Meditação é somente você ser a pessoa que você é. Você é dotado de um corpo, de sentidos e de uma mente, que tem memórias, emoções e conhecimentos, e é consciente de todos eles. Você é uma pessoa.
Uma pessoa se torna uma personalidade por causa dos medos, ansiedades e muitos outros problemas. Raiva, inveja, insegurança, tudo isso faz de uma pessoa, uma personalidade. Tudo isso é criado por você mesmo.
Na meditação, você reduz todas as situações a simples fatos. Quando você aceita as situações, elas se tornam simples fatos para você. Quando você rejeita as situações, você se torna uma personalidade.
O fato é que você é uma pessoa com um corpo, sentidos, uma mente, e fora, como objeto de seus sentidos, está o mundo. Quando você apenas vê fatos, quando você apenas aprecia o mundo, você é somente você mesmo, e o mundo é como ele é. Você não está exercendo papéis.
Quando olha para as estrelas de noite no céu, que tipo de pessoa você é? Você é uma pessoa que exige alguma coisa? Você é uma pessoa que quer que o céu seja diferente?
Se o céu e as estrelas não evocam em você uma pessoa exigente, então você descobre que você é uma pessoa não exigente e apreciativa. Você pode ser essa pessoa em relação a qualquer situação, porque qualquer situação é um fato tanto quanto o céu e as estrelas o são. Da mesma forma como você vê o céu e as estrelas, deve ver as nuvens e a chuva, os vales e as montanhas, os rios e os riachos, uma árvore, um inseto ou uma flor.
Isso deve ser uma atitude muito natural de sua parte. Se você aprecia essa bela pessoa, que é não exigente e apreciativa, você deve ser essa mesma pessoa em relação às pessoas e às coisas que lhe incomodam. Isso é meditação.
Isso põe as coisas como elas são e você como você é. Vamos fazer isso agora. Aceite a Vida como Ela É.
Swami Dayananda. Sente-se de forma relaxada. O relaxamento não é uma coisa física.
Você não faz nada para relaxar. As pessoas ficam tensas para relaxar, mas relaxar é somente uma atitude. Relaxe.
Você tem um encontro com você mesmo. Não necessita de um amigo. Não necessita de nenhuma fachada, de nenhum fingimento, e muito menos de nenhuma tensão.
Você vai ser apenas você mesmo. Você não é nem marido nem esposa, nem mãe nem pai, nem doutor nem filho, nem tio nem primo, nem vizinho nem amigo, nem empregado nem empregador. Você é somente uma pessoa.
Você não é nem pobre nem rico, nem velho nem moço, você é somente uma pessoa. E, portanto, apenas relaxe. Assim como você está, sem nenhuma mudança de sua parte, você pode descobrir a você mesmo como uma pessoa que é livre, que é simples e que não é uma personalidade.
Visualize mentalmente o céu, à noite, limpo, claro, e as estrelas. Ao ver o céu e as estrelas, você se vê em relação a eles como uma pessoa que não está exigindo nada. Em meditação, tudo o que você faz é reduzir os fatos aos fatos.
Você é uma pessoa consciente, apreciativa em relação ao céu e às estrelas. Da mesma forma pense no Sol, seja um Sol quente ou um Sol poente. Você não tem reclamação a fazer pelo que ele é.
Seja o Sol de verão, seja o de inverno, aceite o Sol como ele é. Se não suportar o calor, vá para um lugar fresco, mas aceite o Sol como ele é. Visualize um grupo de nuvens.
Você é apenas uma pessoa que aprecia o fato de que há nuvens. Agora está chovendo. Aceite a chuva como ela ocorre.
Da mesma forma, olhe para a humanidade. Que variedade de seres humanos nós vemos! Olhe as maneiras de vestir-se e os modos de vida, as comidas e os hábitos de comer, as formas de música e de dança, as várias línguas e dialetos, as diferentes religiões e seus conceitos de Deus, as formas de oração e culto, mesmo as cerimônias estranhas, e tome-as todas como elas são.
Se você não gosta ou despreza alguém, traga essa pessoa à sua mente. Veja essa pessoa como ela é, sem desprezo, sem desgosto, e apenas aprecie a pessoa como ela é. Você tem que se descondicionar.
Tem que ser uma pessoa, não uma personalidade Você não é uma personalidade, é uma pessoa. As pessoas com quem você trabalha, tome-as todas elas como são. Se há uma pessoa ou pessoas que lhe perturbam, que lhe fazem ficar com raiva.
. . Bem, tome essas pessoas como elas são.
Se você não é compreendido por elas ou não as compreende, tente fazer-se entender ou tente compreendê-las. Lembre-se de que cada um tem uma mente, e cada um segue os ditames de sua mente. Tome as pessoas como elas são e faça o que puder.
Cada um tem suas limitações, cada um tem suas virtudes. Se acha que é impossível trabalhar nesse lugar, procure outro emprego, mas aceite as pessoas como elas são. Aceite a mente.
Seus humores, suas mudanças, suas raivas, invejas e ciúmes. . .
Apenas aceite a mente como ela é. Seu conhecimento, suas limitações. .
. Aceite-as. Aprenda.
Continue aprendendo. Suas memórias, tome-as como elas são. Que não haja nenhuma memória passada que lhe incomode.
Traga todas as memórias desagradáveis, uma depois da outra, e olhe-as de frente. Então, aceite sua ignorância e continue aprendendo. Você é consciente da ignorância, das lembranças, do conhecimento, da mente e de seus condicionamentos, dos sentidos, do corpo, do mundo.
. . Essas palavras são o mundo para você agora.
Você está frente ao mundo das palavras. Essas palavras são ouvidas em você, Consciência. Essas palavras não perturbam você, Consciência.
Você não vê que é uma pessoa que é simplesmente Consciência? Livre da culpa é você, Consciência. Livre de mágoa é você, Consciência.
Você consegue enxergar-se apenas como Consciência? Você consegue perceber que a Consciência e o silêncio são idênticos? Percebe que as palavras que ouve agora não perturbam a Consciência, e muito menos o silêncio?
Você é, na verdade, o silêncio. Esteja a mente pensando ou não, você é silêncio. Isso é diferente de um silêncio que é uma trégua entre duas agitações.
Você é silêncio porque é Consciência. Oṁ. .
. Oṁ. .
. Oṁ. .
. Quando escuta esse som você é Consciência, silêncio. Quando não escuta esse som, você é Consciência, silêncio.
Oṁ. . .
Oṁ. . .
Oṁ. . .
Agora, devagar, observe como você está. Externalize a atenção aos poucos. A meditação conclui-se aqui.