra um comportamento diferente as crianças e adolescentes assim como a gente nós adultos educadores familiares a gente precisa aprender o que se chama cidadania digital ou seja saber navegar de forma segura e responsável e Inclusive a cidadania digital integra a competência CCO da base Nacional comum curricular que é o principal documento com orientações paraa Educação Básica do

nosso país e tem três temas quando o assunto é cidadania digital que eu queria reforçar para vocês o primeiro são os relacionamentos saudáveis e respeitosos no mundo online assim como no offline gente não é básico saber se relacionar de forma saudável pelo contrário a gente precisa ter referência e aprender assim como a gente aprende português e matemática a gente precisa aprender como se relacionar de forma saudável nas redes sociais e fora delas o segundo ponto o segundo tema é a proteção dos nossos dados pessoais e o terceiro é ter conhecimento e capacidade crítica de analisar

criticamente o que a gente consome e o conteúdo que a gente dissemina para pensar a prevenção eu quero que vocês se Imaginem junto comigo em uma roda de conversa que eu fiz em Ribeirão Preto na periferia de Ribeirão Preto com um grupo de meninos adolescentes sobre o tema de pornografia hoje a pornografia é Nossa principal fonte de educação sexual no nosso país e a pornografia é um lugar de extrema violência contra meninas eu perguntei para esses meninos como era o uso dele a relação deles com pornografia mas eu já tinha criado uma relação de confiança

com eles isso é importante eles sentiam Seguros confortável para me falar de verdade o que que eles pensavam e eles me diziam assim Amanda Na real mesmo aí eu acho ridículo Nossa é muito violento com as mulheres aí eu perguntava por que que você vem então né aí eles me diziam assim ah e apontava pro outro menino o que que ele vai achar de mim se eu não assistir e o outro dizia não Amanda mas assim né para ser homem eu preciso assistir esse negócio e o outro falava onde que eu vou aprender a fazer

sexo E aí conversando com ele sobre Na verdade o que a pornografia mostrava não era a realidade do sexo e como aquilo incitava eles por conta própria começaram a desenvolver um conhecimento crítico e uma capacidade crítica de analisar a pornografia e tomar a decisão se eles queriam ou não seguir consumindo aquilo percebem como a prevenção é sobre a gente apoiar os adolescentes com o conhecimento e a capacidade crítica para eles tomarem decisões qualificadas E informadas em momento algum eu cheguei falando parou de ver pornografia se eu tivesse feito isso eles iam assistir ainda mais mas

é o diálogo com informações qualificadas para eles tomarem a decisão E lembrando que a gente tá falando sobre um território a pornografia onde em mais de 35% dos conteúdos a gente está falando de violências sexuais explícitas é neste lugar que os meninos estão aprendendo como ter relações sexuais e da mesma forma que esses meninos consomem esses conteúdos pornográficos e reproduzem esses comportamentos aqueles meninos na escola onde eu estudei que mandaram as meninas tirar foto da Helene e espalhar também aprenderam que eles precisam fazer isso para ser mais homem aquele ex-namorado da minha amiga aprendeu a

objetificar o corpo dela e usar a tecnologia como ameaça eles aprendem e estão reproduzindo e as meninas aprendem que elas são culpadas e responsáveis e essa dor e essa culpa ela impede o desenvolvimento integral das meninas essa culpa sofrida pela violência sexual no mundo online e offline alimenta o que a gente chama de lacuna dos sonhos entre o sonho que uma menina tem e o que de fato ela pode realizar a culpa diz pras meninas que elas não t direito a ser o que elas quiserem algo que a gente sempre reforça no trabalho da serenas

é que para além do conhecimento técnico sobre prevenção de violências o que a gente precisa é desenvolver as habilidades socioemocionais com os jovens com as famílias e também com os educadores eu tô falando da habilidade de saber se comunicar do pensamento crítico da empatia todas essas habilidades são fundamentais paraa gente saber navegar de forma segura ética e respeitosa e a gente não pode esquecer que as violências também acontecem dentro da escola a serenas tem sido procurada por muitas secretarias de educação que não sabem o que fazer diante dos inúmeros casos de professores que ameaçam as

alunas a não conseguirem obter notas e pass de ano se elas não mandarem fotos timas para eles ISO piorou muit depois da pandemia porque os professores t o contato das alunas no WhatsApp parece Óbvio mas a gente precisa ensinar paraos professores que eles não podem fazer isso ou seja também faz parte da prevenção as escolas terem Protocolos de prevenção e enfrentamento à violência sexual no mundo online e offline E aí por fim eu quero terminar convidando vocês em breve a acessarem um curso que a Serena está produzindo em parceria com a secretaria de comunicação social

da presidência da república e a Embaixada britânica através do programa de digital exess sobre prevenção de violências facilitadas pela tecnologia contra meninas e mulheres esse curso vai est disponível na plataforma da enap a escola de governo do governo federal aberto gratuito para qualquer professor professora que quiser acessar e por fim eu trago uma reflexão se aquele bebê que no vídeo eu disse que nasceu e pegou aquele celular e começou a mexer na verdade não sabe como utilizar essa tecnologia e muito menos os pais Quais são os conteúdos e habilidades que a gente precisa levar pro

dia a dia da escola para que a tecnologia seja potência e não um terreno de violências muito [Aplausos] obrigada também com a gente Juliana Prat Santana psicóloga e Doutora em estudos da criança pela cidade do Minho de Portugal Boa tarde a todas as pessoas presentes Primeiro lugar eu vou fazer a minha autoidentificação eu sou sou uma mulher negra de pele clara 1,81 M bem mais alto do que a média das mulheres tô usando um vestido preto e cabelo curto eu não sei vocês mas a sensação que eu tenho agora é que eu precisava respirar respirar

fundo a gente já ouviu tantas informações e tantos dados que nos assustam e nos preocupam que eu quase parei e fiquei sentada ali tentando respirar respirar fundo mas eu vou convidar vocês a continuar nessa viagem sobre informações importantes e significativas então eu peço talvez pra gente respirar fundo que a gente pense numa criança brincando uma criança brincando Talvez para mim é a cena mais segura Me Faz Respirar fundo eu sou Encantada pelas crianças então eu peço que vocês Imaginem uma criança brincando naquele lugar que para ela é o mais seguro Esse é uma imagem essa

é uma imagem corriqueira uma imagem de uma criança que brinca na sua casa o lugar onde ela deveria se sentir segura e protegida mas essa não é a realidade para grande parte de crianças e adolescentes dados o lugar em que ela se encontra que deveria ser protegido e seguro de fato é onde ela se encontra mais vulnerável dados alarmantes do Ministério da Saúde nos indicam que entre 2015 e 2021 mais de 200.000 notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes foram registradas no Brasil na mesma direção e a gente já ouviu muitos desses dados na

mesma direção a gente observa que o guia que os dados o relato sobre a violência Letal e sexual contra crianças e adolescentes indicou o aumento de estupros entre crianças e adolescentes Esse aumento dos estupros aconteceu em todas as faixas etárias mas foi mais significativa de forma proporcional entre crianças nas idades mais novas de 0 a 9 anos Isso significa que quando a gente fala da violência sexual a gente muitas vezes tem que considerar crianças que não t nem a condição de entender a Complex a complexidade e o desafio o risco o ato que tá sendo

enfrentado isso nos impõe inúmeras Barreiras a proteção das Crianças mas também a responsabilização dos agressores o que é mais impactante e a gente também já ouviu esse é que a maioria dos casos a violência acontece na residência das Crianças adolescentes ou dos próprios agressores ainda mais o dado importante nos diz que esse adulto o agressor é conhecido da Criança é uma pessoa que ela conhece e muitas vezes confia a gente costuma falar que o perigo tá muito no desconhecido e longe mas de fato os dados nos motam ao contrário e não é só isso hoje

de novo a gente ouviu muitos dados sobre a violência sexual com crianças e adolescentes que também tem se agravado no ambiente virtual de acordo com a cernet e a gente já ouviu esses números antes no ano de 2023 houve um recorde de denúncias inéditas sobre imagens sexuais de violência sexual contra crianças e adolescentes o número é um recorde absoluto um recorde negativo mas um recorde são violências novas não repetidas que T afetado crianças e adolescentes é fundamental que a gente se pergunte Então como é que a gente pode proteger crianças e adolescentes quando o perigo

se encontra tão perto delas no ambiente doméstico esse que eu pedi que vocês imaginassem que seria o lugar mais seguro ou então o perigo se encontra na distância de um clique eu acredito veementemente que talvez a resposta para essa pergunta esteja em nossas escolas a escola apesar do dado que Amanda coloca que os professores também podem ser agressores a escola é além do ambiente doméstico um espaço um único espaço para muitas crianças e adolescentes um espaço de apoio e de suporte A escola é indiscutivelmente um um Ponto Central na rede de proteção no sistema de

garantias de direitos e por isso a escola se torna fundamental principalmente para crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social crianças com as quais eu trabalho uma das formas da escola atuar na proteção de crianças e adolescentes é através da educação sexual no entanto a educação sexual tem sido cercada de inúmeros tabus e preconceitos e desinformação é por isso que eu preciso alertar que quando eu falo e quando todas as pessoas aqui presentes falaram sobre educação sexual a gente não tá falando sobre ensinar sexo às crianças Isso parece Óbvio mas é fundamental que

a gente entenda de fato podemos dizer que é do educação sexual nos ensina e ensina as crianças a valorizar E a respeitar o seu corpo e o corpo dos outros Além disso explica e nos ensina que a Sexualidade é parte fundamental do desenvolvimento humano é inerente à Vida e pode e deve ser trabalhado nas escolas de forma pedagógica muitos presentes devem se perguntar e essa é uma crítica que é feita ao tema da educação sexual se de fato seria a escola o lugar apropriado para esse debate não não deveria ser exclusividade uma responsabilidade exclusiva da

família falar sobre isso eu tenho duas respostas em primeiro lugar a gente não tá muito pronto a gente se desenvolveu em um ambiente absolutamente eh coberto de tabus que nos impediram de falar claramente sobre esse tema a gente pode aprender e eu acho que a gente tá aprendendo mas o dado mais importante se refere ao fato que eu referi anteriormente de que a maior parte da violência sexual contra crianças e adolescentes acontece no ambiente doméstico Isso significa que se a gente quer garantir que as crianças tenham acesso à educação sexual de qualidade precisamos fazê-la em

um ambiente seguro e esse lugar é a escola eu quero enfatizar que a educação sexual responsável Ela implica e Amanda falou claramente muito belamente sobre isso implica na abertura de diálogo um diálogo que permite que crianças e adolescentes falem sobre seus sentimentos sobre suas dúvidas sobre suas angústias fala sobre o corpo e suas transformações ajuda no desenvolvimento do autocuidado e da autoestima mas um ponto fundamental ensina a diferença pras crianças do toque que é afetuoso carinhoso necessário pro desenvolvimento daquele que é um toque abusivo inapropriado Além disso esses diálogos essa abertura do Diálogo valoriza aquilo

que é a curiosidade e tira as dúvidas das crianças a educação sexual antes de tudo e isso para mim é fundamental que a gente compreenda é uma ferramenta de proteção através delas as crianças e adolescentes se conhecem e se percebem quanto sujeitos direitos eles reconhecem que T direito inclusive de perceber quando comportamentos inapropriados acontecem com eles que eles podem interromper esse ciclo de violência eles podem e aprendem Como pedir ajuda talvez seja por isso que as pessoas tenham medo da educação sexual porque a educação sexual empodera as crianças as crianças devem então eu quero dizer

que essa educação sexual ela é fundamental porque as as crianças precisam entender que o corpo é delas e somente delas a internet e as redes sociais onde também ocorrem essas violências ampliaram os desafios pois como a gente ouviu aqui repetidamente os agressores T se tornado muito habilidosos na sua capacidade de conquistar as crianças eles criam perfil falsos e as Crianças com a entrada cada vez mais precoce T ficado muito à mercê desses perfis que as iludem as atraem e eles se tornam muito habilidosos nessa arte em se aproximar das Crianças talvez eles se tornem mais

habilidosos do que a nossa própria capacidade de falar com as crianças isso é muito importante porque eles criam perfis falsos eles se fazem como fosse próximo do Círculo familiar da criança isso torna a conscientização ainda mais urgente com as ferramentas adequadas a acredito que crianças e adolescentes podem prevenir situações de abuso ou ao mesmo tempo encontrar uma forma de escapar desse ciclo Mas como isso pode ser feito de forma eficaz para que a educação sexual funcione precisamos de um ambiente de diálogo aberto onde os adolescentes se sintam seguros para compartilhar suas dúvidas e preocupações muitas

vezes eles não querem falar com os adultos por vergonha ou por medo essa foi uma frase muito repetida o medo de falar com os adultos e convenhamos os adultos não são muito hábeis para fazer essa conversa em geral quando a gente começa a conversa com adolescente a gente tem uma conversa que é moralista prescritiva formada naquilo como a gente soubesse o certo e errado então a gente diz a criança ou adolescente especificamente o que ele deve e não deve fazer a gente é muito moralista mesmo nesses comportamento e a gente acha que sabe no entanto

convenhamos os adolescentes sabem que somos analógicos eu concordo os adolescentes não são naturalmente digitais mas nós temos mais dificuldades de ligar com os aparelhos e Tecnologias do que eles então é óbvio que nós somos desacreditados quando a gente tenta ser tão prescritivo dizendo o que deve ou não deve ser feito quando a gente faz isso ao invés de criar um vínculo e uma conexão com os adolescentes a gente os Afasta a gente rompe uma perspectiva de diálogo Afinal e eu sempre digo isso como é que eles podem confiar em alguém que vive perguntando como é

que a gente compartilha alguma coisa na internet ou coloca um efeito numa publicação somos claramente desacreditados temos que ter as crianças e adolescentes como Aliados no processo de cuidado é cuidar junto cuidar com Nesse contexto a escola pode fazer grande diferença porque na escola muitos alunos e adolescentes podem partilhar nesse ambiente cuidado eh eh protegido um ambiente de troca de informações que pode acontecer de forma natural e respeitosa levando inclusive em conta essas diferenças geracionais que pode na escola virar uma um motivo de troca no entanto para que a educação sexual aconteça e possa ser

efetiva a gente não pode esquecer da formação dos educadores professores e de toda a comunidade escolar não adianta considerar que nós não estamos preparados para ter essa conversa mas que os professores naturalmente estariam os professores precisam estar preparados serem formados para reconhecer os sinais do abuso que muitas vezes não são tão evidentes as vítimas raramente verbalizam o que estão passando Mas demonstram por meio de muitos comportamentos o retraimento as mudanças bruscas de humor a queda no rendimento escolar entre tantos outros comportamentos ouvir as crianças parece ser fundamental nesse sentido é fundamental que as escolas tenham

o recurso e o conhecimento necessários para lidar com as situações de forma sensível e eficaz garantindo que crianças e adolescentes tenham acesso imediato ao suporte e à medidas de proteção adequada existem iniciativas muito importantes do governo brasileiro como a escola o projeto escola que protege o programa saúde na família o guia a de identificação de sinais de abuso e exploração essas iniciativas E tantas outras como serenas como liberta precisam ser incorporadas no cotidiano escolar elas fornecem diretrizes e ferramentas fundamentais para que os educadores possam Educar e eh educar de maneira atuar de maneira muito mais

eficaz no enfrentamento à violência sexual esses projetos que eu citei eles são exemplos de como podemos mobilizar a sociedade para proteger as crianças e adolescentes mas para isso a gente precisa entender a importância de defender a educação sexual nas escolas a escola nesse contexto ela não é apenas um lugar de ensino mas é um Ponto Central no sistema de garantias de direito uma questão importante de ser apresentada refere-se aos dados científicos sobre o impacto positivo da educação sexual ao contrário do que se imagina a educação sexual por exemplo não antecipa o início da vida sexual

em adolescentes Uma pesquisa realizada pela Unesco com outros organismos internacionais pesquisando países em que realizaram educação e sexualidade mostram resultados completamente opostos de fato há um atraso no início da vida sexual Além disso os adolescentes são capazes de adotar Medidas protetivas com o próprio corpo sendo uma medida importante em termos de saúde a ideia aqui é que a gente possa defender conjuntamente a educação sexual como uma estratégia importante na proteção de direitos quando a gente pensa e isso eu eu considero e acho muito necessário que a gente fale a gente tá falando de uma uma

medida em que permite que todos nós juntos podemos atuar na proteção de criança adolescentes eu queria sintetizar E se eu pudesse sintetizar três informações que eu considero fundamentais para que vocês levem e guardem dessas informações de tantas outras que vocês já escutaram em primeiro lugar precisamos defender a educação sexual ela precisa ser desmistificada não é uma disputa ideológica partidária se trata de uma maneira eficaz e efetiva de proteção de crianças e adolescentes o segundo ponto que eu queria destacar é a importância da gente romper o silêncio precisamos falar efetivamente sobre a violência sexual o silêncio

só protege os agressores as crianças precisam ter as suas vozes amplificadas não importa o papel que a gente ocupe todos nós podemos aprender sobre o tema podemos discutir e podemos nos tornar propagadores dessas informações o terceiro ponto que eu considero muito importante precisamos ouvir as crianças e adolescentes e quando eu falo em ouvir eu me refiro não apenas ao que elas podem verbalizar mas um olhar atento para elas para que de fato a gente possa perceber as mudanças de comportamento os sinais que estão dizendo que ela não está bem só assim dessa forma a gente

pode efetivar aquilo que está estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente que é responsabilidade da família do Estado Mas também da sociedade a proteção de todas as crianças acredito que a educação sexual na escola permite que a gente transforme a realidade numa sociedade mais equânime justa igualitária e protetiva pras crianças juntos a gente pode fazer muito a gente pode fazer mais principalmente evitando que as crianças e adolescentes tenham que viver com os impactos e as consequências da violência sexual em suas vidas muito obrigada fechando o bloco Paulo renat Santarém pesquisador do Instituto de referência

em internet e sociedade lá tá funcionando Boa tarde oito em cada 10 crianças no Brasil usam as redes sociais segundo os números recentíssimo da pesquisa chck Kids realizada pelo comitê gestor da internet 13 desses jovens declara que já sofreu uma ofensa online estamos criando uma geração conectada mas ao mesmo tempo desprotegida estamos num momento em que decidimos o futuro das crianças e dos adolescentes mas aparentemente estamos falhando 90% das pessoas acreditam que as empresas de plataformas digitais estão fazendo menos do que elas poderiam para proteger nossas crianças e adolescentes online Nelson Mandela uma vez disse

que nada revela com com tanta nitidez a alma de uma sociedade do que a forma como ela trata as suas crianças estamos com as nossas almas desprotegidas eu sou Paulo Rená Estou vestindo uma calça jeans sapatos e cintos pretos uma camisa azul e um palito rosa porque as quartas-feiras usamos rodas eu sou pai de duas crianças tenho uma formação jurídica e na minha atuação como pesquisador no Iris o Instituto de referência em internet sociedade eu angari pelo menos cinco impactos negativos do uso das plataformas digitais em um ambiente carente de regulação específica de suas obrigações

e deveres eu tô falando de questões de educação desinformação violência sa mental e degradação das relações familiares primeiro em relação à educação as plataformas digitais T se aprimorado e desenvolver técnicas que fazem com que a gente dedique cada vez mais a nossa atenção elas desenvolveram uma eficiência viciante para que a gente tenha o hábito de rar telas de infinita numa sucessão incessante de busca por pequenos momentos de satisfação adultos TM condição de lidar com esse tipo de estímulos mas paraas crianças e adolescentes que tem uma condição peculiar de desenvolvimento essa situação é um pouco mais

drástica pense num uma criança de 10 anos que por exemplo Ten o de ver vídeos por horas em vez de fazer a sua lição de casa Estamos pensando num tipo de educação informal Talvez Mas quem tá guiando e orientando essa educação provavelmente os algoritmos e não a família nem professores uma pesquisa da ope educação envolvendo 1700 educadores revelou que para 90% dos professores As crianças estão navegando sem proteção e de forma inadequada esse tipo de Hábito pode impactar de forma direta a forma como as crianças aprendem e os hábitos de navegação digital afetam por exemplo

o aprendizado motor da escrita a mão e aqui eu cito a especialista que trata de comportamento e Desenvolvimento Infantil e adolescente porque quando uma criança escreve ela consegue registrar melhor ela consegue pensar melhor e elaborar as suas ideias de uma forma mais organizada tornando então o aprendizado mais significativo e eficiente bom se essas plataformas não conseguem trazer nem mesmo uma educa não conseguem trazer uma educação formal Será que elas conseguiriam pelo menos trazer uma educação informal não é o que a gente tem percebido eu passo meu segundo ponto a gente tem vivido o que se

pode chamar de uma epidemia de desinformação somada a uma situação de discurso de ódio esses dois tipos de conteúdo tem encontrado um espaço aberto para circulação nas plataformas digitais aqui novamente adultos também estão sujeitos a esse tipo de problemas mas crianças e adolescentes estão em uma condição peculiar de desenvolvimento e apresentam maior vulnerabilidade a esse tipo de informação que desvirtua a nossa forma de captar e significar o mundo basta lembrar que no início desse ano circulou né aqui um exemplo horrível eh uma onda de denúncias fantasiosas sobre exploração sexual na Ilha de Marajó no Pará

notícias que Se mostraram não apenas eh exageradas mas absolutamente falsas e mesmo assim geraram uma circulação geral de uma sensação de pânico esse tipo de questão então de ação e discurso de ódio nos faz pensar será que pelo menos sem educação a gente conseguiria ter um entretenimento divertido e saudável e aí eu passo a falar de saúde mental a gente tem verificado que as plataformas digitais oferecem uma série de riscos ao melhor condicionamento de nossas crianças e adolescentes também do ponto de vista mental será uma coincidência que o aumento do uso das redes sociais com

maior acesso a celulares vem acompanhadas de crescimento também nas taxas de ansiedade e depressão como foi muito bem exemplificado aqui as redes sociais criam e alimentam uma cultura de comparação e validação por meio de curtidas de compartilhamentos e de comentários esse tipo de cultura tem um impacto drástico sobre a saúde de nossas crianças e adolescentes e podem causar também problemas outros como dificuldade no desenvolvimento cognitivo e da linguagem problemas de sono e até eventualmente riscos de vício em Jogos Online bom são problemas mentais será que pelo menos o corpo das nossas crianças está livre desse

tipo de efeito nocivo infelizmente não estamos diante de uma realidade em que os problemas se mostram mesmo online extrapolando a questão do virtual e atingindo também o presencial e não só quando estamos falando Claro de crianças e adolescentes mas aqui eu quero trazer um exemplo recente absolutamente drástico um adolescente nos Estados Unidos de 14 anos se suicidou após alguns meses de interação afetiva sentimental at se com aarg do seriado Game of Thrones por meio de uma plataforma um chatbot de Inteligência Artificial especializado em emular personagens de forma realista Esse é um caso específico mas os

números são assustadores osados mais recentes da mais 0.000 queixas desse tipo de violação de direitos de crianças e adolescentes em 2023 só no Brasil bom podemos pensar então que diante desses problemas a gente poderia contar com as famílias como um ambiente né protetivo pras nossas crianças infelizmente a gente nota que nem todas as pessoas estão prontamente Preparadas com o seu conhecimento unicamente para lidar com essas situações também temos a questão do tempo Quais são as famílias que de fato T condição de acompanhar de perto os hábitos online de suas crianças e adolescentes mas mais do

que isso a exclusão digital em suas diversas facetas Pois cada pessoa aqui não sabe algo sobre as tecnologias digitais nessa medida não temos nenhuma condição de estar em dia com os novos dispositivos eletrônicos e muito menos com os novos aplicativos que são lançados a cada dia nesse sentido ficamos em certa medida com mais dificuldade para antecipar os riscos nesse sentido nos posicionarmos de forma a proteger nossas crianças e adolescentes E aí se se inicia um ciclo vicioso a falta de proteção fomenta um uso inadequado e excessivo das redes sociais que por sua vez amplifica a

degradação das relações que afetam questões de educação questões de informação questões de saúde mental de saúde física e também familiares bom esses cinco pontos mostram insisto como a falta de uma regulação específica em relação às plataformas digitais particularmente das redes sociais tem nos colocado num cenário muito grave o momento é de fazer então uma virada de chave de uma forma que a gente consiga parar de correr atrás os problemas e Primar pelos princípios que nos permitem colocar crianças e adolescentes em primeiro lugar conferindo-lhes prioridade absoluta a nossa Constituição Federal e o Estatuto da Criança e

Adolescente falam em respons abilidade compartilhada entre família sociedade e estado sendo assim vamos pensar como cada um desses agentes pode contribuir quero começar falando das ONGs como o Iris mas também ah a cfnet já citei o Instituto olano e diversas que estão por aqui tem tido uma atuação dedicada eh orientando esforços a cobrar tanto empresas privadas quanto o poder público mas nem todas contam com a devida divulgação de suas ações e conseguem atingir um impacto necessário para alterar Essa realidade as empresas por sua vez TM se mostrado insisto muito aqu quem daquilo que elas poderiam

fazer a gente tem visto por exemplo algumas iniciativas de verificação de idade mas esse tipo de medida se mostra atrasada e insuficiente as empresas Precisam fazer mais do que apenas estabelecer a proibição de uso por uma faix etária em relação aos agentes públicos né a gente pode falar do Poder Legislativo que tem um projeto de lei específico sobre a proteção de crianças e adolescentes no ambiente online mas que está parado O Poder Judiciário embora possa atuar de forma concreta Em algumas situações tende a agir apenas depois que o problema já aconteceu e gerando normas que

são aplicadas de forma Pontual entra então em cena entram as políticas públicas a serem desenvolvidas pelo poder executivo quero registrar que apesar da falta de previsão específica a gente tem um arcabo legal que nos confere alguma segurança a gente tem a constituição o estatuto da criança adolescente o Marco civil da internet e a lei geral de proteção de dados que permitiram por exemplo que o conanda estabelecesse em Junho deste ano por meio de uma resolução a enunciação de direitos específicos de crianças e adolescentes no ambiente digital também o conanda criou um grupo temático direcionado a

criar uma política nacional dos direitos de crianças e adolescentes no ambiente digital com previsão de encerramento dos seus trabalhos agora para o final de Outubro mas a previsão não é suficiente a gente precisa da fiscalização e a gente precisa que isso tenha um peso social E aí eu me volto para as famílias mesmo dentro das nossas limitações é necessário como foi muito bem dito pela Juliana que a gente consiga iniciar esse diálogo e que esse diálogo não seja simplesmente assimétrico dos adultos ensinando as crianças porque a verdade é que a gente não sabe tudo a

gente precisa iniciar um diálogo em que haja uma circulação de informações e veja que tal que esse diálogo dentro de casa possa também ser elevado para aquele grupo de WhatsApp da escola do seu filho divulgando as ações das ONGs os debates de eh sobre projetos legislativos e as ações já realizadas pelo poder executivo em âmbito federal estadual e municipal eu quero acreditar piamente que essa soma de esforços possa dar um resultado pra gente chegar no no no objetivo da regulação específica portanto advogo pela conjugação dos nossos esforços os problemas existem são reais e estão absolutamente

documentados a gente precisa começar a trilhar o caminho em direção à solução desses problemas o ponto é que não há atalhos a gente precisa unir esforços e vejam eh a gente está diante de uma situação que precisa de Socorro e e esse Socorro precisa ser coletivo lembro que a sigla inglês SOS quer dizer Salve as nossas almas quero acreditar que a gente possa conseguir garantir não só o presente mas o futuro das nossas crianças mas esse futuro depende das ações que a gente toma hoje é isso muito obrigado oh [Música] ah [Música] [Música] he [Música]

[Música] para o encerramento do nosso seminário convidamos Ana Paula Araújo jornalista da TV Globo e autora do livro abuso a cultura do estupro no Brasil Oi gente boa tarde obrigada pela presença de todos aqui agradecer também a folha ao Instituto elberta por promover esse debate que é tão importante Eh quero começar com a autodescrição né Eu sou uma mulher branca 1,70 m de altura turbinado com um saltinho aqui cabelo preto Comprido até um pouco abaixo do ombro olhos escuros também tô com uma camisa branca e uma uma calça meio meio bege bom eu sou jornalista

de TV Já 30 anos e há 8 anos eu comecei a pesquisar sobre violência sexual e há 4 anos eu lancei meu livro abuso a cultura do estupro no Brasil e a partir daqu naquele momento que eu comecei a pesquisar foram 4 anos em que eu passei viajando o Brasil ouvi muitas vítimas de violência sexual famílias ouvi estupradores fui para dentro da cadeia ouvi muitas pessoas condenadas presas por crimes sexuais ouvi também pessoas que estudam assunto muitas representadas aqui eu vi policiais promotores eh educadores pessoas que se dedicam a combater e a estudar e entender

esse tema e o resultado foi o livro e muita gente me pergunta né pergunta que eu mais ouvi acho mas por que é que você decidiu essa altura já da sua vida da sua carreira começar a pesquisar sobre esse tema e por algumas coisas muito simples primeiro porque eu sou mulher e eu acho que todas nós mulheres aqui temos alguma história de violência sexual para contar pode ser uma menos grave aquela do dia a dia que a gente às vezes nem percebe que é uma cantada inadequada uma uma assédio dentro de um transporte público até

histórias realmente trágicas como a gente acompanha infelizmente todos os dias também porque eu sou mãe com todos os medos e as preocupações que acho que trouxeram muitos de vocês aqui sobre o tanto que as nossas crianças e adolescentes podem estar expostos à violência sexual e porque eu sou jornalista e como jornalista eu acredito no Poder da informação para mudar toda e qualquer realidade que a gente vive a gente não consegue mudar nada sem saber do que é que a gente está falando então por isso eu parti para essa pesquisa e eu mesma me surpreendi com

o tanto que eu eu aprendi nessa pesquisa e isso é um pouco do que eu quero dividir aqui com vocês primeiro aprendi que não dá para falar de violência sexual sem falar de violência sexual infantil quando eu comecei o livro eu me propus a fazer sobre violência sexual contra mulheres e eu fui lá já de início na pesquisa vi que é esmagadora a maioria dos casos é contra crianças é contra adolescentes então não tem como dissociar uma coisa da outra e aí uma outra coisa importante que eu aprendi que já foi falada aqui eu queria

reforçar sobre o conceito de pedofilia porque a gente convencionou chamar tudo de pedofilia e na verdade isso eu acho que acaba virando uma uma desculpa para abusadores de crianças porque quando você fala em pedofilia Pedofilia é um distúrbio psiquiátrico e que atinge um percentual muito pequeno da população isso não bate com esses dados que a gente tem de uma grande maioria de abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes então é preciso entender que os abusadores de crianças e adolescentes em sua grande maioria não t qualquer distúrbio São simplesmente criminosos que se aproveitam de vítimas que

são mais vulneráveis mais fáceis de controlar de dominar de ameaçar de manipular de seduzir de chantagear como a gente viu aqui vários exemplos que foram contados aqui durante essa tarde é preciso a gente ter isso em mente até pra gente saber que o abusador não é aquele monstro Não é aquela pessoa completamente diferente que a gente não conhece a gente conhece sim eu digo sempre isso né A gente todo mundo tem toda mulher tem uma história para contar mas quantas de nós conhecemos os abusadores é que a gente não sabe mas a gente conhece Às

vezes o próprio abusador não se percebe como o abusador acha que foi uma brincadeira e eu vou chegar nesse assunto falando inclusive especificamente sobre abuso contra crianças e e adolescentes e falando do ambiente virtual a gente chegou no momento acho que a Luciana abriu falando muito bem disso né que a gente ainda não conseguiu nem combater toda aquela violência sexual que já perpassa o nosso dia a dia e estamos agora diante de um desafio enorme com redes gigantescas de exploração sexual infantil na internet redes que visam o dinheiro não é mais só o abuso pelo

abuso é uma comercialização gigantesca de material de abuso sexual infantil dis expor crianças à pornografia o que também é um crime isso nos leva também a pensar num outro conceito que é do abuso sexual além do abuso físico no ambiente virtual a gente tem uma gama enorme de tipos de abuso sexual que acontecem contra as crianças e que vão desde a chantagem a forçar a criança a enviar nude ameaças até expor as Crianças A material pornográfico mesmo que a criança não seja alvo daquele nude se ela tá sendo exposta àquele material Isso já é uma

violência contra ela a gente precisa dar o nome certo para conseguir combater e eu f fiquei escutando muito aqui essa questão da da prevenção né porque a gente começa a se perguntar diante de tudo isso como é que a gente vai agir que que a gente vai fazer Tem a questão do controle das empresas que dominam as redes sociais e que a gente sabe que é um controle ainda muito frouxo que isso tem que ser cobrado Sim e eu fico sempre me pegando Quando se diz que que os pais precisam ser vigilantes precisam estar atentos

certamente precisam Claro mas eu fico pensando como mãe eu tenho certeza que todos aqui que são mães e pais pensam também eu não consigo como é que eu vou conseguir eu não tenho esse domínio todo da tecnologia minha filha meu filho adolescente sabe muito mais do que eu pode mentir dá volta tem medo de falar para mim eu não tenho o tempo todo do mundo Às vezes eu não eu tô ali eu não tô o tempo todo vendo monitorando o que que tá acontecendo ou às vezes a criança tá acessando uma rede social em outro

lugar em outro ambiente com outras pessoas então por isso acho que uma pergunta que veio aqui na nossa discussão hoje e que é fundamental é eh como é que o que seria o mais o ideal para combater é tudo junto tem que ter a vigilância da família mas tem que ter também o diálogo na família e aí diálogo é como já foi dito aqui não é só da ordem não é para de fazer isso é explicar o que pode acontecer explicar e ouvir principalmente a criança fazer a criança sentir que ela não não precisa ter

medo de falar aquilo para você outra coisa o papel das escolas é fundamental também acho que a gente tem que desmistificar esse tabu que ficou em torno da educação sexual educação sexual é educação paraa prevenção à violência sexual é educação que vai permitir que muitas crianças saibam que aquilo que está acontecendo com elas é inadequado é educação que previne gravidez na adolescência é educação que ensina sobre violência de gênero e aí também evita que meninos se tornem agressores no futuro a gente sabe que a maior parte dos agressores ainda é formada por homens e aí

a gente falou muito aqui sobre Como proteger as crianças como ensinar as crianças a se protegerem como abrir um canal de diálogo isso tudo é muito importante mas eu queria bater nesse ponto também de como evitar que crianças também se tornem agressoras a gente teve há pouco tempo no no Rio de Janeiro um caso numa escola de classe média alta em que meninos pegaram fotos de de colegas da escola manipularam com inteligência artificial e distribuíram fotos daquelas meninas com o rosto delas e como se elas estivessem nuas através de manipulação digital e aquilo foi assim

devastador para aquelas meninas por mais que elas soubessem e todos ali soubessem que isso era uma montagem depois que essas imagens caem na rede a gente sabe que isso não tem não tem mais volta os meninos achavam que aquilo era uma brincadeira então falta também ensinar esses meninos que não existe esse tipo de brincadeira e eu lembro que num grupo de WhatsApp circularam vários relatos e várias mães da de escolas particulares falando sobre esse assunto que foi um choque chegou um depoimento de uma mãe de uma dessas meninas ela contando que ela tentou consolar a

filha dela dizendo filha mas você sabe que isso é uma montagem você sabe que todo mundo sabe que não é você ela mãe mas sou eu não sou eu mas sou eu é a minha imagem que tá ali é o meu rosto então é muito importante que a gente também previna que meninos e que crianças de um modo geral se tornem também a gozes de outras crianças é preciso entender que essas imagens ficam na internet para sempre é preciso entender que os danos psicológicos ficam para sempre o trauma fica e que isso não é brincadeira

de forma alguma que isso inclusive é um crime e falando das vítimas do crime eh tem um outro ponto que eu queria tocar que eu acho extremamente importante que é o acolhimento pra gente ouvir uma criança é muito importante acreditar no que a criança fala criança não inventa violência sexual para criança chegar a um ponto de criar uma situação você imagina que ela tem acesso à aquele tipo de informação então de alguma forma aquela criança já foi exposta a algum conteúdo sexual inadequado então é muito importante ter esse acolhimento especialmente nessa fase de crianças e

de adolescentes eu conversei com muitas mulheres que foram vítimas de abuso sexual quando conversei também com crianças acompanhadas dos pais enfim casos e de de cortar o coração mas conversando com as mulheres adultas que passaram por algum tipo de violência sexual quando crianças quando adolescentes eu percebi uma Divisão muito grande uma diferença enorme entre as que tiveram um acolhimento da família e aquelas que não tiveram acolhimento da família tem aquelas que quando foram contar quando eram crianças Eu por exemplo entrevistei uma mulher que ela já estava com seus 55 56 anos de idade na época

e ela veio me contar que quando ela resolveu falar pra mãe dela que ela era abusada sexualmente pelo pai a mãe disse para ela olha esquece esse assunto isso já aconteceu comigo também você não tem que ficar pensando nisso e aquilo para ela foi um baque porque ela quando ela foi pedir ajuda ela não teve a ajuda que ela recebeu e ela me conta que ao longo da vida dela ela teve inúmeros problemas de relacionamento de confiança de medos por causa dessa dessa reação desse dessa falta de apoio que ela teve e no outro lado

eu encontrei pessoas até mulheres em situações muito adversas famílias que conseguiram sair em defesa das suas filhas um caso Por Exemplo foi de uma moça que ela foi abusada sexualmente também pelo próprio pai uma moradora de comunidade o pai era envolvido com o tráfico de drogas Então tinha toda aquela situação de medo em torno daquilo mas a mãe quando soube quando descobriu a mãe imediatamente foi a polícia denunciou saiu de casa com o pouco que ela tinha ela protegeu e essa menina hoje uma mulher para ela aquilo fez toda a diferença essa conseguiu se recuperar

ainda melhor do trauma que isso também é uma outra coisa que eu gosto muito de falar né a gente é é muito nós somos todos muito definidos pelas experiências que passam pela nossa vida mas a pior delas não tem que ser a mais definitiva nem a mais importante eu acho que isso também é importante falar até pras nossas crianças e adolescentes aquilo que aconteceu é um trauma mas acho que a gente tem muito uma coisa de achar que a vítima de violência sexual tem que estar traumatizada para sempre como se isso quisesse dizer algo que

ela melhor sobre ela algo como se aquilo validasse ainda mais o que ela sofreu isso não pode ser assim isso não pode ser mais um peso em cima da vítima eu sempre digo que estupro violência sexual é o único crime que a vítima é que tem vergonha é que sente culpa é que sente medo Isso é o que a gente tem que começar a mudar e por isso eu acho tão importante encontros como esse aqui porque a gente precisa falar sobre esse assunto essa mulher que eu falei que fui contar pra mãe e que não

teve nenhum acolhimento ela nunca mais falou para ninguém sobre o tema eu vim a saber do caso dela através da filha dela que era amiga do pesquisador do livro que disse que achava que a mãe dela tinha passado por alguma situação de violência sexual na infância e que talvez ela aceitasse falar pro livro A Filha sabia ass muito por espmente ela topou conversar comigo e nós ficamos duas horas falando sobre o assunto acho que foi a primeira vez que aquela mulher que foi abusada quando era criança quando era adolescente foi a primeira vez que ela

pôde falar falar tudo que aconteceu sem medo de ser julgada sem medo de ser desacreditada sem medo de que aquilo fosse se voltar contra ela de alguma forma e quando se passou um tempo depois da nossa entrevista eu lancei o livro e essa mulher topou dar uma entrevista no programa TV paraa divulgação sem mostrar a imagem e na época eu entrei em contato de novo com a filha dela para saber fazer o contato com a mãe e ela falou na Paula Olha você sabe que depois que a minha mãe falou com você ela começou a

se abrir um pouco mais com a gente sobre o que aconteceu e ela virou outra pessoa ela tirou um peso de cima dela por isso que é muito importante falar sobre o assunto é desagradável é duro é difícil a gente sabe que não é bom quando eu escrevi o livro eu tinha muito essa preocupação do livro ser um um gatilho né como se diz hoje de Despertar sentimentos ruins de reavivar o trauma de pessoas que passaram por situações como essa e na verdade eu vi que foi exatamente o contrário todos os retornos que eu recebi

de pessoas conhecidas ou desconhecidas aliás eh muitas pessoas conhecidas estavam ao meu lado e que começaram a vir me contar a falar de histórias eh um movimento assim de de quase uma Catarse e todo o retorno foi esse de olha quando eu li o seu livro eu lembrei de situações que aconteceram comigo ou eu vi que eu não era culpada eu vi o que que acontece com outras pessoas e eu vi que aquelas pessoas não são culpadas Então também não sou a pessoa se sente menos sozinha os adolescentes e crianças que sabem de experiências de

outros adolescentes de outras crianças amigos ou não que foram vítimas conseguem ter uma percepção mais clara de que isso é um crime de que eles são vítimas também e de que não há nada do que se envergonhar com relação a isso acho que que esse é o principal ponto tirar a culpa da vítima tirar a vergonha da vítima porque crianças e adolescentes assediadas em ambiente virtual ficam tão consumidas por essa culpa por esse medo por essa vergonha que acabam deixando o problema ainda muito maior do que era inicialmente então por isso é muito muito importante

falar sobre esse assunto então quero agradecer a oportunidade vi aqui a nuvem de palavras no fim e fiquei bem satisfeita né porque embora tem algumas palavras ali de eh de como você sai do encontro né preocupada tensa Mas eu vi que as palavras maiores eram motivada reflexiva Isso é uma dedicatória que eu sempre faço no livro né que espero que o livro traga informação e provoque reflexão e que a reflexão provoque atitude eh essa é uma luta muito difícil em várias frentes mas todos nós podemos fazer um pouquinho eu tenho muito um orgulho assim uma

felicidade genuína de ter conseguido ajudar cada uma das pessoas que leu o meu livro livro ou que ouvi o podcast baseado no livro que de alguma maneira conseguiu se libertar um pouco daquilo só para terminar contar um último episódio eh eu estive num num hotel de férias e veio uma mulher falar comigo dizendo que ela mantém uma casa aqui em São Paulo para meninas com 18 anos de idade que saem de abrigos porque é aquele Limbo né as meninas saem de abrigos não tem para onde já tem 18 anos e ela tem essa casa para

ajudar as meninas a se encaminharem e conseguirem arrumar trabal e se encaminharem sozinhas e ela falou que nitidamente ali todas tinham alguma história de abuso sexual e quando ela começou a fazer um trabalho com o podcast que é uma coisa mais acessível até do que pegar um livro para lei uma coisa meio em conjunto que todas as meninas comearam a falar que aquilo provocou uma transformação muito grande nelas então eu acho que é isso informação transforma falar transforma e a gente tem o poder de transformar um pouquinho que seja e fazer muito no conjunto Obrigada

para fechar o nosso evento chamamos ao palco a cantora flautista e arranjadora musical carioca Alice Passos [Música] [Música] Boa [Música] tarde a mãe ouro de mina coração desejo e sina tudo mais pura rotina jais cantarei seu nome para poder falar de amor minha princesa arn vou da natureza tudo mais pura Beleza já a luz de um grande prazer é irremediável neum quando o grito do prazer açoitar o ar revelão o luar estrela do mar o sol e o Tom que S um dia a fúria desse fron virá lapidar o sonho até gerar o som como

querer caitar o que é de bom o luar estrela do mar o sol e o dom que sa um dia a fúria desse FR vira lapidar o sonho até gerar o som como querer caitar o que há de bom sei que vocês conhecem essa música Quem quiser cantar junto chega mais pai e mãe mãe ouro de mina coração desejo ensa tudo mais pura rotina jais tocarei seu nome para poder falar de amor minha princesa arn vou da natureza tudo mais pura Beleza já a luz de um grande prazer é irremediável neon quando o grito do

prazer açoitar o ar revon o luar estrela do mar o sol e o dom que sa um dia a fúria desse fron vira lapidar o sonho até gerar o som como querer caitar o que há de bom o luar estrela do mar o sol e o dom que sa um dia a fúria desse FR vira lápida o sonho até gerar o som como querer caetanear o que há de bom [Música] muito obrigada muito obrigada assim como a Juliana falou depois de ouvir tanta coisa dáa uma vontade de calar mas me chamaram para cantar então uma

tarefa deliciosa que eu amo fazer mas difícil também eh Agradecer o convite tem um menino de 9 anos então foi importantíssimo estar aqui muito ob Obrigada e tem outras músicas que vocês vão conhecer então podem se soltar na porta do mundo tem uma roseira que flora e chora não tem ventania que apague a Candeia do Sentimento no pé do vento Tem Uma cantiga que quando sopra roda menina derrama Alegria realço dia toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa brilhando no céu do tempo toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa

brilhando no céu do tempo na porta do mundo tem uma roseira que flore e chora não tem ventania que apague a Candeia do Sentimento no pé do vento Tem Uma cantiga que quando sopra roda menina derrama Alegria realço dia toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa brilhando no céu do tempo toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa brilhando no céu do tempo na porta do mundo tem uma roseira que flore e chora não tem ventania que apague a Candeia do Sentimento no pé do vento Tem Uma cantiga que quando

sopra roda menina derrama alegria realço o dia toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa brilhando no céu do tempo toda criança que nasce parece a primeira estrela amor promessa brilhando no céu do [Música] tempo muito obrigada essa eu preciso ler és um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho tempo tempo tempo tempo vou te fazer um pedido tempo tempo tempo tempo [Música] de destinos tambor de todos os ritmos tempo tempo tempo tempo entro no acordo contigo tempo tempo tempo [Música] tempo por seres tão inventivo e pareceres cont no tempo tempo

tempo tempo és um dos deuses mais lindos tempo tempo tempo tempo que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho tempo tempo tempo tempo ouve bem o que te digo tempo tempo tempo tempo peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso tempo tempo tempo tempo quando o tempo for propício tempo tempo tempo tempo de modo que o meu espírito ganhe um brilho definido tempo tempo tempo tempo e eu espalho benefícios tempo tempo tempo tempo o que usaremos para isso fica guardado em sigilo tempo tempo tempo tempo apenas conte comigo tempo tempo tempo tempo e

quando eu tiver saído para fora do teu círculo tempo tempo tempo tempo não serei nem terás sido tempo tempo tempo tempo ainda assim acredito ser possível reunirmos tempo tempo tempo tempo num outro nível de vínculo tempo tempo tempo tempo portanto peço aquilo e te ofereço elogios tempo tempo tempo tempo nas rimas do meu estilo tempo tempo tempo [Música] tempo Caetano Veloso e essa que eu realmente preciso da ajuda de vocês [Música] que afeta na mulher feta na cobra coral oh num pedaço de pão a fé tá na maré tá na lâmina de um punhal oh

na luz na escuridão Andar com fé eu vou que a fé não costuma faar Andar com fé eu vou que a fé não costuma faz abrigada anda com fé vou que a fé não costuma faar anda com fé vou que a fé não costuma faar a fé tá na manhã a fé tá no anoitecer oh no calor do verão a feta vive s a fé também tá Para Morrer oh triste na solidão anda com fé vou que a fé não costuma faar V anda com fé [Música] vou anda com fé eu vou que a fé

não costuma faar anda com fé que a fé não costuma faar certo ou errado até a fé vai onde quer que eu vá a pé o de avião mesmo a quem não tem fé a fé costuma acompanhar oh pelo sim pelo não anda com fé eu vou que a fé não costuma faar Ô Lara anda com fé eu vou que a fé não costuma aquelas Palmas bonitas estavam no início como é que é anda com fé F que a fé não costuma faar ô menina anda com fé vou que a fé não costuma fa viva

gilberta Gil muito obrigada Parabéns todo mundo a folha de São Paulo e o Instituto liberta agradecem a participação de todos no próximo sábado dia 2 de novembro a folha publicará um caderno especial com a cobertura completa do seminário e matérias aprofundadas sobre o assunto até a próxima [Música] edição umem de 22 anos foi preso em flagrante por armazenar e vender imagens de abuso infantil a investigação indica que o suspeito usava aplicativos de jogos e redes sociais para compartilhar arquivos que eu faço no aparelho foram encontradas centenas de imagens algumas produzidas pelas próprias vítimas as investigações

indicam que o homem também vendia o material e participava de grupos de que que você tá fazendo aí a horas que você nem ligou esse chuveiro hein eu tô conversando com um amigo mãe já vou que tanto amigo é esse que você fala conheci aqui entra logo nesse banho vem me ajudar vem por [Música] favor denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet cresceram 84% neste ano a gente nunca acha que é na nossa casa saber dói mas [Música] liberta filho que amigo é esse que você tá falando proteja seus filhos proteja todas as

crianças informe-se sobre essa violência n [Música]