E aí [Música]. E ao se sentar no trono pela primeira vez, os pés de Vitória não alcançavam o chão; ela não passava de um pontinho ardendo sob os olhares curiosos da multidão ali reunida, controlando-se para não balançar as pernas. Milhares de pessoas lotaram as ruas de Londres antes do amanhecer, na esperança de conseguir um lugar onde pudessem enxergar a nova rainha da Grã-Bretanha, que acabara de completar 18 anos e não chegava a um metro e meio de altura.
Ela foi coroada no dia vinte e oito de junho de 1838 e reinou por 63 anos. Alexandre, na vitória de Hannover, nasceu no dia 24 de maio de 1819, no Palácio de 15, então em Londres, filha de Eduardo, Duque de Kent, quarto filho do Rei George III, com a princesa alemã Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld. E geralmente, o caminho até o plano era curto para aqueles que eram homens e primogênitos; poucos apostaram que Vitória se tornaria a rainha das Ilhas Britânicas em 28 de junho de 1838, pois, além de ser mulher, era quinta na linha de sucessão.
Seu pai não era o primogênito, e sim o quarto filho do rei. Como tantas vezes ocorre com poder hereditário, foi só por causa de uma sucessão de tragédias e do casamento tardio de seu pai que o destino de uma nação deu uma reviravolta e foi parar nas mãos de Vitória Alexandrina. Vitória de Hannover nasceu no dia 24 de maio de 1819, no Palácio de 15, Tom, em Londres.
Era filha de Eduardo, Duque de Kent, quarto filho do Rei George III, com a princesa alemã Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld. Ao nascer, Vitória, quinta na linha de sucessão, ou Oi, gente que estivesse a coroa, já nascia como uma criança importante e, a partir daquele momento, nunca mais ficaria sozinha. Seu pai era o quarto na linha de sucessão, e ao perceber que seus irmãos não estavam girando herdeiros e que talvez algum dia o trono passasse a ele, decidiu se casar, já tardiamente, com 51 anos e sem nenhum tostão, com a princesa Vitória.
Ela era alegre, regia a chuva e era baixinha, tinha cabelos encaracolados e dois filhos do primeiro casamento. Foi preciso muita insistência para que se casasse com o Duque de Kent, mas logo criaram uma relação afetuosa e ela ficou grávida. A simples ideia de tudo que fosse gerar herdeiro provocava muita risada, pois ele estava no distante lugar da linha de sucessão, depois do irmão mais velho, Jorge, Príncipe Regente, e depois de George VI.
A sua única filha amada, Charlotte, abaixo dela, estavam os outros irmãos mais velhos: Eduardo, Frey e o Rei George III, que estava enlouquecendo. Tiveram 15 filhos com a rainha Carlota, dos quais 12 ainda eram vivos; os sete filhos restantes tinham precedência sobre as cinco filhas, e se algum deles tivesse filhos, a coroa passaria para seus herdeiros e não para as irmãs. Charlotte era filha única do filho mais velho de Jorge III, o Príncipe Regente, que se tornaria George IV.
Era uma moça muito alegre e atraente que se apaixonou perdidamente pelo elegante príncipe Leopoldo de Saxe-Coburgo, com quem se casou em 1816. Toda a Inglaterra comemorou sua gravidez, que se deu rapidamente, mas a jovem testou e se sentiu gorda e entrou em depressão. Os médicos lhe impuseram uma dieta rigorosa no final da gravidez e aplicaram sangrias; na época, era o tratamento mais adequado.
Depois de um trabalho de parto que se estendeu por 50 horas, o filho de Charlotte nasceu morto. Ela estava esgotada e sangrando muito. Os médicos a entupiram de vinho e conhaque e a rodearam com bolsas de água quente, mas não conseguiram salvá-la.
Charlotte morreu em seis de novembro de 1817, e seu parceiro ficou tão abalado que, três meses depois, enfrentando mais um parto demorado, pegou uma arma e deu um tiro na testa. Inesperadamente, a linha sucessória se abriu; a coroa agora passaria para os irmãos, já com certa idade, ou para seus filhos. O povo se perguntava quem seria o próximo; Jorge III e a rainha Carlota levavam uma vida tranquila, respeitaram os moldes da classe média britânica, mas seus filhos eram de várias personalidades: preguiçosos, impopulares.
Curiosamente, o único honesto, correto e disciplinado era aquele que os pais menos pareciam valorizar: Eduardo, Duque de Kent, pai de Vitória. Em 1818, o Rei Jorge estava surdo, cego e mentalmente perturbado; moradores do castelo ouviam risadas desagradáveis nas alas por onde ele andava, sendo perseguido por visões apocalípticas, falava com amigos invisíveis e abraçava árvores, achando que eram pessoas. O Príncipe Regente, que viria a se tornar Jorge IV, de uma inteligência mediana e fraca aos 50 anos, estava doente e acabado; sofria de gota e tomava grandes doses de ópio para aliviar a dor nas pernas.
A relação com a esposa era nefasta e brutal; o príncipe chegou a proibir a presença dela na cerimônia de sua coroação em 1821. Logo depois, Carolina morreu de repente. A causa não se sabe, mas correram boatos de que o rei a envenenou.
Quando Charlotte morreu em 1817, os sete filhos de Jorge III já estavam na meia-idade; o mais velho tinha 43 anos. Como então gerar um herdeiro quando ainda eram pequenos? Jorge III havia decretado que ninguém poderia se casar sem o consentimento do rei e a aprovação do pagamento.
O resultado disso foi 56 matrimônios ilegítimos; nenhum era capaz de ocupar o trono. Charlotte foi a única neta gerada de um casamento reconhecido. Assim, o que estava em jogo não era apenas aquela geração, mas sim o controle da geração seguinte.
No entanto, ainda havia as filhas de Jorge III, mas todas estavam acima dos 40 anos e sem filhos. Seria o fim da dinastia Hannover. Quando Charlotte morreu, o Parlamento insistiu para que os quatro irmãos solteiros se casassem; três dos quatro irmãos logo atenderam à ordem, casando-se em meados de 1818 com a morte.
Da sobrinha, o pai de Vitória era agora o quarto na linha sucessória, sendo o único filho. Diz: "Oi tia Márcia. " Um metro e oitenta, era altivo e musculoso, e se dizia o forte dos fóruns.
Vangloriava-se de que viveria mais do que os irmãos; dizia que a coroa seria dele e de seus filhos. Ao contrário dos irmãos, ele era inteligente e progressista, favorável ao ensino popular, à emancipação católica e à abolição da escravatura. Apesar da fama de militar tirânico, era um sujeito bondoso.
Em 1819, a corrida começou para valer. Em 26 de março, Augusta, esposa de Adolphus, irmão mais novo de Eduardo, deu à luz um filho sadio. Em 27 de março, Adelaide, esposa de Guilherme, teve um parto prematuro, e a menina sobreviveu apenas algumas horas após o nascimento.
O anúncio do nascimento de Vitória chamou pouca atenção; os únicos que prestaram atenção foram os que mais tinham a perder com o nascimento de Vitória. Já corriam rumores de que seus malvados planejavam matá-la. Ao saber que era uma menina, seu pai ficou decepcionado, mas isso durou pouco tempo, porque, segundo a lei de regulamentação, se ela não tivesse irmãos, poderia dar a coroa.
Mesmo com a chance sendo pequena, ele se gabava: "Olhem bem para ela, pois será a rainha da Inglaterra. " Vitória se desenvolveu com muito rigor; era uma criança robusta, forte e bela. Nascendo em época de glória, quatro anos antes, em 1815, Napoleão foi derrotado na Batalha de Waterloo, que pôs fim a 17 anos de guerra com a França.
Embora nascida na Inglaterra, Vitória vivia cercada de alemães. Até para acalmá-la quando chorava, começou a falar alemão apenas aos oito anos de idade e tinha quase todos os seus ascendentes germânicos. Em 24 de junho de 1819, aconteceu o batizado da futura rainha.
O Regente, em si, queria que o batizado fosse uma cerimônia pequena e reservada; não queria que fosse um evento grandioso. Ninguém tinha autorização de se arrumar para a ocasião, nem de usar uniformes ou rendas douradas. Pior ainda, o Regente não permitiu que o Duque e a Duquesa escolhessem um nome próprio para a filha.
O casal queria chamar ela de Vitória Georgiana Alexandrina Charlotte Augusta, mas o Regente disse que não permitiria que dessem o nome de Georgiana à menina, avisando que durante o batizado revelaria os outros nomes que poderiam usar. Durante o batizado, o arcebispo perguntou ao Regente por qual nome Vossa Alteza irá chamar essa criança. O Regente anunciou, com firmeza: "Alexandrina.
" Então, o Duque de Kent propôs Charlotte como segundo nome e depois Augusta, mas o Regente deu sinal negativo e também recusou o nome de Elizabeth. Não queria que a criança herdasse nenhum dos nomes históricos e tradicionais da família britânica. Quando a Duquesa caiu em choro, o Regente finalmente declarou então que daria o nome da mãe: "Alexandrina.
" Vitória não era uma escolha muito simpática, pois os dois nomes eram estrangeiros. Até os quatro anos, chamavam-na de "Disciplina". Em 1831, o Parlamento tentou alterá-lo para Charlotte ou Elizabeth; porém, Vitória insistiu em mantê-los.
O Regente era infeliz por perder a filha Charlotte e seu único neto no mesmo dia e odiava a esposa. Era bastante gordo e dependente de láudano, que usava para diminuir a dor nas pernas inchadas. A aspirina só veio a ser patenteada como medicamento em 1899, e não havia muitas opções de analgésicos.
Em 7 de janeiro de 1820, durante uma ventania, o Duque de Kent saiu para uma longa caminhada com seu camareiro. Ao voltar para casa, reclamou que estava com frio. Poucas horas depois, ficou com febre e foi transferido para um quarto mais aquecido.
O médico foi chamado, fez sangria e, depois, aplicou ventosas e sanguessugas no Duque. Ao final do tratamento, ele perdeu três litros de sangue e piorou. O pai de Vitória morreu às 10 horas da manhã do domingo, dia 23 de janeiro de 1820.
Sua morte foi um grande choque, em vista da sua vigorosa saúde habitual. A pobre Duquesa enviuvou pela segunda vez e agora estava sozinha, tomaria a proteção, a instrução e o controle de Vitória como a grande missão de sua vida. Mas primeiro, precisaria aprender.
Seis dias após o falecimento de seu marido, Jorge III morreu no castelo de Windsor. Assim, o príncipe Regente se tornou o Rei George IV, aos 58 anos, pesando 110 kg. Sempre quis sair às ruas em inúmeras ocasiões, para que ninguém visse sua detestável aparência.
Em 29 de janeiro de 1820, Vitória passou do quinto para o terceiro lugar na linha de sucessão, à medida que aumentavam suas chances. Sua mãe se tornava cada vez mais ambiciosa e obcecada pelo poder. Aos 10 anos, Vitória descobriu que era a terceira na linha de sucessão.
O rei na época era seu tio Jorge IV; a seguir vinha seu tio Guilherme, e depois ela, Vitória. Explodiu em lágrimas, estava mais próxima do trono do que imaginava. Mas, à medida que ia crescendo, Vitória se mostrava uma menina insolente e de pavio curto.
Se testava, ia receber ordens. Quando seu professor de piano disse que deveria praticar como qualquer outra pessoa, ela bateu com força a tampa do piano e gritou: "Aí está! Não há nada de ver nisso.
" A menina crescia malcriada e mimada, vivia testando sua governanta, a Louise Leveson. Mas, apesar de seu temperamento, Vitória tinha um bom coração e era honesta. Sua teimosia, em parte, era alimentada por baixo delações da criadagem do palácio.
Vitória tinha tudo, mas certa vez declarou que sua infância foi bastante triste; apesar dos brinquedos e das roupas finas, o que realmente lhe faltava era uma amizade. Ela só confiava em uma pessoa: sua governanta. Apesar de seus defeitos, Vitória nunca foi fraca; era uma criança rápida e inteligente que gostava de alquimia, anatomia e de fazer experiências.
Muitos comentavam que. . .
Vitória se parecia mais com os homens do que com quase todas as mulheres da família. De fato, ela nunca foi a verdade, e sempre lutou com seu peso. Tinha um belo pescoço, sobrancelhas arqueadas, boca miúda, cabelos claros, rosto alegre e olhos azuis.
A jovem princesa adorava a diversão, tinha muito senso de humor e um grande talento para as ações e respostas rápidas. Segundo sua avó, era uma verdadeira palhaça. O que mais deixava a Vitória feliz era receber visitas, e o que a fazia mais infeliz era quando as visitas iam embora.
Na falta de amizades, ela criou um grande apego por seus animais de estimação, à exceção de alguns infelizes canários que ela torturava nos viveiros do palácio de 15 ton. Por causa da falta de um pai ou de qualquer contato significativo com os tios paternos, Vitória teve seu tio Leopoldo, uma figura fundamental, a quem adorava. Leopoldo, o futuro rei dos Belgas, desenvolveu um grande interesse pelo bem-estar da sobrinha, a que se referia como "querida pombinha".
Quando ela fez 14 anos, ele lhe deu cinco conselhos: o primeiro dizia que não ficasse embriagada pela grandeza e pelo sucesso, nem abatida pelo infortúnio; segundo, que deveria ser imparcial; terceiro, que deveria ser firme e decidida; quarto, a estudar história e aprender com ela; e quinto, a se proteger contra a hipocrisia. Também aconselhou a adolescente, cujos antepassados eram propensos à obesidade, a fazer exercícios físicos e controlar o hábito de comer muito ou rápido demais. Em 26 de junho de 1830, se tornaria a segunda na linha.
Ah, pois seu tio Jorge IV morreu, enquanto isso as intrigas se espalhavam graças ao sujeito que Vitória descreveria até o fim da vida: o capitão John Conroy, homem manipulador que fora conselheiro íntimo de sua mãe. Vitória ficou consternada com a notícia. Sabia que em breve seria rainha, mas ela não queria; sabia que a ambição tomava conta do coração de sua mãe.
Foi assim que começou a batalha de sete anos contra a mãe, que a deixou com profundas cicatrizes. Sua mãe planejava roubar a coroa antes que pudesse ser colocada na sua cabeça. Conroy e a duquesa queriam duas coisas: primeiro, que Conroy fosse nomeado como secretário particular de Vitória, quando se tornasse rainha; segundo, que a duquesa ocupasse a regência e governasse no lugar de Vitória, caso o novo rei, Jorge IV, morresse antes de Vitória completar a maioridade.
Vitória, a mãe e a duquesa se enfrentaram. Conroy ficou possesso, acusando Vitória de ser tonta, estúpida e irracional, disse que ela não tinha condições de governar por conta própria. Então, enfiou uma pena e um papel na mão de Vitória, tentando forçá-la a assinar o documento que o nomeava secretário particular.
Ela balançou a cabeça, fazendo careta ao mesmo tempo em que via sua mãe observando tudo. Desde os cinco anos, Vitória seguia um rigoroso e complexo conjunto de regras para se tornar uma rainha digna. Ela não podia ficar sozinha, só era permitido descer as escadas pela mão de um adulto, e brincava na presença de outras crianças apenas na presença de um tutor.
Todas as refeições da menina eram aprovadas antes por um adulto. Aos 16 anos, Vitória chegava à flor da idade; para seu grande aborrecimento, ainda media apenas 1,48 m. Suas maneiras à mesa eram de devorar, engolindo a comida de uma só vez, roendo ossos e comendo com as mãos.
Mesmo assim, com o tempo, ficou esbelta, com a pele bonita, cabelos longos e grandes olhos azuis. O mais impressionante em relação a Vitória é que, fora o desejo de ser mais alta e mais magra, ela dava pouca importância à sua aparência física. Sabia que não era nenhuma beldade e não se detinha nisso.
Mesmo assim, era considerada um ótimo partido; muitos homens ficavam obcecados por ela, e vários jornais discutiram a longa lista de possíveis maridos. Mas Leopoldo já tinha escolhido um par para sua sobrinha: Albert de Saxe-Coburgo-Gota, seu primo de primeiro grau. Em 1836, Albert e seu irmão fizeram a primeira visita a Vitória em seu aniversário de 17 anos.
Ela simplesmente adorou os primos e o bicheiro atlético, bonito, com olhos grandes e azuis, de um belo nariz e dentes bonitos, mas era frágil e propenso a doenças. No final, Vitória agradeceu a visita, mas não estava interessada em se casar. Vitória a cada dia se tornava mais ciente de sua posição e de sua própria força, mas o assédio incessante de sua mãe a deprimia e a infernizava todo dia, a toda hora.
Crescia a dúvida de se estavam mais frias em relação à vida pelo poder. Vitória logo deixou de falar com ela. Em maio de 1837, o rei Guilherme IV decidiu intervir, escrevendo à sobrinha, dizendo que asseguraria sua independência, solicitando ao parlamento 10 mil libras anuais para seus próprios gastos.
O rei deu instruções para que a carta fosse entregue nas mãos de Vitória. Conroy e a duquesa tentaram pegar a carta, mas Vitória foi mais rápida. A duquesa ficou furiosa e, sem dizer nada, falsificou a carta e recusou-se em nome da filha, mas o rei não se deixou enganar.
Não tinha sido Vitória quem escreveu a carta. No dia 24 de maio de 1837, a princesa completou 18 anos. Agora era adulta e independente, e sua mãe não podia fazer absolutamente nada.
Conroy decidiu que era hora de colocar o plano em prática; ele iria trancafiar Vitória e obrigá-la a concordar. Enquanto isso, ela teria fantasias de vingança: faria sua mãe se arrepender por tê-la maltratado, baniria Conroy, daria bailes e convidaria os rapazes mais bonitos. No dia vinte de junho de 1837, o rei Guilherme IV morreu.
Na mesma noite, Vitória foi informada, pediu para ficar sozinha e depois pediu para que sua cama fosse retirada do quarto da mãe. Prendeu os cabelos e vestiu um vestido preto. Vitória era a mais nova rainha que a Grã-Bretanha já conhecera.
E, além disso, fazia isso dia após dia. Três anos que o trono não era ocupado por uma mulher. A última foi a rainha Má.
No primeiro momento, demitiu Conroy da casa; aí, ele foi concedida uma pensão e o título de Baronesa. Em seu novo papel, Vitória estabeleceu imediatamente uma rotina. Os dois monarcas que reinaram antes dela não gostavam muito de trabalho e, assim, seu empenho foi motivo de admiração.
Seu tio continuava a lhe dar conselhos, recomendando que ela fosse discreta e tivesse opinião própria. O país estava apaixonado; diziam que a voz dela era perfeita, apesar de não ter uma aparência muito bonita. Ao assumir o trono, quem estava no cargo de primeiro-ministro era o Lord Melbourne, que viria a ser o grande amor platônico de Vitória.
Ramos ficaram levemente apaixonados. "Gosto muito dele e suas conversas me fazem muito bem", disse Vitória. Melbourne, que perdera a esposa e o filho, era o responsável por orientar Vitória na política, mas o que me dava de mais precioso era segurança e afeição.
Ao se tornar Rainha, Vitória imediatamente se mudou para o Palácio de Buckingham. Ficou encantada com o espaço e a luminosidade. Depois de certo tempo, sentiu o cheiro de podridão e o abafado em meio a tanta felicidade.
Havia duas pessoas claramente infelizes: a duquesa e o maquiavélico Conroy. A rainha deixou claro que não alteraria a posição social da mãe, nem cogitou Conroy para secretário particular ou administrador financeiro da casa. Vitória registrou toda a relação com sua adorável mãe em cartas; porém, ao morrer, toda correspondência foi eliminada das publicações oficiais.
O conteúdo era pesado demais para ser revelado. No dia vinte e sete de junho de 1838, Vitória foi coroada. Já era rainha.
Fazia humano, ela estava muito nervosa; nunca havia sido assombrada. O coração não sabia o que fazer, estava apavorada com a possibilidade de cometer algum erro. Cerca de 400 mil pessoas haviam dormido na rua de Londres na noite anterior para conseguir o melhor lugar para assistir à coroação.
Após 5 horas de cerimônia, Vitória agora era Rainha do Reino Unido. A coroa imperial foi feita especialmente para ela; foi avaliada em 112. 1760 libras, cerca de 12,5 milhões de dólares nos dias atuais, e era encimada por uma cruz de Malta.
Depois disso, o coro cantou "Aleluia" enquanto ela se retirava. O primeiro-ministro de Vitória, além de ser sua paixão secreta, tinha o dever de ensinar a jovem rainha a governar; porém, ele falhou em três coisas: primeiro, na tentativa de acalmar a relação de Vitória com sua mãe; segundo, em convencê-la de que era rainha; e, terceiro, em incentivar sua raiva e consciência social. Eles mantinham Vitória longe dos problemas sociais.
No final de 1838, ela já se sentia entediada com sua nova e deslumbrante vida. O trabalho, a essa altura, estava cansativa; ela se entediava com os bailes e banquetes e as pessoas ao redor dela, na maioria, eram décadas mais velhas do que ela e exageravam na comida sempre que podiam, por puro tédio. N'uma ocasião, disse que a solução seria que ela parasse de tomar cerveja e só comesse quando estivesse com fome.
Ela então respondeu que passaria o dia inteiro comendo. A rainha passou a não gostar de sua imagem; não só estava engordando, mas o cabelo estava escuro e as sobrancelhas estavam finas. O problema não era só o peso; ela andava preguiçosa.
Em alguns dias, a rainha passava o dia vadiando. Os dias se passavam e ela se afundava cada vez mais em um tédio. Parou de tomar banho, escovar os dentes e vinha com uma infinidade de desculpas esfarrapadas para evitar os exercícios.
Em outubro de 1839, Albert chegava ao Castelo de Windsor para fazer uma visita à rainha e prima. Ela se recordara e, nesse dia, pois foi o dia em que seu coração se fez em pedacinhos. Albert estava diferente; ganhara corpo desde a última vez que o vira.
Vitória ficou encantada; ela descreveu-o como um belo homem, com belos olhos, nariz primoroso, uma boca muito bonita, com um bigode delicado, ombros largos e a cintura fina. Eram entusiasmantes os dentes que não conseguia conter. Albert chegara com o propósito de casar-se com ela; porém, Vitória tinha que se decidir, pois, segundo ele, não ia ficar esperando por ela a vida toda.
Vitória estava extremamente cautelosa em relação ao casamento; depois de uma infância sufocante, agora finalmente livre e capaz de fazer o que quisesse. A lembrança dos seus pais nunca conheceram um casamento feliz. Além disso, seu primeiro-ministro desaconselhava o casamento com Albert por três fatores: ele era alemão, era primo e era um Coburgo.
Albert foi avisado por Leopoldo que Vitória pediu mais dois anos para pensar; porém, o jovem não estava disposto a esperar e decidiu que deveria partir. Ao saber da notícia, Vitória disse que havia mudado de ideia e queria se casar com ele como rainha. E, assim, fez o pedido.
Quem deveria fazer a ele, então? No dia quinze de outubro, Vitória fez o pedido e ele aceitou na hora. Vitória manteve o fato em segredo da sua mãe quase um mês; não confiava nela e temia que ela iria espalhar a notícia e provocar estragos.
A duquesa sem dúvida desconfiava de algo. Quando, finalmente, em nove de novembro, a rainha convocou a mãe a seus aposentos, a duquesa de Kent se atirou nos braços da filha e chorou. Sabia que a filha não lhe pediria a bênção, mas disse que a daria assim mesmo.
Ao voltar aos seus aposentos, a duquesa não conseguiu dormir, sabendo que Vitória esperara todo esse tempo antes de lhe contar. Ficou se roendo por dentro, imaginando que já sabia antes dela, preocupada também com onde iria morar depois do casamento da filha. Meses mais tarde, ela escreveu várias cartas à filha, falando sobre o assunto, mas Vitória não lhe deu atenção.
No final, a duquesa disse que a filha era uma grande peste. À medida que o tempo passava, a paixão foi crescendo em Vitória. Ela estava encantada pelo noivo, e seu primeiro-ministro recomendou que escolhesse.
Um consorte que pudesse controlar e que se curvasse sob o edifício alto. Este vídeo é um bocado pobre da Alemanha. Ela queria, para o futuro marido, o nível de realeza.
Pergunta o ministro se havia alguma possibilidade dele se tornar rei. "É isso", disse que não, que o monarca era ela e ele era o consorte. Em muitos aspectos, a rainha desempenhava o papel do homem.
Foi ela quem fez o pedido de casamento, deu anel e pediu um cacho de cabelo. No sentido mais convencional, ela arranjaria uma esposa, pois seu verdadeiro companheiro era Melbourne. Albert era apenas seu objeto de desejo; suas ideias e palavras não recebiam o mesmo peso que as de Melbourne.
Mas ele definitivamente não seria o marido decorativo. Ele não queria ser apenas bom; queria ser grande. Além de achar o futuro marido atlético e inteligente, Vitória ficou apaixonada pelo bigode fino que ele usava.
Ficou tão impressionada que ordenou que toda a cavalaria deixasse crescer um bigode igual. À medida que o casamento se aproximava, Vitória ficava mais agitada; estava pálida e magra, não conseguia comer nem dormir. O corpo doía.
A moça de 20 anos estava cheia de perguntas: como seria a vida de casada? O que um homem fazia quando estava só? Como uma mulher, ela servia para Albert.
Vitória queria um casamento singelo, um vestido simples, um pequeno número de convidados em uma cerimônia discreta. Claro que, tratando-se de uma rainha, era uma vontade difícil de atender. No final, ela foi conhecida por ter uma cerimônia mais elaborada, considerada adequada ao monarca.
Vitória se casou com um vestido de cetim branco, com renda e uma cauda de 6 m de comprimento, enfeitada de flores de laranjeira. O casamento seria realizado na capela real do Palácio de Saint James, embora ela achasse a capela horrorosa. Após a cerimônia, os recém-casados roubaram meia horinha no quarto de Vitória antes de enfrentar as multidões no banquete nupcial.
Às 22h20, foram para o quarto. Claro que a cama. .
. Vitória deitou-se ao lado dele, entrelaçada em seus braços, sorrindo no escuro, enquanto ele lhe sussurrava. Vitória acordou no dia seguinte com poucas horas de sono; ficou deitada, imóvel, olhando o rosto de Albert.
Estava emocionada e satisfeita com uma intimidade que tanto se esforçaram em imaginar. Para a sorte dela, a tradição de observar o casal na primeira noite havia saído de moda desde Jorge III. Ao que parece, Albert lutou o bom combate, e o casamento de Vitória e Albert é um dos maiores romances da História Moderna.
Foi genuíno, de volta e fecundo; juntos, tiveram nove filhos. Vitória logo descobriu que o marido, com sua inteligência e vivacidade intelectual, era de enorme valia. Ela passou cerca de 80 meses grávida, nos anos de 1840 e 1850, mais de seis anos ao todo, e ainda mais tempo se recuperando dos partos.
Entre 1840 e 1882, a rainha sofreu oito tentativas de assassinato. Na primeira, ela estava grávida de quatro meses do primeiro filho; estava simplesmente testando o fato de estar grávida. Ela dizia que, se fosse uma menina feia, iria afogá-la.
Ela adorava estar casada e queria passar todos os minutos com o marido, mas a gravidez interrompia a paz recém-encontrada. Sem a gravidez, a vida conjugal era felicidade, e a rainha não permitiu que a barriga mudasse drasticamente sua vida, nem que fosse sinal de fragilidade. Nas festas, já com a barriga bem visível, ela não se sentava e nem ficava em casa; gabava-se de sua boa saúde.
À medida que o tempo passava, se aproximava o dia do parto, e ela tinha muito medo disso. Albert procurava tranquilizar a esposa, sempre sendo solícito, atencioso e carinhoso. Porém, ele não era tão feliz quanto sua amada esposa.
Além de sentir saudades da família, ele buscava incessantemente tornar-se rei; não queria e não aceitava ser apenas um regente, e, na maioria das vezes, ficava de fora dos assuntos do governo tratados por sua mulher e seu primeiro-ministro. Para Albert, as mulheres não deveriam governar; isso era trabalho de homem. Ele buscava nos livros, filósofos e cientistas.
Ele afirmava que, na seleção natural, as mulheres eram inferiores aos homens. Com o tempo, Vitória passou até a ter pena do marido. A pressão vinha de todos os lados a favor de Albert; a única que não concordou com isso era sua governanta, Levem, e por isso despertou a antipatia de Albert.
Ele decidiu que ela deveria ir embora; ela tinha mais poder do que ele, era ela quem administrava as finanças, era secretária e dava ordens de pagamento. A segunda gestação de Vitória a deixava presa, tensa e vulnerável, o que só fazia aumentar o poder do marido. Em setembro de 1840, ele foi nomeado membro do Conselho Privado e se gabou por isso.
Não demorou muito e ele providenciou que duas mesas fossem colocadas juntas na mesma sala para que ele e Vitória trabalhassem juntinhos, e ele pudesse ficar por dentro de tudo o que acontecia. Mas a rainha não diminuiu o ritmo; trabalhou com afinco em todas as ações. No dia 21 de novembro de 1840, nasceu o primeiro filho de Vitória e Albert, uma menina chamada Vitória Adelaide Melo Heloísa, uma prática incomum na época.
Albert esteve com ela durante todo o parto, junto com o médico e a enfermeira. Ao saber que era uma menina, Vitória respondeu: "Não faz mal, o próximo será um príncipe. " A rainha ficou de repouso durante duas semanas e depois revelou que não achava os bebezinhos bonitinhos, especialmente os recém-nascidos.
Dizia que eles pareciam "rança". Por causa disso, em quase todas as biografias aparece o mito entranhado de que a rainha não tinha instinto materno. Assim, quando se viu grávida pela segunda vez, passados apenas três meses após o primeiro parto, Vitória chorou e rangeu os dentes.
A rainha ficou muito triste. Anos mais tarde, disse à primogênita que os primeiros anos. .
. De casada, foram estragar a gravidez. Na segunda gravidez, a saúde de Vitória estava forte, mas, na verdade, ela estava indisposta e não queria outro filho tão cedo.
Dizer que estava grávida era como se suas asas estivessem cortadas. Enquanto ela estava infeliz, Albert estava muito feliz. Obrigado, pois em novembro de 1841 nasceu Albert e Eduard, futuro Eduardo VII.
Com isso, ele teve amplo acesso a documentos secretos. Restavam apenas dois empecilhos ao seu poder: o primeiro-ministro de Vitória e a baronesa Lezin. Em 1841, Vitória sofreu um duro golpe; Neobone renunciou ao cargo que assumiu.
Foi Robert Peel, um sujeito brilhante com o qual Albert simpatizava muito, o primeiro-ministro a enfrentar sérios problemas urgentes do crescimento populacional e da Revolução Industrial. A próxima seria Leven. Albert disse a ela para deixar o palácio e ele foi responsabilizado pelas falhas na educação de Vitória.
No dia vinte e cinco de julho de 1842, demitiu a governanta sem consultar a esposa. Ele mentiu, dizendo que ela quis voltar para a Alemanha por causa da saúde. Vitória acreditou.
Agora, o caminho estava livre para Albert II. A Vitória deu à luz o terceiro filho, em abril de 1843; a menina se chamava Alice, mal de Mary. No ano seguinte, em seis de agosto de 1844, deu à luz um menino chamado Alfred.
O parto foi difícil e o sofrimento dela, severo. Vitória gerou quatro filhos durante os cinco primeiros anos de casamento. Em 1846, ela deu à luz ao quinto filho, uma menina chamada Helena Augusta Vitória.
Com isso, Albert assumiu a responsabilidade dos maiores. Vitória reconhecia que ele era inteligente e tinha muita capacidade, e ela não tinha dúvidas: era um forte candidato à coroa. Mesmo diante das maquinações do marido, o casal era unido e feliz.
A felicidade só foi completa quando alteraram o seu próprio lar; a casa se chamava Óbvio e tinha vista para o mar. Para ela, essa casa era o paraíso perfeito. A Vitória, na casa de Ozzy, queria uma mulher alegre e amorosa.
O castelo de Balmoral também era um lugar mágico para ela; lá, ela podia se livrar do seu papel de rainha. Esse era apenas Vitória: a escola era um lugar onde ela era realmente feliz. Após uma gestação atrás da outra, ela ficou mais robusta.
Vivia constantemente esgotada; adorava a família, mas se sentia muito afetada pelos sacrifícios da maternidade. Ela se tornava uma rainha doméstica, o que era razão de admiração, mas em seu coração crescia a decepção. A pior parte de ser mulher e estar grávida, para ela, era o preço físico, o estrago no corpo de Vitória, que ficava evidente a cada gestação.
Dizia que se sentia igual a um animal e, em 1848, foi um ano muito difícil para ela. As revoluções europeias, conhecidas como a primavera dos povos, estavam se alastrando como um vírus por toda a Europa. As razões eram variadas; em seu diário, se referia aos revolucionários como a ralé medonha, sedenta de sangue.
A rainha não gostava de franceses, porém deu abrigo ao rei Luís Felipe, que abdicou o trono durante a Revolução. Por incrível que pareça, a Inglaterra foi poupada dessa onda revolucionária; isso se deve a várias razões: uma classe média queimava rainha, um governo que aplicava impiedosamente a força e o preço baixo dos alimentos. Ela dizia que uma revolução não podia ser uma coisa boa.
Em 1848, afirmou que elas eram ruins para o país e causavam miséria ao povo. A obediência às leis e ao soberano é um poder superior divinamente instituído para o bem do povo. Durante o século XIX, a Inglaterra de Vitória era uma potência crescente.
No auge da revolução, ela deu à luz ao sexto filho, uma menina chamada Louise Caroline Alberta. Em 1850, deu à luz ao sétimo filho, um menino chamado Arthur. Em 1853, deu à luz a mais um filho, uma criança frágil a quem deu o nome de Leopoldo.
Durante o parto, ou clorofórmio, pela primeira vez, o casal estava bastante preocupado com o bebê Leopoldo, que era magrinho e não crescia. Levou um tempo até perceberem que ele tinha hemofilia. Três filhos de Vitória e de um transmitiriam o gênio, com consequências devastadoras para as casas reais europeias, principalmente para a Rússia.
O último filho nasceu em quatorze de abril de 1857; era uma menina chamada Beatriz. Durante o parto, o médico lhe deu clorofórmio para aliviar a dor, o que a aliviou. O médico recomendou que, devido ao desgaste que lhe causava fisicamente, e pelo fato de já estar com quase 38 anos, aquele fosse o último filho.
Ela teve medo de que isso pudesse afetar sua intimidade com Albert. Vitória perguntou ao médico: "Não posso mais me divertir na cama? ".
Vitória dizia à primogênita que, durante a gravidez, pensava nas mulheres mais como uma vaca ou uma cadela e que elas eram física e moralmente escravas do marido. As mulheres, dizia ela, nasceram para sofrer. Em 16 de março de 1861, após várias crises de fraqueza, infecção e dor nas costas, a duquesa de Kent morreu.
Vitória estava segurando sua mão quando percebeu que ela parou de respirar. A rainha passou a semana chorando, deitada e com quase todas as cortinas do quarto fechadas. Vitória, que estava com 41 anos, entrou em depressão; não conseguia suportar multidões e conversas em voz alta.
Logo, começaram a comentar que ela estava enlouquecendo. Tais rumores nunca desapareceram totalmente, em vista do destino do Rei Jorge III, avô de Vitória, que morreu louco. Ela era uma pessoa sentimental por natureza, às vezes muito agarrada, que se apega intensamente às pessoas e aos lugares.
Testava Side Osborne, depois de Balmoral, e quando Albert saía para atender algum assunto, ela ficava ansiosa até ele voltar. Ela não sabia mais que Albert estava esgotado; ele tinha uma saúde frágil e sofria de problemas estomacais, era sensível ao frio, e tinha frequentes enxaquecas, febres, dores de dente e catarro. A imensa.
. . Carga de trabalho estava acabando com ele.
Vitória contribuirá muito para isso e, quando ele ficava doente, ficava sempre paciente para que ele se recuperasse logo. Albert, por sua vez, estava deprimido, insatisfeito. Aos 42 anos, Albert adoeceu; além de ser depressivo, sentia muita dor nas costas.
Somente o uso do ópio conseguia dar algum alívio a ele. Vitória nunca o ouviu tão doente e ficou terrivelmente nervosa e aflita. Enquanto perdia as forças, ele oscilava entre a lucidez e a confusão mental.
Enquanto isso, os médicos diziam a Vitória que ela não tinha absolutamente nenhum motivo para se preocupar e que Albert estaria melhor dentro de uma semana, mas eles estavam errados. Em quatorze de dezembro de 1861, Albert morreu. Vitória caiu de joelhos, consumida pela dor.
O homem que deixara sua terra natal para ficar com ela estava morto. A causa da morte é imprecisa, mas acredita-se que ele morreu de febre tifoide. Na manhã seguinte, Londres foi tomada por panos vestidos e bandeiras pretas.
Os primeiros meses de luto foram horríveis. Vitória tinha uma dificuldade enorme; acordava se sentindo desgraçada, sentindo dores violentas no rosto e enxaquecas constantes. Tudo parecia um sonho pavoroso.
Sentia falta da ajuda de Albert nas mais variadas ocasiões. Alguns começaram a observar atentamente a rainha, procurando sinais de loucura. Vitória decretou luto geral de toda a corte por um período oficial de dois anos.
Todos deveriam usar preto. Muitos súditos aderiram ao luto; a companhia usava joias e crepe preto. Vitória passaria a usar os nossos trajes pretos para o resto da vida.
A rainha desejava explicitamente morrer de dor. Dizia que viver sem ele não era vida e que seu único desejo era acompanhá-lo. Refez seu testamento, nomeou tutores para os filhos e rezava para morrer.
A rainha agora carregava as tarefas de duas pessoas. Ela perdera totalmente a confiança em si mesma; a mera leitura em voz alta a deixava nervosa. O luto de Vitória era amoroso e se prolongava sem fim.
O público se perguntava por que ela não aparecia no Parlamento e desempenhava seu papel de rainha, por que não deixava seu sofrimento de lado por um instante e fazia o trabalho pelo qual era paga. Que fique bem claro: ela não deixou de trabalhar; ela apenas detestava aparecer em público após a morte de Albert. Parecia ter desenvolvido uma certa fobia social, embora os vitorianos aceitassem o longo luto.
O isolamento de Vitória ultrapassava decididamente o que se considerava apropriado para uma rainha viúva. Era uma rainha capaz de controlar o império, mas não o coração. Detestava aqueles que dissessem que voltaria a ser feliz.
Essa ideia parecia uma grosseira deslealdade à memória de Albert, e a ideia de um substituto era impossível, tornando a perda ainda mais profunda. Mas, com o tempo, sua dor diminuiu. Vitória passou quase três anos pedindo para morrer e dizia que queria viver para a família e os amigos.
A rainha começou uma relação extremamente íntima com John Brown, um criado que era de um preço fora do comum. Corriam boatos sobre o homem que conquistou o afeto da rainha e monopolizava sua atenção. Teria a rainha um caso com ele?
O súdito se perguntava. O que mais tocava as pessoas era a familiaridade de Brown; era inconcebível que um homem se dirigisse a uma rainha daquela maneira, como ele fazia. Mas o que os outros viam como impertinência era, para Vitória, uma revigorante franqueza, e essa falta de cerimônia era a marca distintiva da intimidade pela qual ansiava desde que perdera Albert.
À medida que Brown ganhava mais espaço, a dor de Vitória diminuía, e ela se via morrendo de culpa. O fato de sua dor estar diminuindo significava que ela estava sendo desleal com Albert. Era errado procurar a companhia de outro homem.
Brown ficou em Lins e morreu em 27 de março de 1883. Vitória ficou arrasada. "Ele era o melhor coração, o coração mais sincero que existiu", ela disse.
A rainha chegou aos 60 anos, segura de si e reinando, embora detestasse a ideia de dar às mulheres algum direito. De acordo com ela, as mulheres devem ser o que Deus determinou: suportáveis, que as mulheres não deviam ter poder. E, ao mesmo tempo, se fazia cada vez mais atenta à proteção do seu próprio poder.
A monarca tinha três direitos: o direito de ser consultada, o direito de incentivar e o direito de advertir. Porém, a falta de compreensão do papel da rainha aumentou seu prestígio. Embora o monarca fosse o rosto da democracia, seu papel era basicamente cerimonial e simbólico.
Mas isso era apenas a teoria, porque Vitória exercia muitos outros direitos além dos enunciados. Ela repreendia, tirava apoio, moldava gabinetes, tramava contra ministros; instruiu os oficiais militares. Em julho de 1887, a rainha comemorava seu Jubileu de Ouro, ou seja, os 50 anos de reinado.
Agora, já viúva e envelhecida, já não podia mais correr na garupa de um cavalo como fazia na juventude. Agora era conduzida num carrinho puxado a um cavalo branco e, muitas vezes, exausta. Na festa de comemoração, a rainha resolveram inovar: ao invés da coroa, ela usou uma touca enfeitada com renda branca e diamantes.
Foi a primeira vez em 25 anos que ela usou algo com detalhes que não fossem pretos. Foram dois dias de comemoração, do extremo norte da Escócia à ponta sul da Inglaterra. Londres era uma terra encantada, cintilando com iluminação.
Depois do Jubileu, Vitória redigiu uma carta agradecendo a sus no centro do mundo da rainha: estavam os filhos e os netos, adorando os netinhos engatinhando pelo chão entre suas pernas. Vitória agora tinha um grande amor pelas crianças, que passaram a ser conhecidas como a avó da Europa. Seus descendentes lá e do continente continuavam a povoar as casas reais da Alemanha, Rússia, Espanha, Grécia, Romênia, Portugal e Noruega.
Quando a carruagem de Vitória saiu pelos portões do palácio para a comemoração do Jubileu de Ouro, em 1887, uma indiana exibiu. De olhos intensos, ficou observando, postada em uma janela. Abdul Karim foi convidado a ser minha rainha durante o ano do Jubileu.
Logo ele conquistou a rainha, e sua feição, Vitória, já estava na casa dos 70 anos. Devido às complicações das gestações, dos partos e do ganho de peso, ela tinha penoso andar e era impossível ficar de pé pelo menor tempo que fosse. Ainda assim, primeiros-ministros, filhos, amigos e parentes continuavam a morrer, e Vitória seguia em frente.
Alguns surtos começaram a fazer com que achasse que era imortal. Em 1837, Vitória se aproximava do seu Jubileu de diamante. O reinado já se estendia por seis décadas e mereceu uma comemoração em alto estilo.
Nesse ano, a importação de champanhe superou a de qualquer ano anterior da história britânica. A senhora de 78 anos, vestindo roupas escuras, agora alcançava uma posição quase mítica, transportada em sua cadeira de rodas, na escada do Palácio de Buckingham, no dia do Jubileu de Diamante. Uma voz, entre os clamores, gritou: "Isso aí, velhinha!
" Vitória, com 78 anos, estava privada demais para sair da carruagem e, assim, o ofício religioso foi realizado ao ar livre, na frente da Catedral de São Paulo, para que ela pudesse assistir à missa ali dentro. Vitória justificou que seus 60 anos de trabalho lhe davam o direito de não sair da carruagem e de não ser obrigada a pagar as contas da celebração, além de afirmar que não havia necessidade de uma cerimônia oficial muito pomposa; não queria receber um bando de gente da realeza pela segunda vez numa década. Por que não convidar, se nem um rei ou rainha?
O foco do Jubileu era o império, um território que se estendia por quase todo o globo. Com a idade, a vista de Vitória estava cada vez mais fraca, mas a rainha ainda conservava certa elegância. Vitória reinou por mais tempo do que qualquer outro monarca britânico anterior e comandava o maior império da história.
Ela reinou sobre uma parte do planeta com 400 milhões de habitantes. Vitória presenciou a ampliação do voto, a criação de jornais baratos e o desenvolvimento da anestesia e do sanitarismo moderno. Os cidadãos do seu governo tiveram direito a se sindicalizar e tiveram uma redução na jornada de trabalho de 12 para 8 horas diárias, além do enorme avanço rumo à igualdade.
Em 1901, Vitória adoeceu e só dormia. A dose de ópio estava cada vez mais distraída e melancólica. Ela foi diagnosticada pela primeira vez com problemas em novembro, fonte de suas dores e desconfortos, provavelmente causados pelos passos difíceis e agravados por seu ganho de peso.
Às quatro horas da tarde do dia 22 de janeiro de 1901, o médico de Vitória divulgou um boletim franco e direto: a rainha estava declinando. Às cinco horas da manhã, ela deu o último suspiro e morreu nos braços do neto Guilherme II, da Alemanha, que dali a 14 anos entraria em guerra contra a Inglaterra. E, em primeiro de fevereiro, para um silêncio profundo sobre Londres, uma enorme multidão se aglomerava nas ruas, nas esquinas, nas janelas e nos telhados, tentando ver pela última vez a rainha.
O triste silêncio só era rompido pelo barulho da carreta que transportava o caixão da rainha. A maioria das pessoas, em toda a sua vida, não conhecera outro monarca, a não ser aquela pequena rainha de 81 anos, que comandou a Grã-Bretanha por 63 anos, 7 meses e 2 dias. Vitória queria um funeral feito com respeito, mas de forma simples; insistiu que seu caixão fosse carregado por seus soldados ou criados, e não por agentes funerais, em mesmas salvas de tiros, plumas e frotas de navios de escolta.
Seu corpo estava envolto em camadas de gaze e flores; apenas quatro pessoas sabiam que estava ali. Ohm e três anos de companhia de Vitória, esse segredo continuou enterrado com ela por um século. Em nove de dezembro de 1897, três anos antes de morrer, Vitória deu todas as instruções pessoais e confidenciais para seu enterro, as quais deviam, em qualquer hipótese, ser executadas pelas pessoas mais graduadas que estivessem com ela, e abertas apenas após sua morte.
Entre elas, uma longa lista de objetos que Vitória queria que fossem colocados no caixão: nas mãos, queria cinco anéis de Albert e anéis da Fedora, sua meia-irmã; de sua mãe e de suas filhas, Louise e Beatriz. Também queria um anel de casamento simples de ouro que pertencera à mãe de John Brown. Ela queria ser enterrada com ele, mas não disse em que dedo.
A rainha também estabeleceu que fossem colocados no caixão a adoração de Albert e de todos os filhos e netos. Queria ainda uma foto em cores de John Brown de perfil, com alguns cachos de cabelo dele, junto com outras fotografias dele, colocando-as em sua mão. Também pediu que colocassem um molde do mundial Albert que ela sempre deixaria por perto.
Além disso, queria os lenços e os modos de Albert e o chalé feito por Alice. Acrescentou também um lenço de bolso de John Brown. As mãos da rainha, porém, estavam envoltas em gases, para que a família não pudesse ver seus anéis em seu dedo.
O gentil doutor, com suas damas de companhia, arrumou cuidadosamente o conteúdo do caixão da rainha. O corpo foi medido, preparado e trajado com um longo vestido de seda e caxemira branca, com capa e véu no rosto; o cabelo foi cortado e flores brancas foram colocadas na base do véu, que emoldurava um rosto em quadro. Em fevereiro de 1901, o corpo de Vitória foi colocado no mausoléu de Frogmore, ao lado de Albert.
Vitória viveu quase o dobro do tempo do marido e reinou sozinha pelo dobro do tempo que haviam reinado juntos. Ó, olá, eu sou a professora de mar. Espero que tenha gostado do vídeo.
Então. . .
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[Música] E aí?