Filosofia e ética, com Márcia Tiburi

[Música] a pergunta que eu coloco sempre quando eu falo de ética é o que estamos fazendo uns com os outros porque a ética diz respeito ao modo como nós convivemos uns com os outros então é sempre a questão do outro e da relação que alguém que more com o outro alguém sendo que essas duas pessoas são físicas são concretas elas existem no mundo elas estão querendo ou não relacionadas umas às outras e o problema da ação trabalho sempre para cada uma dessas pessoas em outras palavras a gente pode dizer que a ética é aquilo que

eu sou capaz de pensar cita acerca daquilo que eu faço o tema da ética é sempre a ação ação egoísta e egocêntrico é do interesse puramente privado contra o interesse público esse tipo de ação nunca é uma ação completamente ética que a gente vai lá e tecnologia sempre uma coisa interessante de se fazer é ética vende ethos e ethos é um termo que na antiguidade grega lá pelo século 5º mais ou menos é que significava a um lugar onde as pessoas habitam o lugar onde ela mora então não dá para traduzir por casa por morada

por habitação a diferença entre ética e moral é bem importante para a gente entender o que é a ética enquanto uma produção da cultura porque a moral nenhuma produção da cultura ea moral a gente conhece a moral do nosso contexto cotidiano assim porque às vezes a gente diz isso é imoral ou fulano é um moralista ou isso é pura moralismo a moral é o hábito é o costume é aquilo que se consolidou como sendo verdadeira do ponto de situação porque todo mundo tem que fazer é nosso contexto brasileiro por exemplo a gente pode dizer que

a corrupção é uma nova moral porque a moral nem não necessariamente ética então a ética é sempre a reflexão eo pensamento questionamento que eu dirijo para aquilo que já se consolidou em termos práticos em termos concretos do cotidiano as pessoas podem aprender ética na família as pessoas podem aprender ética na rua é do trabalho o aprendizado da ética seria um aprendizado justamente da convivência eu acredito que na nossa cultura nós estamos perdidos nesse sentido perdidos do mundo ao nosso redor perdidos do estranho é perdido nesse sentido a aventura de viver e ao mesmo tempo perdido

de nós mesmos porque inclusive nós só vamos encontrar a nós mesmos no momento em que nós estejamos disponíveis para esse estranho pra esse outro é na perda diz que é perigoso que a gente chama de alteridade você pega você mesmo você pega sua própria experiência própria substância se não até que nos anos 70/80 se fala muita gente no brasileiro eo e é a lógica da moral do jeitinho brasileiro tinha a ver com o levar vantagem em tudo nessa década de 2000 e nas entrada do de 2010 para cá porque a gente tem visto é a

lógica da corrupção palma autorização em nível de hábito mesmo nível do cotidiano mais simples a práticas de corrupção desde o taxista que dá uma volta mais até o dono do restaurante que cobra um preço exorbitante por um produto que não não vale nada ou vale muito menos até a pessoa que rouba enfim um dinheirinho relacionaram uma repartição pública para conseguir uma burocracia é uma burocracia você faça 100 reais para ela esse tipo de coisa né sem falar nos políticos então que desviam assim em rios de dinheiro essa idéia inclusive acho muito interessante no brasil dizer

que a política corrompe é uma ideia vendida por aí e que tem um caráter muito ambíguo de um lado é meio dos donos do poder político ele já dizia político ruim e não venha a se meter nesse lugar porque você também vai ficar corrompido de outro lado é existe também essa é a idéia de que todo mundo está autorizado a ser corrupto porque é assim que se procede então é como se não pudesse ser diferente a gente entender porque a ética falta na nossa cultura porque ela não é promovida tem a ver com o desejo

de que as coisas continuem do jeito que elas estavam seis pedras [Música] a solução para uma sociedade se construir como uma sociedade ética é dificilmente virá de ensino trabalho sujeito a pessoa ética que ela sempre vai ter vontade de fazer um mundo melhor né em qualquer esfera se ela for médica ou lixeira é dona de casa ou feminista eu acho que o desejo de fazer um melhor fazer um mundo melhor eu preciso me dar conta que esse mundo pertencia a cada indivíduo e que as singularidades devem ser promovidas e essa singularidade reconhecida implica justamente o

reconhecimento da autoridade da outra pessoa e da nossa chance de convivermos para construir um mundo bom pra todo mundo o mundo bom pra todo mundo de verdade não muito bom pra todo mundo segundo a minha visão de mundo quem quer fazer um bom curso de arquitectura algumas coisas importantes pode ler a ética a nicômaco do aristóteles existem várias várias tradições é pode-se ler também a ética de espinosa com o livro de lixo a ética é um grande livro [Música]