Como funciona a Internet? Parte 3: DNS

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Vídeo com trilha sonora de fundo, feito em 2014. Não há como editar o volume da música nessa produçã...
Video Transcript:
Você talvez saiba o número do seu RG de cor. Sabe o número da sua casa. O número do seu telefone e o de alguns amigos.
O restante provavelmente você anota em algum lugar e consulta quando precisa. Poucos conseguem guardar de memória dezenas, ou centenas de números diferentes. Imagine se, na Internet, você tivesse que saber os endereços numéricos, os IPs, de cada site que você acessa, ou de cada pessoa pra quem você envia um email.
Esta é a terceira parte do vídeo "Como funciona a Internet", feito pelo NIC. br Nos vídeos anteriores, você conheceu a Patrícia, uma usuária Internet, e entendeu junto com ela o que são IPs, Sistemas Autônomos, PTTs e BGP. Você já sabe como a informação viaja na Internet.
Vamos entender agora como os nomes dos sites e os endereços de email entram nessa história. A Patrícia nunca teve que digitar um único endereço IP pra acessar alguma coisa na Internet. Mas ela conhece muito bem nomes, como www.
nic. br. Endereços númericos são excelentes para os computadores e outros dispositivos eletrônicos, mas são difíceis de memorizar pra nós, seres humanos.
Por isso, a Internet usa o Sistema de Nomes de Domínios, ou DNS. O DNS é apenas uma grande tabela, que mapeia nomes fáceis de lembrar em endereços IP, que são usados efetivamente pra fazer a informação ir de um lado para o outro. Mas essa tabela é grande, grande mesmo.
Só de nomes brasileiros, os ". br", temos em 2014 mais de 3 milhões. Pra funcionar bem, essa tabela é dividida e distribuída entre muitos e muitos servidores na Internet.
O DNS, na verdade, é um sistema distribuído e hierárquico. Temos, para começar, os servidores raiz, que têm as informações sobre as principais partes em que é dividida essa tabela, esse sistema de nomes: os domínios de primeiro nível. Há dois tipos de domínios de primeiro nível.
Os que usam as siglas que representam os países, chamados de ccTLDs, ou country code top level domains. São os nomes que terminam por ". br", para o Brasil, ".
pt", para Portugal, etc. Há também os genéricos, que não são vinculados a países específicos, como os ". com", ".
org", ou ". info". São chamados de gTLDs, ou generic top level domains.
Há um conjunto de servidores na Internet cuidando de cada um desses domínios de primeiro nível. Eles conhecem todas as informações relevantes sobre eles, por isso são chamados de autoritativos. Se a Patrícia quiser, ela pode ter um nome de domínio só dela, na Internet.
Ela é bióloga, então uma boa opção seria "patricia. bio. br".
Pra fazer isso, um técnico terá que configurar um servidor, em algum lugar na rede, dizendo para que endereço IP esse nome apontará. Não é o servidor do site onde ela vai hospedar seu blog, nem o servidor que cuidará de seus emails. Estamos falando do servidor DNS, é justamente ele quem terá a informação dos IPs do servidor web e de email da Patrícia.
Esse também será um servidor autoritativo. Os computadores dos usuários utilizam um componente chamado resolver, que consulta um servidor chamado de recursivo, geralmente disponibilizado pelo provedor Internet. Os servidores recursivos consultam toda a árvore de servidores autoritativos, começando da raiz, para encontrar as informações de um determinado nome.
Vamos tentar entender: Quando alguém digita no navegador o endereço "www. patricia. bio.
br". O navegador enviará essa questão ao sistema de DNS do computador, ou seja, para o resolver. Este encaminhará para o servidor recursivo, que normalmente está no provedor.
Perguntará: quem é "www. patricia. bio.
br"? O servidor recursivo atende a diversos usuários diferentes, e algumas vezes pode já ter respondido a essa mesma pergunta anteriormente, e lembrar da resposta. Nesse caso, responderia de pronto.
Mas desta vez, não é o caso. O servidor recursivo não sabe a resposta, e tem de descobri-la. Ele vai primeiramente a um dos servidores raiz, o 2001:503:ba3e::2:30.
Você pode estar estranhando esse endereço enorme, mas o servidor recursivo não, ele conhece bem os endereços dos servidores raiz, porque afinal, esse é o trabalho dele. Ele foi configurado pra isso. Pergunta ao raiz: quem é "www.
patricia. bio. br"?
Lembre-se de que os servidores raiz não sabem isso! Eles conhecem apenas os domínios principais, os domínios de primeiro nível. O servidor raiz responderá algo como "não faço a menor idéia de quem seja www.
patricia. bio. br, mas eu conheço o servidor autoritativo do '.
br', o endereço dele é o 2001:12ff::10, pergunte a ele". O servidor recursivo então pergunta ao autoritativo do '. br': quem é "www.
patricia. bio. br"?
O autoritativo do . br também não tem esse informação. Ele responderá, prestativo: "não sei, mas sei quem é o autoritativo de patricia.
bio. br, é o IP 2001:db8:cafe::1, pergunte a ele". O servidor recursivo então pergunta ao autoritativo do domínio patricia.
bio. br, e ele responde, satisfeito: "que bom que você perguntou! O endereço de www.
patricia. bio. br é o 2001:db8:5::10.
O recursivo finalmente pode informar o computador da Patrícia, sobre o endereço procurado. E o navegador Web finalmente pode enviar os pacotes para acessar a página! É isso que acontece todas as vezes que acessamos uma página Web, ou enviamos um email.
Os nomes que usamos são sempre traduzidos para endereços, por meio de consultas a diversos servidores do DNS. Na verdade, quando você usa o Registro. br e cria um nome ".
br" para você ou para sua empresa, o servidor autoritativo para o seu domínio já está incluído no serviço. Isso nem sempre é verdade, por exemplo para serviços que permitem o registro de domínios genéricos, como o ". info" ou ".
com". Vale dizer também que com um domínio ". br" você ajuda a financiar muitas atividades e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil e do NIC.
br, que beneficiam de diversas formas a Internet no país. A Patrícia ficou bem contente por entender um pouco mais sobre como a Internet funciona, e acha que isso vai ajudá-la a utilizar a rede de uma forma ainda melhor. Espero que tenha sido útil pra você também.
O que está deixando ela intrigada agora é como tudo isso é controlado. Quem define esses protocolos? Quem coordena o sistema de nomes?
Quem controla os números IP? Como isso tudo surgiu, e quem está cuidando pra que continue tudo funcionando e evoluindo? Mas isso é um assunto para um outro vídeo.
Fique atento aos vídeos do NIC. br!
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