[Música] Oi pessoal estamos de volta então com o curso de revisão de literatura aqui do aulalivre.net Eu Sou professora grece bom como nós combinamos hoje o papo era modernismo da segunda fase né 1930 45 Mas nós vamos falar especificamente da prosa o chamado romance de antes de falarmos nos autores eu acho que vale lembrar assim algumas características gerais Olha só se vocês lembram no modernismo da primeira fase havia uma preocupação assim com a busca de uma expressão Nacional né o pessoal lá da da Semana de Arte Moderna tava preocupado com isso acho que quando a
gente chega aqui é como se esses caras dissessem sabe o que que é não é possível pensar numa arte numa expressão na Nacional pensar no Brasil se nós não conhecermos as as diferentes regiões Então na verdade neste momento ó a ênfase está no regionalismo a ideia desses autores de falar um pouco sobre as diferentes regiões do Brasil né trazer à tona então marca fundamental é o regionalismo vejam que a proposta de uma literatura regionalista ela vem lá do romantismo com José de Alencar passa pelos pré-modernistas Euclides da Cunha a Monteiro Lobato e agora né ganha
fôlego novo com o chamado romance de 30 bom do ponto de vista da da linguagem ou da estrutura eh eles são bem mais comportados se a gente pensar assim né Nos romances dos modernistas da primeira fase aquelas coisas meio sem pé nem cabeça sem início sem fim tudo fragmentado aqui não aqui a A ideia é de obras assim um pouco mais lineares lembra muito o romance do final do século XIX né dos dos realistas natural tipo machad de Assis a luí de Azevedo então nós chamamos assim de um neorrealismo né é assim as narrativas um
pouco mais lineares há uma preocupação com a verossimilhança né análise psicológica a tipificação social quer dizer a representação das diferentes camadas sociais então eh eh do ponto de vista da estrutura são um pouco mais comportados o forte aqui a marca profunda desses caras vai está na temática Então nós vamos observar que a grande parte desses romances de 30 eles se voltam para uma temática social tá Ah e um outro detalhe também importante olha ali ó a linguagem nós estamos falando de uma literatura regionalista mas com a linguagem não é regionalista tá isso é fácil tá
pensa assim a gente consegue ler Jorge Amado sem ser baiano né sem precisar dominar um vocabulário um jeito de falar típico dos baianos ou a gente consegue ler um Érico verí um sem ser Gaúcho tá quer dizer esses autores embora eh façam uma literatura regionalista que mostra né a vida nas diferentes regiões do país eles usam uma linguagem assim de um padrão mais eh eh Urbano culto como tá no quadro de vocês então esse detalhe é importante tá visto isso podemos passar para alguns nomes fundamentais e a gente vai começar lá por cima lá pelo
nordeste é José Lins do Rego Paraíba o zinhos do Rego vai falar sobre o chamado ciclo da cana do açúcar gente um um detalhe assim que eu gostaria de lembrar né Nós estamos falando ali dos anos 30 é importante ter em mente que a grande maioria desses autores eles vão abordar os temas sociais né ligado as diferentes regiões do Brasil Então assim ó o que que acontece no Brasil nessa época Olha que dos anos 30 de 30 a 45 uma época um tanto conturbada né Afinal de contas a gente tem a gente tem assim sei
lá segunda guerra mundial no Brasil a gente vai ter Ascensão do do Getúlio Vargas a gente tem Revolução de 30 a gente tem estado novo e a gente tem também eh mudanças eh então políticas econômicas e sociais tá Profundas e e estes autores vão abordar esses temas então como é o caso aqui do joselin o rego Ó nessa coisa do ciclo da cana do açúcar quer dizer ele vai mostrar pra gente o que que acontecia aquela estrutura do mundo dos Engenhos do Senhor de Engenho né daquela como é que se estruturava aquele universo que entra
em crise em colapso e entra em decadência e nós vamos ver esses engenhos sendo substituídos pelas usinas o que que é isso isso é a industrializa a modernização chegando e mudando as estruturas econômicas então assim a usina agora ela não precisa de tanta mão de obra quanto os engenhos precisavam então inicia o processo de expulsão do homem do campo então vejam são mudanças políticas econômicas sociais importantes que acontecem no Brasil e esses autores vão mostrar pra gente isso e mostrar como essas essas mudanças né maiores se manifestam na vida eh dos seus personagens então assim
o José linz orrego ele tem as primeiras obras né que a gente chama ali do desse chamado ciclo da cana do açúcar Menino de Engenho doidinho banguê moleque Ricardo Usina o detalhe é que essas obras todas abordando o mesmo tema elas são marcadas eh por um certo saudosismo né eu botei ali no quadro memorialismo é que o José linho urrego ele vive essa coisa dos Engenhos a família dele dele do avô dele ele passa a infância dele no engenho do avô e aí quando ele trata desse tema nessas primeiras obras parece que a gente sente
assim né algo um um um um perfume de saudades no ar então Eh falta um olhar um pouco mais objetivo e mais crítico então um olhar marcado por um certo lirismo e esses primeiros romances são todos narrados em primeira pessoa ele cria um personagem que é o Car o Carlinhos o Carlos de Melo e e vai contar a história né no carinos principalmente do Menino de Engenho doidinho e banguê agora quando ele publica o fogo morto bom o fogo morto vai ser considerada a obra prima eh do José linos do Rego o tema é exatamente
o mesmo né Ele conta pra gente a história de um Engenho desde a sua formação ascensão e decadência desse Engenho tá então vejam é o mesmo tema só que aqui ele ele abandona como eu coloquei ali as marcas tradicionais ele abandona essa postura mais saudosista e parte por uma análise um pouco mais objetiva de toda aquela situação e talvez o aspecto mais interessante da obra fogo morto é que ele faz assim ó Ele conta a história do Engenho mas ele conta de três pontos de vista diferentes ele divide a obra em três partes eh sempre
o mesmo história mas cada uma contada né de um ponto de vez Então a gente tem a parte do mestre José Amaro depois o capítulo do Engenho do seu Lula e por último o Capitão Vitorino então a mesma história olhada de pontos de vistas diferentes e permite um olhar muito mais objetivo mais profundo mais crítico de todo aquilo de tudo aquilo que acontecia né no país naquela época então fogo morto acaba se tornando a obra prima eh do José linos o reggo fogo morto é narrado em terceira pessoa Ok então joselin o reggo gente só
lembrar Paraíba cana de açúcar e Engenho que a gente se localiza fácil fácil outro nome fundamental Jorge Amado aliás muita atenção Jorge Amado ó nasceu em 1912 então este ano 2012 Nós estamos comemorando o Centenário do seu nascimento né Então vale aí uma atenção um pouco mais especial a esse grande escritor brasileiro o Jorge Amado a gente costuma dividir a obra dele em duas fases a primeira fase é um Jorge Amado hum Eng né um homem assim de ideais políticos muito definidos né membro do Partido Comunista Brasileiro chegou a ser Deputado defensor desses ideais e
isso marca a sua obra né a gente a gente veio assim eh ele privilegia obras que abordam esse tema ele eu botei ali ponto de vista dos marginalizados quer dizer ele gosta de contar a história do ponto de vista do operário e né do trabalhador rural da prostituta dos meninos de rua na verdade daqueles que que que vivem quase que à margem do sistema né então ele vai privilegiar isso e normalmente a gente vai perceber que esses personagens ao longo da narrativa eles passam por um processo de conscientização política é muito comum que tem assim
uma grande greve uma grande passeata uma tomada de consciência por parte deles Então nós vamos ver que nessas histórias o Jorge Amado privilegia né Eh a defesa dos ideais comunistas e socialistas por isso nós falamos de uma literatura engajada e muitas vezes panfletária eh o problema eh que a gente sente é que às vezes os personagens eles eh ao invés de aprofundar os personagens né psicologicamente ele cria personagens mais planas é muito comum assim que justamente o pobre o explorado Então esse seja né o herói da nossa história enquanto o burguês rico explorador então a
gente percebe que às vezes né fica um certo esquematismo mas claro como o o a ideia Ali era a defesa né dos ideais eh eh socialistas enfim se justifica a estrutura nós temos aqui obras como suor Cacau eh jubiabá e acho que Capitães de Areia né capitães jaria é um clássico aí dessa dessa primeira fase da obra do Jorge Amado é belíssima a história e me parece que inclusive há pouco tempo eh foi feita uma adaptação pro cinema Então vale a pena também recomendo bom mas nós temos também o Jorge Amado da segunda fase né
o Jorge Amado que abandona um pouco eh essa essa literatura mais panfletária eh e se volta pra cultura popular quer dizer na verdade ele nunca se se afastou né do Povo das questões populares mas a maneira de abordar quer dizer ele deixa um pouco de lado né aquela literatura Como eu disse mais engajada e mais panfletária e se volta para esse universo o que vai fazer a transição na verdade é é uma obra chamada Terras do Sem Fim eh considerada também assim como uma das obra prima do do Jorge Amado e aqui ele Traça pra
gente um Panorama da situação ali eh do interior da Bahia naquela região de da plantação do cacau então uma obra eh que fala também daquele mundo dos coronéis né da disputa de terras um romance assim eh consistente muitos personagens um romance histórico né maravilhoso e e aqui ele vai fazer então meio que essa transição E aí entra num universo mais popular eh ele gosta muito assim eh das da do Candomblé né da dessa religião dessa religiosidade afro-brasileira então tão presente na na cultura da Bahia ele vai abordar muito nas suas obras eh a sensualidade o
erotismo que são elementos também né Eh típicos dessa cultura estarão presentes a gente percebe assim principalmente como Gabriela ou Dona Flor vejam Gabriela é uma obra ali dos anos 50 e e é como se ele já tivesse antecipando percebendo mudanças pelas quais Pass avam a sociedade desse do ponto de vista eh cultural e social né a mudança de de valores porque nessa obra eh ele cria uma personagem que é a Gabriela que ela ela não tem muita consciência né ela age muito eh puramente ingenuamente mas mesmo assim ela defende essas esses ideais a gente a
sensação que eu tenho é assim ó pensando na primeira e na segunda fase do Jorge Amado Nos romances da primeira fase estes personagens que vivem à margem eles lutam para se inserir né no contexto social para mudar a sociedade e para se inserir os personagens da segunda fase é quase como se eles dissessem o seguinte olha só tem uma maneira de ser feliz né é viver à margem gso se vocês pensarem numa personagem como a Gabriela né que ela quer ser livre ela não quer fazer parte da sociedade ela não quer ser uma dama da
sociedade ela não quer casar ela ela não quer botar salto alto nem usar chapéu eh Então intuitivamente ela defende assim que a felicidade a pureza está justamente em viver né fora deste universo então vejam como eh muda a maneira de abordagem né dos temas aí nessa segunda fase outro clássico Dona Flor e Seus Dois Maridos né mesma coisa a flor eh demora mas finalmente ela assume que para ser feliz ela precisa né daqueles dois daqueles dois universos né daquele homem que representa a segurança a seriedade a responsabilidade e do outro que tá ligado né à
sensualidade à brincadeira elementos que estão são tão fortes a cultura do país e principalmente né da Bahia desse universo que o Jorge Amado domina tão bem então quando se fala em Jorge Amado não esqueçam né Nós temos os romances da primeira fase e os romances da segunda fase mas temos também um outro nome fundamental do romance de 30 que é Graciliano Ramos eh o Graciliano ele o que eu percebo é que existe assim uma eu coloquei ali uma síntese né entre o indivíduo e o meio que que eu quero dizer com isso nas histórias dele
nada é só eh psicológico ou só social entende esses dois elementos eles se fundem profundamente é que realmente a a a maneira de pensar dos personagens eh reflete o mundo que eles vivem né então entra aí essa questão social muito forte do contexto que acaba né determinando o comportamento dos personagens isso é muito nítido numa obra como Vidas Secas né Eh Aliás só para terminar de comentar o quadro aqui a a questão da linguagem também um traço fund ental da da obra e do estilo do Graciliano ele é muito ele é muito direto muito preciso
poucos adjetivos as frases são curtas quer dizer a gente fala assim num despojamento da linguagem que na verdade acaba refletindo o próprio universo que ele aborda E aí eu citei o Vidas Secas né Um clássico do Graciliano Ramos eh que conta a história de uma família de retirantes né que que tá ali fugindo fugindo da seca da miséria que vive na verdade um período de intervalo entre entre a seca eh eh e e e e pessoas assim tão destituídas né de vida eh de sonhos porque porque elas precisam de água né ou de comida para
sobreviver quer dizer seres humanos reduzidos quase que a sua condição animal a luta pela sobrevivência então um universo muito muito muito seco muito estur AD e que vai ser eh magistralmente representado por uma linguagem também muito precisa né muito seca muito direta Então isso é um dado uma característica importante do estilo do Graciliano Ramos né a união que ele consegue estabelecer entre forma e conteúdo do ponto de vista das obras eh a gente não pode esquecer que ele tem também algumas obras autobiográficas como por exemplo infância e o memórias do cárcere memórias do cárcere aliás
as obr que ele escreve na época que ele está na prisão Ele foi preso durante o estado novo né no Getúlio E então são as reflexões dele justamente sobre né Liberdade enfim memórias do cárcere e das obras a gente tem assim angústia vale a pena chamar atenção não sei se vocês observaram mas a grande maioria das obras que eu citei são obras de ambientação Rural lembram desde das obras lá do ciclo da cana do açúcar ou mesmo do Jorge amar né o interior da Bahia ilus aqui também citei o Vidas Secas então sempre sempre uma
um região mais Rural então a gente acaba achando assim que o romance de 30 até por ser uma obra regionalista não tem romance urbano não tem muito tá mas tem por exemplo o Graciliano vai escrever um romance chamado Angústia e que a história se passa num centro Urbano mas a gente tem também São Bernardo Um clássico eh que conta a a vida do Paulo Noro a trajetória deste homem obstinado deste homem que decide que vai se tornar proprietário de uma fazenda e que vai enriquecer e e um homem assim que capaz de passar por cima
de tudo de todos né para atingir seus objetivos e o casamento dele com a Madalena e Justamente a impossibilidade desse casamento já que a Madalena Vai representar né todo o universo eh eh da sensibilidade do ser humano da consciência social enquanto o Paulo hó representa o ter né a posse então a impossibilidade dessa relação e a decadência do mundo ali da da dessa Fazenda da São Bernardo decorrente do próprio contexto histórico da época Um clássico da literatura brasileira e e o Vidas Secas que eu citei mas assim Vale lembrar nós temos a história do Fabiano
da senha Vitória dos dois meninos né o filho mais novo e filho mais velho que Aliás não tem nome os personagens e a cadelinha a baleia lembram da baleia ai dá uma pena né Talvez um dos Capítulos mais tristes de toda a literatura brasileira o capítulo em que ele narra a morte da cadelinha baleia é que a a ideia na obra de certa forma é mostrar este processo de animalização do ser humano em decorrência né do contexto da fome da miséria das péssimas condições então um homem que vai se embrutecer e age muito mais como
um animal e aí como forma de mostrar isso pra gente o que que o Graciliano faz ele humaniza o animal então de todos os personagens ali daquela família Talvez o mais humano o mais capaz de sonhar de brincar né era era a baleia a cadelinha E aí lógico né a morte da baleia ela acaba tendo que ser sacrificada porque ela já estava doente e e e a morte representa salvação né porque no final da história a gente a gente se dá conta que a família continua exatamente da forma como iniciou né vem a seca novamente
e eles ó têm que partir em busca eh de uma vida melhor é exatamente assim que inicia a obra e exatamente assim que termina a história e aí pelo menos né a baleia foi salva dessa tragédia enfim da família Um clássico da literatura brasileira Vidas Secas vale a pena vocês darem uma olhada com atenção bom mas nós temos outro nome também Érico Veríssimo aqui né representante da literatura do Rio Grande do Sul o Érico tem uma obra bastante vasta mas vale lembrar assim ó ele inicia com os chamados romances urbanos já vamos dar uma olhadinha
Olha só ã obras que fazem um retrato da vida eh desses gaúchos assim a ambientação é em Porto Alegre nos anos 30 nos anos 40 ele nos dá uma amra assim do do dos valores do estilo de vida de uma pequena burguesia Urbana tá então os chamados romances urbanos eh clariça olhai os lírios do campo Caminhos Cruzados então isso se e ins sée aqui nessa primeira fase um detalhe interessante é esse essa ideia da técnica do contraponto eh ele inova a forma de narrar quer dizer num romance tu tens normalmente um núcleo narrativo quer dizer
tu tem um personagem principal tu tem o enredo aquela história que tá sendo contada às vezes tu tem personagens secundários que normalmente estão presentes na obra porque eles estão ligados ao núcleo narrativo tá isso seria um romance tradicional o que que ele faz ele desmembra é como se não tivesse um núcleo narrativo é como se fossem várias histórias paralelas tá eh e de repente esses personagens que estão Vivendo em algum momento a vida deles eles se cruzam acho que o título Caminhos Cruzados ilustra um pouco melhor essa ideia da técnica do contraponto quer dizer tu
não tem um núcleo narrativo tu tem histórias paralelas de personagens que né se cruzam ao longo da vida e da própria narrativa Enfim então isso é uma inovação que o éco vai apresentar pra gente principalmente em Caminhos Cruzados e o resto é silêncio quer dizer nesses chamados romances urbanos aí da sua primeira fase Mas aí o que que vem nós temos o romance histórico eu acho que depois de investigar né o comportamento e os valores desta burguesia Urbana né dessa pequena classe média Urbana Gaúcha eh Talvez o Erico tenha se questionado como nós chegamos até
isso né como chegamos nisso então a resposta necessariamente estaria no passado e aí ele vai fazer essa obra monumental né que é o tempo e o vento são 200 anos de história ele começa em 1745 lá com a formação né do do Estado do Rio Grande do Sul as guerras missioneiras E aí ele vem até 1945 até o fim da era Vargas tá então são 200 anos de história do Rio Grande do Sul 200 anos que serão contados através de uma família né que são os terras Cambará uma família que acaba simbolizando né o próprio
povo Gaúcho eh eu coloquei ali a ideia do do título que as pessoas sempre me perguntam né Porque que o tempo e o vento o que que eh e é interessante a gente vai ver que existe já que a história de uma família né os terras Cambará uma família que vai se formar a partir de dois elementos aparentemente distintos contraditórios Eu acho que o título fala um pouco disso quer dizer a gente tem um elemento do tempo que que tá ligado à morte que tá ligado à destruição quer dizer o tempo passa e as coisas
se acabam né e e no início do romance principalmente na primeira parte no continente o elemento masculino tá muito ligado a isso quer dizer o homem antecipa o o serviço do tempo quer dizer ele faz a guerra então ele traz a morte e e o vento tá ligado a figura feminina eh tem uma personagem a Bibiana que ela dizia a noite de vento é noite de uma mortos então quando sopra o minuano aquele vento frio né a gente Fecha todas as as janelas e senta ali para ouvir as histórias daqueles que já morreram então ao
falar daqueles que morreram a gente mantém a memória deles vivos então nos dá a ideia né da permanência então o jogo entre destruição e permanência O Tempo e o Vento elementos constitutivos desta da formação dessa história daí o título ã a tia toda em terceira pessoa mas intercalada ele tem uma estrutura diferenciada bom falei em trilogia né quer dizer o tempo e o vento é uma obra composta de três de três romances o continente o retrato e o arquipélago então vejam o continente começa ali em 1745 e vai até 1895 com a revolução federalista e
esse primeiro momento já o título nos dá essa ideia o continente quer dizer fala da formação do Estado a partir da formação da família né dos terras Cambará então a ideia de continente de aglutinação E aí então a gente passa por todos os momentos importantes da história né da formação do Estado do Rio Grande do Sul como eu falei desde as guerras missioneiras depois ele passa pela revolução Farropilha pela guerra do Paraguai eh a formação das primeiras estrad desculpa das primeiras cidades ah a chegada dos primeiros Imigrantes até chegar a revolução federalista 1895 depois a
segunda parte é o retrato que aí tá no início do século XX tá vendo ali 1900 1915 aí tu tem ainda a história dessa família né mas aí já a modernização o início do século XX então o personagem vem para Porto Alegre Vai estudar vai fazer a faculdade né volta pra sua cidade então tu tem já o início da modernização né E já tem assim o centro Urbano e o arquipo que é a última parte que vai de 1922 a 1945 continua contando a história dessa família mas um dos membros dessa família se torna assessor
do Getúlio Vargas e vai morar né no Rio de Janeiro então desloca né Sai tira esse universo aqui do pega esse Rio Grande do Sul aqui e coloca ele num contexto maior né no contexto Brasileiro ao mesmo tempo a gente vai perceber que esta família des lá do início os terras Cambará vivem agora um processo de fragmentação né uma família que agora tá separada em arquipélagos em Ilhas né E aí então o o o trabalho assim de juntar né de juntar os cacos dessa família trabalho esse que vai ser feito por um dos personagens que
é o Floriano que vai se dar conta que somente através da arte ou da literatura seria possível resgatar a história tão grandiosa dessa família e na verdade a história do próprio Estado E aí então esse personagem senta para escrever o seu romance e E aí nós vamos perceber que a última frase do arquipélago vai ser exatamente a primeira frase do romance continente então fechando a ideia de uma obra cíclica né E que resgata então a história eh do Rio Grande do Sul bom mas vale lembrar que o Érico não fica só por aí né quer
dizer além do romance urbano do romance histórico ele tem também os chamados romances políticos n obras como senhor Embaixador ou Prisioneiro e incidente Antares são três obras fundamentais que mostram eh um Eric verismo que aborda temas ligados à política e por exemplo o senhor Embaixador na América Latina aí a gente já tá ali entre os anos 60 e os anos 70 então que se vivia né um processo de ditadura militar na na América eí de América Latina de uma forma geral então ele aborda esse tema no Senhor Embaixador o Prisioneiro ele fala sobre Guerra do
Vietnã e incidente Antares é uma obra dos anos anos 70 que o Brasil já vivia um período de ditadura militar e surge uma tendência na literatura latinoamericana e também aqui no Brasil o chamado Realismo mágico ou Realismo Fantástico que o Érico Veríssimo vai aproveitar no incidente Antares eh o que acontece é que numa cidadezinha fictícia no interior do Rio Grande do Sul os coveiros entram em greve e aí sete pessoas eh defuntos né não são enterrados E aí à noite esses defuntos levantam acordam e começam a Caminhar pela cidade e como o Machado de Assis
já disse né os defuntos nunca são seres muito confiáveis esses esses já que eles já morreram eles podem fazer o que eles quiserem e essa e esses defuntos começam a mostrar os podres né dos vícios os pecados dessa cidade todas vê à tona então brincando com essa ideia né do Realismo mágico ele aproveita para eh fazer uma crítica né contundente assim da situação do próprio país na época então não esqueçam o Érico Veríssimo além do romance urbano e né do romance histórico Tempo e o Vento ele tem também os romances políticos gente Dessa forma a
gente encerrou aí a nossa revisão né do chamado romance de 30 do modernismo da segunda fase nosso próximo encontro a gente fala sobre modernismo da terceira fase Ok espero vocês então aqui no aulalivre.net até [Música] lá siga o aula livre net nas redes sociais e Fique por dentro de tudo que acontece em nossos cursos YouTube Twitter e Facebook aulalivre.net seu portal de cursos grátis