e [Música] a psicanalista Izildinha Batista Nogueira publicou o livro A Cor do inconsciente que fala que o sofrimento psicológico é uma das marcas mais dolorosas do racismo na semana da Consciência Negra a gente debate a saúde mental das pessoas pretas e Como o racismo afeta psicologicamente quem é atingido por ele todos os dias e como todos nós podemos entender melhor o sofrimento e ser melhores Aliados dessa causa prazer me conta uma coisa eu fui ler sobre você puxar para Capivara e peguei várias entrevistas uma dela você diz que você se descobriu o preto aos 15
anos quero saber como é que faz processo como é que funcionam na tua cabeça e no primeiro momento foi bem doloroso né que foi um período em que é porque tem aquela fase o Brasil é muito interessante como ele constrói a como ele pro torna um tormento Assunção da identidade Negra No meu caso eu descobri com rap né então é uma época que a gente não tinha ela de 15 anos de idade tá procurando sabe o que que você vai ser com a identidade Qual o time que você pertence e te amo essa coisa de
gangue de rua na época baile funk tá então aquela referência de positivo é o rappi vem fala o seguinte que era um negro limitado o nome da música do Racionais de 92 fala que sim você se acha o cara o malandrão e tal mas veja só você não sabe dizer de qual o número do próprio rg6 inclusive aprendido a cor e Magia para sempre e só que isso deu um flash assim na cabeça que você começa adquirido no terceiro olho e você passar enxergar uma série de questões a poder ter uma capacidade de diagnosticar quando
o racismo de tipo brasileiro acontece que o racismo que todo mundo se você perguntar aqui no estúdio que aqueles que deixar sobre o Brasil todo mundo vai dizer e a sua perguntar quem raça está aqui talvez ninguém diga que é esse é o tipo de assumir brasileiro e a pergunta é o dia que o racismo se esconde aí você vai ver na dinâmica quanto puxando as brincadeiras principalmente nas brincadeiras Onde se instala muito essa questão porque quem Rita de boa mas que é o último da piada então lembro dos moleque que era mais claro na
favela chamar de nariz diz cabelo daquilo o brinquedo não sei de que para eles mesmos mesmo morando na mesma rua na mesma lama na mesma favela a cor dele de cabelo com algo positivo bonito Belo e ela com ele quando desiste para a gente tem um peso enorme cara tão uma construção sempre problemática da identidade Nossa acho que se aventurem com a forma de como é que eu vou tratar uma grande massa da população que é despejada no dia dezoito Treze de Maio né como é que é o dia 14 tem que orientar essas pessoas
e aí você encontrar às vezes uma coisa muito boa aí eu lembro que a gente podia pra querer ser mais um bombom querer ser bronzeado querer ser qualquer coisa preto não podia né É não é porque não tinha referência gente encontra com nossos vidros né o moleque se encontra com Emicida na o América não tinha essa referência ser apagado por isso que já está voltando bem pouca coisa da gente falar então não é pera polícia racismo miséria e tinha aquela coisa da crítica não é machista as mulheres não é muito base do rap na época
depois ver um outro momento que é como é que organiza a raiva que você sente o ódio e como é que você politiza revolta aí aonde você tem um outro desafio e isso é muito difícil porque tu Beira ficar um cara neurótico ou um cara que quer arruma tanto tempo inteiro aí eu te desenvolver como forma para manter minha saúde mental equilibrada A Estratégia do constrangimento pedagógico que era fazer começar os astros passaram um pouco de constrangimento preciso entender porque também fiquei pensando Poxa não for passar fogo em todo mundo que vai cometer racismo é
sobra Nem nós às vezes que a gente também tá todo mundo né empregado na cultura do racismo E aí e eu acho que é o mesmo tempo eu ver o vindo de Zé falar de você descobrir preto eu vim de alguma forma também me descobrir branco eu tava vendo o trailer novo falando e é muito interessante ele falou se o branco não percebe é que as coisas erradas que o mundo foi feito pelo branco para as coisas para ele o homem branco o mundo tá funcionando porque ele ele foi feito para isso E aí foi
eu comecei a parar para pensar não é só prestar atenção em Privilégio mas é tentar entender de furar essa bolha para eu dormir escola só tinha Branco minha família só tem branco é todos os preços da minha vida foram sempre empregados os garçons é sempre fazendo algum serviço é em minha vida foi a raça Eu não parei para pensar quando eu era adolescente eu não tive instrução para isso nem quando eu tava entrando na fase adulta inicial de o que o mundo tem sido feito para mim e não para outros e de repente quando eu
começo a perceber é com essa perceber as pessoas a minha volta começa a entender e sair dessa bolha você começa a sacar que realmente a o mundo foi feito para que eu desse certo não pro Emicida não para o Zezé mundo perfeito para que o João funcionar você conseguir essas coisas que ele consegue e conseguiu inclusive E aí quando você se dá conta disso é é um acabo é um mundo que se abre que nem você começa a olhar para trás você começa a reparar quem tá do seu lado imediatamente começa a cair parede do
seu lado e você sente completamente é exposto para o meu Deus como é que eu não percebi isso até agora como é que como é que eu eu continuei isso não interferiu em mim porque esse ponto de virada faz muita diferença na cabeça que eu vou tô falando aqui do homem branco porque eu que sou é é de parar de te olhar no espelho né de olhar que eles brancos todos entender que tem um monte de outras pessoas para para quais o mundo não não tá funcionando da comunicação caras igual do branco no Brasil que
é interessante de novo racismo brasileiro se tu ver quando vocês estão Preto Zezé só de provocação também nessa incômoda necessário né e é o cara vem e fala sobre as nossas cores você não é preto você é meio marrom mesmo lado aí você joga essa coisa que eu Fábio ta falando descobri branco É sério mesmo quando você saiu com um amigo branco de vocês aí o cara falou borra foi naquele dia lá o cara chamou de amarela chamou de Gasparzinho eu nem lembro dos rápido que eu chegar meus amigos cobrado Tu lembra tinha como xingar
eles cara então para o branco não é necessidade falar não há necessidade de saber como entendeu Fábio é muito louco para falar com Kondzilla agora ele passou por lá em geral em São Paulo de dirigindo o carro os caras em São Paulo e a gente falando sobre essa coisa de como é que você cruza a linha do Imaginário né você ontem você vai para o lugar né que branco não tem essa cidade de saber que é bom agora tu cruzar essa linha e para o lugar geralmente a pessoa não está acostumada te ver lá aí
acende aquela Gramado raça no Brasil não é igual os Estados Unidos é mais sofisticado E aí E aí Olá você que é um sujeito que cuida da sua saúde mental hoje em dia algum tempo né já já cuida a sua Só Saúde mesmo das do seu conforto mental Você sempre foi foi instruído a acuidade isso desde pequeno ou uma coisa que você descobriu que o espaço com o passar dos anos não isso inclusive é uma coisa completamente recente na minha vida e eu tô fazendo na verdade eu até toma toma cuidado sabia para falar porque
às vezes você fala sobre isso e as pessoas que estão assistindo a gente elas coloca a você por estar partilhando essa experiência já no lugar de alguém que é uma referência então às vezes eu entro na na internet e as pessoas estão me mandando mensagem como se elas pudessem se tratar comigo como se eu fosse uma referência até um profissional eu aprendi errado mano até pouquíssimo tempo atrás da minha vida falar por exemplo sobre depressão era uma frescura tá que o seu mentor não para mim você para mim é muito recente de olhar no espelho
e pensar tipo mas você não tenho direito de falar sobre isso tá tempo tem gente que tá passando fome Tem gente que tá sem ter onde morar tem gente que tá sem emprego Sim Fábio esse esse problema invisível que você acha que você tenha frescura eu eu dizia isso para mim então eu tô fazendo um caminho agora que ele ele é mais difícil porque quando você aprende errado o desaprender é para você largar só é por isso que eu entro com com muita calma mano em todos os assuntos porque eu sei que pô também sou
iniciante em vários deles faca e aí no meio disse o quê que eu vou fazer não Tentando ler tentando me informar tentando conhecer inclusive até te pedir um livro aqui vai ganhar vai ganhar a lidar com esse livro aí que eu quero ler porque eu tô me construindo Então nesse processo tem um processo de você descobrir enquanto o preto tem um processo de você descobrir enquanto o brasileiro O que que é o brasileiro saca porque o brasileiro ele não é o africano o brasileiro não é o estadunidense de pele escuro brasileiro é o brasileiro com
sua dor com sua delícia o seu céu que seu inferno com o regime diabo brigando dentro de si e quatro horas por dia veneno vendo produzindo e reproduzir nessas mesma estrutura de opressão que o Zezé falou só eu tô no meio desse caminho aí tentando ser uma pessoa melhor e eu quero saber de você se a cor da pele reflete na cor inconsciência existiu e que o Flávio vai dizer sobre isso é curado pela vossa sabedoria então eu gosto muito desse título para mim consciente tem cor em sociedade racistas inconsciente tem couro quando a gente
fala de um consciente eu acho que a Primeira ideia que nos vem à mente é a do inconsciente na sua dimensão individual o inconsciente como a história da formação de cada sujeito né o consciente como aquilo que é formado pelas identificações pelas idealizações pelos recalques pelos traumas que cada indivíduo produz ao longo da sua vida mas tem uma outra dimensão de consciente que a dimensão coletiva no inconsciente é o inconsciente como o conjunto de valores que vigoram em determinada cultura e aqui os indivíduos e conscientemente assimilam nesse sentido esse inconsciente social deve ser pensado por
meio de uma categoria como como alienação como ideologia Olha que interessante são categorias marxistas né então é quando você pensa o que seria um consciente negro você tem que pensar o que que é a formação psíquica de uma pessoa negra alienada numa sociedade racista a gente já eu já falei aqui várias vezes certamente vão se lembrar de conceito do Frango são muito importante e o ideal ideal do eu' aquelas coisas o Eu ideal é basicamente a imagem idealizada que o sujeito tem de si próprio né O que que o sujeito gostaria de ser o mais
exatamente a imagem pela qual você gente gostaria de ser reconhecido pelos outros tá numa sociedade racista e esse é o ideal ele sempre será um Eu ideal que idealiza o valor do Branco é porque o uma sociedade racista uma sociedade uma ideologia Branca Agora imagina o que que é um sujeito negro formar um e o ideal numa sociedade cujos valores são brancos sendo ele negro uau alto e o margem dele o ideal dele será de alguma maneira branco e ele é negro o sofrimento psíquico que isso causa uma coisa brutal e E aí a banana
agora Dona Fátima minha mãe em Fortaleza tem que criar um monte de filho homem dentro de uma favela e tem muita gente que eu tive muita raiva da minha mãe até isso não livro né que ela tá falando sobre a terra lá com dentro da pandemia eu falo que ela pegou o convite e ela é gostosinha do convite na hipertensa gordinha e tal toda e viu do que eu convidei ela só batismo e eu lembrei na falando dela eu fui lembrar da até que eu tinha raiva da minha mãe que eu me preocupado com ela
que é muito tenso Minha mãe não deixava andar com as roupas que a gente queria andar e nem eu sou dar para que a roupa de sair então um cara que não tinha roupa sabe o que era roupa de sair era tipo a armadura aquela roupa que eu vestia né dava uma sustância' cima não deixa eu mandar com os caras que eu achava legal da rua não deixar vou ficar no tal lugar que era todo mundo ficava é a menina passava lá de querer paquerar e tal da o primeiro beijo passado o tempo eu entendi
que minha mãe você nem conhecer meu amoroso Silva Almeida meu professor minha mãe já tava descobrindo como é que funcionava o racismo estrutural do ponto de vista que aí eu acho que tem a questão psíquica mas tem que o material física no dia a dia que aquele já era morena dos transtornos vocês minha mãe não queria contar com aqueles cara porque os cara que todos morreram inclusive não quis aquele tipo de roupa porque era a polícia parava porque você tinha o estereótipo do suspeito não é aliado ocupada até provar o contrário e aquele lugar onde
aconteceu os conflitos ou da galera de bairro na polícia dava geral e dá uma batida da minha mãe conseguiu fazer que a gente sobrevivesse essa trajetória mulher que não tem muita instrução e tal beijo para Dona Fátima mas eu acho que é o Brasil é ele é um transtorno permanente com cidadão preto e é assim e você tem que se blindar para proteger digo isso porque Mc Davi veja também os principalmente Os Pretos que fica se a gente era constrangido na época da miséria da exclusão pode ver a material quando a gente adquire com outra
linha você passa a ser compreendida um pressionado o constrangimento a gente fazer você ter vergonha da sua conquista que é o outra coisa é a cenoura da culpa você tem culpa porque você tem uma escola boa para você pode seu filho para comer 3 vezes ao dia você tem uma roupa Legal passa este outro lado com o assunto é muito complicado no Brasil Então se a gente não consegui perceber ouvir uma coisa discurso moral de um preto com o branco como se fosse uma vontade pessoal e não é uma vontade pessoal é uma estrutura que
tem leite tem regra o estado brasileiro interview nesse dia um cara perguntou mais fazer você acha que o branco cara não sou racista eu tenho culpa do que aconteceu eu disse irmão me fala uma coisa se os cara tiver um precatório te devendo o governo é governo cheio do partido tal saiu o governo com o gestor no partido tal saiu tu não vai cobrar do outro não né não eu vou sempre o Estado está me devendo a gente Pois é bom cobrar tá devendo é muito muito mais fazendo muito a gente vira a chave onde
vai dar uma paz em algum momento quando começa a construir uma uma relação com o prazer uma relação com a beleza quando eu começo de ritualizar conquistas e vitórias hoje inclusive tendo uma coisa neoliberal porque o vitória só que a favela venceu que você quer tudo na liberalismo não tem essa dimensão e é muito caro comemorar uma vitória e tualizar uma conquista compartilhar com os nossos iguais a beleza de ser me orgulhar do meu filho vestir ver o livro do Mc de gravar um vídeo mandar um vídeo para ele Um beijo Te amo e cedo
obrigado que quando era pivete é meu tio o titio Emicida não meu filho vai ter ele como referência entender isso não é achar que só porque o Emicida o Zezé que furaram o bloqueio Um Mundo Melhor não mas entender que são pontos Chaves é importante uma caminhada que tem tempo que ele tem quinhentos e vinte e um anos o Brasil tem 388 Anos de Escravidão que não foi ou outra coisa né Eu acho que talvez esse seja o nosso grande calcanhar de Aquiles já que a gente falou disso né Desse é o que o estado
brasileiro ficou devendo para o seu povo no pós-abolição foi realmente converteu liberta e cidadão né E essas experiências vão simplificando pegando a Neusa Santos Souza ela tem uma frase que para mim é a frase que mais me marca no tornar-se negro onde ela disse os simples combate à discriminação racial não constitui uma identidade positiva a respeito do que é ser negro e isso vai de Encontro Perfeito ao que o Zezé acabou de compartilhar é muito importante que a gente abre esse espaço onde a gente encontre mesmo todas as referências tudo que a gente partilha e
é legal pegar essa coisa que que vocês mencionaram do que foi o Racionais né no final dos anos 80 para nós Racionais no final dos anos 80 para nós e era uma coisa mais como eu posso ter mais pedagógica né Eu quero meio com a voz do Bangu borra o país 94100 sei lá depois de Fim de Semana no Parque tem uma coisa que é mais o estilo de vida né pode falar com as quebradas barriga veja aquele Elo algo a dizer holocausto urbano' e fazer tipo Ou foram ali você descobrir porque daí a trazendo
para todo mundo é igual crédito só que o cliente ninguém Sim comprei um negócio nunca maluca isso aqui que era bem todo mundo Vamos ver que era a República dos caras lá irmã dele se ele ela ia montar o remédio do terceiro olho