"Não é uma carreira. É uma causa": entrevista com Emicida

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Nexo Jornal
Em seu terceiro álbum de estúdio, “AmarElo”, Emicida aborda temas como saúde mental, família e espir...
Video Transcript:
a idéia do do cara forte que não chora intransponível é do coração e alcançável sinceramente não me interessa mais é legal não foi nesse lugar onde encontrei a humanidade isso aí é uma coisa frágil uma casca a gente estava lutando para lutar mais gente estava lutando para alcançar um lugar solar a música é de fato capaz de transformar os lugares por onde ela passa se você perguntar pra mim pra qualquer pessoa aqui dentro a resposta sim uma canalhice roubar deus das pessoa pobre acho que quando o rap não abraça a diversidade está dando um tiro
no pé dele mesmo a existência tem muito mais camada do que a política principalmente a política panfletário não me coloco no lugar de professor dos outros ou aprendendo também eu acho que seria covardia da minha parte querer que todo mundo fosse drauzio varella se o país plantou fernando meira mama [Música] sob sol é baseada espero que vocês estejam bem seu camarada emicida por aqui passando pra dizer q amarelo está na rua é nóis escuta entrevista e trocar uma idéia com a fazenda do nexo foi bacana a idéia do do cara forte que não chora em
transponível é do coração inalcançável sinceramente não me interessa mais não foi nesse lugar onde encontrei a humanidade isso aí é uma coisa frágil uma casca tá ligado que protege muitas vezes muita fraqueza eu acho que o projeto inteiro amarelo ele fala sobre maturidade saber do ponto de vista espiritual do ponto de vista humano a gente tem um áudio no início do vídeo é um áudio que recebi de um amigo meu após um tratamento porque ele tentou realmente tirar a vida dele e dois anos depois do tratamento ele me mandou e social de uma pessoa com
quem eu tenho está em contato constante e até então nunca tinha encontrado um quadro de depressão tão profunda sabe pra ser sincero eu tenho uma relação muito desrespeitosa com a saúde mental sabe por que as pessoas que me cercaram a vida inteira por mais que ela sofreu de depressão ela também tinha uma relação muito desrespeitosa com esse tipo de patologia sabe então elas interpretaram aquilo como frescura e eu cresci nintendo aquilo com uma frescura sabe até o momento que eu entendo meus próprios dilema existencial caiu no bolso vazio números abismo e entendo quando esse meu
camarada meu irmão passa por isso eu vejo uma tristeza que eu não consigo trans pouco nenhuma seqüência de palavra bonita e eu entendo que neste momento de fraqueza que a gente encontra sabe ser humano precisa ter liberdade de se mostrar vulnerável eu queria muito de desenhar uma coisa de vulnerabilidade vulnerabilidade mim enquanto ser humano nessa posição e sei o peso que isso tem quando vem de uma pessoa como eu porque a imagem tradicional estereótipo dos rappers não é esse a gente não chora sacou nós somos quase sem sentimentos de fraqueza entende o que o tip
que o rapper americano ele fala sobre isso uma vez eu vi um vídeo de uma conversa dele com dizer falava sobre isso um dia a gente vai ter que refletir sobre a nossa vulnerabilidade sabe a sociedade criou um estereótipo de fraqueza pra gente a nossa forma de driblar esse estereótipo foi construir uma imagem de força nós somos fortes imbatíveis [ __ ] melhor coisa que a raça humana já produziu é a gente virou esse gigante de metal sabe só que de repente uma você começa a sentir uma outra coisa uma outra cobrança interna além da
quebrada ela também fala uma coisa [ __ ] ela fala que a gente faz uma transição da sub humanidade para super humanidade ea única ansiedade que a gente tem é de ser humano esse direito é o direito que a gente não possui até hoje então eu vou de um lugar invisível por um lugar super exposto sabe no lugar de invisibilidade não tinha acesso a coisas básicas tipo no mercado e fazer compras sabe mas o que me dá o direito de brincar de ser humano é esse lugar de sobre um ano no qual eu sou colocada
a partir do momento que havia uma pessoa reconhecida pelo meu trabalho sabe nessa ansiedade por humanidade a gente comete um monte de equívoco inclusive com a gente mesmo só corpo por isso quis falar dessa paraná amarelo a gente precisa reconhecer que pra você reconhecer as suas fraquezas você precisa ser muito forte sabe se fala não é simplesmente não consigo às vezes reconhecer o quanto é difícil é mais humano que você pode fazer é ligado e é por isso que eu quis dividir com os moleques não achar que eles têm que ser um super homem chorar
a tudo certo das minhas filhas me deram uma outra leitura respeito do que o feto sabe e fizeram descobriu uma pessoa em mim que eu gosto muito porque se você volta pra antes da estela nascer é e que tocando [ __ ] pro mundo sabe se fosse cair o meteoro mesmo de 2012 acabar com tudo o problema todo inverno sacou elas me deram uma relação com afetividade que os conhecia uma sensibilidade que diz conhecer e aí eu me pergunto como coloca aquilo da minha música porque eu acho que gostou é o que eu gostaria de
dividir com as pessoas e sinceramente olhando de agora de 2019 olhando pra trás se você fizer uma análise da obra inteira é uma ansiedade da obra inteira porque ela na primeira mixtape você já tinha esses raios de sol você tinha o conflito você tinha um ódio você tinha agressividade você tinha ponte lá e você tinha essa metáfora mais pesada sim porque aquela linguagem na qual a gente se comunicavam e aquilo foi importante pra caramba não estou dizendo que isso não tem valor foi fundamental e muita gente faz aquilo hoje sabe mas desde a primeira mixtape
vai encontrar uma série de fresta ilumina aquela busca porque era por isso que a gente estava lutando a gente não estava lutando para lutar mais gente estava lutando para alcançar um lugar solar amarelo isso manifesta em direito e é um manifesto em prol da nossa humanidade o legado do direito de ser a única e exclusivamente um ser humano ligado por mais simples que pareça isso por mais óbvio por mais sutil por mais bobo que pareça permita que eu fale essa parada só que a gente teve tanto a interrupção tanta barreira tanto arame farpado tanto a
bomba tanto tiro tanto sangue tanta dor e até a gente se confundiu com isso a gente passou a se orgulhar de ser um sinônimo de resistência a gente não tem que se orgulha de se orgulhar de ser sinônimo de resistência a gente tem que ficar constrangido a gente tem que se orgulhar de conseguir resistir plenitude todas as pessoas podem fazer isso então tem essa coisa também de no momento você encontrar seu ódio se negasse você negar ele não não não não não não isso é uma conexão código é uma relação se relaciona com seus sentimentos
ruins também compreende eles e entendi eles só co foi isso que a gente fez todo esse tempo e agora nesse momento eu acho que não só o rep está pronto o projeto como esse como a sociedade como um todo precisa ouvir isso aí refletir sobre o futuro é muito louco pra ver no futuro tem a ver com o sonho tem a ver com um coletivo está ligado como nénão é sobre mim entendeu eu me entendo muito com uma pessoa coletiva só como eu sou encontro de muitos esforços e muitos sonhos muitas expectativas e todos nós
somos isso alguns numa instância é um pouco maior do que os outros mas todos nós somos pessoas coletivas então a gente precisa referir se referir a nós mesmos como um sonho coletivo só co nessa brincadeira do sonho coletivo da esperança de futuro ligado quando estou perto da minha filha eu acredito que o mundo pode ser melhor e porque elas são melhores do mundo neste momento e aí o que eu faço o meu trabalho como a construção com a minha capacidade de construir coisas é tentar deixar o mundo no nível das crianças se eu chamo amarelo
de experimento social mas isso de fato não começam em 2019 eu compreendo a minha carreira inteira como uma como um experimento social eu acho até reducionista chamar de carreira porque não a carreira é uma causa entendeu e até causa também não faz justiça à espera ea vida entende são coisas que eu acumulei que eu experimentei que eu vivenciei durante os últimos 34 anos não necessariamente aquele disco evans e atender todas as expectativas da indústria se você procurar nas nossas redes sociais você vai encontrar inúmeras pessoas que se relacionam com aquilo não porque elas comprarão diz
que uma música mas elas vão dizer pra você que nos pararam de usar droga que ela saiu da cadeia elas entraram numa universidade elas dedicar o diploma o laboratório fantasma no momento em que ela se emanciparam então é como se toda essa nossa trajetória de vitória de conquista falando sobre possibilidade fosse uma metáfora da vida dessas pessoas quando você elabora um experimento social você precisa é ter uma pergunta a ser respondida por ele a nossa pergunta é a música é de fato capaz de transformar os lugares por onde ela passa e se você perguntar pra
mim pra qualquer pessoa aqui dentro a resposta sim a gente ficou um se perguntando muito qual era a coisa mais importante da existência qual sabe e aí num primeiro momento as respostas que vem elas são todas políticas sabe importante é o poder é importante a emancipação o importante é a liberdade é nenhuma dessas coisas existe se não houver uma relação à vida ela só existe na relação no momento que a gente se encontra sabe ea energia do projeto inteira é construída refletindo sobre a força de um encontro o disco abre com uma música chamada principia
é o nome do livro de isaac newton que fala das três leis da de newton uma delas fala sobre a inércia para sobre quando um corpo encontrado outro corpo em movimento esses dois corpos eles nunca mais vão ser a mesma coisa entendi essa é a força da relação até que um terceiro corpo interromper o movimento criado por ele a vitória ela começa dentro da nossa cabeça não entendeu porque a vitória é uma relação com o possível e só se esforça só se empenha só busca construir alguma coisa a partir do momento que você acredita que
aquilo é possível entende isso pra mim é muito profundo porque foi a partir do momento em que houve referências essa é a palavra a partir do momento que houve referências de possível que eu comecei a correr pegar elas e começar trazer todas elas para dentro do que eu faço entende por que essas nossas referências me fizeram acreditar elas são inusitadas onde aqui a palavra melhor palavra para isso elas são inusitadas porque se você for observar uma mescla de um monte de coisa que em tese um olhar menos cuidadoso não se relaciona entende as batalhas de
mcs elas eram completamente politicamente incorretas mas a gente tinha um propósito uma existência muito política tá ligado dentro do ambiente que estava começando a ganhar popularidade o referencial que a gente usava nas rimas era tudo com base nos desenhos que passava no sbt sabe nossa base intelectual era o tom é de r tag é muito louca essa parada então eu acho que sim honesto responder à sua pergunta com esse é o tema central do que a gente faz sim a gente gosta de ser um símbolo de fé ligado a isso não é só o que
eu faço é o que há é o faz com que a drica faz é a essência da existência do laboratório fantasma a partir do momento que as pessoas se conectam com isso aqui principalmente quando elas vêm aqui toda semana se você vier com freqüência você vai ver que sempre não passando artistas novos por aqui outros não tão novos assim a relação deles com esse ambiente essas vêm aqui e ela recarrega a bateria e volta pra todo mundo e fala mano é possível se a gente se organizar e se a gente trabalhar a gente se dedicar
só co aí eu te falar agora qual a religião que eu tô eu tô num misto de em do smos o candomblé com o cristianismo o próximo do negócio que as pessoas chama de catolicismo popular é uma manifestação muito paulista sabe a gente tem aqui por exemplo a igreja dá da nossa senhora do rosário dos homens pretos da penha de frança que fica na zona leste sabe que é de uma irmandade é uma irmandade negra que nasceu pra garantir alguns direitos básicos para as pessoas que foram seqüestradas na áfrica sabe como por exemplo o direito
de ser enterrado que era um direito que os escravos não tinham sabe se você olha pra isso com pouco cuidado parece só uma igreja mas aquilo significa muito mais sabe é é uma história interessante sobre essa igreja que é o seguinte se você pergunta para muitas das pessoas principalmente para os mais jovens elas vão te dar uma resposta muito mais maniqueísta que é o seguinte essa igreja é a única a única igreja de são paulo que de costas para a catedral da sé às igrejas por obrigação tem que ficar de frente para sair de administrativa
na falta de uma palavra melhor volta aqui administrativa ela tem essa obrigação a interpretação superficial que a gente faz é é aquela irmandade discordava dos valores da catedral da sé então ela se coloca de costas para a catedral como se fosse uma forma de negar o autoritarismo do cristianismo no período da escravidão e todas as mazelas com a qual a religiosidade da europa estava relacionada porque foi ela que legitimou escravidão desde o primeiro momento mas não era isso a grandiosidade dessas pessoas era tamanho que tamanha que eles tinham conhecimentos profundos a respeito da natureza e
eles não construíram uma igreja de costas para a catedral da sé eles construíram uma igreja de frente para o sol o momento que você entende isso é tudo 100 tem de tudo não é ódio é só fazer parte de um ciclo está ligado porque pra mim é isso uma a fé é um elemento de saúde que alinha a gente com o ciclo de toda a existência tá ligado hoje eu sou um ser humano mas um grão de areia é legal e tudo faz parte disse que existe uma canalhice roubar deus das pessoa pobre tá ligado
acho tipo assim não há falta de humanidade tremenda sabe é por isso que o disco começa com essa fusão que é exatamente colocando um pastor evangélico junto com os macumbeiros tocando que deus dança também uma dança canta sorri me ofende profundamente quando a pessoa trata fé do evangelho no jeito pejorativo que eu já fui na igreja evangélica durante muito tempo entende que num momento de depor escassez mão de tudo física e de esperança porque as pessoas tinham obrigado deus age quando o web não abraça a diversidade está dando um tiro no pé dele mesmo porque
eles surge com uma resposta um status co e uma sociedade que espremeu ele que tentou asfixiar ele que de fato matou vários de nós então eu acho que antes tarde do que nunca eu acho que é o momento de a gente fazer uma reflexão se perguntar por que a gente não tem mais desses artistas compartilham seus pontos de vista não só com essas coisas também porque tem essas coisas que vão virando a hashtag da moda do momento sabe aquilo ali não é um apelo simplesmente a adversidade ea representatividade como termos que estão em voga hoje
porque a publicidade também abraçou essa parada daqui a pouco eles vão ser completamente vazios sabe como a gente já vê muitas vezes exploradas de uma forma base essas palavras vão passar a significar muito menos do que ela significa que daqui a pouco ela não significa mais nada entendi então o que me leva até para evitar o que me leva até juros sobem desde o momento que eu via paulo a primeira vez eu achei uma artista incrível sabe desde o momento que eu conhecia a julho achei uma jura um artista incrível e quando quando eu admiro
uma pessoa a segunda coisa que eu penso depois de reconhecer que ela fora falar porque tipo de história que a gente poderia contar junto e aí a gente ganha amarelo eu acho que essa história a gente poderia contar junto sabe e aí a música por si só já é fantástica mais a realidade do país a realidade da sociedade a realidade do gênero da música sabe da música rap traz outras camadas para aquilo de importância a música por si só ela já se gostaria mas aí a partir do momento que a gente coloca todos esses nomes
juntos uma coisa inédita sabe eu acho que a gente manda mensagens muito importante país do gênero porque você hoje você tem muitos artistas homossexuais sabe é e no hip hop no hip hop do brasil em evidência entrando em um momento de evidência isso é muito bacana sabe mas ainda é muito pouco sabe a gente não se conecta com a música dessa rapaziada eu acho bacana essa molecada que acompanha o emicida poder observar é mas jura pablo o quebrada coelho é a dona lisboa entende e se conectar com a música com a música deles com as
histórias que eles estão contando os que estão contando isso pra mim é a coisa mais importante uma pessoa branca de classe média alta sabe que ela nunca sentiu fome que ela nunca olhou no espelho e se sentir um lixo sabe e que ela nunca foi tratada como um lixo pelas pessoas que cercam ela na sociedade para essa pessoa talvez eu falar sobre inclusão seja desperdício entende e aí o que eu tenho que fazer ser didático com ela para aquela calça sandálias da humildade também se coloque no lugar das outras experiências que a vida é capaz
de produzir mais tristes que elas sejam entendo que é legítimo mas outra também são a existência tem muito mais camada do que a política principalmente a política panfletário sabe é nossa paixão por frases de efeito tudo tem uma interpretação política ok isso é verdadeiro entende mas às vezes essa não é uma prioridade só com a gente está vindo de uma de uma eleição é que criam um ambiente ocorrendo nas ruas correndo e aí eu vou falar pra você o que eu não conheço uma pessoa que voltou a porto 17 na onu conheço de quebrada preto
tão ligado meu irmão que cresceu comigo mas tão desesperado de um outro jeito entende um pouco é a reflexão a respeito da micro e da macro política sabe a calma para poder compreender que existem vários modelos de sociedade e o acesso a informações que te fazem treino isso é o luxo do luxo do luxo está ligado à forma eu não consigo enfiar o paulo freire o karl marx na cabeça do brasil num estalar de dedos mas sabe que eu consigo falar com o brasil num estalar de dedos calma vamos refletir melhor pela nossa humanidade à
humanidade enquanto grandeza de sentimento entende porque não existe uma pessoa que aplaude uma criança de 8 anos baleada sacou do digital na defensiva mas pessoa pode fazer merda que for na vida real a experiência muito melhor sabe eu estava te falando dessa parada de conhecer pessoas que quer apertar o 17 porque estou te falando isso porque no primeiro momento as pessoas têm tudo na defensiva para defender a posição que elas escolheram e aí mandou discípulo todo o óleo passa eu não me coloco no lugar de professor doutor aprendendo também nesse lugar de aprendizado nessa relação
que a gente queria mas pessoa fala mano - reflete um pouco melhor tendo eu não estou na parada da conversa som de verdade de verdade mesmo eu só queria entender melhor porque às vezes eu também podia estar completamente equivocado só com essa era minha parada eu queria muito compreender melhor o que entendo tipo assim eu graças a deus mãe minha opinião para mim é só minha opinião entendeu assim com as suas nossa opinião as vezes ela se encontra às vezes não isso não diminui você em aspecto nem pra mim o funk como manifestação cultural é
legitimamente daqui brigado ritmicamente falando ele está profundamente atrelado à musicalidade desse país entende observa a a realidade da instituição de ensino e é importante fazer um parêntesis aqui eu não estou dizendo que o funk é mais pobres intelectualmente só co existem coisas sofisticadíssimo é o que eu estou dizendo é o ambiente da instituição de ensino no brasil hoje propicia que as pessoas interpretem mais coisas do que frase simples colocadas de maneira repetitiva uma batida dançante isso faz parte da realidade delas entende eu acho que seria covardia da minha parte querer que todo mundo fosse drauzio
varella se o país plantou fernando meira mamã trocou isso é e eu perigo desta vaidade de achar que não eu vou salvar eu vou ser eu vou falar para as pessoas que ela deveria fazer começa a criar um bloqueio e afasta mesmo aí você tem uma música dançante de assimilação mais simples socorro o discurso do rap durante muito tempo foi denso a relação com a música rap da indústria cultural é mané primeira vez que a gente dá tchauzinho o outro o que é para o que é muito bacana só que também é perigoso porque o
rio é o único gênero que não foi julgado à exaustão por ação a indústria e essa indústria tem o poder de base à completamente o discurso desse gênero que eu acho que não deveria acontecer então o distanciamento ele existe do ponto de vista da indústria sim mas eu nunca fui tocar no baile funk onde as pessoas diz respeito ao rap muito pelo contrário na vida real as pessoas têm uma relação de muita reverência com web é por isso que a gente vai tocando os mais juntos no leg é por isso que a gente tem uma
relação da ocs funkeiro infelizmente muitas vezes funkeiro respeito a nós e nós eu tô falando nós enquanto o movimento rap do que o movimento rap respeitos funkeiro a geração mais jovem tá ligado estabelecendo uma outra relação com o funk mas essa relação está sendo pautado pela indústria está ligado se o funk não fosse relevante do ponto de vista comercial eu não sei como seria a relação dessa nova geração se ela não ia reproduzir a postura da geração que vem antes da gente entende e aí pra mim isso é uma grande derrota porque eu gostaria que
a relação se desce com base em outros parâmetros só cor porque tem tudo a ver são frutos da mesma árvore literalmente vem tudo da mão do afrika bambaataa sacou o que o funk fez a partir do momento que ele se estabelece com uma cultura desse país é revolucionário é grandioso a gente estava falando sobre religiosidade o funk tem isso regado à música do candomblé inteira ali dentro do rap precisa entender como se conectar meu sem o tom professoral arrogante das pessoas se com os que se consideram politicamente intelectualmente superiores só com a música tem divertido
a mesma a música tem que conectar com vários outros lugares e não só com o racional ela precisa encontrar as outras inteligência do corpo elas não podem ser subestimados por essa mania de ficar fritando sobre referência a gente era o alvo a gente era tido como apologia ao crime incitação à violência quando eu fui detido em 2012 em minas gerais foi isso que o delegado falou pra mim pra você ter uma idéia da distância do abismo entre a mentalidade daquele cara ea realidade ele entrou a gente entrou a gente foi detido por causa da letra
de uma música vendeu eu fiquei 3 anos respondendo no fórum tá ligado por causa da letra de uma música tendo que ir lá no fórum da barra funda fiz amizade com o oficial de justiça ele já ia na minha casa para se encarar emicida não acaba esse bagulho alemã você tem idéia e eu ia lá e houve uma das imagens mais chocantes da minha vida eu era o único preto estava lá dentro sem algema eu me sentia mal alinhado que meu irmão estava tudo lá a metáfora da escravidão um estava viva saca ficar acorrentado e
eu passamos de terno e gravata para responder por causa de uma frase que na interpretação do estado não deveria ter sido dita num momento em que a gente entra na delegacia a primeira coisa que o delegado fala é você está com sorte que está acabando meu plantão senão eu colocar mais coisas na sua conta incitação à violência apologia ao crime e apologia ao uso de droga a filhote falou para ele acima você não tá entendendo a gente não vê que por causa de sua parada e falou não interessa não tinha espaço para ouvir aquilo já
está cristalizado na cabeça dele por isso eu digo o renan da penha nos anos 90 era nós por isso a gente precisa se preocupar com essa parada agora vou te falar eu acabei de ver estava com seu carlão do peruche agora neste momento duas horas atrás e tem quase 90 anos 80 e 89 anos sabe ele falou que em 1982 a polícia entrou na quadra da peruche metralhou a escola inteira todos os instrumentos de percussão alegado que prendeu vários deles a resposta rápida pra isso a dizer mas a gente estava no meio de uma ditadura
e agora e quando oscar foi preso geraldo filme toniquinho batuqueiro e os caras no rio de janeiro foi preso por portar um instrumento de percussão e ele foi preso depois foi liberado da cadeia porém o instrumento não é uma mensagem que está sendo dado certo aí você me pergunta qual é o lugar do rap hoje tá ligado eu acho que o rap é o lugar por onde a grandiosidade da musicalidade feita no brasil vai aflorar sua co ele vai trazer toda essa grandiosidade porque ele tem isso no seu íntimo não foram só os jornalistas muitos
artistas também que é considerado mpb a alta cultura do brasil já tratou da música rap com uma subimos cuca tem assim como muitas vezes já se referir a pessoas presas com uma sub-raça sabe esse é o ponto tá ligado no nosso lugar é o de conduzir a grandiosidade da arte feita nesse país o lugar onde ela de votar doa a quem doer [Música]
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