o treze de maio de 1833 alguns escravos do deputado gabriel francisco junqueira deram início a uma das insurreições mais sangrentas da história do sudeste escravista e aí em volta do meio-dia os escravos atacaram o filho do deputado derrubando o seu cavalo e logo em seguida matando o a pauladas e forçadas ainda tentaram atacar a sede da fazenda mas ao chegarem próximo constataram estava guarnecida por dois cavaleiros partiram então para fazenda bela cruz é propriedade do irmão do deputado josé francisco junqueira antes de atacarem a sede encontrar outros escravos que estavam trabalhando na roça a partir
daí o grupo de escravos tornou-se bastante significativo o ataque à sede da fazenda bela cruz foi fulminante os escravos mataram todas as pessoas que ali residiam os escravos mataram josé francisco sua esposa nora crianças e outros parentes que viviam na fazenda e os autos a menção de que até duas pessoas de cor foram mortas pelos insurgentes nem o genro o francisco escapou no início da noite ao tentar socorrer os seus familiares e parentes foi morto a paulada assim que cruzou a porteira o outro grupo liderado cobertura mina acompanhado de dezenas de escravos inclusive de mulheres
e crianças seguiu para fazenda jardim tentaram atacar a terceira fazenda só que joão cândido da costa já havia sido informado do levante amou dois escravos sua confiança e prender os demais na senzala e ficou à espreita aguardando a chegada de ventura mina e do seu grupos insurgentes pegaram algumas armas na fazenda bela cruz e de uma agregada da fazenda jardim antes de tentarem atacar a sede da 3ª fazenda nesse confronto cinco escravos foram mortos inclusive o líder aventura mina os sobreviventes e ganharam se nas matas e foram capturados os dias depois o número de mortos
no levante foi expressivo a violência com que foram mortos os senhores e os familiares do deputado teve grande repercussão na macro política imperial que resultou no envio de uma proposta de lei de a sessão que punia com maior celeridade e exemplaridade a rebeldia escrava como os estudos tem destacado a revolta de carrancas de origem à lei de dez de junho de 1835 também é preciso considerar um aspecto importante e específico da revolta de carrancas temos a maior condenação coletiva a pena de morte da história da escravidão brasileira dos 17 condenados a pena máxima enforcamento 16
deles foram efetivamente elevados ao pat vos no início de dezembro de 1833 e abriu de 1834 na rua da forca na vila de são joão del-rei antônio rezende o único escravo condenado e conseguiu se livrar da forca mas teve que exercerá a função de algoz dos demais companheiros no treze de maio aqui brevemente retratado marcou profundamente a história dos negros da região do sul de minas gerais na luta desesperada pela liberdade em um contexto em que essa palavra era repetida à exaustão tanto na imprensa quanto nas ruas e nas bocas mas com múltiplos significados e
apropriações em uma época de construção das bases do estado imperial brasileiro entre os meses de março a maio de 1833 a elite moderada da província de minas estava dividida em um grupo alcunhado de caramurus tomou o poder em ouro preto por um período de dois meses o fato ficou conhecido como sedição militar de 1833 ou revolta do ano da fumaça e aí e a revolta de carrancas está profundamente ligada a esse acontecimento e foi iniciada justamente 10 dias antes do final da sessão quando já se acenava a derrota dos caramurus nos autos todos os véus
justificaram a sua participação na insurreição por acreditar que estariam livres ao se associaram aos caramurus pois estes haviam abolido a escravidão em ouro preto é o que indicam as fontes esse boato teria sido veiculado o francisco silvério teixeira homem branco negociante acusado de ser um excitador dos escravos juntamente com o líder aventura mia historicamente isso não procede até porque os caramurus também faziam parte da elite escravista inclusive francisco silvério no caso trata-se de compreender a importância dos boatos no fomento das insurreições escravas na medida em que isso lá vão a expectativa da liberdade entre os
cativos a sua maneira os escravos de carrancas atribuíram significados próprios a liberdade naquele contexto e se apropriaram das identidades políticas em disco das quais os seus senhores e oponentes fazer um papo esse lançaram uma tentativa dramática e extremamente arriscada para se livrarem do cativeiro o depoimento de uma das testemunhas é revelador da percepção que teria dito um dos escravos antes de chegar à fazenda jardim quando tomou as armas que havia na casa de um agregada vocês não costumam falar nos caramurus nós somos os caramurus vamos arrasar tudo e quanto a princesa isabel aboliu a escravidão
no brasil em treze de maio de 1888 55 anos antes um outro treze de maio já havia marcado a trajetória dos escravos no brasil na sua luta pela liberdade é preciso conhecer melhor esse capítulo da nossa história eu sou marcos ferreira de andrade professor associado nos cursos de graduação e pós-graduação em história da universidade federal de são joão del-rei