[Música] bem-vindos mais uma vez ao café filosófico que hoje tem como convidado o psicólogo e delatar e ele nos convida a fazer algumas reflexões sobre a moral o tédio o ócio e sobretudo como nos vemos e nos comportamos nesse momento que o mundo nos oferece uma série de ferramentas para nos manter conectados com tudo e - talvez com nós mesmos de maneira mais profunda e sincera será tema de hoje é basicamente em ficar na questão da moral mas não como uma aula de desenvolvimento mas sim a questão da moral com a contemporaneidade então eu vou
começar a minha palestra com um exemplo real de uma ação claramente moral ea sua motivação trata se de uma criança com seus 10 e 11 anos de idade que se tornaria muito famosa mas vou deixar o suspense contarei só no final de quem se trata mas é uma criança de origem pobre no começo do século passado na argélia era uma colônia francesa na época órfão de pai que não era raro porque houve a primeira guerra mundial e muitos soldados morreram e muitas crianças ficaram órfãs de pai ela foi criada por uma avó analfabeta por uma
mãe pouco alfabetizada e sem nenhuma cultura e cujo emprego era ser empregada doméstica portanto um quadro razoavelmente conhecido por nós aqui no brasil é um menino pobre de perfil e que estudava como também existe no brasil numa escola pública só que vocês devem saber que na época assim como no brasil era o caso a escola era obrigatória apenas até o final do antigo primário ginásio como se dizia na época não era obrigatório mas pior ainda poderia dizer não somente não era obrigatório como para entrar no ginásio havia um exame e no brasil chamava-se exame de
admissão resultados a maioria das crianças as pobres a grande maioria das crianças pobres não continuar os estudos para além da 5ª série da 4ª série do 5º ano atual além do primário seja porque não há vítimas seja porque precisava trabalhar ou seja por que naufragava o exame de admissão mas o nosso pequeno amigo incentivado aliás por um professor que ele será importante a vida inteira passa só que agora e efe que a situação é importante para nós aqui ele é um menino pobre estudando com meninos ricos no sistema um sistema francês no caso a escola
pública não pensa em escola privada toda a escola é pública mas na época apenas os filhos de classe médio de famílias mais abastadas continuavam os estudos e como acabei de dizer os pobres os mais pobres abandonava então nós temos esse nosso menino numa situação que também é bem familiar no brasil menino pobre entre meninos ricos num choque de classes sociais e aí chega o evento que nos interessa num dos primeiros dias de aula ele deve preencher um formulário nome endereço e num dos campos está escrito profissão da mãe ele preenche e escreve empregada doméstica é
o que a mãe de fato faz mas a ele conta aí eu cito esse menino que mais tarde nos contar a o evento design olhei para aquilo que eu tinha escrito e pela primeira vez senti vergonha ea vergonha de ter tido vergonha é isso que conta ele olha quando ele toma consciência de que ele escreveu que a mãe era empregada doméstica repito ele sente vergonha e pela primeira vez ele sente vergonha de ter tido vergonha ao que se refere esta segunda vergonha essa segunda vergonha uma vergonha moral ele toma consciência de que ele tem vergonha
de ser pobre e evitar uma consciência mais aguda ainda que ele está tendo vergonha da mãe a segunda vergonha é uma vergonha moral e aliás ele explicita na sequência do texto ele diz que mal menino eu sou tá certo né de não ter vergonha de ser pobre mas e ter vergonha da minha mãe tá certo porque ela é pobre anulando todas as outras qualidades que ela que ela tem resultado evidente dessa situação ele deixa escrito que a mãe empregada doméstica e entregue o formulário desta forma essa segunda vergonha ou impede moralmente de continuar sentindo alguma
coisa negativa pela mãe vejam bem não significa que ele vai ter orgulho de ser rico e pobre do avante mas a vergonha maior dele é ser infiel injusto ingrato em relação à mãe é uma é um sentimento moral logo em uma ação moral está na hora de revelar de quem se trata e eu estou falando de alberto caminho que vamos rodar o filme foi um grande escritor e filósofo francês que morreu em 1960 com apenas 46 anos o mais curioso é que essa história equipe da tarde nos contou nós já vimos em filmes romances e
novelas o menino pobre que de alguma forma começam a freqüentar o ambiente mais favorecido que o seu e acaba sentindo vergonha de sua mãe ou de seus pais apesar de outros sinais para esses dramas serem possíveis o que a gente espera como final feliz é que esse menino ou menina acabe não aceitando essa vergonha moral e passa a se orgulhar de seus pais mas afinal o que há por trás de um sentimento de vergonha agora vem uma pergunta que não tem resposta é evidente mas que é uma pergunta importante nos colocarmos esse pequeno caminho será
representativo não apenas de uma criança mas de um indivíduo nos dias de hoje será que nos dias de hoje muita gente sente vergonha moral ou sente uma vergonha moral mais forte do que outros tipos de vergonha o sentimento de vergonha é o sentimento de se sentir se achar pequeno o menor do que um determinado ideal é por isso inclusive que a vergonha um sentimento muito dolorido repito quando a gente sente vergonha a gente se considera talvez erradamente mas pouco importa o que importa é que a pessoa se considera assim inferior pequeno em relação a um
ideal ideal esse evidentemente valorizado um exemplo para que fique claro a idéia do ideal valorizado uma pessoa que porventura sinta vergonha de se achar feia esta pessoa valoriza o não valoriza a beleza valoriza que se não valorizar a beleza pessoa pode até ficar chateado que pena se eu fosse bonita abrir algumas portas mas já não sou então vou fazer outra coisa mas não seria vergonha seria apenas um um diagnóstico não sou bonito não uma pessoa que sente vergonha de ser pobre é uma pessoa que valoriza o o dinheiro senão poderia ter raiva de ser pobre
não poderia ter bronca de ser pobre mas não é vergonha muito bem e poderíamos até dizer é que as vergonhas que a gente sente se a gente analisar elas contam muito sobre a gente mesmo sobre os ideais às vezes inconfessáveis que a gente tem e portanto aos quais a gente gostaria de se aproximar o se identificar tenho vergonha de mim pela facilidade em ouvir sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade há tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido há tantos floreios para justificar atos criminosos há tanta relutância em
esquecer a antiga posição de sempre contestar voltar atrás e mudar o futuro se na vergonha a pessoa se sente pequena se ela sofre de ser pequena é provavelmente sobretudo na vergonha moral que ela almeja não apenas ela não ser pequena com uma vida dela não ser pequena porque a identidade de alguém é intimamente ligado os próprios projetos de vida desta pessoa benjamin disraeli eles né pensador é uma frase que eu acho bem bonita curta e significativa ele disse a vida é curta demais para ser pequeno [Música] então a pergunta é nisso que eu queria analisar
um pouco com vocês a vida de hoje da contemporaneidade que alguns chamam de hipermodernidade de pós modernidade na está neste mundo em que vivemos vivemos em geral uma vida pequena uma vida grande deixo a pergunta no ar eu vou procurar respondê la com a ajuda de uma metáfora duas metáforas na verdade que o toma emprestado mas o desenvolvimento mais de um autor da pós modernidade que certamente muitos de vocês conhecem que é o baumann bilbao mann trabalho uma metáfora que é a metáfora do peregrino versus a metáfora do turismo [Música] o pensador contemporâneo segundo baumann
propõe duas metáforas para falar sobre o modo de estarmos mundo ele usa as figuras do peregrino e do turista cada qual com seu jeito de encarar a viagem pela vida peregrino versus turistas ea pergunta é hoje nós somos mais peregrinos metaforicamente falando é claro o nós somos mais turistas então antes de pensarmos o nosso mundo vamos fazer diferenças entre o peregrino eo turista é claro que a única coisa que os que os articulados que os tons semelhantes a idéia da viagem de aso e o peregrino viaja porém para além dessa semelhança a essencialmente diferenças entre
as duas figuras pensemos em alguma delas a meta da viagem o que a meta da viagem de um telegrama a meta de um peregrino relaciona se com a vida dele enquanto que a meta de um turista em geral não é não tem nenhuma relação com a vida do turista é apenas um pedaço de tempo que ele vai usar nessa sua viagem uma espécie de intervalo na vida cotidiana portanto no peregrino a viaja motivado por uma busca busca de algo que ele acredita estar ali ures mais além de algo que está em outro lugar e ele
escolhe o lugar para onde ele vai viajar em razão dessa busca como é que o turista escolhe o lugar onde ele vai viajar em geral pela fama do lugar por isso que há capitais como paris que são as campeãs de receber turistas se ele for rico basta esse critério seria portanto ele ae evidentemente ele e outros critérios do dinheiro disponível o tempo disponível mas não há nada de uma busca em geral aliás a maioria dos turistas vão todos para o mesmo lugar portanto podemos dizer numa primeira síntese que no caso do peregrino a viagem tem
um sentido existencial a viagem tem um sentido existencial enquanto que para o turista é se sentido existencial não costuma estar presente a primeira diferença podemos também sintetizar o que acabei de dizer que pro peregrino a viagem é um ato de fé e acredita que alguma coisa vai acontecer enquanto que para o turista é um ato de consumo não ato de consumo não há nenhuma fé em uma dimensão existencial podemos também dizer que o peregrino ao viajar está busca de identidade está busca inclusive da sua própria identidade de modificar a sua própria identidade enquanto o turista
costuma aliás quem mora no brasil sabem muito bem disso está na busca da alteridade o próprio forçado sensor kinect a semana tem que ser paga em roma testei o plebiscito entre foi o ex-padre with an o senhor foi o espanhol aliás me retiro rapidamente na metáfora para comentar algo que claude lévi strauss não grande entrou pólo que trabalhou no brasil durante muitos muitos tempos dizia eu não gosto mais viajar eu não gosto mais de viajar olha que ele é um grande viajante porque o percurso da viagem não existe vai de avião chega no lugar e
acabou ele gostava das viagens de navio tá certo de moto e de carro seja na viagens das quais nas quais o percurso é tão importante quanto à chegada hora exatamente esse é o caso do peregrino que nos lembra em geral uma viagem lenta até a idéia de pé no peregrino uma viagem lenta ou seja o percurso e não apenas a meta faz parte da viagem do peregrino enquanto pro turista não o turista quer que essa viagem se percurso seja o mais rápido possível por isso ele prefere avião a barco tá certo e se tiver um
avião mais rápido do que o outro lhe pega o mais rápido porque assim chega mais cedo seja a viagem é negada na viagem é tempo é digamos a tempo ter dito para o turista o peregrino não é um tempo precioso tão importante a rigor o quase tão importante quanto a meta de chegada ou seja podemos dizer que pro peregrino o trajeto faz parte da viagem para o turista e lhe é negado finalmente e acaba uma metáfora aqui qual é o grande medo do peregrino o medo do peregrino é dele mesmo a ele ter se enganado
e no lugar dele não deveria ter ido a decepção é sempre domingo também com ele enquanto que o medo do turista é o medo de ser recepcionado não por ele mas pelos lugares que ele encontra nós digo nós contemporâneos se formos parecido com o peregrino o turista qual dos dois nós pensaremos ser o nosso semelhante a maioria das pessoas aqui faz essa pergunta respondi sem muita hesitação digamos a nossa vida lembra essa metafórica evidentemente lembra mais a vida de turista não não estou falando de nós enquanto turistas tô falando de nós aqui nós enquanto na
nossa vida cotidiana como turista claro que nós somos turistas mas digamos nós seríamos turistas [Música] será que a gente se sente mais turistas do que peregrino na vida eu acho que a gente tem uma tendência a acreditar que nós somos peregrinos estamos em busca de alguma coisa valorizamos o percurso olhamos para a viagem para a vida como um ato de fé e não de consumo porque isso nos daria uma qualificação a diferenciação né eu acho que todo mundo se sente melhor acreditando que caminha por essa vida perseguindo o ideal maior que vale a pena que
vale a caminhada mas ao longo da vida a gente vai percebendo que o nosso peregrino talvez seja mesmo um turista quais serão elementos da nossa vida cotidiana que faz com que nos assemelhamos mais a turistas do que a peregrinos e eu acho que existe um conceito central que é o conceito de fragmento a vida na qual nós vivemos hoje em dia uma vida de fragmentos um a um contínuo não é uma um todo mas é um fragmento de uma espécie de colagem de fragmentos isso por exemplo se encontra na arte mas na arte ótimo a
estética e podem se fazer coisas lindas mas isso também se encontra no cotidiano tomemos um exemplo banal mas que é o meu ver bastante claro um jornal na televisão e um jornal da televisão uma série de fragmentos é um pouquinho divulgam aqui entender o porquê sei lá depois do intervalo depois fecha e vai falar de futebol césar vital são certos são fragmentos inclusive contadas por uma pessoa que quase que não muda a expressão nem a voz nem a emoção seja lá que fragmento for eu diria porque há fragmento é você não tem nem tempo de
se envolver com a notícia ela já acabou e além do mais esses fragmentos dura algum tempo e depois eles somem agora o turista vive por fragmentos por dizer agora não mais metaforicamente a vida de um turista enquanto ele é turista é uma vida de fragmentos sim a maioria da viagem do turista é por um lado uma semana de paris pegar um turista achei que vai pra europa há uma semana de paris três dias em londres eu vou dar uma preferência para paris no caso um pouquinho de roma chiquinho de veneza tá certo ou seja não
é não faz não faz um todo e como eu já falei o próprio percurso é negado em relação à meta ou seja são inclusive fragmentos de tempo voltemos agora nossa vida o que é mais importante segundo vocês hoje em dia conhecimento e informação nós vivemos no mundo da informação no mundo do conhecimento claramente a resposta nós vivemos no mundo da informação ea internet é uma belíssima claro que belíssima fonte de informação mas o que é informação informação é fragmento o que é conhecimento é juntar informações para lhes dar sentido mas em geral que a mídia
nos dá é o que ela pode dar inclusive nenhuma nenhuma crítica nos dá informações e às vezes nós nos contentamos com as informações é mais um exemplo de vida fragmentada [Música] tomemos agora o tempo o tempo será que a nossa vida cotidiana é realmente um desenrolar no tempo ou é uma seqüência de eventos tendo a achar que a nossa vida hoje em dia é muito mais uma sequência de eventos né aliás isso inclusive se relaciona com exemplo acabei de dar da mídia do jornal da televisão né muitas vezes as semanas são as semanas de tal
evento aliás como diz rubem alves não acho que ele tem toda a razão em muita gente leu o jornal não por curiosidade pelo mas para saber qual é o evento da semana hoje a semana do que quer ver nossa vida cada vez mais é uma seqüência de evento não o que o que o que nos acontece aquilo que aconteceu o que nos interessa é o escopo aquilo que acontece não aquilo que se desenrola e na nossa vida cotidiana também né eu não sei se vocês usam é celular provavelmente sempre que pediram precisa desligar em mas
é interessante o celular se vocês repararem na maioria não a gente evidentemente mas na maioria das pessoas que usam celular é um estranho toda hora olhando para o celular toda hora olhando pro céu que agora dá problema antigamente falava agora ele mostra também né daqui a pouco ele vai entrar um cheiro também dele é interessante é interessante no avião a pessoa na ponte-aérea 20 minutos de avião pessoa demora desligar o celular não seja o piloto ameaçar e quando primeira coisa quando apaga as turbinas antes disso antes de tirar o cinto lhe abre o celular e
eu fico me perguntando o que pode ter acontecido na vida desse sujeito em 20 minutos ele precisa estar atento e como em geral não aconteceu nada a pessoa liga vai fazer acontecer pra outra pessoa sinceramente pragmaticamente não dá pra convencer ninguém que a gente precisa stathan atento a saber o que acontece toda hora mas acho que é um ritmo de vida que a gente tem de qualquer mensagem qual torpedo qual é a qual o email tá certo ele acaba tendo em 2012 nas obras relações sociais fica imaginando alguém que passou o dia inteiro sem um
torpedo se há uma mensagem se um e mail se um chamado candidata suicídio porque há há há não aconteceu nada naquele dia tá certo e outra coisa também nos dias de hoje nós vivemos o eterno presente nós não temos muita relação com o passado esquecemos o passado e não temos praticamente pouco temos projeção para o futuro amo que nos interessa é o aqui agora e poderemos também acrescentar a idéia do hedonismo o hedonismo você sabe significa a busca do prazer mas o prazer é por definição algo fragmentário diferente da alegria alegria dura o prazer ele
enquanto ele a usufruir dele existe mas ele é por definição curto rápido e uma pessoa que só procuro prazeres ela deve retomar esses fragmentos e alegria só posso expressar assim a todo momento finalmente pensemos numa outra dimensão ea última que eu vou eu vou tratar aqui da fragmentação que a nossa própria relação social obama mantém outra metáfora que minha que me apraz muito que é o do enxame ele disse que a nossa suas habilidade atual porque nós somos sociáveis e de evitar realmente são sociáveis o problema é saber que tipo sociabilidade nós elegemos o ser
humano é um ser sociável mas elege outra metáfora adora metáforas em razão de usá las num primeiro momento é doença imagine um enxame de mosca de pernilongos seja lá o que for é uma estrutura social é porque há um monte de bicho junto a uma estrutura social só que internamente a essa estrutura a uma característica importante no em chama o que importa está dentro do infame não importa a abelha que está do lado da gente o que importa está dentro do turbilhão qual é o grande medo é uma lufada um vento uma um acaso qualquer
cortar o chan ea gente ficar fora do em chamas vocês podem ver 17 já fora do estado investimento é a morte e vocês talvez tenham lembrado aqui um dos grandes medos que cada um de nós tem hoje de ser excluído a palavra muito forte antigamente era ser pobre hoje em dia se fala muito ser o que é excluído é alguém que perde a sua função não chame resultado a nosso grande interesse a nossa grande busca claro que sempre forçando um pouco traça está em contato com não importa muito rigor com quem o que não pode
o que é terrível que é a morte está excluído do próprio mundo do trabalho se vê muito isso tá certo é você raramente têm equipes que se forme que continuam durante anos e anos e anos a trabalhar juntos sempre haverá uma equipe mas quem estará na equipe muda muda muito mas talvez não seja por acaso os adolescentes hoje para mim ficar ficar praticamente a socialização de um enxame talvez não seja por acaso também que hoje em dia as pessoas caso mais tarde e descaso mais cedo cada vez o casamento também é uma espécie de ficar
momentâneo polícia metáfora do dodô a a metáfora do enxame enxame a fragmentos são fragmentos de relações que leva diz baumann eu tendo a concordar com ele que as pessoas têm muito medo de investir em relação muito medo de investir em relação a uma outra articulação possível hoje em dia a gente tem tanto medo da dor que a gente evita até inconscientemente coisas que podem dar grandes e nos frutos mas que têm o grande perigo das grandes desilusões não sei se romeu e julieta possível hoje naquele grande amor que vai dar uma grande desilusão se as
pessoas investem menos talvez até por isso os casamentos para mas sempre que não há um grande investimento investe menos e digamos ficam menos exigentes em termos de relações sociais isso é muito valorizado na sociedade de hoje o alto astral nessa gente foge das pessoas concentradas na wae pessoa de alto astral rangers não aguenta o peso do outro por isso que a gente até é o tal do chaminé um alguém muito pesado agiria ameaça o enxame como um todo zygmunt bauman é um sociólogo de 85 anos que propõe uma nova visão sobre a modernidade um conceito
que ele chama de modernidade líquida onde tudo é fluido volátil nas relações humanas inclusive tudo perde consistência e estabilidade todas as instituições todas as relações e compromissos parecem cilic é fazer dessa forma vivemos a ilusão de estarmos em um mundo mais leve e livre sintetizando se nós somos turistas é talvez porque como turista real nós vivemos um pouco investidos no mundo porque é difícil investir em fragmentos a gente só investe em fluxo a gente investe sentido a gente só investe em coisas que duram há coisas que passam a gente não investe muito mas o farei
aqui um pequeno parêntese para quem trabalha com educação hoje em dia os saberes notadamente tecnológicos são tão mutantes que é difícil dizer eu vou aprender tal coisa com uma grande paixão se aprenda aquela coisa pragmaticamente mas já está pronto pra esquecer como diz obama também hoje esquecer talvez seja até mais importante do que aprender que o que eu sei hoje amanhã poderá não ter nenhum [Música] eu acabo de descobrir que nada aconteceu nesses últimos cinco minutos que possa mudar a minha vida como diz o ila thai por mais que a gente queira ser nobre peregrino
a gente tem vivido como este turista que ele escreveu no aqui e agora e dentro em shame ea pergunta é e isso é bom eu posso piorar sua pergunta a gente tem alternativa a gente quer encontrar alternativa ou isso como ele mencionou vai nos trazer o sentimento da exclusão repito a pergunta isso é bom sentir se incluído nesse chame onde tudo é fragmentado admitindo que eu tenha razão e baumann que a razão do veto tem razão várias outras pessoas tenham razão essa sociedade é boa nossa sociedade é boa nós queremos viver assim essa sociedade nos
dá alegria essa sociedade é aquela que gostaríamos de ter o é aquela que a gente deve aguentar eu tenderia a que nós não vivemos bem nesta como turistas tá certo nem o planeta vive bem nem o mundo em geral vive bem e nós - não vivemos bahia por isso que eu falo que nós sofremos de tédio cuidado no ao tédio básico que é de ficar na fila do nps durante oito horas para ser atendido isso é o tédio normal pelo qual qualquer um de nós passadas o turista também quiseram ficar horas se vocês repararam ser
turista fazem fila a fila para comprar passagem fila do check-in fila para entrar no avião fila para sair do avião fila no aeroporto pra passaporte filho para bagagens fila para subir na torre essa enorme votar todas as pessoas da mais alta é fazer muita falta mas eu estou me referindo ao ted no sentido antigo da palavra pede que é digamos uma vida vazia o tédio é não suportar o tempo porque o tempo não é preenchido como um contínuo o tempo não faz sentido ele não não flui há uma idéia é possível que nós hoje sofremos
de ted df tédio e é essencial e é seria por isso inclusive que a gente freneticamente busca ocupar incessantemente o tempo volta ao meu colega de avião do celular a meu ver essa ânsia por está toda hora abrindo e mail no celular eu acho que é essa necessidade de ocupar o tempo e uma das pistas digamos disso eu diria é essa busca da nossa sociedade quase que instantâneo diria puro divertimento nós somos hoje em dia especialmente animais lúdicos nós buscamos divertimento tempo todo divertido é bom passar o tempo é bom ninguém nega isso mas essa
busca por divertimento tempo todo pode ser suspeita pode ser uma noção pode ser uma questão de técnica precisou ocupar o tempo tanto que hoje em dia nós não vivemos no ócio que é o osso ócio é não fazer nada feliz da vida dorival caymmi é um bom exemplo de uma pessoa que valorizavam o ócio não vejo dorival caymmi deus tem a sua alma vem do celular o tempo todo se imagina ele na rede o tempo todo assim não faz sem dinheiro ele quer pensar numa música pensar na música que ele fez ou seja não é
não fazer nada significa não se preocupar com nada mas evidentemente a mente continua fluindo porque o ócio já o oxi é muito complicado para eu saber ocupar o tempo saber não fazer nada é muito complicado é o todo uma arte não é toda uma arte que os gregos inclusive cultivavam trabalho para os gregos antigos gregos antigos era coisa pra escravo era o ócio era que quero aos filosofa contemplar muito trabalho dá certo só que sem prazo sem fim sem e com tempo com o tempo de errar e acertar coisas que o mundo de hoje não
não não permite muito hoje em dia a maioria das pessoas se divertem que é diferente de nós e não sei se você sabe a indústria que mais fatura no mundo a indústria do entretenimento porque os salários e artistas jogadores de futebol é tão absurdamente alto porque ele gera fortunas está certo que as pessoas vão assistir por divertimento na época a gente vai ser um jogo de futebol para aprender a jogar mas existem pra se divertir é bom problema é que isso se repete muito então essa busca por divertimento e às vezes inclusive entra na escola
quando os alunos exigem que uma aula seja alto astral divertida anc até penetra em áreas que deveriam ser mais áridas é uma pista outra pista agora duas pistas que são mais do que pistas são e diria se aproximam de provas a uma é a depressão você sabe que toda a época tem um problema mental mais acentuado do que outros hoje em dia embora ao meu ver hiper exagerado um pouco pelos médicos talvez mais hoje o problema a dor a adis conforto ambiental é a depressão olha de pressão aliás é um dos sentidos é um dos
um dos sinônimos de tédio que a depressão depressão é a vida não faz sentido claro às vezes em uma depressão que é causado por um evento específico mas em geral a páscoa mas a depressão geral no final de vazio você sabe o número de pessoas que às vezes erradamente gerais porque aconselhados muito a foi também pelos médicos tomam anti depressivos e às vezes a depressão justamente na aguentar tristeza tá certo todo mundo pode ficar triste mas hoje não ninguém aguenta tristeza uma pílula ante tristeza que já era freqüentemente que passa a tristeza mas você precisa
mais uma mais uma mais uma e evidentemente não resolve a questão mas ninguém explica por que tanta gente está o acha que está em depressão se não fosse um certo vazio mas eu acabo com o último dado que esse é o mais sério de todos que é o dado do suicídio não sei se vocês sabem mais desde a década de 80 nós estamos no ponto de vista planetário num pico de suicídio um pingo de sentido pelas estatísticas tá certo um dado da organização mundial da saúde pensa em três formas de morte as três formas de
morte violenta e intencional portanto teremos acidentes uma é crime outra guerra e outra é suicídio é intencional ea morte violenta evidentemente das três que miguel insistindo que mata mais no mundo suicídio e é preciso somar guerra e crime pra empatar com o suicídio seja cada pessoa morta pelo crime organizado assim suicida cada pessoa morta na guerra em que país for o iraque por exemplo duas pessoas em cinco e mais um dado que nós adultos devemos sem dúvida nenhuma levar em conta o candidato clássicos eu posso me expressar assim o suicídio é um homem velho é
uma mulher mas o homem velho dá até para entender o homem velho sobretudo na nossa sociedade já fez tudo o que tinha que fazer criou os filhos aposentado porque às vezes a vida passada não ter graça digamos já passa a ser uma sucessão de dias de fragmentos portanto que não se encadeiam dá pra entender mulher - que a mulher tem uma vida no lar tem uma vida na casa tá certo que a cultura de reserva que nem que pode ajudá-la digamos ainda permanecer com algum sentido para a vida só que hoje existe um novo ser
que faz essa trágica caminhada junto com mais velho e se não você é um jovem ou velho se suicida porque a vida deixou de fazer sentido se os jovens isso se dá porque a vida ainda não fez sentido então esse dado claro é um dado enorme mas ainda o suicídio é raro felizmente sempre será provavelmente mas o fato de o jovem estar mais suscetível ao suicídio do que antes a um dado para que nós não podemos encontrar adultos a negar ano enquanto que o que falta hoje no mundo há sentido logo há muito hoje tédio
que instituição tas várias instituições que existem pode poderia ser se ela quisesse uma que o daria falar e metaforicamente uma usina sentidos com a instituição que pode ser uma usina de sentido de produção reprodução defendido eu acho que só vejo uma instituição social que é a escola porque o conhecimento que a matéria-prima da escola é justamente puro sentido só que falta acrescentar um ponto importante um dos erros que escolhe a universidade também comete como é que faz tempo só que talvez erro agora seja mais perigoso do que antigamente e já apontado por vários autores é
o seguinte a escola e universidade ensina a resposta mas esquece de ensinar pergunta diz a terra é redonda e gira em torno do sol isso é uma informação agora o que faz sentido a informação é qualquer pergunta que precisa saber que a terra é redonda e gira em torno do sol porque a humanidade passou séculos e séculos e séculos felizes achando que até poderia ser qualquer forma não era problema mas que era o centro da do universo e porque a partir da renascença século 17 a pergunta voltou mas será que a terra é de fato
o centro do universo e não é à toa está bem com reforma também com uma série de modificações então o erro que a gente comete muito na educação é a gente ensina o conhecimento mas o conhecimento em si a resposta em si não faz sentido se eu não me apodera da pergunta se o que eu disse aqui até agora fizeram algum sentido a probabilidade de termos pequenos caminho o caminho que tinha vergonha de ter tido vergonha é grande claro que sempre existiram mas nós estamos preparando esses pequenos caminhos e vivê la toya volta se referir
a um episódio que marcou a infância do escritor e filósofo francês alberto caminho ao preencher um formulário escolar o pequeno que a ministra no campo reservado a profissão de sua mãe empregada doméstica mais tarde já adulto ele conta que naquele momento pela primeira vez sentiu vergonha ea vergonha de ter tido vergonha ou como diz de la plata em caminho sentiu vergonha moral eu queria digamos submeter a vocês dessa possível tese de que de que nós vivemos numa sociedade do tédio e que talvez pequenos caminhos não pequeno que tinha vergonha e vergonha ter tido vergonha sejam
mais raros o adultos dessa forma também sejam mais raros que por um lado nós valorizamos muito outras vergonhas outros ideais dc e por outro lado porque uma vida com tédio diria moral à luz pra não dizer até extravagância junto com mário sérgio cortella é não num contexto de café filosófico lançamos um diálogo que vê o livro é e ele dizia o seguinte no lado interior lá na década de 50 uma coisa assim quando uma pessoa andava sozinho à noite na rua imagina uma pessoa andando sozinha à noite na rua celular vocês quiserem mais técnico eu
via passos a reação dessa pessoa era que bom vem algo porque o meio essencial era medo de defunto medo de assombração dizem pergunta vocês estão andando na rua em passos vocês pensam que bom ver alguém eo ai ai vem alguém provavelmente ai ai alguém que você preferiria que fosse um defunto inclusive tomara que seja defunto tomara que seja assombração que é muito menos perigoso do que uma pessoa de carne e ossos se você raciocina assim e provavelmente sim a maioria de nós assim aqui existem implícito o seguinte diagnóstico a probabilidade do meu semelhante do meu
conterrâneo e contemporâneo não ter senso de não tem senso moral é uma pessoa com senso moral não vai me agredir não é violentar não vai me roubar não vai fazer absolutamente nada assim nós temos medo se nós temos uma sociedade do medo em vários meios inclusive é que nós fazemos o diagnóstico talvez errado que há pouco pequenos caminhos entre nós que teriam vergonha de nos causar alguma pena e que teria até orgulho de nos ajudarem em alguma coisa então se nós temos o nosso diagnóstico da falta de senso moral de outrem é razoável talvez se
explique não por uma falta apenas de educação moral uma falta de estratégias pedagógicas mas seria o próprio fruto da sociedade que nós estamos gerando porque nós somos nós os responsáveis da sociedade atual e que nós estamos entregando aos nossos filhos obrigado por temos acompanhado e se você quiser rever esse programa acesse o site da cpfl cultura até o próximo café filosófico [Música] o [Música]