Suicídio não é escolha | Palestra Fabiana Nery

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Holiste Psiquiatria
A psiquiatra Fabiana Nery realizou a palestra SUICÍDIO NÃO É ESCOLHA, com o objetivo de desmistifica...
Video Transcript:
[Música] [Aplausos] [Música] existe sempre uma questão associada a mídia vive muito isso que é será que se eu falar sobre si suicídio eu vou incentivar as pessoas a pensar sobre isso e o que a gente percebe em termos de pesquisa em termos de prática clínica é que não só que a gente tem que saber o jeito certo de falar o jeito certo de abordar e é isso que a gente vai discutir aqui um pouquinho hoje tá então meu tema é suicídio não há escolha e vocês vão entender por que eu escolhesse tema especificamente a definição
mais ampla de suicídio é o de tentativa de suicídio na verdade é qualquer ação que o indivíduo teve com a intenção de morrer suicídio quando ele é efetivo no seu ato e tentativa de suicídio quando ele tentou ele teve o objetivo de findar própria vida mas ele não teve sucesso nessa tentativa porque chama atenção para isso porque muitas vezes as pessoas ficam associando se foi ou não tentativa de acordo com a gravidade internou no hospital ea então foi tentativa não precisou internar no hospital não foi só pra chamar a atenção e na verdade o que
a gente sabe que tem a ver com a motivação independente do indivíduo ter tomado um comprimido que é tomado um caminhão de veneno o que vai diferenciar o que vai fazer com que a gente fique mais atenta aquele indivíduo que a gente avalie risco de suicídio é na verdade a intenção dele e aí tem várias formas de você avaliar qual foi a intenção qual é a sensação que ele tem quando ele acorda quando ele não tem sucesso naquela tentativa tudo isso faz parte de uma boa avaliação de risco de suicídio quando se fala em cifras
mundiais hoje a não é à toa que a gente tá aqui conversando no mês de setembro o mês de setembro é o setembro amarela é uma campanha mundial não é uma campanha só brasileira o brasil aderiu esta campanha em 2014 mas é um campanha mundial exatamente para chamar atenção para o número de mortes por suicídio em todo o mundo ea gente tem que entender que assim esse número ainda pode ser subestimado a gente não tem uma estatística tão confiável assim então a gente sabe que há o suicídio figura entre as três se pais causas na
população economicamente ativa ou seja de 15 a 44 anos é a terceira maior causa de morte em relação a todas as doenças então a gente está falando aí de a avc a gente está falando de doenças cardíacas gente está falando de acidentes automobilísticos a está falando de questões relacionadas à violência tá então a gente tem que pensar que sim no mundo atualmente quase um milhão de pessoas 1 milhão morrem por suicídio em todo o mundo o número de tentativas de suicídio pode ser de 10 a 20 vezes maior que isso então a gente está falando
sim de um problema de saúde pública e não estou falando aqui da exceção eu não tô falando uma coisa que assim alguém ouviu falar alguma vez isso infelizmente está cada vez mais próximo da gente só que por questões relacionadas a tabus culturais religiosos a maioria das pessoas não falam sobre o assunto então muitas vezes é uma questão velada a quem trabalha na clínica sabe que muitas vezes um paciente que teve a um acidente de carro meio inexplicável que aqui já não houve uma história de uma pessoa que estava numa estrada em linha reta e de
repente bateu numa árvore que não tinha nenhuma justificativa para aquele acidente de de carro né é isso em alguns casos não todos mas em alguns casos isso foi uma morte por suicídio e não vai contar lá nas estatísticas vai entrar com um acidente automobilístico só para vocês terem idéia há o número de tentativas de saúde diz de suicídio no mundo ele não é uniforme aqui a gente tem um mapa mundial isso é que são dados da organização mundial da saúde está um pouquinho defasados foi o último relatório com estatísticas globais que a organização mundial da
saúde a apresentou foi 2014 mas para vocês terem idéia é que são dados oficiais está a gente tem aqui os maiores índices 16 mortes por suicídio por ano em 100 mil habitantes a média global gira em torno de 16 tá mas a gente tem aqui o país com 8 a 16 o brasil estaria aqui com isso menor que 8 mas você vê que muitos países a gente não tem dados sobre a questão do suicídio então só para vocês entenderem que tem vários fatores que vão influenciar desde coleta de dados estatísticos como a gente já falou
que subnotificações por exemplo questões culturais que impedem a questão da notificação do suicídio até na verdade questões relacionadas à educação cultura economia guerras enfim eu gosto muito de trazer esse dado porque toda vez que eu traga cidade todo mundo fica assim eu não imaginava isso porque às vezes falam número solto na 1 milhão um milhão duzentos mas eu gosto de trazer a coisa de forma gráfica que a gente sabe que atualmente no ano esses são dados em um ano as mortes por suicídio elas superam no mundo todos os homicídios todos os acidentes automobilísticos e todas
as guerras e conflitos civis no mundo então a gente fala de síria a gente fala de chechênia a gente fala de acidentes automobilísticos no brasil de 64 mil mortes e de acidentes no trânsito no brasil mas se você pegar em números absolutos mundiais suicídio morte por suicídio é maior que tudo isso somado à guerra acidente automobilístico e homicídios no planeta então está falando uma coisa muito séria ea gente está falando uma coisa muito freqüente esse cara né op todo mundo fica quando apresenta esse dado ele é absolutamente real organização mundial da saúde 2014 também foi
o último relatório deles aqui a gente tem apenas alguns índios para comparar com o brasil esse é um dado também um pouquinho já defasado 2012 mas a continua mais ou menos a mesma coisa no mundo a média não está mais em onde está em 16 e o brasil gira em torno de seis mortes por ano por suicídio em 100 mil habitantes se a gente colocar em números relativos vocês vêem que ele está abaixo da média mundial mas se a gente colocar em números absolutos o brasil figura entre os dez países com maior número de mortes
por suicídio então a gente tem sim que está falando sobre isso apesar desse número relativamente baixo se vocês olharem aqui em - absolutos índia até porque tem uma questão relacionada ao número populacional mais índia tem um índice de casos absolutos de suicídio bem altos seguido de china e estados unidos há no mundo a gente sabe que uma pessoa a cada 40 segundos morre por suicídio notificado lembrando que a gente está falando de dados oficiais no brasil a gente sabe que é uma pessoa a cada 45 minutos então ao final dessa palestra infelizmente alguém vai ter
perdido sua vida enquanto a gente está aqui tentando discutir e conversar sobre o assunto e talvez evitar esse desfecho tão trágico ah só pra vocês terem idéia um por cento de todas as mortes registadas no brasil o suicídio no brasil dados brasileiros isso então é uma questão importante é a gente pensar que a prevalência de esquizofrenia é de 0,8 por cento da população está falando aí uma situação clínica que é mais prevalente dodô que sofria e porque a gente discute tanto esquizofrenia por que ele não fala de suicídio de tentativa de suicídio e se a
gente baixar para uma uma faixa etária menor como doutor vitor colocou de 15 a 29 anos essa porcentagem ela sobe de 1 por cento para 4 por cento do total das mortes nessa faixa etária então a gente percebe que sim questões relacionadas à impulsividade a imaturidade cerebral possivelmente a questões ambientais relacionadas à dificuldade desses jovens lhe darem que sim tem uma influência dramática aumenta em quatro vezes a probabilidade de um jovem cometeu suicídio esses são dados nacionais só pra mostrar pra vocês também que da mesma forma que no mundo os dados em relação ao suicídio
eles não são uniformes no brasil também a gente tem aqui por exemplo o rio grande do sul com um dos maiores índices tá e bahia com um dos menores eu particularmente tive a oportunidade de participar de um estudo a que a gente avaliou pacientes aqui em salvador e pacientes em porto alegre o estudo colaborativo da universidade federal da bahia aqui e da universidade federal do rio grande do sul foi o estudo não fosse do populacional foi um estudo feito em um ambulatório específico de pacientes com transtorno afetivo bipolar então não dá pra gente extrapola esse
dado mas a diferença era o dobro de tentativa de suicídio nessa população aqui em salvador a gente achou uma prevalência de 25 por cento de pacientes bipolares atendidos nesse ambulatório específico tinha história de tentativa de suicídio no rio grande do sul e sul era 48 por cento quase que dobravam então sim a gente tem uma diferença em relação ao a prevalência de a taxa de suicídios por 100 mil habitantes apesar de que a gente estava avaliando aqui em salvador não foi suicídio foi tentativa de suicídio mas é uma coisa que a gente pode não correlacionados
mas que a gente pode pensar que são comportamentos suicidas e que a gente tem que avaliar os dois juntos mas e aí como é que a gente entende esse fenômeno a gente não podem pensar só em morte por suicídio a gente tem que entender que existe na verdade todo um comportamento suicida e que não vai acontecer do dia para a noite apesar de que a mostra o suicídio é trágica é impulsiva e em geral ela é uma grande surpresa um grande choque para quem convive com aquela pessoa ela não aconteceu do dia pra noite e
é isso que eu quero trazer para vocês então assim a em relação ao comportamento suicida a gente sabe que inicialmente o paciente ele vai apresentar pensamentos de morte e ele vai evoluindo em gravidade de acordo aqui com as cores que eu coloquei pra vocês então do pensamento de morte ele pode evoluir para idéias suicidas para o desejo de morte ele pode ter uma motivação que como o doutor vitor colocou pode ser um gatilho pode ser uma situação que a ocasiona na verdade a ação ele pode ter ele vai evoluir a intenção para o plano propriamente
dito que é quando a gente tem na verdade um planejamento a gente tem uma metodologia para que aquilo aconteça aqui o risco de suicídio começa a ficar bem intenso então é uma questão importante da nossa avaliação que ele pode evoluir para a tentativa de suicídio através de atos impulsivos ou não e infelizmente se isso aqui não foi impedido se isso não foi detectado e se isso não for tratada infelizmente em alguns momentos a gente vai chegar o suicídio consumado então percebo quando eu falo que o suicídio não há escolha é porque na verdade o suicídio
ele é sintoma de gravidade de uma doença ea gente vai falar um pouquinho mais sobre isso daqui a pouco tá então o que a gente sabe comportamento suicida do repetidor crônica ou seja aquela pessoa que já tentou várias vezes a gente tem uma péssima a digamos assim um folclore muito ruim em relação assim quem quer se matar se mata não fica tentando só um erro isso é um mito nada mais é do que um sinal de alerta de que alguma coisa está muito ruim que a gente tem que atuar em relação aquilo tá então o
que a gente sabe que existe o comportamento que ele observava eu que está aqui em cima dessa linha mas existe um comportamento suicida não observado e essa é a grande questão o que é o comportamento suicida não observado é o desejo de morrer é a ideação suicida que muitas vezes não é comunicada e isso aqui ele pode aumentar pode diminuir pode oscilar até se transformar em um comportamento observava eu né um comportamento suicida observado através do que comunicação então a pessoa indica fala que está pensando em tirar a própria vida ou diz que já pensou
sobre aquilo o comportamento observado é a tentativa mas lembram que a tentativa já é um estado de muito risco porque aquilo pode ter um desfecho o etau fatal para aquele indivíduo até infelizmente algumas vezes chegar ao suicídio consumado mas lembre existe toda uma gama de comportamentos suicidas não observas claramente e é nessa parte que a gente tem que atuar eu não vou me ater muito a questões neurobiológicas específicas que eu acho que o meu objetivo aqui dessa noite poderia passar que dois dias falando sobre neurobiologia do suicídio mas de uma maneira muito muito muito resumida
o que a gente sabe é o seguinte não é uma coisa simples não é um único fator que vai desencadear aquele tipo de comportamento como é que a gente sabe disso porque pessoas que passam pelas mesmas situações o comportamento completamente diferentes a gente sabe que o transtorno afetivo bipolar é a patologia psiquiátrica que mais têm comportamento suicida associado mas porque nem todos os pacientes com transtorno afetivo bipolar vão apresentar esse tipo de comportamento porque só alguns então o que a gente entende é que a gente tem na verdade fatores de vulnerabilidade e fatores de estresse
ou seja situações ambientais e situacionais que interagem entre si provocando o comportamento suicida então por exemplo nós temos questões de fundo abrir vulnerabilidade ou seja que são questões próprias do indivíduo questões genéticas exemplo a gente sabe que se uma pessoa tem um parente de primeiro grau com história do suicídio ele tem dez vezes mais chance de morrer por suicídio então se você tem história na família o atendimento aquele indivíduo cuidado com aquele indivíduo avaliação como o paciente deve ser diferente a gente sabe que fatores fisiológicos como alterações do eixo hipotálamo hipófise e agora adrenal fatores
psiquiátricos né doenças psiquiátricas são importantes como vulnerabilidade mas também a fatores ambientais como lesões cerebrais infecções violência na infância e só quem chama de fatores aproximar mais né que são coisas que aconteceram na infância do indivíduo e que vão através de situações genética situações de epigenética alterações na verdade que o indivíduo vai sofrer desde a infância deixa ele mais vulnerável para o comportamento suicida até chegando a estressores psicossociais então como doutor vitor já citou às vezes ele está naquele comportamento não observava o comportamento suicida não observava está pensando está desejando está planejando e aí acontece
algo quase como se fosse a gota d'água ea gente tem que ter muito cuidado assim tipo a foi porque eu não dei o carro com meu filho que ele tentou suicídio não aquilo foi só a gota d'água de um comportamento que já estava acontecendo que já se desenvolvia e aquilo foi só o stress o psico social que pode ter desencadeado mas que não foi o causador é importante lembrar que a as pessoas elas procuram ajuda antes de tentar suicídio é 70% passando por algum tipo de médico a grande questão é que ela vai passar pelo
médico mas ela não vai falar o que está acontecendo se ele não perguntar então quando eu falo em suicídio na escolha agora a gente vai falar porque que eu escolhi esse tema que é o seguinte a tem uma coisa chamada autópsia psicológica só para explicar rapidamente pra vocês o que é quando o indivíduo morre comprovadamente possui sítio um grupo de pesquisadores esse trabalho é feito com todos os pacientes que morre por suicídio no canadá o canadá ele tem 11 sistema de saúde fechado público então você consegue ter acesso a todos esses dados diferente do brasil
então a todos os pacientes que têm morte é o atestado de óbito por suicídio a eles fazem o que chama de autópsia psicológica o que é isso eles fazem entrevistas com o número maior de pessoas possível que conheciam aquele indivíduo amigos família namorada vizinhos colegas de trabalho e vão conversando com as pessoas para entender em o que estava acontecendo com aquele indivíduo em 95% dos suicídios nessa população lá no canadá e é um estudo muito amplo lembrando que o canadá é um país de imigrantes então a gente consegue generalizar bem os dados encontrados no canadá
diferentes populações mais fechadas como islândia finlândia então você tem um país ali que é interessante fazer estudos populacionais que você pega a gente do mundo inteiro em 95% dos casos de morte por suicídio foi possível identificar algum tipo de transtorno psiquiátrico em 95% a fab nos 5% que não conseguia porque não tem é porque não deu tempo de achar tá então o que a gente sabe é que é o suicídio é um sintoma de gravidade de alguma doença que não foi tratada de forma adequada que não está estável e por isso a gente pode dizer
que ele não há escolha ele é uma gravar momentos da doença e se a gente começar a pensar em detectar essas doenças e tratar essas doenças essa é a forma adequada de prevenir o suicídio isso aqui é trazendo pra vocês como é que a distribuição a dos transtornos mentais em relação à o suicídio foi um estudo populacional feito nos estados unidos com quase 16 mil pacientes aí o que se observou aqui há tempo em pessoas que morreram por suicídio tá mais de 35% de um trecho do morro ou depressão ou bipolar 22% das pessoas que
morreram por suicídio tinham transtornos por abuso de substância álcool ou drogas e 10 por cento tinha esquizofrenia e aproximadamente quase 12 transtorno de personalidade eo restante a tinham outros tipos de patologia perceba que nesse estudo dos estados unidos apenas 3% das mortes por suicídio não tinham diagnóstico então de novo não só no show do canadá como os estados unidos a suicídio é sintoma de gravidade de uma doença é a mesma coisa a vamos lá a gente colocar isso na prática clínica você pode ter uma uma pneumonia né a pneumonia ela pode ter catar no pulmão
febre mal-estar e ela pode evoluir para sepse que é o que é uma infecção generalizada do corpo e infecção generalizada do corpo é um sintoma de gravidade da pneumonia suicídio é um sintoma de gravidade de alguma patologia psiquiátrica tem lá um adolescente está tudo muito bem na vida dele e aí ele entrou no jogo e ele vai seguindo o jogo alguém que não sabe qual é a sequência da baleia azul e nunca ouviu falar de baleia azul foi bem divulgado na mídia é como se fosse uma gincana onde você tem que cumprindo as tarefas ea
última tarefa seria se você tem coragem de se matar a isso a pessoa doente ela é vulnerável sem dúvida nenhuma esse jogo ou qualquer outro que eles inventarem jamais vai conseguir provocar que uma pessoa se mate se ela não tiver deprimida se ela não tiver ansiosas ela não foi um show no sealand não troféu de personalidade dessas questões ela se associa uma vulnerabilidade que já está instalada lembra lado o comportamento suicida não observava são nessas pessoas que essas questões atrai então por isso que muitas vezes as pessoas ficam nada vida de falar sobre o suicídio
ou não será que se eu perguntar para o meu paciente ou pro meu familiar para o meu amigo se ele está pensando em se matar será que eu vou dar a ideia pra ele será que naquele momento eu vou despertar o desejo dele por isso eu vou ser a causadora de um desfecho trágico de maneira nenhuma e na verdade é exatamente o contrário o que vocês vão ver que o indivíduo que está pensando em morrer que está planejando o que de alguma forma está passando pela cabeça dele se sente aliviado de poder contar isso para
alguém e talvez procurar uma resposta para aquilo uma saída uma alternativa uma outra forma de lidar com as questões que ele está lidando em geral sintomas psiquiátricos então sim se vocês notarem diferença em familiares em colegas em amigos perguntem ofereçam ajuda como doutor vitor falou sem julgamentos em uma questão de de aspecto moral mas simplesmente de uma pessoa que pode estar diante de vocês ele está precisando de ajuda de alguma maneira e que ela não está conseguindo tecla ajuda sozinha mas e aí eu já falei de um problema enorme já falei que é um milhão
de pessoas no mundo já falei que é um problema de saúde pública já falei que é é um sintoma de gravidade de doença psiquiátrica mas aí o que a gente faz com tudo isso senta e chora fica pensando meu deus e agora não tem muita coisa pra fazer tá então o que a gente sabe que é importante a gente sabe que é importante identificar e avaliar o risco de suicídio então aquelas coisas que a gente falou avaliar se foi uma questão impulsiva e se o indivíduo está pensando em fazer novamente se ele ainda não fez
ele já tem um plano então na verdade existem aviões avaliações bem específicas e uma metodologia muito a concreta para a gente fazer a avaliação de risco então a gente pode classificar esses indivíduos com sem risco de suicídio com risco baixo com risco alto e as intervenções vão depender exatamente desse grau de avaliação que a gente fizer desses indivíduos lembrar de novo eu vou bater nessa tecla a noite inteira vocês vão dormir em casa e vão lembrar da minha vozinha falando que suicídio é sintoma de gravidade de alguma doença tá então a gente não pode deixar
de pensar em tratar a patologia de base se você está pensando que suicídio é sintoma é sintoma de gravidade você tem que descobrir o que está acontecendo para causar aquilo então você tem cinco encaminhar esses indivíduos para tratamento e para avaliação psiquiátrica se não vai conseguir prevenir o suicídio muitas vezes dependendo do grau de risco de suicídio qual é a patologia que está causando aquilo o indivíduo vai precisar de medicação na grande maioria das vezes em algumas situações de maior risco e internação então eu vejo que isso às vezes é uma situação que as famílias
sofrem muito mas nossa eu vou internar meu filho ou eu vou internar meu marido minha esposa e eu posso dizer para vocês é que internação ela salva vidas o que acontece quando a gente identifica um indivíduo com e de ação suicida com um risco importante de suicídio e tem que tratar o que está acontecendo a patologia de base quem tem um pouquinho de experiência que com tratamento psiquiátrico sabe que não vai ter nenhum tipo de medicação que eu coloque hoje e ela vai estar fazendo efeito amanhã então existe um período de vulnerabilidade importante aonde você
está esperando a medicação começa a fazer efeito nesse período proteger o paciente de alguma tentativa de suicídio impossível vai ser a diferença entre você salvar a vida daquele indivíduo infelizmente ele tem um desfecho foi letal então internação ela salva vidas vocês estão cuidando dos familiares e dos pacientes de vocês quando vocês indicam isso claro de acordo com o índice de gravidade que ele está apresentando com o risco que ele estiver apresentando de suicídio então é muito importante algumas famílias falam ah sim não mas eu vou cuidar dele ou dela em casa eu sei que vocês
vão ter todo o amor do mundo e vão ter todo cuidado do mundo mas nenhuma família por mais amorosa por mais estruturada que seja vai conseguir impedir uma tentativa de suicídio bem planejada não é por falta de atenção é por falta de estrutura e de conhecimento aquilo é uma questão técnica clínica e médica e tem que ser tratado assim da mesma forma que vocês não vão dizer assim não deixa minha mãe aqui em vez da lei pra uti que eu vou cuidar bem dela em casa muitas vezes ela vai precisar da uti então a gente
tem que ter um aparato técnico médico e de enfermagem para conseguir manter aquele paciente a salvo manter aquele paciente seguro enquanto estamos esperando o tratamento começar a fazer efeito e aí falando em tratamento a gente não pode deixar de falar da eletroconvulsoterapia que alguns casos resistentes ao tratamento ou muito graves onde você tem uma dificuldade de esperar o tempo da medicação fazer efeito a eletroconvulsoterapia pode está indicado alguns casos lembrar sempre que o diagnóstico precoce ea intervenção nesses casos é o determinante a uma outra coisa que eu digo também é que suicídio a gente não
trata a gente previne né então a gente tem que estar sempre pensando em diagnóstico precoce em avaliação precoce mas que não adianta nada eu saber o que está acontecendo com aquele indivíduo se não fizer algo para tratar então esse algo para tratar pode ser desde oferecer como um amigo aí junto numa consulta psiquiátrica até uma internação que é algo mais severo em casos mais graves mas as intervenções elas são extremamente necessárias eu brigo um pouquinho essa cara de novinha mas eu já tenho que antes que a tri e o que eu posso dizer para vocês
é que eu nunca vi nenhum paciente que internou por risco de suicídio ou após tentativa de suicídio depois de um tratamento adequado continuar com a mesma reação quando você trata os sintomas quando você trata patologia de base aquela idéia ação suicida ela desaparece porque ela é parte de um quadro que naquele momento já tratado então muita gente fica com medo nem poxa eu vou internar e depois ele vai me odiar depois ele vai não vai querer mais falar comigo é o contrário talvez a única chance de ele voltar a falar com você é dele está
vivo e depois de tratado então para a gente finalizar lembrar suicídio ele não há escolha e ele pode ser prevenido ele não pode ser tratado mas ele pode ser prevenido o suicídio como fazer um diagnóstico correto fazendo a intervenção terapêutica e tratando a patologia de base então essa é a minha mensagem final eu agradeço a presença de vocês [Música]
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