Luciano Subirá | A IGREJA FORA DA PORTA

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Luciano Subirá
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Transcrição do Vídeo:
Nesse domingo especial, onde não apenas o Brasil, mas o mundo para para reconhecer, neste fim de semana, isso inclusive é uma das coisas raras, porque bate também, né, muito próximo do calendário judeu para se celebrar a Páscoa. A Páscoa no Antigo Testamento era uma figura do que Cristo faria. O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios e chama Cristo de "o nosso Cordeiro Pascal", né?
E foi justamente no fim de semana dessa figura de redenção que nosso Senhor tanto morreu como ressuscitou por nós. É muito difícil, né? No momento como esse, embora a gente seja diariamente, não apenas semanalmente, gratos a Deus, é muito difícil não parar para pensar no impacto que isso tem nas nossas vidas.
No entanto, eu quero trazer uma abordagem relacionada com sacrifício que envolve a morte e a ressurreição de nosso Senhor, um pouco diferente do usual, né? O que Deus tem me dirigido a compartilhar com vocês terá como texto base Hebreus, capítulo 13. Nós vamos ver juntos os versículos 11 até o 13.
Eu vou ler na versão atualizada; o texto diz o seguinte: "Hebreus 13, de 11 a 13. Se você puder, acompanhe comigo, por gentileza. " O texto sagrado diz assim: "Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos pelo Sumo Sacerdote como oblação pelo pecado têm o corpo queimado fora do acampamento.
Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. " Se você puder, repita essa expressão comigo: "fora da porta". Só mais uma vez, com gosto, vontade, tipo aquela que você fica esperando eu pedir a segunda vez.
Então, vamos lá: "fora da porta. " "Saiamos, pois, a Ele fora do Arraial, levando o seu vitupério". Outras traduções, né, como a Nova Almeida, atualizada, falam "saímos, pois, aí fora do acampamento, levando a mesma desonra que Ele suportou".
Em outras traduções, né, em vez de "desonra", o vitupério usa um outro sinônimo: "levando a sua vergonha". E eu quero tomar esse texto como não apenas nosso ponto de partida, mas também uma espécie de trilho para nossa meditação, para nossa reflexão. O texto várias vezes enfatiza ao que diz respeito ao lado de fora, né?
No verso 11, nós lemos que o corpo do animal oferecido no dia da expiação, registrado lá em Levítico 16, daqui a pouco eu vou ler esse texto, era queimado fora do acampamento. Depois a Bíblia diz: "Foi por isso que Jesus também sofreu fora da porta", é crucificado lá de fora da cidade. E no verso 13, pela terceira vez, a Bíblia diz: "Saiamos, pois, a Ele", está falando de Cristo, "fora do Arraial".
Toda a ênfase dada aqui é que Jesus sofreu do lado de fora da porta e que nós devemos sair. E sair a Ele não significa que não encontramos do lado de dentro, mas que temos um compromisso de levar a mensagem daquilo que Ele fez do lado de fora também, lá do lado de fora. E o tema da minha mensagem hoje é "A Igreja Fora da Porta".
Essa expressão "porta afora" já foi muito mais usada na língua portuguesa antigamente do que é usado hoje. No inglês, é muito comum usarem a expressão "outdoor", né, o lado de fora da porta, para falar de tudo que é externo. Nós acabamos conhecendo e imaginando na nossa mente que outdoor é um cartaz de propaganda, né?
Para aqueles que falam a língua, tudo que acontece do lado de fora é chamado "outdoor"; já o que acontece do lado de dentro é chamado de "indoor". Teve uma época aqui no Brasil que a gente tinha a febre do kart indoor, que era dentro de um barracão, porta adentro. Ou a expressão "porta afora".
Essa é a linguagem que está sendo usada, e ela precisa chamar a minha e a sua atenção para uma responsabilidade que temos. Se entendemos o sacrifício de Jesus, o que é que Ele propôs? Precisamos entender qual é não apenas o benefício que eu e você temos no aspecto pessoal de salvação, mas qual o nosso compromisso; qual é a nossa responsabilidade que é transbordar esse entendimento e essa experiência para o lado de fora.
Eu me lembro, aos 15 anos de idade, recém cheio do Espírito Santo, de ter lido um livro que mexeu muito comigo e reprogramou a minha forma de pensar, a minha visão. Era um livro de um grande evangelista, Tiel Oswald, chamado "Conquistando Almas Lá Fora, Onde os Pecadores Estão". Não é por mais óbvio que pareça, a ideia do livro era chamar a nossa atenção para o fato de que muitas vezes nós, como igreja, estamos esperando que o pecador venha até nós, quando a responsabilidade que Deus nos deu é de que nós saímos até eles.
E exatamente disso que o texto fala! Eu queria dividir essas verdades desses versículos em três partes: na primeira, a ênfase de que Jesus sofreu fora da porta; segundo, o chamado que a gente participe disso: "Saiamos a Ele fora do Arraial", fora do acampamento, se você preferir; e a terceira é quando a Bíblia fala sobre levar a sua vergonha. Com esses três tópicos, eu quero tentar te ajudar a entender o quadro de uma forma um pouquinho mais completa.
Então, a tipologia bíblica apresentada quando diz que aqueles animais, cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, no verso 11, pelo Sumo Sacerdote como oferta pelo pecado, isso aqui é uma citação de Levítico 16, versos 27 e 28. Deus estava falando a respeito do Dia da Expiação. Uma vez ao ano, eles tinham o que hoje é conhecido como, né, o Yom Kipur, o Dia do Perdão, que era o Dia da Expiação.
Levítico 16, 27 e 28 diz assim: "Mas o novilho e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no santuário, serão levados para fora do Arraial. " A carne ou o excremento deles serão queimados, e aquele que queimar lavará suas roupas, banhará seu corpo em água e depois entrará no arraial. É essa figura que o autor de Hebreus toma; aliás, todo o livro de Hebreus vai apresentando, de forma figurada, a Nova Aliança interpretada a partir do que ele chama de parábolas do Antigo Testamento, de alegorias.
Nós precisamos entender que, na perspectiva bíblica, na teologia, chamamos isso de convergência bíblica. Na perspectiva bíblica, tudo converge na pessoa de Jesus. Aliás, Paulo, escrevendo, afirma que Deus faria convergir Nele, em Cristo, todas as coisas.
O próprio Jesus diz, em João 5:39: “Examinai as escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; são elas que testificam a respeito de mim. ” Eu amo a maneira como a simbologia bíblica é apresentada. Como dissemos anteriormente, Cristo é chamado de Cordeiro Pascal.
Agora, o que nós precisamos entender é que a ênfase aqui não é apenas o sacrifício. A ênfase de Hebreus 13, de 11 a 13, é onde o sacrifício aconteceu do lado de fora, e essa expressão nos apresenta uma mensagem que diz respeito à importância de não nos fecharmos, como igreja, apenas em nós mesmos, e de não termos apenas os olhos voltados para o lado de dentro, mas também para o lado de fora. Entendemos a importância de que há uma missão a ser cumprida do lado de fora.
Aliás, a gente tem dito sempre que a nossa missão, quando falamos em termos de ministério, de exercício do serviço, da perspectiva bíblica de serviço, ela tem três direções. Aqui a gente fala sobre ministrar ao Senhor: tudo aquilo que é o ministério direto a Deus, oração, adoração, ministrar aos santos, tudo aquilo que diz respeito à edificação, fortalecimento e crescimento. Mas também ministrar ao mundo.
Nós precisamos entender que não se trata de escolher um ou outro, não se trata de dizer "esse é mais importante," porque nenhum desses aspectos é concorrente, nem divergente; eles são complementares. Mas o foco é sempre que a gente possa transbordar, do lado de fora, aquilo que temos recebido lá de dentro. A Bíblia vai mexendo nesse assunto, eu diria, de forma recorrente, porque sabe do perigo da nossa empolgação com a presença e com a glória que nós temos lá de dentro nos fazer esquecer as necessidades que existem do lado de fora.
O que me chama a atenção é quando Jesus está ensinando a palavra, e você percebe claramente isso em dois momentos: não só no Sermão do Monte, mas logo depois, em momentos onde o Senhor Jesus segue se dedicando ao ensino. Há uma ocasião em que Jesus para, depois de todo o ensino que Ele descarregou, e Ele vira para os discípulos e diz assim: "Passsemos para o outro lado. " Agora, eles vão mudar da margem do lago, era um lago tão grande que era chamado de Mar da Galileia.
Quando Ele simplesmente interrompe o ensino e leva os discípulos para outra margem, o que é que nós vemos que vai acontecer do lado de lá? Nós temos pessoas necessitadas que precisavam ser atendidas; temos um endemoniado como aquele Gadareno, precisando ser liberto. Para mim, Jesus está falando claramente de dois aspectos importantes: vocês precisam de ensino, vocês precisam de instrução, vocês precisam receber o depósito da palavra, vocês têm que estar sentados aos meus pés.
Mas é quase como se Ele dissesse: nada disso, no entanto, terá importância ao cumprir plenamente o seu propósito se não entendermos que, no final, o propósito é que a gente descarregue isso na vida dos necessitados do lado de fora. Quando você olha para a transfiguração de Jesus, em Mateus, capítulo 17, é um desses relatos. A Bíblia diz que Ele sobe ao monte para orar e leva alguns de seus discípulos consigo: Pedro, Tiago e João.
A Bíblia diz que, enquanto Ele orava, Ele se transfigurou diante deles. Eles O vêm com roupas resplandecentes; há uma manifestação da glória de Deus. A Bíblia diz que viram Moisés e Elias, que representam a Lei e os Profetas, porque todos os três, os profetas, convergiram em Cristo.
Eles aparecem falando com Jesus, e Pedro, empolgado, diz: "Vamos fazer três tendas; uma para o Senhor, uma para Moisés e outra para Elias. " Nós ficamos no relento; a gente não precisa nem dessa preocupação. Mas quando Ele está falando de fazer as tendas, Pedro está dizendo: "Não precisamos mais sair daqui; vamos permanecer nesse lugar, onde a glória de Deus se manifesta.
" A Bíblia diz que vem uma voz daquela nuvem de glória que os envolve, e a voz se dirige a Pedro, dizendo: "Esse é meu Filho amado; a Ele ouvi. " Gentilmente a voz está dizendo: "Cala a boca, Pedro, para de falar, ouça! " É Ele que tem algo a dizer.
E o que é que Jesus vai dizer para eles? "Nós vamos descer do monte. " A proposta de Jesus é que nada de morar aqui, porque tudo que estamos experimentando aqui não faz sentido se a gente não for descarregar isso lá embaixo.
Então, logo, Ele desce a um pai, entre outras pessoas necessitadas, que havia trazido um filho endemoniado que os discípulos não puderam expulsar. Jesus chega exatamente no tempo correto, na hora certa, para resolver o problema. O que esses textos estão nos comunicando é que não podemos viver uma empolgação com aquilo que temos do lado de dentro e esquecer a importância de descarregar isso do lado de fora.
No Evangelho de João, no capítulo 4, Jesus está ministrando a uma mulher junto ao poço de Jacó, em Samaria, e a Bíblia diz que os discípulos chegam e interrompem Jesus, dizendo: "Eu tenho que comer. " Eles foram à cidade buscar comida, estão preocupados com outras coisas. Jesus responde: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou.
" Então, as palavras que Jesus está dizendo: "Enquanto vocês estão dando mais importância a outra coisa, eu entendi algo que é mais importante do que o que vocês acham que é. Vocês são focados apenas nas próprias necessidades de forma egoísta e dizem: 'Eu estou aqui para tocar e suprir a necessidade de outros'. " É logo depois dessa lição que Jesus, em João 4:35, diz para os discípulos: "Levantem os olhos e vejam os campos, pois estão brancos.
" Outras traduções falam de "maduros para colher". É interessante você olhar a frase inteira. Jesus vai falar assim: "Vocês não dizem que ainda faltam quatro meses até a colheita?
" Em outras palavras, no natural não tinha campo branco nenhum, porque só estaria desse jeito quatro meses depois. Mas Jesus pega uma figura e diz: "Esquece agora o natural, olhe além do próprio umbigo, comece a enxergar a necessidade. Tem gente pronta para ser colhida.
" A maior parte do tempo, a ênfase bíblica é que eu e você precisamos deixar de olhar apenas para o umbigo, deixar de olhar apenas para o lado de dentro e enxergar a necessidade daqueles que estão do lado de fora. Essa dificuldade parece ser um comportamento repetitivo desde o início da história da Igreja. Em Atos, no capítulo 1, no verso 8, Jesus fala a respeito de qual era o propósito do derramado Espírito Santo e diz: "Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas.
" Para que ser cheio do Espírito Santo? Não é apenas para que a gente o desfrute, mas é porque ele nos capacita a cumprir o propósito e a testemunhar onde? Do lado de fora.
E diz: "Vocês vão ser minhas testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra. " Aí, o Espírito Santo é derramado no Dia de Pentecoste. Eles até testemunham em Jerusalém, mas ninguém a ré do pé de lá.
Ninguém vai a lugar nenhum. O avivamento vem com força para Jerusalém; outras pessoas estão vindo para Jerusalém, mas os discípulos não estão saindo. O costume é dizer que tem um contraste entre Atos 1:8 e Atos 8:1, e não é apenas uma mudança na ordem de que número dita o capítulo e qual dito versículo é o que vai acontecer.
Em Atos, capítulo 8, no verso 1, fala a respeito de uma grande perseguição que se levanta contra a Igreja. O texto diz assim: "Naquele dia teve início uma grande perseguição contra a Igreja em Jerusalém. " Aí a Bíblia diz assim: "Todos.
. . " Estamos falando de uma Igreja de milhares de pessoas, e a Bíblia diz: "Todos, exceto os apóstolos.
" No primeiro dia em que Pedro prega, no dia de Pentecostes, a Bíblia diz que cerca de 3. 000 se converteram. Logo depois, a Bíblia vai dizer que elevou-se o número dos discípulos, cerca de 5.
000. A essa altura, nós já não sabemos quantos milhares, mas Atos, capítulo 6, diz que a Igreja seguia se multiplicando. Então, temos multiplicação em cima dos primeiros números mencionados e, de repente, a Bíblia apresenta a ideia de que todos esses milhares e milhares de crentes, exceto os apóstolos, que era um grupo pequeno, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.
Por que eles foram dispersos? Versículo 4: "Assim, enquanto isso, os que foram dispersos iam por toda a parte pregando a palavra. " Quando eu digo "todo mundo" fugiu da perseguição, basicamente imagino Deus olhando do céu dizendo: "Eu dei a missão, orientei o que era para fazer, enchi vocês com o Espírito Santo, capacitei e vocês não vão por bem.
" Ele foi espalhar vocês na marra. "Se não vão por bem, vão pelo outro tipo de bem que vocês interpretam mal. " Deus tem um foco e uma missão redentora para toda a humanidade.
Ele nos deu a honra e o privilégio de ser parte disso, e ele tá dizendo: "Eu dou a vocês a direção. Estabeleçam o trilho, oriento com a missão, eu capacito vocês, mas se vocês ainda assim se empolgarem achando que o avivamento é só para vocês, eu espalho vocês de alguma outra forma. " Basicamente, o que a gente vê é a mesma empolgação de Pedro no monte da transfiguração.
Estão curtindo uma veia de Deus, a glória, aquele ambiente, mas não saem para cumprir a missão. É interessante que, entre esses que fugiram da perseguição, está Filipe. Filipe chega em Samaria, prega o evangelho, e temos um avivamento.
Mas, até então, o que Filipe fez foi missão acidental. Não tem nada intencional, não tem nada planejado. Mas, no meio desse mover tremendo, de repente, a Bíblia diz, no verso 26, que um anjo do Senhor aparece para Filipe e diz: "Some daqui; deixa o lugar do avivamento.
" Imagino a missão que está sendo apresentada para ele como algo bem confuso, porque o Senhor disse para ele: "Vai para aquela estrada, para aquele caminho que está deserto. " O que significa deserto? Não tem ninguém.
Largue esse mover todo, esse monte de gente sendo salva, curada, liberta, batizada nas águas, cheia do Espírito Santo, e vai para o lugar que não tem ninguém. Como nada, o que Deus diz é: "Sem propósito. " Filipe obedece, e quando ele obedece, chega lá, daqui a pouco tem um viajante passando.
A Bíblia fala de um eunuco, um etíope, que era um alto oficial da rainha da Etiópia, e ele tá passando. O Espírito Santo junta-se a essa carruagem, e, porque Filipe estava ali, obedeceu ao comando de Deus, ele levou aquele camarada para Jesus. Um homem.
Deus mandou ele abandonar a cidade do avivamento para alcançar um. A tradição cristã diz que esse foi o responsável por disseminar e espalhar o evangelho em toda a Etiópia. Uma nação inteira foi tocada e alcançada.
Nós precisamos entender que, muitas vezes, nem a empolgação com aquilo que Deus está fazendo nos faz perder o foco da missão. E, o tempo todo, eu e você estamos sendo chamados a entender que, assim como Jesus sofreu fora da porta, nós temos a missão. Qual é a missão?
A segunda parte que eu quero destacar é um desdobramento, uma expansão da. . .
Primeira é que a Bíblia diz assim: "Saiamos a Ele fora do Acampamento, fora do Arraial. " O que significa "saiamos a Ele"? Não significa que Jesus está pendurado na cruz do lado de fora.
Até hoje, embora numa perspectiva prática, precisamos entender que quando Paulo diz "estou crucificado com Cristo", Ele não está falando de algo literal. Mas, ele obviamente está pegando aquela realidade, algo que aconteceu, que em termos históricos na cronologia já ficou no passado, e ele trata como se ainda estivesse lá. E a Bíblia está dizendo que eu e você temos que sair a Ele.
Não é um sair para experimentar os benefícios; é sair para se unir a Ele nessa missão de vamos alcançar os que estão do lado de fora. Porque se permanecemos apenas do lado de dentro, não alcançaremos os que estão do lado de fora. Aliás, o texto diz: "Saiamos a Ele, levando a sua vergonha.
" Daqui a pouco, vou explicar melhor isso, mas levar a sua vergonha é participar com Ele daquilo que Ele começou, é levar a cabo a obra que Ele iniciou. A palavra de Deus diz que o próprio Jesus disse aos seus discípulos: "A palavra de Deus resiste que somos luz do mundo. " Mas, algumas vezes, a gente passa a acreditar que somos luz da igreja, e a gente quer ficar aceso, escondido do lado de dentro, em vez de estar brilhando do lado de fora.
Jesus disse: "Nós somos o sal da terra. " E, às vezes, a gente imagina que tem que ser o sal da igreja, mas Ele diz: "Não é para ser. " Como disse alguém: "Sai fora do saleiro.
" Então, muitas vezes, eu percebo uma mentalidade errada e deficiente que nós temos de confundir aspectos da santificação com a nossa missão. Eu, por exemplo, sou parte de uma geração que, quando as pessoas se convertiam, a primeira coisa que a gente fazia era arrancá-las de todo o relacionamento com os amigos e os familiares que não eram crentes, porque a gente dizia: "Você tem que se separar, você tem que ser santo. " E a gente dizia: "A palavra 'Eclésia', que é a expressão no grego traduzida como igreja, significa 'os chamados para fora'.
" Então, sai do meio dessa turma, se isola. De fato, a palavra 'Eclésia' é uma combinação, um jogo de palavras que significa chamar para fora, mas era usada para falar de qualquer assembleia, de qualquer ajuntamento, onde as pessoas recebiam a convocação para sair das suas casas e se reunir para discutir algo em conjunto. Agora, isso não significa, na perspectiva bíblica, sob hipótese nenhuma, que a gente se isole, que a gente desconecte-se das pessoas.
Aliás, quando você olha na Bíblia, as pessoas que têm mais acesso, normalmente, são aqueles recém-convertidos, porque a maior parte das pessoas do relacionamento deles ainda são pessoas que não se converteram e que não servem a Deus. E muitas vezes, nós tiramos essa pessoa para dizer que precisamos fortalecê-la, que ela tem que ser edificada. E, depois de muito tempo, quando a gente agora está maduro, a gente tenta mandá-la de volta para aquele lugar como missionário, depois que ela perdeu toda a conexão com as pessoas.
Pastor, a Bíblia não fala de separar-se. Sim, a Bíblia fala de separar-se, mas não do convívio com incrédulos. A Bíblia fala a respeito de separar-se do que a Escritura chama de falsos irmãos.
Em 1 Coríntios, capítulo 5, a partir do verso 9, o apóstolo Paulo diz assim: "Interessante que está falando aqui do contexto da Páscoa. " Ele chama, no versículo 7, Jesus de "nosso Cordeiro Pascal". No 8, ele fala de celebrar a festa, a Festa da Páscoa, acompanhada de uma semana, sete dias de celebração do que era uma festa complementar chamada festa dos pães ázimos.
Todo o fermento era tirado; o fermento é a figura do pecado. Então, Paulo diz no verso: "Por isso, celebremos a festa, não com o velho fermento, nem com o fermento do mal e da maldade, mas com o pão sem fermento, o pão da sinceridade e da verdade. " Eu estava falando que a festa da Páscoa celebra uma vida de santificação, honrando Jesus e o sacrifício pelos pecados.
O raciocínio diz assim: "Na outra, já escrevi a vocês que não se associassem com os impuros. " 1 Coríntios 5:9. Agora, no 10, Ele explica: "Refiro-me com isso não propriamente aos impuros deste mundo, aos avarentos, ladrões ou idólatras; pois, nesse caso, vocês teriam de sair do mundo.
" No 11, mas agora escrevo a vocês que não se associem com alguém que, dizendo ser irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, bêbado ou ladrão; nem mesmo comam com alguém assim. Em outras palavras, Paulo está dizendo: "Eu nunca orientei vocês a cortar relacionamento com incrédulo, com ímpio. " Ele está dizendo: "Eu orientei vocês a cortar relacionamento com aquele que, dizendo-se irmão, alegando conversão, nunca mudou de vida.
Com aquela pessoa que não se deixa ser influenciada por evangélicos, mas, com estilo de vida pecaminoso, está tentando influenciar vocês. " A questão que nós precisamos entender que está sendo abordada aqui tem mais a ver com influência. Em Lucas 7, versos 33 e 34, Jesus é chamado de amigo dos pecadores.
Ele nunca esteve distante dos pecadores; Ele foi atacado e criticado por isso. É interessante que vários textos enfatizam a verdade. Por exemplo, em Lucas 5, 30 e 31, os fariseus e escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: "Por que vocês comem e bebem com os publicanos e pecadores?
" Jesus toma uma palavra de instrução: "Não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. " E, em Lucas, capítulo 15, verso 1 e 2, a Bíblia diz assim: "Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para ouvir.
" Os fariseus e os escribas vão murmurar, dizendo: "Esse recebe pecadores e come com eles. " Para a gente, tão entre aspas, tão santos que não tinha. .
. Conexão nenhuma com aqueles que precisavam de arrependimento. O ponto que nós estamos a entender é: influência.
Jesus está no meio dos pecadores, está influenciando-os com o evangelho. Sim, essa conexão tem que ser usada! Alguém se diz irmão, alega ter saído de lá, está no nosso meio, mas vive uma vida de religiosidade com o coração blindado contra o evangelho, defendendo a prática do pecado.
Não se permite ser influenciado e pode ser uma má influência. A Bíblia diz: "Lima, e se fora do relacionamento impura para que você os toque. " A Bíblia está dizendo que essas conexões têm que ser usadas.
Há pouco tempo, compartilhei com vocês aqui uma mensagem titulada "Pescando com Rede" e falamos do poder dos relacionamentos na pregação do evangelho. Deus nunca nos mandou nos afastar das pessoas, apenas a gente não deve deixar que uma proposta de valores pecaminosos nos toque. Mas nós precisamos levar a mensagem transformadora do evangelho.
Quem está entendendo a visão de serviço e ministério dentro da igreja muitas vezes vem sendo mal entendida e compreendida. Eu sei que a gente tem o ajuntamento dos santos, sejam as nossas reuniões públicas, os cultos ou as reuniões que temos nas casas, que chamamos de células. Obviamente, existe um ministério ao Senhor; existe um ministério aos santos que envolve fortalecimento e edificação.
Mas nós precisamos entender que serviço e ministério não são só aquilo que fazemos para Deus e entre nós. Uma das perspectivas bíblicas de ministério é o que fazemos para o lado de fora. Então eu louvo a Deus por esse exército que nós temos, desde voluntários que ajudam em todas as áreas de funcionamento dos nossos cultos e reuniões — áreas, né, que muitas vezes as pessoas nem param para perceber a importância e o valor que têm.
Esse exército de gente, nós temos trabalhando naquilo que alguns veem como mais espiritual, né, como louvor e adoração, os líderes de célula, o cuidado que temos com as pessoas, por meio não só dos líderes, mas também dos supervisores e coordenadores. Como eu disse, é um verdadeiro exército, mas apesar de tudo isso ser importante, precisamos ser muito gratos por tudo que fazem. Nós precisamos entender que isso não define a nossa missão.
Isso é apenas uma parte dela, porque a outra parte diz respeito ao que nós vamos fazer do lado de fora, ao que acontece no dia a dia, não nos cultos. A sua capacidade de levar o evangelho a quem, talvez, não precisaria, caso não enxergasse em você o diferencial da luz de Cristo sendo resplandecida. De vez em quando, a gente recebe gente que já vem convertida, consolidada na fé, com aquela visão de serviço.
E uma das primeiras perguntas que eu já respondi para muita gente aqui foi: "O que eu posso fazer para ajudar? Como eu posso servir? " Eu digo: "Olha, o que eu mais espero de você é que você ganhe almas e ajude a cuidar delas.
" Porque muitas vezes as pessoas estão pensando só no que pode ser feito lá de dentro. A gente tem isso, mas a gente também tem aquilo que precisa acontecer do lado de fora. E Deus vai levantar pessoas que nunca estarão, por exemplo, no ministério em tempo integral, mas isso não significa que elas não têm ministério.
Outra pessoa falou: "Não, eu não tenho ministério. " Eu falei: "Todo mundo tem ministério. " A palavra "ministério" é serviço; todo mundo tem que servir.
A questão é como esse serviço. Quando você olha, por exemplo, um José fazendo diferença no Egito, mas lá na corte e não dentro de um templo, e dentro de um culto, você vai entender que aquilo é uma missão. Quando você vê um Daniel fazendo diferença dentro da corte, né, como um público de alto escalão, você precisa entender que aquilo é parte da missão.
O seu trabalho é o seu campo missionário. Aliás, eu gosto quando, no livro de Joel, Deus está dizendo: "Suscitai valentes, proclamem uma guerra santa. " Ele está chamando seu povo e diz assim: "Façam espadas e lanças das vossas relhas e podadeiras.
" Deus não está só dizendo que aqueles que não tinham armas iriam improvisar, mas Ele está dizendo que suas ferramentas de trabalho serão suas armas no reino. O lugar onde Deus te insere na sociedade é onde você pode fazer a diferença. Então a Bíblia vai falar de um almoço que ninguém olharia para aquilo como uma missão.
Ela foi raptada de Israel, feita prisioneira de guerra numa das batalhas, e acaba virando serva na casa de Naamã, o general. Mas esse homem tem necessidades; esse homem está enfermo, está leproso. E na hora em que a bola quicou na frente dela, ela está lá, sendo mais uma missionária, um instrumento de Deus.
Se você tivesse contato com o homem de Deus que está lá em Israel, ele ia te apresentar um Deus que muda sua vida, que toca as suas necessidades. E naquele lugar, sem nenhuma remuneração, sem nenhum tipo de honra em termos sociais, no mais baixo nível que você pudesse imaginar, essa pessoa está dizendo: "Cada oportunidade tem que ser explorada. " Mas quando uma esfera é levada ao reino, a Mãe diz: "Quem sabe isso não foi para um tempo como este que chegaste a ser rainha.
" A Bíblia está dizendo que qualquer posição que você tenha na sociedade é uma oportunidade que temos. "A gente de Deus infiltrados nesses lugares. " Quem está entendendo?
Terceiro e último lugar: a Bíblia fala não apenas que Jesus sofreu fora da porta, fala não só que temos que sair a Ele fora do acampamento ou do arraial, mas também diz que nós temos que levar a sua vergonha, seu vitupério. "O que isso significa? " A própria crucificação era uma grande vergonha e desonra, porque quem era crucificado eram criminosos, eram pessoas que haviam sido condenadas à morte pelos seus crimes.
E quando Jesus é tratado dessa forma, Ele. . .
Obviamente, está sendo humilhado, desonrado e envergonhado. É lógico que ele está sofrendo, que eu e você deveríamos sofrer pelos nossos pecados, mas é inegável que o que ele passa envolve esse lugar de vergonha. Se você pensa numa sociedade moderna, onde as pessoas passaram a ter um estilo de vida de usar muito pouca roupa, você não consegue entender a vergonha que era, para a época, alguém na cruz tão despido como ia.
Então, há várias perspectivas para dizer que o que Cristo passou foi uma grande vergonha. Mas acho interessante que o autor de Hebreus, pelo Espírito Santo, está dizendo que nós temos que sair a Ele para levar a Sua vergonha, carregar conosco a Sua vergonha. Do que a Bíblia está falando?
Eu creio que Paulo sabia exatamente o que significava essa declaração de Hebreus quando, lá em Romanos, no capítulo 1, no verso 16, ele faz a seguinte declaração: "Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. " Mas espera aí, pastor! É para levar a vergonha ou é para não ter vergonha?
A Bíblia não se encontra disso. Quando a Bíblia diz que nós temos que sair levando a Sua vergonha, é como os outros nos tratam. Para eles, isso é vergonha; para nós, isso é honra.
Cristo foi envergonhado na perspectiva dos outros. Quando Ele se dispõe a fazer isso por mim e por você, Ele está dizendo: "Isso é uma honra e um privilégio. É parte de uma missão redentora.
" Quem está entendendo? À medida que entendemos e compreendemos essas verdades, nós precisamos saber que Deus está dizendo que nós temos que levar. É ruim, porque muitas vezes é a mentalidade que teremos.
Por que tantos crentes não compartilham a sua fé? Gente, eu, durante muito tempo, fui parte do SSC. Para quem não sabe, é o Serviço Secreto Cristão.
É aquele crente com identidade tão secreta, tão secreta que, às vezes, nem ele sabe o que ele é, de tão secreto! Eu morria de vergonha, porque me lembro de uma época em que o Evangelho não tinha a popularidade de hoje, o que, às vezes, por um lado, me empolga, por outro, me assusta. Porque eu me lembro de quando saía para ir à igreja e a gente tinha, para nós adolescentes, a caminhada, que era da vergonha, não com isso ser pretensioso, mas era sair de casa ao ponto de ônibus com a família, no domingo, para ir para a igreja.
Eu, muitas vezes, já sabia que os amigos iam começar a gozar. Eu colocava a Bíblia para dentro da calça, cobria com a camisa do lado de fora, para que eles não vissem. Mas não tinha jeito: papai saia vestido de crente, com a Bíblia debaixo do braço, desfilando com a família.
Eles sabiam que era hora de ir para o culto. Aí começavam alguns: "É pai de Deus, irmão, né? Pai do Senhor, a Bíblia, glória a Deus, aleluia, ora por mim!
" Era toda aquela provocação. Eu não sabia onde enfiar a cara. Eu morria de vergonha.
Eu me lembro, quando na pré-adolescência, alguém na escola descobriu que eu era crente. Eu fiquei apavorado, e tipo assim: "Acabou meu segredo! Agora vamos começar a gozação toda.
" E eu fiz questão de explicar: "Não, mas eu não sou da Igreja de fulano. " Fulano era da igreja assim, daquela do regime Talibã, só a boca, né? Tentando ser o nosso um pouquinho melhor.
Não é tipo assim, "não mizu," e tanto com vocês. Zoariam ele! Até que, aos 15 anos, eu fui cheio do Espírito Santo e aqui que tudo muda.
É por isso que Jesus disse: "Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo; sereis minhas testemunhas. " Eu não quero ninguém lá tentando falar de mim com vergonha. Eu quero gente que dê a cara a tapa.
Eu quero gente que saiba ousar. Eu quero gente que encare o que vier: qualquer zombação, qualquer escárnio, qualquer provocação e até mesmo perseguição, porque Ele sabia que a gente não seria necessariamente bem recepcionado. Jesus, quando envia os seus discípulos e diz: "Presta atenção, o discípulo não é maior do que o mestre," está dizendo, na tradução em outras palavras: "Se me esculhambaram, eu e você não temos o direito de ter uma expectativa de que a gente não vai receber provocação, afronta, xingamento, perseguição, zombaria, sermos ignorados.
" A Bíblia está dizendo que nossa missão é levar a Sua vergonha. Nós vamos enfrentar! Em Hebreus, no capítulo 11, no verso 26, falando de Moisés, a Bíblia diz assim: "Ele entendeu que ser desprezado por causa de Cristo era uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a recompensa.
" Eu acho interessante essa declaração, porque quando você olha para a história de Moisés, não existe a revelação de Cristo, nada disso, com clareza. A Bíblia só está dizendo que ele simplesmente se recusou a ser chamado de filho da filha de Faraó, que está no verso 24. O verso 25 diz que ele preferiu ser maltratado com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado.
Aí, no verso 26, diz: "Ele entendeu que ser desprezado por causa de Cristo era uma riqueza maior do que os tesouros do Egito. " Aqui a Bíblia está apresentando uma figura de que o posicionamento dele de dizer: "Eu abro mão do palácio, da glória, do reconhecimento para ser um defensor do meu povo, para participar do projeto redentivo de Deus para com Seu povo. " É uma figura daquilo que eu e você precisamos carregar.
Muitas vezes, nós ficamos pensando que vale a pena se proteger, se poupar, não ser exposto. A Bíblia diz que a maior riqueza que ele podia ter não eram os tesouros, usufruir dos tesouros do Egito, mas enfrentar a vergonha que ele poderia passar. Causa de Cristo, mas a Bíblia diz assim: porque contemplava a recompensa.
Mas o que apenas participamos é que Jesus está fazendo, e precisamos entender que a grande honra é a recompensa, seja a salvação dessas pessoas por quem poderemos ser humilhados, ou o próprio galardão que teremos além da alma salva delas. Tudo isso é parte de um combo que justifica o que podemos passar ou enfrentar, mas o diferencial é quando somos cheios do Espírito. Para encerrar, logo depois da ressurreição de Jesus, ainda naquele glorioso fim de semana, onde Deus mudaria para sempre a história de toda a humanidade, João 20, verso 19, diz que os discípulos de Jesus estavam trancados por medo dos judeus.
Trancado significa não só portas fechadas; eles estão trancados, mas a Bíblia nos mostra como Jesus aparece no meio deles. Aliás, no relato de João, nós temos a conversa de Jesus com Tomé, dizendo: "Aí, você quer tocar, se é que apalpar? Eu tô aqui.
" Mas Marcos 16, na respectiva passagem, diz porque Jesus apareceu para eles. Marcos 16, versos 9 e 10, diz assim: havendo Jesus ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. Partindo, ela foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, estavam tristes e choravam lá naquela sala onde eles estão trancados, com medo dos judeus.
Versos 14 e 16, a Bíblia diz assim: finalmente, Jesus apareceu aos onze, onde estavam à mesa, censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado. Ele aparece para dizer: era para vocês terem acreditado, esperado que o que eu falei se cumprisse. Mas ele não está ali apenas para dizer "Eu ressuscitei"; ele está ali para destacar o propósito da ressurreição.
Então, o texto diz que, nesse momento, em versos 15 e 16, ele disse-lhes: "Vão por todo o mundo, preguem o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado. " O que está dizendo é que "minha missão para vocês está do lado de fora da porta e não aqui dentro".
Eu me lembro de uma igreja onde preguei anos atrás; já ministrei algumas vezes lá, mas me chamou a atenção quando preguei lá, no início da igreja aqui em Curitiba, porque no portão, na hora da saída, tinha uma mensagem que só havia quem estava do lado de dentro saindo. Quem entra não vê a mensagem. Dizia assim: "Você está a uma pequena distância de adentrar o seu campo missionário.
" Cada vez que o povo ia embora da igreja, tinha um lembrete: "O seu campo missionário tá aí, tá do lado de fora. " Há momentos em que Deus pode nos dirigir a abordar estranhos, como ele fez sim, mas a maior parte do tempo, a força do evangelismo deveria se concentrar nas pessoas do nosso relacionamento: familiares, parentes, amigos, vizinhos, companheiros de trabalho, colegas de estudo. Nós temos, dia após dia, oportunidade para proclamar a palavra e vocês vão precisar de ousadia, que é o oposto da vergonha.
E em Atos 1:8, "recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo". Eu me lembro quando fui cheio do Espírito Santo e eu dei baixa do SSC, o Serviço Secreto Cristão. Eu fui para a linha de frente; eu falei: "Agora todo mundo vai saber que eu sou crente.
" Eu ia para o trabalho, eu pegava a Bíblia, eu comprei a maior e a mais larga que podia, levava comigo. Meu pai dizia: "Por que você vai levar? Você nem tem tempo de ler no trabalho.
" Eu dizia: "Mas vou deixar em cima da mesa para todo mundo saber que eu sou crente. " Agora eu quero que ela crie uma oportunidade de conversa; eu quero que alguém me provoque, eu quero que alguém zombe de mim, eu quero que deixem a bola quicando na minha frente. Eu surtei, enlouqueci, porque essa ousadia não vem de você; ela é fruto do enchimento do Espírito Santo.
Mas os discípulos são transformados depois de Pentecostes e deixaram de ser os medrosos trancados e agora entendem que a missão está do lado de fora. Atos, capítulo 2, fala de como eles foram cheios do Espírito; 2:2-3 mostra eles pregando, evangelizando. O capítulo 4 mostra que eles são presos por pregar o evangelho e, quando saem da prisão, Atos 4:29-31 mostra eles orando.
Porque, quando saíram da prisão, foram proibidos de pregar o nome de Jesus e eles se reúnem, oram, e a Bíblia diz que eles oraram assim: "Agora, Senhor, olha para as ameaças deles e concede aos teus servos que anunciem a tua palavra com toda ousadia, enquanto estendes a tua mão para fazer cura, sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus. " Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos, e todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com ousadia, anunciavam a palavra de Deus. O enchimento do Espírito na vida do crente tem que ser ato contínuo.
Não há experiência para você dizer: "Ah, lá no passado, há tanto tempo. " O Senhor disse aos 15 anos assim começou. Mas eu descobri com Atos 4 que temos que dar manutenção nesse enchimento.
Em Efésios, no capítulo 5, no verso 18, a Bíblia diz: "Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito. " A conjugação dessa palavra, desse verbo "enchei-vos", no original grego, de acordo com os estudiosos, está no tempo contínuo. Nós não temos uma equivalente na língua portuguesa; o que nós temos chega perto, é parecido, é o gerúndio.
Então, quando a gente diz "Fulano está andando", você sabe que aquela atividade está em execução. Quando diz: "Luciano está pregando", você sabe que ele está fazendo isso naquele momento. Não quer dizer que estava fazendo antes e não tem garantia de que continuará a fazer depois.
Mas no grego, eles têm um tempo contínuo. Fosse traduzido ao pé da letra, era mais ou menos o seguinte: Encha-se, continue a se encher e não pare nunca de se encher do Espírito Santo. Então, alguém falou: "Pastor, por que a gente tem que continuar se enchendo?
" Eu falei: "Porque a gente tem vazamento. Se não tivesse vazamento, não tinha necessidade de se encher. " Muitas vezes vazamos pela nossa carnalidade; muitas vezes vazamos descarregando virtude nos outros, como Jesus fez com as pessoas.
Mas nós precisamos desse sentimento e é manter o enchimento ativo que mantém a ousadia de ser a testemunha de levar sua vergonha do lado de fora funcionando. Mas o que Atos 2, o dia de Pentecostes, tem como um? Quatro, quatro.
Atos são 14. Antes do derramado Espírito, que eles perseveravam na unidade em oração. Atos 4, quando são novamente cheios do Espírito, a Bíblia diz que se reúnem mais uma vez unânimes, estão orando, buscando a Deus.
O enchimento do Espírito Santo não há espécie de download automático espontâneo; ele precisa ser causado. Ele precisa ser provocado. E aí precisamos entender a importância de entrar em Deus e neste lugar da oração, não apenas orar de uma forma geral por tudo, não apenas orar pelas nossas necessidades, mas orar para que Ele cumpra a sua promessa de nos encher do Espírito, de nos fazer testemunhas.
Eles oravam especificamente: "Permita que a gente anuncie a tua palavra com toda ousadia. " E precisamos orar pelas pessoas pelas quais temos a responsabilidade de testemunhar. Precisamos orar para que Deus nos dê todas as ferramentas e possamos cumprir a nossa missão com recursos sobrenaturais.
Paulo pede oração aos Efésios: "Orai por mim, irmãos, para que me seja dada a palavra, e que, ao abrir da minha boca, eu faça como convém fazer. " Existem muitas orações específicas, mas é nesse ambiente de rendição ao Senhor que o enchimento do Espírito vem e a ousadia transborda. Deus me deu o privilégio de caminhar perto de muita gente doida.
Logo no início do desenvolvimento da vida cristã, eu lembro de uma reunião de oração que nós tínhamos toda semana e, quando estávamos orando, sempre só naquele dia da semana, o telefone tocava sem parar. A gente atendia, era sempre engano. Um dia, um que estava no nosso meio, desses dois, falou: "Eu resolvo esse problema.
" Ele falou assim: "Satanás quer atrapalhar nossa reunião, porque o dono da casa disse que nunca tem engano, só tem no dia e no horário da reunião de oração. " E disse: "Deixa comigo. Quem atende sou eu.
" Eu fiquei com medo de que ele fosse ser mal-educado. Daqui a pouco, o telefone toca; ele atende e diz: "Não, não é aqui não, senhor, não foi engano. A divina providência fez com que seu telefonema caísse aqui para que você ouvisse a respeito de Jesus.
" E depois dele pregar para os três primeiros enganos, nunca mais o telefone tocou. Eu ficava pensando: Existe uma forma diferente de lidar com as situações. Conheci outro, quer ver?
Uma confusão no aeroporto, um bocado de um voo cancelado, ninguém falava nada, todo mundo reclamando, brigando. Ele subiu em cima do balcão da companhia aérea e começou a gritar: "Todo mundo, quero voltar! Eu quero explicar para vocês o motivo do cancelamento.
" Todo mundo queria uma explicação. Ele disse: "Qual é a explicação da companhia aérea? " Eu não sei, mas o Deus da divina providência permitiu esse momento para que você escutasse.
Não vai embora! Perto de uma turma doida que orava, uma turma na rua. E sabe, não adianta você tentar imitar, porque você vai descobrir que alguma coisa dentro de você te trava, a menos que você tenha o recurso sobrenatural da ousadia.
E quando a gente é alimentado por esse poder que provém daquele lugar de oração, tudo muda. Lembrando que Paulo diz assim: Segundo aos Coríntios 5:14, "o amor de Cristo nos constrange, e, julgando nós isso, um morreu por todos, logo todos morreram; e os que agora vivem, o que Ele morreu por nós, não podem mais viver para si. " Uma das nossas grandes respostas de gratidão a Ele não é só dizer "obrigado", não é apenas cantar em adoração; quer dizer: "Eis-me aqui, envia-me a mim.
" É dizer: "Eu vou levar a sua vergonha lá fora. Eu vou me unir ao Senhor, eu vou ser parte dessa sua missão extraordinária, desse plano redentor de salvar o globo, para que toda criatura possa ouvir o Evangelho. " Você recebe essa palavra?
Feche seus olhos por um instante. Senhor, eu oro por cada um dos meus irmãos e irmãs nesse lugar e por aqueles que nos acompanham à distância, seja pela transmissão ao vivo ou posteriormente, ao assistirem a essa mensagem gravada. É hora que o teu Espírito nos permita, mais do que alinhar a nossa mente com a doutrina bíblica, que coloca a igreja do lado de fora da porta para cumprir sua missão de maneira completa.
Eu oro para que o Senhor traga despertamento. Eu oro para que o Senhor fortaleça, pelo teu Espírito, o Espírito da Verdade, a consciência dessas verdades da tua palavra em nós. É hora de sermos provocados a esse lugar e ambiente de oração e rendição, onde somos cheios do Espírito, onde recebemos os recursos sobrenaturais que nos ajudam a entender não apenas que Cristo sofreu fora da porta; acho que nós também temos que sair a Ele fora do acampamento e levar a sua vergonha.
Eu oro e clamo em nome de Jesus que o Senhor nos leve a um lugar de entendimento e resposta, onde possamos, como nunca antes, viver plenamente o cumprimento dessa missão. Nós oramos em nome de Jesus, em nome de Jesus. Se você crê, diga amém.
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