Você está concentrado trabalhando ou estudando, e, de repente, seu celular apita. Uma nova notificação acabou de chegar. Será que é algo importante?
Você fica na dúvida se pega o celular ou se continua o que estava fazendo. Você tenta continuar, mas aquele pontinho de interrogação continua no seu cérebro te distraindo. Sua concentração foi para o espaço.
Você então desiste dessa luta interna e resolve checar o celular. E descobre que não era nada de mais. Apenas uma mensagem boba em um grupo do WhatsApp.
Você então volta ao que estava fazendo. Mas de acordo com a neurociência, agora você vai levar em média 25 minutos para conseguir retomar a concentração que tinha. E essas simples interrupções não afetam apenas a nossa produtividade.
Estudos também mostram que quando tentamos fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, a capacidade do nosso cérebro em filtrar interferências é reduzida, e isso também afeta nossa memória. Então, logo de cara já conseguimos ver que com essas interrupções vamos nos tornando seres com menos foco, menos memória e menos produtivos. Bem desagradável, não é verdade?
Mas calma, ainda fica mais preocupante! Segundo um estudo recente da Universidade da Pensilvânia, pessoas que limitaram o uso das redes sociais a trinta minutos por dia, após três semanas informaram sentir menos depressão, ansiedade e solidão do que aquelas que usaram sem limites. Essas sensações negativas são causadas principalmente pela comparação que acaba ocorrendo nesses ambientes online.
Além disso, outros estudos já mostraram que as curtidas e comentários tão buscados nas redes sociais geram os mesmos efeitos prazerosos proporcionados pela cocaína e outras drogas, apenas sendo menos intensos. Isso acontece porque essas curtidas e comentários positivos atuam em partes do cérebro similares aos opioides, ativando então seu sistema de recompensa que o faz liberar dopamina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, e que também é liberada com sexo, comida, exercícios e jogos de azar, por exemplo. Dessa forma, por ser bastante prazeroso, facilmente pode se tornar um vício.
E para alimentar esse vício e conseguirem mais curtidas, as pessoas estão se expondo cada vez mais, sem levarem em conta nem mesmo os riscos dessa exposição excessiva. Como roubos, sequestros, pedofilia, bullying, entre outros males. Tudo isso causa efeitos ainda mais intensos em crianças e adolescentes, pois nessa fase o cérebro está mais sensível, já que ainda está em desenvolvimento.
Disfunções psicológicas em decorrência da utilização extrema das redes sociais também já estão começando a ser mapeadas. Uma delas é a Síndrome da Vibração Fantasma. Já ouviu falar?
Trata-se de um fenômeno psicológico relativamente novo, em que você pensa que sentiu seu telefone vibrar, mesmo não sendo real. Isso está confundindo nosso cérebro, e muitas vezes ele entende um sintoma, como uma coceira, por exemplo, como se fosse a vibração de um celular. As redes sociais também estão prejudicando a forma como enxergamos o mundo.
Elas contribuem para a formação de indivíduos cada vez mais egoístas, egocêntricos, com menos empatia, sem capacidade de ouvir e sempre em busca de aprovação externa. Isso acontece porque a liberação de dopamina, aquele neurotransmissor que gera a sensação de prazer que já mencionei, é bem maior quando as pessoas falam de si mesmas, e menor quando devem apenas ouvir os outros. Só para você ter uma ideia, em uma conversa real, cara a cara, a tendência é que se fale de 30% a 40% de nós mesmos, já no meio virtual esse número extrapola para 80%.
Ou seja, passamos muito mais tempo falando de nós mesmos e buscando aprovação dos outros nesses ambientes virtuais. E todo esse conjunto de fatores, tanto de ficarmos nos comparando quanto de ficarmos falando mais de nós mesmos e em busca de curtidas, afeta também nossa autoestima, o que pode levar à depressão e outros males. Por exemplo, como você se sentiria ao postar uma foto sua e ninguém curtir?
Afetaria sua energia? Algum sintoma negativo? Aposto que sim!
Sem falar também que as redes sociais contribuem para a formação de indivíduos mais superficiais e individualistas, pois não aprofundam debates importantes, não desenvolvem a capacidade de ouvir uma opinião oposta a sua, estão cada vez mais prontos para o ataque e ainda não desenvolvem a capacidade de ler conteúdos mais ricos e densos, pois buscam apenas conteúdos de rápido consumo. Por conta de tudo isso, os cientistas afirmam que as redes sociais realmente podem ser muito maléficas. Mas se usadas com moderação, é possível fazer um uso positivo, sem afetar a saúde.
Então, agora vamos ver algumas dicas de como podemos usar as nossas redes sociais preferidas, sem sermos prejudicados por elas. Em primeiro lugar, silencie todas as notificações das redes sociais abertas, como Facebook, Instagram e Twitter, por exemplo. Já no YouTube, escolha bem quais canais você deseja ser avisado de conteúdos novos, e marque o sininho.
Seja bem seletivo nesse ponto. Quem sabe o nosso canal não entra na sua lista de conteúdos bacanas? !
Será um prazer contribuir com o seu crescimento. Já as redes sociais mais privadas, como o WhatsApp, Telegram e Messenger, procure silenciar tudo que não for de extrema importância, como grupos e alguns familiares e amigos. E deixe ligadas apenas as notificações daquelas conversas que são importantes, como de clientes ou pessoas bem próximas, mas que não incomodam com bobagens.
Também pare de seguir perfis, páginas e grupos que não contribuem para o seu crescimento e paz de espírito. Mesmo no Facebook e no Instagram, é possível deixar de receber conteúdos de alguém sem precisar desfazer a amizade, e ela nunca ficará sabendo. Portanto, não tem porque ficar recebendo atualizações daquela pessoa narcisista.
Outra dica legal é escolher horários fixos para checar as redes sociais, como na hora do almoço ou na saída do trabalho, por exemplo. E também determinar a quantidade de tempo que irá ficar nelas, como 10 minutos e só. E tenha um objetivo em mente quando for acessá-las, pois elas são programadas para roubar sua atenção e te manter ali perdendo tempo.
Além disso, tudo bem ver os posts de outras pessoas, mas use esses conteúdos como inspiração e não como comparação. E cuidado com posts materialistas, querendo mostrar status, luxo e corpo perfeito. Pessoas internamente ricas sabem que isso é uma grande bobagem.
Já quando for postar, releia algumas vezes e faça com calma. E também analise por que você quer postar aquilo. Está buscando curtidas para levantar a autoestima?
Está com raiva e querendo extravasar? Muitas vezes, apenas esperar alguns segundos a mais, já muda nossa decisão. Vale a pena também evitar posts autocentrados, que foquem em você.
Procure postar conteúdos que possam beneficiar outras pessoas. Lembre-se: nossos posts têm o poder de beneficiar ou prejudicar alguém, então use como uma ferramenta para tornar esse mundo melhor. Além disso, desenvolva a escuta ativa e a empatia cognitiva.
Quando estiver lendo a opinião de alguém, mesmo que raivosa e contrária a sua, entenda que aquela raiva é uma necessidade não atendida que ela não está sabendo como expressar corretamente. Então, não entre naquele jogo violento. Essa é uma ótima tática da comunicação não-violenta, que já falamos aqui no canal.
Outro ponto importante é criar o hábito de ler mais livros e consumir conteúdos que vão mais fundo sobre os temas. E também procure espaços que incentivem o debate com pessoas de realidades diferentes, pois geralmente, a rede social é o pior lugar para expressar suas opiniões e aprender com os outros, pois as pessoas estão surdas nesses ambientes. E, claro, desenvolva muito seu autoconhecimento e tenha objetivos claros na vida, pois é isso que te fará sentir mais plenitude e não depender de curtidas e aprovação dos outros.
Como você pôde ver, a ciência mostra claramente que nossa saúde é prejudicada com as redes sociais. Mas também afirma que é possível usar essas ferramentas de forma positiva. Portanto, o caminho talvez seja escolher melhor como e quando utilizá-las, e não necessariamente se isolar do mundo.
E você, como tem usado as redes sociais? Sente que elas estão te ajudando ou prejudicando? Quais táticas tem utilizado?
Compartilhe com a gente, assim outros podem se beneficiar também. E lembre-se de ver os conteúdos complementares que estão aí abaixo na descrição do vídeo. Por hoje é só!
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