a deficiência visual e capacite zta com camila araújo alves bom então eu sou a camila eu sou uma mulher cega e há 12 anos uma mulher cega usuário de cão guia o cão que me acompanha hoje é o assunto o astro é o meu segundo com um guia é eu estou com ele há um ano especificamente eu fui antes dele guiada pela pucca uma golden que trabalhou comigo durante camila jovem moreno está num palco sentada numa poltrona oito anos de pernas cruzadas presentou com 11 à sua frente às pelo seu cão guia e bom tom
a aposentada está com a gente mas passou a função pro a situação é um labrador preto é preso por uma coleira que eu me apresento como uma mulher cega usuário de que um dia porque se hoje eu tô aqui pra dividir com vocês a experiência da deficiência não só experiência da deficiência que eu vivo mas também a experiência da deficiência que o estudo eu preciso dizer que certamente ser uma pessoa com deficiência usuária de cão-guia imprimir na minha experiência da deficiência é relevos muito diferentes é de relevos que eu que existiam na minha vida quando
eu era uma pessoa cega usuário de bengala ao seu lado uma pequena mesa amarela com uma já darão um fim a essa questão a gente pode retomá lá no final mas certamente é uma experiência absolutamente diferente nos dias de hoje eu me sinto muito honrada por isso em tempos de tantas separações que a gente vive separações entre espécies seguir ada por um animal pra mim é motivo de muita honra é a oportunidade de aprender diariamente com uma espécie que não é a minha astor está deitado é ter o prazer de ser de mtor na cada
vez mais humana por aprender com uma espécie outra é para mim um motivo de muito de muito prazer de muito orgulho o fundo do palco é cinza bom se a gente está aqui pra somar multiplicar e dividir camisas o rico espero eu quero saber de vocês não primeiro ela primeiro quero combinar uma coisa com vocês do jeito que tá a gente não vai chegar a lugar nenhum talvez vocês eu não preciso de barulho eu não sei se vocês estão aí eu não sei se vocês não tão aí fica bom respirem faz um barulho a ré
da cadeira de vez em quando muda de lugar me interrompam é de celular assim pra tocar sabe os negócios menos convencionais assim não ponho silencioso não não coloca tudo no silencioso não tiro o som de tudo não porque isso deixa abater um bate um pânico sabe dá um desespero porque aí eu falo e não escuto mais ninguém e eu não sei se somos 10 20 30 40 sem citá chegando gente tá todo mundo embora eu preciso de barulho então sim enquanto eu estiver falando vocês não tiverem entendendo alguma coisa não faz assim façam podem fazer
uma cara feia que não está entendendo mais traduzam isso em som o favor se tiverem entendendo também produzam sons se tiverem alguma dúvida traduzam em som também seja lá o que estiver passando com vocês e eventualmente traduzam em som por favor pode ser ok interrompam a hora que vocês quiserem também não precisa esperar o final pra perguntar nada não pergunta no meio que é bom também vou interromper um centro onde a gente tem um microfone que o volante que vai rodar para quem quiser fazer uma pergunta quem quiser fazer alguma colocação então é só chegar
pertinho aqui pegou o microfone a única coisa que a gente sempre pede é que haja objetividade na formulação do que vai ser dito pra gente também não tergiversa além do necessário tá bom obrigado bom tudo combinado então agora eu quero saber de vocês uma coisa algumas coisas o que vem à cabeça de vocês quando vocês escutam a palavra deficiência que vem como vocês definem o que é a deficiência em uma palavra falta particularidade e limitação diferente discriminação preconceito necessidades especiais descaso pena tá bom afeto integração curiosidade agora me diga uma coisa o que essas palavras
ou pelo menos a maior parte dessas palavras têm em comum menos valia todo mundo concorda parece né agora pensem comigo que vida que organização subjetiva que organização existencial uma pessoa tem uma pessoa terá uma pessoa pode ter sendo ou tendo uma importante característica da sua vida na sua existência seu corpo definido por aspectos de menos valia posso que existência que subjetividade se forma uma pessoa que tem a o seu corpo à sua existência definida por aspectos de menos valia como o complexo de inferioridade independência independência eu vou ler pra vocês um trecho bem pequeno é
uma frase na verdade de uma conferência de uma mulher negra feminista romancista nigeriana que se chama china manda de che que na ocasião do ted que eu estou citando ela fala sobre o perigo da história única e é lá pelas tantas já para o final da conferência dela ela diz então é assim que se cria uma única história mostra um povo como uma coisa como somente uma coisa repetidamente e será o que eles se tornaram o que isso tem a ver com a maneira como a gente essa perspectiva o que essa criação de uma história
única tem a ver com olhar para a deficiência a partir do dest da falta a primeira coisa que a gente precisa entender é que a deficiência definida como dest falta em capacidade limite é dificuldade incapacidade é uma versão da história da deficiência não a única versão da história da deficiência mas certamente é a versão que impera nas nossas vidas nossas que eu digo das pessoas sem deficiência e das pessoas com deficiência e essa lógica a lógica que faz com que a gente olhe para a deficiência a partir da falta e da incapacidade a gente chama
nos estudos da deficiência de um modelo médico da deficiência eo modelo médico da deficiência ele se apropria do corpo e ele se apropria de distintas organizações corporais de determinadas organizações corporais julgando as como organizações corporais menos capazes ou incapazes nessa sociedade e isso orienta esse pensamento ele orienta todas as nossas práticas intervenções relações é que a gente vai estabelecer com as pessoas com deficiência com o tema da deficiência seja lá onde for então quando a gente fala de deficiência quando a gente trabalha com deficiência quando a gente vai trabalhar com deficiência quando a gente vai
se relacionar com uma pessoa com deficiência a primeira coisa que a gente precisa pensar é o que é em o que eu penso sobre a deficiência porque o que eu penso sobre a deficiência como eu me sinto diante da deficiência vai definir a maneira como eu vou me relacionar com as pessoas com deficiência com o tema da deficiência esse movimento parece um movimento simples assim já a nau tá tá bem todo mundo já fez isso a gente muitas vezes vai se relacionar com esse tema partindo do pressuposto médico da relação com esse tema como se
essa fosse a verdade única a respeito das vidas das pessoas com deficiência e não é pois bem a versão médica da deficiência é uma versão que existe e enfim tá aí no mundo operando em vocês até hoje mas não é a única a gente tem historicamente é surgindo na áfrica do sul depois dos países depois ao mesmo tempo nos países de língua inglesa reino unido os estados unidos um grupo de pessoas deficientes que se juntam se encontram se juntam e criam pela primeira vez na história da deficiência um movimento social das pessoas com deficiência esse
grupo esse movimento social ele surge nos anos 70 e ele vem pra que ele vem pra dizer o que o que essas pessoas estão fazendo quando elas se organizam e criam o modelo social da deficiência o que eles estão fazendo é o seguinte é reivindicando o direito de dizer o que quer que seja sobre eles mesmos eles estão reivindicando autonomia eles estão reivindicando lugar de fala eles estão reivindicando a o lema do modelo social da deficiência ou nada sobre nós sem nós eles estão reivindicando que as coisas e as decisões e as leis é que
forem 15 assim que que existam sejam passadas consultadas tomadas decididas com nós não sem nós porque porque quando a gente está falando da versão médica da deficiência o que a gente tem um corpo incapaz a gente tem pessoas incapazes pessoas incapazes que não podem dizer por si mesmas e que precisam sempre de alguém que diga o delas porque o que são capazes porque não sabem porque não sabem disse porque não são capazes de dizer sobre se o modelo médico da deficiência e individualiza a deficiência no corpo de quem experimenta a deficiência a partir da lógica
do modelo médico a deficiência é uma condição biológica individualizada problema de quem vive a questão é que quando surge um modelo social da deficiência o que os militantes desse modelo vão dizer é que há uma diferença entre lesão e deficiência e essa separação ela é crucial hoje agora para a gente entender o lugar da deficiência como marcador de opressão assim como a gente já vê a raça assim como a gente já vê as que as condições gênero religião essas questões são questões que a gente já considera como marcadora de opressão ea deficiência ainda não mas
hoje a gente vai partir desse lugar a gente vai redefinir o conceito de deficiência e vai compreender a decência a partir de um marcador social e é fundamental para a gente conseguir fazer isso entender que lesão não é igual deficiência e que a lesão sim é algo do domínio médico é algo do que vai ser cuidado por um saber médico é algo do qual a medicina vai se apropriar vai cuidar vai tratar mas a deficiência não e ser uma pessoa lesionada não me torna automaticamente uma pessoa com deficiência se a deficiência ela não é sinônimo
de lesão e se ser uma pessoa lesionada não me torna automaticamente uma pessoa com deficiência o que é o que pode ser a deficiência a partir de agora então alguém tem idéia se a deficiência já está separada da lesão se a gente já tá colocando a deficiência dentro de uma discussão social como um marcador de opressão o que é a deficiência como a gente pode redefinir a deficiência a partir de agora então uma outra forma de existência possibilidades característica outro tratamento oportunidades a deficiência com uma construção vejam bem a gente troca de óculos a gente
começa a ver coisas que não apareceram na primeira definição do que a deficiência não tinha possibilidades antes não tinha construção antes não tinha novo tratamento antes pois bem o que os primeiros teóricos do modelo social da deficiência vão dizer é que a deficiência é sim uma construção social e que é uma construção social é que cidade que forma no encontro do que com que é o encontro com o corpo diferente com o corpo lesionado e uma sociedade muito pouco sensível às variações corporais a deficiência então num time a deficiência é da ordem do encontro ciência
é produzida no encontro a deficiência a partir do modelo social deixe de ser alguma coisa que eu carrego comigo e aí a gente vê historicamente inclusive as mudanças de nomenclatura pessoas portadoras de deficiência não cabem mais nesse contexto porque aqui eu não carrego mais a deficiência em mim porque aqui a decência é produzida no nosso encontro se eu carregava vocês vão ter que carregar também o barulho se a deficiência é uma produção se a deficiência é produzida é no encontro de uma sociedade muito pouco sensível com determinadas diferenças a gente tem aqui uma questão para
resolver uma questão histórica para resolver qual é o nosso lugar qual é o meu lugar nessa luta e qual é o lugar de vocês nessa luta então quem luta na luta no campo da luta das pessoas com deficiência só as pessoas com deficiência porque se essa luta ficar só com a gente ela não vai andar porque enquanto a gente estiver lutando uma outra parte vai estar produzindo há deficiência e aí não vamos sair do lugar a luta é pelo encontro a luta se dá no encontro é pelo encontro é pela transformação dos encontros e principalmente
por uma disponibilidade de 'nossa abrirmos para nuttra para nos transformarmos incluindo o risco de nos encontrarmos com uma parte muito monstruosa de nós mesmos bom os teóricos do da primeira versão do modelo social da deficiência também lutarão por autonomia lutarão pelas adaptações arquitetônicas nos prédios nos transportes nas ruas nas cidades porque eles entendiam que a falta ausência de pessoas com deficiência circulando pelas ruas nada tinha a ver com o fato das pessoas com deficiência não existirem ou não quererem circular mas isso se dava o que existe uma cidade que pedia às pessoas com deficiência de
circularem pois bem vamos então fazer as adaptações arquitetônicas vamos vamos fazer as adaptações a nível de informação coloca programa de voz pra galera coloca o em rampa aham elevador coloca também mas o que vocês quiserem colocar coloca também não tira nada coloca tudo e aí o problema está resolvido porque então veja bem se a deficiência está no humano aí eu poderia concluir que todos somos deficientes então sim todo mundo de acordo todo mundo tá com lb e aí no bolso sabe o que é livre a lei brasileira de inclusão não ninguém tem um formato digital
da fbi não não salvo para questões de ausência de internet é tudo quando a coisa acontece acontece de uma vez só porque se todos somos deficientes eu sou a única pessoa com deficiência que agora não não não sou é pena pois bem se eu não sou a única pessoa com deficiência que agora porque eu tenho na minha bolsa dois tipos de leis diferentes nesse momento que estão comigo para que eu garanta minha circulação da minha casa até aqui se todos somos deficientes porque só alguns sofrem por serem deficientes se todos somos deficientes porque algumas pessoas
carregam nos seus corpos nas suas subjetividades a marca da deficiência e outras não e o que que é a deficiência no encontro falta de conhecimento de empatia sabe qual é o problema do rumo dessa prosa que elas pode nos levar para uma relativização da deficiência que ela pode tornar menos complexa a discussão da deficiência e aí a gente pode sair daqui hoje entendendo que realmente pra todos falta alguma coisa para todos alguma coisa é difícil e aí a gente vai ter retomado o contato com as concepções médicas da deficiência porque efetivamente quando eu saio de
casa com o meu cão cheia de lei na bolsa pra mim pra guardar pra distribuir depende de cada caso mas que tem xerox na bolsa para deixar com quem precisa tem é isso marca uma existência que não têm livre acesso onde o direito de ir e vir não está garantido se não tem mais ninguém é que que esteja com algum parágrafo da constituição que resguarde o direito de ir e vir a gente não tá falando do mesmo problema entre nós eu não quero dizer com isso que nós pessoas com deficiência temos mais problemas que eu
estou querendo dizer com isso é que tem um marcador específico que é a deficiência quando os teóricos do modelo social da deficiência lutam por uma autonomia baseada na independência na relação de uma de uma luta por um espaço no mercado de trabalho uma luta pela produtividade pelo direito de produzir por querer produzir todas as adaptações arquitetônicas porque isso não resolve isso não resolve tudo isso resolve uma parte dessa história mas não resolve tudo porque olhar para a deficiência única e exclusivamente dessa forma também é uma forma opressora de olhar para a deficiência porque porque essas
reivindicações atendem a pessoas levemente deficientes atendem a pessoas que é conseguiriam trabalhar o conseguem trabalhar é conseguem sair de casa conseguem estudar se essas adaptações forem feitas atendem a pessoas que possuem um grau de autonomia aziado na independência prestenção baseada na independência maior na independência não fazer sozinho quem percebe a lógica da opressão presente no modelo social da deficiência são as feministas negras nos anos 90 porque elas entram e fala assim espera nada sobre nossa em nós mas nós quem porque enquanto vocês estão lutando aí pra poder falar sobre vocês lutando por uma autonomia baseada
na independência na inserção de vocês no mercado de trabalho nós estamos aqui cuidando de pessoas gravemente deficientes corpos que jamais conseguirão trabalhar corpos que jamais serão inseridos no mercado de trabalho e corpus que jamais poderão funcionar autonomamente se a gente seguir entendendo a autonomia como uma independência e aí elas colocam grande problema na discussão social da deficiência e elas passam a dizer que esse nós do nada sobre nós sem nós precisa incluir muito mais do que só as pessoas com deficiência que esse nós precisa incluir as pessoas principalmente que cuidam das pessoas gravemente deficientes e
elas fazem uma reivindicação extremamente relevante para o contexto da eficiência para a nossa discussão aqui hoje que é a reivindicação do cuidado do lugar do cuidado como um lugar de justiça social não mais como um lugar que recolocaria os corpos deficiente de novo numa posição subalterna uma posição é excluída se está entendendo que eu tô falando gente eu estou sozinha quito pois bem uma dimensão política do cuidado o cuidado não faz de uma pessoa uma pessoa numa posição subalterna o cuidado não faz de uma pessoa uma pessoa independente porque aí o que elas começam a
falar que se um cuidado é uma condição política é um direito aí entra no raul no hall da das lutas por justiça social e não mais um cuidado que fica ali no âmbito da caridade da pena a vou fazer que coitado né não é o cuidado como um direito um direito e um cuidado no âmbito da justiça e não no âmbito da do assistencialismo e aí elas começam a dizer que a luta por uma autonomia baseada na independência é uma luta absolutamente opressora porque efetivamente ninguém nem com deficiência nem sem deficiência é independente porque as
pessoas com deficiência deveriam descer então se todos dependemos de uma rede se todos dependemos em algum nível que não é o mesmo mas se todos dependemos em algum nível de uma rede de relações porque nós pessoas com deficiência deveríamos em algum momento da nossa reabilitação passar a fazer sozinhos essa meta é uma meta absolutamente opressora que não considera os corpos deficientes o que elas vão dizer que a autonomia precisa ser buscada não uma relação de independência mas numa relação de interdependência e aí a gente tem uma outra virada fenomenal no campo das discussões da deficiência
não se trata de dizer que uma pessoa com deficiência é dependente é porque ela precisa de alguém todos precisamos a vida só funciona numa relação de interdependência o porquê a gente discute isso em alguns casos em outros não é uma questão porque é que isso precisa ser firmado na discussão da deficiência e não em outras discussões é uma questão mas certamente é se eu hoje tivesse que ter vindo sem o assunto eu não viria não porque eu sou dependente dele mas porque a nossa relação de interdependência me faz fazer ele me faz fazer mais com
ele eu faço mais com ele com o assunto com o programa no celular um programa no ipad um programa no computador com o meu relógio é com você lá quantas coisas eu usei para chegar aqui hoje de rede com tudo isso eu posso mais e não menos com tudo isso eu faço mais e não menos a rede de interdependência ou seja uma autonomia baseada na interdependência é uma autonomia onde a gente pode apostar na criação e na no aumento e fortalecimento das redes com as quais a gente vai contar não focar em algum dia a
pessoa com deficiência não precisar dessa rede isso é uma coisa que acontece muito é das escolas por exemplo a gente tem crianças com deficiência acompanhadas de mediadores ea gente fica muito ansioso para quando é que essa criança não vai precisar mais do mediador como se fosse um problema precisar do mediador como se isso por si só definir se uma condição subalternas para aquela criança quando não é claro que pode definir dependendo de como aquela rede esteja organizada mas não é um fato que ter um mediador é tornar uma criança dependente não é um fato que
ter um cuidador é tornar uma pessoa dependente mas é um fato que se eu fortaleço essa rede se eu posso apostar nessa rede aí sim eu posso ser uma pessoa mais autônoma aí sim eu posso ser uma pessoa com mais alcance nesse mundo está ficando claro alguém quer falar alguma coisa agora caminha calmamente dá um gole de água na caneca está ao seu lado olhando ela aponta para a caneca não quero falar o que vai sair no vídeo um homem sobe no palco e serve mais água para camila quando as perguntas fossem maiores é bom
opina o microfone para ficar registrado aqui no 20 a platéia um homem faz uma pergunta será que você já fez alguma pesquisa como é que acontece isso no mundo animal que nos homens acontece que a relação de dependência c1 apresentou um animal que tenha algum problema aí como é que os outros animais estado é um formigueiro a formiga uma deficiência como as formigas trata eu não sei você conhece eu não sei eu sei que eventualmente em historicamente na nossa história da nossa espécie a gente matava a gente matou a gente mata essa relação entre espécies
é uma coisa que eu tenho começado a pesquisa agora no doutorado é uma coisa muito nova pra mim e e dessa relação específica de como os animais viram quase própria com as diferenças dentro é dentro das suas relações eu só tenho uma história que é bem recente de um cão guia mais velho aposentado que ficou cego e que passou a seguir a dupla pelo cão que substituiu ele naquele trabalho então esse cão guia novo chegou além de guiar o tonno que era cego ele guiava também o o cão que que ficou cego com depois da
aposentadoria então ali alguma coisa foi construída não pela pelo extermínio mas pela pela relação de fortalecimento da rede realmente essa essa relação entre espécies eu vou ficar te devendo caminho é talvez fosse bacana poder falar alguma coisa sobre a dependência a deficiência como identidade é verdade é quando vem o modelo social da deficiência quando vem a versão a segunda versão do modelo social da deficiência a deficiência deixe de ser é aquilo que é definido pela falta pelo teste pela incapacidade mas é mais a deficiência passa a ser uma outra forma de estar no mundo alguém
falou isso aqui na frente a deficiência com um outro modo como estilo de vida como tantos outros que assim como tantos outros estilos de vida precisa de determinados cuidados e arranjos diferentes mas o fato de precisar desses determinados arranjos é não constitui aquela condição como menor porque todo o estilo de vida requer uma organização um arranjo para que ele possa existir e aí a deficiência deixa de ser nesse contexto aquela coisa que eu tenho que esconder aquilo que eu preciso aquilo do qual eu preciso me redimir aquilo do qual eu tenho vergonha e passa a
ser uma condição e identitária a minha identidade assim como a gente já vê acontecendo nos movimentos negros por exemplo assim como a gente já vem acontecendo nos movimentos de gênero por exemplo o que acontece no modelo social da deficiência que aí a deficiência entra com uma categoria identitária é um sou uma mulher deficiente e ninguém precisa me proteger disso essa é quem eu sou e eu sou deficiente não porque sou menor porque am sou deficiente porque tem uma condição um estilo de vida organizado com determinados arranjos e falo então a partir daí o meu lugar
nesse mundo um dos meus lugares de fala nesse mundo é o meu lugar como uma mulher deficiente aqui o movimento social da decência ele vai fazer ele vai aprendendo com outros movimentos sociais né então como a gente já tem um movimento uma apropriação de determinados termos que a gente antes não o podia usar por exemplo uma pessoa se dizer preta ou uma pessoa se dizê-lo dentro dos movimentos de gênero o que a gente faz no movimento da deficiência é eficiente essa é a condição identitária da qual a gente fala e porque a gente fala da
deficiência com uma condição identitária porque essa é a condição que é oprimida porque a gente se afirma por ela porque é ela que é oprimida diariamente não é aleatório de acordei falei ah vou falar que eu sou uma pessoa com deficiência sou deficiente não é justamente a condição que me oprime que eu vou afirmar que a condição que me oprime me oprime porquê porque quando eu digo tá não temos aqui uma condição que o meu prêmio uma marca vamos ver como a gente se relaciona com essa marca há dez anos mais ou menos no brasil
a gente teve a tradução de um termo que vem do inglês é que foi traduzido para o português como capacity zta já ouviram falar sim o capacity zta ele está para as pessoas com deficiência como racismo tapar as pessoas negras como a homofobia das pessoas homossexuais como a transfobia das pessoas trans como o machismo opera no gênero nas discussões de gênero o capacity zta é o nome que a gente tem pra dar pra nomear a violência que a gente sofre cotidianamente por sermos deficientes uma uma violência que é acionada toda vez que a gente avalia
um determinado funcionamento corporal pela sua capacidade ou incapacidade e vem cá o que é que a gente não avalia qual é o corpo que a gente não avalia por sua capacidade ou incapacidade se a gente for ver o racismo é capacete sexta porque o racismo vai dizer que os corpos negros são menos capazes de ou precisam são menos capazes de aprender porque científicamente são menos inteligentes por causa de que essa é uma medição capacitiva sobre os corpos negros é uma deficiente zação da raça desentendem estou falando fica claro quando eu digo que uma mulher não
pode assumir a gerência de uma grande empresa porque ela não é capaz eu tô fazendo uso do capacete tista naquele corpo daquela mulher porque eu estou avaliando e olhando para aquele corpo com uma medida da capacidade ou incapacidade ou seja as discussões de gênero também são capacetes botas aí já o que tinha de capacidade se tinha algo que tinha já ela perdeu essa é uma avaliação capacete sexta ou seja a gente precisa pensar que o capacite zta ele não tá só sobre as deficiências mas ele está sobre todos os processos de deficiente zação que nós
produzimos sobre outros corpos porque os processos de deficiente zação que a gente opera não tem a ver só com pessoas com deficiência mas a gente deficientes a tudo o tempo inteiro quando a gente diz para uma pessoa que ela fez uma coisa que eu não achava certo ea gente diz assim putz parece cega caras e não viu eu tô associando a cegueira como a incapacidade de avaliar corretamente uma situação e ali tem a presença da deficiência como incapacidade e ali tem uma equação capacete sexta ea pessoa pode nem ser cega pode a gente está falando
de pessoas sem deficiência da incapacidade sempre da incapacidade por isso a decência se torna uma condição identitária não porque ela é uma uma condição incapacitante mas é porque alguns corpos são oprimidos a partir dessa identidade fica acessível i sensacional porque o que acontece com o caso da loucura é exatamente isso um processo de deficiente zação da saúde mental é o que a gente faz o tempo inteiro com os usuários da saúde mental o tempo inteiro a gente está dizendo deficiente de centro e capaz deficiente incapaz deficiente é tem aí um vetor absolutamente capacete sexta isso
é muito próximo da saúde mental assim como também é muito próximo de algumas condições de deficiências específicas a condição da loucura por exemplo historicamente é a gente sabe que pessoas surdas antes de serem diagnosticadas com surdez são tratadas é como pacientes de saúde mental por exemplo pessoas com doenças raras doenças crônicas às vezes invisíveis também porque são doenças raras crônicas que produzem efeitos no corpo que nem sempre são visíveis ou seja não tem nenhuma deformidade específica uma alteração física e alice falam esse problema que é a remédios saúde da reme com saúde mental de se
resumir remédio não é mas nesses corpos se medicar lisa esse sinal que serão o autismo taí o autismo é outra outra condição absolutamente deficiente zadda nessa sociedade o autismo ainda tem uma condição legal né o fato dele ter entrado como uma condição de deficiência legalmente falando que ainda produz uma saia bem justo né lá fica bem na briga entre a saúde mental ea deficiência porque a gente tem uma certa apropriação do autismo que o trata lá no campo da psicose ea gente por outro lado tem uma briga é para que o autismo seja visto como
uma deficiência e não como uma psicose agora eu tenho uma pergunta aonde que existe esse sujeito que é capaz onde está esse sujeito que não tem nenhum tipo de problema mental onde está esse sujeito que tem um corpo perfeito uma idéia perfeita um jeito de ser perfeito funcionamento perfeito onde está esse sujeito que faz com que toda a diferença seja nomeada e nomeada como categoria subalternas sabe onde esse sujeito tá ele ta como se fosse um alvo é do lugar onde todas as pessoas com deficiência têm que alcançar esse sujeito ele produza um extremo trabalho
na vida da gente e ele produza um uma profunda sensação de exaustão na vida da gente e de solidão aquela sensação de que é possível em nada que eu faça que me deixe chegar lá não ainda falta na área da saúde seria dizer que no caso essa suposta saúde ela seria uma condição invisível uma condição sem contextualização histórica e pelo outro lado o vamos dizer se o deficiente oa a deficiência ela teria uma contextualização histórica esse pm diga se eu entendi essa saúde absoluta essa coisa aí esse sujeito absolutamente pronto saudável inteiro é perfeito esse
é a histórico a história exatamente era invisível ninguém nunca viu razão e o colar é só com ele ninguém não encontrou apoio em lugar nenhum exagero nas nossas relações e ele é invisível ele não faz parte do gelo azul e não faz 'encarnada' mente mas ele orienta todas as relações é um sujeito a câmera segue mostrando o caminho no palco está sendo filmado é mas ele é isso nesse sentido a deficiência o deficiente pelo menos é essa mais vivo né a platéia está fora de quadro tão - a amai sakineh tem um corpo né é
é tentando colocar de uma outra forma é esse e vamos dizer se esse lado saudável ele apesar do controle ele se desconhece ele não se enxerga seria mais ou menos isso seria isso é foge completamente a explicar isso justamente por conta da invisibilidade não existe ali algum fator que acuse o que é definida qualquer tipo de patologia vamos dizer assim ele não tem mais ele determina toda ele determina todas claro quem está está completamente à parte de toda a situação controlada controlando toda controlar as sereias da platéia uma mulher faz uma pergunta é sei que
a minha mas eu fico pensando nisso nessa nesse rumo dessa prosa vai e tem uma coisa que me preocupa em relação a isso porque eu entendo que não existe de novo aquele problema que a gente que você falou antes que é o fato de homogeneizar a todas as pessoas e não e não apontar para as marcas e as diferenças então assim eu entendo que é não existe esse sujeito não marcado nem como diria harue mas é eu entendo também que nas nossas práticas cotidianas na nossa vida do dia a dia a gente está o tempo
todo operando com isso que eu quero dizer é por exemplo quando a gente tem o dsm 5 né o o que é isso né o manual das doenças mentais quando eu tenho isso é é osso esse sujeito não marcado ele está me dizendo o que é eo que não é deficiência e ele está dizendo a partir de pessoas que fazem o da sm4 se entende então assim acho que a gente também precisa dizer que isso não é tão abstrato assim ou seja e só pela nas nossas vidas o tempo inteiro que só pena né então
é é desde um pouco esse cuidado [Música] constantemente a gente tem que isso é um trabalho é na verdade de educação né e constante não é que ela falou assim 60 cegas e não viu aquilo e isso a gente fala com uma criança de dois anos sendo a sua dor chamando e isso constantemente a gente tem que está se colocando e esse se policiando e realmente mudando nem só se policiar é mudando a nossa mente enxergando de uma forma diferente certamente em nós não é que nós pessoas com deficiência estão livres dessa forma de opressão
também porque também não tão é e variavelmente é eu posso assumir uma posição a professora diante de uma pessoa com alguma outra deficiência qual não seja minha e rafinha sozinha nem outra pessoa cega têm a mesma condição caminha ou seja também está com outra pessoa cega não lhe garante ali naquela relação que eu não vá assumir uma posição a professora é essa pessoa invisível metafísicas a entidade metafísica perfeito abstrato onipotente ela justamente por ser da forma que ela se empresta a ser apropriada pelas do tempo inteiro então somos nós que a encarnamos somos eu e
você e cada um de nós na lide o cotidiano da vida que faz esse papel isso pode estar de fato está institucionalizado em dispositivos como os de sm e outras coisas mais e manuais de psicopatologia diagnóstico que for mas no campo da esperança concreta de cada dia pode ser qualquer um de nós que vai vestir essa identidade supostamente maravilhosa sublime perfeita pra atuar e opera opressão e que vai nesse sentido que eu concordo é produzir a deficiência de eficiência vida e se alguns corpos ficam de fora numa organização social em determinados motos de organizar uma
cidade um trabalho uma vida é porque ali esse sujeito existiu naquela organização existe existiu e existe também esse sujeito em nós pessoas com deficiência quando nós entendemos com a gente mesmo que a gente precisa sempre fazer mais para chegar a algum lugar que não é o nosso porque tem uma questão no campo da deficiência que interfere muito na luta social das pessoas com deficiência que é a dificuldade que nós temos e eu digo isso porque é uma dificuldade minha também é de me afirmar como uma pessoa com deficiência de mim afirma politicamente a partir da
minha deficiência e é difícil porque porque se tudo que a gente discutiu a respeito das concepções de deficiência opera também em mim em algum lugar eu também acho que ser deficiente é - eu também acho que em algum lugar isso me torna incapaz porque de onde eu tiraria e desenvolveria algum orgulho de ser deficiente porque eu teria orgulho de ser uma coisa tão menor tão incapacitante por isso a importância de afirmar a deficiência como uma condição identitária da copa e ditar a política onde está a minha força e não a minha fraqueza porque efetivamente os
momentos que eu me torne mais fraca comigo mesma são os momentos em que o neco essa minha existência a minha condição existencial e aí eu acabo largando na ferramenta e outro na rede outra e aí eu não faço acaba se excluindo participar desse processo de exclusão participamos diretamente camila eu sou ana cláudia de tudo na faat não tem honra de ter estudado com você mas os muito a seu respeito é eu estou fazendo um estudo para minha monografia a respeito da relação do sujeito com o seu corpo diante do envelhecimento e como é um embuste
ante para o sujeito envelhecer numa sociedade que valoriza o belo o jovem eo vigor e como é ter que lidar com isso todos os dias e aí você falou muito dessa questão de se afirmar como identidade e os textos que eu tenho lido tem falado no sentido de a gente não aceitar muito essa nomeação de idoso né e sim que essas pessoas possam se afirmar que nós possamos afirmar las como velhas e que isso não teria nada de negativo mas ao contrário é constituinte da própria pessoa daquela condição a minha pergunta pra você se você
tem percebido a velhice como um tipo de deficientes ação certamente sem dúvida nenhuma por exemplo nos estados onde a gente tem as delegacias policiais que atendem as pessoas com deficiência elas estão sempre associadas ao atendimento de pessoas idosas também ou algumas colocações quando a gente isso é comum em alguns eventos que tratam da deficiência que é muito usado para gerar sei lá o quê que o afeto que isso gera é mais por exemplo você não é deficiente agora mas pensa só quando você envelhecer quem vai querer newtons veja bem o que é esse tipo de
afirmação faz pega deficiência como uma ameaça ou seja ameaça uma pessoa com a a condição da deficiência então veja só você não está ajudando nem a pessoa cega atravessaram hoje quando você for velha reticências terror quando você vai ver acabou não quero envelhecer eu ser cega o uol é não dá mas então tem-se uma relação muito íntima entre o envelhecimento ea de eficientização porque tem a ver com a tomada desses corpos que envelhece como co os que passam a ser incapazes nessa sociedade corpos que não mais produzir que começa a ter determinadas limitações corporais ou
que vão produzir determinado adoecimentos e deficientes incapazes é a mesma lógica é muito muito íntimo nessa relação oi camila e os fabris hila eu sou fonoaudióloga trabalho com deficiente auditivo na área de reabilitação através de aparelhos auditivos e eu cheguei um pouquinho atrasada não sei se você chegou a falar sobre como foi é não sei se você nasceu com deficiência visual ou adquiriu como foi para você é e falar um pouquinho desse lugar de d é de aceitar a deficiência não sei se a palavra é porque na minha prática clínica eu vejo é muito preconceito
dos pacientes que vêm até mim e quando eu dou diagnóstico e fala que precisa usar prótese é um terror muitos falam que preferem morrer muitos não alguns falam que preferem morrer e outros por se a prótese foi visível não quero usar jeito nenhum apesar de ter muito problema social de comunicação no mercado de trabalho eles negam e vão viver de qualquer jeito a vida como é isso até pra mim enquanto profissional ao saber conduzi isso né porque também é um direito da pessoa não quer usar sim né não usar não implica necessariamente no fato de
que ela seguirá de qualquer jeito né implica que ela vai seguir de algum jeito que pode não ser qualquer pode ser pode não ser mas depende de que arranjos ela vai encontrar e depois de é ter decidido que não usaria aquele aparelho né outro dia fiquei sabendo de um aluno que está até na uff agora que é cego e não usa bengala mas tudo sem usar legal ele vai sair de casa pede alguém levar até o ponto de ônibus quando chega no ônibus alguém avisa quando tal ponto e chega no ponto pé de alguém para
levar e assim eu não posso dizer que essa pessoa vive a vida de qualquer jeito ela deu aquele jeito não é o jeito que eu e se eu tivesse que passar por isso de novo não seria a escolha que eu tomaria mas foi e não porque ele não conhecia as possibilidades que ele tinha foi uma escolha baseada em que não sei mas eu nasci com retinose pigmentar que é uma doença degenerativa da retina e descobrir quando eu tinha quatro anos logo que eu entrei na escola efetivamente eu não sei o quanto eu já vi nessa
vida se eu já vi muito já tudo que eu vi era muito se dava pra ter mais do que eu vi não tem parâmetros é a degeneração foi acontecendo até os 10 meus 10 anos de idade quando tive uma perda mais significativa já com a cegueira noturna que é uma característica da retinose pigmentar num estágio mais avançado e aí com os 10 11 anos eu tive a perda da visão periférica ea cegueira noturna e com 15 anos eu perdi totalmente a a visão hoje eu percebo só qualidade de dias está de noite mesmo assim de
luz natural e luz é de interior é muito fraca né não num das vezes eu sinto a luz me esquentando mas eu não tenho percepção numerosa dela agora tá quente todo pé só podia ser de a lusa tentou produzindo todo esse calor mas ainda não tem nenhum estímulo luminoso visualmente falando e o processo da perda da visão é sem dúvida um processo que implica num minuto tem perda é tem falta em um período de de reorganização da vida nada do que eu fazia antes do que eu fazia antes de imediato me ajudava logo que eu
fiquei cega não consigo ver nada daquele jeito que eu estava habituado a fazer toda vez que eu ia tentar fazer alguma coisa que eu estava mais acostumada a fazer sem lá é são coisas estão assim quando se toma banho sabonete cajá era eu preferia pegar outro abriu outro do que ficar no banheiro procurando que os sabonetes e encosto pele escorrega por outro lado e se encosta e escorrega outro lado quanto eu fiquei cega criar uma harmonia eu não consegui pegar o seu oponente é muito básico mas até o entender a estratégia pra prender o sabonete
na parede isso foi uma vida são a então eu ia tomar banho com 34 caixinhas de saborear fechada garrafa o sabonete assim como se fosse a última coisa é da minha vida para conseguir tomar um banho são processos que vão acontecendo é que às vezes são lentos se nessa fase de readaptação de reorganizar o corpo de construir um corpo que funciona a partir de uma outra lógica é que se oriente a partir de outros sentidos um corpo que não seja mais tão visual cêntrico é até que o sentido se reorganizam e que você consegue levar
a atenção para outros sentidos e isso demora eu vou te dizer que é um processo na minha opinião hoje belíssimo eu sem dúvida nenhuma não teria não sentiria as coisas que eu sinto hoje se eu se eu não tivesse ficado cega talvez outras pessoas façam sem precisar ficar cega mas eu não não não fim não tinha feito até que até então né então esse processo de reorganização corporal que é muito bonito mas é também muito duro muito difícil muito sofrido não sei se acaba sem dúvida vai ficando menos temos doído vai ficando menos desgastante neves
e vai encontrando vai construir uma série de ferramentas isso vai ficar mais safra o negócio mas não acaba toda vez que eu preciso por exemplo fazer uma coisa num lugar novo lugar que eu nunca fui meu deus vai lá praquele lugar que eu nunca fui que saco vai ficar perdida de novo temporariamente sem nenhuma referência espacial naquele momento eu não posso dizer pronto superei agora não vou mais passar por isso a gente passa por isso o tempo inteiro né ai dependendo dos encontros que a gente vai tendo e eu acho que aconteceu sim uma aceitação
desse dessa deficiência se a gente pensar deficiência como uma outra forma de estar no mundo aí sim não é uma aceitação definitiva mas aqui responde sim marte-500 épico não é a questão é que a gente vê que a pessoa já vai sofrendo nela relata ator passando por isso por isso por isso aí você fala assim você tem uma deficiência ea solução para esse sofrimento é esse não é ou pode ser um auxílio não é e aí ela falou eu quero porque vai mostrar que o seu défice é é é porque ela é indie sofrendo e
às vezes até risco de vida também lhe rendeu a ela sai e fala assim não eu não quero porque vai mostrar minha deficiência aí eu me privo de trabalhar aconteceu há pouco tempo uma paciente que não conseguiu trabalhava com beleza feminina e ela não ia mais nas reuniões e as pessoas não tinham mais paciência com ela porque tinham que ficar repetindo repetindo repetindo e é cansativo porque ela tinha uma perda profunda então eu tinha que levar a voz e cansava e ela falou não quero eu tenho preconceito com esse tipo de aparelho eu não quero
isso apesar de conversar e entender e talvez eu penso é que o aparelho ele resolveria uma questão 1 é da ordem da lesão mas não da ordem subjetiva o sofrimento não sessa é isso realmente o sofrimento entende tem uma dimensão do sofrimento com a experiência da deficiência que é predominantemente subjetiva porque é um corte na existência para além da lesão que já é uma uma marca muito profunda porque muda a nossa vida nesse mundo é tem junto com a lesão um corte na existência se você é uma pessoa que você não era antes é como
um tipo chega de novo de outro jeito é tipo assim reserva e pai de novo em um algum nível de reset sabe que é subjetivo então assim é é a gente pode oferecer todas as ferramentas e talvez essa seja uma das nossas tarefas enquanto profissionais da saúde é oferecer isso mas só entendendo que isso poderia cuidar de uma parte desse sofrimento mas tem uma outra parte que é profundamente subjetiva porque a experiência entendida a experiência a deficiência entendida como uma outra forma de estar no mundo implica numa outra constituição de subjetividade uma outra formação desse
e tem uma perda desse aí de um sikh tinha até outro dia e agora não tem mais em luto e tem que fazer o luto como qualquer outro luto né quanto mais a gente evita mais prolongado ele vai ficando quanto mais a gente resiste menos a gente consegue passar por ele mas não dá pra seguir sem ele também não dá eu acho que sem dúvida é diferente pra quem já já nasce com a deficiência mas tem um mundo lembrando pra você desde que você chega às vezes antes de você chegar que você não é bem
vindo que aquela organização corporal ela não é bacana tá vindo aí aquele incapaz daí vindo aí aquele que eu não sei cuidar tá vindo aí aquele que eu não queria que fosse como é e isso é implica no luto também a criança porque quando uma criança chega assim ela já chega num muito de quem tava quem tava não está recebendo quem está chegando está recebendo aquele que perdeu a gente não tá recebendo aquele que a gente queria receber já está recebendo a visita àquele que a gente não queria que viesse mas que vai fazer o
quê né então o mundo não deixa a gente esquecer disso sabe então em algo é claro que são condições muito distintas mas a mensagem é muito na mesma então por exemplo é a gente não tem é é a gente não vê assim quando a gente engravida ficam pessoa a gente não vê as mulheres paz é familiares dizendo gente ver com deficiência quais é isso for menino menina ou cego tanto faz não também mas acontece que genuinamente a gente não deseja isso que não estou dizendo que é pra desejar num poema eu estou dizendo que faz
mal quem não deseja mas que é uma condição que não está na ordem do quanto a gente espera do que a gente espera do que a gente deseja que mas a deficiência é uma condição identitária que a gente evita quando ele quando eu escuto coisas como a nossa se fosse eu que tivesse ficado cega morreria não ia aguentar não então tá dizendo que aqui pra aguentar o sofrimento eu aguento mais que é isso então assim ah não eu preferiria porque tem também algumas pessoas fazem uma escala das deficiências mais desejáveis não se fosse para escolher
eu certamente preferiria ficar na cadeira de rodas do que é sem ver que sem ver não dá como se alguma coisa de s a gente vai criando uma relação é escalonada de quais são as condições ea infecta quando a gente faz isso não tem a ver com o fato da gente querer dizer quais são as condições que a gente aceita mas isso implica nas condições que a gente não aceita quando dia a gente diz a gente nunca escolhe o que a gente quer a gente escolhe deixa lá o que a gente a gente marca que
a gente não quer de jeito nenhum os outros é siv é eu acho que eu não morreria eu acho que daria para conviver na que eu desejo aquilo pra minha vida então tem uma relação com a uma deficiência que está ainda na lógica do [Música] dodô extermínio a deficiência é uma condição que ainda opera na lógica do extermínio daquilo que deve ser exterminado foi muita jogando muito até também fazia mas muito é de muitas formas e tempos históricos agentes termina a diferença então vejam bem hoje no brasil nós somos um dos países é que mais
violenta mulheres do mundo dessas mulheres violentadas a maioria dela sexualmente as mulheres mais violentadas são as mulheres a deficiência as mulheres surdas porque não têm como gritar ninguém escutaria as mulheres cegas porque não consegue e ainda tenho porquê porque não conseguiu identificar o rosto dos agressores as mulheres com deficiência física porque não conseguiriam correr então a gente dentro do da categoria mulher absolutamente oprimida a gente tem as mulheres mais oprimidos por uma condição de deficiência tenha um rola uma lista das que que fica muito perto das mulheres - humanas as mulheres com deficiência intelectual então
nem se fala tem aí um indicativo de vulnerabilidade mas é vejam bem é não é um indicativo de vulnerabilidade por conta da existência daquela lesão mas é pelo modo como a deficiência é apropriada e organizada socialmente a vulnerabilidade não está necessariamente nos nossos corpos nasce hoje vulnerável à violência e pronto porque nasce nasce decente na segunda trave holandesa porque tem um contexto que não respeitam e me vê de uma forma menos humana e menos digno de ser respeitada a vulnerabilidade também é constituída e pelo encontro não nasça vulnerável em mim tem uma organização social que
me torna vulnerável com essas condições corporais nessa condição de existência isso diz do que a gente é considera quepode oprimir torturar matar e os que são mais dignos de não viver tem uma seleção dos que devem morrer fica lá de um lado precisa nem ser necessariamente a morte mas os que vão ser oprimidos e do lado os que vão viver com algum nível de dignidade qual é a maior luta nossa pessoas com deficiência até hoje é uma luta para sermos reconhecidos como pessoas de direito se tem idéia do que é até hoje a gente está
lutando para ser reconhecido como pessoas de direito porque isso ainda não está garantido a todo momento a gente tem a nossa o nosso reconhecimento de pessoas de direito é atacado isso não é é uma é um estatuto que a gente perde ganha perde e ganha perde e ganha perde aqui ganha ele ganha ali perdeu ali de novo tá escuro ainda escorrega não no entanto a gente precisa andar com uma série de leis um celular na bolsa impressa cartão plastificado para dizer que olha só eu tenho esse direito aqui ó a escrita que está lendo a
atenção sempre entendeu aqui ó tem que apresentar um papel porque aqui no reconhecimento da relação nem sempre vai o mediador da palestra se ergue com o microfone na mão de gente querida são 96 a gente tinha planejado para terminar mais ou menos por esse horário eu queria saber se nós temos muitas perguntas ainda houve um caminho que ela acha da gente de repente deixamos duas ou três pretende começar amarrar pode ser uma duas três perguntas a gente finaliza então é camilla você falou assim brincando se pudesse escolher eficiência você devia ser cadeirante não é não
é assim não dá exemplo um exemplo é s eu só vi estou fazendo a diferença o que eu estou lidando com uma situação que eu sou o pedido à justiça do trabalho há 30 anos e estou agora terminando um mal do de uma pessoa de 35 anos jovem no casamento marcado o subgerente de uma rede de mercado e que está sofrendo muito porque sofreu um acidente e ficou tetraplégico e eu estou ouvindo as pessoas dizerem eu nasci onu os casos né pessoal financeiro eficiente outros adquiriram esse foi subitamente e o que mais me choca é
que no brasil nós temos cerca de 13 mil e 14 mil notificações de acidentes do trabalho por ano com os 6.000 a 8.000 incapacitante estes incapacitantes para mim eles já estão oprimidos estão alijados da sociedade porque é é uma moça que pede a mão o outro rapaz que perdeu também a mão conta perdeu o braço e alguns é é a base por exemplo que eu pelo menos três eram música na igreja tecladistas guitarristas e eu não vejo diferença deixes para aqueles que nascem com deficiência mas o que eu quero testar o meu ponto de vista
é que eu acho que o estado ele cria o o de vez em díli ele é o primeiro professor é isso que eu quero fechar é certamente eu concordo com você e eu é a gente tem é uma série de lógica é porque quando a gente fala das concepções de deficiência não é que elas ficam flutuando por aí a gente vai encontrando com elas só nível relacional elas operam o inglês em papéis em papéis que a gente precisa preencher que depois que a gente preenche dá um resultado final que diz lá fora cá dentro e
lá fora cá dentro é é claro que isso vem de um pensamento é da deficiência a partir de um saber médico a partir de um saber médico que individualiza que coloca o problema naquele corpo que responsabiliza aquela pessoa por aquilo porque a gente sabe que tudo bem talvez a pessoa não fizesse não fizesse o mesmo trabalho e dependendo da das mudanças das condições corporais mas a gente sabe que a vida insiste em seguir em que a pessoa vai criar o corpo vai criar tem estratégia se não for aqui é pra alguma outra coisa só que
quando a gente marca um determinado corpo como incapacitante para o trabalho às vezes esse corpo escuta isso como incapacitante para o trabalho acabou como a questão é como se recriar ouvindo isso a seu próprio respeito de onde conseguir se mover como conseguir se mover na direção da construção de outras possibilidades quando de novo oh oh oh documento que a gente recebe é incapaz é um estigma assim absolutamente chega matizado democratizante mas é uma lógica também que passa por uma relação com o estado com o poder com papéis leis documentos orientações da platéia uma mulher faz
uma pergunta ou falta deles claro camila eu sou o rosto de rosi marli também sou psicóloga estudei na famath também eu queria saber se no caso no seu caso tem a condição de um transplante e outra coisa esse mês agora passado e eu eu comecei a ter um problema de visão entendeu desculpa e coceira nos olhos e tive de escoamento de vidro foi ao médico tal quando foi agora esse mês passado eu fiz um exame específico que o médico pediu e eu estou com um córnea go tata eu fiquei assim o que é isso eu
vou ficar cega ele disse amenizando que isso pode acontecer eu ao invés de ter 2 mil células nos dois olhos eu tenho 600 células e eu tô querendo te dizer que eu tenho 63 anos o quão é forte é você receber uma notícia dessas entendeu e eu perguntei a ele se tinha possibilidade de cirurgia ele disse que sim que tem um médico lá no hospital que ele recomenda falou o nome tudo então eu fiquei é me imaginando vislumbrando um futuro não sei se próximo distante cega então é a pergunta é você teve ou tem a
chance desse transplante de uma cirurgia ou não tem e outra coisa que também estão trabalhando comigo é a aceitação tá de um dia não enxergar mais até porque nós que somos dessa área da saúde da saúde mental sabemos o quanto isso mexe né emocionalmente com a gente querendo ou não querendo é isso então eu nunca tive a chance de um transplante a gente não tem nem um transplante de retina não tem cirurgia que se faça na retina tem aí algumas possibilidades de de pesquisas com células-tronco e alguns investimentos nessa nessa direção nada muito concretizado também
mas ainda nível de de pesquisas então há a discussão de de um transplante nunca nunca apareceu numa cirurgia de um transplante nunca fez parte da minha no encontro com a cegueira né nunca tive muito o que o que fazer a nível de recursos médicos mas sem dúvida você tem toda a razão é uma um anúncio desses é um anúncio absolutamente angustiante perturbador principalmente porque nos relacionamos com deficiência como nos relacionamos e principalmente porque a gente vive no mundo é que não é sensível a esse tipo de questão então é determinados momentos da vida da gente
o encontro com a deficiência é um encontro é absolutamente estigmatizante é o encontro absolutamente o professor é um encontro com o mundo que não é coletor mundo que não é afetuoso que não têm estratégias acolhedora que não vai ter nenhuma sensibilidade para lidar com as necessidades ps não vai então é absolutamente sofrido angustiante o anúncio desse encontro isso é muito real por que quando é quando eu falo não é sobre todas essas essas concepções da deficiência elas não são históricas porque estão atrás elas estão operando e fazendo a nossa vida hoje né que eu escuto
que eu sou incapaz é hoje não foi lá há 100 anos atrás que as pessoas com deficiência escutaram não na hora que eu saí daqui que eu tiver que chamar um uber eu vou ter que mandar mensagem para ele avisando que tem um cão guia e aí 5 podem cancelar e se eu tiver sozinha eu ia ficar sozinho no meio fio tentando chama uber que vai dizer não não levo procura um carro adaptado que kaká que é carro adaptado para carregar um cão que outro de outro disse isso pelo amor o que é um carro
adaptado para levar um cão guia gente o que está na cabeça dessa criatura me respondeu isso no auge da chuva eu tinha hora para chegar no trabalho à procura um carro adaptado à cidade alagada que carro adaptado isso significa não vai sair de casa eu nunca imaginei na minha vida que andar de metrô de ônibus fosse ser menos desgastante do que chamam uber sei lá eu só chamo mesmo assim que o niterói para o rio porque se não se tivesse um metrô aqui que me deixasse do outro lado da linha de metrô e de trem
eu ia de barro que não ia de uber porque é o tempo inteiro não não não não e aí a gente ainda lida em algumas circunstâncias com pessoas que dizem que as pessoas com deficiência são muito agressivas muito agressivas às pessoas com deficiência sabe se chega para ajudar já levam coisa é não de cima em baixo é não 7 horas da manhã às 8 horas da manhã é não 9 não dez aí vem tentar passar a mão no cão guia meio dia não ah ah mas só um pouquinho pode é você que não deixa é
deve ser ciúmes puro ciúmes que é meu é meu não pega não aí as pessoas em nossa mesmo precisava ser tão grossa quando as pessoas com deficiência ainda tivessem que suporta suportar toda sorte de comentários que querem fazer com as nossas vidas com os nossos corpos com as nossas tecnologias assistivas muito agressivas essas pessoas chega no lugar sem acessibilidade reclama nossa mas precisa reclamar tanto era só a aaa não precisava reclamar tanto às pessoas com deficiência militantes né ficam ali em cima são consideradas chatas aquelas pessoas que já não basta ter deficiência ainda tá reclamando
do amor de deus já basta a deficiência já é esse negócio estranho aí agora sempre fica quieta não chama tanta atenção também né bastará sentar com o cachorro ainda tem que reclamar que o segurança barrou tá bom a hta é camilla é eu não é marta e e você acredita que em outros países é ditos né de primeiro mundo talvez a deficiência ou o deficiente ele é melhor tratado enfim que você pode falar sobre isso é claro que tem década cada um lugar cada território tem é as condições que definem um pouco como isso vai
ser tratado a deficiência não é uma categoria separada de outras categorias né então a gente tem a relação do atravessamento da deficiência com classe econômica com raça com gênero e aí cada território trata dessas questões e tem condições distintas com relação a essas questões mas então assim diferente em algum nível eu não sei o quanto é melhor é claro que assim a nível estatístico é a gente tem países na europa que num não tem o índice de estupro de mulheres com deficiência que a gente tem aqui é então assim já é melhor que aqui mas
tem é uma luta que une né todos esses territórios que é pela dis medicalização da deficiência a inserção da deficiência com uma categoria social é uma luta que nos une em diferentes países continentes territórios isso sim isso sim isso é mais global da platéia uma mulher faz uma pergunta então eu sou uma mulher com deficiência eu sou um deputado no membro inferior direito e uma questão que me ronda muito é que a partir do momento que eu me identifico com uma mulher com deficiência e levanta essa bandeira eu vejo saltar do imaginário da pena para
imaginar do super herói isso é uma questão que acaba me travam duas vezes na hora de identificar uma mulher como deficiência porque ao invés de caindo num outro estereótipo você se vê cair no as pessoas fazem isso né porque são duas coisas diferentes a gente pode invariavelmente se se olhar se vê nesse lugar e ao mesmo tempo ser vista desse lugar né e sem dúvida essa perspectiva da superação e isso é muito importante que a gente poder discutir também o quanto ela está relacionada com uma baixa expectativa com relação às pessoas com deficiência o quanto
o quanto a lógica da superação tem a ver com o quanto eu não esperava que você fosse capaz o quanto eu não esperava que você com isso aí tudo que te faz uma pessoa com deficiência falar se estudar se trabalhasse militar se então tem uma uma lógica e entre o coitadinho e um super herói a gente tem o mesmo fio condutor né é tão lados apostos da mesma moeda porque a lógica dos da superação também devido à lisa também responsabiliza a gente ou por vezes a gente escuta se toma você é tão fortes e vai
cair agora é não você é guerreira vamos lá levanta num cai não como se a gente tivesse não tivesse motivos para cair com se tivesse tudo muito arrumado e a gente tivesse assim às vezes cansando porque a gente é fraca não vai enfraquecer agora não ainda faz parte desse pensamento mais biológico da coisa mais individualizam antes da coisa sabe e sabe o que eu penso também sobre a lógica da operação que é a superação que pelo menos é quando as pessoas sem deficiência nos dessa forma elas usam para benefício próprio elas usam os nossos corpos
e elas usam as nossas lesões para elas levantaram da cama irem fazer uma coisa que elas viram uma pessoa putada fazendo pra elas saírem de casa todo dia de manhã agradecendo porque vêem pra elas agradecerem porque andam pra elas agradecerem porque escuta a lógica da superação não serve a lógica da operação serve as pessoas sem deficiência que se apropriam dos nossos corpos têm uma mulher com deficiência que se chama estelle young e ela chama isso de pornô beneficiente porque você usa o corpo de uma pessoa em prol dos seus desejos das suas necessidades diz considerando
que ali há uma vida então pegam os nossos corpos pegam as nossas lesões e usam como querem ea gente não pode cair porque citam sustentando que estão sustentando a nosso custo se a gente cai cai já ouvi muito isso mas se você cai cai todo mundo é nossa então o time tem caído ano sabendo que asseguram tanta gente que que é isso podiam ter avisado antes nem vão trabalhar com honestidade agora eu trabalho assim quantos têm nas minhas costas vou escolher se eu quero levar alguém ou não mas é uma lógica muito pornográfica nesse sentido
da apropriação da objetificação dos corpos de eficientes em uso próprio e então não é porque gostam da gente acha que a gente faz e acontece não mas isso é realmente muito destruidor também e como cala né é porque você quer mostrar o seu lado e mostrar tipo 'não eu é mostrar a sua vivência mas aí tem sempre alguém usando a sua vivência como parâmetro pra tudo e eu fui o cara tira você da minha existência da unidade não tem nada a ver com isso eu tô existindo pra mim i sim sim deixa a este na
verdade é um lugar solitário também né esse lugar de da superação sacar a sociedade acaba empurrando é quem está superando também para esse lugar fica lá sozinho nem sair dessa questão da rede dessa essa compreensão da sociedade trabalhar como um todo para todos né gente dá né também é absolutamente solitário individualizando tiné é muito individualismo ante nesse sentido e é muito objetivo ficante assim sabe essa deficiência aí que eu não gosto que eu não quero pra mim com a qual eu não quero me relacionar da qual eu quero distância estátua para aí nesse formato superação
que eu vou usar vou usar para agradecer o quanto eu não tem o quanto eu não sou o quanto eu sou abençoado por não ter eu agradeço por não existir neste corpo que é o seu eu agradeço por não ser você eu falo todas as manhãs levanta e vai porque você não é ela e e muitas vezes né colocar a gente como super-herói implica em não nos ouve verdadeiramente a gente está falando uma coisa pessoas vão e que isso gente toda às vezes a gente está reivindicando alguma coisa que você faz é maravilhosa tem assim
não ouviu não houve um não colou não vai pegar as 70 de novo e foi nossa melhor do espetáculo que não vai dar pra falar hoje não vai dar e tem dias e espaços onde a gente não consegue se colocar porque não sai disso ou fica todo mundo chorando com o que a gente fala muito ter muito cuidado a nossa quando o sofrimento ou ficam um espetáculo e aí em cima é aqui hoje e é sempre um lugar assim ou abaixo em cima no mesmo nível nunca estamos sim tem a ver com que eu e
uma amiga conversávamos hoje de manhã uma amiga surda eu convidei ela para um espetáculo de música comigo porque tinha intérprete nossa sabe quando arrependimento mata envergonha milha foi hoje chegamos o negócio tava lotado foi nossa vamos relaxar ouvir música mãe terá tem terra e tem áudio descrição tem tudo aí o intérprete começou ela começou assim não to houve nada não houve nada não entender nada lá o intérprete relaxe e aproveita disse que isso garante que ela tem acesso à experiência da música quem garante o intérprete não garante a experiência vibratória o intérprete não garante a
experiência aí eu fui lembrar que o intérprete não garantia dez minutos depois que o espetáculo começou eu falei que a gente pode ir embora não tem problema não vou ficar eu tenho vai demorar uma hora e 40 vão embora vão fazer outra coisa não vou ficar eu fico com a parte do intérprete mas ali eu reduzir ali eu disse o intérprete resolve aí ela pode seguir não ali foi um exemplo tipo de aparelho auditivo pego o aparelho que resolve não o intérprete resolve uma parte aparelho resolve uma parte áudio-descrição resolve uma parte mas não resolve
tudo porque tem coisa que não é viveu a existência a gente não resolve tem uma coisa que eu detesto me desculpem se alguém aqui já fez é uma posição absolutamente particular mas eu detesto quando vão fazer alguma sensibilização em torno do tema da deficiência e vendam as pessoas que colocam as pessoas sentadas nas cadeiras derrota e coloca as pessoas pra andar de bengala no meio da rua esburacada com um olho fechado elas entenderem a dificuldade da deficiência eu costumo dizer que a deficiência ela não tá em não ver não andar não ouvi mas essa condição
tem não poder tirar a venda e voltar a ver não poder tirar a cadeira e voltar a andar não poder voltar a ouvir porque se todo mundo aqui um dia a gente combinar não vamos ver vamos ver mas aí no dia seguinte alguém vai voltar a vê e alguém não então essa é uma experiência que eu acho muito delicada primeiro porque ela reafirma o lugar da falta da dificuldade do sofrimento da superação e segundo porque usam as nossas experiências em benefício próprio que não é o nosso o mediador se ergue e pega o microfone e
às vezes em detrimento de vocês e às vezes em detrimento daquele olha para a câmera e sorri camilo muito obrigada obrigada gente recursos de acessibilidade financiamento faperj realização de r dn idealização grupos de pesquisa pesquisar com perceber sem ver universidade federal fluminense a curadoria leandro marques produção gabriela machado e leandro marques assistente de produção toda elise nunes palestrante camila araújo alves arte e divulgação gabriela machado a gravação de áudio heber ribeiro edição de vídeo webber ribeiro filmagem gabriela machado e carini marques realização igreja presbiteriana betânia litorânea